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Luto na alma



Por Christ ianna Ribeiro e Fernanda Guimar達es



Luto na alma Mesmo com o belo dia de sol. Ela enclausurou-se em seu sombrio quarto.E resolveu por fim que seria um dia de luto.Todos a chamaram por várias vezes para a festa.Mas a dor da perda latejava ainda em seu coração.E nenhuma canção poderia abrandá-la.Jovem e solitária.Rica e infeliz.Nenhum vestígio de felicidade restou-lhe no olhar.Uma espécie de feitiçaria ocupou-lhe a alma.Tal qual punhal cortante e visceral.Não pôde resistir ao baque que a vida ofereceu-lhe em bandeja de prata.Taças de cristais.Luas encantadas por todas as fantasias mundanas.Adormeceu ao som da chuva fina que batia em sua janela fechada.Vontade explodindo de fugir para os dias que escaparam -lhe sorrateiramente. Lia Noronha



Proposta conceitual A nossa proposta conceitual é tratar de um tema pouco explorado pela mídia, a depressão na adolescência. Apesar de estar presente em um número relativamente pequeno de adolescentes, a depressão é realidade na vida de muitos jovens e, se não tratada com a seriedade e competência que exige, pode levar o adolescente ao extremo de cometer um suicídio.


Depressão na adolescência Texto retirado do site do Dr. Drauzio Varella: Depressão na adolescência Depressão é uma doença crônica, recorrente, muitas vezes com alta concentração de casos na mesma família, que ocorre não só em adultos, mas também em crianças e adolescentes. O que caracteriza os quadros depressivos nessas faixas etárias é o estado de espírito persistentemente irritado, tristonho ou atormentado que compromete as relações familiares, as amizades e a performance escolar. De acordo com a “American Psychiatric Association”, um episódio de depressão é indicado pela presença de 5 ou mais dos seguintes sintomas, quase todos os dias, por um período de pelo menos duas semanas: * Estado de espírito depressivo durante a maior parte do dia; * Interesse ou prazer pela maioria das atividades claramente diminuídos; * Diminuição do apetite, perda ou ganho significativo de peso na ausência de regime alimentar (geralmente, uma variação de pelo menos 5% do peso corpóreo); * Insônia ou hipersônia;


* Agitação psicomotora ou apatia; * Fadiga ou perda de energia; * Sentimento exagerado de culpa ou de inutilidade; * Diminuição da capacidade de concentração e de pensar com clareza; * Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida ou qualquer tentativa de atentar contra a própria vida. Na ausência de tratamento, os episódios de depressão duram em média oito meses. Durações mais longas, no entanto, podem ocorrer em casos associados a outras patologias psiquiátricas e em filhos de pais que também sofrem de depressão. A doença é recorrente: para quem já apresentou um episódio de depressão a probabilidade de ter o segundo em dois anos é de 40%, e de 72% em 5 anos. Em pelo menos 20% dos pacientes com depressão instalada na infância ou adolescência, existe o risco de surgirem distúrbios bipolares, nos quais fases de depressão se alternam com outras de mania, caracterizadas por euforia, agitação psicomotora, diminuição da necessidade de sono, idéias de grandeza e comportamentos de risco. Antes da puberdade, o risco de apresentar depressão é o mesmo para meninos ou meninas.


Mais tarde, ele se torna duas vezes maior no sexo feminino. A prevalência da enfermidade é alta: depressão está presente em 1% das crianças e em 5% dos adolescentes. Ter um dos pais com depressão aumenta de 2 a 4 vezes o risco da criança. O quadro é mais comum entre portadores de doenças crônicas como diabetes, epilepsia ou depois de acontecimentos estressantes como a perda de um ente querido. Negligência dos pais e/ou violência sofrida na primeira infância também aumentam o risco. É muito difícil tratar depressão em adolescentes sem os pais estarem esclarecidos sobre a natureza da enfermidade, seus sintomas, causas, provável evolução e as opções medicamentosas. Uma classe de antidepressivos conhecida como a dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (fluoxetina, paroxetina, citalopran, etc.) é considerada como de primeira linha no tratamento em crianças e adolescentes e os estudos mostram que 60% respondem bem a esse tipo de medicação, que apresenta menos efeitos colaterais e menor risco de complicações por “overdose” do que outras classes de antidepressivos. A recomendação é iniciar o esquema com 50% da dose e depois ajustá-la no decorrer de três semanas de acordo com a reação da pessoa e os efeitos colaterais. Uma vez que a resposta clínica tenha sido obtida, o tratamento deve ser mantido por seis meses, no mínimo, para evitar recaídas. A terapia comportamental mostrou eficácia em ensaios clínicos e parece dar resultados melhores do que outras formas de psicoterapia. Por meio dela, os especialistas procuram ensinar aos pacientes como encontrar prazer em atividades rotineiras, melhorar as relações interpessoais, identificar e modificar padrões


cognitivos que conduzem à depressão. Outro tipo de psicoterapia eficaz em ensaios clínicos é conhecida como terapia interpessoal. Nela, os pacientes aprendem a lidar com dificuldades pessoais como a perda de relacionamentos, decepções e frustrações da vida cotidiana. O tratamento psicoterápico deve ser mantido por seis meses, no mínimo. Como o abuso de drogas psicoativas e o sucídio são consequências possíveis de quadros depressivos, os familiares devem estar atentos e encaminhar os doentes a serviços especializados assim que surgirem os primeiros indícios de que esses problemas possam estar presentes.


Perfil psicológico da personagem: Marlee, 19 anos, menina rica. Nunca gostou da vida fútil que levava, regada a regalias; pois sempre sentira que era uma personagem e que tudo o que transmitia era falso. Apesar disso sempre foi muito extrovertida e, por isso, muito popular. Após a morte do irmão passou a ser depressiva, frequentar festas e beber bastante.

A sua história: Marlee é garota rica, filha de pai diplomata e mãe famosa (ex-bailarina). O sonho de sua mãe, Karen, era que a sua filha tivesse o mesmo sucesso que ela no balé, exigindo da sua filha desde criança muito esforço e disciplina. Marlee nunca gostou realmente da dança e a vida inteira se esforçou nisso apenas para agradar a sua mãe, que nunca estava satisfeita pelos resultados alcançados pela filha. O pai, Rick, nunca tinha tempo para a família e sempre estava em volta de boatos sobre traições, algo que Marlee sabia que era verdade, pois já o vira com uma de suas amantes. Após a morte repentina de seu irmão, Bradd, em um acidente de carro, toda a família fica muito abalada e os pais de Marlee decidem se mudar para Nova Iorque, onde a adolescente passará a estudar em um internato.


Marlee, sem aguentar o drama de perder o irmão e deixar o namorado e as amigas em sua cidade natal entra em uma depressão profunda e silenciosa, nunca notada pelos pais. Para “esconder” isso ela se afunda em festas e mais festas regadas a alcool. Mas em uma dessas festas, realizada em sua própria casa, ela decide por fim ao seu sofrimento.

Referências: O perfil de Marlee, a sua história, suas vestimentas e o seu quarto foram baseados na personagem Juliana, do filme brasileiro “Adolescente em crise”.

Personagem - Referência: Juliana está em um novo colégio, no Ensino Médio. Já em seu primeiro dia de aula começa a sofrer bullying por parte da colega Talita, patricinha da turma, que comenta com as amigas sobre o jeito tímido de Juliana e o seu modo de se vestir. A professora de uma disciplina coloca Juliana para fazer um trabalho com o namorado da Talita, o que faz com que ela fique ainda mais no pé de Juliana. Em uma aula de vôlei, Talita questiona a professora o fato de Juliana estar de casaco, o que é proibido na aula. Neste momento, a professora insiste para que a aluna retire o casaco. Juliana fica contrariada e quase chora, quando tira toda a sua blusa, mostrando uma cicatriz


grande que vai do seio esquerdo até o braço, deixando todas as alunas impressionadas. Ela veste a blusa e sai chorando da quadra. A melhor amiga de Talita, Bianca, se solidariza com Juliana e descobre que ela sofre de “depressão” quando encontra um vídeo dela na internet onde ela confessa, entre lágrimas, que essa é a terceira escola que ela frequenta e nada muda. Bianca vai atrás de Juliana, que conta a ela que a cicatriz é consequência de um acidente em casa quando ela tinha apenas 6 anos de idade, e que já fez várias cirurgias tentando retirar a cicatriz mas foram em vão. Juliana é tímida, sempre fica sentada pelos cantos, com roupas largas e um casaco escuro, com fones enormes nos ouvidos.


Personagem - referĂŞncia:


Quarto - referĂŞncias:



objetos quarto - referĂŞncias




Planta quarto


paleta de cores quarto:


Vermelho Baixeza, revolta, barbarismo, intensidade, calor, violência, dureza, ira, interdição, emoção, agressividade, Amarelo Ciúme, orgulho, idealismo, egoísmo, inveja, ódio, adolescência, espontaneidade, euforia Marrom Pesar, melancolia, resistência, vigor. Preto Mal, negatividade, miséria, pessimismo, angústia, depressão, opressão, desgraça. Cinza Velhice, desânimo, tristeza, melancolia, sabedoria, passado, tédio, indiferença, maturidade, meio-termo, abandono. Branco Em excesso provoca sensação de vazio, distância, monotonia e frieza.


Vestuário - referências


paleta de cores



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