Protocolo Assistencial
Bronco aspiração Conheça o novo protocolo do Programa Brasileiro para Segurança do Paciente Por Felipe César
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P
ara combater o problema, as equipes devem estar preparadas, e profissionais de todos os níveis devem ser capacitados para o atendimento, principalmente nos locais em que a broncoaspiração tem maior incidência, como nas unidades de terapia intensiva (UTIs) e unidades com concentração de pacientes crônicos. Há protocolos bem desenhados para a prevenção da broncoaspiração, sendo o mais recente publicado pelo Programa Brasileiro para Segurança do Paciente (PBSP). De acordo com o protocolo, a broncoaspiração
Práticas recomendadas
é a maior causa de morte por infecções associadas à assistência à saúde. O cenário fica ainda mais preocupante quando considerados o envelhecimento da população, o tempo de internação hospitalar e as comorbidades. A principal forma de diagnóstico da pneumonia por broncoaspiração é a história clínica seguida pelo exame de imagem do tórax. Pacientes com pneumonia por broncoaspiração requerem cuidado maior devido a sua fragilidade e pior desfecho clínico, quando comparados com pacientes que apresentam pneumonia não associada à aspiração.
idades afetadas 0-2
Devem ser incluídos no protocolo tanto os pacientes em ventilação mecânica (invasiva ou não invasiva) como os pacientes em ventilação espontânea (em ar ambiente ou com suporte de oxigênio).
3-5 6-13 14-18 19-40 41-60 60+
Fatores de risco
Sinais clínicos
• Doenças neurológicas
• Desnutrição ou desidratação
• Doenças e cirurgias de cabeça e pescoço
• Uso de anestésico tópico na cavidade oral ou na orofaringe
• Doenças respiratórias
• Reflexo de tosse diminuído ou ausente
• Doenças gástricas
• Tosse antes, durante e depois da deglutição na alimentação por via oral • Cianose labial
• Prótese dentária mal adaptada
• Engasgo • Alteração vocal
• Uso de drogas sedativas
• Dispositivos: IOT ≤ 48 horas, TQT, via alternativa de alimentação
• História prévia de disfagia orofaríngea
• Escala Glasgow ≤ 12 (nível de consciência)
• Doenças esofágicas • Idosos a partir de 65 anos
• Desconforto respiratório
traqueostomizado: saída de saliva ou alimento pela traqueostomia • Sonolência durante ou após a administração de alimentos por via oral • Êmese
• Paciente
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Protocolo Assistencial
Marcadores e Indicadores do Protocolo
Admissão e avaliação diária
O Protocolo propõe o monitoramento de algumas medidas que tenham impacto comprovado em literatura na prevenção da pneumonia por broncoaspiração, como:
Protocolo de Prevenção de Broncoaspiração
A implementação de medidas preventivas requer:
Possui fator de risco? NÃO SIM
• Taxa de Adesão a manutenção da cabeceira entre 30° e 45° e para a dieta por via oral ≥60°;
• Taxa de Adesão para a verificação diária da indicação de permanência da via alternativa de alimentação;
• Taxa de Adesão à higiene oral 3x/dia;
• Porcentagem de pacientes com Avaliação Clínica da Deglutição em até 24 horas.
Identificar fator de risco 1 ou mais/ observar sinais clínicos
• Como indicadores, devem ser acompanhadas a efetividade em prevenção da pneumonia por broncoaspiração e a densidade de incidência de pneumonia por broncoaspiração.
(ver tabelas na página anterior)
Tratamento e medidas preventivas Deve-se verificar se as vias aéreas estão desobstruídas, sendo, no caso de infecções, indicado o tratamento medicamentoso por antibióticos, como a penicilina.
Aplicar medidas preventivas e comunicar médico assistente ou intensivista
A implementação de medidas preventivas requer: • Sinalizar o paciente – Gestão visual; • Manter decúbito elevado ≥ 30° a 45° e ≥ 60° para pacientes em dieta por via oral; • Realizar higiene oral 3x/ dia; • Prescrever e comunicar a equipe de Nutrição sobre o jejum oral; • Aferir pressão de Cuff da Traqueostomia, do
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Tubo Orotraqueal ou Nasotraqueal, mantendo-o entre 25 e 30 cm H2O, nos períodos, matutino, vespertino e noturno; • Inserir medidas de controle do posicionamento dos dispositivos: via alternativa de alimentação, traqueostomia e tubo oro e nasotraqueal; • Ofertar a dieta por via oral após 30 a 40 minutos do término da realização da ventilação não-invasiva.
Prescrever avaliação fonoaudiológica
Comunicar equipe multiprofissional / Execução de conduta fonoaudiológica
Avaliação fonoaudiológica Disfagia orofaringea