Expediente e Sindicatos Filiados
FECOMBUSTÍVEIS Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes www.fecombustiveis.org.br Av. Rio Branco 103/13° andar. Centro-RJ. Cep.: 20.040-004 Telefone: (21) 2221-6695
ACRE
Delano Lima e Silva Rua Pernambuco nº 599 - Sala 4 Bairro: Bosque Rio Branco-AC Fone: (68) 3226-1500 sindepac@hotmail.com www.sindepac.com.br
A Fecombustíveis representa nacionalmente 34 Sindicatos e a Abra-
DISTRITO FEDERAL
José Carlos Ulhôa Fonseca SHCGN-CR 704/705, Bloco E entrada 41, 3º andar, sala 301 Brasília-DF Fone: (61) 3274-2849 Fax: (61) 3274-4390 sindicato@sindicombustiveis-df.com.br www.sindicombustiveis-df.com.br
gás, defendendo os interesses legítimos de quase 38 mil postos de serviços, 370 TRRs e quase 40 mil revendedores de GLP, além da revenda de lubrificantes. A Federação é filiada à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e faz parte da
ALAGOAS
Comissão Latino-Americana de Empresários de Combustíveis (Claec).
James Thorp Neto Av. Jucá Sampaio, 2247, Barro Duro Salas 93/94 Shopping Miramar Maceió-AL Fone: (82) 3320-2902/1761 Fax: (82) 3320-2738/2902 scvdpea@uol.com.br www.sindicombustiveis-al.com.br
Tiragem: 4,5 mil exemplares Presidente: Paulo Miranda Soares Presidente de honra: Gil Siuffo
ESPÍRITO SANTO
Nebelto Carlos dos Santos Garcia Rua Vasco Coutinho, 94 Vitória-ES Fone: (27) 3322-0104 Fax: (27) 3322-0104 sindipostos@sindipostos-es.com.br www.sindipostos-es.com.br
1º Vice-Presidente: Mario Luiz Pinheiro Melo 2º Vice-Presidente: José Carlos Ulhôa Fonseca 3º Vice-Presidente: Adão Oliveira da Silva 4º Vice-Presidente: Walter Tannus Freitas
GOIÁS
5º Vice-Presidente: Maria Aparecida Siuffo Schneider
AMAZONAS
6º Vice-Presidente: José Camargo Hernandes
Luiz Felipe Moura Pinto Rua Rio Içá, 26 - quadra 35 Conj. Vieiralves Manaus-AM Fone: (92) 3584-3707 Fax: (92) 3584-3728 sindcam@uol.com.br
José Batista Neto 12ª Avenida, 302 Setor Leste Universitário Goiânia-GO Fone: (62) 3218-1100 Fax: (62) 3218-1100 sindiposto@sindiposto.com.br www.sindiposto.com.br
BAHIA
MARANHÃO
1º Secretário: Roberto Fregonese 2º Secretário: Emilio Roberto C. Martins 3º Secretário: José Augusto Melo Costa 1º Tesoureiro: Ricardo Lisboa Vianna 2º Tesoureiro: Manuel Fonseca da Costa 3º Tesoureiro: Armando Matheussi Conselheiro Fiscal Efetivo: Luiz Felipe Moura Pinto Conselheiro Fiscal Efetivo: Julio Cezar Zimmermman Conselheiro Fiscal Efetivo: João Victor C. R. Renault Diretor de TRR: Álvaro Rodrigues Antunes de Faria Diretor de Postos de Rodovia: Ricardo Hashimoto Diretor de Meio Ambiente: João Batista Porto Cursino de Moura Diretor de GNV: Gustavo Sobral Diretor de Lojas de Conveniência: Paulo Tonolli Conselho Editorial:
José Augusto Melo Costa Av. Otávio Mangabeira, 3.127 Costa Azul Salvador-BA Fone: (71) 3342-9557 Fax: (71) 3342-9557/9725 sindicombustiveis@sindicombustiveis.com.br www.sindicombustiveis.com.br
Orlando Pereira dos Santos Av. Colares Moreira, 444, salas 612 e 614 Edif. Monumental São Luís-MA Fone: (98) 3235-6315 Fax: (98) 3235-4023 sindcomb@uol.com.br www.sindcomb-ma.com.br
Emilio Martins, José Antônio Rocha, José Camargo Hernandes, Mario Melo, Paulo Miranda Soares, Ricardo Hashimoto, Ricardo Lisboa Vianna e Roberto Fregonese. Editora: Mônica Serrano Editora-assistente: Gisele de Oliveira Repórteres: Adriana Cardoso e Rosemeire Guidoni Economista responsável: Isalice Galvão Programação visual: Girasoli Soluções (contato@girasoli.com.br) Impressão: Edigráfica
2 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
CEARÁ
Vilanildo Fernandes Rua Visconde de Mauá, 1.510 Aldeota Fortaleza-CE Fone: (85) 3244-1147 sindipostos@sindipostos-ce.com.br www.sindipostos-ce.com.br
MATO GROSSO
Aldo Locatelli R. Manoel Leopoldino, 414, Araés Cuiabá-MT Fone/Fax: (65) 3621-6623 contato@sindipetroleo.com.br www.sindipetroleo.com.br
SÃO PAULO - CAMPINAS MATO GROSSO DO SUL
Mário Seiti Shiraishi Rua Bariri, 133 Campo Grande-MS Fone: (67) 3325-9988 / 9989 Fax: (67) 3321-2251 sinpetro@sinpetro.com.br www.sinpetro.com.br
PIAUÍ
Robert Athayde de Moraes Mendes Av. Jockey Club, 299, Edificio Eurobusines 12º, sala 1212 Teresina-PI Fone: (86) 3233-1271 Fax: (86) 3233-1271 sindpetropi@gmail.com www.sindipetropi.org.br
Rafael Alexandre Figueiredo Gomes Travessa Guaporé, Ed. Rio Madeira, 3º andar, salas 307/308 Porto Velho-RO Fone: (69) 3229-6987 Fax: (69) 3229-2795 sindipetroro@uol.com.br sindipetroro@hotmail.com RORAIMA
MINAS GERAIS
Carlos Eduardo Mendes Guimarães Rua Amoroso Costa, 144 Bairro Santa Lúcia Belo Horizonte-MG Fone/Fax: (31) 2108- 6500/ 2108-6530 minaspetro@minaspetro.com.br www.minaspetro.com.br
RONDÔNIA
RIO DE JANEIRO
Ricardo Lisboa Vianna Av. Presidente Franklin Roosevelt, 296 São Francisco Niterói–RJ Fone/Fax: (21) 2704-9400 sindestado@sindestado.com.br www.sindestado.com.br
Abel Salvador Mesquita Junior Av. Surumu, 494 São Vicente - Boa Vista - RR Fone: (95) 3623-8880 sindipostos.rr@hotmail.com
Ovidio da Silveira Gasparetto Av. Duque de Caxias, 1.337 Bairro Marco Perímetro: Trav. Mariz e Barros/Trav. Timbó - Belém-PA Fone: (91) 3224-5742/ 3241-4473 secretaria@sindicombustiveis-pa.com.br www.sindicombustiveis-pa.com.br
RIO DE JANEIRO - MUNICÍPIO
Maria Aparecida Siuffo Pereira Schneider Rua Alfredo Pinto, 76 - Tijuca Rio de Janeiro-RJ Fone: (21) 3544-6444 sindcomb@infolink.com.br www.sindcomb.org.br
Robson de Souza Rua Porto União, 606 Bairro Anita Garibaldi Joinville-SC Fone: (47) 3433-0932 / 0875 Fax: (47) 3433-0932 sindipetro@sindipetro.com.br www.sindipetro.com.br
SANTA CATARINA - BLUMENAU PARAÍBA
Omar Aristides Hamad Filho Rua Rodrigues de Aquino, 267 5º andar - Centro João Pessoa-PB Fone: (83) 3324-1600 Fax: (83) 3221-0762 sindipet@hotmail.com www.sindipetropb.com.br
RIO GRANDE DO NORTE
Antônio Cardoso Sales Rua Monte Sinai - Galeria Brito salas 101/102 - Natal-RN Fone: (84) 3217-6076 Fax (84) 3217-6577 www.sindipostosrn.com.br sindipostosrn@sindipostosrn.com.br
Julio César Zimmermann Rua Quinze de Novembro, 550/4º andar Blumenau-SC Fone: (47) 3326-4249 / 4249 Fax: (47) 3326-6526 sinpeb@bnu.matrix.com.br www.sinpeb.com.br
SANTA CATARINA FLORIANÓPOLIS PARANÁ
RIO GRANDE DO SUL
Rui Cichella Rua Vinte e Quatro de Maio, 2.522 Curitiba-PR Fone/Fax: (41) 3021-7600 diretoria.sindi@sindicombustiveis-pr.com.br www.sindicombustiveis-pr.com.br
Adão Oliveira Rua Cel. Genuíno, 210 - Centro Porto Alegre-RS Fone: (51) 3930-3800 Fax: (51) 3228-3261 presidencia@sulpetro.org.br www.sulpetro.org.br
PERNAMBUCO
RIO GRANDE DO SUL – SERRA GAÚCHA
Alfardo Pinheiro Ramos Rua Desembargador Adolfo Ciríaco,15 - Recife-PE Fone: (81) 3227-1035 Fax: (81) 3445-2328 sinpetro@sindicombustiveis-pe.org.br www.sindicombustiveis-pe.org.br
Luis Henrique Martiningui Rua Ítalo Victor Berssani, 1.134 Caxias do Sul-RS Fone/Fax: (54) 3222-0888 sindipetro@sindipetroserra.com.br www.sindipetroserra.com.br
SÃO PAULO - SANTOS
José Camargo Hernandes Rua Dr. Manoel Tourinho, 269 Bairro Macuco - Santos-SP Fone: (13) 3229-3535 Fax: (13) 3229-3535 secretaria@resan.com.br www.resan.com.br
SERGIPE SANTA CATARINA
PARÁ
Flávio Martini de Souza Campos Rua José Augusto César, 233 Jardim Chapadão - Campinas-SP Fone: (19) 3284-2450 recap@recap.com.br www.recap.com.br
Paulo Roberto Ávila Av. Presidente Kennedy, 222 - 2º andar Campinas São José-SC Fone: (48) 3241-3908 sindopolis@gmail.com
SANTA CATARINA - LITORAL CATARINENSE E REGIÃO
Giovani Alberto Testoni Rua José Ferreira da Silva, 43 Itajaí-SC Fone: (47) 3241-0321 Fax: (47) 3241-0322 sincombustiveis@sincombustiveis.com.br www.sincombustiveis.com.br
Mozart Augusto Oliveira Rua Raimundo Fonseca, 57 -13 de Julho Aracaju-SE Fone: (79) 3214-4708 Fax: (79) 3214-4708 sindpese@infonet.com.br www.sindpese.com.br
SINDILUB
Laércio dos Santos Kalauskas Rua Trípoli, 92, conj. 82 Vila Leopoldina São Paulo-SP Fone: (11) 3644-3440/ 3645-2640 sindilub@sindilub.org.br www.sindilub.org.br
TOCANTINS
Eduardo Augusto Rodrigues Pereira 103 Sul, Av. LO 01 - Lote 34 - Sala 07 Palmas-TO Fone: (63) 3215-5737 sindiposto-to@sindiposto-to.com.br www.sindiposto-to.com.br
TRR
Álvaro Rodrigues Antunes de Faria Rua Lord Cockrane, 616 8º andar, salas 801/804 e 810 Ipiranga-SP Fone: (11) 2914-2441 Fax: (21) 2914-4924 info@sindtrr.com.br www.sindtrr.com.br Entidade associada ABRAGÁS (GLP)
José Luiz Rocha Fone: (41) 8897-9797 abragas.presidente@gmail.com
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 3
Índice
6
Estados Unidos Ganhando fôlego
12
Cenários
20
Gasolina
30
Etanol
38
Diesel
46
Biodiesel
52
GNV
Além do PIB
Em ritmo de crescimento
Colheita farta não recupera competitividade
Alto consumo
Pressão por mudanças
Perda da competitividade
4 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
58
GLP
64
Lubrificantes
68
Meio Ambiente
74
Legislações
80
Conveniência
84
Fecombustíveis
Crescimento contido
Mercado em evolução
Combustíveis e emissões
Desatando os nós
Cada loja, um modelo
Árduo trabalho
5 90
Carta do Presidente Cadeia de Abastecimento
91 92 94 96
Siglas Lista de Tabelas Glossário Fontes de Pesquisa e Agradecimentos
Carta do Presidente
Rumo à evolução Conforme era previsto, no ano de 2013, o consumo de combustíveis continuou aquecido, com resultado acima do PIB brasileiro, porém, os dados oficiais da ANP apresentaram um crescimento mais contido em comparação aos resultados do setor em 2012. Somente no ano passado, as vendas de combustíveis cresceram 5% em comparação a 2012, com isso, elevamos nossa participação no PIB para 5,68%. Apesar de 2013 demonstrar dados mais modestos, ainda somos um dos setores da economia que permanece em crescimento. Podemos considerar um ano bom para o setor e os resultados só não foram melhores devido às circunstâncias econômicas. A indústria automobilística atingiu recorde de produção, porém, as vendas ficaram mais contidas, refletindo cautela do consumidor. Para este ano, as previsões indicam um ano de menor consumo, já que o governo retirou o benefício de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e promoveu reajuste das alíquotas em janeiro deste ano. Porém, independente do brasileiro comprar ou não carros zero quilômetro, a frota de veículos novos e antigos nas ruas demanda abastecimento contínuo, o que é muito positivo não só para os empresários do setor, mas para a economia do país como um todo. O ano de 2013 trouxe muitas novidades para o mercado de combustíveis. Iniciamos o ano com o ingresso do diesel S10 no mercado em substituição ao S50. Passamos com louvor pelo período de transição, graças ao planejamento e preparo de toda a cadeia para lidar com este combustível com menor teor de enxofre e bastante suscetível à contaminação. Tivemos mais um ano discutindo o marco regulatório do biodiesel, especialmente o aumento do teor de biodiesel no diesel para 7%. De um lado, a produção pressiona o governo federal para aumentar o percentual da mistura e, de outro, montadoras de automóveis, distribuidoras e revendedores tendo um olhar mais cauteloso, devido ao impacto que esse aumento pode causar aos veículos e à infraestrutura. Devemos considerar o fato de que muitas usinas não estavam produzindo biodiesel, com menor teor de água de 200 ppm, sendo mais um fator impeditivo para o aumento da mistura em 2013. No caso da revenda, a preocupação é evitar os problemas já conhecidos desde o aumento de 5% do biodiesel no diesel, em 2010, como a formação de borras nos tanques e filtros e nos veículos causada pelo biocombustível. Terminamos 2013 nos preparando para receber a nova gasolina com menor teor de enxofre. Estamos, atu-
almente, comercializando combustíveis fósseis com menores teores de enxofre, menos prejudiciais ao meio ambiente. Com isso, 2013 foi o último ano de circulação do diesel S1800, hoje, no mercado nacional só há dois tipos de diesel em comercialização: S10 e o S500. 2013 também colocou em evidência o mercado de etanol. O governo federal promoveu um pacote de estímulos para a produção com isenção do PIS/Cofins, aumento da elevação do teor da mistura do etanol anidro à gasolina de 20% para 25% e melhores condições nas linhas de financiamento do BNDES. A produção da cana-de-açúcar passou por um pequeno alívio em meio às turbulências dos últimos anos, ocasionadas pelas quebras de safra. Foi um ano de boas condições climáticas, safra recorde e diminuição da importação. Porém, apesar das circunstâncias favoráveis, o etanol ainda perde em competitividade para a gasolina, enquanto o governo federal mantiver a política de contenção de preços da Petrobras. Além disso, a crise do setor sucroenergético não diminuiu, o endividamento das usinas continua elevado, ocasionando a falência de muitos usineiros. Particularmente, 2013 foi um ano em que vimos deslanchar normas importantíssimas para a revenda. Dentre as de maior destaque estão a Resolução 44/2013, que passou a exigir a obrigatoriedade da amostra-testemunha para as distribuidoras (modalidade FOB) e o uso do lacre numerado nos caminhões-tanque, e a Resolução 41/2013, que atualizou as regras para a atividade da revenda. Com tantos assuntos em evidência, é com grande satisfação que apresento alguns dos destaques do Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014, já em sua sexta edição. O relatório tem o papel de levar a informação e mostrar os principais fatos e tendências sobre o mercado de combustíveis, a fim de oferecer respaldo a todos os envolvidos com o segmento e aprofundar seu conhecimento em relação ao setor. Espero que esse relatório sirva para ampliar os horizontes, elucidar os acontecimentos e mostrar novas oportunidades. Façam bom uso desse instrumento, seguindo sempre o caminho da evolução! Boa leitura! Paulo Miranda Soares Presidente da Fecombustíveis
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 5
Estados Unidos
Ganhando fôlego Mais um ano se passou e a economia norte-ame-
empresas de petróleo eram proprietárias dos postos
ricana segue em ritmo de recuperação da crise finan-
e operavam com uma significativa margem de lucro.
ceira mundial. A política monetária implementada pelo
Atualmente, menos de 0,4% dos postos, que também
Banco Central norte-americano tem persistido na busca
atuam com as lojas de conveniência, são de proprie-
de uma recuperação firme do país. Os indicadores eco-
dade das grandes companhias. Cerca de 95% do total
nômicos, que são o termômetro para mostrar os sinais
são empresas independentes, ligadas a operadores de
de melhora, se encontram em fase de ajustes. Os dados
lojas de conveniência ou cadeias regionais. Ao con-
de emprego nem sempre acompanham as perspectivas
trário da revenda brasileira, o carro-chefe do negócio
do mercado, ora pioram, como no início de 2014, ora
norte-americano é a loja de conveniência. Os empre-
melhoram. Porém, no fim do primeiro trimestre deste
sários lucram com a diversificação de produtos e ser-
ano, os setores da indústria e de serviços, incluindo
viços oferecidos pela conveniência, e o ganho com a
vendas de automóveis, vinham sinalizando o fortaleci-
venda de combustíveis é mínimo.
1.1 PARTICIPAÇÃO Do setor NO PIB 2012
4,5%
2013
4,0%
recursos na produção e nas operações de refino. A redução tem sido significativa ao longo do tempo. No ano
Fonte: Nacs
passado, por exemplo, ExxonMobil e a BP North Ame-
1.2 COMPOSIÇÃO DO FATURAMENTO Combustíveis Outros produtos Total (em bilhões de US$)
Desde 2007, as grandes empresas petroleiras começaram a deixar a revenda varejista para investir seus
2012 72% 28% 700,3
2013 71% 29% 695,5
Fonte: NACS
mento da economia. Enquanto a economia prossegue
rica encerraram suas atividades na operação de postos. Das cinco maiores companhias de petróleo, a Chevron é a que mantém o maior número de postos, 406 no país e, mesmo assim, vem diminuindo sua operação. No ano passado, a companhia encerrou 2013 com nove postos a menos em relação a 2012. A Shell fechou 15 postos e terminou 2013 com 23 unidades.
com oscilações, os norte-americanos buscam melhores
Dos 152.995 postos de abastecimento no país,
alternativas de consumo para favorecer o orçamento
cerca de 31% trazem a marca de grande companhia
familiar entre os itens de gastos necessários, como é
de petróleo e outros 19% carregam a marca das com-
o caso dos combustíveis. Segundo o NACS Retail Fuels
panhias de refino. Nos Estados Unidos, aproximada-
Report 2014, cerca de 40 milhões de americanos bus-
mente, 50% dos postos não têm bandeira.
cam postos com melhores preços e locais mais convenientes para abastecer seus veículos.
Estes estabelecimentos são, frequentemente, de propriedades de empresas com marca independente
No ano passado, os postos de combustíveis dos Es-
e adquiriram combustíveis no mercado aberto ou por
tados Unidos registraram faturamento de US$ 695,5 bi-
meio de contratos com refinarias ou distribuidores. Tais
lhões, o que corresponde a participação de 4% do PIB
dados não tiveram alteração em relação a 2012.
norte-americano. As vendas com combustíveis representaram 71% do total do faturamento, uma redução de um ponto percentual em relação a 2012. Enquanto que as lojas de conveniência cresceram um ponto percentual, para 29% no mesmo período.
Cada vez menos O mercado da revenda norte-americano não é mais o mesmo. Há algumas décadas, as principais
1.3 POSTOS DE PROPRIEDADE DAS COMPANHIAS DE PETRÓLEO Chevron Shell ExxonMobil BP North America ConocoPhillips Inc. TOTAL
2012 415 38 13 3 2 471
2013 406 23 0 0 1 430
Fonte: NACS
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 7
Estados unidos
Canais de venda Os norte-americanos abastecem seus carros cerca de quatro a cinco vezes por mês, em
1.4 hipermercados que atuam no varejo de combustíveis 2012 21,2% 22,3% 9,4% 7,0% 6,9% 33,3% 4.893
aproximadamente 153 mil postos de abastecimento em todo o país. Os postos com lojas de conveniência (126.658 estabelecimentos) vendem mais de 80% do combustível adquirido nos Estados Unidos. Durante a última década, o número de lojas de conveniência cresceu 21,1% (de 104.600 a 126.658 lojas). Enquanto que o número total de locais de abastecimento de com-
Walmart Kroger Sam’s Club Safeway Costco Outros TOTAL
2013 21,0% 22,6% 9,4% 6,6% 7,2% 33,2% 5.093
Fonte: NACS
bustível caiu 8,7% (de 167.571 a 152.995 locais). Dentre os canais de vendas de combustíveis, os hipermercados vêm se fortalecendo ao longo dos anos. Segundo a NACS Retail Fuels Report 2014, os 5.093 hipermercados venderam cerca de 12,6% dos combustíveis nos Estados Unidos. Esses locais comercializaram aproximadamente 280 mil galões por mês, mais que o dobro do volume de um revendedor varejista tradicional. Atualmente, dos cinco principais hipermercados que operam postos de serviços, no topo do ranking vem Kroger, com 22,6% do total; seguido pelo Wal-Mart com 21%; Sam’s Club com 9,4%; Cotsco, 7,2% e Safeway 6,6%.
1.5 Proprietários de postos
por número de estabelecimentos 58,6% 58,3%
2012 2013
4,9% 1 loja
9,4% 4,5%
2-10 lojas
14,7%16,1% 9,1%
11-50 lojas
Fonte: NACS
8 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
6,0%
5,7%
51-200 lojas
6,5%
6,3%
201-500 lojas
a partir de 501 lojas
Preços Os preços dos combustíveis no varejo nos Esta-
1.6 COMPOSIÇÃO DO PREÇO
DA GASOLINA NO VAREJO
dos Unidos são afetados por quatro conjuntos de custos: petróleo bruto, impostos, custos de refino e distribuição e comercialização. Os preços do petróleo têm, de longe, o maior efeito sobre os preços do varejo. Seus custos são responsáveis por cerca de dois terços das despesas de um galão de gasolina.
2012 66% 12%
Petróleo Refino Margens Impostos Preço (Em US$ por litro)
Fonte: EIA
2013 68% 11%
9%
9%
11% 0,936
12% 0,926
No ano passado, o preço da gasolina caiu 1% ante 2012, fechando 2013 em US$ 0,926 por litro. O custo do petróleo bruto representou maior crescimen1.7 COMPOSIÇÃO DO PREÇO
to na composição de preços, chegou a 68% do preço
DO DIESEL NO VAREJO
de varejo da gasolina, aumento de dois pontos percendiminuiu de 12% para 11% e os impostos aumenta-
Petróleo Refino
2012 61% 13%
2013 61% 12%
ram um ponto percentual, para 12%, de um ano para
Margens
14%
15%
outro. No período, as margens permaneceram iguais,
Impostos Preço (Em US$ por litro)
12% 1,049
12% 1,036
tuais sobre 2012. Em contrapartida, o custo do refino
em 9%. Em relação ao diesel, o preço ficou em US$ 1,036
Fonte: EIA
por litro. Assim como a gasolina, no ano passado, o preço caiu 1% em comparação a 2012. As margens da comercialização tiveram incremento de um ponto percentual, atingindo 15% em 2013. O petróleo bru-
1.8 VENDAS DE GASOLINA
E DIESEL (Em milhões de m3)
to, maior custo na composição de preços do produto, não apresentou alteração, permanecendo em 61% do
2012
2013
total e o custo do refino teve queda de um ponto per-
Gasolina
481
482
centual, registrando 12%. Enquanto que a arrecada-
Diesel
199
201
ção de impostos continuou inalterada, em 12%.
Fonte: EIA
1.9 BIODIESEL (Em milhões de m3)
1.10 ETANOL (Em milhões de m3)
2012
2013
Produção
3,7
5,1
Consumo
3,3
5,2
Fonte: EIA
2012
2013
Produção
50,0
50,4
Consumo
48,8
49,9
Fonte: EIA
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 9
Estados unidos
Por que o diesel é mais caro? Há uma série de razões pelas quais o diesel é mais caro do que a gasolina. Em primeiro lugar, como o mercado da gasolina norte-americano é dominante, a infraestrutura de refino é voltada para a produção de gasolina. A partir de um barril de petróleo, nas refinarias dos EUA, é possível produzir de 18 a 21 galões de gasolina e 10 a 12 galões de diesel. Os rendimentos das refinarias podem, de certa forma, sofrer alterações, mas para produzir mais é preciso investir bilhões de dólares em melhorias. Outro aspecto é que, enquanto os Estados Unidos mantêm predominantemente sua matriz veicular dependente da gasolina, outros países são dependentes do diesel. O combustível é utilizado na maioria dos novos veículos de passageiros na Europa. Há uma demanda forte por diesel, tanto de veículos quanto de parques industriais nos países em desenvolvimento. Os preços do diesel, assim como na gasolina, baseiam-se em uma série de fatores e não dependem apenas da demanda interna, mas também de preços externos, já que as vendas do combustível em outros países interfere na dinâmica do mercado americano.
Tendências Os veículos movidos a diesel podem ganhar significativa participação de mercado nos próximos anos, já que os fabricantes querem utilizar esta tecnologia para melhorar a eficiência de suas frotas. Os veículos movidos a diesel fazem de 20% a 40% mais milhas por galão em comparação a gasolina. Quanto ao crescimento de diesel, as previsões da EIA afirmam que os motoristas vão consumir 17,1% a mais do produto em 2023 e cerca de 26% a mais, em 2040. Em contrapartida, a demanda por gasolina deverá diminuir 14,8% em 2023; e 24%, em 2040. Para que o mercado de diesel possa expandir conforme a previsão tanto da EIA quanto do Instituto de Combustíveis, o comportamento do consumidor precisa mudar. Um dos fatores limitantes para aumentar a demanda do consumidor por veículos movidos a diesel é o preço por galão. Em uma pesquisa realizada em maio de 2013, 69% dos consumidores afirmaram que a probabilidade de considerar um veículo a diesel era improvável, sendo que 54% citaram o preço do produto como um fator preponderante para a falta de interesse. Este resultado não surpreende, considerando que, em 2013, a média do preço do diesel era US$ 0,42 centavos por galão acima do preço da gasolina.
10 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Paradas de descanso
áreas de descanso comerciais prejudicam as empresas privadas por oferecerem monopólios virtuais na
Ao contrário do Brasil, nos Estados Unidos os pontos
venda de serviços. Em 2012, os parlamentares norte-
de paradas de descanso para caminhoneiros são bastante
-americanos chegaram a cogitar a possibilidade de
comuns. Os locais surgiram ainda na década de 1950,
derrubar a proibição das áreas de descanso comer-
quando foi criado o Sistema de Rodovias Interestaduais.
ciais, mas acabou sendo vetada pela maioria do Con-
Porém, na época, com o receio de que os negócios locais
gresso. A entidade calcula que, se a medida tivesse
nas cidades pudessem ser prejudicados pelo novo siste-
sido aprovada, mais de 97 mil negócios e 2,2 milhões
ma, o Congresso norte-americano proibiu a instalação de
de empregos poderiam ter sido prejudicados.
serviços comerciais, como alimentação e combustíveis,
No Brasil, o tema pontos de parada permanece in-
nas áreas de descanso comerciais em vias públicas inte-
definido, e depende das alterações na Lei 12.619, que
restaduais. Desde então, tais serviços foram agrupados
segue em discussão ao longo deste ano. No entanto,
em locais estabelecidos nas saídas das rodovias.
cogita-se utilizar os espaços dos postos de combustíveis
De acordo com a NATSO (Associação Nacional
como paradas de descanso dos caminhoneiros. A reali-
dos Operadores de Paradas de Caminhões), entidade
dade nacional é bem diversa da dos Estados Unidos. Lá
norte-americana que representa os donos e operado-
os operadores de paradas de caminhão são os maiores
res de paradas de caminhão e praças de viagem, as
distribuidores de diesel e gasolina daquele país.
Combustíveis renováveis O debate atual sobre combustíveis renováveis não é, necessariamente, uma novidade, embora a discussão venha ganhando relevância dadas as circunstâncias atuais. Afinal, o etanol foi usado pela primeira vez como combustível nos primeiros automóveis no final dos anos 1890. Mais tarde, foi estimulado pelo governo no final de 1970. O consumo de combustíveis renováveisno mercado norte-americano, em grande parte, tem o apoio dos programas de governo, e há grande diversidade de novos produtos, como, por exemplo, os tipos E85, B20, E15, que estão tentando aumentar sua participação de mercado. Esta situação cria complexidades em todo o mercado e força os varejistas a tomar decisões sobre os negócios ligados aos combustíveis. Os biocombustíveis ajudam a aumentar a oferta para o consumo e contribuem elevar a competição do mercado. Como a eficiência da frota de veículo melhora e a procura global por gasolina declina, o mercado de outros combustíveis tende a se tornar mais competitivo. Paralelamente, os varejistas estão tentando tirar proveito dessas novas oportunidades. Alguns projetos estão sendo desenvolvidos para auxiliar os combustíveis renováveis a ganhar participação de mercado, entre os quais se destacam: Veículos mais novos estão sendo projetados para diferentes teores de etanol: muitos modelos de veículos produzidos hoje têm garantia para operar com combustíveis contendo nível diferenciado de etanol, como o E15. Além disso, alguns fabricantes de automóveis estão avaliando as perspectivas para a concepção de motores de alto desempenho que irão operar nos chamados “renewable super premium” (super premium renovável) - um combustível de alta octanagem que inclui entre 20% e 30% de etanol. Se esse mercado se consolidar, cria-se uma oportunidade para os combustíveis renováveis expandirem sua participação de mercado. Biocombustíveis mais avançados em desenvolvimento: o mercado de combustíveis renováveis hoje é dominado pelo etanol de milho e o biodiesel de soja, enquanto que o etanol de celulose segue em fase de testes. No entanto, investimentos significativos continuam sendo feitos para melhorar a produção de novas alternativas de combustíveis. No futuro, o mercado de combustíveis pode adotar estes produtos, assim que seus custos de produção diminuírem e os volumes começarem a aumentar para atender às demandas do mercado.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 11
cenรกrios
Além do PIB O mercado de combustíveis líquidos permaneceu
à Resolução nº 45/2013. Segundo dados da ANP,
aquecido em 2013, com crescimento das vendas to-
a capacidade de armazenamento das distribuidoras
tais de 5% sobre 2012. O resultado demonstra que
aumentou 2,3% em 2013, com destaque para a Re-
o setor continua robusto, assim como em anos ante-
gião Norte, que teve elevação de 9,8%.
riores, com evolução acima do Produto Interno Bruto
As áreas supridas via cabotagem, como as regiões
(PIB) (2,3% no ano passado). O faturamento gerado
Norte e Nordeste, enfrentam problemas com abaste-
com a venda de combustíveis somou R$ 275 bilhões,
cimento todos os anos. Basicamente, as questões se
crescimento de 13% em comparação a 2012. Do fa-
resumem à frota de navios obsoleta e à falta de ma-
turamento total, o diesel contribuiu com participação
nutenção dos mesmos, o que ocasiona interrupção do
de 49%, a gasolina participou com 43% e o etanol
abastecimento pela quebra constante dos navios. Para
representou 8%. A evolução do setor trouxe como re-
piorar a situação, a frota atual de navios é insuficiente
sultado o aumento da participação no PIB brasileiro
para atender a demanda crescente por combustíveis.
para 5,68% em 2013.
O problema pode perdurar por anos, se não houver
Com o crescimento da demanda por combus-
investimentos na renovação de navios.
tíveis, o impacto no sistema abastecimento tem se
Enquanto o sistema de abastecimento no país
tornado inevitável. O problema é recorrente e as
passa por mudanças, a demanda por combustíveis
falhas pontuais nas entregas de combustíveis ocor-
não para. O diesel e a gasolina são os combustíveis
rem todos os anos e, em 2013, não foi diferente. Para contornar o problema, a ANP publicou a Resolução nº 45/2013, que estabelece estoques semanais médios de gasolina e diesel para o suprimento da cadeia. A melhora do sistema de abastecimento requer investimentos em infraestrutura e distribui-
2.2 PARTICIPAÇÃO DOS COMBUSTÍVEIS
LÍQUIDOS NO PIB (Gasolina + Etanol + Diesel) 2012
5,55%
2013
5,68%
Fonte: Fecombustíveis
ção e espera-se que este problema seja amenizado ao longo do tempo. Entre 2012 e 2013, as grandes 2.3 COMPOSIÇÃO DAS VENDAS
distribuidoras investiram cerca de R$ 1 bilhão em
NOS POSTOS
logística, mesmo assim a infraestrutura de abaste-
Gasolina
Diesel
Etanol
2012
49%
39%
12%
2013
48%
39%
13%
cimento necessita de aprimoramento para atender FATURAMENTO (Em bilhões de reais) 2.1 faturamento
Em bilhões de R$
244,4
Etanol, 8%
Fonte: Fecombustíveis
275,0 Etanol, 8%
mais procurados pelo consumidor nos postos. Porém, Diesel 48%
Diesel 49%
no ano passado, a participação nas vendas da gasolina nos postos de serviços diminuiu um ponto percentual ante 2012, para 48%, enquanto que o etanol aumentou na mesma proporção, ficando em 13%. O
Gasolina 44%
Gasolina 43%
diesel manteve a mesma proporção de 2012, 39%. Apesar de o etanol ter obtido leve aumento de participação nas vendas dos postos, motivo atribuído ao
2012 Fonte: Fecombustíveis
2013
efeito sazonal, ainda falta muito para o biocombustível ganhar a preferência do consumidor nas bombas.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 13
cenários
É fato que, com a safra recorde do ano passado, os
sido devastadoras, tanto para a Petrobras, como para
preços do biocombustível se tornaram vantajosos em
o etanol. Com a situação cada vez mais agravada,
alguns meses do ano e estimularam o consumo em
a Petrobras já sinalizou que este ano poderão ocor-
cinco estados, mas, para se tornar competitivo, de
rer novos reajustes de preços dos combustíveis, mes-
forma permanente, o etanol depende da equipara-
mo em meio ao panorama eleitoral, uma vez que a
ção de preços da gasolina entre os mercados interno
prioridade é o equilíbrio de suas contas. Se, de fato,
e externo. As consequências da política de conten-
acontecer, o etanol tem chance de ganhar um pouco
ção de preços da gasolina pelo governo federal têm
mais de competitividade frente ao combustível fóssil.
Arrecadação cresce O mercado de combustíveis contribuiu para elevar a arrecadação tributária no país. Conside-
2.4 arrecadação tributária Em bilhões de R$
ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA (Em bilhões de reais)
rando que, em 2013, a arrecadação nacional do PIS/Cofins e ICMS totalizou R$ 548,3 bilhões (segun-
68,6
do dados do Confaz e da Receita Federal), a partici-
71,1
Etanol, 6%
Etanol, 5%
Diesel 37%
Diesel 39%
Gasolina 57%
Gasolina 56%
2012
2013
pação dos combustíveis líquidos no total arrecadado foi de aproximadamente 11,6%. No ano passado, os tributos do setor registraram o montante de R$ 71,1 bilhões, o que representa um crescimento de 4% em relação ao ano anterior. De 2012 para 2013, o diesel aumentou o volume de arrecadação para R$ 27,7 bilhões, um incremento de oito pontos percentuais. A desoneração tributária promovida pelo governo, no caso da gasolina por meio da Cide, e a do etanol, com o PIS/Cofins, impactaram
Fonte: Fecombustíveis
na redução da contribuição tributária de ambos os combustíveis.
Mudanças no mercado O número de agentes que atua nos segmentos de revenda de GLP e Pontos de Abastecimento tem
2.5 AGENTES DO MERCADO 2012
2013
Refinarias
16
16 381
Usinas de etanol
409
crescido vertiginosamente desde 2009. Em 2013,
Produtores de biodiesel
63
64
ambos representaram 62% do total de agentes re-
Distribuidoras de combustíveis líquidos
236
214
gulados pela ANP. O número de postos revendedo-
Distribuidoras de GLP
22
22
TRR
376
386
Postos
39.260
39.294
Pontos de Abastecimento
9.404
11.105
Revenda de GLP
51.516
55.771
res permanece estável desde 2011. No ano passado, as distribuidoras de combustíveis e usinas de etanol reduziram o número de estabelecimentos em 9% e 7%, respectivamente.
14 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Fonte: ANP
Preços
2.7 VARIAÇÃO DO PREÇO DA GASOLINA VARIAÇÃO DO PREÇO DA GASOLINA BRASILEIRA BRASILEIRA VERSUS O da VERSUS O norte-americana DA NORTE-AMERICANA
Não é de hoje que a Petro-
0%
bras está comprometendo o caixa
0%
produção nacional diminuiu 2%
-5%
e as exportações tiveram redu-
-10%
ção de 31% e geraram receita de
-15%
US$ 13 bilhões, representando uma
-20%
superavitária (exportação maior do que importação) em 2012, para deficitária (exportação menor do que importação) em 2013.
nov/13
set/13
nov/13 nov/13
set/13 set/13 nov/13
jul/13 jul/13
set/13
mai/13 mai/13
jul/13
mar/13
mar/13
mai/13
jan/13
jan/13
Nota: Preço do produto na refinaria, sem impostos. Fonte: Fecombustíveis
mar/13
nov/12
-30%
85
nov/12
-25% -25%
set/12
-20%
jan/13
comercial do petróleo passou de
95
nov/12
exportações em 2012. A balança
-15%
jul/12
US$ 20 bilhões registrados com as
-10% 105
set/12
grande diferença em relação aos
jul/13
0% -5% 115
jan/12 jan/12
foram de US$ 16,5 bilhões. A
mai/13
NORTE-AMERICANO
VARIAÇÃO DO PREÇO DA GASOLINA BRASILEIRA 125 VERSUS O DA NORTE-AMERICANA
ção de petróleo aumentou 30% em relação a 2012, e os custos
mar/13
VERSUS VARIAÇÃO O PREÇO DO NORTE-AMERICANO PREÇO DOBRENT DIESEL BRASILEIRO VERSUS O DO DODO PETRÓLEO TIPO NO MERCADO SPOT (Em US$/barril)
set/12
No ano passado, a importa-
2.8 VARIAÇÃO DO PREÇO DO DIESEL BRASILEIRO
jul/12
em outubro.
jul/12 mai/12
de 9%, foi registrado em abril e
Nota: Preço do produto na refinaria, sem impostos. Fonte: Fecombustíveis
mai/12
ponta contrária, o menor patamar,
mai/12 mar/12
gistrada em agosto, com 24%. Na
jan/13
passado, a maior diferença foi re-
nov/12
-30%
set/12
comercializada no Brasil. No ano
jul/12
-25% mai/12
na importada supera, de longe, a
mar/12
-20%
jan/12
to importado. O preço da gasoli-
-15%
jan/12
no mercado interno e do produ-
mar/12
sagem de preços comercializados
-5% -10%
mar/12
da empresa para absorver a defa-
2.9 Preço do petróleo tipo brent
no mercado spot
Em US$/barril PREÇO DO PETRÓLEO TIPO BRENT NO MERCADO SPOT (Em US$/barril) 125
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
jan/13
nov/12
85
set/12
95
jul/12
118,9
105
mai/12
Fonte: ANP
2013 117,4 23,5 22,1
115
mar/12
(Em milhões de m3) 2012 Produção 119,9 Importação 18,1 Exportação 31,9 Consumo 106,1 aparente
jan/12
2.6 BALANÇO DO PETRÓLEO
Fonte: EIA
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 15
cenários
Panorama econômico Copa do Mundo e eleições fazem de 2014 um ano atípico para o Brasil. Por um lado, a Copa vai estimular o aquecimento da economia, alavancando determinados setores, especialmente os ligados ao turismo. Por outro, a economia do país reduz seu ritmo em virtude de menos dias
2.10 PROJEÇÕES DE CRESCIMENTO
DO PIB PARA 2014
Banco Central
1,7%
FMI
2,3%
J.P. Morgan
2,3%
Banco Mundial
2,4%
CEPAL
2,4%
Fonte: Publicações oficiais das instituições.
úteis nos dias de jogo. As campanhas políticas ao mesmo tempo que vão estimular gastos, também vão aquecer determinados setores, e os projetos e obras
2.11 licenciamento de autoveículos
Em milhões de unidades DE AUTOVEÍCULOS (Em milhões de unidades) LICENCIAMENTO
que estavam em andamento vão acelerar o ritmo para serem entregues antes das eleições. Com isso, a economia também
3,80
3,77
Importados Importados LICENCIAMENTO DE AUTOVEÍCULOS (Em milhões de unidades) 19% 21%
ganha certo impulso. Do lado negativo,
3,80
3,77
os investimentos estrangeiros devem de-
Importados 21%
Importados 19% Nacionais 81%
sacelerar, a massa de salários está mais devagar, o crédito ao consumidor deve
Nacionais 79%
ficar mais escasso. A indústria automobilística também começou a desacelerar; após o recorde de produção em 2013, as vendas de veículos novos sofreram queda de 0,9%, de 3,8 milhões de unidades, em 2012, para 3,77 milhões no ano passado. A redução de 10% dos licenciamentos de automóveis importados contribuiu para diminuir o resultado das vendas de veí-
Nacionais 79%
Nacionais 81%
2012
2013
Fonte: Anfavea
2012 LICENCIAMENTO DE AUTOVEÍCULOS LEVES POR TIPO DE2013 COMBUSTÍVEL
2.12 LICENCIAMENTO DE AUTOVEÍCULOS 88,5% 87,0% LEVES por tipo de combustível
2012 LICENCIAMENTO DE AUTOVEÍCULOS LEVES POR TIPO DE COMBUSTÍVEL 2013
culos e pode ser atribuída ao programa
87,0% 88,5%
Inovar-Auto, em virtude dos benefícios
2012
fiscais concedidos às marcas que se insta-
2013
laram no país e à elevação do dólar. Para este ano, a Anfavea projeta crescimento tímido de 1,1%, para 3,81 milhões nas
7,5% 5,3%
5,4% 6,2%
vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. No contexto geral, somados todos os fatores descritos, as projeções apontam para um crescimento do país menor ou no mesmo patamar de 2013.
16 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Gasolina 7,5% 5,3% Gasolina Fonte: Anfavea
Flex Fuel
Flex Fuel
Diesel 5,4% 6,2% Diesel
Etanol eleva participação O crescimento das vendas do etanol
MATRIZ DE CONSUMO VEICULAR
2.13 matriz de consumo veicular
hidratado aliado ao aumento da mistura
49,0% 49,2%
de anidro à gasolina (de 20% para 25%) contribuiu para elevar a participação dos combustíveis renováveis na matriz energé-
33,6%
2012 2013
32,1%
tica veicular, que estava em queda desde 2010. Porém, prevalece maior participação do diesel e gasolina, com 49,2% e 32,1%,
5,8% 6,8%
respectivamente, como preferência de con-
6,9% 7,3%
sumo. A participação dos combustíveis menos poluentes na matriz veicular apenas aumentou 5% no período 2001-2013.
Mais gás O consumo do gás natural cres-
Gasolina A
44,7 38,9 CONSUMO DE GÁS NATURAL ( Em bilhões de m3) Importado 38,9 34%
mercado interno.
sil ao longo de 2013, que variaram Fonte: ANP
R$ 0,70. Já a trajetória de preços do
0,60
médio foi de 18,60%. Em dezembro foi de 33,40%.
2013 2013
PREÇO DO GÁS NATURAL (Em R$/m3)
Nacional
Nacional
Importado Importado
jan/12 jan/12 mar/12 mar/12 mai/12 mai/12 jul/12 jul/12 set/12 set/12 nov/12 nov/12 jan/13 jan/13 mar/13 mar/13 mai/13 mai/13 jul/13 jul/13 set/13 set/13 nov/13 nov/13
ras. Em janeiro de 2013, o desconto
contos sobre os preços do produto
2012
2.15 Preço do gás natural
0,95 Em R$/m3
comercializados para as distribuido-
no país mediante concessão de des-
Nacional 63%
2012 DO GÁS NATURAL (Em R$/m3) PREÇO
0,90 0,95 0,85 0,90 0,80 0,85 0,75 0,80 0,70 0,75 0,65 0,70 0,60 0,65
de incentivo ao gás natural produzido
Nacional 63%
Nacional 66%
ços do gás natural produzido no Bra-
2011, a Petrobras adotou a política
Importado 37%
Nacional 66%
Houve pouca oscilação de pre-
do para R$ 0,85 em outubro. Desde
44,7 Importado 37%
Importado 34%
37% do total de gás consumido no
ano em agosto, com R$ 0,90; cain-
Biodiesel
CONSUMO DE GÁS NATURAL ( Em bilhões de m3)
da demanda foi necessário importar
R$ 0,80, atingiu seu maior pico do
GNV
Em bilhões de m3
tros cúbicos. Para atender o aumento
oscilações começou em janeiro com
Etanol Hidratado
2.14 Consumo de gás natural
totalizando em 44,7 bilhões de me-
gás natural importado passou por
Etanol Anidro
Fonte: ANP
ceu 15% no ano passado ante 2012,
entre R$ 0,68 por metro cúbico a
Diesel
2,4% 2,2% 2,4% 2,4%
Nota: A região Nordeste comercializa o produto nacional. As regiões Sul e Centro-Oeste utilizam o produto importado. A região Sudeste trabalha com o gás nacional e importado. Fonte: MME
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 17
cenários
ANP fiscaliza
2.17 NÚMEROS GERAIS DA FISCALIZAÇÃO
em 2013 (Em unidades)
Infrações Interdições Apreensões Desinterdições
Em 2013, as ações de fiscalização da ANP realizaram diversas forças-tarefa, registrando 3.051 infrações, 707 interdições e 378 apreensões. Dos estabelecimentos que cometeram infra-
Fonte: ANP
3.051 707 378 440
ções, os postos responderam por 16% das ações em sua categoria, a revenda de GLP por 19%, en-
2.18 principais INTERDIÇÕES em 2013
quanto que o maior volume foi registrado na dis-
Motivação
Em unidades
Em %
tribuição de combustíveis, com 40% do total das
Não atender às normas de segurança Comercializar/armazenar produto não conforme com a especificação Exercer atividade regulada sem autorização Comercializar com vício de quantidade Adquirir ou destinar produto de/ para fonte diversa da autorizada Construir/operar - instalações e/ou equipamentos em desacordo Não possuir documento de outorga/habilitação Interdição antecedente Adquirir/comercializar produto sem cobertura fiscal Reinterdição por remover lacre e faixa sem autorização da ANP TOTAL
276
33,2%
177
21,3%
170
20,5%
121
14,6%
29
3,5%
26
3,1%
15
1,8%
forças-tarefa neste setor, e, nas distribuidoras de GLP, 32%. Dentre os três motivos mais detectados nas interdições estão: não atender às normas de segurança, comercializar/armazenar produto não conforme com a especificação e exercer atividade regulada sem autorização. Entre os produtos apreendidos, a gasolina comum foi o combustível com maior número de apreensões, 38% do volume total apreendido, o etanol ficou em segundo lugar, com 34% do total e o diesel S1800, com 14%.
10
1,2%
3
0,4%
4
0,5% 831
Fonte: ANP
2.19 Infrações e AÇÕES DE FISCALIZAÇÃO 2.16 produtos apreendidos em 2013 Diesel S1800 14%
Outros 1%
Diesel S500 4%
Gasolina comum 38%
Diesel S10 5%
Etanol 34%
Gasolina aditivida 3%
TOTAL: 3.070 m3 Fonte: ANP
POR SEGMENTO em 2013
Segmento Revenda de Combustíveis Revenda de GLP TRR Ponto de Abastecimento Distribuidor de Combustíveis Distribuidor de GLP Distribuição/Revenda de Combustíveis de Aviação Produtor de Etanol
1.840
11.596
16%
633 37 81
3.356 181 298
19% 20% 27%
259
648
40%
62
194
32%
31
102
30%
29
146
20%
Produtor de Biodiesel
15
52
29%
Produtor de Lubrificante Acabado Coletor de óleo lubrificante usado ou contaminado Rerrefinador de óleo lubrificante Outros (Distribuidor de solventes e transportador) TOTAL
25
92
27%
4
27
15%
2
15
13%
33
251
13%
3.051
16.958
18%
Fonte: ANP
18 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Ações de % Infrações fiscalização Infrações
2.20 PRINCIPAIS INFRAÇÕES NA REVENDA de combustíveis em 2013
Infração Construir/operar - instalações e/ou equipamentos em desacordo Comercializar/armazenar produto não conforme com a especificação Não prestar informações ao consumidor Não cumprir notificação Não atualizar dados cadastrais na ANP Adquirir ou destinar produto de/para fonte diversa da autorizada Comercializar com vício de quantidade Não atender às normas de segurança Não apresentar documentação referente à qualidade dos combustíveis Exercer atividade regulada sem autorização Não fornecer óleo diesel de baixo teor de enxofre Não cumprir Medida Reparadora de Conduta Deixar de apresentar ou apresentar incorretamente documentação de movimentação de combustíveis Romper/ocultar lacre/faixa Adquirir/comercializar sem cobertura fiscal Não possuir documento de outorga/habilitação Comercializar/armazenar produto sem registro na ANP Não cumprir medida cautelar Não comprovar destinação do produto Outros TOTAL
Em unidades Em % 546 22,4 544 22,4 236 9,7 200 8,2 189 7,8 165 6,8 155 6,4 85 3,5 80 3,3 52 2,1 32 1,3 28 1,2 25 1,0 23 0,9 22 0,9 17 0,7 5 0,2 3 0,1 2 0,1 24 1,0 2.433
Fonte: ANP
2.21 PRINCIPAIS INFRAÇÕES
NOS TRRs em 2013
Infração
Em unidades
Em %
Em unidades
Em %
Adquirir ou destinar produto de/ para fonte diversa da autorizada
158
50,6%
Comercializar/armazenar produto não conforme com a especificação
78
25,0%
Não apresentar documentação referente à qualidade dos combustíveis
35
11,2%
6,8%
Construir/operar - instalações e/ou equipamentos em desacordo
16
5,1%
6,8%
Não cumprir notificação
8
2,6%
2
4,5%
Não atualizar dados cadastrais na ANP
1
0,3%
1
2,3%
Não apresentar informações à ANP
1
0,3%
1
2,3%
Exercer atividade regulada sem autorização
1
0,3%
1
2,3%
Não prestar informações ao consumidor
1
0,3%
1
2,3%
Outros
13
Construir/operar instalações e/ou equipamentos em desacordo Não cumprir notificação Não atualizar dados cadastrais na ANP Não prestar informações ao consumidor Comercializar/armazenar produto não conforme com a especificação
19
43,2%
5
11,4%
4
9,1%
4
9,1%
3
Não atender às normas de segurança
3
Adquirir ou destinar produto de/para fonte diversa da autorizada Não apresentar documentação referente à qualidade dos combustíveis Não apresentar informações à ANP Não possuir documentação de outorga/habilitação Exercer atividade regulada sem autorização TOTAL Fonte: ANP
2.22 PRINCIPAIS INFRAÇÕES NA DISTRIBUIÇÃO de combustíveis em 2013
44
Infração
TOTAL
4,2% 312
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 19
gasolina
Em ritmo de crescimento O consumo de gasolina manteve seu ritmo de
zisse o nível de endividamento da companhia a um
crescimento em 2013. No ano passado, a demanda
patamar aceitável nos próximos dois anos, a partir de
alcançou 41,4 milhões de metros cúbicos, um aumen-
fevereiro de 2014.
to de 4,3% na comparação com 2012. Em termos
No ano passado, foram concedidos dois rea-
de valores, as vendas geraram um faturamento de
justes para a gasolina A nas refinarias brasileiras,
R$ 118 bilhões em 2013, montante 8,7% maior do
porém, ambos foram pouco significativos para mi-
que o verificado em 2012. Apesar de mantido o cres-
nimizar os impactos no caixa da Petrobras com a
cimento, na retrospectiva histórica, este desempenho
defasagem de preços do produto importado e o
foi menor em comparação à evolução de vendas regis-
praticado no mercado interno. O primeiro deles, de
trada entre 2011 e 2012.
6,6%, aconteceu no início do ano, em 29 de janei-
No panorama da demanda dos combustíveis,
ro. Logo após o anúncio do reajuste, o Ministério de
deve-se levar em consideração que, no ano passado,
Minas e Energia comunicou a elevação da mistura
as vendas de veículos novos caíram 0,9%, para 3,77
do etanol anidro à gasolina de 20% para 25%, que
milhões ante 2012, a primeira queda após 10 anos de
passou a vigorar em 1º de maio. Dentre os objetivos
crescimento. A isenção nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos novos, ao longo do ano passado pelo governo, contribuiu para segurar uma queda maior nas vendas.
3.1 FATURAMENTO Em bilhões de R$
Porém, os resultados de 2013 revelam que a demanda por gasolina, permanece em alta, influenciada pelo consumo da frota de veículos novos e antigos em circulação no país e pela preferência do consumidor em abastecer seu veículo com gasolina. O desequilíbrio de preços no mercado de combustíveis, na relação entre gasolina e etanol, se manteve em 2013, assim como no ano anterior. Desde que o governo resolveu intervir na política de preços da Petrobras a fim de segurar os preços dos combustíveis fósseis no mercado interno, tal contenção têm afetado sobremaneira tanto o mercado de etanol
Fonte: Fecombustíveis
$ $
108,6
2012
118,1
2013
3.2 VOLUME COMERCIALIZADO
PELA REVENDA
Em milhões de m3
como o caixa da Petrobras. Para se ter uma ideia, no 41,4
ano passado, o endividamento da estatal atingiu US$ 221,6 bilhões ante US$ 147,8 bilhões em 2012, o que corresponde a um aumento de quase 50%. Já o
39,7
indicador que relaciona dívida e geração de caixa era de 2,77 vezes em 2012 e saltou para 3,52 em 2013, sendo que a meta é 2,5. Diante desse panorama, o Conselho de Administração determinou à diretoria da estatal que redu-
2012
2013
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 21
gasolina
da medida, destacaram-se o estímulo à indústria do
29 de novembro, a Petrobras anunciou o segundo
etanol, a redução de importação de gasolina pela
reajuste do ano, de 4% para a gasolina.
Petrobras para minimizar o impacto do reajuste da gasolina.
Além do reajuste da gasolina, o final do ano foi marcado pela preparação do ingresso da nova gasolina
Com o passar dos meses e os resultados da Pe-
C no país, combustível menos poluente e com menor
trobras acendendo o sinal de alerta, a companhia
teor de enxofre, que começou a ser vendido nos pos-
solicitou um novo reajuste, mesmo com a resistência
tos brasileiros a partir de 1º de janeiro de 2014. A mu-
do governo em ceder aos apelos da estatal para evi-
dança não exigiu o excesso de cuidados com manuseio
tar efeitos diretos na inflação, que seriam impacta-
do produto para evitar a contaminação, como ocorreu
dos pelo aumento. Após discussões, finalmente, em
com o ingresso do diesel de baixo teor de enxofre.
Menos importações Mesmo com o crescimento da demanda por combustíveis registrado no ano passado, as importações de gasolina A tiveram queda de 23% na comparação
3.3 Importação de gasolina a Em milhões de m3
com 2012, alcançando 2,9 milhões de metros cúbicos. O resultado pode ser justificado pela elevação do teor na mistura do etanol anidro ao combustível de 20% para 25%, em maio, e também pelo aumento da
3,8
produção interna de gasolina, que foi de 9% entre os anos de 2012 e 2013.
2012
Por ora, o incremento da capacidade de processamento de refino da produção de diesel, querosene e gasolina, deve ocorrer somente quando as novas unidades de refino entrarem em operação. Além disso, ainda há um longo percurso para que a capacidade de processamento das refinarias nacionais atinja a autossuficiência em derivados. A previsão da Petrobras é de que o equilíbrio entre oferta e demanda ocorra somente em 2020.
22 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Fonte: ANP
2,9 2013
Gasolina A Em 2011, o segmento de produção de gasolina A era composto por nove empresas e a fatia da Petrobras correspondia a 91,4%. Em 2013, o número de players reduziu para cinco e a principal refinaria do país foi responsável por 99,4% da comercialização de gasolina A. A boa notícia por trás dessa queda de atuação de empresas fora do sistema Petrobras é a redução da comercialização de gasolina formulada, produto fabricado a partir de resíduos da destilação petroquímica e adição de solventes e que, embora atenda às especificações da ANP, apresenta rendimento inferior à gasolina refinada.
3.4 ENTREGAS DE GASOLINA A ÀS DISTRIBUIDORAS (Em m3) Raízen Outras
TOTAL POR PRODUTOR
Alesat
Ipiranga
BR
Braskem S/A
15%
0%
0%
63%
22%
5.561
Copape Produtos de Petróleo Ltda
0%
0%
0%
0%
100%
164.578
Refinaria de Petróleo Manguinhos S/A
0%
0%
0%
0%
100%
19.305
Petróleo Brasileiro S/A
6%
21%
29%
17%
27%
31.228.708
Quattor Química S/A
0%
0%
0%
100%
0%
1.801
Fonte: ANP
TOTAL DE ENTREGAS DE GASOLINA A EM 2013: 31.419.953 m3
Impostos em elevação Mesmo com a Cide zerada, o volume de recursos arrecadados com impostos manteve o ritmo de crescimento. As contribuições tributárias evoluíram 2% e totalizaram
ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA (Em bilhões
detributária reais) 3.5 Arrecadação Em bilhões de R$
38,8
39,6
CIDE, 1,4 PIS/Cofins 8,3
PIS/Cofins 8,3
ICMS 29,0
ICMS 31,2
2012
2013
R$ 39,6 bilhões no país. O aporte do ICMS somado à elevação da demanda por gasolina resultaram em crescimento de 7,5% do volume arrecadado de ICMS em 2013 ante 2012, totalizando R$ 31,2 bilhões. Em relação à arrecadação de PIS/Cofins, o volume continuou no mesmo patamar de 2012, em R$ 8,3 bilhões.
Fonte: Fecombustíveis
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 23
gasolina
Sem competitividade Nem mesmo a desoneração do PIS/Cofins para a produção e distribuição de etanol e os reajustes da gaso-
lo, Paraná, Mato Grosso e Goiás. Vale lembrar que esses estados são responsáveis por cerca de 70% da produção de etanol no país e, alguns deles, possuem políticas de estímulo tributário adotadas pelos governos estaduais.
lina A fizeram o etanol ficar mais competitivo em relação
Para os consumidores das regiões Norte e Nordes-
à gasolina. O biocombustível continuou sendo a melhor
te, não compensou abastecer com o biocombustível
opção para o consumidor em quatro estados: São Pau-
em nenhum dia do ano.
3.6 PARIDADE DE PREÇOS ENTRE GASOLINA E ETANOL 2012
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro REGIÃO NORTE AC AP AM PA RO RR TO REGIÃO NORDESTE AL BA CE MA PB PE PI RN SE REGIÃO SUDESTE ES MG RJ SP REGIÃO SUL PR RS SC REGIÃO CENTROOESTE DF GO MT MS Etanol é mais vantajoso em relação à gasolina. Nota: O etanol é mais vantajoso que a gasolina quando Preço do Etanol/Preço da Gasolina é menor ou igual a 0,70. Fonte: Estimativa da Fecombustíveis a partir de dados da ANP.
24 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Dezembro
2013 Janeiro
Fevereiro Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 25
gasolina
RR
AP
3.7 ICMS Mantido
No ano passado, as
AM
alíquotas de ICMS nos
MA
CE
PA
estados mantiveram os mesmos percentuais de 2012. Rio de janeiro e
PB
PI
PE
AC
Goiás permaneceram na
TO
RO
SE
liderança dos estados com
BA
MT
maior alíquota sobre a gasolina, com 31% e 29%, respectiva-
DF
mente. Na sequência vem o Pa-
GO
raná e o Pará, com 28%. Nove estados mantiveram a alíquota de 27%, com exceção do Piauí (25%), integram a lista todos os estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo. Na maior parte dos estados, prevaleceu a alíquota de 25%.
31% 29% 28% 27% 25%
MG ES
MS SP PR
Fonte: Fecombustíveis
SC RS
26 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
RN
RJ
AL
Sem grandes oscilações Em 2013, os preços nas bombas refletiram, em parte, os reajustes concedidos pelo governo
3.8 composição do preço em 2013
para a gasolina A – de 6,6%, em janeiro, e de 4%, em novembro. A elevação da mistura de etanol anidro não causou impactos significativos no preço da gasolina e, desse modo, os preços
Fretes 2% Anidro 11%
nos segmentos de distribuição e revenda tiveram poucas oscilações ao longo do ano.
Margens 18%
A margem média relativa da revenda permaneceu estável, em boa parte dos meses
Tributos 34%
de 2013, com registro de picos em fevereiro
Gasolina A 36%
(14,7%) e em dezembro (14,5%). Fonte: Fecombustíveis
3.9 preços médios no
PREÇOS MÉDIOS NO UPSTREAM E DOWNSTREAM (Em R$/L)
upstream e downstream
Em R$/L 3,0 2,8 2,5 2,3
Refino
2,0
Distribuição
Revenda
Anidro (SP)
1,8 1,5
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
jan/13
nov/12
set/12
jul/12
mai/12
mar/12
1,0
jan/12
1,3
Nota: O preço médio do refino não inclui ICMS. Fonte: ANP
MARGEM MÉDIA DA REVENDA (Em %) 3.10 Margem média da revenda Em % 16%
15%
14%
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
jan/13
nov/12
set/12
jul/12
mai/12
mar/12
12%
jan/12
13%
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 27
gasolina
12,5
conformidades ficaram em 1,3%,
9,2 7,3
padrão de países desenvolvidos.
6,8 4,9
No ano passado, as não confor-
3,6
midades relacionadas ao teor de ani-
3,9
2,8
vado. Por outro lado, as desconformidades relacionadas à octanagem
2007
2006
2005
2004
2003
2002
na queda, mas ainda manteve-se ele-
2001
Já o índice de destilação teve peque-
2000
dro aumentaram, de 28% para 39%.
2,0
1,3
1,3
1,9
1,9
Fonte: ANP
caíram significativamente, de 10% em 2012 para 2% no ano passado. As bandeiras nacionais mantiveram índices de não conformidades
3.12 Especificação da não conformidade 38%
dentro dos padrões, reduzindo ainda
39%
37%
2012 2013
mais o percentual para 0,9%. Já as
28%
bandeiras regionais fizeram o cami-
23% 22%
nho inverso e aumentaram o índice de não conformidade para 3%. 10% 2% Destilação
Octanagem
Anidro
Outros
Fonte: ANP
3.13 NÃO CONFORMIDADE POR BANDEIRA (Em %) Bandeiras Nacionais
Bandeiras Regionais
Bandeira Branca
2012
1,3
1,9
3,0
2013
0,9
3,0
1,8
Fonte: ANP
28 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
1,3 2013
mesmo nível de 2009, mantendo o
2012
próximos a 2%, em 2013, as não
2011
de dois anos seguidos com índices
Em %
2010
voltou a cair no ano passado. Depois
não conformidade
2009
O índice de não conformidade
3.11 evolução do índice de
2008
Nível internacional
Embandeirados em alta
3.14 composição das vendas por segmento COMPOSIÇÃO DAS VENDAS POR SEGMENTO
Os postos embandeirados aumentaram em um ponto percentual sua participação
70,0%
71,0% 2012
nas vendas de gasolina, passando de 70%,
2013
em 2012, para 71% no ano passado. Já os postos bandeira branca registraram pequena queda, de 0,7% ponto percentual, alcançan-
29,1% 28,4%
do 28,4%.
0,9% 0,6% Postos Vinculados
Postos Bandeira Branca
Consumidor Final
Fonte: ANP
Sem alteração
MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS 3.15 market share das distribuidoras 2012
A BR Distribuidora continua líder de mercado de distribuição de gasolina, ape-
29,0% 28,5%
sar de, novamente, registrar queda de meio
20,4%
ponto percentual, encerrando 2013 com
32,7%
2013 20,7% 17,9%
32,0%
18,8%
28,5% de participação. Ipiranga e Raízen, por outro lado, aumentaram presença no mercado, ficando com 20,7% e 18,8%, respectivamente. BR
IPIRANGA
RAÍZEN
OUTRAS DISTRIBUIDORAS
Fonte: ANP
Fique de olho n Ingresso da nova gasolina C, com qualidade similar a dos países desenvolvidos, menos poluente e com menor teor de enxofre, de 50 ppm (partes por milhão) de enxofre; n O consumo de combustíveis no país deve continuar alto, mesmo com o fim do benefício do IPI para novos veículos; n Novos reajustes estarão por vir em função da pressão do Conselho Administrativo da Petrobras que determinou à diretoria equilibrar o nível de endividamento da estatal em dois anos;
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 29
etanol
Colheita farta não recupera competitividade O segmento sucroenergético tem passado por
Já a comercialização de anidro entre produtores e
fortes turbulências nos últimos anos, desde que o
distribuidoras em 2013 foi de 10,3 milhões de metros
setor entrou em declínio em decorrência da crise de
cúbicos, volume 30% superior ao total vendido em
2008. Ao contrário dos anos anteriores, em que se vis-
2012, por conta da elevação do percentual de anidro
lumbrou um panorama catastrófico, 2013 ficará mar-
à gasolina, de 20% para 25%, e do aumento das ven-
cado na história como um ano um pouco mais positivo
das de gasolina.
para o segmento. A começar pela safra 2013/2014,
Os bons resultados do ano passado, tanto na
cujo recorde de produção estampou as manchetes dos
oferta de produto quanto nas vendas, no entanto,
principais jornais do país. Até 1º de janeiro de 2014, a
não foram suficientes para trazer de volta a compe-
moagem de cana-de-açúcar das unidades produtoras
titividade do etanol frente à gasolina e o setor con-
do Centro-Sul do país alcançou 594,1 milhões de to-
tinua padecendo dos mesmos problemas. Quando o
neladas, volume 12% superior que o obtido no mes-
biocombustível foi lançado como a grande promessa
mo período de 2012. Do total da safra, 54,6% foram
do país, há cerca de 8 anos, muitas usinas se endivi-
destinados ao etanol e 45,4%, ao açúcar.
daram – a maioria em dólar – para cobrir os custos de produção. No entanto, com a perda de competitivi-
4.1 VOLUME COMERCIALIZADO
PELA REVENDA
dade do produto, associada aos problemas climáticos, muitas usinas foram à bancarrota, em decorrência da
Em milhões de m3
crise financeira de 2008. Desde 2009, 44 usinas fecharam suas portas e 12 podem encerrar suas atividades 10,8
9,9
este ano. Mais de 30 mil postos de trabalho foram perdidos. A dívida média das empresas supera o faturamento bruto anual e cerca de 20% da receita está comprometida com o pagamento dos juros. Empresas de bens de capital voltadas para o segmento também
2012
2013
Fonte: ANP
A produção de etanol anidro em 2013 ficou 19% maior ante 2012, enquanto que a de etanol hidratado
permanecem registrando queda no faturamento (em 2010, as perdas chegaram a 50%). 4.2 FATURAMENTO Em bilhões de R$
foi 13% superior, acumulando 15,7 milhões de metros cúbicos. Pela primeira vez, após dois anos de sucessivas quedas, as vendas de etanol nos postos do país aumentaram. No ano passado, a comercialização do etanol hidratado cresceu 10% ante 2012, revertendo, assim, a trajetória de queda desde 2010. Esse incremento nas vendas contribuiu para um acréscimo de 11% no fa-
Fonte: Fecombustíveis
$ $
19,1
2012
21,3
2013
turamento frente a 2012, totalizando R$ 21,3 bilhões. A análise dos dados de consumo do etanol hidra-
Na tentativa de tentar recuperar o setor, no ano
tado por estado revela que, apesar de o etanol ter sido
passado, o governo promoveu um pacote de medidas
competitivo frente à gasolina na maior parte do ano
para auxiliar a produção. A primeira delas ocorreu em
em apenas quatro estados, a vendas do biocombustí-
1º de maio, com o aumento da mistura do etanol
vel aumentaram.
anidro à gasolina, de 20% para 25%. O governo tam-
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 31
etanol
bém prestou auxílio ao setor produtivo, concedendo
PRODUÇÃO DE ETANOL CARBURANTE (Em milhões de m3) 4.4 produção de etanol carburante
benefício tributário ao etanol, com a desoneração do
Em milhões de m3
PIS/Cofins, para a produção e distribuição. A terceira
2,5
medida ofereceu melhores condições de financiamen-
2,0
to nas linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para estoca-
Anidro
Hidratado
1,5 1,0
foram suficientes para melhorar a situação do etanol. Esta é uma das principais insatisfações do setor, desde
Fonte: MME
que o governo resolveu intervir na política de preços
da Petrobras, a contenção do valor da gasolina, tem
4.3 composição do preço em 2013
para ser vantajoso, tem de custar até 70% do preço
sido uma trava para a competitividade do etanol, que, da gasolina. Na hora de abastecer, a preferência do consumidor acaba sendo pelo combustível fóssil. Para este ano, o segmento sucroenergético
Fretes 2% Margens 20%
não espera a mesma boa safra de 2013 e muitas usinas ainda vão necessitar de ajuda para cobrir os custos da produção. A esperança do segmento se
Tributos 18%
volta para a equiparação de preços da gasolina do
Usina 60%
interno e permanece em pauta a necessidade de po-
mercado internacional e os praticados pelo mercado líticas emergenciais que surtam efeitos mais estáveis
Fonte: Fecombustíveis
Tributos
no médio e longo prazos.
ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA (Em bilhões de reais) 4.5 arrecadação tributária Em bilhões de R$
Com a desoneração do PIS/Cofins, o impacto no volume total de arrecadação foi inevitável e gerou uma renúncia fiscal de 8%, passando de R$ 4,2 bilhões em
4,2 PIS/Cofins 1,2
3,9
PIS/Cofins 0,4
2012 para R$ 3,9 bilhões no ano passado. O montante arrecadado com o PIS/Cofins caiu drasticamente, de R$ 1,2 bilhão para
ICMS 3,0
ICMS 3,4
R$ 400 milhões, enquanto que houve leve incremento do ICMS - de R$ 3 bilhões para
2012
R$ 3,4 bilhões. Fonte: Fecombustíveis
32 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
2013
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
jan/13
nov/12
set/12
jul/12
gasolina, promovidos pela Petrobras no ano passado,
0,0
mai/12
tivas. Na ponta da cadeia, nem os dois reajustes da
0,5 mar/12
Apesar de todos os esforços do governo para auxiliar a produção, o setor permanece sem perspec-
jan/12
gem e renovação do canavial.
Sem mudanças As alíquotas de ICMS permaneceram sem alterações igual ao ano anterior. O maior índice, de 27%, continua sendo praticado por Alagoas, Espírito Santo e Sergipe. Em contrapartida, São Paulo prossegue com o menor índice, de 12%. Algumas iniciativas pleitearam a redução das alíquotas do ICMS em diferentes estados brasileiros. Com uma das alíquotas mais altas
RR
do país, o Espírito Santo perde em
AP
competitividade para os estados vizinhos e o governo do estado analisa pedido da prefeitura de Itapemi-
AM
rim. Em São Paulo, a União da
MA
CE
PA
Indústria da Cana-de-Açúcar União Nordestina dos Produ-
PE
AC TO
RO
tores de Cana (Unida) também reivindicam menor alíquota, como
SE
DF GO
4.6 ALÍQUOTAS DE ICMS
27% 26% 25% 24% 22% 19% 18% 12%
AL
BA
MT
forma de retomar a competitividade do etanol para os produtores locais.
PB
PI
(Unica) e, no Nordeste, a
RN
MG ES
MS SP
RJ
PR
SC RS
Fonte: Fecombustíveis
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 33
etanol
PREÇO MÉDIO DO ETANOL HIDRATADO NA USINA (EMmR$/L)
1,5
São Paulo Alagoas Goiás
1,4 1,3 1,2 1,1 1,0
nov/13
set/13
jul/13
anidro na usina (ex impostos)
mai/13
4.7 preço médio do etanol
mar/13
jan/13
nov/12
set/12
jul/12
mai/12
Variação de preços
jan/12
0,8
mar/12
0,9
Em R$/L
1,1
de 12% (anidro) e de 16% (hidratado). OsPREÇO preços médios da distribuição MÉDIO DO ETANOL HIDRATADO NA e USINA (EMmR$/L)
1,5 revenda se comportaram de acordo com
Fonte: Cepea/Esalq
São Paulo a evolução Alagoas de preços do hidratado dos 1,3 Goiás principais produtores do país. De janeiro 1,2 1,4
PREÇOS MÉDIOS NO DOWNSTREAM (Em R$/L) 4.8 preço médio do etanol
2,2 hidratado na usina (ex impostos) Distribuidoras
Em 2,1 R$/L
0,29 1,7
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
jan/13
nov/12
nov/13 nov/13
set/13 set/13
jul/13
mai/13
mai/13
mar/13
mar/13
jan/13
jan/13
set/12
nov/12
nov/12
17%
Postos
set/12
jan/12
mar/12
1,1 18%
jul/12
Margem média da revenda
%
jul/13
Goiás
jul/12
PREÇOS MÉDIOS NO DOWNSTREAM (Em R$/L)
Alagoas
mar/12
1,2Em
Distribuidoras
16% 15% PREÇOS MÉDIOS NO DOWNSTREAM (Em R$/L)
0,29
0,33
0,25 nov/13
set/13
jul/13
34 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
mai/13
mar/13
jan/13
nov/12
set/12
jul/12
mai/12
mar/12
jan/12
0,31 0,29 0,27
nov/13
set/13
MARGEM MÉDIA DA REVENDA (Em R$/L)
0,27
nov/13
set/13
jul/13
jul/13
mai/13
mai/13
mar/13
mar/13
jan/13
jan/13
nov/12
nov/12
set/12
set/12
mai/12
mar/12
jul/12
jul/12
0,31
Postos
mai/12
jan/12
0,33
Distribuidoras
mar/12
MARGEM MÉDIA DA REVENDA (Em R$/L)
Fonte: ANP
2,2 13% 2,1 12% 2,0 11% 1,9 1,8 1,7 1,6 1,5 1,4 Fonte: ANP jan/12
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
jan/13
nov/12
set/12
jul/12
mai/12
mar/12
14%
jan/12
2,2 2,1 2,0 1,9 1,8 1,7 1,6 1,5 1,4
1,5 0,25 1,4 0,23 1,34.10
jan/12
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
jan/13
nov/12
set/12
jul/12
mai/12
mar/12
jan/12
4.9 preços médios no downstream
0,23
São Paulo
1,6 0,27
mai/12
1,2
Em R$/L
set/12
0,31 Fonte: Cepea/Esalq
1,3
1,1
jan/13
0,33
Goiás
com 14,5%, em dezembro.
mai/12
o ano 1,4
nov/12
Alagoas agosto, com 17,1%, para terminar
em 1,5
MARGEM MÉDIA DA REVENDA (Em R$/L) set/12
0,8
jul/12
São Paulo março, para 12,3%, atingiu seu pico
1,6
jul/12
0,9
mai/12
13,6%, registrou queda vertiginosa em
1,7
mai/12
1,0
São Paulo Alagoas Goiás
mar/12
tas oscilações, começou janeiro com
Postos PREÇO MÉDIO DO ETANOL HIDRATADO NA USINA (EMmR$/L)
mar/12
nov/13
relativa da revenda passou por mui-
set/13
mai/13
mar/13
jan/13
nov/12
set/12
jul/12
mai/12
mar/12
jan/12
No ano passado, a margem média
jul/13
0,9 ceram, respectivamente, 2,2% e 3,4%.
2,0 1,5 1,9 1,8 1,4 1,7 1,3 1,6 1,2 1,5 1,4 1,1
jan/12
1,0 médios da distribuição e revenda cres-
jan/12
a 1,1dezembro do ano passado, os preços
0,8
nov/13
1,2 set/13
que, em Alagoas, os aumentos foram
jul/13
1,3
mai/13
no ano passado ante 2012, enquanto
Goiás
mar/13
1,4
jan/13
hidratado aumentaram, em média, 6%
Alagoas
nov/12
1,5
set/12
os preços tanto do anidro quanto do
São Paulo
jul/12
1,6
mai/12
estados produtores de etanol no país),
mar/12
1,7
jan/12
Em São Paulo e Goiás (principais
Mais qualidade A boa notícia é que o ín-
4.11 evolução do índice de não conformidade Em % EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE NÃO CONFORMIDADE (Em %)
dice de não conformidade do 12,6
etanol fechou o ano de 2013 10,3
em 1,6%, o que representa queda frente ao registrado
9,6 7,4
7,3
em 2012, de 2,1%. Esta re-
6,5 3,8
dução representa melhora de
3,1
qualidade no produto oferta-
2,3 1,7 2,2 2,5 2,1 1,6
conformidade
dos
grandes
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
postos
que ostentam as bandeiras das
2001
da revenda. O índice de não
2000
do em todos os segmentos
Fonte: ANP
distribuidoras
caiu de 1,6%, em 2012, para 1,2%, em 2013. Nas bandei-
4.12ESPECIFICAÇÃO especificação da não conformidade DA NÃO CONFORMIDADE
ras regionais, o índice passou de 3% para 2% e, nos postos bandeira branca, a queda foi de 2,7% para 2,3%, no mes-
48%
2012
2013
36%
mo período.
32% 25% 26%
A exemplo do ano an-
16%
terior, as principais não con6%
formidades encontradas no
10%
produto continuam sendo no teor alcoólico e na condutividade, que passaram, respectivamente, de 36% para
Teor alcoólico Condutividade
pH
Outros
Fonte: ANP
48%; e de 25% para 26%, de 2012 para 2013. Na mesma base de com-
4.13 NÃO CONFORMIDADE POR BANDEIRA (Em %)
paração, o pH subiu de 6%
Bandeiras Nacionais
Bandeiras Regionais
Bandeira Branca
para 10%, enquanto outros
2012
1,6
3,0
2,7
quesitos diminuíram de 32%
2013
1,2
2,0
2,3
para 16%.
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 35
etanol
Disputa de gigantes Os postos embandeirados aumentaram sua parti-
muito abaixo do mercado e a sonegação de impostos.
cipação nas vendas de etanol em 4,8 pontos percen-
Em relação à participação de mercado, a disputa entre
tuais em 2013 ante 2012. Em contrapartida, os postos
as três grandes companhias continua acirrada. A BR
bandeira branca reduziram sua presença em 3,8 pon-
permanece na liderança e aumentou vantagem de 1,8
tos percentuais, considerando o mesmo período. Vale
ponto percentual em relação ao ano anterior. A Ipiran-
destacar que um dos efeitos benéficos gerados pela
ga conquistou mais mercado e ampliou sua participa-
desoneração do PIS/Cofins foi a diminuição da atua-
ção em 2,7 pontos percentuais, chegando mais perto
ção das distribuidoras que estimulam a concorrência
da BR. A Raízen também cresceu em 1,3 ponto per-
desleal, pela prática da comercialização de preços
centual e, por pouco, não empatou com a Ipiranga.
4.14 composição das vendas por segmento COMPOSIÇÃO DAS VENDAS POR SEGMENTO 59,2%
64,0% 2012 2013 38,8%
35,0%
2,0% 1,0% Postos Vinculados
Postos Bandeira Branca
Consumidor Final
Fonte: ANP
MARKET DAS DISTRIBUIDORAS 4.15 market shareSHARE das distribuidoras 43,1% 2012
20,5%
22,3%
BR Fonte: ANP
36 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
17,6%
20,3%
IPIRANGA
2013
18,8%
37,3%
20,1%
RAÍZEN
OUTRAS DISTRIBUIDORAS
1,6
que seu processo produtivo é mais oneroso, por conta da etapa de desidratação, o que lhe confere maior graduação alcoólica em relação ao hidratado.
1,0
Açúcar/ Anidro
0,9 0,8
mai/12
O anidro é mais caro que o hidratado por-
Anidro/Hidratado
nov/13
1,1
set/13
anidro remunerou 13% a mais que o hidratado.
jul/13
1,2
mai/13
do, chama a atenção o mês de maio, em que o
mar/13
1,3
jan/13
Com relação à paridade entre anidro e hidrata-
nov/12
1,4
set/12
1,5
anidro. Em 2013, esse diferencial foi de 16%.
jul/12
em média, 34% superior à remuneração do
mar/12
Em 2012, a remuneração do açúcar era,
4.16 RELAÇÕES DE PREÇOS ENTRE OS RELAÇÕES DE PREÇOS ENTRE OS PRODUTOS DO SETOR SUCROALCOOLEIRO PRODUTOS DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
jan/12
Remuneração
Fonte: CEPEA/Esalq
Exportações e importações No ano passado, o Brasil reduziu o volume de compras de etanol no mercado externo. As importações (em sua
4.17 MERCADO EXTERNO (Em milhões m3)
maior parte oriundas dos Estados Unidos nos primeiros me-
2012
2013
Importação
0,55
0,13
Exportação
3,10
2,90
ses do ano) sofreram retração de 76% em relação a 2012. Por outro lado, mesmo com o crescimento significativo da produção de etanol brasileiro, as exportações tiveram decréscimo de 6%. O resultado decorrente das transações co-
Fonte: MME
merciais gerou uma receita cambial líquida (valor exportado – valor importado) de US$ 1,8 bilhão, em 2013.
Fique de olho n Resposta do governo sobre a redução de 12% para 7% no ICMS do estado de São Paulo; n Possibilidade de aumento no preço da gasolina, podendo reduzir a defasagem dos preços praticados nos mercados interno e externo e, com isso, elevar a competitividade do etanol; n Manter e ampliar programas de incentivo à inovação tecnológica nas áreas industrial e agrícola e de financiamentos para a adoção de novas tecnologias; n O governo anunciou o Paiss Agrícola, plano de ação conjunta com financiamento do BNDES e Finep destinado à coordenação das ações de fomento à inovação e ao desenvolvimento da produção pioneira de tecnologias agrícolas inseridos nas cadeias produtivas de cana e de outras culturas complementares. Serão disponibilizados quase R$ 1,5 bilhão entre 2014 e 2018; n Acompanhar o impacto da redução para zero nas alíquotas do PIS/Cofins incidentes na importação de etanol até 31/12/2016, pela MP 634/2013.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 37
diesel
Alto consumo Em 2013, o cenário do mercado de diesel no país prosseguiu trajetória ascendente, assim como em anos anteriores. Impulsionado pela forte demanda pelo combustível, o faturamento do segmento registrou R$ 136 bilhões,
por conta do ICMS, que fechou 2013 com R$ 19,5 bilhões de receita, alta de 18% em comparação a 2012.
Nova fase: S10
um crescimento de 16,3% na comparação com o ano
O início de 2013 foi marcado por mudanças, com
anterior. A elevação do faturamento ocorreu devido ao
o ingresso da comercialização do diesel de baixo teor
aumento do preço do produto em 11%, considerando os
de enxofre, o S10 (10 partes por milhão), em substi-
preços médios anuais de 2012 e 2013 e do aumento do
tuição ao S50, comercializado ao longo de 2012. O
volume comercializado em 4,6%. O aumento das vendas
foco de atenção do mercado se concentrou no abas-
foi estimulado pela forte expansão do setor agropecuário,
tecimento a fim de evitar a falta de fornecimento do
que faz amplo uso do combustível em quase todas as eta-
combustível no país e de variações no limite de enxo-
pas da produção e, no ano passado, foi um dos segmen-
fre em toda a cadeia. A revenda estava cautelosa em
tos que mais cresceu na economia brasileira, registrando
lidar com um produto de menor teor de enxofre, mais
7% de evolução em comparação a 2012.
sensível, que exigia cuidados especiais.
O aumento das vendas do diesel garantiu maior
Considerado de última geração, o S10 é altamente
arrecadação tributária em 2013. Mesmo sem a Cide
suscetível à contaminação e tanto distribuição quanto re-
(o imposto foi zerado em 2012), o governo arrecadou
venda tiveram que se adaptar e adotar os procedimentos
R$ 27,7 bilhões, um aumento de 8% em relação ao ano
necessários em relação ao armazenamento do combus-
anterior. O maior incremento na arrecadação fiscal ficou
tível nos tanques, transporte, compartimentos dos caminhões-tanque, a fim de evitar alterações na qualidade do
5.1 FATURAMENTO Em bilhões de R$
Fonte: Fecombustíveis
produto, fora das especificações exigidas pela ANP. Jus-
$ $
117
136
aumentar a frequência dos procedimentos de drenagem, limpeza e manutenção dos tanques e filtros para evitar a formação de borras e outros problemas relacionados ao uso de biodiesel. 2012
5.2 arrecadação tributária Em bilhões de R$
CIDE, 1,2 PIS/Cofins 7,9
te: a mistura de 5% de biodiesel no diesel, que também exigia atenção dos postos de combustíveis e, tiveram que
2013
ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA (Em bilhões de reais)
25,6
tamente pela elevada sensibilidade, havia outro agravan-
Diante das condições de elevada suscetibilidade do produto e atendendo ao pleito do setor, liderado pela Fecombustíveis, a ANP estabeleceu um limite de tolerância de 5 partes por milhão (ppm) de enxofre para o S10. A
27,7
decisão foi tomada após serem analisadas amostras do
PIS/Cofins 8,2
diesel de baixo teor de enxofre ao longo de toda a cadeia.
produto nacional e importado e do comportamento do Com isso, a Agência evitou autuações em larga escala no setor da revenda pela ocorrência de não conformidade do produto. Porém, vale reforçar que, apesar da medida
ICMS 16,5
ICMS 19,5
determinada pelo órgão regulador, a coleta da amostratestemunha continua sendo a principal arma de defesa do revendedor, uma vez que não é possível detectar as
2012
Fonte: Fecombustíveis
2013
especificações exigidas de teor de enxofre no posto, sendo necessário realizar análises em laboratório.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 39
diesel
Surpresas com a demanda O mercado também enfrentou o receio quanto à demanda do S10 pelo consumidor, em função de seu custo ser acima dos demais tipos comercializados (S500 e S1800). No entanto, o que se viu ao longo dos meses surpreendeu o mercado: a demanda por S10 cresceu vertiginosamente.
Além disso, algumas montadoras produzem motores com tecnologia EGR (Recirculação dos Gases de Escape) que dispensam o uso do Arla-32, tanto para a linha de veículos leves como pesados, o que contribuiu para o menor consumo do produto no ano passado.
Mais postos
A partir do segundo semestre, o segmento da re-
Outro aspecto que se verificou em relação ao
venda sofreu com a entrega irregular do S10. A ques-
S10 foi a ampliação do número de postos na comer-
tão foi que a demanda superou as expectativas e ul-
cialização do produto, não somente os obrigatórios
trapassou a previsão das cotas mensais da distribuição
(4.362 postos em 2013), determinados pela Resolução
para o abastecimento do produto. Fatores agravantes
nº 62/2011, que estabeleceu critérios de enquadra-
da situação foram o mercado depender de um único
mento de postos revendedores para comercialização
fornecedor e mais de 50% do produto ser importa-
do diesel de baixo teor de enxofre, para garantir o for-
do. A busca por um combustível de melhor qualidade,
necimento mínimo do combustível em todo o territó-
com melhor rendimento ao motor, ocasionou a cor-
rio nacional. Ao final de 2013, o total de postos que
rida ao S10, principalmente por motoristas que não
comercializavam S10 alcançou pouco mais de 13 mil
necessariamente precisariam abastecer com o produ-
unidades.
to, juntamente com consumidores cativos (veículos de motores Euro 5). Prova disso, foi o volume de entrega do novo diesel às distribuidoras na comparação com o
Apesar do cenário de dificuldades, a entrada do S10 no mercado pode ser considerada um sucesso, levando
5.3 REVENDAS VAREJISTAS DE S10 EM 2013 (Em unidades)
S50 (diesel com 50 partes por milhão comercializado somente ao longo de 2012 como forma de transição para o início de fato do S10). Em 2013, o diesel com 10 partes por milhão de enxofre representou 18,1% das entregas das distribuidoras; enquanto que, em 2012, o S50 alcançou 8,1%. Ao longo dos meses as entregas do S10 foram regularizadas. Apesar da elevada demanda, o preço do S10 um pouco acima dos demais tipos de diesel ocasionou, por outro lado, a recusa de alguns consumidores em abastecer com o combustível. A variação de preço do diesel de baixo teor de enxofre na comparação com os demais tipos de combustíveis atingiu 4,2% em dezembro de 2013. Com isso, a revenda se deparou com motoristas de veículos com motor Euro 5, que necessariamente deveriam abastecer com S10, solicitando outros tipos de diesel, o que poderia ocasionar avarias no motor e reduzir a durabilidade do veículo, além da perda de garantia. Outra resistência constatada em 2013, por parte dos motoristas, foi quanto ao uso do Arla-32, devido ao elevado custo e descrença na real necessidade de uso do produto. Não foi incomum casos de motoristas que misturavam água ao fluído ou não adquiriam o aditivo para uso no motor.
40 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO TOTAL
Fonte: ANP
Comercialização Obrigatória Voluntária 19% 81% 18% 82% 17% 83% 33% 67% 38% 62% 70% 30% 3% 97% 21% 79% 21% 79% 36% 64% 27% 73% 30% 70% 38% 62% 61% 39% 19% 81% 57% 43% 33% 67% 28% 72% 13% 87% 24% 76% 27% 73% 10% 90% 18% 82% 19% 81% 29% 71% 71% 29% 96% 4% 4.362 8.854
Total 69 184 142 24 789 745 157 273 589 507 1.508 323 499 581 226 850 283 1.215 667 200 228 41 1.423 1.027 147 462 57 13.216
em consideração as dimensões do Brasil e a complexi-
A substituição gradativa do S1800 pelo S500 já
dade da operação, que incluiu adaptações em portos,
vem de anos anteriores. Em 2010, diversos municí-
refinarias, bases de distribuição e postos revendedores.
pios dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Maranhão e todos os municípios do
Dois tipos de diesel
Espírito Santo e do Piauí deixaram de comercializar o
No final do ano passado, foi publicada a Resolução
óleo diesel S1800. Em 2011, mais de cem novos mu-
ANP nº 50/2013 estabelecendo a comercialização em
nicípios no estado de São Paulo passaram a comercia-
todo o Brasil, somente de dois tipos de diesel de baixo teor
lizar o diesel S500. De modo que, a partir de 2014, o
de enxofre (S10 e S500) a partir de 1º de janeiro de 2014.
S1800 deixou de ser comercializado no país.
Aumento do ICMS
No ano passado, dois estados aumentaram suas
alíquotas de ICMS do diesel. Na Bahia, o tributo passou de 15% para 17% em janeiro; enquanto que, em Goiás, a alíquota saiu de 13,5% para 15% em agosto de 2013. A menor cobrança de
RR
AP
ICMS permaneceu com os estados do Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, além AM
do Distrito Federal, com 12%,
MA
assim como o Rio de Janeiro,
CE
PA
com 13%, e o Tocantins, com 13,5%. A predominância nos
PB
PI
PE
AC
estados brasileiros foi de uma
TO
RO
alíquota de 17%.
SE BA
MT DF GO
5.4 ALÍQUOTAS DE ICMS
17% 15% 13,5% 13% 12%
Fonte: Fecombustíveis
MG ES
MS SP
RN
RJ
PR
SC RS
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 41
AL
diesel
Não conformidade O índice de não conformidade no diesel apresentou
EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE NÃO CONFORMIDADE (Em%) 5.5 evolução do índice de não conformidade
Em %
leve aumento no ano passa-
6,7 6,5
do, alcançando 2,9%, ante os
5,9 4,9
2,7% em 2012. Nos últimos
3,8
três anos, o menor nível atingido foi em 2011, com 2,3%.
3,4
2,6
Em relação à especifica-
1,9
2,2
3,0
3,6 2,3
2,7 2,9
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
ponto percentual menor do
2003
do, com índice de 36% - um
2002
2000
do o problema mais detecta-
2001
ção, o aspecto continua sen-
Fonte: ANP
que o registrado em 2012. Em seguida, aparecem ponto de fulgor e teor de biodiesel, com
5.6 NÃO CONFORMIDADE POR BANDEIRA (Em %)
19% e 18%, respectivamente. Neste último caso, houve
2012 2013
um decréscimo de três pontos
Fonte: ANP
percentuais na comparação
Bandeiras Nacionais 2,4 2,2
Bandeiras Regionais 3,5 3,0
Bandeira Branca 3,5 3,7
com o ano anterior. O teor de enxofre reduziu dois pontos percentuais em 2013 em relação a 2012,
ESPECIFICAÇÃO DA NÃO CONFORMIDADE
5.7 especificação da não conformidade 37%
registrando 12% e 14%, respectivamente. Em relação ao
36%
aspecto corante nada foi alte-
2012
rado de um ano para o outro,
2013
ficando no patamar de 8%. 19% 14%
17%
21% 18%
12% 8% 8%
7% 3%
Enxofre Fonte: ANP
42 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Aspecto
Corante
Ponto de Fulgor
Teor de Biodiesel
Outros
Importações sobem
As importações de diesel voltaram a subir em 2013
e registrou recorde de 10,3 milhões de metros cúbicos, um aumento de 29% em comparação a 2012.
Apesar dos esforços da Petrobras em aumentar a efi-
5.8 importações Em milhões de m3
ciência de suas refinarias para incrementar a produção, já que operaram com até 99% de sua capacidade, a sobrecarga de trabalho teve consequências. Entre o final de 2013 e início longo de 40 dias foram cinco acidentes em unidades distin-
2012
tas. Uma das mais afetadas foi a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR), cujo incêndio causou a paralisação da refinaria por duas semanas. A Repar processava
10,3
8,0
de 2014, ocorreram diversos acidentes em suas refinarias. Ao
2013
Fonte: ANP
em torno de 200 mil barris de petróleo por dia. Outro grave acidente ocorreu com a Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na baixada fluminense no Rio de Janeiro. Tais ocorrências levaram a ANP a implementar regras mais rígidas para a manutenção das refinarias.
5.9 composição do preço em 2013
5.10 ENTREGAS DE DIESEL ÀS DISTRIBUIDORAS 2012
Fretes 2% Biodiesel 5% Margens 14% Tributos 20%
2013
S1800
46,6%
38,5%
S500
44,2%
42,3%
S50/S10
8,1%
18,1%
Marítimo
1,1%
1,1%
Obs: S50 em 2012 e S10 em 2013 Fonte: ANP
Diesel 59% Fonte: Fecombustíveis
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 43
diesel
médios do diesel aumentaram em
3,0
todos os elos da cadeia em rela-
2,8
ção a 2012. A produção teve alta
2,5
de 13%. Nos postos, o aumento
2,3
foi de 11%. Já as distribuidoras ti-
2,0
o segundo, em 5 de março, com reajuste de 5%; e, em 29 de novembro, de 8%. O último reajuste envolveu uma nova metodologia de preços parâmetros baseados em variáveis,
12%
de câmbio e ponderação associada a origem do derivado vendido no Brasil. O objetivo da nova metodologia é alcançar a convergência de preços no Brasil e do mercado internacional.
44 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
jan/13
11% 10% 9%
Fonte: ANP
dez/13
nov/13
out/13
MARGEM MÉDIA DA REVENDA (Em %)
14% 13%
dos no mercado internacional, taxa
nov/12
5.13 Margem média da revenda
Em %
adotada pela Petrobras, que prioriza como preço de referência dos deriva-
set/12
Fonte: ANP
nov/13
primeiro, em 29 de janeiro, de 5,4%;
Revenda
set/13
do diesel nas refinarias três vezes. O
set/13
sado, a Petrobras reajustou os preços
Distribuição
jul/13
Vale destacar que, no ano pas-
Produção 3,0%
mai/13
no segundo semestre de 2012.
3,5%
ago/13
do à reposição da queda constatada
4,0%
mar/13
13,1%, fato que pode estar associa-
jul/13
o ano com 10,7% e terminou com
4,5%
jan/13
to ao longo de 2013, que começou
5,0%
jun/13
A margem média relativa da revenda de diesel registrou crescimen-
5,5%
nov/12
S10 e os demais tipos de diesel.
DEMAIS TIPOS DE DIESEL E S1800) DOS DEMAIS TIPOS DE DIESEL (S500(S500 E S1800)
mai/13
distanciamento entre os preços do
B100
5.12 VARIAÇÃO DO DOS10 S10 RELAÇÃO À DOS MÉDIA VARIAÇÃO DOPREÇO PREÇO DO EMEM RELAÇÃO À MÉDIA
set/12
é o segmento que apresenta menor
abr/13
ça passou a ser de 5,2%. A revenda
Revenda
Nota: O preço médio do refino não inclui ICMS. Fonte: ANP
jul/12
diesel e, em dezembro, essa diferen-
mar/13
o preço médio dos demais tipos de
Distribuição
jul/12
iniciou o ano 4,2% mais caro que
Refino mai/12
1,0
mai/12
diesel. Na produção, o preço do S10
1,3 mar/12
comparação aos demais tipos de
1,5
fev/13
aos custos mais elevados do S10 em
1,8
jan/13
desse aumento pode ser atribuído
mar/12
veram incremento de 10%. Parte
jan/12
No ano passado, os preços
5.11 PREÇOS MÉDIOS NO UPSTREAM E DOWNSTREAM
Em R$/L PREÇOS MÉDIOS NO UPSTREAM E DOWNSTREAM (Em R$/L)
jan/12
Preços
Maior participação
COMPOSIÇÃO DAS VENDAS POR SEGMENTO
5.14 COMPOSIÇÃO DAS VENDAS POR SEGMENTO 40,5%
Os
postos
vinculados,
41,5% Vendas 2012: 55,9 milhões de m3 2013: 58,5 milhões de m3
ou
embandeirados, aumentaram em um ponto percentual sua participação na composição de vendas
2012
de óleo diesel em 2013, passando de 40,5%, em 2012, para 41,5%.
30,7% 30,1%
2013
16,1% 15,9%
Os demais segmentos, por outro
12,6% 12,4%
lado, registraram pequenas quedas, com destaque para o grupo consumidor final, que encerrou o ano passado com uma participação de 30,1% na composição das vendas, uma diminuição de 0,6% ponto percentual.
Postos Vinculados
Distribuidora viu sua participação cair em quase um ponto percentu-
TRR
Consumidor Final
Fonte: ANP
Embora mantenha a liderança no mercado de óleo diesel, a BR
Postos Bandeira Branca
MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS
5.15 market share das distribuidoras 39,5%
38,6%
2012
al, passando de 39,5%, em 2012,
2013
para 38,6%. Por outro lado, distribuidoras menores ampliaram par-
23,0% 22,9%
ticipação no mercado, alcançando
20,5% 21,0%
17,0% 17,5%
21%. A Raízen também apresentou expansão, de meio ponto percentual. BR
IPIRANGA
RAÍZEN
OUTRAS DISTRIBUIDORAS
Fonte: ANP
Fique de olho n Expectativa de novo reajuste de preços do diesel nas refinarias, mesmo em ano eleitoral; n O foco continuará nos esforços do mercado para garantir o abastecimento do diesel em todo o país, sem sobressaltos; n A preocupação com a qualidade do Arla-32 deve continuar em 2014, já que muitos motoristas de veículos com motor Euro 5 resistem ao uso do aditivo, misturando o fluido com água ou simplesmente ignorando seu uso.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 45
biodiesel
Pressão por mudanças 2013 foi mais um ano em que o setor produtivo do biodiesel ficou com as expectativas frustradas em
e bombas nos postos de combustíveis e nos tanques de veículos.
relação às mudanças do marco regulatório do Progra-
Uma das principais justificativas apresentadas foi a
ma Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB).
questão logística, já que, como o transporte de biodiesel
Desde 2012, o segmento espera que seja aprovado
é feito basicamente pelo sistema rodoviário, haveria a ne-
um aumento do percentual da mistura do biodiesel no
cessidade de ampliar o número de caminhões para trans-
diesel para 7%. Diante das notícias sobre os impactos
portar o produto. Além disso, uma mudança no percen-
das importações de gasolina e diesel no caixa da Pe-
tual exigiria investimentos em dosadores e tancagem em
trobras, os produtores começaram, no fim do ano pas-
distribuição e mais cuidados por parte da revenda com o
sado, a pressionar pelo aumento do teor de biodiesel
manuseio e armazenagem do biodiesel.
ao diesel. O principal argumento foi que a capacidade
Também pesou contra o aumento da mistura o
instalada é mais que suficiente para aumentar a mis-
fato de que muitas usinas ainda estavam produzindo
tura e, com isso, contribuiria para reduzir os gastos da
biodiesel sem a especificação de nível de água deter-
Petrobras com a importação de diesel.
minada pela ANP, que é de 200 ppm, que passou a ser
Uma das propostas que chegou a ser cogitada
obrigatória em 2014. Vale lembrar que, como o biodie-
seria a introdução do B7 em 2014, com o aumento
sel é mais higroscópico que o diesel (absorve mais água
gradual da mistura chegando a B10 até 2020. Além
da atmosfera), há receio que, durante o transporte ou
disso, havia a possibilidade de se trabalhar com limites
armazenamento, o produto absorva umidade do ar, o
mínimo e máximo de mistura de acordo com a con-
que pode agravar ainda mais o problema de formação
juntura e condições de mercado, assim como já é feito
de borras e aumentar a proliferação de micro-organis-
para a mistura de etanol anidro à gasolina.
mos, principalmente na mistura com o diesel S10. Fora
Mesmo com toda a pressão, o setor chegou ao
isso, ainda há a questão da eficiência dos motores de
fim de 2013 sem a tão esperada elevação do teor de
veículos. Ainda não existem testes suficientes que ga-
biodiesel, que permanece nos atuais 5% desde 2010.
rantam a eficácia dos motores com misturas superiores
Entre os fatores que pesam na tomada de decisão
a 7%. A proposta da Associação Nacional dos Fabrican-
do lado do governo é o impacto que esse aumento
tes de Veículos Automotores (Anfavea) é o uso do B7 a
poderia trazer à inflação (a soja é fonte primária do
partir de 2014, somente para frotas cativas e para todos
biodiesel produzido no Brasil), além do fato de o preço
os veículos a partir de 2015.
do biodiesel ser mais caro, essa elevação na mistura
Apesar de existirem alguns testes pontuais de uso
compromete o preço final do produto ao consumidor.
com misturas de até B20 ou B100, os mesmos não
Assim, a decisão foi adiada para 2014.
refletem a realidade da frota brasileira, composta, em
Além disso, o setor ainda teve que lidar com a
sua maioria, por veículos antigos e sem a manutenção
falta de consenso no mercado sobre quando e para
frequente recomendada, já que tomam como base
quanto aumentar a mistura. Enquanto os produtores
condições de uso ideais e em veículos novos.
pediam a adoção de percentuais maiores o mais rápido
De qualquer forma, é possível que o governo
possível, o setor automotivo, distribuidores e revenda
decida, em 2014, sobre o aumento do percentual da
mantiveram suas posturas de cautela e sugeriram que
mistura. No entanto, caso se confirmem as expecta-
o aumento seja feito de forma gradual e com tempo
tivas, o mais provável é que o teor permitido seja de
suficiente para adequação às novas medidas, pelas di-
6%, e não os 7% defendidos pelos produtores, tam-
ficuldades enfrentadas no manuseio e armazenagem
bém em função do impacto que essa elevação possa
do produto, como a formação de borras nos tanques
trazer para a inflação em ano eleitoral. Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 47
biodiesel
Menos água Outro destaque de 2013 foi a redução do teor de água do biodiesel, determinada pela Resolução ANP nº 14/2012, que estabeleceu novos limites deste componente no biocombustível. No ano passado, o limite passou para 350 ppm e no início de 2014, o teor de água no biodiesel caiu para 200 ppm. Tal medida teve como objetivo diminuir a proliferação de micro-organismos e formação de borra nos tanques da revenda. Em princípio, os cuidados com a limpeza e manutenção dos tanques aliados à diminuição do teor de água no biodiesel puro minimizaram os problemas.
Menor participação
6.1 MATÉRIAS-PRIMAS UTILIZADAS
NA PRODUÇÃO DE B100
No ano passado, o óleo de soja continuou perdendo espaço entre as matérias-primas utilizadas na produ-
75,2%
ção de biodiesel. A oleaginosa reduziu sua participação
73,3%
2012
de 75,2% em 2012 para 73,3% do total, em 2013,
2013
uma diferença de 1,9 ponto percentual; enquanto que a gordura bovina cresceu 3,3 pontos percentuais, considerando o mesmo período. Ainda assim, o óleo de
17,2%
20,5% 4,5%
soja mantém de longe sua liderança no ranking. Também perdeu participação, entre as matérias-primas uti-
Óleo de soja
lizadas para a produção de B100, o óleo de algodão em
Gordura bovina
Fonte: ANP
2,2 pontos percentuais.
3,0% 3,9%
2,3%
Óleo de algodão
Outros
Ociosidade em alta Em 2013, a produção de biodiesel aumentou 8% ante 2012. Mesmo assim, o nível da ca-
6.2 produção x capacidade instalada Em mil m3
Fonte: MME
48 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
2.930 2013
6.853 2.708 2012
6.019 2.661
3.660 1.608 2009
1.167
69 511
so, o marco regulatório se arrasta para 2014.
2006
no país. Enquanto não se chega a um consen-
0,7 64
diesel pela Petrobras para abastecer o consumo
2005
é a redução de gastos com as importações de
2008
argumenta também que outro efeito positivo
2007
da mistura de biodiesel ao diesel, o B7. O setor
404
2.483
demanda do possível aumento no percentual
3.666
pacidade é mais que suficiente para atender a
2011
Capacidade Instalada
2.350
marco regulatório, defendendo que a atual ca-
2010
Produção 5.256
O setor produtivo segue fazendo pressão sobre o governo em relação à definição do
7.504
pacidade ociosa permanece elevada, em 60%.
Sul cresce
O Brasil possui 58 usinas de biodiesel. A distribuição da capa-
cidade instalada de biodiesel continua concentrada na região Centro-Oeste, que responde por 44% do total nacional. A região Sul, segunda maior, aumentou sua capacidade em função do aumento do número de usinas, elevando de 28%, em 2012, para 35% do total, em 2013. O Sudeste se manteve inalterado em relação ao total de usinas (11) e encerrou o ano com 12% do total. Em relação ao Norte e Nordeste, ambas as regiões diminuíram sua participação e terminaram 2013 respondendo por 3% e 6%, respectivamente, da capacidade instalada por conta da redução de usinas.
6.3 INFORMAÇÕES REGIONAIS DO B100
RR
AP
Usinas: 3 Capacidade instalada: 3% Volume arrematado nos leilões: 2% AM 2.235,57/m3 Preço médio leilão: R$
MA
CE
PA
AC TO
RO
SE
BA
MT DF
Usinas: 28 Capacidade instalada: 44% Volume arrematado nos leilões: 41% Preço médio leilão: R$ 2.110,05/m3
GO MG ES
MS SP
BRASIL Usinas: 58 Capacidade instalada: 7,5 milhões m3 Volume arrematado nos leilões: 3,1 milhões m3 Preço médio leilão: R$ 2.123,49/m3
RN
Usinas: 3 PB PI Capacidade instalada: 6% PE Volume arrematado nos leilões: 10% ALR$ 2.378,64/m3 Preço médio leilão:
Usinas: 11 Capacidade instalada: 12% Volume arrematado nos leilões: 9% RJ Preço médio leilão: R$ 2.234,81/m3
PR
SC
Usinas: 13 Capacidade instalada: 35% RS Volume arrematado nos leilões: 38% Preço médio leilão: R$ 2.038,83/m3
Fonte: MME e ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 49
biodiesel
Perda de valor Se 2012 foi um ano de supervalorização dos preços do B100, o mesmo não se pode dizer de 2013. O preço por litro do biodiesel até começou elevado, mas foi caindo ao longo do ano passado e fechou em queda de 25%, chegando a R$ 1,941 as entregas de biodiesel nos meses de novembro e dezembro. Ainda assim, o preço médio do biocombustível é 23% superior ao preço médio do diesel praticado nas refinarias no ano de 2013.
6.4 RESULTADOS DOS LEILÕES DE B100 Período Jan a Mar/12 Abr a Jun/12 Jul a Set/12 Out a Dez/12 Jan a Fev/13 Mar a Abr/13 Mai a Jun/13 Jul a Ago/13 Set a Out/13 Nov a Dez/13
Percentual da mistura 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5% 5%
Preço médio (em R$/m3) 2.332,79 2.043,03 2.491,37 2.734,33 2.603,46 2.263,56 2.031,22 1.987,95 1.896,68 1.941,40
Volume arrematado (em m3) 647.000 679.400 768.939 773.324 496.308 517.357 488.532 515.443 524.836 521.000
Fonte: ANP Nota: O preço médio de cada período consiste na média ponderada entre preços e volumes envolvidos em cada lote do leilão.
A queda é resultado da grande safra de soja no Brasil, o que aumentou a disponibilidade de matéria-prima para o biocombustível; a maior oferta mundial de óleos vegetais e, principalmente, a significativa ociosidade do parque instalado para a produção de biodiesel no país. Por outro lado, aumentou o volume arrematado nos leilões promovidos pela ANP. Em 2013, foram comercializados mais de 3 milhões de metros cúbicos, volume 6,8% maior que no ano anterior. Também no ano passado, a periodicidade dos leilões de biodiesel teve alteração, de trimestrais passaram a ser bimestrais, conforme definição da ANP.
Não conforme
6.5 PRINCIPAIS INFRAÇÕES NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL EM 2013
A qualidade do biodiesel comer-
Infração
Em unidades
Em %
Comercializar/armazenar produto não conforme com a especificação
23
79,3%
Construir/operar - instalações e/ou equipamentos em desacordo
2
6,9%
Não atender às normas de segurança
2
6,9%
foram construir e/ou operar instala-
Exercer atividade regulada sem autorização
1
3,4%
ções ou equipamentos em desacordo
Responder solidariamente por vício de qualidade
1
3,4%
cializado no país ainda é uma preocupação para o mercado. Em 2013, a principal infração ficou por conta da comercialização ou armazenagem do biocombustível fora da especificação (79,3%). Outras infrações detectadas
com a regulamentação vigente e não atender às normas de segurança, ambas com 6,9%.
50 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
TOTAL Fonte: ANP
29
Pulverizado O mercado de biodiesel é menos concentrado em
6.6 Market share dos produtores
comparação ao de combustíveis líquidos, dominado por
58,2%
59,5%
grandes empresas. O primeiro lugar no ranking é ocupado pela Granol, com participação de 12,5% do total, um
2012 2013
aumento de 0,7 ponto percentual em 2013 ante 2012. O segundo lugar é ocupado pela Petrobras Biocombustível cuja participação de mercado manteve-se estável, em 11,3%, no mesmo patamar de 2012. Já as produtoras
11,8% 12,5% 11,3% 11,3% 9,9% 8,7%
8,8% 8,0%
Caramuru e Oleoplan reduziram sua participação em 1,2 ponto percentual e 0,8 ponto percentual, respectiva-
Granol
Petrobras Caramuru Biocombustível
mente. Os produtores de menor porte aumentaram sua participação de 58,2%, em 2012, para 59,5%, no ano
Oleoplan
Outras distribuidoras
Fonte: ANP
passado, uma elevação de 1,3 ponto percentual.
Mais caro
Ainda que o custo por metro cúbico do B100
tenha caído drasticamente, de US$ 1.282,19 em janeiro para US$ 827,92, em dezembro de 2013, o que representa uma queda aproximada de 35%, e o preço do diesel importado tenha passado por oscilações de
6.7 CUSTO B100 X DIESEL IMPORTADO Em US$/m3 1.500 1.300 1.100
preços ao longo dos meses (o mês de dezembro encerrou em US$ 785,69) o custo do produto importado
900
levou vantagem de US$ 42,23 sobre o biocombustí-
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
jan/13
nov/12
set/12
jul/12
do ano, os preços estavam muito próximos.
500
mai/12
e o biodiesel foi diminuindo gradativamente e, ao final
B100 Diesel importado mar/12
do ano, a diferença de preços entre o diesel importado
700
jan/12
vel, considerando os preços de dezembro. Ao longo
Nota: B100: Preço médio do leilão ANP. Fonte: Fecombustíveis e ANP
Fique de olho n O governo federal deve decidir o aumento do teor de biodiesel no diesel. Embora o pedido dos produtores seja pela elevação do B5 para B7, é provável que o governo defina por um patamar menor, B6, em função do impacto para inflação em ano eleitoral; n Há ainda o pleito dos produtores de que sejam estipulados limites mínimo e máximo de mistura, podendo chegar até B10, assim como já é feito para o etanol anidro à gasolina; n As distribuidoras precisarão investir mais para adaptar suas bases para trabalhar com percentuais maiores que 5%, como ampliar o número de caminhões para o transporte do produto e a infraestrutura por, pelo menos, 24 meses. Vale lembrar que as grandes distribuidoras costumam fechar seu orçamento para o próximo ano no final do período anterior, o que pode dificultar o cumprimento da medida; n A partir de 2014, é obrigatório o limite de 200 ppm para o teor de água no biodiesel puro para ficar compatível com o S10.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 51
gnv
Perda da competitividade Ao longo de 2013, o mercado de gás natural veicular (GNV) permaneceu em queda, apesar de os
metros cúbicos, o que representou uma redução de 4% em relação a 2012.
dados da Associação Brasileira de Empresas Distri-
De acordo com dados da ANP, a produção nacio-
buidoras de Gás Canalizado (Abegás) relatarem um
nal de gás natural encerrou 2013 com 28,2 bilhões
crescimento do setor de gás natural como um todo
de metros cúbicos. O volume produzido em dezembro
(e não somente o gás para uso veicular) de 18% em
do ano passado apresentou crescimento de 7,1% em
2013, comparado aos 12 meses de 2012. De acordo
relação ao mesmo mês de 2012.
com a entidade, a média diária de consumo passou
No futuro, existe perspectiva de aumento da pro-
de 57 milhões de metros cúbicos em 2012, para 67,2
dução e da oferta de gás, com a reserva do pré-sal e
milhões de metros cúbicos. No entanto, o crescimen-
a possibilidade de extração de gás não convencional
to foi alavancado, principalmente, pelo segmento de
(gás de xisto) no país.
geração elétrica, que chegou a subir 64,5% entre um ano e outro.
Mercado
A geração elétrica, atualmente, ocupa a segun-
Hoje, o mercado de GNV representa 7,6% do vo-
da posição no ranking dos maiores consumidores
lume de gás natural comercializado no Brasil e ape-
de gás natural, com diferença de 7% em relação
nas 2,2% do consumo de combustíveis veiculares.
ao principal consumidor (segmento industrial). Sem
Ao mesmo tempo, a gasolina e o diesel apresentam
considerar o crescimento do setor elétrico, o con-
elevadas taxas de crescimento de consumo (veja mais
sumo de gás natural em 2013 registrou retração de
nas páginas 20 e 38), levando o país, inclusive, a im-
0,4%. Os segmentos residencial e comercial cresce-
portar estes dois combustíveis, já que a Petrobras não
ram 9% e 4%, respectivamente. Já a participação
consegue atender toda a demanda. O GNV no Bra-
do setor automotivo recuou de 9,3%, em 2012,
sil está sendo mal aproveitado e a falta de estímulos
para 7,6%, em 2013. O volume de gás consumi-
por parte do governo contribui para o desinteresse do
do pelo segmento veicular, que era de 7 milhões
consumidor. Atualmente, os incentivos tributários são
de metros cúbicos em dezembro de 2007, caiu para
resultado de iniciativas estaduais, mas não ocorrem
cerca de 5,3 milhões de metros cúbicos, em dezem-
em âmbito federal. Para ser melhor explorado comer-
bro de 2012, e encerrou 2013 com 5,1 milhões de
cialmente, o GNV necessita de mais investimentos na construção da rede de gasodutos, que hoje limita a
7.1 COMERCIALIZAÇÃO DE GÁS NATURAL
PELAS CONCESSIONÁRIAS ESTADUAIS (Em 1.000 m3/ dia)
distribuição do gás em diversas regiões do país e, consequentemente, afasta o potencial consumidor deste combustível. Além disso, há poucas campanhas publi-
2012
2013
citárias de esclarecimento para mostrar os benefícios
Automotivo
5.320
5.125
de uso do GNV.
Industrial
28.415
28.144
A ausência de incentivo se estende para os equi-
Residencial
919
1.004
pamentos de conversão e também para que a indús-
Comercial
718
747
tria automotiva passe a fornecer veículos já converti-
Geração Eletricidade
15.984
26.256
dos de fábrica. Um bom exemplo disso é a Fiat, que
Cogeração
2.924
2.466
comercializou 6.053 unidades do Siena Tetrafuel em
Outros
2.738
3.380
2013, totalizando 39.294 unidades do modelo desde
Total
57.018
67.122
o seu lançamento, em 2006.
Fonte: Abegás
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 53
gnv
Cada vez menos
7.2 conversões Em unidades 33.345
O movimento de queda do consumo do GNV não é recente. Desde 2007, o setor vem registrando reduções sucessivas nas vendas e na participação de mercado. As razões são diversas: além dos preços e das
29.896
incertezas a respeito do fornecimento de gás da Bolívia, o incentivo à expansão da frota de veículos flex contribuiu para o desinteresse por parte do consumidor. Isso pode ser constatado por meio dos registros de conversões anuais, cujas taxas mostraram redução, passando de 272 mil veículos, em 2006, para, apenas, 30 mil, em 2013. No ano passado, o número de conversões caiu 10% em comparação a 2012.
2012
2013
Fonte: IBP
Menos postos A
desacelera-
ção do consumo de
7.3 postos GNV por estado
GNV acaba refletindo na redução do número
RR
AP
de postos que comercializam o produto no país
2012 = 67 2013 = 9
a cada ano que passa. De AM
1.701 estabelecimentos em
MA
2012 = 2 2013 = 2
2012, o número de postos
PA
TO
RO
ta queda de 5%. As razões
2012 = 6 2013 = 6
locais de abastecimento continuam
Rio de Janeiro, Pernambuco e Minas Gerais au-
SP
2012 = 369 2013 = 350
SC
Fonte: IBP
RS
2012 = 136 2013 = 136
2012 = 83 2013 = 81
54 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
2012 = 73 2013 = 76 2012 = 36 2013 = 33
ES
2012 = 38 2013 = 33
RJ
PR
2012 = 39 2013 = 39
2012 = 45 2013 = 38
MG 2012 = 75 2013 = 76
MS 2012 = 10 2013 = 10
2012 = 64 2013 = 62
2012 = 35 2013 = 32
GO 2012 = 4 2013 = 2
De todos os estados da federação, somente
de GNV no ano passado.
AL
2012 = 72 2013 = 70
DF
as mesmas: alto custo e baixo consumo.
mentaram ligeiramente a quantidade de postos
SE
BA
2012 = 0 2013 = 2
MT
que explicam a diminuição dos
PE
2012 = 2 2013 = 0
AC
RN PB
PI
passou para 1.609 postos em 2013, o que represen-
CE
2012 = 545 2013 = 552
TOTAL: 2012 = 1.701 2013 = 1.609
0,43 0,42 0,41 0,40 0,39
Preços
nov/13
set/13
jul/13
mai/13
mar/13
jan/13
nov/12
set/12
jul/12
mai/12
mar/12
0,37
jan/12
0,38
7.4 PREÇOS MÉDIOS NO DOWNSTREAM Em R$/m3
PREÇOS MÉDIOS NO DOWNSTREAM (Em R$/m3)
A média de preços prati-
de R$ 1,764 por metro cúbico,
1,2
e R$ 1,792 por metro cúbico em novembro e aumentou em dezembro, para R$ 1,812 por
nov/13
1,3 set/13
o preço médio da revenda foi
jul/13
1,4
mai/13
período. Em janeiro de 2013,
mar/13
1,5
jan/13
cimento de 5,7% no mesmo
Distribuidoras Postos
nov/12
1,6
set/12
1,7
to na distribuição houve cres-
jul/12
em 2013 ante 2012; enquan-
mai/12
1,8
mar/12
1,9
dos da ANP, aumentou 4,5%
jan/12
cada nos postos, segundo da-
Fonte: ANP
metro cúbico. As distribuidoras, por sua vez, de acordo com o levantamento da agência re7.5 margem média da revenda Em R$/m3
MARGEM MÉDIA DA REVENDA (Em R$/L)
cúbico em janeiro e R$ 1,38 por
te em dezembro.
nov/13
novembro para subir novamen-
20%
set/13
setembro e seguir estável até
jul/13
para aumentar um pouco em
22%
mai/13
ano, caindo em julho e agosto,
mar/13
estiveram entre os picos do
24%
jan/13
ses de fevereiro, março e junho
mai/12
ções ao longo do ano. Os me-
26%
mar/12
A margem média relativa da revenda passou por oscila-
jan/12
metro cúbico em dezembro.
28%
nov/12
o
set/12
comercializaram
produto por R$ 1,36 por metro
jul/12
guladora,
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 55
gnv
Tributos O Distrito Federal e o Amazonas têm a alíquota de ICMS mais alta entre os estados da federação, 25%. Na ponta oposta
RR
AP
vem Pernambuco com 0%, e em Alagoas, Bahia, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do
AM
MA
Norte, Rio Grande
CE
PA
do Sul e Santa Catarina, a alíquota é
PB
PI
PE
AC
de 12%.
TO
RO
SE BA
MT DF
7.6 ALÍQUOTAS DE ICMS
GO
25% 18% 17% 12% 0% Fonte: Fecombustíveis
56 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
MG ES
MS SP PR
SC RS
RN
RJ
AL
Campanhas de incentivo Comgás
CEG
Durante o ano, algumas iniciativas das concessionárias de GNV tentaram estimular o uso do combustível junto aos consumidores. Uma das concessionárias que promoveu esforços para incentivar o uso do GNV foi a Comgás, que atua em parte do estado de São Paulo. De acordo com informações da empresa, a expectativa do setor é reverter este movimento de queda no uso do gás veicular e elevar as vendas em 5% em 2014. Uma das ações da Comgás em 2013 foi o chamado “rally da economia”, um evento promovido em conjunto com o Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo, durante o qual três carros idênticos, guiados por taxistas, percorreram 383 km no circuito São Paulo – São José dos Campos – Campinas – São Paulo, para comparar o desempenho dos três combustíveis (GNV, gasolina e etanol). O resultado, calculado por especialistas que acompanharam o trajeto, apontou que o carro movido a GNV apresentou o melhor rendimento e melhor custo por quilômetro rodado (R$/ km). O carro movido a etanol apresentou uma média de R$ 0,185/km rodado; a gasolina, R$ 0,199/km rodado; e o GNV, R$ 0,109/km rodado. Comparativamente, o GNV apresentou uma economia de 45% em relação a gasolina e de 41% em relação ao etanol. Outra iniciativa da Comgás, para conquistar o consumidor, foi uma parceria com as concessionárias de veículos, para a instalação do kit de conversão de GNV. Além disso, no estado de São Paulo, um pleito antigo do setor de GNV (inclusive dos postos revendedores do combustível) foi atendido. Em agosto, houve uma revisão da forma de cálculo do ICMS incidente sobre o gás veicular, o que reduziu o preço em cerca de 10,4% para os postos situados na área de abrangência da Comgás.
A Comgás não foi a única concessionária a buscar a revitalização do mercado de gás veicular. A CEG, que atua no Rio de Janeiro e no sul do estado de São Paulo, também desenvolveu várias ações ao longo do ano, com o intuito de promover o uso do combustível junto aos consumidores. Uma das iniciativas foi o lançamento de uma campanha publicitária aproveitando a desvantagem de preços em relação ao etanol na entressafra. O Rio é o maior estado consumidor de GNV do país, na área de atuação da CEG.
Gasmig Durante o ano, a Gasmig (Minas Gerais) também promoveu eventos para divulgar as vantagens de uso do gás veicular, além da campanha “Vou no Gás”, que concede bônus de 600 metros cúbicos de gás para cada veículo convertido, no caso de frotistas e taxistas, o que é suficiente para rodar cerca de 8 mil km sem pagar pelo abastecimento.
Potigás A Companhia Potiguar de Gás (Potigás), do Rio Grande do Norte, investiu na campanha “Tô no Gás”, desde maio de 2013 até janeiro de 2014, oferecendo aos consumidores que converteram seus veículos um bônus de até 500 metros cúbicos de gás.
PBgás Na Paraíba, a PBgás também concedeu incentivo aos motoristas, no valor de R$ 450,00 para cada proprietário que fizesse a instalação do kit de GNV em seu veículo, apresentando a devida documentação que comprove o serviço.
Fique de olho n O aumento de preços da gasolina pode trazer impacto ao mercado de etanol e, consequentemente, pode aumentar a competitividade do GNV; n Políticas de incentivo dos estados também tendem a estimular o aumento do consumo do combustível.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 57
GLP
Crescimento contido O mercado total de GLP cresceu 3% em 2013, enquanto que a comercialização do gás de cozinha
8.1 CONSUMO
Em 1.000 toneladas
(P13) aumentou cerca de 1,5% em comparação a
7.135
7.329
2012, para 5,2 milhões de toneladas. O faturamento
Outros 28%
Outros 29%
P13 72%
P13 71%
2012
2013
total do mercado atingiu R$ 26,3 bilhões ante R$ 24,3 bilhões no ano anterior, crescimento da ordem de 8%. O GLP de 13 quilos chega a 98% dos municípios do Brasil, onde são vendidos entre 33 e 35 milhões de botijões de gás por mês. Atualmente, este segmento tem espaço restrito para crescer, pois já se encontra na maior parte dos lares brasileiros. Outro fator que limita a expansão do combustível é a concorrência com o gás natural, que se expande para as residências e abastece os segmentos industriais e comerciais. Assim como nos anos anteriores, o setor perma-
Fonte: ANP
8.2 FATURAMENTO Em bilhões de R$
nece sofrendo de velhos problemas, como os altos custos logísticos para a distribuição do produto, a informalidade do setor e o elevado número de empresas atuantes na revenda. Um dos principais problemas enfrentados pelo segmento é a verticalização do setor, pois, ao contrário da cadeia produtiva dos combustíveis líquidos, as distribuidoras também atuam no mercado revendedor.
Fonte: Fecombustíveis
$ $
24,3
2012
26,3
2013
Um dos objetivos do segmento é incrementar a
revenda. Os custos de logística têm sido um grande desa-
participação do GLP na matriz energética brasileira
fio, pois a Lei Federal 12009/09 e a Resolução 356/10, do
em três frentes: residencial, industrial e agronegócio.
Contran, proibiram o transporte de GLP em motos, obri-
Dados do setor apontam que, hoje, 75% das residên-
gando os revendedores a usar transportes, como cami-
cias utilizam o chuveiro elétrico, enquanto apenas 5%
nhonetes de pequeno porte e triciclos e, desde então, os
usam gás natural. Já o setor de agronegócio responde
revendedores convivem com as mudanças e adaptações
por somente 0,2% do consumo total de GLP no país,
do transporte, sem repassar os custos ao consumidor.
ante 7% nos países desenvolvidos.
Regulamentações
O setor aguardou, com ansiedade, ao longo de 2013, as revisões da Portaria 297/2003 (revenda) e da Resolução 15/2005 (distribuição), mas não houve
No ano passado, um fato causou frustração ao se-
tempo hábil para discutir com os agentes as altera-
tor. A MP 609/2013, que incluía o gás de cozinha como
ções das normas. No período de 14 de outubro a 2 de
produto da cesta básica, passou pela aprovação da Câ-
dezembro, a ANP abriu consulta prévia sobre o tema
mara e do Senado, mas foi vetada pela Presidência da
e recebeu 332 sugestões dos agentes econômicos. O
República. Ainda no campo das regulamentações, o se-
assunto vai avançar em 2014, quando passará pelo
tor foi alvo de discussões em audiência pública na ANP,
processo de audiência pública. A expectativa é de que
em julho, sobre as novas regras para o transporte moto-
as novas regras sejam aprovadas, provavelmente, após
rizado terrestre de recipientes de GLP. O tema é sensível à
as eleições de 2014. Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 59
GLP
Fiscalização intensa
8.3 PRINCIPAIS INFRAÇÕES
NA REVENDA em 2013
A revenda de GLP foi um dos segmentos mais fiscalizados pela ANP no ano passado. Foram 3.356 ações, das quais resultaram em 633 infrações. O primeiro lugar no campo das autuações foi não atender às normas de segurança, tanto da revenda como da distribuição, com 48% e 69%, respectivamente. As infrações em segundo e terceiro lugares para a revenda foram exercer atividade regulada sem autorização (12%) e não cumprir notificação (10%). A venda clandestina de GLP continua sendo uma grande dor de cabeça para os revendedores que trabalham dentro da legalidade.
Infração Em unidades Não atender às normas de segurança 435 Exercer atividade regulada sem autori108 zação Não cumprir notificação 91 Construir/operar - instalações e/ou equi64 pamentos em desacordo Não prestar informações ao consumidor 58 Adquirir ou destinar produto de/para fonte 57 diversa da autorizada Não possuir documentação de outorga/ 38 habilitação Não atualizar dados cadastrais na ANP 17 Deixar de apresentar ou apresentar incorretamente documentação de movimenta13 ção de produtos Adquirir/comercializar sem cobertura 9 fiscal Outros 19 TOTAL 909
gulares vêm diminuindo, consideravelmente. Antes da entrada em vigor do programa, em setembro de 2010, 74,5% dos municípios brasileiros eram cobertos por revendas legalizadas e hoje está em 92,5%.
10,0% 7,0% 6,4% 6,3% 4,2% 1,9% 1,4% 1,0% 2,1%
8.4 PRINCIPAIS INFRAÇÕES
NA DISTRIBUIÇÃO em 2013
da ANP em parceria com Corpo de Bombeioutras entidades, a atuação de agentes irre-
11,9%
Fonte: ANP
Com a atuação do Programa Gás Legal, ação ros e órgãos de defesa do consumidor, entre
Em % 47,9%
Infração Não atender às normas de segurança Não cumprir notificação Adquirir ou destinar produto de/para fonte diversa da autorizada Não apresentar documentação referente à qualidade dos combustíveis Construir/operar - instalações e/ou equipamentos em desacordo Não prestar informações ao consumidor Não atualizar dados cadastrais na ANP Recipiente sem marca TOTAL
Em unidades 53 9
Em % 68,8% 11,7%
6
7,8%
3
3,9%
Fonte: ANP
2
2,6%
2 1 1
2,6% 1,3% 1,3%
77
8.5 Produto apreendido 55,4%
Sem gás 45,9%
43,6% 39,9%
2012
O consumidores dos estados
2013
de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sofreram com a falta de
2012: 63.424 unidades 2013: 15.552 unidades
GLP, em outubro do ano passado, por conta da paralisação de uma refinaria da Petrobras em São José dos Campos (SP) e também por problemas logísticos. As distribui-
1,9% P13 (Cheio)
P13 (Vazio)
5,6%
Outros (Cheio)
Fonte: ANP
60 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
2,8%
4,9%
Outros (Vazio)
doras receberam, em média, de 60% a 70% de sua necessidade.
Tributos
8.6 ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA
A exemplo de outros anos, a arrecadação tribu-
Em bilhões de R$
tária subiu 5%, de R$ 4,2 bilhões para R$ 4,4
4,4
4,2
bilhões, por conta de um acréscimo no ICMS (de R$ 3 bilhões para R$ 3,2 bilhões), enquanto que a arrecadação de PIS/Cofins manteve-se estável em R$ 1,2 bilhão. A alíquota do ICMS mais alta continua sendo
ICMS 3,2
ICMS 3,0
praticada por Minas Gerais, apesar das tentativas de parlamentares em reduzir o tributo, e o Amazonas continua praticando a tarifa zero. A maioria dos estados da federação pratica cobrança de 12%, enquanto que os estados do Nordeste (exceto Bahia), Espírito Santo, Pará, Roraima e Acre aplicam 17%.
Pis/Cofins 1,2
Pis/Cofins 1,2
2012
2013
Fonte: ANP
8.7 ALÍQUOTAS DE ICMS
RR
AP
AM
MA
CE
PA
PB
PI
PE
AC TO
RO
RN
SE
AL
BA
MT DF GO
18% 17% 12% 0%
MG ES
MS SP
RJ
PR
SC Fonte: ANP
RS
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 61
9
nov/13
set/13
jul/13
Revenda mai/13
mar/13
jan/13
nov/12
set/12
jul/12
mai/12
mar/12
8
jan/12
Distribuição
GLP
PREÇOS MÉDIOS NO UPSTREAM E DOWNSTREAM
de 13Kg) 8.8 PREÇOS MÉDIOS(Em nOR$/Botijão UPSTREAM E DOWNSTREAM
Preços
Em R$/Botijão de 13kg
19
cipais itens que impac-
15
taram na formação do preço do gás de botijão foram o reajuste do sa-
Distribuição
Revenda
nov/13
ram em 1,7%. Os prin-
Produção
set/13
23
jul/13
as distribuidoras eleva-
mai/13
27
mar/13
aumento foi de 4,7% e
jan/13
31
nov/12
produção; nos postos, o
set/12
35
jul/12
tiveram alta de 0,7% na
mai/12
39
mar/12
43
ticados no ano passado
jan/12
Os preços médios pra-
Fonte: ANP
lário mínimo em 9% e o Em R$/Botijão de 13kg
à
45%
margem média relativa
40%
longo do ano. No caso da margem média relati-
35% 30% 25%
Distribuição set/12
jul/12
seu pico em novembro,
mai/12
20%
mar/12
ção foi maior, atingindo
jan/12
va da revenda, a oscila-
Revenda nov/13
ve pouca oscilação ao
set/13
das distribuidoras, hou-
jul/13
relação
mai/13
em
mar/13
Já
jan/13
para 9,5%, em 2013.
8.9 margem média dO DOWNSTREAM
nov/12
aumento da cesta básica
com 28,3%, e caiu em dezembro, para 26,1%.
Fonte: ANP
8.10 COMPOSIÇÃO DO PREÇO EM 2013 Botijão de 13 kg
8.11 VARIAÇÃO DOS ITENS Produtor 28% Impostos 17% Margem Distribuição 28% Margem Revenda 27%
QUE IMPACTAM O PREÇO 2012
2013
Cesta básica
8,3%
9,5%
IGP-M
7,8%
5,5%
INPC
6,2%
5,6%
Salário Mínimo
14,1%
9,0%
Fonte: Dieese, Ipeadata, IBGE e FGV Fonte: ANP
62 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Distribuidoras
MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS (P13) MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS (P13)
O mercado de GLP (P13) é bastante concentrado e permaneceu praticamente inalterado
8.12 MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS (P13) 24,0% 24,1% 24,0% 24,1%
22,5% 22,2% 22,5% 22,2%
em 2013. Dominam o
2012 2012 2013 2013
20,5% 19,9% 20,1% 19,6% 20,5% 19,9% 20,1% 19,6%
mercado a Liquigás, com 24,1%,
seguida
pelo
Grupo
Nacional,
com
22,2%,
8,1% 8,2% 8,1% 8,2%
Supergasbras,
5,4% 5,4% 5,4% 5,4%
com 20,5%, e Grupo Ultra, com 19,6%. Em relação aos vasilhames, Ultra
demais o
Grupo
permaneceu
na
liderança, mas perdeu
LIQUIGÁS
NACIONAL
SUPERGASBRAS
ULTRA
COPAGAZ
OUTRAS
LIQUIGÁS
NACIONAL
SUPERGASBRAS
ULTRA
COPAGAZ
OUTRAS
Fonte: ANP
0,9 ponto percentual de participação de mercado em relação a 2012. O segundo lugar foi ocupado pela Supergasbras
MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS (OUTROS RECIPIENTES)
MARKET SHARE DASDISTRIBUIDORAS DISTRIBUIDORAS (OUTROS RECIPIENTES) 8.13 MARKET SHARE DAS (Outros recipientes) 32,5% 31,6% 32,5% 31,6%
2012 2012 2013 2013
23,1% 22,8% 23,1% 22,8% 19,3% 19,2% 19,3% 19,2%
(22,8%) e a terceira posição foi mantida pela Liquigás (19,3%). Já o
10,8% 10,0% 10,8% 10,0%
grupo Nacional manteve sua posição em quarto lugar, com leve aumento de participação, passando de 10% para 10,8% em 2013.
7,5% 7,1% 7,5% 7,1%
8,1% 8,0% 8,1% 8,0%
ULTRA
SUPERGASBRAS
LIQUIGÁS
NACIONAL
COPAGAZ
OUTRAS
ULTRA
SUPERGASBRAS
LIQUIGÁS
NACIONAL
COPAGAZ
OUTRAS
Fonte: ANP
Fique de olho n Atualização da Portaria 297/03 e da Resolução 15/2005; n O setor pretende conquistar mais espaço na matriz energética brasileira; n Revisão da carga tributária para tornar o setor mais competitivo em outros mercados; n Acompanhamento do avanço do Programa Gás Legal e do Programa de Requalificação de Gás.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 63
lubrificantes
Mercado em evolução Mais um ano se passou e o setor de lubrificantes se apresenta como um dos segmentos mais dinâmi-
1,520 milhão de metros cúbicos ante os 1,383 milhão de metros cúbicos vendidos em 2012.
cos do mercado. A cada ano, este setor multiplica o
Os resultados de 2013 retratam o trabalho dos
número de produtos, amplia a gama de opções para
agentes do setor de lubrificantes. No ano passado, o
atender a nichos de mercado, investe em pesquisas,
número de empresas atuantes no segmento teve li-
caminhando afinado com as novas tecnologias de mo-
geira redução, de 2%, em relação a 2012. Exceto as
tores, e a inserção dos combustíveis com menores te-
importadoras, que cresceram 5%, as produtoras e as
ores de enxofre, como o diesel S10 e o S500 e a nova
coletoras reduziram em 8% e 11%, respectivamente,
gasolina, tudo em consonância com o meio ambiente.
fato atribuído ao processo de formalização da ANP.
Esta conjunção de fatores resulta em desenvolvimento
Já os rerrefinadores mantiveram o mesmo número de
de produtos mais sofisticados, que aliam proteção ao
2012.
motor, aumento da vida útil dos equipamentos veicu-
No ano de 2013, a revisão da Resolução
lares, com metas de economia de combustível e redu-
no 10/2007, um dos assuntos de grande expectativa
ção das emissões de gases poluentes.
do setor, não foi adiante, sendo estendido para 2014.
No ano passado, as vendas de óleos lubrificantes
A discussão é aguardada desde 2012, e a ANP visa
cresceram 10% em comparação a 2012, surpreenden-
estabelecer níveis mínimos de qualidade para os óleos
do os agentes de mercado que esperavam incremen-
lubrificantes comercializados em território nacional. O
to próximo ao do PIB (2,3%). Foram comercializados
objetivo é promover a retirada de produtos considerados obsoletos pelos critérios de qualidade. No início de
9.1 COMERCIALIZAÇÃO DE
2014, o tema voltou à tona em audiência pública na
Em mil m3
de abril de 2014 no Diário Oficial da União.
ÓLEO LUBRIFICANTE ACABADO
ANP e a Resolução tão aguardada foi publicada em 14
9.2 AGENTES DO SETOR Produtores 1.383
1.520
2012
2013
2012
2013
146
134
Coletores
37
33
Rerrefinadores
19
19
Importadores
164
173
Fonte: ANP
Fonte: ANP
Panorama do rerrefino O volume de óleos rerrefinados aumentaram de 248,2 mil metros cúbicos em 2012 para 268,8 mil metros cúbicos em 2013, um crescimento de 8%. Dentre as empresas participantes deste mercado, a Lwart lidera o ranking, com 40,1% do total, seguida pela Lubrasil, 13,1%; Prolumas, 11,2%; e Petrolub, com 10,3%.
9.3 MARKET SHARE Do rerrefino LWART LUBRASIL PROLUMINAS PETROLUB OUTRAS
2012 40,6% 10,0% 9,5% 8,3% 31,6%
2013 40,1% 13,1% 11,2% 10,3% 25,3%
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 65
lubrificantes
Rumo à redução O Programa de Monitoramento de Lubrificantes da
14,2%, em 2013. As principais ocorrências neste que-
ANP acompanha sistematicamente a qualidade dos óle-
sito foram: sem aditivação, aditivação insuficiente, vis-
os lubrificantes comercializados no país e a atuação em
cosidade e presença de básico naftênico.
conjunto com as ações de fiscalização têm contribuído
Em relação às especificações de registro, o
para adequação dos agentes irregulares e a redução dos
índice ficou praticamente estável, de 11,4% para
índices de não conformidade no setor de lubrificantes.
11,2%. E as não conformidades relacionadas ao
No ano passado, as não conformidades no quesito qualidade diminuíram de 16,3%, em 2012, para
rótulo tiveram ligeira alta no período, de 14,2% para 14,9%.
9.4 ESPECIFICAÇÃO DA NÃO CONFORMIDADE QUANTO À QUALIDADE 42%
42%
2012
35%
35%
35% 24%
2013
35%
29%
2012 2013
29% 23%
24%
23%
5%
6% 1% 1%
Sem aditivação
6% Aditivação Viscosidade Presença5% de Outros insuficiente básico naftênico
Fonte: ANP
Sem aditivação
1% 1%
Aditivação Viscosidade Presença de Outros insuficiente básico naftênico
9.6 NÃO CONFORMIDADES
9.5 ESPECIFICAÇÃO DA NÃO Outros CONFORMIDADE 13%
Outros 13%
QUANTO AO RÓTULO em 2013 Lote 35%
Lote 35%
Data de fabricação 36%
Data de fabricação 36%
Origem do produto 16%
Origem do produto 16% Fonte: ANP
66 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
2012
2013
Registro
11,4%
11,2%
Qualidade
16,3%
14,2%
Rótulo
14,2%
14,9%
Fonte: ANP
Cuidado com o meio ambiente O segmento de lubrificantes é um dos poucos
9.7 COLETA em 2013 (Em m3)
no Brasil que segue uma conduta exemplar em relação às boas práticas ambientais. O segmento adota o processo de logística reversa de embalagens e concede a destinação correta de suas embalagens para reciclagem, sendo um dos setores mais avançados na preservação do meio ambiente, conforme estabelece a famosa Lei de Resíduos Sólidos no 12.305/10.
Centro-Oeste Norte Nordeste Sudeste Sul BRASIL
Meta
Coletado
43.440 26.653 51.364 252.370 84.642 458.469
42.755 26.908 52.305 253.890 97.709 473.567
Coletado/ Comercializado 32,5% 28,3% 28,5% 42,3% 41,6% 38,0%
Fonte: ANP
O Programa Jogue Limpo contribui expressivamente para o setor cumprir suas obrigações am-
(BA, AL, SE, RN, PE, PB e CE). As metas para 2014
bientais. No ano passado, foram recolhidas e enca-
são estender as operações do Jogue Limpo para cer-
minhadas para reciclagem quase 3.000 toneladas de
ca de 3.000 municípios do Nordeste.
embalagens plásticas usadas de lubrificantes, com
Além do processo de reciclagem de embalagens,
crescimento aproximado de 30% dos pontos gera-
dados da ANP mostram que as metas de coleta de óleo
dores. A cada ano, aumenta o número de estados
usado, determinadas pela Portaria Interministerial no
participantes do programa. Atualmente, os estados
59/2012, vêm sendo cumpridas. No ano passado, con-
com sistema de coleta são Rio Grande do Sul, Santa
siderando os dados Brasil, o volume de óleo usado co-
Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas
letado foi de 473,6 mil metros cúbicos, ultrapassando
Gerais, Espírito Santo, além do Distrito Federal; e
a meta de 458,5 mil metros cúbicos. Do total coletado,
assinaram termo de compromisso mais sete estados
foram reaproveitados e comercializados 42,6%.
Concentração O mercado de lubrificantes, assim como o de outros combustíveis, é dominado por grandes empresas do setor. Em 2013, o ranking dos participantes permaneceu praticamente inalterado. A BR é lider de mercado, com 20,4%; a Cosan vem
Fique de olho
em segundo lugar, com 13,4%; seguida pela Ipiranga, com 13,3%; na sequência vem a Shell, com 11,4% e a Chevron, com 9,7%.
o setor da revenda de lubrificantes;
9.8 MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS BR COSAN IPIRANGA SHELL CHEVRON PETRONAS OUTRAS
2012 20,5% 13,3% 13,6% 11,9% 10,9% 7,8% 22,0%
n Publicação de uma resolução específica para
2013 20,4% 13,4% 13,3% 11,4% 9,7% 9,0% 22,8%
n Avanços tecnológicos em prol da eficiência energética e redução de emissores poluentes.
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 67
meio ambiente
Combustíveis e emissões O ano de 2013 foi marcado pela chegada ao mercado do diesel com baixo teor de enxofre (S10), após
prevenir a formação de gomas, redução de compostos anticorrosivos e a redução do ponto de entupimento.
um conturbado período de introdução, durante o qual
As mudanças nos combustíveis são essenciais para
vários segmentos (revenda e distribuição de combustí-
que as metas estabelecidas pelo Proconve sejam atingi-
veis, indústria automotiva e a própria Petrobras) tive-
das, visto que as emissões veiculares respondem por boa
ram de se adequar. O novo combustível, com 10 ppm
parte da poluição atmosférica. Além do crescimento da
(partes por milhão) de enxofre, chegou depois de um
frota de novos veículos, que, segundo dados da Associa-
ano (2012) em que o mercado se adaptou ao diesel
ção Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
S50, com todas as suas particularidades, e para aten-
(Anfavea), teve um aumento de 1,5% no ano passado em
der à chamada fase P7 do Programa de Controle da
relação a 2012, chegando a um total de 3.740.000 novos
Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve).
veículos, o uso de meios de transporte coletivos é muito
O programa, que visa controlar os problemas decor-
expressivo no país. Conforme dados de 2010 da Agência
rentes da expansão da frota e suas emissões atmosféri-
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o transporte
cas, especialmente nos grandes centros urbanos, esta-
rodoviário interestadual e internacional de passageiros no
belece uma série de metas relacionadas à qualidade do
Brasil é responsável por uma movimentação superior a
ar, com limites máximos de emissões para cada agente
140 milhões de usuários/ano (quase 95% do total dos
poluente. Para conseguir atingir tais limites, tanto a
deslocamentos realizados no país). Na esfera do transpor-
indústria automotiva quanto o segmento de combustí-
te urbano e interurbano de passageiros, dados de 2008
veis têm de se adequar, seja produzindo veículos mais
da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) já
eficientes ou combustíveis mais limpos. E, claro, os
mostravam que, nas cidades brasileiras com mais de 60
postos de combustíveis são uma ponta essencial deste
mil habitantes, cerca de 56% das viagens eram feitas por
processo, pois precisam passar por adaptações para ar-
meio rodoviário, sendo o transporte por ônibus (urbanos
mazenar e comercializar diferentes produtos, como foi
e metropolitanos) responsável por 26%, contra 30% da
o caso do S10 (Veja mais na página 39).
motorização individual (carros e motos).
Além do diesel, a gasolina também passou por
Em função disso, a questão da qualidade do ar,
mudanças, no início de 2014, com a introdução da ver-
especialmente nos centros urbanos, é cada vez mais
são com 50 ppm de enxofre. Para que a nova gasolina
relevante.
chegasse ao mercado, muitos debates aconteceram ao Proconve visa controlar os problemas decorrentes da expansão da frota de veículos e suas emissões atmosféricas
longo de 2013, discutindo as características do novo produto e sua aditivação (prevista para entrar em vigor julho de 2015). A redução dos níveis de enxofre nos combustíveis é uma tendência em países de primeiro mundo (na Europa, o diesel tem máximo de 7 ppm e, nos Estados Unidos, máximo de 15 ppm, desde 2006). A grande vantagem do ponto de vista ambiental desta exigência é a redução de gases tóxicos e material particulado, que deixam de ser liberados no ambiente com a melhoria da qualidade do ar. No entanto, com a redução do enxofre, algumas mudanças nas propriedades do diesel são densidade, redução da condutividade elétrica do diesel, redução de compostos antioxidantes que ajudam a
Stock
esperadas, como, por exemplo, redução da lubricidade,
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 69
meio ambiente
Fases do Proconve O Proconve baseou-se na experiência internacio-
de implantação, um para veículos pesados (fases P),
nal para adequar os índices à realidade brasileira e tem
baseado nos limites de emissão europeus; e outro para
como principal meta a redução da contaminação at-
leves (fases L, para veículos de até 3,5 toneladas). Atu-
mosférica das fontes móveis, por meio da fixação dos
almente, o Brasil está na fase P7 para pesados e L6
limites máximos de emissão, que são verificados a par-
para leves e, em todas as fases, o mercado de combus-
tir de ensaios padronizados.
tíveis teve papel essencial, seja fornecendo fontes de
O programa prevê a implantação gradual de no-
energia mais limpas ou mesmo se adaptando para lidar
vas tecnologias para atender a limites cada vez mais
com as especificidades de novos produtos. Confira os
rígidos de emissões. Foram criados dois cronogramas
detalhes das fases passadas:
Veículos leves Caracterizada pela eliminação dos modelos mais poluentes e aprimoramento dos projetos dos modelos já em produção. As principais inovações tecnológicas foram: reciclagem dos gases de escapamento para controle das emissões de NOx; injeção secundária do ar no coletor de exaustão para o controle de CO e HC; implantação de amortecedor da borboleta do carburador para controle do HC e a otimização do avanço da ignição.
Fase L-1
(1988-1991)
Limites mais rigorosos foram introduzidos pela Resolução Conama 15, de 1995. Para atender à exigência, os fabricantes/importadores empregaram, conjuntamente, novas tecnologias para a formação de mistura gasolina/etanol e controle eletrônico do motor como, por exemplo, o sensor de oxigênio.
Fase L-2
(1992-1996)
A Resolução Conama 18, de 1986, estabeleceu limites de emissões mais rigorosos e, por isso, o mercado investiu na adequação de catalisadores e sistemas de injeção eletrônica para uso com mistura de etanol em proporção única no mundo. As principais inovações nos veículos foram a injeção eletrônica, os carburadores assistidos eletronicamente e os conversores catalíticos. Em 1994, iniciou-se o controle de ruído dos veículos.
70 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Fase L-3
(1997-2004)
Nesta fase, as novas tecnologias veiculares proporcionaram redução de 31% das emissões de hidrocarbonetos não-metano para os veículos leves do Ciclo Otto e de 48% e 42% para as emissões de NOx para os veículos leves do ciclo otto e diesel, respectivamente. Além disso, as emissões de aldeídos foram reduzidas em, aproximadamente, 67% para os veículos do Ciclo Otto (movidos a gasolina ou flex).
Fase L-4
(2005-2008)
A prioridade nesta fase foi a redução das emissões de HC e NOx (substâncias precursoras de ozônio). Para tanto, novos motores foram desenvolvidos, incluindo a melhoria da geometria da câmara de combustão e dos bicos de injeção, o aumento da pressão da bomba injetora e a injeção eletrônica.
Fase L-5
(2009-2013)
Fase L-6 Iniciada em janeiro de 2013 para os veículos movidos a diesel e, em 2014, para os propulsores do Ciclo Otto.
Veículos pesados O controle de emissões para veículos pesados teve início em 1993, mas três anos antes, em 1990, já estavam sendo produzidos motores com níveis de emissão menores. Nesse período, os limites para emissão gasosa (fase P-1) e material particulado (fase P-2) não foram exigidos legalmente.
Fase P-1 e P-2 (1990-1993)
Em janeiro de 2009, a fase P6 deveria entrar em vigor, conforme Resolução Conama 315/2002. Seu objetivo principal, assim como a fase P-5, era a redução de emissões de material particulado, NOx e HC. Porém, em função de um conjunto de fatores (que incluiu desde a falta do diesel com baixo teor de enxofre até o despreparo da indústria automotiva), a fase não entrou em vigor. Ou seja, o mercado foi dispensado do cumprimento da fase 6, mas teve que antecipar a fase 7, que estava prevista para 2013, mas entrou em vigor em 2012.
Reduziu ainda mais os limites da fase P-3.
Fase P-3
(1994-1997)
Fase P-4
Fase P-5
(1998-2002)
O desenvolvimento de novos motores visou a redução do consumo de combustível, aumento da potência e redução das emissões de NOx. Houve também uma redução das emissões de CO (43%) e HC (50%).
Fase P-6
(2003-2008)
(2009-2011)
Teve como objetivo a redução de emissões de material particulado, NOx e HC.
Fase P-7 (2012)
Para compensar o atraso no cumprimento das exigências da fase anterior, o Conama entendeu que deveria adotar regras mais severas do que as anteriores e promulgou a fase P-7, estabelecendo níveis de emissões veiculares mais baixos, o que obrigou a indústria a desenvolver tecnologias mais sofisticadas para os motores. Os veículos produzidos a partir de 2012 passaram a incluir sistemas de redução catalítica seletiva (SCR - Selective Catalytic Reduction) para o escape de gases; uso do Arla32 no catalisador e sistema de recirculação de gases de escapamento (EGR - Exhaust Gas Recirculation) como opção ao sistema SCR.
Novos combustíveis e frota antiga Além do mercado automobilístico, que teve que
tores com tecnologia sofisticada, combustíveis com
se adequar às mudanças do Proconve, o mercado
menores teores de enxofre, se a frota que circula nas
de combustíveis também passou por adequações,
estradas brasileiras é antiga e contribui para aumen-
com o ingresso do diesel de baixo teor de enxofre,
tar a emissão de gases poluentes. Da linha de veí-
o S10, um produto bastante sensível e suscetível a
culos pesados, dos 2 milhões de caminhões usados
contaminações. Com isso, as distribuidoras e pos-
no transporte de carga no Brasil, cerca de 230 mil
tos tiveram de segregar tanques, bombas e veículos
têm mais de 30 anos de uso. Além da tecnologia
destinados ao transporte do produto; e os postos de
ser ultrapassada, esses caminhões contribuem para
combustíveis passaram a realizar procedimentos de
aumentar o risco de acidentes nas estradas. Atenta a
drenagem e manutenção com maior frequência para
este fato, a Confederação Nacional dos Transportes
evitar a ocorrência de formação de borras e outros
(CNT), juntamente com outras entidades do setor,
problemas relacionados ao uso de biodiesel (Leia os
enviou uma proposta ao governo federal, no final
capítulos Diesel e Biodiesel). A introdução de com-
do ano passado, para renovação da frota para cami-
bustíveis com menores teores de enxofre também
nhões com mais de 30 anos de uso, voltada aos ca-
abrangeu a inserção da nova gasolina, no início de
minhoneiros autônomos, proprietários de 89% dos
2014, com teor reduzido para 50 partes por milhão
caminhões antigos. A proposta prevê a troca do ve-
(ppm) - anteriormente continha 800 ppm. Além do
ículo usado por um crédito de R$ 30 mil, concedido
enxofre, outros componentes da gasolina também
pelo governo federal, e o caminhão é enviado para
foram reduzidos. Entretanto, não basta inserir mo-
sucateamento.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 71
meio ambiente
Promot É a versão do Proconve para motocicletas e veículos similares. Stock
O Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares (Promot) é baseado nas legislações europeias e passou a estabelecer os primeiros limites de emissão em janeiro de 2003 (limites Euro I). Em janeiro de 2006, entrou em vigor o Euro II e, em 2009, o Euro III. Esta última fase estabeleceu os limites de três principais substâncias nocivas lançadas ao ar pelas motocicletas: monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio. Os níveis são medidos em gramas por quilômetro rodado e os máximos permitidos pela regra são de 2,0 g/km para CO; 0,8 g/km para HC; e 0,15 g/km para NOx para as motos que chegam até 130 km/h e 2,0 g/km; 0,3 g km/h e 0,15 g/km, respectivamente, para as motos que excedem essa velocidade. A quarta fase do Promot entrou em vigor em 1° de janeiro de 2014, mas terá duas etapas. A primeira estabelece que os veículos sejam avaliados após certa quilometragem rodada para medir as emissões depois dos componentes passarem por deterioração. De acordo com a Resolução 432, do Conama, os veículos deverão O Promot estabeleceu limites para emissões de motocicletas em relação ao monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio
apresentar níveis satisfatórios mesmo após rodarem o equivalente a distâncias expressivas. A segunda etapa está prevista para entrar em vigor em 2016 e irá reduzir ainda mais a tolerância aos níveis de substâncias nocivas lançadas ao ar pelas motocicletas.
Recadastramento difícil revendedores foi o recadastramento de pessoas físicas e jurídicas inscritas no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Renováveis do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O órgão convocou as empresas do segmento de combustíveis para atualizarem seu cadastro, com intenção de uniformizar os dados com os da ANP. Porém, houve dificuldade para realizar a tarefa. Além dos problemas técnicos para preenchimento do cadastro, faltou uniformidade na forma de atuação do órgão regulador nos estados – em algumas localidades, os técnicos do Ibama fizeram palestras para esclarecer o setor e orientaram sobre as dúvidas no preenchimento. Em outras, o revendedor ficou sem saber exatamente como fazer. E o resultado é que quem não se recadastrou não conseguirá emitir as guias para o pagamento das taxas em 2014. Para 2014, em função da atualização dos sistemas do Relatório Anual de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Naturais (RAPP), o Ibama estendeu o prazo de entrega até o final do mês de maio.
72 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Stock
Em 2013, outra questão ambiental que tirou o sono de muitos
Avanço do Jogue Limpo Além da evolução no controle de emissões, um
Desde o início do Jogue Limpo, em 2005, já foram
dos destaques em 2013 foi a ampliação do programa
coletadas e encaminhadas para reciclagem quase 260
de coleta de embalagens de lubrificantes pós-consumo
milhões de embalagens. O Jogue Limpo encerrou 2013
pelas empresas do setor de lubrificantes, que assumem
com 28.000 pontos geradores, ou seja, um crescimen-
responsabilidade compartilhada pelo recolhimento
to aproximado de 30% em comparação a 2012.
e destinação final dos resíduos de seus produtos. O
Além dos novos estados integrantes do programa
Jogue Limpo, programa de logística reversa de emba-
de coleta, o Jogue Limpo também atua no Rio Gran-
lagens, teve uma importante ampliação na abrangên-
de do Sul (desde 2005), Paraná (2008), Santa Catarina
cia geográfica, com o início da coleta de embalagens
(2010), Rio de Janeiro (2010) e no município de São Pau-
nos estados de São Paulo (apenas no interior, já que a
lo (2010). A previsão é de que, até o segundo semestre
capital paulista já havia sido contemplada em 2010),
de 2014, o programa passe a atuar em toda a área ge-
Minas Gerais e Espírito Santo, além do Distrito Fede-
ográfica acordada com o Ministério do Meio Ambiente.
ral. Além dos novos estados integrantes do programa,
Outro aspecto positivo do Jogue Limpo foi a inclu-
em 2013, também foram assinados novos termos de
são, no site do programa (www.joguelimpo.com.br), de
compromisso com os governos dos estados da Bahia,
um contador que permite que os geradores verifiquem
Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte,
o extrato do volume de embalagens já destinadas ao
Paraíba e Ceará. A intenção é de que, em 2014, 70%
programa. Este extrato é um documento importante
dos municípios destes estados sejam contemplados
para o gerador, que pode ser encaminhado ao órgão
com o programa de coleta.
ambiental como comprovante de destinação adequada.
10.3 Abrangência geográfica do Jogue Limpo
Jogue Limpo
Jogue Limpo Jogue Limpo
Em operação - início entre 2005 e 2012 Em operação - início em 2012 Em operação - início em Dez/2013 Previsão: 2o semestre/2014
Jogue Limpo Jogue Limpo Jogue Limpo
Jogue Limpo
Jogue Limpo
Jogue Limpo
Fonte: Jogue Limpo Jogue Limpo
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 73
legislação
Desatando os nós Ano bastante movimentado na esfera Stoc k
das legislações, com importantes mudanças para atualização das regras, embora nem sempre o teor do texto publicado tenha atendido a todos os interesses da cadeia. Importante destacar que 2013 foi um ano de avanço de temas pendentes desde 2012. Sem sombra de dúvida, uma das publicações mais importantes foi a Resolução ANP nº 44/2013, que define a obrigatoriedade de coleta e guarda da amostra-testemunha e do uso do lacre numerado e não repetido
nos
caminhões-tanque.
No caso da amostra-testemunha,
2013 foi marcado por novas regras e mudanças no campo das regulamentações do setor
a novidade é a obrigatoriedade da coleta pelo distribuidor, caso o combustível seja retirado pelo revendedor ou TRR na base da distribuição
Publicada em novembro do ano passado, a Reso-
(modalidade FOB). Para os revendedores, a coleta da
lução nº 44/2013 é a atualização da antiga Resolução
amostra-testemunha voltou a ser obrigatória desde
nº 9/2007. A guarda e coleta das amostras-testemu-
que a entrega do combustível nos postos seja feita por
nhas, que eram obrigatórias pela Portaria 248/2000,
caminhões-tanque próprios das distribuidoras (moda-
tornaram-se facultativas a partir da Resolução 9/2007.
lidade CIF). Reivindicação antiga da Fecombustíveis,
Porém, esta última orientação gerou prejuízos para o
a obrigatoriedade da coleta da amostra na base da
setor. Dentre as situações comuns, muitos revendedo-
distribuição foi considerada uma vitória, uma vez que
res encontraram dificuldade para recolher a amostra-
permite rastrear a origem das não conformidades que
-testemunha na base de distribuição devido ao atraso
chegam ao consumidor final - até então, quem paga-
voluntário do operador da base. Para evitar a moro-
va a conta pelas inconsistências detectadas no teor da
sidade deste processo, a nova Resolução estabelece
qualidade do combustível era o revendedor.
no artigo 3º, parágrafo único, que o distribuidor de Rogério Capela
combustíveis fica obrigado a fornecer a amostra-testemunha imediatamente após o carregamento do caminhão-tanque. A coleta deve ser feita em cada compartimento do caminhão, na presença do revendedor varejista ou do TRR, ou de seus representantes, e todos os envolvidos devem assinar o formulário impresso na parte externa do envelope de segurança da amostra-testemunha. Além de proteger aqueles que trabalham dentro da legalidade, a nova regulação é de extrema importância aos revendedores, especialmente pela chegada dos combustíveis de baixo teor de enxofre, cujas ca-
A Resolução 44/2013 traz a obrigatoriedade da coleta da amostra-testemunha
racterísticas não podem ser avaliadas nos postos no momento da descarga do produto, como é o caso do
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 75
legislação
teor de enxofre, além de outros componentes (octa-
tar em documentação fiscal e aqueles que saírem das
nagem, ponto de fulgor, teor do biodiesel no diesel
bases sem os lacres ou com informações discordantes
etc). Portanto, a amostra-testemunha torna-se a úni-
entre estes e a documentação fiscal serão passíveis de
ca ferramenta de defesa que os revendedores têm no
punição.
momento de comprovarem que não adulteraram o produto.
Em fevereiro de 2014, a ANP fez alteração na Resolução nº 44/2013 sobre as informações obrigatórias
O novo texto determina, por exemplo, que o dis-
inscritas no lacre. Pelo novo texto, devem constar nos
tribuidor de combustíveis deverá fechar com lacres
lacres os códigos SIMP da distribuidora e da base da
numerados e não repetidos os compartimentos de en-
distribuição na saída do produto e a numeração não
trada e saída, bocais de entrada ou escotilha superior
repetida do lacre própria de cada distribuidor em cada
e válvulas dos bocais de todos os caminhões-tanque
base. Também foi inserido parágrafo único no Artigo 5,
quando da saída de produtos de base ou terminal de
que permite a coleta da amostra-testemunha em frasco
distribuição, independentemente da modalidade de
de polietileno de alta densidade. Antes, a amostra era
operação (FOB ou CIF). As informações devem cons-
recolhida somente em frascos de vidro.
Stock
Revenda Outro importante marco para o setor foi a publicação da Resolução ANP nº 41/2013, em 6 de novembro, que substituiu a antiga Portaria nº116/2000 e passou a regular a atividade de revenda de combustíveis. A nova Resolução trouxe mudanças no processo de autorização para novos postos, atualização e alteração de dados cadastrais, que serão agora feitos pela internet, via endereço eletrônico da ANP. O processo ganha, com isso, mais agilidade e menos burocracia. Por outro lado, nem todas as regras da nova Resolução ficaram claras, por exemplo, a antiga Portaria nº 116/2000 fixava prazo de 30 dias para autorizar a abertura de um novo posto, enquanto que a regra atual não determina limite.
A partir da Resolução ANP 41/2013, o processo de autorização de novos postos e atualização de informações será feito pela internet
lecimento (ou cópia), entre outras regras. As dimen-
Outra novidade foi a normatização da venda de com-
sões e as novas características do quadro de aviso do
bustível fora do tanque do veículo, muito comum em caso
painel foram divulgadas no início de 2014 e delimita
de pane seca (quando o carro para por falta de combus-
que o quadro deve estar localizado na mesma área
tível), que antes não havia norma. A partir da regra atual,
das bombas medidoras de modo visível e destacado.
os combustíveis automotivos poderão ser comercializados
A nova Resolução reúne num único documento uma
a varejo em recipientes rígidos, metálicos e não metálicos,
série de regras que estavam espalhadas em outros
devidamente certificados, que atendam ao disposto no
documentos, revogando a Portaria DNC nº 30/1994,
item 5.3 da Norma ABNT NBR 15594-1:2008.
a Portaria ANP nº 32 /2001, os arts. 1º a 4º e 6º da
No geral, a Resolução trouxe mais obrigações aos
Resolução ANP nº 33/2008, e a Portaria ANP nº 116/
revendedores. Entre elas, determina novas definições
2000, exceto os incisos VII e VIII e parágrafo 1º do
sobre a localização e as dimensões do quadro de avi-
art. 10 e do Anexo.
sos, manter no posto a planta simplificada do estabe-
76 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Estoques
Lei em discussão Divulgação Scania
Em 26 de novembro foi publicada a Resolução ANP nº 45/2013 que substituiu a Resolução nº 03/1981 do antigo Conselho Nacional do Petróleo (CNP), que estabelece manutenção de estoques mínimos de óleo diesel e gasolina por produtores (refinarias, formuladores e centrais petroquímicas) e distribuidores. A Resolução divide os estados da federação por áreas e estabelece tancagem mínima e máxima, que varia entre três e cinco dias. A Resolução permite que os distribuidores armazenem os estoques em instalações próprias, em terminais aquaviários ou terrestres autorizados pela ANP, bem como em instalações autorizadas de outro distri-
As mudanças na Lei 12.619/2012 continuaram em evidência no ano passado, prosseguindo para 2014 os questionamentos acerca dos pontos de parada nas rodovias
buidor de combustíveis líquidos, por meio de cessão de espaço homologada pela Agência.
Em abril, ocorreu a audiência da Comissão Es-
A edição da norma ocorreu após a ANP realizar
pecial na Câmara dos Deputados sobre a famosa Lei
estudos sobre fluxos logísticos de produção, transpor-
12.619/2012, conhecida como Lei do Caminhoneiro ou
te e armazenagem de combustíveis e ter identificado
Lei do Descanso, no qual se discutia, entre os vários as-
fatores de risco sobre esses fluxos, com impacto direto
suntos, a quem caberia a responsabilidade de oferecer
nos estoques. A ideia é que os estoques estejam locali-
as paradas de descanso. A Fecombustíveis comprovou
zados o mais próximo possível dos mercados consumi-
com argumentos plausíveis que, na prática, os postos
dores, a fim de reduzir os riscos de desabastecimento.
de combustíveis já fazem o papel de pontos de parada aos caminhoneiros. Paulo Miranda Soares, presidente
Etanol
da Fecombustíveis, apresentou uma pesquisa do SOS Estradas, constatando que, de 576 postos de rodovia,
No ano passado, o governo federal divulgou um
existem 74.925 vagas prontas para atender ao cami-
pacote de medidas para estimular o setor produtivo de
nhoneiro, com toda a infraestrutura necessária. Por ou-
etanol, do qual fez parte a desoneração do PIS/Cofins.
tro lado, há postos que demandam investimentos para
Sendo assim, no início de maio foram divulgados a Me-
construção e ampliação da área de estacionamento,
dida Provisória 613/2013 e o Decreto 7.997. Confor-
mas o elevado custo representa um obstáculo para os
me as novas regras, os distribuidores de combustíveis
revendedores de menor porte. Nesse contexto, a Fede-
deixaram de recolher os impostos sobre o etanol, que
ração defendeu a cobrança de estacionamento (tanto
passaram a ser cobrados exclusivamente na produção.
pelo investimento em construção, como pela manuten-
Na prática, o governo concedeu um crédito presumido
ção mensal) e a necessidade de apoio do governo para
aos produtores no mesmo valor da contribuição do PIS/
oferecer linhas de financiamento pelo BNDES para ade-
Cofins. Ou seja, os impostos também ficaram zerados
quação dos postos como pontos de parada. Passados
para a produção. A Medida Provisória foi transforma-
alguns meses, em novembro, o Ministério dos Trans-
da em Lei 12.859/2013, publicada em 11 de setembro,
portes disponibilizou um questionário para os interes-
na qual estabelece que o crédito presumido poderá ser
sados cadastrarem seus estabelecimentos como pontos
aproveitado em relação às vendas efetuadas até 31 de
de parada, dentre os quais se consideram os postos.
dezembro de 2016. Porém, o resgate dos créditos pre-
Com isso, o Ministério dá um passo para avaliar a in-
sumidos foram condicionados à definição de uma regu-
fraestrutura oferecida pelos postos situados às margens
lamentação que só veio a ocorrer com a publicação do
da rodovia e, quem sabe, no futuro, o governo possa
Decreto nº 8.212, de 21 de março de 2014.
disponibilizar linhas de financiamento.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 77
legislação
Novos produtos
Interdição
A reformulação do segmento também envol-
Em março do ano passado, atendendo aos
veu o surgimento no mercado de novos combus-
pleitos da Fecombustíveis, a ANP emitiu a Reso-
tíveis com menores teores de enxofre, de acordo
lução de Diretoria ANP n° 181/2013 que aprova
com regulamentações técnicas e ambientais mais
a aplicação da interdição parcial de equipamen-
modernas, em linha com os países desenvolvi-
tos quando da constatação de comercialização de
dos. Em vigor desde a data de publicação, em 30
produtos em desacordo com as especificações exi-
de outubro, a Resolução nº 40/2013 regulamentou as especificações da nova gasolina, menos poluente, com menor teor de enxofre (50 partes por milhão), que passou a ser comercializada a partir de 1º de janeiro de 2014. A nova gasolina tem características diferentes da sua antecessora, aparentemente ela é mais clara e possui odor diferente. A Petrobras investiu R$ 20 bilhões na
gidas pela Agência, prevista na Lei nº 9.847/ 1999. Em relação à revenda varejista, a interdição parcial abrange os tanques de armazenamento dos produtos com vícios de qualidade e os bicos de abastecimento a ele interligados e não mais ao posto todo. A Resolução de Diretoria nº 181/2013 aprovou, como regra geral, a aplicação de medi-
construção de 21 unidades de tratamento nas
da cautelar de interdição parcial das instalações e
refinarias para produzir o combustível, que ago-
equipamentos quando constatadas não conformi-
ra atinge os mesmos padrões de qualidade da
dades, meses depois, a ANP considerou a necessi-
Europa e dos Estados Unidos.
dade de definir regras para as situações de inter-
Também entrou em vigor no primeiro dia do
dição total dos postos. Dessa forma, foi publicada
ano, a Resolução nº 50/2013, publicada em 24
em 30 de agosto, a Portaria ANP nº 187/ 2013. A
de dezembro, no qual determina a comerciali-
ANP deverá aplicar a medida de interdição total
zação de dois tipos de diesel no país, o S10 e
quando os combustíveis estiverem fora das espe-
o S500, ambos com menores teores de enxofre,
cificações em local que já houver sido punido por
tirando de circulação o S1800. Durante a audi-
conduta prevista no Inciso XI, Artigo 3, da Lei nº
ência pública, fase anterior à publicação desta
9.847/1999, em decisão administrativa definitiva
Resolução, a Fecombustíveis foi o único agente
dois anos anteriores à nova infração. A interdição
a se manifestar chamando atenção da Agência
total também ocorre quando for constatada não
sobre o acordo tratado há anos entre os agentes econômicos, ANP e Ministério Público, que estabeleceu a venda exclusiva e obrigatória do diesel com menor teor de enxofre (na época o S50) nos municípios de Belém, Fortaleza e Recife. O acordo fez sentido durante o planejamento da introdução do novo combustível no país, mas, hoje, esta determinação tem prejudicado econo-
conformidade e o agente econômico tiver rompido o lacre de interdição colocado na ação de fiscalização imediatamente anterior; e quando as bombas de abastecimento forem controladas por dispositivos remotos que permitam a alteração do volume comprado pelo consumidor ou em instalações que comprovem a presença de dispositivo
micamente estas capitais. O fato é que, pelo pro-
que induza o fiscal a erro quanto à qualidade dos
duto custar mais caro, os consumidores de diesel
combustíveis. A Portaria nº 187/ 2013 também
preferem abastecer seus veículos em municípios
prevê interdição total, após exame laboratorial
fora da região delimitada para a venda do produ-
pertinente, em relação à comercialização de ga-
to. A situação permanece inalterada e, enquanto
solina ou etanol hidratado com teor de metanol
o Brasil todo comercializa o S10 e S500, as três
superior ao estabelecido pela legislação vigente e
capitais vendem somente o S10.
de gasolina com a presença de marcador.
78 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Outras Resoluções A ANP também publicou no ano passado a Resolução nº 33/2013 que alterou o Artigo 30, da Resolução 15/2005, no qual fica vedado o uso de GLP em saunas, caldeiras, aquecimento de piscinas (exceto para fins medicinais), motores de qualquer espécie, inclusive com fins automotivos, exceto empilhadeiras e equipamentos industriais de limpeza, movidos a motores de combustão interna. A Resolução ANP no 3/2013, de 18 de janeiro, muda a denominação para óleo diesel B, tratada anteriormente na Resolução ANP nº 34/2007, como óleo diesel e mistura óleo diesel/biodiesel. Com a nova Resolução, os Transportadores-Revendedores-Retalistas
(TRRs)
poderão comercializar o óleo diesel B para o abastecimento direto de máquinas e veículos que possuam restrição de locomoção, dificuldades operacionais ou que estejam em locais de difícil deslocamento, como também possua, em seu estabelecimento, tancagem com instalações aéreas ou subterrâneas para funcionamento de Ponto de Abastecimento ou equipamento fixo.
Novas regras de contabilidade No campo da contabilidade, entrou em vigor mais uma obrigatoriedade, a Manifestação de Destinatário para os revendedores e TRRs, em julho de 2013, por meio das Secretarias de Fazenda. A medida visa aumentar a transparência das operações de compra e venda de combustíveis, por meio da confirmação de entrega da mercadoria de forma idônea, evitando problemas fiscais e tributários para a revenda. Todo processo é feito eletronicamente. Também no ano passado, a Receita Federal publicou a Instrução Normativa 1.353, que trata da Escrituração Fiscal Digital do Imposto sobre a Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido de pessoas jurídicas. O EFD-IRPJ – ou Sped do Imposto de Renda – substitui a atual Declaração de Ajuste Anual de Imposto de Renda Pessoa Jurídica e será obrigatório para as pessoas jurídicas que apuram o IR pelo regime do lucro real, lucro presumido ou lucro arbitrado. A obrigatoriedade entra em vigor em 2014 e a primeira entrega será realizada em 30 de junho de 2015. Para complementar as informações na esfera contábil, logo no início de 2014, o Ministério do Trabalho e Emprego assinou Acordo de Cooperação Técnica de Instituição do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, mais conhecido como o e-Social, sistema que vai unificar as informações sobre os colaboradores das empresas, desde a contratação a demissões. Em virtude da complexidade da mudança, que envolve reformulação de processos internos, alteração de sistemas de gestão, treinamento de pessoal, contratação de recursos humanos, o e-Social tem provocado diversas discussões sobre sua formatação e o prazo exíguo para entrar em vigor, que, em princípio, estaria programado de forma escalonada, com a primeira leva de empresas em 30 de junho de 2014, mas foi adiado para começar em outubro.
Fique de olho n Resolução no 41/2013: a ANP vai implementar o sistema de protocolo online para o processo de autorização de novos postos; n O setor de cana-de-açúcar tem de eliminar, em 2014, ano a queima dos canaviais, instituindo a mecanização da colheita a fim de atender as normas preconizadas no Protocolo Agroambiental do Estado de São Paulo de 2007; n Acompanhar as definições de implantação do Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Fiscais, o e-Social, que tem a finalidade de unificar o serviço de envio de informações sobre empregados; n No mercado de GLP, a ANP deve definir um novo marco regulatório ao setor pela revisão da Portaria 297/2003 e da Resolução 15/2005; n Lei 12.619/12 continua em discussão, prosseguindo para este ano a polêmica dos pontos de parada para os caminhoneiros, pauta de interesse da revenda.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 79
conveniĂŞncia
Cada loja, um modelo O aumento da renda da população (especialmente entre as pessoas enquadradas na chamada classe C de consumo) trouxe maior acesso aos automóveis, o que levou novos consumidores aos postos de combusnidades para as lojas de conveniência, que passaram a vislumbrar novas possibilidades de negócio voltadas para este perfil de consumidor. Porém, na prática, a tão alardeada ascensão da classe C não trouxe melhores perspectivas para o setor de conveniência no Brasil. Ainda hoje, segundo dados do Sindicom (que representa as principais distribuidoras de combustíveis do país) divulgados em 2013, apenas 17,4% dos postos de combustíveis das bandeiras asso-
Combustíveis & Conveniência
tíveis. Consequentemente, surgiram diferentes oportu-
A chave para os bons resultados está na definição de um modelo adequado para o consumidor que frequenta a loja de conveniência
ciadas à entidade contam com uma loja de conveniência. Apesar de não existirem estatísticas formalizadas, incluin-
gestão adequada de produtos perecíveis, controle de
do o universo total de postos, a prática demonstra que,
estoques e respeito à legislação sanitária. Além disso,
mesmo somando as lojas independentes, licenciadas e
no caso das lojas franqueadas, apesar da vantagem
com bandeira de distribuidoras não associadas à entida-
da padronização, existe uma dificuldade extra, que é
de, este percentual não chega a ser tão expressivo.
o custo dos royalties, cujo montante pode representar
As razões da baixa expansão do setor de conve-
um ou dois funcionários a menos na equipe. Mesmo
niência são diversas: preços pouco competitivos em
assim, estudos do segmento apontam que as lojas de
relação aos supermercados, produtos que não aten-
conveniência têm potencial para ampliar a rentabilida-
dem às necessidades dos consumidores, hábitos de
de do negócio de 10% a 20%.
consumo que não incluem este canal de vendas ou
Como se não bastassem estas dificuldades que pre-
mesmo dificuldades para gestão do negócio por parte
cisam ser superadas para o sucesso do empreendimento,
do empreendedor. As margens dos produtos de con-
um dos grandes paradigmas atuais do mercado de con-
veniência nem sempre são atraentes, e a categoria que
veniência é a ausência de um modelo específico de loja
apresenta os melhores resultados traz algumas neces-
bem sucedida. Em algumas localidades, serviços direcio-
sidades específicas, como mão de obra qualificada,
nados ao público da classe C podem ser uma alternativa
Shutterstock
para atrair mais consumidores; em outras, itens mais sofisticados fazem a diferença. O mercado, em geral, tende a considerar que o consumidor prefere lojas de marcas mais conhecidas (como o caso das franquias ou marcas licenciadas), mas nem sempre isso é uma verdade absoluta, já que lojas independentes bem administradas podem ter faturamento bastante significativo. Padarias e serviços de alimentação tendem a trazer melhores resultados, mas há lojas menores, sem tais categorias, que apresentam bom retorno ao empreendedor. E qual o segredo? Boa gestão e bom atendimento fazem a diferença para a clientela, mas há muita rotatividade no setor, o que ocasiona elevação de custos com seleção e treinamento
Além da boa gestão e do bom atendimento – e ressalta-se que esta vem sendo uma das grandes dificuldades do setor, em função da ausência de mão de obra qualifica-
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 81
conveniência
da, das altas taxas de rotatividade e dos custos de seleção
têm tempo, nada melhor do que resolver compras de
e treinamento – consultores especializados no segmento
emergência rapidamente, enquanto o veículo está sen-
alertam que a chave para os bons resultados está na de-
do abastecido. Esta, ao menos, era a teoria. A prática,
finição de um modelo adequado para o consumidor que
porém, vem mostrando que, apesar da pressa, o consu-
frequenta a loja. E, para isso, várias ações são necessárias,
midor sabe o preço dos itens que compra e, a menos que
desde pesquisas no entorno do estabelecimento para ava-
seja realmente uma emergência, ninguém está disposto
liar o perfil do público-alvo, até a percepção de antecipar-se
a pagar muito mais apenas pelo fato de ser conveniente.
às necessidades deste consumidor (ou seja, criar serviços
Esta é uma dificuldade real do mercado de conveni-
que se tornem essenciais no raio de influência do negócio).
ência, que precisa criar formas mais econômicas de abas-
Vale destacar que as lojas de conveniência têm em
tecimento, como centrais de compras. Algumas redes
sua concepção um apelo essencial para os consumido-
dispõem deste serviço, como, por exemplo, a Ipiranga,
res atuais: a economia de tempo. Isso vale também para
para as lojas am/pm. Porém, muitos revendedores da
as lojas de vizinhança e pequenos supermercados, mas
bandeira questionam o formato de entregas e o próprio
é potencializado pelas lojas de conveniência em função
mix de produtos já que, no caso das franquias, não existe
do abastecimento. Como cada vez menos as pessoas
muita liberdade para alteração do mix principal das lojas.
Food service em destaque Apesar das dificuldades de lidar com serviços de
conquistam e fidelizam novos clientes que migraram das
alimentação, não há dúvidas de que esta é a categoria
lanchonetes e padarias – afinal, como o abastecimento
mais rentável em praticamente todos os perfis de lojas,
do veículo é obrigatório, nada melhor do que aproveitar a
respondendo por cerca de 45% do faturamento. Nes-
necessidade de parada para fazer um lanche ou refeição.
ta categoria, se enquadram não somente serviços de
A tendência para este segmento é a ampliação de
alimentação mais elaborados, mas também franquias
produtos de marca própria (as franquias, em geral, já ofe-
montadas no conceito store in store (como Bob’s e Casa
recem estes itens, e muitas lojas passaram também a ter
do Pão de Queijo, parceiros já tradicionais do setor), e
um cardápio próprio de produtos de alimentação), além
venda de itens como salgados, bolos, sanduíches, sucos
do crescimento das padarias (que podem ser baseadas
e outros.
na oferta de pães congelados e assados na hora, ou com
Uma das grandes vantagens desta categoria é a pos-
fabricação própria, dependendo do tamanho da loja) e
sibilidade de manter o cliente mais tempo na loja, ele-
dos serviços mais sofisticados de café. Porém, importan-
vando as perspectivas de consumo e seu ticket médio.
te destacar que, para os especialistas no segmento, não
Quando se aumenta a qualidade e oferta de produtos
existe um modelo fixo que possa ser considerado ideal.
de fast food, confeitaria ou panificação, além de investir
Apesar da liderança das bebidas, food service e tabacaria,
em um ambiente mais bonito e acolhedor, com melhor
toda loja tem um mix diferente em função das caracte-
higiene, o cliente permanece mais tempo no local e, em
rísticas e particularidades dos clientes que a frequentam.
geral, consome mais. Muitas lojas de sucesso investem
Paulo Pereira
Mônica Serrano
Stock
82 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Stock
Categoria mais rentável das lojas de conveniência, o food service pode representar até 45% do faturamento
hoje em mesas baixas, bons produtos e preços justos, que
32%
Biscoitos 25%
Higiene e Limpeza
20%
Mercearia 9%
Tabacaria
Postos com lojas Os Estados Unidos possuem um mercado amadurecido no segmento de conveniência, presente em 94%
12.1 Market share das lojas de conveniência por país 94%
do total de postos. Entre os países da América Lati50%
na, o Brasil é o que tem menor par-
40%
ticipação de mercado, com 17,4%
33%
do total de postos (considerando
17%
somente os postos com as bandeiras associadas ao Sindicom), enquanto na Argentina, o segmento abrange 50%; seguido da Venezuela com 40% e Chile, com 33%.
Campeões de vendas
Estados Unidos
Argentina
as vendas na maioria das lojas, mas, no
Food Service
Bebidas alcoólicas
do foco da loja e seu público, as bebidas
Bebidas não alcoólicas
vão variar entre alcoólicas e não alcoóli-
Biscoitos
lojas devem ficar atentas às legislações
Mercearia
da Lei Federal 11.705, de 19 de junho de
Tabacaria
oferecimento de bebidas alcoólicas para
45% 40% 38% 36% 32% 25%
Higiene e Limpeza
que restringem as vendas, como no caso 2008, que proíbe a venda varejista ou o
65%
Bomboniere
alto consumo ou margem. Dependendo
cas. No caso das bebidas alcoólicas, as
Brasil
12.2 Margens por categoria Panificação
em função do valor unitário e não pelo
Chile
Fonte: Sindicom Nota: O dado Brasil considera apenas as lojas de postos com as bandeiras das associadas ao Sindicom.
Bebidas e tabacaria ainda lideram caso da tabacaria, a participação maior é
Venezuela
20% 9%
Fonte: Sindicom
consumo no local, em estabelecimentos localizados às margens de rodovias ou terrenos contíguos), e de outras legislações de cunho estadual ou municipal. Em relação às bebidas não alcoólicas, via de regra, quanto mais se trabalha o conceito de alimentação saudável na loja, maior seu percentual de vendas. No entanto, vale destacar que o fato de serem os itens mais vendidos na loja não significa, necessariamente, que rendem as melhores margens, como é o caso da panificação. 94%
50% 40%
33% 17%
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 83
Estados Unidos
Argentina
Venezuela
Chile
Brasil
fecombustĂveis
Árduo trabalho aos órgãos reguladores e o Congresso Nacional em defesa da revenda. Foi um ano de intenso trabalho em reuniões, participações em audiências públicas e eventos do setor. Dentre as muitas audiências públicas realizadas na ANP, duas tiveram maior peso para a Federação pela relevância ao segmento: a atualização da Portaria 116/2000, que regulava o funcionamento da atividade da revenda varejista, e o
Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis, marcou presença em vários eventos, em 2013
Paulo Pereira
A Fecombustíveis se envolveu em importantes discussões junto
uso do lacre numerado nos caminhões-tanque e a coleta obrigatória da amostra-testemunha. As alterações na Lei 12.619/2012, conhecida como a Lei do Caminhoneiro, foi outro assunto da pauta da Fecombustíveis (Veja em Legislações), bem como diversos projetos em votação na Câmara dos Deputados e no Senado.
NR-20 No ano passado, os postos de combustíveis de todo o país estiveram envolvidos com a implantação da NR-20, do Ministério do Trabalho e Emprego. A Norma estabelece requisitos mínimos para a gestão da saúde e segurança no trabalho contra acidentes com líquidos combustíveis e inflamáveis e requer uma série de procedimentos técnicos e treinamento de pessoal. Para dar suporte à implantação e esclarecer as principais dúvidas, a Fecombustíveis elaborou materiais informativos, como o Guia de Referência para Implementação da NR-20 em Postos de Serviços, nas versões impressa e online, e um vídeo, disponibilizado pelo site da entidade (www.fecombustiveis.org.br). A Federação também realizou treinamento técnico para capacitação de instrutores aos Sindicatos Filiados, nas cinco regiões do país (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste).
Raio-x da revenda Lançado em 12 de julho, o Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2013 reuniu representantes da ANP, Unica, Aprobio, Sindicom, entre os demais agentes do setor. Além da apresentação dos dados de mercado da revenda nacional, a publicação, pela segunda vez, trouxe capítulo especial com a análise do desempenho do setor nos Estados Unidos. Em sua quinta edição, o Relatório já se consolidou como fonte de pesquisa no mercado e traz os principais números do setor sob o ponto de vista da revenda. “É um importante instrumento para o revendedor saber como se comportou negócio”, enfatizou o presidente Paulo Miranda Soares. A programação do evento trouxe o painel “O Cenário Atual e as Perspectivas dos Biocombustíveis no Brasil”, na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro.
Somafoto/Claudio Ferreira
o mercado e antecipar tendências, podendo assim preparar melhor o seu
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 85
fecombustíveis
Sucesso de público O 13º Encontro de Revendedores de Combustíveis de Minas Gerais, realizado em 18 e 19 de abril de 2013, superou recorde de público, atraindo 1,3 mil participantes. O evento contou com representantes de Minaspetro
peso, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o técnico de vôlei Bernardi-
A palestra do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso lotou o auditório
nho, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard; o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia; os senadores Aécio Neves e Francisco Dornelles; o presidente do honra da Fecombustíveis, Gil Siuffo; e o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, entre outros. Durante o Encontro, o presidente da Paulo Miranda Soares, o senador Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (da esq. para dir.)
Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, comemorou os bons resultados nas vendas de combustíveis nos anos anteriores e se mostrou otimista em relação ao desempenho do setor em 2013.
Encontro no Centro-Oeste Pela primeira vez, Cuiabá recebeu revendedores de todo o Brasil no 2º Encontro de Revendedores de Combustíveis do Centro-Oeste. O evento foi palco de debates técnicos e troca de informações entre os empresários do setor, nos dias 9 e 10 de maio. Aldo Locatelli, presi-
Sindipetróleo
dente do Sindipetróleo e anfitrião do evento, aproveitou a oportunidade para apontar as diferenças relativas à Mesa de abertura do 2º Encontro de Revendedores de Combustíveis do Centro-Oeste
tributação do óleo diesel, em Mato Grosso e Goiás, cujo impacto traz prejuízo ao empresário da revenda matogrossense. O evento foi prestigiado pelo governador do
Mato Grosso, Sinval Barbosa; o secretário de Estado de Administração, Francisco de Anis Faiad; o deputado federal Wellington Fagundes (PR-MT) e o presidente do Sindicom, Alisio Vaz. Foram discutidos assuntos, como as características peculiares do diesel S10, do mercado de lubrificantes e o sistema de abastecimento da região.
Sindcombustíveis - MA
São Luis concentra revenda O Maranhão sediou o 8º Encontro de Revendedores de Combustíveis do Nordeste, que ocorreu nos dias 27 e 28 de junho, em São Luis. Organizado pelo Sindicombustíveis-MA em parceria com os demais sindicatos da região, o evento contou com a participação de políticos locais e representantes da Petrobras, ANP, Ministério de Minas e Energia, Secretaria do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Maranhão, do Sindicom e demais participantes do setor. Orlando Pereira dos Santos, presidente do Sindcombustíveis-MA,
8º Encontro de Revendedores de Combustíveis Nordeste – Brasil, em São Luís (MA), aconteceu em 27 e 28 de junho
enfatizou a contribuição da atividade da revenda para estimular o desenvolvimento do país. “Somos responsáveis por mais de 350 mil empregos diretos, representamos um dos setores de maior arrecadação de impostos para os estados e prestamos um serviço essencial para o país”, disse. O Encontro promoveu palestras e estimulou o debate sobre a cadeia de suprimento e a fiscalização do downstream, além de realizar treinamentos técnicos para gerentes, chefes de pistas e frentistas. 86 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
Sindicombustíveis-PR
América Latina em foco Os problemas enfrentados pelos revendedores da América Latina foram expostos durante o 44º Congresso Latino-Americano de Empresários de Combustíveis (Claec), realizado de 22 a 24 de maio, em Foz do Iguaçu e o 45º Claec, de 23 Shutterstock
a 26 de outubro, em Assunção, Paraguai. Uma reclamação em comum entre os participantes foi a concorrência desleal promovida pelos Pontos de Abastecimento (PAs), que burlam a legislação por venderem o
O Congresso Latino-Americano de Empresários de Combustíveis (Claec) abordou as principais questões do setor que afetam a revenda
produto a terceiros. A reunião também serviu para aprofundar temas do dia a dia dos revendedores em diferentes países. “Esses encontros são importantes para mostrar o quanto avançamos nos últimos anos em termos de regulação e melhoria de mercado. Saímos de índices de não conformidade de dois dígitos para um patamar em torno de 3%”, discursou Paulo Miranda Soares, durante a Claec, em Foz do Iguaçu.
Norte recebe revendedores
Tradição na Serra Gaúcha Walmir Lima
O 16º Congresso Nacional de Revendedores de Combustíveis e o 15º Congresso de Revendedores de Combustíveis do Mercosul ocorreu de 26 a 28 de setembro, em Gramado. O tradicional Congresso contou com a presença de 30 líderes sindicais do Brasil e da América Latina e estimulou o debate e a troca de informações. O anfitrião do evento, Adão Oliveira, presidente do Sulpetro, destacou a importância do Congresso para ampliar relacionamentos, discutir problemas e apontar soluções. “Aqui estamos uma
10º Encontro de Revendedores de Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência da Região Norte contou com a presença do ex-ministro, Ciro Gomes
Pela quarta vez em sua história, Manaus recebeu
vez mais para trocar ideias e manter o intercâmbio tão fundamental para desenvolver nosso segmento econômico. Os desafios são sempre grandes, mas o fato de sermos focados e unidos nos têm permitido aprimorar e avançar bastante”, destacou. José Luiz Rocha
revendedores de todo Brasil durante o 10º Encontro de Revendedores de Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência da Região Norte. “Estamos recebendo pessoas dos quatro cantos do Brasil, da nascente do Rio Ailã, no Monte Caburaí, em Roraima, ao Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. São homens e mulheres que vêm buscar soluções para suas demandas e deixaram seus negócios para estarem aqui”, disse o anfitrião Luis Felipe Moura Pinto, presidente do Sindicam, na abertura do evento. Uma das atrações do Encontro foi o ex-ministro Ciro Gomes, que discursou sobre o sistema econômico-político no âmbito nacional e internacional.
Congresso reuniu representantes sindicais do Brasil e do Mercosul e autoridades políticas da região
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 87
fecombustíveis
Expopostos bate recorde Paulo Pereira
Considerada a maior feira da revenda nacional, a Expopostos & Conveniência chegou a 11ª edição e retornou a São Paulo, de 27 a 29 de agosto. Em 2013, a feira contou com o maior número de participantes de sua história, 180 expositores e bateu recorde de público, com, aproximadamente, 20 mil visitantes, o que representou um crescimento de 81% em relação a 2012. Na abertura do evento, Paulo Miranda Soares destacou o comprometimento da revenda com as boas práticas de preservação ao meio ambiente, lembrando que o setor assinou o primeiro acordo
No ano passado, a Expopostos & Conveniência contou com 180 expositores e bateu recorde de público, com cerca de 20 mil visitantes
nacional de logística reversa com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
NACS em destaque A Fecombustíveis participou, pelo terceiro ano consecutivo, da NACS Show, a maior feira mundial da revenda de combustíveis e de lojas de conveniência. Em 2013, a NACS foi realizada em Atlanta, de 12 a 15 de outubro, reuniu 1.160 empresas expositoras e contou com 22.263 mil visitantes de 63 países. “Temos que aprender com as experiências dos revendedores norte-americanos e ampliar nosso conhecimento. Com satisfação, tenho constatado o crescimento de revendedores brasileiros no evento. A experiência é rica e única”, disse Paulo Miranda Soares. Ao longo do evento foram realizadas 58 palestras educacionais e três sessões gerais, com palestrantes de renome, como Chip Conley, escritor e fundador da Joie de Vivre, a maior rede de hotelaria da Califórnia, o CEO da NACS, Henry Armour, e Hillary Clinton, ex-secretáFotos: Mônica Serrano
ria de estado do governo norte-americano.
88 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014
NACS Show atraiu empresários da revenda de 63 países, que foram conferir as tendências e novidades do mercado
Biodiesel em pauta Biodieselbr
O novo marco regulatório do biodiesel foi o tema principal em discussão durante a Conferência Biodieselbr 2013, realizada nos dias 23 e 24 de outubro, em Guarulhos, São Paulo. A proposta para o novo marco prevê a introdução do B7 a partir de 2014. A discussão contou com a presença de Ricardo Hashimoto, diretor de Postos de Rodovia da Fecombustíveis. “Não somos contrários ao biodiesel e nem à elevação do percentual de mistura. Porém, a revenda precisa se preparar também para a mudança, já que terá que redobrar os cuidados, o que significa Ricardo Hashimoto, diretor de Postos de Rodovia da Fecombustíveis, em palestra na Conferência Biodieselbr 2013
mais custos”, alertou.
Momento de união Somafoto/Claudio Ferreira
A festa de confraternização de final de ano da Fecombustíveis contou com a presença de autoridades do setor, parlamentares, funcionários, parceiros e os presidentes dos Sindicatos Filiados de Norte a Sul do país. Realizado em 6 de dezembro, na Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa, no Rio de Janeiro, o evento trouxe momento de descontração e aproximação en-
Somafoto/Claudio Ferreira
tre os agentes do setor.
Paulo Miranda Soares (Fecombustíveis), Magda Chambriard (ANP), o senador Francisco Dornelles e José Luiz Rocha (Abragás)
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 89
cadeia de abastecimento
90 Relat贸rio Anual da Revenda de Combust铆veis 2014
Siglas
ABEGÁS – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ABRAGÁS – Associação Brasileira das Revendedoras de Gás LP
IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e
ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
Biocombustíveis
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
Prestação de Serviços
ANTP – Associação Nacional dos Transportes Públicos ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres APROBIO – Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Recursos Naturais Renováveis
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e IGP–M – Índice Geral de Preços do Mercado INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores
CEG – Companhia Estadual de Gás
IR – Imposto de Renda
CEPAL – Comissão Econômica para América Latina e Caribe
MME – Ministério de Minas e Energia
CEPEA/ESALQ – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
MP – Medida Provisória
CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico CIF – Cost Insurance and Freight CLAEC – Comissão Latino–Americana de Empresários de Combustíveis
NACS – National Association of Convenience Stores NATSO – National Association of Truck Stop Operators NOx – Óxido de Nitrogênio NR–20 – Norma Regulamentadora nº 20, que fala
CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
sobre segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e
CNP – Conselho Nacional do Petróleo
PAs – Pontos de Abastecimento
CO – Monóxido de Carbono
PBGÁS – Companhia Paraibana de Gás
COMGÁS – Companhia de Gás de São Paulo
PIB – Produto Interno Bruto
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
PIS/COFINS – Programa de Integração Social/Contribuição
CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária
para Financiamento da Seguridade Social
CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito
PNPB – Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
POTIGÁS – Companhia Potiguar de Gás
DNC – Departamento Nacional de Combustíveis EFD–IRPJ – Escrituração Fiscal Digital do Imposto sobre a Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido da Pessoa Jurídica EGR – Exhaust Gas Recirculation EIA – Energy Information Administration
combustíveis
PPM – Partes por milhão PROCONVE – Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores PROMOT– Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares REDUC – Refinaria Duque de Caxias
FGV – Fundação Getulio Vargas
REPAR – Refinaria Presidente Vargas
FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos
SCR – Selective Catalytic Reduction
FMI – Fundo Monetário Internacional
SIMP – Sistema de Informações de Movimentação de Produtos
FOB – Free On Board
SINDICOM – Sindicato Nacional das Empresas
GASMIG – Companhia de Gás de Minas Gerais
Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes
GLP – Gás Liquefeito de Petróleo
TRR – Transportador–Revendedor–Retalhista
GNV – Gás Natural Veicular
UNICA – União da Indústria de Cana–de–Açúcar
HC – Hidróxido de Carbono
UNIDA – União Nordestina dos Produtores de Cana
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2014 91
Lista de tabelas
CAPÍTULO 1 ESTADOS UNIDOS
1.1 Participação do setor no PIB 1.2 Composição do faturamento 1.3 Postos de propriedade das companhias de petróleo 1.4 Hipermercados que atuam no varejo de combustíveis 1.5 Proprietários de postos por número de estabelecimentos 1.6 Composição do preço da gasolina no varejo 1.7 Composição do preço do diesel no varejo 1.8 Vendas de gasolina e diesel 1.9 Biodiesel 1.10 Etanol
CAPÍTULO 2 CENÁRIOS
2.1 Faturamento 2.2 Participação dos combustíveis líquidos no PIB 2.3 Composição das vendas nos postos 2.4 Arrecadação tributária 2.5 Agentes do mercado 2.6 Balanço do petróleo 2.7 Variação do preço da gasolina brasileira versus o da norte-americana 2.8 Variação do preço do diesel brasileiro versus o do norte-americano 2.9 Preço do petróleo tipo brent no mercado spot 2.10 Projeções de crescimento do PIB para 2014 2.11 Licenciamento de autoveículos 2.12 Licenciamento de autoveículos leves por tipo de combustível 2.13 Matriz de consumo veicular 2.14 Consumo de gás natural 2.15 Preço do gás natural 2.16 Produtos apreendidos em 2013 2.17 Números gerais da fiscalização em 2013 2.18 Principais interdições em 2013 2.19 Infrações e ações de fiscalização por segmento em 2013 2.20 Principais infrações na revenda de combustíveis em 2013 2.21 Principais infrações nos TRRs em 2013 2.22 Principais infrações na distribuição de combustíveis em 2013
CAPÍTULO 3 GASOLINA
3.1 Faturamento 3.2 Volume comercializado pela revenda 3.3 Importação de gasolina A 3.4 Entregas de gasolina A às distribuidoras 3.5 Arrecadação tributária 3.6 Paridade de preços entre gasolina e etanol 3.7 Alíquotas de ICMS 3.8 Composição do preço em 2013 3.9 Preços médios no upstream e downstream 3.10 Margem média da revenda 3.11 Evolução do índice de não conformidade 3.12 Especificação da não conformidade 3.13 Não conformidade por bandeira 3.14 Composição das vendas por segmento 3.15 Market share das distribuidoras
CAPÍTULO 4 ETANOL
4.1 Volume comercializado pela revenda 4.2 Faturamento 4.3 Composição do preço em 2013 4.4 Produção de etanol carburante 4.5 Arrecadação tributária 4.6 Alíquotas de ICMS 4.7 Preço médio do etanol anidro na usina 4.8 Preço médio do etanol hidratado na usina 4.9 Preços médios no downstream 4.10 Margem média da revenda 4.11 Evolução do índice de não conformidade 4.12 Especificação da não conformidade 4.13 Não conformidade por bandeira 4.14 Composição das vendas por segmento
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4.15 Market share das distribuidoras 4.16 Relações de preços entre os produtos do setor sucroalcooleiro 4.17 Mercado externo
CAPÍTULO 5 DIESEL
5.1 Faturamento 5.2 Arrecadação tributária 5.3 Revendas varejistas de S10 em 2013 5.4 Alíquotas de ICMS 5.5 Evolução do índice de não conformidade 5.6 Não conformidade por bandeira 5.7 Especificação da não conformidade 5.8 Importações 5.9 Composição do preço em 2013 5.10 Entregas de diesel às distribuidoras 5.11 Preços médios no upstream e downstream 5.12 Variação do preço do S10 em relação à média dos demais tipos de diesel (S500 e S1800) 5.13 Margem média da revenda 5.14 Composição das vendas por segmento 5.15 Market share das distribuidoras
CAPÍTULO 6 BIODIESEL
6.1 Matérias-primas utilizadas na produção de B100 6.2 Produção x capacidade instalada 6.3 Informações regionais do B100 6.4 Resultados dos leilões de B100 6.5 Principais infrações na produção de biodiesel em 2013 6.6 Market share dos produtores 6.7 Custo B100 x diesel importado
CAPÍTULO 7 GNV
7.1 Comercialização de gás natural pelas concessionárias estaduais 7.2 Conversões 7.3 Postos GNV por Estado 7.4 Preços médios no downstream 7.5 Margem média da revenda 7.6 Alíquotas de ICMS
CAPÍTULO 8 GLP
8.1 Consumo 8.2 Faturamento 8.3 Principais infrações na revenda em 2013 8.4 Principais infrações na distribuição em 2013 8.5 Produto apreendido 8.6 Arrecadação tributária 8.7 Alíquotas de ICMS 8.8 Preços médios no upstream e downstream 8.9 Margem média do downstream 8.10 Composição do preço em 2013 - Botijão de 13 kg 8.11 Variação dos itens que impactam o preço 8.12 Market Share das distribuidoras (P13) 8.13 Market Share das distribuidoras (Outros recipientes)
CAPÍTULO 9 LUBRIFICANTES
9.1 Comercialização de óleo lubrificante acabado 9.2 Agentes do setor 9.3 Market share do rerrefino 9.4 Especificação da não conformidade quanto à qualidade 9.5 Especificação da não conformidade quanto ao rótulo em 2013 9.6 Não conformidades 9.7 Coleta em 2013 9.8 Market share das distribuidoras
CAPÍTULO 12 CONVENIÊNCIA 12.1 12.2
Market share das lojas de conveniência por país Margens por categoria
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Glossário
AMOSTRA-TESTEMUNHA: Amostra representativa de um produto que traz as mesmas características do produto de onde foi coletada. Normalmente coletada com o objetivo de servir como prova material em processos administrativos ou judiciais, podendo ser submetida à análise, para dirimir dúvidas quanto a sua natureza e origem. A amostra-testemunha deve ser coletada na presença de prepostos das partes interessadas, identificada e acondicionada de acordo com a legislação ou regulamento que propõe sua coleta. ANP: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Criada pela Lei no 9.478/1997, a autarquia especial é responsável pela regulação, contratação e fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis. ARLA-32: Agente redutor líquido automotivo. Também conhecido como AdBlue ou AUS 32, trata-se de um fluido, não tóxico, não explosivo, nem nocivo ao meio ambiente, produzido a partir de uma solução aquosa de ureia técnica (a de uso agrícola não serve). Nos veículos pesados fabricados a partir de 2012, que utilizam o diesel S10, há um tanque adicional para o produto, indispensável para reduzir as emissões de NOx.
DISTRIBUIDORA: Agente da cadeia de abastecimento que faz a intermediação entre o produtor e o varejo. Único autorizado a comprar diretamente de refinarias e usinas. É responsável pela mistura do etanol anidro à gasolina A e do biodiesel ao diesel. É vedada a operação direta de postos pelas distribuidoras, com exceção do posto-escola. Pode fornecer combustível diretamente para grandes consumidores. DOWNSTREAM: Cadeia de distribuição e revenda. ETANOL ANIDRO: Álcool carburante (etanol) misturado a gasolina A nas distribuidoras para produção de gasolina C, que é comercializada nos postos de combustíveis. ETANOL HIDRATADO: Álcool carburante (etanol) vendido ao consumidor nos postos de combustíveis. E15: É um tipo de combustível composto por 15% de etanol e 85% de gasolina, comercializado nos Estados Unidos. E85: É um tipo de combustível, que contém mistura de 51% a 83% de etanol e gasolina, comercializado nos Estados Unidos.
BARRIL TIPO BRENT: Refere-se ao óleo produzido no mar do Norte (Europa) e negociado na Intercontinental Exchange Futures de Londres.
FLEX FUEL: Veículos que utilizam etanol ou gasolina.
BIODIESEL: Biocombustível produzido a partir de derivados de óleos vegetais ou de resíduos, conforme especificação da ANP. Costuma ser denominado pela letra B, seguida de número que indica o percentual utilizado. Ex.: B2, adição de 2% de biodiesel; B100 (biodiesel puro).
FOB: Free On Board denomina a cláusula de contrato segundo a qual o frete e o seguro não estão incluídos no custo da mercadoria. Valor FOB é o preço de venda da mercadoria acrescido de todas as despesas que o exportador fez até colocá-la a bordo, incluindo as taxas portuárias, de previdência, da Comissão de Marinha Mercante e outras que incidem sobre o valor do frete.
B20: É a mistura de biodiesel mais comum nos Estados Unidos, que contém 20% de biodiesel e 80% de diesel de petróleo.
GASOLINA A: Gasolina sem adição de etanol, a que sai da refinaria.
CIDE: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. Tributo federal previsto constitucionalmente, instituído pela Lei no 10.336, de 19 de dezembro de 2001. Incide sobre importação e comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados. CIF: Custo, Seguro e Frete designa o sistema de pagamento para mercadorias embarcadas, com os custos do seguro e do frete incluídos no preço. O preço CIF equivale ao preço FOB acrescido das parcelas de seguro e frete. COMMODITY: Do inglês, mercadoria. Termo utilizado para designar produtos que são comercializados em bolsas internacionais, normalmente matérias-primas, como minérios e produtos agrícolas. Apesar de terem origem em diversos produtores, suas características são uniformes.
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GASOLINA C: Gasolina após a adição de etanol na distribuidora. LICENCIAMENTO AMBIENTAL: Todo empreendimento e atividade que utiliza recursos ambientais, considerada efetiva ou potencialmente poluidora e que possa, sob qualquer forma, causar degradação ambiental devem obter licença para instalação, ampliação e operação junto aos órgãos competentes. LOGÍSTICA REVERSA: Conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada (Lei 12.305/2010). MARGEM BRUTA: Valor que sobra, após subtraído o preço de aquisição do preço de venda.
MARKET SHARE: Participação de mercado. MEDIDA REPARADORA DE CONDUTA: Ação em que o agente econômico repara o não atendimento a dispositivo da legislação aplicável, em prazo preestabelecido, e passa a cumpri-lo em sua integralidade, evitando a aplicação de penalidades. METANOL É um líquido claro, inflamável, volátil e com leve odor. Parte do metanol produzido no mundo é usado na síntese química, como matéria-prima na fabricação de formaldeído e outras substâncias. MERCADO SPOT: Refere-se aos negócios com pagamento à vista e pronta entrega.
REQUALIFICAÇÃO: Processo periódico de avaliação do estado dos recipientes de GLP, determinando sua continuidade, se podem retornar ao mercado ou devem ser sucateados, de acordo com norma da ABNT. RERREFINO: Processo industrial a que são submetidos os óleos lubrificantes usados ou contaminados, permitindo que apresentem as mesmas características do óleo lubrificante básico e, portanto, possam ser comercializados. REVENDEDOR VAREJISTA: Pessoa jurídica autorizada para o exercício da atividade de revenda varejista de combustível automotivo. Só pode adquirir produtos de distribuidora, sendo vedada a compra direta da usina ou refinaria. Único agente a comercializar combustíveis no varejo para o consumidor.
MOTOR EURO 5: Desde janeiro de 2012, todos os veículos fabricados no Brasil movidos a diesel contam com os chamados motor Euro 5. Os veículos leves (pick-ups, vans e alguns tipos de caminhões e ônibus) passam a ter motores com sistema EGR. Já a maioria dos veículos pesados, como caminhões e ônibus, irão utilizar o SCR, que exige abastecimento em tanque próprio com Arla-32.
RESOLUÇÃO 273 DO CONAMA: Publicada em 29 de novembro de 2000 pelo Conama, tem como objetivo fundamental impedir que contaminações já existentes aumentem, além de evitar que novas comprometam o meio ambiente. Revolucionou a forma como as empresas lidam com o meio ambiente. É a base para o processo de licenciamento ambiental.
P-13: Botijão de GLP com 13 quilos, o mais utilizado nas residências brasileiras.
Store in Store: Designa a abertura de uma franquia dentro de lojas de conveniência.
PPM: Partes por milhão. Sigla normalmente utilizada para indicar a quantidade de enxofre presente no diesel ou na gasolina.
S10: Diesel com baixíssimo teor de enxofre (10 partes por milhão), comercializado no Brasil desde 1º de janeiro de 2013.
PONTO DE ABASTECIMENTO: Instalação dotada de equipamentos e sistemas destinados ao armazenamento de combustíveis, com registrador de volume apropriado para o abastecimento de equipamentos móveis, veículos automotores terrestres, aeronaves, embarcações ou locomotivas. Destinado ao abastecimento de grandes consumidores pelas distribuidoras. Não pode revender o combustível excedente para terceiros.
S50: Diesel com 50 partes por milhão de enxofre, que foi vendido no país até dezembro de 2012. Não é mais comercializado no Brasil.
POSTO BANDEIRA BRANCA: Também chamado de posto independente, porque não está filiado a qualquer distribuidora. Não pode exibir a marca comercial das companhias, mas tem liberdade para comprar de qualquer uma delas. Deve informar na bomba a origem do produto. POSTO EMBANDEIRADO: Aquele que está vinculado a alguma distribuidora e, assim, declarado no cadastro da ANP. Só pode adquirir combustíveis da distribuidora da qual ostenta a marca. PROCONVE: O Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores foi criado em 1986 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. Seu objetivo é reduzir as emissões de poluentes de veículos novos, graças à implementação de combustíveis e motores mais modernos.
TRR: Transportador-Revendedor-Retalhista. Pessoa jurídica autorizada para o exercício da atividade de transporte e revenda retalhista de combustíveis, exceto gasolinas automotivas, gás liquefeito de petróleo, combustíveis de aviação e álcool combustível. Só pode adquirir de distribuidora, sendo vedada a compra direta da refinaria. TETRAFUEL: Sistema de injeção eletrônica, com princípio similar aos veículos flex, concebido para o consumo de quatro tipos de combustíveis: gasolina brasileira, gasolina pura (nafta) utilizada nos países do Mercosul, etanol e GNV. VERTICALIZAÇÃO: No setor, a verticalização caracteriza-se pela atuação das companhias distribuidoras (que vendem combustíveis no atacado) na operação comercial do varejo. A legislação atual brasileira determina que as atividades do varejo e atacado de combustíveis sejam separadas, sendo proibido as distribuidoras atuarem na operação de postos de serviços.
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fontes de pesquisa e agradecimentos
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores Banco Central do Brasil Banco Mundial Bernardo Souto (Fecombustíveis) Carlos Orlando da Silva (ANP) Carlos Roberto dos Santos (Cetesb) Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Comissão Econômica para América Latina e Caribe Consultoria Datagro Deborah Amaral dos Anjos (Fecombustíveis) Edgard José Laborde Gomes (Laborde Consultoria Ambiental) Energy Information Administration Felipe Goidanich (Fecombustíveis) Flávio Campos (Recap) Fundo Monetário Internacional Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis João Victor Carneiro de Rezende Renault (Minaspetro) José Alberto Miranda Cravo Roxo (Fecombustíveis) José Luiz Rocha (Abragás) J.P. Morgan Marcelo Pereira Balls (Cetesb) Maurício Séllos (Programa Jogue Limpo) Ministério de Minas e Energia National Association of Convenience Stores National Association of Truck Stop Operators Petrobras Paulo Tonolli (Expo Conveniência) Priscila de Sá Cantú (Conveniência Postos) Programa Jogue Limpo Revista Combustíveis & Conveniência Ricardo Guimarães (Aghora Conveniência) Luis Henrique Guimarães (Comgás) Rosalino Fernandes (IBP) Rui Ricci (Sindilub) Sérgio Bandeira de Mello (Sindigás) Ueze Zahran (Copagaz) União da Indústria da Cana-de-Açúcar Vanderlei Borsceri (Cetesb)
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