OLD Nº 31

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Nยบ 31 Marรงo de 2014


Revista OLD Número 31 Março de 2014 Equipe Editorial Direção de Arte Texto e Entrevista

Capa Fotografias

Felipe Abreu e Paula Hayasaki Felipe Abreu Camila Martins, Felipe Abreu, Juliana Biscalquin, Luciana Dal Ri e Tito Ferradans Pedro Hurpia Camila Moret, Josias Teófilo, Nadia Maria e Pedro Hurpia

Entrevista

Eugênio Sávio

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Parceiros


06

Livros

08

Foto em Pauta Exposição

10

Pedro Hurpia Portfolio

24

Josias Teófilo Portfolio

36

Eugênio Sávio Entrevista

42

Camila Moret Portfolio

56

Nadia Maria Portfolio

74

Ultrapassagem Coluna

76

Fissuras Coluna

10

24

36

56

42


Em 2014 o Carnaval inventou de cair em Março e fez com que nossa terceira edição chegasse logo na primeira segunda depois da festa. Com a quantidade de coisa que já aconteceu neste ano, fica difícil de acreditar que ainda tem gente que diz que o ano só começa depois do carnaval. Deixando as questões carnavalescas de lado, vamos ao que interessa! Nesta edição de número 31 apresentamos dois trabalhos que tem a geografia como seu ponto chave e dois que tem a identidade feminina no centro de suas atenções. Nossa capa e primeiro ensaio é de Pedro Hurpia, que produziu as imagens de Paralelo em uma pequena ilha na Islândia, na qual ele era o único estrangeiro presente. Foi deste intenso isolamento geográfico que surgiu o motor para a sua criação. Na sequência temos Templum Tempus, de Josias Teófilo. O fotógrafo buscou o registro de locais religiosos na Itália e na Grécia, criando um pequeno panorama da fé nos dois países europeus. Suas imagens apresentam as diferentes relações entre o homem e seus espaços sagrados. Passando aos trabalhos que se concentram na questão da identidade feminina apresentamos as fotografias de Camila Moret. Sua série de autorretratos mostra as experimentações técnicas de uma jovem fotógrafa, que busca, ao mesmo tempo, encontrar a sua identidade pessoal e a de seu trabalho.

Encerrando nossas atividades de Março temos o trabalho de Nadia Maria, que também através do autorretrato, cria um mundo onírico, livre, no qual corpo e natureza estão em harmonia. Para esta edição a fotógrafa selecionou um recorte de três ensaios, criando um belo panorama de seu trabalho autoral. Além de nossos portfolios temos uma dobradinha especial nesta edição: entrevistamos Eugênio Sávio, criador do festival Foto em Pauta e comentamos sua programação em nossa página de exposições. Com essa dupla você fica muito bem informado sobre o festival mineiro, que acontece entre 26 e 30 deste mês. Os livros desta edição também merecem destaque especial. Falamos do novo livro de Cristina de Middel e sobre o lançamento da fotógrafa espanhola Txema Salvans. Muito provavelmente dois dos melhores livros de 2014. E ainda tem gente que fala que o ano nem começou! Vamos à leitura!

Felipe Abreu



LIVROS

PARTY. QUOTATIONS FROM CHAIRMAN MAO TSETONG, DE CRISTINA DE MIDDEL

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Cristina de Middel parou o mundo com seus Afronautas. O livro, publicado de forma independente, esgotou em instantes e entrou em quase todas as listas de melhores livros do ano de seu lançamento. Agora Cristina prepara o lançamento de seu segundo livro, que também se apoia em um certo realismo fantástico, desta vez para contar a história da China. Party, Quotations from Chairman Mao TseTong apresenta a China contemporânea usando como base os textos do livro vermelho de Mao. O livro começou a se formar em 2012, com a primeira viagem de De Middel à China. A fotógrafa produziu uma enormidade de fotografias, que pareciam difíceis de editar, de encontrar um caminho narrativo. Desse amplo recorte visual surgiu a ideia de criar um novo livro vermelho, censurando partes do texto e destacando novas frases, criando, de certa forma, um guia visual da China contemporânea. Party é um novo caminho de Cristina de Middel fora de casa. A fotógrafa espanhola mais uma vez viaja para longe de casa para encontrar seu tema. Se da primeira vez ela reconstruiu o folclórico programa espacial africano, desta vez ela coloca em embate a China desejada por Mao e o que ela realmente se tornou.

Lançamento previsto para 31 de Março Valor Médio: U$ 37,00 306 páginas


LIVROS

THE WAITING GAME, DE TXEMA SALVANS

A prostituição é um tema delicado de se fotografar. Chegar perto de seus personagens ou de seu ambiente? É preciso ter um olhar crítico, mas que não julgue os personagens apresentados, trazer uma nova perspectiva sobre uma escolha de vida tão difícil quanto esta. Txema Salvans fotografou a prostituição nas estradas espanholas por oito anos. Suas imagens mostram o ambiente solitário e hostil dessas mulheres, são curvas, guardrails, cantos abandonados e afins nos quais a aflitiva espera se desenrola. Suas imagens tem a dureza necessária para o tema, mas conseguem ser contemplativas de uma forma a garantir uma certa beleza triste à serie de fotografias. A solidão das mulheres em The Waiting Game é o que mais marca. Não há um sinal de vida ao seu redor, somente elas e sua espera. Assim como seu vizinho de página, este deve ser um dos fotolivros de destaque de 2014. Apesar de ter data de lançamento para o final deste mês, The Waiting Game já foi amplamente comentado e divulgado. Agora só nos resta aguardar mais algumas semanas e mergulhar na melancólica solidão das mulheres de Txema Salvans.

Lançamento previsto para 31 de Março Valor Médio: U$ 45,00 88 páginas

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EXPOSIÇÃO

FOTO EM PAUTA EM TIRADENTES Festival mineiro de fotografia chega à sua quarta edição, com exposições, workshops, convocatórias e o desejo de ocupar a cidade com fotografia

Demorou, mas parece que depois de muitos anos de espera o Brasil começa a consolidar seu cenário de festivais de fotografia. Ao longo do ano temos festivais espalhados pelo país, cada um com uma característica específica, criando uma rede de eventos que destacam a fotografia contemporânea. Neste ano o Festival Foto em Pauta chega à sua quarta edição, ocupando a pequena cidade de Tiradentes com fotografia. Além do OLD 08 charme da vila mineira, o festival conta com uma rica programação de workshops, exposições e debates que transformarão Tiradentes em um pólo fotográfico entre os dias 26 e 30 de Março. Claudio Edinger, Walter Firmo, Iatã Cannabrava, entre outros, estarão realizando workshops que caminham entre a fotografia autoral, o uso da cor e o universo dos fotolivros. As inscrições para os workshops podem ser feitas pelo site do festival, se ainda existirem vagas, já que as turmas costumam ser pequenas. Como incentivo ao pensamento crítico na fotografia, o festival tem uma série de palestras e encontros para discutir a criação de imagens. Neste ano será realizado o Ciclo de Idéias, com curadoria de Alexandre Belém e Geórgia Quintas, que busca uma reflexão mais profunda sobre o fazer fotográfico. As exposições do Foto em Pauta são uma atração à parte. Neste ano o festival apresenta uma série de fotógrafos emergentes, trazendo um frescor aos espaços expositivos. Abismo da Carne, de Ricardo Labastier, será apresentada em Tiradentes depois de sua estréia em São Paulo. Além de Labastier, Manu Melo Franco também apresenta

também apresenta seu trabalho, com a exposição Plenitude, ambas com curadoria de Belém e Geórgia Quintas. Mônica Mansur irá expor Mirada, uma série de panorâmicas que discutem o quanto a paisagem pode ser imaginária, tendo como referência a linha do horizonte. O mineiro Cristiano Xavier irá receber uma retrospectiva de seu trabalho, com um recorte afinado de 16 anos de sua produção fotográfica. Além das exposições já citadas, o Foto em Pauta realizou três convocatórias: a primeira com curadoria de Pedro David e João Castilho era exclusiva para jovens fotógrafos mineiros. Entre os selecionados estão diversos colaboradores da OLD, Jonas Grebler, Henrique Marques e Wenderson Fernandes são alguns dos fotógrafos que apresentarão sua produção sob a tutela de David e Castilho. A segunda convocatória selecionou uma série de imagens de rua, para compor uma exposição coletiva sobre o que se tem clicado nas ruas do país. A curadoria desta exposição foi feita por Rosely Nakagawa, Tiago Santana e Madu Dorella. Para finalizar a série de convocatórias foi realizado um chamamento para projeções que irão animar as noites do festival, levando a fotografia para a rua, para fora da galeria. Com essa programação intensa o Foto em Pauta se firma como um dos grande festivais nacionais, garantindo espaço para a fotografia brasileira, unindo pensamento, reflexão, produção e ensinamentos fotográficos em quatro dias intensos de festival.


Divulgação


Pedro Hurpia Paralelo



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Pedro Hurpia apresenta nesta edição da OLD seu ensaio Paralelo, uma viagem por uma pequena ilha no norte da Islândia na qual todos os poucos habitantes se conhecem e Pedro era o único estrangeiro presente. Pedro, como começou sua relação com a fotografia? Eu tinha uma enorme dificuldade em registrar os desenhos e pinturas que realizava durante a graduação em Artes Plásticas na Unicamp. Comecei a aprender, passo a passo, algumas técnicas fotográficas que permitiam um resultado melhor. Em pouco tempo, o ato de fotografar foi se transformando, ganhando um novo espaço no meu processo de criação. A “poética” foi tomando o lugar da “técnica”. O interesse por fontes diversas que discutiam a filosofia da imagem foi aumentando, refletindo nos próprios trabalhos que começavam a tomar forma na época.

Nos conte um pouco sobre a história de Paralelo. Foi durante uma Residência Artística em Reykjavík que planejei este ensaio, ao menos a origem dele. Queria percorrer um espaço de terra bem delimitado, onde a paisagem gritasse e influenciasse intensamente o cotidiano dos habitantes que ali estavam. Grímsey, uma pequena ilha no extremo norte da Islândia, era o local ideal daquilo que procurava. Esta ilha me atraia pela sua localização e população reduzida. Poucas famílias habitando uma estreita porção de terra cercada por falésias. É quase um microcosmo do próprio país. Todos se conheciam e a presença de um estranho era logo notada. Logo nas primeiras horas soube que era o único estrangeiro ali e essa condição me agradava de alguma forma. Comecei a fotografar tudo a minha volta, procurando vestígios de antigos habitantes e a paisagem ao entorno da ilha.












A geografia é um fator essencial dentro deste ensaio. Como você buscou trabalhar este tema nas suas fotografias? Não tinha como fugir dela. Naquela situação, o clima e a paisagem exercem forte impacto nos moradores e visitantes. Além do difícil acesso, contribuindo em mudanças no cotidiano e costumes. Uma embarcação atravessa apenas duas vezes por semana o oceano trazendo mantimentos e alimentos. Um pequeno avião turboélice é o outro meio de se chegar lá. O atrativo principal da ilha é o circulo polar ártico. Cruzar esta linha imaginária é um evento. Durante o verão acontece o fenômeno do Sol da meia-noite, que é aguardado por todos na ilha e contrasta com o inverno imerso na escuridão. Estes opostos de presença e ausência de luz me interessavam... Busquei elementos na paisagem que evidenciassem isso. Como você buscou construir a narrativa de Paralelo? Qual o peso dos personagens humanos, dos espaços e dos objetos nessa equação? Haviam várias narrativas possíveis, apesar do fio condutor delas ser o mesmo. O conjunto total de imagens permitia isso. A construção de uma narrativa foi posterior. Nela, os personagens humanos são praticamente ausentes. Se escondem em indícios (objetos) de uma presença anterior ou na sombra a espera de um clima menos severo. A história do lugar é envolta de lendas e tragédias. No século XVIII,

uma doença desconhecida alastrou-se pela ilha, que quase dizimou a população local. Sete habitantes sobreviveram, sendo que seis delas tentaram fugir em um pequeno barco. Tragicamente, todos morreram afogados nesta tentativa desesperada. Apenas um homem do vilarejo sobreviveu a doença e permaneceu vivendo na ilha por anos. Sendo assim, a força dessas relações estava na história da própria ilha. Para você a fotografia constrói ou apresenta narrativas? O quanto o fotógrafo pode, ou deve, inserir de ficção em seu trabalho? Esta primeira pergunta é um tanto complexa. Não sei se sou capaz de respondê-la, mas vou tentar... Eu entendo a fotografia como uma construção constante de narrativas. Ao mesmo tempo que ilumina o “objeto” fotografado, mantém determinadas áreas obstruídas da imagem. Estas lacunas que se encontram submersas, porém ativas, podendo ganhar outra abordagem e conseqüentes narrativas se forem desveladas. Neste sentido, ela pode construir e apresentar narrativas dependendo da ação e disposição do observador/ fotógrafo. Acredito que a fotografia potencializa ficções. Pode ser mais ou menos intensas, mas estamos produzindo ficção a todo instante. Entendo que no ato fotográfico, já estou ficcionando ao escolher e utilizar determinada lente, ou mesmo no simples recorte fotográfico; deixando de lado certos elementos e escolhendo outros. A posterior edição e o modo como seleciono as imagens, complementam esse processo.

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Josias Te贸filo Templum Tempus



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Templum Tempus é uma viagem por locais de fé entre Itália e Grécia. Josias Teófilo buscou o registro da relação entre tempo e espaço nestes locais tão essenciais para a cultura ocidental. Josias, conte pra gente um pouco da sua história com a fotografia. Comecei com a fotografia analógica no primeiro período da faculdade de jornalismo. Meu primeiro objetivo foi registrar a forma arquitetônica, eu tinha um interesse muito grande pela arquitetura, especialmente o modernismo. A fotografia então foi um meio para a registrar a arquitetura. Porém, com o passar do tempo ela se tornou um interesse per se e hoje a arquitetura nem é o tema que eu mais fotografo.

Como surgiu o ensaio Templum Tempus? Surgiu na preparação para a viagem que fiz a Roma e à Grécia em 2010. Li dois livros que foram fundamentais na concepção do ensaio: Cristianismo primitivo e Paidéia grega de Werner Jaeger e O sagrado e o profano de Mircea Eliade. Nesse último ele usa o conceito de Templum-tempus, referente à origem comum entre a palavra templo e tempo – ambas são interseções, um espacial e outro temporal. Em suma, o templo seria o lugar onde se transcende o tempo e o espaço. Por onde passei com a câmera na viagem tentei captar esse elemento transcendente do tempo e do espaço. Nesse sentido o uso da fotografia analógica foi fundamental porque ajudou a captar esse aspecto de perenidade ou antiguidade das obras arquitetônicas.


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Como você encontrou os locais que iria fotografar? Como você buscou construir uma linha condutora entre eles? Alguns locais eu fui atrás, me informei e consegui chegar com os meios que dispunha. Outros simplesmente me apareceram nos percursos já estabelecidos: é como se eu tivesse buscado alguns lugares, mas outros me foram trazidos. É o caso da ruína do templo de Isis na Grécia: um cenário verdadeiramente tarkovskiano que me marcou profundamente – no ensaio entrou uma foto de uma pequena estátua desse templo, uma das fotos que eu mais gosto. A linha condutora foi intelectual: no livro Cristianismo primitivo e Paidéia grega Werner Jaeger demonstra como o cristianismo incorporou o principal da tradição filosófica antiga. As fotos, então, fazem esse percurso da antiguidade pagã, passando pela idade média, ao Renascimento e chegando à arquitetura barroca brasileira. Qual a sua relação com a religião? E com a fé? Como isso influenciou na produção das imagens? Minha relação atual é principalmente com a liturgia católica. Muito me inspira a concepção do filósofo russo Pavel Florenski de que a liturgia é a síntese das artes. Ou seja, se você quer ir na origem do

fenômeno artístico, encontrará indubitavelmente a religião tradicional. OLD 35 Entretanto, eu sofro do mal da minha época: tenho muito pouca fé, o que é lamentável. Busco nas imagens a ideia de transcendência, mas não sei se consegui. Como você acha que estes espaços construídos ajudam a transmitir os conceitos das religiões de que fazem parte? Como essas estruturas construídas ajudaram você a organizar o seu ensaio? Os templos são uma imago-mundi da sociedade que o concebeu, como mostrou Mircea Eliade. Eles tem um caráter simbólico muito intrincado e em diversas camadas cujo significado muitas vezes nós desconhecemos ou não temos mais sensibilidade para sentir. As fotos tentam aguçar essa sensibilidade que talvez não esteja totalmente perdida no homem moderno. Os templos e sua época guiaram a ordem das fotos, não obstante todos eles lidarem com a eternidade.


OLD ENT

EUGÊN


TREVISTA

NIO SÁVIO

Divulgação


Eugênio Sávio é responsável por um dos grandes festivais de fotografia do Brasil. O Festival Foto em Pauta em Tiradentes inunda a pequena cidade mineira anualmente com o que há de melhor na fotografia. Em 2014 não será diferente. Nos últimos dias de Março o Festival apresentará sua 4ª edição. Para conhecer mais sobre a criação do Foto em Pauta e sobre as novidades para este ano, conversamos com Eugênio por email. Você tem uma formação inicial em Jornalismo, que acabou derivando para a fotografia. Como foi esse processo? O jornalismo ainda é presente no seu trabalho e no seu processo de criação? Fotografo desde os 15, 16 anos, entrei no curso de jornalismo já OLD tendo uma trajetória de produção, revelava meus filmes P&B e 38 circulava em ambientes ligados a fotografia em BH. Dentro da UFMG ampliei as possibilidades de convívio e pesquisa com a linguagem, especialmente na Escola de Belas Artes. Depois que me formei, passei a dar aulas na PUC Minas e, ao mesmo tempo, ingressei no mercado como fotógrafo editorial, me dedicando especialmente às revistas e livros, o que faço até hoje. Você tem uma trajetória editorial muito forte. Como esse caminho levou para a produção cultural em fotografia? Eu tive um envolvimento com eventos fotográficos desde muito jovem, pois frequentei alguns dos festivais de fotografia que a Funarte produziu em várias regiões do Brasil e dei aulas em algumas edições dos Festivais de Inverno da UFMG no interior de Minas. Esses eventos foram muito importantes na minha formação como fotógrafo e me despertaram o interesse na educação nesta área da fotografia e, mais tarde, na produção cultural, que no meu caso está ligada à formação de público e difusão do trabalho autoral.

No final deste mês começa a quarta edição do Festival de Fotografia de Tiradentes. Como é o processo de criação e de manutenção do festival? É um enorme desafio, especialmente porque Tiradentes é uma cidade histórica e com apenas 7000 habitantes. O que fazemos é criar condições para receber exposições e envolver os públicos num ambiente que a fotografia seja valorizada e divulgada, sempre respeitando os moradores e os costumes locais. A vantagem é que há lá uma excelente estrutura para receber - pousadas, restaurantes, passeios - e a população é muito acolhedora, enriquecendo a experiência de quem vai ao Festival. A criação do Festival acontece todo o ano, numa série de contatos e viagens em que vamos descobrindo trabalhos e colocando em discussão com um amplo grupo que participa da formatação. O que vocês planejaram de especial para está edição? O que você já pode adiantar da programação do festival? Quais os eventos estão te deixando mais ansioso? O eixo principal é sempre a circulação de ideias, a formação do público. Haverá palestras, encontros e o Ciclo de Ideias (curadoria do Alexandre Belém e Georgia Quintas), o conteúdo mais reflexivo do Festival. Teremos vários lançamentos de livros, recebemos e acolhemos propostas para novos e diferentes workshops, vamos levar para a praça as fotos da convocatória sobre fotografia de rua e incrementar as projeções que deram certo no ano passado. Enfim: não vai dar pra ficar parado. Neste ano Pedro David e João Castilho farão a curadoria de uma mostra só com jovens fotógrafos mineiros. Como surgiu esse programa? Qual a importância de incluir jovens fotógrafos na programação do festival?


A ideia da mostra surgiu quando eu vi que Minas teve uma série de autores vencedores do Prêmio Marc Ferrez da Funarte, além de ter vencido o Prêmio Conrado Wessel e sido contemplado com uma das bolsas da revista Zum. Achei que seria uma oportunidade de fazer uma leitura de como anda a produção por aqui, identificar e dar visibilidade a novos talentos. Convidei dois autores que são referência pra esta geração que está surgindo que aceitou o desafio de garimpar trabalhos contemporâneos. O maior problema é lidar com os poucos espaços expositivos na cidade, o que tornou o processo ainda mais desafiador para os curadores e para a produção da exposição. Estou apostando que o resultado vai valer o esforço. Quais são os principais desafios de se manter um festival de fotografia no Brasil? É claro que um problema muito sério é a falta de recursos, mas não é só isso: falta uma cultura curatorial pra eventos desta natureza e a gente vai fazendo e aprendendo ao mesmo tempo. Temos conseguido caminhar com o esforço pessoal de um monte de autores, pensadores e pesquisadores envolvidos e generosos para com todo esse processo, gente que acredita na importância dos encontros e contribui para sua expansão. Como você avalia o cenário de festivais de fotografia no Brasil? Nossos festivais já tem uma personalidade própria? Aqui no Brasil, estamos numa fase de consolidação dos eventos e temos muito a avançar. Entendo como um processo em desenvolvimento, e que é importante termos mais festivais no país e os eventos existentes ainda estão buscando esta identidade. Só pra termos uma ideia: o Festival de Arles existe desde 1970 e tem um orçamento de mais de 5 milhões de Euros, sendo que quase a metade vem de recursos públicos. Temos um longo caminho pela frente.

É claro que um problema muito sério é a falta de recursos, mas não é só isso: falta uma cultura curatorial pra eventos desta natureza e a gente vai fazendo e aprendendo ao mesmo tempo.


Divulgação


Você é um dos principais membros da Rede de Produtores Culturais em Fotografia no Brasil. Como surgiu a rede? Quais os principais objetivos dela? A REDE surgiu da necessidade de unir a todos que produzem de forma a possibilitar a troca de informações e a busca de melhores condições para a produção, especialmente no que diz respeito a uma OLD reivindicação junto ao Estado de políticas públicas para a evolução 41 da produção cultural nesta área. Você considera os fotógrafos brasileiros organizados como categoria? O que ainda é preciso melhorar neste aspecto? Não, acho que temos um mercado ainda pequeno, felizmente em expansão, que precisa se organizar, amadurecer e ocupar espaços. O fortalecimento dos festivais é uma das formas pra acelerar esta evolução, pois o convívio é necessário para estabelecer conexões produtivas que aceleram o processo de maturação da categoria.


Camila Moret Portfolio



O trabalho de Camila Moret discute o feminino, a relação entre mulher, corpo e natureza. Nas imagens selecionadas para OLD a OLD, a fotógrafa dá um panorama geral do seu trabalho, 44 pontuando as questões mais caras ao seu desenvolvimento criativo. Camila, como começou sua relação com a fotografia? Foi bastante influência do meu pai. Quando eu tinha 14 anos, peguei a máquina digital dele e sai pelo apartamento tirando fotos de coisas aleatórias - foi mais ou menos nesse momento que eu descobri meios de utilizar a fotografia como depósito de lembranças e coisas belas que eu vejo. Quando comecei, eu tirava fotos pela necessidade de manter a beleza constante nas coisas, eu tinha um desespero enorme em guardar coisas efêmeras. Fotografar nus costuma exigir uma relação grande de confiança entre a modelo e o fotógrafo. Como você seleciona suas modelos? Qual a sua relação com elas? As fotos são autorretratos. Na verdade, eu nunca quis ser uma

fotógrafa de autorretratos, mas como eu comecei bastante experimentando estéticas, acabei aprendendo a me usar como modelo para o que fosse preciso. De certo modo, isso me prejudicou um pouco como fotógrafa, uma vez que eu nunca aprendi a construir uma relação com modelos. Seu trabalho lida bastante com o nu, com a relação da mulher com o corpo. Como surgiu o interesse em trabalhar esta temática? Pode até parecer estranho, mas meu interesse começou quando eu terminei com um ex namorado que me prejudicou muito psicologicamente. Quando eu comecei com a temática do nu, fiz isso pois precisava achar uma forma de me ver novamente; de me aceitar. Por diversos motivos, sai muito prejudicada desse relacionamento e vi na fotografia uma chance de me ajudar sozinha. Passei muito tempo tentando ser dura e me defender do que poderia me deixar triste, pra depois perceber o quão inútil isso é. Aprendi a utilizar o nu como uma forma de vulnerabilidade - não por mostrar demais, mas por se mostrar sem nenhum tipo de barreira, só o corpo descrevendo tudo o que eu sinto.











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Seu trabalho tem, no geral, um clima melancólico, de mistério. Como você busca construir a relação entre este clima e o corpo feminino?

Suas imagens apresentam também algumas experimentações técnicas. Para você o quanto é importante experimentar dentro da fotografia?

No caso das minhas fotos atuais, utilizo o corpo como apenas mais um objeto estético. Gosto do mistério e da fantasia que um corpo nu porém com o rosto ocultado, (como na grande maioria das minhas fotos) traz, pois nunca se vê plenamente o objeto em questão.

Nossa, esse assunto é complicado, considerando que é muito difícil fazer algo inédito! Acho que a fotografia tem um campo enorme pra experimentação - mas também acho que ela pode ser completa por si só, se mantendo no campo clássico. Eu gosto de experimentar coisas novas e adoro ver o trabalho de pessoas que faz algo inovador mas, vendo alguns casos de fotógrafos “inovadores”, cada vez mais eu vejo pessoas se esforçando tanto para fazer algo “novo e único” que acabam produzindo algo sem sentido, só para “inovar”. Eu realmente acredito no poder e na beleza de uma fotografia clássica - o que mais importa não é o grau de novidade que tem a coisa, mas sim um jeito belo de se mostrar algo já visto tantas vezes.


Nadia Maria Portfolio



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Nadia Maria trouxe para a OLD um recorte de seu trabalho composto por três ensaios: Coisas que não digo, NM e Vacuum. Suas imagens trabalham com o autorretrato, com a natureza e tem uma poesia impressionante. Seu trabalho tem uma relação forte com a experimentação dentro da fotografia. Experimentar é essencial dentro da sua produção fotográfica? Para mim experimentar é essencial, por ser natural. A vida não é estática, está sempre em movimento, crescendo e evoluindo, o objetivo está sempre chegando, mas nunca chega. Experimentar é seguir esse fluxo, essa busca constante.

Há também uma presença constante do autorretrato. Como você busca construir as narrativas em que você é tanto autora quanto personagem? No meu trabalho o autor nunca está separado da obra, ao contrário, a obra quase sempre é em última análise um auto-retrato do “eu” interior. Em todos os meus trabalhos eu sou tanto autora quanto personagem, acabo transferindo isso de alguma maneira, a narrativa é sempre espontânea, íntima, eu apenas permito que ela aconteça naturalmente.


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O corpo feminino tem um papel importante no seu trabalho. Como surgiu esse interessante? Para você quais as principais sensações que o corpo pode transmitir dentro de uma fotografia? O “feminino”(yin) no geral trata-se do nosso lado mais sensível, abstrato e capaz de perceber e expressar toda a sutileza existente ao nosso redor e dentro de nós. Como na maioria das vezes minhas inspirações vem do meu inconsciente, através de sonhos ou lembranças, o corpo feminino com seus movimentos, formas delicadas e intensas mostra-se mais expressivo e eficiente na composição dos meus trabalhos. Não acredito que haja uma sensação principal que possa ser transmitida. O corpo fala o tempo todo. Qualquer sensação ou sentimento que temos, se expressa no corpo. A fotografia é uma ferramenta que busca registrar esses diálogos sem distinção

A sua fotografia tem uma estética própria, que me parece dialogar bastante com a pintura. Você vê essa relação? Como outras artes influenciam sua criação fotográfica? A pintura pra mim é uma das artes mais verdadeiras, na tela o artista deixa impressa as suas mais profundas emoções, acredito que seja essa a relação que o meu trabalho tem com ela. As outras artes na verdade são pontes de inspiração, como a música, a poesia por exemplo, me auxiliando no processo de elaboração do meu trabalho. Você considera sua fotografia onírica? Quais os papéis da realidade e da ficção dentro do seu trabalho? Considero meu trabalho onírico por ser exatamente assim que as minhas ideias nascem/ganham forma: nos sonhos, no imaginário. Por esse motivo acredito que exista uma linha muito tênue entre a realidade e a ficção nas minhas fotografias, ambos coexistem no meu inconsciente e é essa a forma como eu enxergo o universo e busco expressar com o meu trabalho. Naquele momento, se fosse visível neste plano, minha alma existiria daquela maneira. São sentimentos, pensamentos, o íntimo, registrados.

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ultrapassagem

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A cada elemento óptico atravessado pela luz, parte dos raios luminosos se dispersava devido à curvatura do vidro e ia parar longe de seu foco, mas ainda incidindo sobre o filme.


Retomando a coluna do mês passado, dessa vez teremos mais detalhes sobre as coberturas que são aplicadas aos elementos ópticos das lentes visando melhorar sua qualidade e, ainda mais importante, seu rendimento luminoso. Ao final do século XIX, a fotografia se desenvolvia a passos largos, tanto na forma de arte como na forma de ciência. Projetos de novas lentes surgiam a lentamente, resultados de muita matemática, física e cuidado artesanal na hora de cortar e polir cada elemento de vidro que seria utilizado em sua construção. Um verdadeiro tesouro, mas longe da perfeição. Um problema ainda sem solução era o fato de que entrava muito mais luz pela abertura da lente do que a luz que era projetada na forma de imagem sobre o filme. Essa dispersão decorria, principalmente, da diferença entre o índice de refração do ar, e do vidro, os dois meios que compõem uma lente. A cada elemento óptico atravessado pela luz, parte dos raios luminosos se dispersava devido à curvatura do vidro e ia parar longe de seu foco, mas ainda incidindo sobre o filme. O resultado dessa dispersão: raios desordenados, ricocheteando de um lado para o outro nas superfícies internas entre cada elemento óptico e chegando ao filme, onde provocavam grande perda de contraste e cor nas fotografias – aquele flare esbranquiçado que, de vez em quando, aparece numa foto. Como o vidro não tinha qualquer tipo de proteção ou cobertura, conforme envelhecia, era comum que surgissem manchas em sua superfície. Em 1886, Lord Raileigh pesquisava uma forma de combater essas manchas quando descobriu que o vidro manchado transmitia mais luz do que o vidro limpo, novo, e que as manchas melhoravam a transição entre os meios físicos ar - vidro. A partir daí, a química tomou conta e foram-se descobrindo que camadas finíssimas, de materiais específicos (metais raros, em sua maioria), aprimorava essa transmissão de luz, além de eliminar reflexos indesejados e filtrar cores específicas. Para visualizar isso com clareza é só olhar o reflexo de uma fonte de luz sobre o elemento

dianteiro ou traseiro de uma lente: esse reflexo nunca é “da cor da luz”. A tendência atual é que ele seja verde, ou lilás, devido ao fluoreto de magnésio empregado nas camadas superiores. O nome “multi-coating” vem do fato de serem diversas dessas camadas, com espessura de alguns poucos nanômetros, fazendo os degraus entre o índice de refração do ar (1.0) e o do vidro (1.6) e garantindo menos dispersão de luz, proteção contra flares e até mesmo contra pequenos riscos. Essas camadas são presas ao vidro através de um processo físico de metalização em alto vácuo que garante que elas não vão se soltar sozinhas, cair ou se desfazer com o tempo. Mesmo com toda essa proteção, existem fontes de luz tão intensas que, quando expostas numa fotografia, provocam flares, mas agora de forma muito mais controlada do que aqueles encontrados no começo do século. É comum que esses flares sejam pequenas manchas coloridas, bem definidas, no formato da abertura da lente (pentágonos e hexágonos são as formas mais comuns). A variação de cor de cada manchinha é dada justamente pelos diferentes elementos utilizados em seu coating, em combinação com a qualidade e cor da fonte de luz. O número de manchas também varia bastante, de acordo com a lente utilizada. O ponto agora é saber lidar com essa característica. Não é necessariamente um defeito, quando trabalhada de forma criativa. Mas, se for um defeito, também já temos as ferramentas de como combatê-lo, especialmente se a fonte de luz não estiver aparecendo na fotografia, estiver acima, abaixo ou nas laterais do quadro: é só colocar a mão para cobrí-la!

Tito é fotógrafo de vídeo e vive a testar todas as (im) possibilidades que câmeras e lentes lhe oferecem. Você pode saber um pouco mais de suas peripécias em tferradans.com/ blog

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fissuras

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Luciana Dal Ri

A partir desse ponto de vista, a criação como algo divino continua sendo desmistificada e ganha o caráter de um trabalho diário e comum.


Processos, pesquisa e criação Já pontuamos por aqui que várias dificuldades apareceram nos primeiros meses da residência em fotografia do LABMIS, sendo uma delas a tomada de consciência do processo criativo. Parte do nosso trabalho é, justamente, ajudar na construção de um olhar mais atento à produção pessoal de cada artista para que, posteriormente, essa nova postura tenha ressonância positiva em trabalhos futuros. Parece ser também um desafio para aqueles jovens falar do próprio trabalho. Ronaldo Entler já nos atentou para isso logo no início dos encontros e cada vez vemos mais sentido nisso, afinal, a capacidade de falar sobre a própria produção oferece mais ferramentas para acessar a tal consciência. Em outras palavras, aprender a falar sobre o próprio trabalho é uma operação mental que traz maturidade ao processo de criação, algo muito bem-vindo ao dia-a-dia do artista. Para contribuir com essa discussão, Ronaldo Entler, Lívia Aquino, Pio Figueroa e Carol Lopes convidaram alguns artistas para apresentarem seus trabalhos para os residentes. O primeiro deles foi Thiago Honório, artista mineiro que acabou de participar da residência artística da Red Bull e que também é professor do curso de Artes Visuais da Faap. Durante a fala, ele frisou a diferença entre uma pesquisa “sobre arte” de uma pesquisa “em arte”, sendo a primeira aquela que entende a arte como objeto de estudo, realizada pelo teórico; e a segunda aquela em que a pesquisa se desenvolve por meios e procedimentos artísticos e é realizada pelo artista-pesquisador. Em um primeiro momento, pode soar estranho pensarmos em uma metodologia em artes, afinal, como efetivar uma investigação, como elaborar previamente métodos de pesquisa numa área em que as questões surgem, essencialmente, durante o processo da produção? Ao que nos parece, não existe uma única resposta, mas o que Honório nos apontou é pertinente a nossa experiência de residência: a necessidade de vislumbrar metodologias diferentes para criações

de naturezas diversas. Isso fica mais claro quando nos voltamos aos temas levantados pelos residentes. Embora a fotografia seja o campo de pesquisa comum, as maneiras de manipulá-la são muito diferentes, plástica e conceitualmente. Para nós como coletivo, a fala de Honório nos leva, novamente, ao nosso foco de interesse. Ter consciência de uma metodologia ou de várias metodologias dentro da atividade artística significa trazer à consciência o próprio processo criativo. Batemos nessa mesma tecla por entendermos que, de fato, as produções e os modos de circulação de arte atuais estão, cada vez mais preocupados em evidenciar esses processos e valorizar o discurso do artista em que, evidentemente, o processo e a metodologia estão contidos. A partir desse ponto de vista, a criação como algo divino continua sendo desmistificada e ganha o caráter de um trabalho diário e comum. Falas como a de Honório nos ajudam a pensar no artista como um profissional que necessita de horas de trabalho, testes, análises de materiais, leituras, entre tantas outras formas de instrumentalização, aproximando-o da figura do pesquisador e distanciando-o de um ser “especial”. A partir daí, somos desafiados a arregaçar as mangas e construir nossos objetos de estudo ao mesmo tempo em que desenvolvemos nossas pesquisas sobre ele. Um desafio do qual nós tampouco fugimos acreditando que, com o passar do tempo, cada artistapesquisador comece a encontrar modos de fazer que ajudem na sua prórpia organização e desenvolvimento artístico.

Ágata é um coletivo multidisciplinar, um encontro de afinidades que tem na fotografia um campo fértil para a investigação do processo criativo e da expressão artística.

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INSTITUTO INTERNACIONAL DE FOTOGRAFIA APERFEIÇOAMENTO EM MODA E BOOK

FOTOGRAFIA DE RUA

FINE ART:

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