Voz Esperança 73

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NOV - DEZ / 2019

O COMPROMISSO DE SAIR DE MIM MESMO!

Diretor: Pe. Mário Martins Chaves Rodrigues Ano XXIV - 6ª Série | Nº 73 | Bimestral 1,00 €

“Levanta-te, jovem! (…) Assim honrarás os últimos mandamentos dados pelo Senhor aos discípulos. Não te esqueças que és um deles, chamado a levar o evangelho a todas as nações, sempre assistido pelo Espírito Santo.” Catarina Gonçalves Págs. 2-3

A IMPREVISIBILIDADE DAS FORMAS “Esta condição itinerante de uma permanente peregrinação interior torna ágil a disposição relacional de uma vida que, além de ser vivida, quer ser discernida e liberta dos limites aglutinadores de uma espiritualidade fundada na rigidez de espírito.” Miguel Rodrigues Pág. 9

EDITORIAL

O QUE ÉS E PODERÁS VIR A SER...

VIGÍLIAS DE ORAÇÃO PELOS SEMINÁRIOS 15 NOV 22 NOV

IGREJA DE SÃO PAULO (SEMINÁRIO CONCILIAR DE BRAGA) 21H15

IGREJA MATRIZ DE VILA VERDE 21H00

“Sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra” (Act 1, 8). Estas palavras de Jesus, no momento da Sua Ascensão, recordam-nos que a hora do Seu afastamento da vista dos discípulos não marca o término de algo grandioso, mas antes o seu princípio. É aqui, neste envio revestido de sonho e de festa, de presente e de futuro, que se inaugura o novo tempo da Missão. A Missão é sempre nova, porque “Cristo vive: é Ele a nossa esperança”, tal como refere o Papa Francisco na Exortação Apostólica Christus vivit. É também sob a inspiração deste mesmo documento do Magistério que se nos apresenta a Semana de Oração pelos Seminários de 2019, com o lema “O Senhor não pensa apenas naquilo que tu és, mas em tudo aquilo que poderás chegar a ser”. Expressão viva deste dinamismo vital e vocacional foi São Bartolomeu dos Mártires, um Arcebispo da nossa Arquidiocese, recentemente canonizado, um ousado anunciador do Evangelho e promotor de pastores verdadeiramente preparados e formados, através de instituições como o nosso Seminário, que ele fundou, não obstante diferentes configurações que assumiu ao longo da história. Neste contexto, é imperativo ousar o compromisso do anúncio do Evangelho, “Levantar-se e Semear Esperança”, pois “cada terra e cada dimensão humana são terra de missão”, como atesta a Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa, “Todos, Tudo e Sempre em Missão”. De acordo com o texto visão, percebemos que a ousadia do Evangelho nos convida a imprimir no coração e a aceitar na vida novos e arrojados desafios e compromissos. Por sua vez, as comunidades dos Seminários, procuram, tal como as notícias aqui publicadas o comprovam, criar o software do verdadeiro discípulo missionário, aquele que se deixa programar por Cristo e em Cristo, sendo e podendo vir a ser mais e melhor anunciador da alegria do Evangelho.


VISÃO

O COMPROMISSO DE SAIR DE MIM MESMO! Catarina Gonçalves

Uma das exortações mais sonantes do Papa Francisco tem sido, sem dúvida, o apelo a uma Igreja em saída, implicando consequências sérias e gigantescas em cada fiel batizado: o despertar para o mundo do outro; o esvaziar-se de si próprio e do seu comodismo; deixar Jerusalém e caminhar pelo mundo, sem GPS nem Wi-Fi. Simplesmente ir… levando sementes de esperança na sacola, e a Esperança no coração. Um ato ousado, para muitos impensável, para outros uma aventura na escola do Amor. Como disse o cardeal Tolentino Mendonça: Ser cristão é um risco, ser humano é um grande risco (in Público, 05/09/19). Porém, tal loucura não apareceu no segundo milénio. Não! Há, precisamente, dois milénios atrás, S. Lucas navegou na nossa App interior, e sem hesitar clicou nos nossos três menus cristãos: o eu crente; o Espírito Santo em mim; a minha missão pelo mundo. Eis que o autor canónico faz um print screen do nosso ser para nos mostrar a essência da nossa missão, como compromisso assumido no batismo e reforçado na confirmação, sacramento onde o Espírito Santo opera um novo Pentecostes em cada um de nós, que agora, de forma consciente e adulta, publicamos em frente à comunidade: a firmeza na fé. O Espírito Santo apodera-se então deste baluarte (Act 1, 8), jovem e firme, para o tirar da passividade da espera e levá-lo (Act 1, 11) a assumir a Missão: ser testemunha de Jesus pelo mundo inteiro, até que chegue o tempo da Parusia. O compromisso desta missão não é de todo fácil, muito menos nos tempos que correm, onde os valores éticos e morais se ofuscam entre novas mentalidades; os bens materiais e de comodismo assumem um papel relevante e mostram-nos que um só clique permite sairmos sem sair; a religião é o bode expiatório dos males que assolam as mentalidades, e os fiéis crentes, numa linguagem muito soft, são vítimas de bullying. Sim, não é um compromisso

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para fracos! Só os verdadeiros valentes podem tomar o cajado, o alforge e as sandálias. Quem são na realidade os valentes na messe do Senhor?! A resposta é fácil e evidente: somos todos, sem exceção! Na Igreja que nos acolhe em contínuo abraço aberto não há seleção nem exceção: estamos todos convocados! E todos revestidos pelo escudo indestrutível do Espírito Santo: sentinela terrena da nossa alma; motor incandescente do nosso agir e intermediário quotidiano da nossa participação na vida Trinitária. Edith Stein (Santa Teresa Benedita da Cruz) afirma: «a alma vive a sua vida de graça pelo Espírito Santo, ama n’Ele o Pai com o amor do Filho e ama o Filho com o amor do Pai.» (Edith Stein, in Ciência da Cruz). Por isso, não devemos temer, nem contornar os confrontos, as provocações inevitáveis, os dissabores das derrotas. Tudo faz parte, e não podemos pedir melhor exemplo: aqui o temos suspenso no madeiro da Cruz. Fique gravada, bem no nosso íntimo, onde em silêncio lhe podemos falar e escutar, esta verdade: [Jesus] «Dormes sobre o Corpo que deste à morte,/ para

nos dares o Corpo da Vida!» (Catarina Gonçalves, A cruz!, in Saltério para o encontro), Vida que não conhece a morte, oferenda gratuita em troca da nossa fiel e sincera amizade, mesmo cheia de tropeços e miséria. Inseridos num exército de homens e mulheres de valentia e força, infundida pelo Sopro de Deus, gritemos dentro de nós próprios: «Jovem, eu te digo, levanta-te» (Lc 7, 14), e tomemos a linha dianteira da luta com as armas que nos distinguem, e nos rotulam de paradoxais: a harmonia, a humildade, o desprendimento, o amor e a paz, mesmo que o sangue do martírio se espelhe em nossas pálpebras. Seja o lema do nosso estandarte as palavras de Tertuliano: o sangue dos mártires é semente de novos cristãos. Não queremos dizer com isto que devamos procurar o martírio, literalmente, entregando-nos aos carrascos, sem uma salutar resistência, à procura da palma da glória. Isso seria falsa humildade. Pelo contrário, sejamos prudentes e sensatos de candeias acesas e azeite nas almotolias, alumiando a presença de Cristo Ressuscitado àqueles que ainda não fizeram o caminho de Emaús, e esperando no meio de todos a parusia. Sem medo, sem vergonha, sem constrangimento de sermos feitos com o barro do Amor e a semente de Esperança. Levanta-te, jovem! Vai semear o trigo que o dono da Vinha te confiou, e assim honrarás os últimos mandamentos dados pelo Senhor aos discípulos. Não te esqueças que és um deles, chamado a levar o evangelho a todas as nações, sempre assistido pelo Espírito Santo. Este será o teu verdadeiro software de navegação, que te levará aos confins do mundo, sem nunca te faltar rede. Basta quereres e seres tu mesmo!

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ARTE

A ASCENSÃO DO SENHOR Luís da Silva Pereira

O texto que nos é proposto para reflexão encontra-se nos Actos dos Apóstolos, Cap. I, 1-11. Conta a Ascensão do Senhor. Antes de deixar de ser visto pelos apóstolos, Cristo anunciou-lhes que iriam receber a força do Espírito Santo que os levaria a serem testemunhas dele em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria, até aos confins do mundo. Formula-se aqui, claramente, como noutros textos, aliás, o novo tempo da missão evangelizadora. Seguidamente, o Senhor “elevou-se à vista deles e uma nuvem subtraiu-o a seus olhos. E como estavam com os olhos fixos no céu… surgiram de repente dois homens vestidos de branco que lhes disseram: - Homens da Galileia, por que estais assim a olhar para o céu? Esse Jesus que vos foi arrebatado para o céu, virá da mesma maneira como agora o vistes partir para o céu”. É este passo que se encontra representado na pintura de Frei Carlos que vamos comentar. Frei Carlos foi um monge da ordem dos frades Jerónimos. Desconhece-se a data do seu nascimento e morreu entre 1540 e 1560. Terá nascido em Lisboa. Era de ascendência flamenga, o que deixou marcas evidentes no estilo da sua pintura. Professou no mosteiro de Espinheiro, perto de Évora, em 1517. Trabalhou para o Mosteiro dos Jerónimos,

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em Belém, e para o de Santa Marinha da Costa, em Guimarães, onde poderá ter vivido algum tempo. É um dos mais importantes pintores portugueses da primeira metade do séc. XVI. A sua obra revela profunda delicadeza e piedade, um vivo sentimento cromático, uma técnica primorosa do desenho e uma disposição muito cuidada das figuras no espaço pictórico. Há duas iconografias principais da Ascensão. Numa delas, a mais frequente, Cristo, de corpo inteiro, eleva-se no ar, por vezes inscrito numa mandorla debruada de anjos. A mandorla é um nimbo em forma de amêndoa (mandorla, em italiano) que rodeia todo o corpo de Cristo, simbolizando a luz e a glória celestes. Esta iconografia tem a desvantagem de poder ser confundida com a ressurreição. Mas se estivermos bem atentos, reparamos que o sepulcro é substituído por um monte ou uma elevação de terreno, e os soldados romanos que guardavam o túmulo são substituídos pelos apóstolos, quase sempre acompanhados por Nossa Senhora. A segunda maneira mais habitual de representar a Ascensão de Cristo é mostrar apenas os seus pés descalços desaparecendo no meio de uma nuvem, como nesta pintura de Frei Carlos. O pormenor da nuvem corresponde ao texto bíblico: “uma nu-

vem subtraiu-o a seus olhos”. Algumas iconografias não se esquecem também de acrescentar as marcas dos pés de Cristo deixadas na pedra da montanha donde se elevou. É um pormenor que não consta dos Actos dos Apóstolos, mas deriva de evangelhos apócrifos, sempre prontos a satisfazer o desejo popular de realismo pitoresco. Se bem repararmos, a figura principal do quadro é a Virgem Maria, logo em primeiro plano. Enverga um manto azul, a sua cor própria, tendo a cabeça coberta por um véu branco. Os apóstolos encontram-se todos reunidos, à esquerda de Nossa Senhora. Conseguimos contar quinze ou dezasseis, mas o normal é serem doze ou onze (devido à ausência de Judas). Um deles, mais ao longe, ainda olha para o céu; outros conversam entre si, e outros concentram a sua atenção no belíssimo anjo do nosso lado direito, com as asas ainda levantadas, como se tivesse mesmo acabado de chegar. Repare-se que as asas são transparentes, pois através delas podemos ver o arvoredo. O segundo anjo, de manto róseo, ainda não poisou no chão. Como é próprio da pintura flamenga, ou da por ela influenciada, a cena enquadra-se numa paisagem. Do nosso lado direito, veem-se torres acasteladas, que sugerem, por certo, a cidade de Jerusalém.


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SEMINÁRIO MENOR

SEMINÁRIO: SEMENTEIRA DE ESPERANÇA

SEMINARISTAS ACOLHIDOS PARA UM NOVO ANO PASTORAL João Pinto, 10º Ano

A comunidade do Seminário de Nossa Senhora da Conceição iniciou este ano pastoral com uma actividade, realizada no dia 4 de setembro, que convidou a pôr em prática, de forma literal, um dos verbos em destaque no programa pastoral da Arquidiocese de Braga para o ano 2019/2020 – Semear – enfatizando

rança, pela força do Espírito Santo” (Rom 15, 13). Após a proclamação desta passagem, cada um foi desafiado a reflectir individualmente sobre a mesma e sobre o que esta palavra diz à sua vida de baptizado e vocacionado. Depois disso, cada um recebeu um pequeno vaso, símbolo da casa/

que o Seminário, tal como a própria palavra indica, é uma Sementeira onde deve germinar a esperança e o amor a Cristo Jesus e à Sua Igreja. Esta iniciativa, que procurou também promover o acolhimento aos novos seminaristas e a partilha entre todos, dado que este foi o primeiro dia em que todos se reuniram na casa, foi aberta com um momento de oração, a partir do texto que preside ao tema proposto para toda a Igreja de Braga – “Transbordeis de Espe-

edifício do Seminário, no qual foi colocada terra, sinal da comunidade que acolhe e ajuda cada um a germinar. Cada seminarista, assim como os dois sacerdotes que compõem

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a Equipa Formadora, foram depois convidados a semear dois feijões no respectivo vaso, sendo esta uma tarefa delicada que exigiu cuidado e atenção. De seguida, cada um acrescentou o adubo, metáfora da oração, assim como a água, símbolo da vitalidade, sendo ambas necessárias e imprescindíveis para que cada jovem e cada cristão cresça na Fé e na Esperança em Jesus Cristo. Na verdade, e como refere o Evangelho, a semente lançada à terra tem de morrer para si, para poder dar muito fruto. Assim deve ser a vida de todo aquele que se sente chamado pelo Senhor, de modo a que possa dar-se e colocar-se ao serviço dos irmãos. A partir desta primeira atividade, que ficou marcada pela alegria e pelo entusiasmo de todos, cada um firmou o compromisso de diligentemente cuidar da sua pequena sementeira, quer regando a terra quer decorando o próprio vaso. Na verdade, é pelo empenho de todos que a comunidade do Seminário se torna mais bela, capaz de semear e multiplicar Esperança no coração de cada um, nomeadamente destes jovens seminaristas, na certeza que nos deixa a Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa para o Ano Missionário, ou seja, que “cada terra e cada dimensão humana são terra de missão à espera do anúncio do Evangelho”.


SEMINÁRIO MENOR

UMA AVENTURA… NO SEMINÁRIO

PRIMEIRO ENCONTRO DE PRÉ-SEMINÁRIO Ângelo Novais, 9º Ano

No passado dia 12 de outubro, sábado, realizou-se o primeiro encontro de Pré-seminário jovem deste ano pastoral. Este ano, os mesmos encontros têm por mote o tema “Uma Aventura…” e contam com uma mascote, o “J”. Os pré-seminaristas são, por isso, convidados a acompanhar o J e a viajar com ele por todo o mundo. Para isso receberam um porta-documentos, onde irão conservar e guardar os bilhetes de cada viagem. Assim, através da metáfora da aventura cada jovem deve enquadrar o seu processo de discernimento vocacional. Deste modo, este primeiro encontro iniciou-se entusiasticamente e com o fulgor de um novo ano. Assim, os pré-seminarista e seminaristas reuniram-se e trocaram experiências vividas durante o período das férias de verão. Logo de seguida realizou-se um percurso de obstáculos no jardim do Seminário, que procurou despertar os jovens e libertá-los da inércia, tema que esteve em destaque neste encontro. A este momento de lazer e diversão, seguiu-se o desnudar de uma moldura onde se encontrava a imagem da mascote desta iniciativa. Logo depois das habituais fotografias, desnudou-se também o planisfério de madeira, local onde, encontro após encontro, irá ser assinalada a região a visitar. Desta forma, os pré-seminaristas descobriram que iniciariam esta viagem no nosso país,

símbolo da interioridade e da singularidade, do processo de discernimento vocacional de cada um. Após isto, teve lugar uma palestra dirigida a todos, onde foi abordado o tema da inércia, partindo da passagem do Evangelho em que, estando João a batizar nas margens do Jordão, e tendo sido abordado por fariseus dispostos a perturbar a sua pregação, o profeta não fica refém da apatia, conseguindo enfrentar e vencer aquele obstáculo. A partir desta apresentação, os jovens foram interpelados a realizar uma atividade que procurou explorar o significado desta passagem bíblica e o que a mesma tem a dizer ao coração de cada um.

Seguiu-se o almoço, que proporcionou aos seminaristas e os prés-seminaristas um novo momento de convívio. A tarde iniciou com um tempo dedicado ao desporto, que possibilitou a todos estes jovens experienciarem um bom momento de descontração pautado por muitas brincadeiras. Mais tarde, na celebração da Eucaristia, presidida pelo Pe. Mário Martins, Reitor do Seminário, os seminaristas e os pré-seminaristas foram alertados para a necessidade de, na sua vida, sempre “preferirem a Jesus, seguindo-O, de coração grato, com fidelidade e alegria e tomando-O sempre como exemplo”. 7


SEMINÁRIO MAIOR

CHEIRA BEM, CHEIRA A NOVO ANO! Bruno Lopes, 4º Ano

De forma a preparar o novo ano e a acolher os novos alunos, o 4º ano do Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo programou um fim de semana, que se pretendia diferente, numa visita à cidade de Lisboa. Estes momentos de partilha e de convívio saudável alicerçaram-se na diferença, na preocupação pelo outro, no verdadeiro acolhimento e no trabalhar dos afetos por parte de toda a comunidade. A visualização do filme Shoplifters: Uma Família de Pequenos Ladrões foi o ponto de partida para se trabalhar o acolhimento, bem como as diferenças num grupo, uma vez que este retrata uma família que, para sobreviver, recorre a pequenos furtos em lojas e supermercados, mas que, apesar de viver com muitos problemas, não consegue ficar indiferente quando encontra uma menina numa lixeira e resolve acolhê-la. O desejo de querer conhecer os novos alunos espelhou-se também no desejo de conhecer a nossa ca8

pital. Neste sentido, na sexta-feira viajámos para a cidade que, citando Amália Rodrigues, “cheira bem”, havendo ainda tempo para assistir à peça de teatro “Antígona”, em cartaz no teatro D. Maria II. Aproveitamos bem o sábado com uma visita ao museu Mãe d’Água, onde tocamos o ponto da poluição e a importância da água, vendo-a como a Mãe da nossa subsistência. Seguiu-se uma visita guiada à Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, que teve como anfitrião o professor Paulo Pires do Vale. Esta visita começou com uma contextualização da ligação entre Arpad e Vieira da Silva, e com uma reflexão acerca da forma de pensar a arte deste casal, entendendo-se a exposição como uma relação com o corpo, onde o texto é secundário e deve habitar o contacto direto com o que está exposto, o que nos leva a pensar e a convergir para um conjunto de ideias que não podem ser sustentadas por escrito, mas sim pelo sentimento. Ainda dentro deste

museu foi possível pensar a ideia de Romano Guardini, que se reflete no “Brincar Diante De Deus”, e onde se encontram expostas as vestes litúrgicas que Lourdes Castro fez para a Capela Árvore da Vida, assim como um dos paramentos concebidos por Henri Matisse para a Capela de Nossa Senhora do Rosário, em Vence. Durante a tarde tivemos a oportunidade de visitar a Casa das Histórias, de Paula Rego, onde nos centramos sobre um “Olhar para dentro”, num momento de introspeção, onde se aplicam narrativas que não se esgotam numa única obra, permitindo-lhe, através de variadíssimas técnicas, multiplicar as suas histórias, convergindo para uma obra final, que são o vívido registo das possibilidades exploratórias e das variações imagéticas da sua obra, em que o desenho, a pintura e a gravura são complementares. No domingo, foi tempo de visitar o Museu Nacional de Arte Antiga que nos deixou perplexos e maravilhados com as suas belíssimas peças de arte e com os seus jardins, testemunhos da magnificência e da beleza dos tempos áureos, onde foi possível observar o contraste da grandiosidade, com o detalhe e o pormenor. De coração cheio, foi tempo de regressar à casa mãe, trazendo nas veias e nos mais ínfimos poros, uma recordação que servirá como motivação para o novo ano que começa.


A IMPREVISIBILIDADE DAS FORMAS RETIRO ESPIRITUAL Miguel Rodrigues, 6º ano

O olhar, além de proporcionar a natural descodificação das formas, sente e pressente diversas outras realidades que, sem qualquer geometria, estruturam o ser pessoal e social de cada humano. O cuidado pelo olhar, na base de uma purificação sensitiva, transparece, toca e revela o policromatismo das emoções, sentimentos e histórias que insuflam a vida de cada ser. Neste sentido, na possibilidade de um olhar dador de vida e esperança, direciona-se o mesmo numa orientação interna para que, na intimidade, cada história seja tocada sob o signo da transparência, numa crescente vitalidade que deseja ser mais e dar mais, como raiz de uma unidade pessoal única, que quer ser vida em abundância. Neste contexto de vida, transparência e crescimento, os seminaristas do Seminário Conciliar de Braga realizaram o seu retiro espiritual, dando lugar à voz de Deus, constante e realmente incarnada na realidade vital de cada um. Este tempo favorável, sustentado pelo silêncio, não como mera ausência de palavras, mas como condição existencial de um coração inclinado que repousa no seio da paternidade divina, não se tratou, portanto, de um mero ato intelectual, mas de um momento de experiência de uma realidade vital que habita o interior, como silêncio da

Vida, e não uma vida de silêncio (Cf. Relatos de um peregrino russo). Esta condição itinerante de uma permanente peregrinação interior torna ágil a disposição relacional de uma vida que, além de ser vivida, quer ser discernida e liberta dos limites aglutinadores de uma espiritualidade fundada na rigidez de espírito. Dá-nos, Senhor, a precariedade de um coração que olha com intimidade. Dá-nos a exigência de uma oração que não facilita a vida. Dá-nos um olhar que se abre ao imprevisto e não se domestica. Dá-nos o saber da errância e a busca do insondável. Dá-nos a atenção pelo vazio, tomado pela inconsciência. Liberta-nos da vida fácil, das receitas e murmúrios. Liberta-nos da imediatez e idolatria dos passos mal andados. Liberta-nos da sede do previsível e do abuso das palavras. Promete-nos a chegada, no silêncio da tua morada.

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SEMINÁRIO MAIOR

BATIZADOS E ENVIADOS ENCONTRO DO CMAB COM OS SEMINARISTAS Yessé Raiton e Manuel Ração – Tempo Propedêutico

No dia 10 de outubro, o CMAB (Centro Missionário Arquidiocesano de Braga) realizou um encontro com os seminaristas dos Seminários Maior e Menor. O encontro teve início com a celebração eucarística. Durante a homilia, o Pe. Bruno Nobre, falou aos seminaristas sobre o sentido da oração, destacando que ela deve ser feita com persistência e insistência: “Mesmo que, às vezes, não nos apeteça rezar, temos que insistir e invocar a presença do Espírito Santo que nos dará a força necessária para continuar na presença de Deus, firmes e inabaláveis”. Seguiu-se o jantar fraterno e, por último, o momento de partilha sobre a experiência de vida missionária do Pe. Paulino, em Pemba. Antes de tudo, o Cónego Vítor Novais, Reitor do Seminário, tomou a palavra, endereçando as boas vindas aos missionários e manifestando a sua alegria pela presença e pela co10

ragem destes em terem vivido concretamente o que está escrito: “Batizados e Enviados.” Posteriormente, a responsável do CMAB, Sara Poças, procurou refletir sobre o modo como foi vivido o Ano Missionário em Portugal, de maneira particular, em Braga. Depois deste momento inicial, o Pe. Paulino prosseguiu o encontro, falando sobre a sua experiência missionária em África, especialmente na Diocese de Pemba, onde trabalhou durante dois anos no projeto “SALAMA!”. Este termo é vulgarmente e geralmente usado pelos povos, muito mais pelos macuas, para se

saudarem, que traduzindo para o português é “Bom dia/Olá.” O sacerdote explicou algumas das atividades relativas a este projeto, tal como o constante intercâmbio entre as Dioceses de Pemba e a de Braga através da cura pastoral da Paróquia de Santa Cecília de Ocua, algo que facilitou esta parceria. De outro modo, salientou a importância da angariação de recursos para a Diocese de Pemba, assim como a divulgação do projeto de cooperação missionária entre ambas as dioceses. Partilhando ainda mais sobre a sua experiência missionária, revelou aos alocutários as grandes dificuldades que ele enfrentou durante a sua estadia: a cultura, a língua, a distância das comunidades, a demora da Eucaristia, entre outros aspetos. Tendo enfrentado essas dificuldades, o missionário diocesano, Pe. Paulino, confirmou que a missão não é somente levar a Palavra de Deus às pessoas, mas também é olhar as necessidades do povo. Para tal, ele convidou todos a fazer parte desta vivência da fé em Deus, que nos leva a conhecer outras dinâmicas.


PASTORAL UNIVERSITÁRIA

CUIDAR DOS DONS COMO PROCESSO DE RELAÇÃO COM DEUS E COM OS HOMENS Beatriz Pereira, Aluna de Doutoramento em Psicologia Aplicada, Universidade do Minho

A Pastoral Universitária de Braga colocou na capela do Centro Pastoral Universitário um pequeno saco com sementes, lançando o desafio aos jovens universitários, que por ali passassem ao longo da Quaresma, que simbolicamente plantassem as suas sementes, que as tratassem e que deixassem que estas dessem belas plantas que encantassem todos aqueles que pudessem desfrutar delas. A Beatriz Pereira, que aceitou este desafio e o levou a sério na sua vivência quaresmal, não só deu vida às sementes que recebeu, como nos mostra a imagem nos seus processos de crescimento, como compreendeu que, na vida, devemos regar e cuidar dos dons que recebemos para que estes possam transformar o mundo daqueles que nos rodeiam, mas sobretudo que possam transformar o nosso próprio mundo e a nossa forma de viver a dimensão cristã. Nada melhor que refletir sobre as suas próprias palavras. Visto de uma forma superficial, o girassol é uma flor que se semeia e cresce. Não deixa de ser verdade, mas será que é assim tão simples?

As sementes deste girassol vieram parar às minhas mãos numa altura especial: na Quaresma. Para muitos, a Quaresma é um tempo de restrições. Eu compreendo, agora

melhor, que é um tempo de crescimento na nossa relação com Deus. E crescer na relação com Deus é crescer em luz e felicidade. Não porque nós, heroicamente sozinhos, fazemos por isso. Isso é ilusão do nosso ego.

Assim como este girassol, nós não nos plantamos sozinhos! Para o girassol começar a crescer, alguém com muito carinho colocou uma semente na terra e a aconchegou. A nós, com o dobro do carinho, Deus planta virtudes e talentos prontos a maturar. Com carinho também, Ele vai regando essas sementes com pessoas que nos coloca no caminho, com propósitos, afetos e inspirações que nos comunica, com leveza, com a verdade! Quando os ventos fortes sopram e as chuvas caem sobre nós, Ele coloca uma espécie de estaca junto ao nosso caule para nos manter firmes e para continuarmos a crescer com segurança. Em troca, pede-nos coisas muito pequenas, comparado com o que recebemos d’Ele. Pede que, tal como o girassol, procuremos e giremos sempre em direção à luz (porque sem ela murchamos – até isso é para o nosso bem) e que possamos gerar novas sementes para Ele plantar, através de nós, nos outros. Como começou pequeno e está a ficar bonito o girassol! Resta-me questionar-vos: Como permites que Ele cuide do teu? 11


PASTORAL DE JOVENS

JÁ A PENSAR NAS JORNADAS DA JUVENTUDE? AINDA BEM! Departamento Arquidiocesano de Pastoral Juvenil

Desde o anúncio do Papa Francisco, sobre a escolha de Portugal para acolher as próximas Jornadas Mundiais da Juventude, que a juventude portuguesa não tem parado de falar sobre isso. Poderia pensar-se que se está perante emoções do momento e “coisas próprias da idade”, mas a verdade é bem mais ampla! Depois da ressurreição, Jesus anuncia a Sua Jornada – a Sua subida ao Pai. Porém, Ele não parte no mesmo dia. Ele fica com os discípulos o tempo necessário para que o encontro com Ele, agora Ressuscitado, possa produzir frutos e levar os seus amigos às grandes Jornadas da missão que os

dos de conteúdo. Este não é um tempo de espera apática e inerte. Este é um tempo de esperança operante! É um tempo em que nos dispomos a sair de casa e procurar este Jesus Cristo que caminha connosco sem O sabermos. Como os discípulos de Emaús, somos perturbados pelos acontecimentos diários e pelo corre-corre das nossas atividades, mas queremos sentir o ardor do nosso coração. Queremos que as Jornadas Mundiais da Juventude sejam as nossas Jornadas de envio à missão de ser cristãos autênticos no mundo de hoje. Não, as preocupações dos jovens em relação às Jornadas não são superficiais

espera. Sabemos da promessa da vinda do Espírito Santo, mas, mesmo essa, chega após o encontro verdadeiro com Cristo e a formação adequada que torna os discípulos capazes de O receberem. Hoje, vivemos esta ânsia das Jornadas, não por serem dias especiais com o Papa, mas por serem dias de envio a uma missão que se realizará ao longo de toda a nossa vida. Nestes entretantos, não ficamos de braços cruzados à espera. Antes, procuramos todos os meios para que o encontro com Cristo aconteça e para que possamos receber também uma formação que nos ajude a não nos afastarmos d’Ele face a argumentos bem elaborados, mas desprovi-

nem vazias. Elas brotam do desejo de autenticidade, o desejo de encontro com O Ressuscitado, o desejo de uma vida de coerência e de esperança verdadeira. O Departamento Arquidiocesano de Jovens quer fazer parte deste caminho de encontro. Por isso, une-se a todas as forças jovens (Comissões, Departamentos, etc.) que existem na diocese, para juntos chegarmos mais longe nesta caminhada. Também nós queremos trilhar o caminho que vai para além de uma data específica – queremos viver com os jovens este encontro com o Senhor da Missão que nos convoca e envia a todas as periferias humanas do nosso mundo.

Os artigos publicados no “Voz de Esperança” seguem, ou não, o novo acordo ortográfico consoante a escolha dos autores.

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Propriedade do Seminário de Nossa Senhora da Conceição

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SUPLEMENTO

VIGÍLIAS DE ORAÇÃO 15 . NOV . SEMINÁRIO CONCILIAR IGREJA DE SÃO PAULO

10-17 NOV 2019

22 . NOV . VILA VERDE IGREJA MATRIZ

21H15M


TESTEMUNHO 1

J o ão M artins, 22 anos, 4º ano de Teologia, Paróquia de Atiães, Vila Verde.

Sou o João Martins, tenho 22 anos, estou no 4º ano de Teologia e sou natural de Atiães, Vila Verde. Qualquer vocação é um dom que nos é concedido da parte de Deus. Ele concede os dons segundo a capacidade de cada um, nunca exigindo a ninguém algo que não lhe seja possível realizar. Aqui, quero contar-vos como encontrei em mim o dom da vocação sacerdotal que Deus me concedeu e interpelar os nossos jovens a uma abertura

do seu coração a Deus. Assim, o dom da minha vocação começou, sem ter dado conta disso, quando me disponibilizei

algum tempo, me foi interpelando e inquietando o pensamento sobre o meu futuro. Fui-lhe sempre negando o convite insistente. Também outros padres que iam passando pela paróquia foram lançando alguma semente em mim a ver se algo nascia. Depois de alguns anos de sementeira e de insistência do meu pároco, lá me convenci de que não iria perder nada se fosse até ao Seminário ver o que era e como era. Fui, então, até ao Seminário de Nossa Senhora da Conceição

“Qualquer vocação é um dom que nos é concedido da parte de Deus”.

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para acolitar nas celebrações da minha comunidade paroquial, por altura da minha Profissão de Fé, através da minha catequista. Aí, comecei a ter mais contacto com o meu pároco, que, passado


TESTEMUNHO 1

(Seminário Menor), participar no Pré-Seminário Jovem. Depois de alguns encontros mensais e de fazer o Estágio de Admissão, vi que ainda não era nesse momento em que Deus me queria chamar. Continuei o meu discernimento, tendo-me sido aconselhado o Pré-Seminário Adulto, no Seminário Conciliar de São Pedro e São Paulo (Seminário Maior). Com o testemunho da minha história pessoal, quero deixar um apelo aos jovens: não tenhais medo! Não devemos ter medo de Deus, pois, como disse Bento XVI, «Deus não tira nada, Ele dá tudo». É este Deus, que nos enviou Jesus, que nos dá a força necessária para que, todos os dias, tenhamos esperança em vós, caros jovens.

Seria importante que nenhum jovem excluísse a hipótese de passar pelos nossos Seminários, de forma a que lhe possa ser facultada a possibilidade de obter uma perceção diferente da sua vida. Assim, parece-me muito importante a participação ativa nas próximas Jornadas Mundiais da Juventude, que poderão dar uma grande ajuda a todos os que nelas participarem. Não percam

a oportunidade de um encontro mais próximo com Jesus, que quer o melhor para cada um de nós. Como disse São João Paulo II, «abri os vossos corações, escancarai os vossos corações ao amor de Deus!». É isto mesmo que Jesus quer que os nossos jovens façam: abrir o coração. Pois sabemos que, se seguirmos o caminho de amor que Ele quer para nós, seremos felizes com Ele.

“Seria importante que nenhum jovem excluísse a hipótese de passar pelos nossos Seminários”.

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PRÉ-SEMINÁRIO

O que é o Pré-Seminário? 2019/2020

INTERESSADO EM FREQUENTAR O PRÉ-SEMINÁRIO ? INSCREVE-TE!

PRÉSEMINÁRIO descoberta Vocacional PESSOAL E ESPIRITUAL

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O Pré-Seminário é uma proposta diocesana para acompanhar adolescentes, jovens e adultos no seu processo de discernimento vocacional. Pretende-se, por isso, ajudar os candidatos ao Seminário a colocarem corretamente e com seriedade a questão vocacional, como abertura a um projeto de vida com sentido, segundo a vontade de Deus.

Quais são os objetivos do Pré-Seminário? O Pré-Seminário é uma caminhada para descobrir aquilo que Deus quer para cada pessoa (a sua vocação) e quais os sinais que Ele revela na sua vida quotidiana. Trata-se de um processo para aprender a escutar a voz de Deus, no testemunho e na alegria de quem quer ser feliz e fazer feliz os outros, nas escolhas que toma para a sua vida. É também uma oportunidade para conhecer o ritmo de vida do Seminário e o projeto educativo que este tem para oferecer, numa caminhada conjunta com os formadores e os seminaristas.

A quem se destina o Pré-Seminário? O Pré-Seminário destina-se a discípulos de Jesus Cristo (cristãos) que se disponham, com generosidade, a fazer um caminho de discernimento vocacional. O Pré-Seminário Jovem destina-se a rapazes com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos. A partir do 11º ano ou equivalente (16 anos), os jovens e adultos que queiram compreender se o Seminário os poderá ajudar a discernir a vocação sacerdotal poderão frequentar o Pré-Seminário Adulto.


PRÉ-SEMINÁRIO

E se conhecer alguém que esteja interessado em frequentar o Pré-Seminário? O que fazer? A quem se destina o Pré-Seminário? O Pré-Seminário a discípulos Para esclarecerdestina-se dúvidas e/ou iniciar ode Jesus processo de Pré-Seminário, os candidatos Cristo (cristãos) que se disponham, com gene-

ou alguém (pároco, catequista, família, rosidade, a fazer um caminho de podem discernimento amigos...) juntamente com eles estabelecer contacto com osJovem respetivos vocacional. OoPré-Seminário destina-se responsáveis: com o Pe. Joaquim Félix, a rapazes com idades compreendidas no Seminário Conciliar, através do tele-entre os 203 300 e do email ano ou equiva12 efone os 253 15 anos. A partir do 11oseminarioconciliar@fazsentido.pt; e com o Pe. Rui lente (16 anos), os jovens e adultos que Sousa, no Seminário Menor, através doqueiram telefone 253se 202o 820 e do email compreender Seminário os seminapoderá ajudar riomenor@fazsentido.pt.

a discernir a vocação sacerdotal poderão frePara obter mais informações, poderá conquentar o Pré-Seminário Adulto. sultar a página web dos Seminários Arquidiocesanos de Braga, www.fazsentido.pt, e manifestar sua adesão na respetiva Quando e ondeaacontecem estes encontros? página das redes sociais.

Pré-Seminário Jovem

12 de outubro de 2019 09 de novembro de 2019 07 de dezembro de 2019 11 de janeiro de 2020 15 de fevereiro de 2020 14 de março de 2020 25 de abril de 2020 30 de maio de 2020 24-27 de junho de 2020

Os encontros de Pré-Seminário Jovem decorrem num sábado por mês, entre as 09h30 e as 17h00, no Seminário de Nossa Senhora da Conceição. O Pré-Seminário Adulto também acontece mensalmente, no Seminário Conciliar de São Pedro e São Paulo. Contudo, para os jovens e adultos que não possam comparecer nas datas estipuladas, por motivos profissionais ou de outra ordem, podem ser sugeridas outras datas, mais personalizadas.

Pré-Seminário Adulto

19 de outubro de 2019 www.fazsentido.pt

Já estão agendados os encontros para este ano pastoral?

As datas destes encontros para o ano pastoral Pe. Joaquim Félix (Seminário Conciliar)

2019/2020 já300 estão disponíveis. São as seguintes: t. 253 203 email: seminarioconciliar@fazsentido.pt Pe. Rui Sousa (Seminário Menor) t. 253 202 820 email: seminariomenor@fazsentido.pt

23 de novembro de 2019 21 de dezembro de 2019 11 de janeiro de 2020 29 de fevereiro de 2020 21 de março de 2020 04 de abril de 2020 09 de maio de 2020 04 de julho de 2020 5


ENTREVISTA

“Ser jovem está no espírito e não na idade”.

Grupo de jovens da Paróquia de Marrancos - Vila Verde

Falai-nos um pouco da vossa personalidade: sois jovens alegres, o que gostais de fazer, o que vos faz felizes, o que vos deixa apreensivos, vossos medos. Ser jovem está no espírito e não na idade. Somos um grupo de jovens de idades compreendidas entre os 14 e os 45 anos. Dizer isto, desta forma, causa uma certa estranheza, mas gostávamos que entendessem que a diferença de personalidades - alguns um pouco introspetivos, outros mais ousados - em nada se compara àquilo que nos une e que nos torna verdadeiramente felizes: a nossa Fé! Na azafama da vida, entre estudos e trabalho, procuramos arranjar sempre tempo para desenvolver as atividades do grupo, onde promovemos o contato com outras pessoas, sejam elas familiares ou amigos. E é este contacto que nos faz chegar ao coração do nosso próximo e 6

que, diretamente, contribui para a nossa realização tanto pessoal como coletiva. É claro que temos medos, e que cada um de nós lida com eles individualmente, porque também faz parte. Temos que nos resolver a nós próprios, no nosso interior para que, depois, possamos dar o nosso melhor enquanto grupo. É o nosso receio é de ficarmos fechados no nosso grupo e de não nos darmos, na medida certa, à comunidade e aos outros. Apavora-nos a ideia de não termos a capacidade de levar, de forma correta, a nossa mensagem de fé, de esperança, de partilha e, sobretudo, de Amor. Ou até mesmo de a conseguirmos levar, mas que essa mensagem possa ser mal interpretada. Necessitamos de uma comunidade mais em unidade ou, melhor dizendo, de um mundo! E aí chegamos ao ponto que pretendíamos. Num mundo onde tantos cristãos são

perseguidos, em Portugal podemos considerar-nos uns sortudos pela liberdade que temos para manifestar e praticar a nossa fé. No entanto, o bullyng é uma prática cada vez mais recorrente entre os jovens, sobretudo nas escolas, que em nada é comparado com a perseguição mundial aos cristãos, mas que nos faz recear que alguns destes jovens reneguem a sua fé. O que é que os jovens apreciam mais na pessoa de Jesus de Nazaré? O que mais apreciamos na pessoa de Jesus de Nazaré é a sua coragem e a sua persistência. Ele veio com a missão de morrer por nós e pela nossa salvação e em momento algum recuou ou se acobardou. Pensar nisto, dá-nos força. Em pleno séc. XXI recuamos e acobardamo-nos à mínima dificuldade, à mísera futilida-


ENTREVISTA

de. Temos de olhar mais para o exemplo que Ele nos deixou. Jesus viveu o verdadeiro sentido da vida, que é a fraternidade, que é a solidariedade, que é a partilha dos bens e de si mesmo, e isto, por si só, basta para nos encher o coração! Como jovens, e enquanto grupo, tentamos passar sempre este sentimento de ajuda e de amor para com o próximo, como se fossemos mensageiros da pessoa de Jesus na Terra. Como sentis a Pastoral Juvenil no Arciprestado? Algum desafio aos responsáveis deste sector? A Pastoral Juvenil tem uma missão muito importante entre nós, jovens, e para com os grupos que existem. Achamos que podem ser o maior elo de ligação e comunicação do espírito jovem e da sua mensagem de fé que queremos mostrar ao mundo. Desafiamos a pastoral juvenil do nosso arciprestado a fazer inquéritos para perceber as realidades dos diferentes grupos, bem como dos jovens que os frequentam. Desafiamos também a fazer mais encontros a nível do arciprestado de forma a criarmos uma maior ligação entre todos. Afinal, estamos todos no mesmo rumo, só que um pouco dispersos. Por fim, e (em tom de brincadeira) já dando bastante trabalho, desafiamos para apostarem nas formações para os animadores.

“O que mais apreciamos na pessoa de Jesus de Nazaré é a sua coragem e a sua persistência [...]. Temos de olhar mais para o exemplo que Ele nos deixou.” 7


ENTREVISTA

educação que acolhe, em particular, jovens e os ajuda a fortalecer e a aumentar a sua vocação. Acreditamos também que é aí que estes jovens têm a possibilidade de se encontrar melhor com Deus, de uma forma muito mais intimista e, deste modo, num futuro próximo, se tornarem sacerdotes ou missionários. Como trabalhar hoje a generosidade dos jovens para desafios que impliquem a vida ao nível do compromisso? Quais as expectativas para as Jornadas Mundiais da Juventude? Achais que podem levar a um maior compromisso dos jovens?

petitivos, consideramos que a resposta anterior continua válida para esta questão. No entanto, acrescentamos que, para os jovens que neste momento estão

As expetativas são muito boas. É muito bom poder ver e levar tantos jovens a participar com tanta alegria na igreja. Muitos pensam que esta não tem vida, mas nós consideramos que as JMJ têm a possibilidade de mostrar que a igreja está viva, que é alegre e jovem! Uma igreja viva para todos, para todas as idades, que celebra com todos e para todos!

“As JMJ têm a possibilidade de mostrar que a igreja está viva, alegre e jovem! Uma igreja para todos, que celebra com todos e para todos!”

Claramente deve levar a um maior compromisso, porque é importante percebermos que os jovens de hoje são os adultos de amanhã. E, se não tivermos jovens comprometidos com a igreja hoje, o que vai ser dela amanhã? Aos jovens que estão a ler este nosso testemunho, pedimos que reflitam sobre isto.

desmotivados e cansados, as JMJ podem impulsioná-los, ajudá-los a não desanimar, mas sim a despertar. A semente ainda lá está. Basta regá-la e deixála germinar!

A JMJ pode dar um novo impulso?

Estamos a viver a Semana de Oração pelos Seminários no Arciprestado de Vila Verde. Que ideia tendes do Seminário?

Com certeza que sim, mas, para não corrermos o risco de ser re-

Idealizamos um seminário como sendo um local de formação e de

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Nos dias que correm, os jovens comprometem-se cada vez menos com a vida cristã, e sentimos que nos cabe também a nós, grupo de jovens, a responsabilidade de contrariar essa situação. Devemos fazê-lo através de atos de bondade e de solidariedade, sem nunca esperarmos algo em troca. Fazermos o bem só porque nos sentimos bem em fazê-lo, e não porque nos queremos servir disso para nos colocarem num pedestal. Servir e não servir-me da igreja. Devemos amar e darmo-nos aos outros, principalmente àqueles que insistem em remar contra a maré, porque são esses que mais precisam de amor. Se confrontarmos os jovens de hoje com realidades distintas das que cada um vive e os colocar-mos no lugar do seu próximo, poderemos despertar neles o sentimento de generosidade e, deste modo, levá-los a criar a sua própria missão, construindo o seu compromisso enquanto cristãos. Com isto, esperamos que os jovens ponham mãos à obra e que ajam, inspirando-se sempre em Jesus Cristo.


TESTEMUNHO 2

Gabriel Silva, 11ºano, Paróquia de Penascais, Vila Verde “Fala, Senhor, que o vosso servo escuta!”(1 Sm 3,10): eis a proclamação do pequeno Samuel ao chamamento do Senhor. Assim, também eu, procurei e procuro responder ao chamamento que o Senhor Deus me fez com um generoso e sincero ”Sim, tal como Maria”. Nasci numa pequena paróquia de Vila Verde, Sta. Marinha de Penascais, e num ambiente familiar profundamente católico. Desde a infância que a minha avó me ensinou a rezar o terço e pequenas orações populares. Também os meus pais me deram a conhecer essas orações (Avé-Maria, Pai-Nosso, Anjo da Guarda…) e despertaram em mim o Amor a Jesus Cristo. Fui crescendo como qualquer jovem da minha aldeia, e a questão vocacional nunca foi prioritária. Porém, em 2014, chegou à mi-

nha aldeia um novo pároco, o Sr. Pe. Rui Sousa. O seu exemplo e dedicação causaram-me admiração, e a sua presença deixou importantes marcas no meu ambiente familiar. A sua ação pastoral fez com que me questionasse acerca do meu projeto de vida, ao mesmo tempo que levava

Com confiança, aceitei o convite que me endereçava e vim ao Seminário Menor pela primeira vez. A ideia que eu tinha desta casa, que julgava obscura e distante, mudou completamente. Na comunidade vivia-se a amizade, o acolhimento e a estima. Recordo com saudade todos os incentivos do meu Pré-Seminário. Findo um ano desta experiência, foi-me possibilitada a participação no estágio de admonição, que me permitiu contactar diretamente com o Seminário e essa semana firmou a minha decisão de ingressar nesta casa. Hoje, já com mais de dois anos desta vivência comunitária, sou feliz nesta caminhada em que, a cada dia, encontro o Senhor Jesus nas coisas mais simples do quotidiano e na partilha das diversas coisas com os outros.

“Sou feliz nesta caminhada em que, a cada dia, encontro o Senhor Jesus nas coisas mais simples do quotidiano e na partilha das diversas coisas com os outros”. um quotidiano “normal”, como qualquer adolescente da mesma idade. Dois anos mais tarde, o Sr. Pe. Rui deixou a minha paróquia para trabalhar na Equipa Formadora do Seminário de Nossa Senhora da Conceição e, no mesmo período convidou-me a participar num projeto que passou a coordenar, o Pré-Seminário Jovem.

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TESTEMUNHO 3

Na minha infância, nunca gostei da tranquilidade dos adultos e, por isso, causava dores de cabeça lá em casa, uma vez que era um rapaz irrequieto. De facto, cada um de nós tem a sua história de vida, as suas memórias. Portanto, os caminhos que escolhemos são diferentes. O caminho faz-se naturalmente, mas, sobretudo, faz-nos, transforma-nos. A minha infância, como a de tantos outros jovens, foi marcada por uma educação católica. Frequentei a catequese e os escuteiros que, decididamente, marcaram o meu percurso vocacional. Consequentemente, esta participação ativa na paróquia encaminhou-me para uma conversa com o meu pároco que, na sua simplicidade e disponibilidade para escutar, me acompanhou e aconselhou, colocando-me a seguinte questão: Jorge, tu

não queres ser padre?

Aquela pergunta lançou-me uma inquietação de quem procura respostas, mas só encontra perguntas. Uma sensação de estar sempre a andar às voltas, quase nunca saindo do mesmo sítio. Ia crescendo, mas esta pergunta ecoava em mim, as dúvidas consumiam-me e eu não encontrava respostas para àquela pergunta do meu pároco. A tentação de querer tudo feito sem esforço e o medo da dor das escolhas adiavam uma resposta concreta. É importante que paremos e pensemos, que não nos deixemos levar pela rotina, que já não distingue nem valoriza, que já não ama nem se entusiasma. Deus continuamente nos chama e, muitas vezes, as nossas respostas são palavras preguiçosas 10

e sonolentas: um instante, espera um momento. A questão é que este “instante” não tem fim, e este “espera um momento” se vai prolongando. O medo de que nos peçam mais do que aquilo que queremos dar, o medo de ouvir palavras incómodas e provocantes, o medo de sair do rol dos bem vistos toma-nos e paralisa-nos, impedindo que nos coloquemos realmente perante o nosso rosto. Há determinados lugares e eventos espiritualmente significativos, como as jornadas mundiais da juventude (ou Taizé e a peregrinação a Santiago de Compostela) que têm mostrado uma certa força de atração e que, com frequência, deixam marcas profundas pela vivência que proporcionam. No que concerne as JMJ, creio que será crucial que, após a sua realização, se continuem caminhos de acompanhamento. Aos jovens. As JMJ implicam uma preparação. Assim, é de grande importância proporcionar experiências que marquem, e não apenas encontros doutrinais, bem como fortalecer o sentido de grupo e dar atenção a cada um com conversas pessoais. A verdade é que a pastoral juvenil sofreu o impacto das mudanças sociais. Quem é jovem hoje, vive a sua própria condição num mundo diverso da geração dos seus pais e dos educadores. É a realidade. Não é uma dificuldade. É, sobretudo, uma oportunidade. Não nos podemos lamentar! Todavia, habitualmente, os jovens não encontram respostas para as suas preocupações, necessidades, problemas e feridas.

Por vezes, dá ideia de que nos custa ouvir os jovens com

paciência, compreender as suas preocupações ou as

suas reivindicações e aprender a falar-lhes na linguagem que eles entendem. Pela mesma razão, as propostas não produzem os frutos esperados. É tempo de escutar as suas aspirações. Não fiquemos encalhados na saudade de estruturas e hábitos que já não são fonte de vida no mundo atual. Este é o caminho a que a Igreja é chamada a percorrer. As barcas estão seguras atracadas no porto, mas foram construídas para a navegação, enfrentando as tempestades. Não

faz parte do cristão ficar imóvel na enseada, sem fazer nada.

Na última visita dos bispos portugueses ad limina, o Papa realçou o «grande número de adolescentes e jovens que abandonam a prática cristã, depois do sacramento do Crisma». E lançou algumas perguntas que devemos fazer a nós próprios: «Não pode deixar de nos preocupar a todos esta debandada da juventude. Perguntemo-nos: Porque se afastam os jovens? A fé não dá resposta às questões e interrogações que hoje inquietam os jovens? Não será porque há muito deixou de lhes servir o vestido da Primeira Comunhão que teimamos em vestir-lhes?». Eu creio que a experiência do caminho dos dois discípulos que abandonam Jerusalém e regressam à sua pacata aldeia de origem, Emaús, nos possa ajudar. Jesus acompanha estes homens nas suas buscas da felicidade.


TESTEMUNHO 3

Jorge Fernandes, 21 anos, Paróquia de Duas Igrejas, Vila Verde.

Não começa por lhes fazer um sermão. Pelo contrário, escuta, compreende-os e fala com eles. Este é o primeiro passo, sem o qual em vão nos cansamos e perdemos tempo. É importante

acompanhar e escutar.

Falar ao coração dos jovens de modo permitir-lhes que descubram o amor de Deus que salva. É importante dar sentido às perguntas e respostas que os jovens trazem dentro deles. Como Jesus aos discípulos de Emaús.

Uma comunidade acolhedora acompanha e escuta os jovens, falando linguagens claras, interpelando-os para uma vivência cristã comprometida, mas também apresenta um cris-

tianismo alegre e atento aos problemas contemporâneos. Não temos receitas pastorais mágicas, mas podemos valorizar e revitalizar o que já temos, e funciona, e encontrar novos métodos e meios que possam responder aos desafios e às necessidades dos jovens de hoje. Eu acredito que os jovens não conheçam somente a história de Jesus. De contrário, seria reduzido à figura de um grande homem, de um herói ou de mártir da história passada. De facto, os jovens chegam a Jesus de Nazaré pela via do amor gratuito. E, por isso, precisamos de dar missão aos jovens, educá-los num estilo de Igreja em saída às periferias do mundo: propor-

-lhes experiências de caridade que lhes permitam lidar e confrontar-se com as fragilidades humanas; atividades duradoiras de voluntariado com os necessitados, que possam levá-los a sair de si mesmos e do seu mundo virtual para relações diretas e mais humanas; experiências missionárias noutros países ou dentro do nosso país. E a verdade é

a vida não avança por ordens ou proibições, mas por uma paixão. Não caminha que

por golpes voluntaristas, mas por atração. Não avança por obrigações, mas por seduções. Assim, a paixão por Jesus nasce da descoberta da sua beleza refletida no rosto e na história de Cristo. 11


MENSAGEM DO ARCIPRESTE

Pe. Carlos Lopes Arcipreste de Vila Verde “O Senhor não pensa apenas naquilo que tu és, mas em tudo aquilo que poderás chegar a ser”. Deus vê – realmente – com olhos diferentes! (Cf. Christus Vivit 6) Fiel ao lema da Semana dos Seminários deste ano, que o título aponta, podemos ter a certeza que Deus vê – realmente – com olhos diferentes. Este tempo que é o nosso, desafia à diferença e, sem adocicar a visão da realidade, com todas as suas fragilidades, aponta para o empenho de algo fazer e com toda a força. (cf. CV 7 e 9). Os corações jovens estão sempre dispostos a mudar, a reconsiderar e a começar de novo. Jesus confirma.

Muitos são os que d’Ele se aproximam com esta juventude e são felizes; outros, infelizmente, parecem já possuir o coração demasiado envelhecido. Este Jesus quotidiano continua a inspirar-nos com a sua juventude. Irreverente ao ponto de nos levar a sonhar sonhos que o nosso mundo não oferece (Cf. CV 36). Como contagia, como desafia a fazermos o mesmo! Claro que dizer-Lhe “sim”, traz complicações, mas diferentes das que se verificam quando a cobardia nos paralisa (cf. CV 36). Afinal, o que quer Jesus de mim? Há que conversar com Ele, contar-Lhe tudo o que nos acontece, dar-Lhe lugar para que possa agir, entrar e vencer. E, assim, viver a estupenda experiência de se saber acompanhado por Ele (Cf. CV 155 e 156). Sabes que Jesus pode unir todos os jovens da Igreja num único sonho, um sonho concreto, e que é uma Pessoa que corre nas veias, que faz exultar e dançar de alegria o coração (Cf. CV 157). Há, por isso, que não perder a ligação com Ele, como se procura não perder a conexão com a internet. E, nos momentos de dúvida, perguntar-Lhe: “Jesus, que farias Tu no meu lugar?”. (CV 158) O Senhor desafia-te a descobrir quem és e a desenvolver o teu modo pessoal de ser santo, independentemente daquilo que digam e pensem os outros, porque és

aquele que Deus sonhou e criou, não uma fotocópia (Cf. CV 162). As comunidades são espaços favoráveis à criação de fraternidade atraente, que faz surgir um sentido para viver e criar família (Cf. CV 217), onde se percebe o valor de ser amado, de pertencer a algo que faz diferença. O Senhor tem um projeto estupendo para nós (Cf. CV 248). Ora, neste projeto, o que Deus quer de mim? Quer que faça parte da sua história de amor, entrelaçada nas minhas histórias, nas nossas histórias, onde Ele mesmo vem plantar e plantar-se (Cf. CV 252). E assim nos chama “a participar na sua obra criadora, prestando a nossa contribuição para o bem comum com base nas capacidades que recebemos” (Cf. CV 253). Isto é realizar a própria vocação, realizar o coração com vida, desenvolvendo e fazendo germinar e crescer tudo aquilo que uma pessoa é (Cf. CV 257), orientando a vida para o Pai que me conhece e me ama. Aqui se situa o discernimento, o tal instrumento de compromisso que torna possível a eleição ao “caminho de liberdade que faz aflorar a realidade única de cada pessoa, aquela realidade que é tão sua, tão pessoal que só Deus a conhece (CV 295), pois “o Senhor não pensa apenas naquilo que tu és, mas em tudo aquilo que poderás chegar a ser”.

SUGESTÕES CULTURAIS

Livro: “O elogio da imperfeição” Autor: Paolo Scquizzato Editora: Paulinas Ano: 2016

Se Deus quiser Nome original: Se Dio Vuole Ano:2015 Duração:87 minutos Classificação: M/12 Género: Comédia


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