Voz de Esperança Jan/Fev 2015

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JAN - FEV / 2015

SEM BARULHO, MAS COM O CORAÇÃO INTEIRO

Director: P.e Avelino Marques Amorim Ano XX - 5ª Série | Nº 44 | Bimestral 1,00 €

“És Imaculada, Senhora sem mancha, sem ruga, sem pecado, sem falhas de amor para com Deus e para com o próximo” Cón. José Paulo Abreu p. 2-3

FESTA DAS FAMÍLIAS “A peça Obra em Trânsito recorreu à memória para o conhecimento reconhecido, ou o reconhecimento conhecedor” F. Machado J. Vale p. 9

EDITORIAL

PERPÉTUA MEMÓRIA A solenidade da Imaculada Conceição assinala, neste Seminário e desde há muitos anos, a realização da Festa das Famílias, como momento mais que oportuno para uma atitude mutuamente agradecida: das famílias, pela formação e acompanhamento vocacional proporcionados aos seus filhos; do Seminário, pela generosidade e dádiva dos pais. Desde há sete anos a esta parte, e como sinal concreto de um mesmo projecto em etapas distintas e autónomas, este dia acolhe a Festa das Famílias do único Seminário Arquidiocesano. Com a celebração dos 90 Anos do Seminário de Nossa Senhora da Conceição temos procurado percorrer os anais da história. E assim foi possível redescobrir que a proximidade e comunhão destas duas casas, na festa litúrgica que celebra a concepção imaculada de Maria, já vem de longe. No dia 26 de Fevereiro de 1904, por proposta do director do seminário de preparatórios, nosso antecessor, era tomada a decisão de tomar parte nas festas da Imaculada Conceição promovidas pelo seminário de Teologia! O objectivo, naquela época, era bem diferente: dar a conhecer a instância preparatória para o Seminário Conciliar, e torná-la, efectivamente, instituição arquidiocesana. Hoje une-nos a comunhão e partilha do caminho de discernimento e aprofundamento vocacional, e a consciência de que Maria Imaculada permanece validamente como ícone de todo o vocacionado: gerar Cristo no coração da própria vida, vivendo e crescendo como Seu discípulo; respondendo, depois, com total e generosa disponibilidade à Sua proposta.

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VISÃO

SEM BARULHO, MAS COM O CORAÇÃO INTEIRO Cón. José Paulo Leite de Abreu

Releio o episódio da Anunciação e vejo-te perfeita: se Deus quer… se é essa a vontade d’Ele… faça-se… eis a escrava, a disponível, a dócil. O meu coração não conhece amarras. A Deus apenas desejo agradar. Sou uma serva humilde. Glorifico o Senhor por se lembrar de mim. O meu espírito alegra-se em Deus, meu salvador. Bendito seja Deus que não desconsidera, antes cumula os pequeninos com os seus favores. Pela graça de Deus todas as gerações me chamarão bem-aventurada. Contemplo o episódio do nascimento de teu filho e vejo-te perfeita. O teu rosto é sereno, os braços acolhedores, o sorriso espelha felicidade. Os anjos vêm fazer festa contigo e com José. Também os pobres. E os ricos, magos, reis. Todos. Não lamentas portas que se fecharam, durezas do homem vil, egoísmos e insensibilidades. Sorris apenas. Abraças. Acarinhas. Meditas. Celebras com todos o amor de um Deus incarnado e interessado pela humanidade. Na hora da partida para o Egipto, apesar da dor que os corações cruéis sempre causam, que as injustiças e prepotências sempre provocam, lá vais corajosa, o Menino colado a ti, a fé no Pai muito viva, o José sempre solidário e empenhado - um baluarte seguro. Por entre o pó da estrada, vêem-se mãos dadas, solidariedade, carinho, corações entrelaçados.

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Então não ralhas, não barafustas, não ameaças, não disparas palavrões nem bofetadas?! Por três dias tiveste que andar à procura do Menino, que não se lembrou de avisar que ia ficar na conversa com os doutores… No reencontro, nem desculpas te pediu. Apenas vos disse, a ti e ao José: “Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de Meu Pai?” Mas tu soubeste manter-te serena, tentando perscrutar no sucedido os desígnios de Deus. E como terás percebido bem, anos mais tarde, o que significam as “coisas do Pai”, quando Jesus morreu e reapareceu ao terceiro dia… Vejo-te perfeita nas bodas de Canã. Solidária com os noivos. A socorrê-los. A interceder por eles, como sempre o fazes por todos nós. A interceder junto de Jesus. A provocar o aparecimento do vinho da alegria sobre a mesa deles - como sobre as nossas mesas. E a centrar as atenções de todos no essencial: “Fazei o que Ele vos disser”. Jesus disse-te: “Ainda não chegou a minha hora”, apontando assim para o momento da ajuda máxima, do socorro maior, da intercessão perfeita, do apagar completo do que aflige o mundo. E nessa hora – uma vez chegada – lá estás tu, a impecável, a perfeita no amor a Deus e aos homens. Não falas, mas estás. Não fazes barulho, mas amas com o coração inteiro. Não blasfemas contra o mundo, mas estás solidária com quem o salva.

“Mulher, eis aí o teu filho”. E João, o discípulo, está a ouvir, representando-nos a todos. Tornas-te a Mãe de todos os discípulos. Dos corajosos e dos cobardes. Dos ingratos e dos agradecidos. Dos fracos e dos fortes. Dos traidores e dos fiéis. Afogando no teu interior a maldade humana, embrulhas-nos na tua enorme ternura, no teu amor incondicional, no teu coração maternal. Visito o Cenáculo e vejo-te de novo perfeita. Todos com medo, tu com coragem. Todos céticos, tu com confiança. Todos desconfiados, tu com ânimo. E esse Espírito que em ti concebeu o Salvador do mundo volta a derramar-se sobre todos. As portas abrem-se. A ressurreição é notícia. O Evangelho espalha-se. Jesus, o Messias, avança pelas estradas, pelos corações, pelo mundo. Por esse mundo que Ele quer redimido, alegre, salvo. Sei que estás em Deus, pois em Deus sempre estiveste. És a Senhora da Assunção, porque és Imaculada, Senhora sem mancha, sem ruga, sem pecado, sem falhas de amor para com Deus e para com o próximo. Aí junto de Deus, aqui junto de nós, intercede, ampara, acarinha. Roga a Teu Filho, ao Pai, ao Espírito que te tornou fecunda, a toda a Trindade, sejamos dóceis como tu, disponíveis como tu, tementes a Deus como tu, solidários com todos como tu, perfeitos no amor como tu. E contigo possamos um dia celebrar em festa, para sempre, as maravilhas de Deus, a alegre presença do Senhor.

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ARTE

IMACULADA CONCEIÇÃO (III) Luís da Silva Pereira

A imagem que hoje escolhi para comentar pertence à igreja dos Congregados, em Braga. O seu Reitor, P. José Granja, permitiu-me, amavelmente, fotografá-la e informou-me de que foi restaurada em 2007, ficando o restauro em 1.750 euros. A policromia das vestes imita o gosto do séc. XVIII, época a que, estilisticamente, a imagem pertence. De acordo com a visão apocalíptica (cap. 12, 1), a escultura apresenta um nimbo de 12 estrelas: “Depois apareceu um grande sinal no céu: uma mulher revestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e uma coroa de dozes estrelas na cabeça”. Também dividido em 12 madeixas louras, o cabelo da Senhora cai sobre os ombros e pelas costas. Houve, por certo, neste pormenor, uma intencionalidade do artista, querendo dizer que o cabelo da Senhora é luminoso como as estrelas. As mãos encontram-se postas, em atitude orante, e os olhos fitam em frente (noutras iconografias, olham a terra; noutras, ainda, o céu). O manto está apanhado no braço esquerdo e a túnica cobre os pés, sob os quais se destacam três cabeças de anjos, o número clássico. Embora não possamos ter a certeza de que as cores correspondem às originais, as asas estão pintadas de vermelho e azul. O vermelho indica que se trata de serafins (porque ardem de amor); o azul, que são querubins. Este 4 voz da esperança JAN/FEV2015.indd 4

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simbolismo das cores, porém, nem sempre é respeitado, misturando os artistas ambas as cores. O crescente lunar vira as pontas para baixo, posição menos habitual do que viradas para cima. Iconograficamente, porém, o mais interessante é a presença do dragão, símbolo do demónio, inspirado também no texto apocalíptico (cap.12, 3-4): “Apareceu então outro sinal no céu: um grande dragão vermelho”. O dragão, neste caso,

rodeia toda a esfera celeste, sobre a qual está de pé a Senhora. Trata-se da esfera celeste e não da terra, como por vezes, se afirma. De facto, quer a mulher quer o dragão aparecem “no céu”. Por isso, o artista acomoda-se ao texto bíblico, pintando as estrelas. Outras iconografias da Imaculada seguem o texto do Génesis, figurando a serpente em vez do dragão. Para mostrar a diferença, apresento apenas parte da bonita escultura

existente na igreja do Carmo, onde se vê a serpente com o fruto proibido na boca. Há uma evidente contaminação iconográfica com o texto apocalíptico no pormenor de a serpente cingir também a esfera celeste, em vez de rastejar pelo chão. Em ambos os casos, o facto de rodearem o globo significa, em nossa interpretação, que o pecado de que a Imaculada foi isenta contaminou não apenas o ser humano, mas o universo inteiro. 5

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SEMINÁRIO MENOR

RETIRO ESPIRITUAL Rafael Gonçalves, 12º Ano

É a partir do retiro que podemos restaurar forças para a longa caminhada que é a vida, estando em comunicação com o divino para que possamos perceber as nossas fragilidades, e assim as possamos converter em força. Foi com este princípio que realizamos o retiro espiritual em Outubro entre os dias 25 a 27, para dar importância à oração, à reflexão e ao silêncio. Este retiro foi orientado pelo nosso director espiritual, Pe. José

Granja, que desenvolveu várias reflexões sobre temas diversos, tais como a importância do silêncio, a vida espiritual, a vocação, entre outros. O nosso retiro realizou-se na casa do movimento apostólico de Schoenstatt que foi fundado pelo Pe. José Kentenich. Esta casa está envolvida com uma agradável área natural que proporciona a reflexão, a comunicação com Deus, com os outros e connosco próprios. Para que isso possa acontecer, é neces-

sário estarmos em escuta e muito atentos pois é nos pequenos aspectos que Deus se dá a conhecer, e deles podemos tirar ensinamentos para a nossa vida. Proponho a todos que façam um retiro, e aqueles que não sabem ainda qual é o seu caminho de felicidade e vocacional, procurem reflectir com Deus, caminho, verdade e vida, o modo mais acertado de construir o seu futuro. Este retiro desenvolveu variados temas, de modo a esclarecer as dúvidas que cada jovem tem, as quais, muitas vezes nos condicionam e nos impedem de fazer o nosso discernimento vocacional da melhor forma. A partir das orações apercebi-me que ELE me interpelava a desenvolver as minhas competências e os meus dons “porque a todo o que tem se dará mais, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado”(Mt. 25, 29). Desta forma, devo deixar que seja Deua a guiar-me, pois Ele quer o meu bem. Com o retiro aprendi que é importante estar em comunhão com Deus e com o próximo, o que nem sempre acontece. Em suma, o retiro é fundamental para fortalecer a fé dos crentes, desfiando-os a uma vida mais activa e alegre, indo ao encontro de Deus e de tudo o que ELE tem para nos oferecer.

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CAMINHOS DE CONFIANÇA... Tiago Nogueira, 12º Ano

O tempo de discernimento vocacional suscita perguntas às quais temos de dar respostas. Para tal, temos de nos abrir e deixar que outras pessoas nos ajudem a encontrar caminhos para as respostas. Neste sentido, o 12º ano, o ano mais avançado do Seminário de Nossa Senhora da Conceição, retirou-se, durante três dias, com a equipa formadora, para que, em conjunto, possamos encontrar caminho para algumas dessas respostas. Lisboa e Fátima foram os locais escolhidos para passarmos os três dias. Em Lisboa, acolhidos no Seminário do Verbo Divino, visitámos vários monumentos e locais, como a Torre de Belém, o Terreiro do Paço, a Sé de Lisboa, o Oceanário, a Igreja do

Mosteiro dos Jerónimos, o Chiado, o Padrão dos Descobrimentos, a Igreja de S. Francisco Xavier, entre outros. Deambulando pela capital, que se tornou centro de decisões preciosas e precisas para a sociedade, e nunca esquecendo o verdadeiro sentido, que é descobrir caminhos em Jesus Cristo, celebrámos a Eucaristia na Igreja do Mosteiro dos Jerónimos, no dia 21 de Dezembro, e no dia seguinte, a 22, celebrámos a Eucaristia com a comunidade do Seminário do Verbo Divino. No regresso, e para nos centrarmos no objectivo principal, dirigimo-nos ao Santuário de Fátima, onde, na Capelinha das Aparições, orámos a Deus, por intercessão de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, que nos

auxilie nesta caminhada vocacional. Ainda no Santuário de Fátima, pudemos visitar a exposição “Neste Vale de Lágrimas”, evocativa da aparição de Agosto de 1917. Para encerrar este encontro, reunimo-nos para dialogar e partilhar os bons momentos passados e aprofundar o seu significado de modo a encontrar caminhos para as respostas. E os formadores deixaram-nos algumas questões que podem orientar a nossa reflexão até à Páscoa. Em conclusão, este encontro foi precioso para compreendermos o sentido da união e partilha, o sentido de nos deixarmos ser acompanhados, e assim podermos caminhar com luz e cuidado, para não tropeçar em alguma “pedra”. 7

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SEMINÁRIO MAIOR

FIÉIS À PALAVRA E AO SERVIÇO Rúben Adelino, 4º Ano

No dia 16 de Novembro, como sempre acontece aquando do encerramento da Semana dos Seminários, celebrou-se a abertura solene das aulas nos seminários arquidiocesanos de Braga, no auditório S. Frutuoso. Neste ano, o maestro José Carlos Miranda, juntamente com o Rev. Pe. Juvenal trabalharam com o coro a animação dos momentos mais significativos das celebrações. O coro do Seminário Maior abrilhantou ainda a tarde com algumas peças polifónicas, além do já tradicional hino do seminário. Deve destacar-se a presença e participação do nosso estimado pastor arquidiocesano, o Arcebispo de Braga D. Jorge Ortiga, e também a presença amiga do Bispo de Viana do Castelo, D. Anacleto Oliveira, do Reitor do Seminário Conciliar de Braga, Cónego Vítor Novais e do diretor do Seminário de Nossa Senhora da Conceição, Cónego Avelino Amorim. No seu discurso, o Cón. Vítor Novais fez uma breve abordagem acerca da sólida formação proposta ao seminarista que se prepara para o sacerdócio ministerial. Neste tocante, apresentou uma novidade: o ano propedêutico, que entrará em vigor a partir do próximo ano letivo e é visto, sem dúvida, como oportunidade fecunda para cada jovem poder crescer espiritualmente. No que diz respeito ao seminário menor, o seu diretor referiu que esta instituição não procura formar «pa-

dres em miniatura», apresentando-se hoje como uma oportunidade de as famílias fazerem uma proposta diferente, de crescimento alicerçado, aos seus filhos. Também a doutora Alzira Fernandes usou da palavra ao longo da tarde, dando a conhecer o seu testemunho de vida e mostrando, assim, aos presentes que, em cada circunstância, a vida deve ser sempre encarada como uma descoberta, saibamos nós deixarmo-nos trabalhar por Deus. Pela primeira vez, o relatório de atividades foi apresentado por dois seminaristas, Rúben Cruz, do Seminário Maior, e

Bruno Lopes, do Seminário Menor. Finalmente, tomou a palavra o Sr. D. Jorge Ortiga, evidenciando a preocupação e o cuidado em ter bons padres, fiéis à palavra e ao serviço, e a todos exortando para que sejamos modelos de fé e exemplo a seguir, não como super homens, mas como verdadeiros discípulos que sentem o apelo do Mestre. Como não podia deixar de ser, a eucaristia constituiu o ponto alto da sessão, onde cada um teve a graça de ser interpelado a não ter medo de ser, verdadeiramente, servidor da alegria do Evangelho.

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FESTA DAS FAMÍLIAS Fernando Machado e José Pedro, 5º ano

A invocação de Maria como Imaculada Conceição está bem patente na devoção do povo lusitano desde o princípio da nacionalidade. Contudo, o dogma da Imaculada Conceição só foi definido pelo papa Pio IX em 1854. O dia 8 de dezembro reveste-se de especial significado para os Seminários de Braga. Além disso, uma das suas casas está consagrada à proteção de Nossa Senhora da Conceição, assinalando durante o próximo ano os 90 anos da sua construção. Toda a comunidade participou nas actividades programadas para o dia. A manhã teve início pelas 9.30 horas, com o acolhimento das famílias dos seminaristas no Auditório Vita, onde às 10.00 horas decorreu a oração da manhã. Na capela da Faculdade de Teologia, a celebração da Eucaristia foi presidida por D. Francisco Senra e contou com a presença de toda a comunidade Seminário (equipas formadoras, seminaristas e suas famílias), assim como antigos seminaristas e

outros amigos do seminário. Na homilia, D. Francisco Senra destacou a figura de Maria, ícone de fidelidade para todo o discípulo, chamado a corresponder ao amor de Deus, desafio para toda a Comunidade Seminário e toda a Igreja: seguir o seu exemplo de fidelidade e repetir, como Maria, um sim pleno de confiança. Após a celebração da eucaristia, seguiu-se o almoço em ambiente familiar. A tarde prosseguiu com o já tradicional momento cultural e recreativo. Na primeira parte do espetáculo, foram apresentadas as peças polifónicas. A primeira atuação esteve a cargo do coro do Seminário Menor e consistiu em seis peças além do hino. Em seguida, o Seminário Conciliar apresentou o hino e três peças polifónicas relativas à solenidade do dia e à quadra natalícia. A segunda parte do sarau teve início com a estreia da peça de Teatro deste ano, intitulada “A Obra em Trânsito: nos 90 anos do Seminário

de Nossa Senhora da Conceição”, a cargo do grupo São João Bosco, com sede no Seminário Conciliar de Braga, sob a orientação do Professor José Miguel Braga, pelo terceiro ano consecutivo. Num equilíbrio entre história e tempo, sonho e memória, a peça “Obra em Trânsito”, um só ato com 3 partes, um drama em jeito de comédia, recorreu à memória para o conhecimento reconhecido, ou o reconhecimento conhecedor, da casa e dos modos que chegaram até nós. O último momento de poesia da tarde foi seguido da execução de mais uma peça de piano que abrilhantou o sarau, assim como os vários momentos de “quebra-gelo”, a cargo dos alunos do seminário menor, que marcaram os momentos de pausa com bom humor e grande animação. Finalmente, o Grupo de cantares do seminário conciliar encerrou a tarde com músicas tradicionais, antes de todos cantarem os Parabéns pelo nonagésimo aniversário do seminário Nossa Senhora da Conceição. Assim terminou mais um dia de ação de graças pela forma maternal como Maria tem amparado esta instituição, o que ficou bem expresso no obrigado do diretor deste seminário, Con. Avelino Amorim, à presença e apoio constante dos pais, professores e funcionários dos seminários arquidiocesanos. 9

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SEMINÁRIO MAIOR

CEIA DE NATAL Fernando Torres, 5º Ano

No passado dia 28 de dezembro, as comunidades do Seminário Maior e Menor de Braga deixaram o conforto dos seus lares para se reunirem no Seminário Conciliar e assim estreitarem relações, acompanhados pelos seus pais, na já habitual Ceia de Natal. Este momento natalício abriu com um musical intitulado “Conto de Natal”, apresentado pela associação do Coro infanto-juvenil de Esporões, cuja mensagem reuniu diversos temas atuais para os quais a Igreja tem insistido, nomeadamente a insistência exagerada do mundo, nesta época festiva, para o consumo de bens supérfluos que levam ao esquecimento do verdadeiro acontecimento que é o nascimento de Jesus Cristo, autor da alegria que deve reinar no coração do homem. Após este momento lúdico, fomos convidados a rezar em comunidade na Eucaristia dominical, presidida pelo Senhor Arcebispo D. Jorge Ortiga. Neste âmbito, deve realçar-se, as palavras do nosso pastor, que começou por elencar o desafio lançado a toda a arquidiocese de Braga para o próximo ano de 2015, a saber: as Obras de Misericórdia Espirituais. Apesar de ter a consciência de que nenhum cristão pode esquecer as Obras de Misericórdia “pessoais”, D. Jorge Ortigs preferiu centrar-se nas espirituais. Deste modo, o Senhor Arcebispo continuou a sua homilia, ex-

plicando cada uma das sete Obras de Misericórdia espirituais: perdoar as injúrias, consolar os tristes, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, rezar pelos vivos e pelos mortos, suportar com paciência as pessoas que nos querem mal e aconselhar os que estão em dúvida. Advertiu, ainda, a que tudo façamos em nome de Jesus Cristo, vivendo sempre em ação de graças, tal como desafia o Apóstolo São Paulo aos Colossenses. Final-

mente, foram recordados, na mesma celebração, todos os familiares dos seminaristas que faleceram ao longo do ano. Terminado o ponto alto do nosso encontro, reunimo-nos todos para a Ceia de Natal, onde as saudades e a alegria entre todos os seminaristas e familiares foram as tónicas dominantes. Ainda houve tempo para desafiar a todos a ter um ano com muitas graças de Deus e muita saúde.

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PASTORAL UNIVERSITÁRIA

CRIARTE: UM PROJETO QUE NÃO DEIXA DE FORA NENHUM UNIVERSITÁRIO Eduardo Coturela, Estudante de Mestrado em Economia Social

O Projeto CriArte é um projeto implementado e promovido pela Pastoral Universitária de Braga (PUB) com o propósito de responder às exigências financeiras que a vida académica impõe aos jovens universitários, através da promoção e valorização financeira das diferentes expressões artísticas produzidas por estes estudantes. Não obstante, o CriArte

procura também facilitar o acesso de estudantes/jovens artistas a um público mais vasto, promovendo a sua “profissionalização”. O ProjetoCriArte tem assim dois grandes objetivos, nomeadamente,a promoção das diferentes expressões artísticas dos estudantes do ensino superior e a valorização financeira dos seus talentos como forma de resposta às exigências financeiras que a vida académica lhes impõe. O Projeto CriArte acolhe a participaçãode qualquer estudante das instituições de ensino superior situadas no espaço geográfico da Arquidiocese

de Braga. Como forma de respostas às dificuldades financeiras que a vida académica impõe aos estudantes o CriArte prevê que 90% do valor resultante da venda das obras reverta para o artista e os restantes 10% para o fundo de apoio social. Sendo que, o estudante pode doar mais do que 10% da receita da obra para o fundo de apoio social, se assim o entender.

através da pintura de uma tela. Sendo o principal objetivo desta ação sensibilizar os estudantes da academia minhota para o Projeto CriArte enquanto forma de conseguirem uma fonte alternativa de financiamento aos seus estudantes. No decorrer do mês de dezembro, realizaram-se vários momentos de apresentação das obras cedidas

No mês de dezembro, este Projeto lançou o desafio a diversos grupos culturais da Universidade do Minho para se expressaram artisticamente,

pelos grupos culturais, nomeadamente, a exposição no Centro Pastoral Universitário, uma mostra de algumas obras no Posto de Turismo de Braga de dia 8 a dia 15 de dezembro e a Exposição que decorreu na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva entre o dia 15 e o dia 31 de dezembro. Com a entrada em 2015, os próximos objetivos do CriArte são a realização de exposições e momentos de apresentação do projeto às comunidades, o lançamento da plataforma de venda online e, naturalmente, o de aumentar o número de estudantes abrangidos pelos Projeto.

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PASTORAL DE JOVENS

CONCURSO “MOSTRA O QUE FAZES!” Cada grupo e movimento da Pastoral de Jovens da Arquidiocese de Braga é convidado a inscrever-se e ser porta-voz da sua paróquia, através de um vídeo, onde se combinam a sincronização áudio e labial, com o objetivo de dar a conhecer as perspetivas, realidades, instantes e horizontes dos grupos de jovens. Trata-se de um concurso de videoclipe musical, sob uma forma de participação especial de cada grupo ou movimento na tua paróquia. Todos se poderão inscrever e votar! Documenta a tua marca no futuro da tua comunidade!!!

Os artigos publicados no “Voz de Esperança” seguem, ou não, o novo acordo ortográfico consoante a escolha dos autores.

Agradecemos os donativos que alguns assinantes nos fazem chegar. Não sendo de pagamento obrigatório, o Jornal só é viável com as vossas ajudas de custo! As ofertas deste bimestre totalizam 1.225,00 €. Podem enviar o vosso donativo para o endereço abaixo descrito, ou directamente para o NIB: 0007 0602 00472310008 15. Que o Senhor vos conceda o Seu amor e Graça.

REGRAS GERAIS DO CONCURSO O principal objetivo é a elaboração de um vídeo que mostre, de forma criativa, clara e concisa, aquilo que os grupos de jovens fazem e o que os motiva. Assim, o concurso obedece às seguintes regras: 1) Duração máxima do vídeo: 3 minutos (sem tempo mínimo); 2) O objetivo dos vídeos é o de apresentar os grupos a todos os jovens e partilharem experiências. Assim, os vídeos deverão incluir obrigatoriamente: i) nome do grupo e da paróquia; ii) nome do arciprestado/movimento a que pertence; iii) dinâmicas e atividades do grupo à escolha (ex.: reuniões, orações, músicas, retiros, en-

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cenações, campanhas solidárias, peregrinações/ caminhadas) 3) Os vídeos finais serão colocados na página do Facebook do Departamento pela equipa arquidiocesana (www.facebook.com/pastoraljovens), momento a partir do qual os direitos de utilização e imagem serão cedidos para o Departamento Arquidiocesano da Pastoral de Jovens. 4) Os próprios grupos poderão ir colocando vídeos na página ao longo do tempo, mas sem serem alvo de votação oficial; 5) A equipa do DAPJ reserva-se o direito de não publicar ou colocar a concurso e/ou de retirar da sua página vídeos que não se enquadrem no âmbito dos objetivos deste concurso. Mais informações em:www.diocese-braga. pt/pastoraljovens

Propriedade do Seminário de Nossa Senhora da Conceição

Rua de S. Domingos, 94 B 4710 - 435 Braga Telf: 253 202 820 | Fax: 253 202 821 www.fazsentido.pt seminariomenor@diocese-braga.pt vozdeesperanca@diocese-braga.pt N.º de Registo: 1152 88 Depósito Legal N.º 40196/91 Tiragem: 4000 Exemplares

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