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INTRODUÇÃO PARTIDOS POLÍTICOS O QUE SÃO: Os partidos políticos são organizações que reúnem um grupo de pessoas com ideias políticas semelhantes com o objetivo de alcançar o poder, e, por meio dele, concretizar as suas ideias. Em geral são legalizados e fundados como pessoas jurídicas de direito privado, podendo também ser clandestinos dependendo do país em questão.
COMO SE FORMARAM: A ideia de formar facções políticas data desde a Grécia e Roma antigas onde chamava-se de partido os grupos formados por pessoas que seguiam uma determinada ideia. Apesar do conceito de partido político já ser antigo, a “institucionalização” dos partidos só começou no século XVIII na Inglaterra devido à cise da Lei da Exclusão, que visava impedir que o rei Jaime II assumisse o trono, por causa de sua conversão ao catolicismo – à época a igreja oficial da Inglaterra era a anglicana, e o rei era oficialmente o líder religioso da igreja. Os partidos eram o Tory, de cunho conservador, que reunia a aristocracia britânica e que era contra a Lei de Exclusão; e o Whig, de cunho liberal, que defendia a Lei de exclusão, o liberalismo clássico, o parlamentarismo, e o protestantismo. Posteriormente os partidos políticos se alastraram pelo resto da Europa; e, de lá, para os demais demais países, cada um conforme seu contexto histórico. Apesar da estrutura e dos partidos ter sido fortemente alterada através dos tempos, credita-se a Charles Parnell o desenvolvimento da estrutura moderna dos partidos políticos, através do Partido
Parlamentar Irlandês, que possuía estrutura encadeada em esquema de “árvore”, em vez de valer-se de grupos ad hoc como era de costume. O PPI também foi um dos primeiros a implementar formalmente um sistema de orientação e disciplina partidárias, onde todos os integrantes do partido que eram eleitos deveriam seguir as orientações do partido nas votações formando um “bloco”, em vez de cada um votar individualmente conforme suas convicções.
NO BRASIL: Os primeiros partidos políticos do Brasil surgiram na época do império, sendo eles o Liberal (Luzias), que defendiam maior autonomia das províncias (semelhante a um federalismo), eleição bienal para deputados, fim gradual da escravatura, abdicação do poder moderador, e uma reforma no parlamentarismo (que, na prática pouco diferia do absolutismo); o Partido Conservador (Saquarema), que defendia a centralização do governo e pouca liberdade para as províncias; e o Restaurador (Caramuru), que defendia a volta de D. Pedro I. Após a proclamação da república, os partidos da época imperial se dissolveram e no lugar deles surgiram uma série de partidos novos, tais como o o Partido Republicano de São Paulo, o Partido Republicano de Minas Gerais, Partido Republicano RioGrandense etc. Como se pode perceber, havia um problema fundamental em relação à estrutura partidária da época: Não existia a exigência de que os partidos políticos fossem de abrangência nacional. Como resultado, começaram a surgir uma série de partidos regionais, como esses “partidos dos estados”. Além disso, por causa da extrema falta de controle do sistema eleitoral, era frequente que as eleições nas
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No Brasil
províncias acabacem sempre favorecendo àqueles que já estavam no poder, criando as oligarquias dos estados. A nível nacional isso levou à política do café com leite onde os representantes de São Paulo e Minas Gerais se alternavam no poder, e por fim à queda da república velha. Na era vargas, os principais partidos políticos eram a União Democrática Nacional, composta por ex-integrantes das oligarquias dos estados que fazia oposição ao governo vargas ; o Partido Social Democrático, que apoiava Getúlio Vargas, tendo como alguns de seus notórios integrantes Juscelino Kubitschek, Eurico Gaspar Dutra, Tancredo Neves, e Ulysses Guimarães; O Partido Trabalhista Brasileiro; Partido da Integração Popular, que reunia os antigos integrantes da Ação Integralista Brasileira; dentre outros. Após o Golpe de 64, apenas dois partidos políticos foram autorizados a funcionar: a ARENA (Aliança Renovadora Nacional), partido de situação composta por ex integrantes da UDN, do PTN e do PSD; e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partido de oposição composto pelos exintegrantes dos partidos de situação da era vargas.
PARTIDOS POLÍTICOS DO BRASIL HOJE: Após o fim da ditadura e o começo da Terceira República, uma série de partidos começaram a surgir, sendo que a maioria deles vieram diretamente da ARENA – como o DEM, e o PP – ou do MDB – como o PMDB, sendo considerado o “herdeiro direto” do MDB. Além disso muitos partidos forma formados por dissidentes de outros partidos, como o PT e o PSDB (dissidentes do PMBD), o PSOL, PCO, e PSTU (dissidentes do PT), PPS (dissidentes do PCB). O PCdoB reapareceu no cenário político depois de existir na clandestinidade, bem como o PCB,
sendo que os dos partidos foram divididos devido a conflitos internos entre eles. Por fim, alguns partidos foram inteiramente fundados na Terceira República, como o PV, que foi fundado por ambientalistas.
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO: Atualmente os partidos encontram-se radicalmente diferentes do que eram no Brasil Imperial. Os partidos atuais são pessoas jurídica de direito privado com abrangência obrigatoriamente nacional, e que devem prestar contas periodicamente à Justiça Eleitoral. Atualmente, a criação, fusão e extinção de partidos é livre, sendo que para se fundar um partido, é necessário obter o registro de seu estatuto no TSE com as assinaturas de pelo menos 0,5% dos que votaram para a eleição na câmara dos deputados, distribuídos em pelo menos um terço dos estados. Os partidos têm liberdade para elaborar seus estatutos, suas ideias, organização, e critérios para filiação e disciplina partidária. Além disso, a lei brasileira também cria mecanismos de fidelidade partidária, como a necessidade de estar filiado ao partido em pelo menos um ano antes da eleição, e de permanecer filiado a ele, bem como de obedecer aos programas e decisões do partido, sob pena de perda de mandato.
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HISTÓRIA DOS PARTIDOS POLÍTICOS NO BRASIL Dando alguns passos atrás, até 1837, só haviam se formado dois partidos no período imperial , ambos extintos após a proclamação da republica ,sendo eles: Partido Liberal, que protegia os interesses dos indivíduos que formavam a classe média da sociedade urbana e comercial, a ambição dos bacharéis, os ideais políticos e sociais avançados das classes não comprometidas diretamente com a escravidão, e cuidava também do que era importante para os donos de terras. Partido Conservador, pregava a conservação do poder político nas mãos dos grandes donos de escravos campestres. Não defendia o caráter revolucionário ou democrático do regime. Após a proclamação da republica, surgiram partidos regionais ,como os Partido Republicano Paulista e o Partido Republicano Mineiro, que acabaram por impedir a formação de agremiações nacionais (os Partidos Republicanos Federais/ Liberais e Conservadores pretendiam agregar forças políticas no país inteiro, mas não foram adiante) .controlavam as eleições e gozavam do apoio da elite agrária de outros estados do Brasil.. Esses partidos regionais favoreceram a adoção do coronelismo e de suas conhecidas práticas: democracia e eleições “de fachada”, com seus resultados sempre manipulados pelo coronel local, pelo cabo-eleitoral e pelo curral eleitoral, com a função básica de garantir resultados satisfatórios ao grupo governante.
PRIMEIROS PARTIDOS IDEOLÓGICOS NO BRASIL: O inicio do século XX assistiu ao surgimento de correntes ideológicos extremistas em todo o mundo .Dois partidos concentraram essas ideologias: Partido Comunista do Brasil : Fundado em 1922, ligado a III internacional Comunista. Seu principal líder foi Luis Carlos prestes.
O PCB foi responsável pela fracassada tentativa de Golpe de Estado com a intentona comunista de 1935 que ocasionou na prisão de seus principais lideres. Durante a era Vargas, o partido esteve a maior parte do tempo na ilegalidade. Após o golpe de 1964, seus integrantes caíram na clandestinidade ou fugiram do país, mas muitos aderiram a grupos guerrilheiros.. Nos anos 80, o partido voltou a legalidade, divido entre o Partido Comunista Brasileiro e Partido Comunista do Brasil. O Partido Comunista do Brasil é um partido político brasileiro de esquerda, que ideologicamente baseado em Karl Marx, Friedrich Engels e Vladimir Lenin, defende o Centralismo-Democratico e o Marxismo-Leninismo. AIB ( Ação Integralista Brasileira).Era inspirado no movimento fascista italiano de Mussolini, liderado por Plínio Salgado. O Integralismo brasileiro ideologicamente não aceita o capitalismo, defende a propriedade privada, o resgate da cultura nacional, o moralismo, valoriza o nacionalismo, os valores morais prática cristã, o princípio da autoridade (e portanto a estrutura hierárquica da sociedade), o combate ao comunismo e ao liberalismo econômico. A instauração do Estado Novo extinguiu o partido.
OS PARTIDOS NASCIDOS NA ERA VARGAS: PSD (partido Social-Democrático): fundado por aliados de Getúlio Vargas em 1945, o partido concentrava as alas mais conservadoras aliadas ao governo Vargas. Possui caráter liberal-conservador. PTB (Partido Trabalhista Brasileiro): fundado por Getúlio Vargas em 1945. A base eleitoral do partido era formada por trabalhadores urbanos. O PTB tinha forte penetração nos sindicatos. Seu principal ideólogo foi o gaúcho Alberto Pasqualini.
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Os Partidos Nascidos na Era Vargas:
PRP (Partido de Representação Popular): fundado por Plínio Salgado em 1945. Reunia antigos membros da AIB (Ação Integralista Brasileira). Sua ideologia era de orientação nacionalista de extrema direita. Apesar de sempre ter representantes no Congresso Nacional tinha mais força nos Estados do Sul o Brasil. UDN ( União Democrática Nacional): fundado em 1945. Reunia antigos políticos de oposição ao Governo Vargas. Partido de orientação conservadora de direita. Congregava setores da burguesia e da classe média urbana. Seus integrantes eram representantes das antigas oligarquias regionais que comandavam os Estados nos períodos anteriores (coronéis). Era favorável ao capital estrangeiro e à iniciativa privada, sendo radicalmente contrário à Reforma Agrária e a políticas populares. Defendiam a propriedade privada e o grande latifúndio. Em 1961, fez parte do grupo que tentou impedir a posse de João Goulart.
da UDN, do PTN e do PSD. O partido era formado por setores conservadores da sociedade brasileira. Sua orientação ideológica era de extrema direita. Seus integrantes apoiavam a ditadura e faziam vista grossa à tortura. Com a abertura em 1979, o partido se dividiu em PDS (com o número 11, depois mudou de nome para PPB e depois para PP, como hoje é conhecido) e PFL (com o número 25, depois mudou de nome para DEM). Movimento Democrático Brasileiro (MDB): fundado em 1966 como consequência do Golpe Militar de 1964. Reunia ex-integrantes da PTB e de outros partidos contrários ao Golpe. O partido era formado por setores liberais da sociedade brasileira. Porém, eram poucos os representantes das classes operárias, já que a maioria havia sido cassada ou presa. O MDB era o único partido autorizado a fazer oposição ao regime. A existência de uma oposição dava “ares de democracia” à ditadura. Em 1980, com a abertura política, o partido foi rebatizado de PMDB, com o número 15. Em 1988, após a Constituição, o partido se dividiu em PMDB e PSDB (este com o número 45).
PARTIDOS POLÍTICOS DURANTE O BIPARTIDA- PARTIDOS POLÍTICOS NO RISMO: PLURIPARTIDARISMO: Após o Golpe Civil Militar de 1964, os partidos políticos foram novamente proibidos. O Ato Institucional número 1 cassou os direitos civis de 100 pessoas, a maioria políticos, o que enfraqueceu em demasia a oposição ao novo regime imposto. Em 1966, com o lançamento do AI-2, foi instituído o Bipartidarismo, onde a situação se organizou em torno da ARENA e a oposição ingressou no MDB.
Em 1979, após a Anistia, os partidos políticos foram autorizados a funcionar. Nasceram assim, a maioria dos partidos que hoje estão em atividade. Curiosidade: A partir desta época, muitos partidos mudaram de nome, cores e bandeiras, porém seus números se mantêm os mesmos. Existem atualmente 32 partidos políticos no Brasil e mais um aguardando registro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). São tantos que as siglas acabam virando uma “sopa Aliança Libertadora Nacional (ARENA): fun- de letrinhas” na cabeça do eleitor. dado em 1966 como consequência do Gol- Mas como os partidos em sua maioria compe Militar de 1964. Reunia ex-integrantes portam-se hoje no cenário brasileiro ?
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Partidos Políticos no Pluripartidarismo: O dossiê “Políticos cassados por corrupção eleitoral” é um levantamento produzido pelo Comitê Nacional do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral a partir de informações divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, relatando estatísticas sobre a corrupção política no Brasil a partir da aprovação da Lei n° 9.840 de 28 de setembro de 1999. O balanço foi divulgado pela primeira vez em 4 de outubro de 2007. Segundo o dossiê, entre 2000 e 2007, 623 políticos brasileiros tiveram seus mandatos cassados após a instalação de processos
para averiguar denúncias de corrupção. As práticas abusivas incluem captação ilícita de sufrágio, condutas vedadas aos agentes públicos e abuso de poder. Ao todo, 21 partidos políticos distintos tiveram membros cassados por corrupção eleitoral. Na metodologia empregada pelo estudo, considerou-se apenas os partidos políticos dos “cabeças de chapa” (isso é, desconsiderou-se os partidos dos vices e suplentes) no caso das eleições majoritárias (para o poder executivo e para o senado).
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Partidos Políticos no Pluripartidarismo:
Fonte: http://www.prpa.mpf.mp.br/institucional/prpa/campanhas/politicoscassadosdossie.pdf Todos os dados listados foram retirados da ONG Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).
A LEI FICHA-LIMPA: Ficha Limpa ou Lei Complementar nº. 135 de 2010 é uma legislação brasileira que foi emendada à Lei das Condições de Inelegibilidade ou Lei Complementar nº. 64 de 1990 originada de um projeto de lei de iniciativa popular idealizado pelo juiz Márlon Reis entre outros juristas que reuniu cerca de 1,6 milhão de assinaturas com o objetivo de aumentar a idoneidade dos candidatos.1 A lei torna inelegível por oito anos um candidato que tiver o mandato cassado, renunciar para evitar a cassação ou for condenado por decisão de órgão colegiado (com mais de um juiz), mesmo que ainda exista a possibilidade de recursos.
OS CONTRAS DE UM PLURIPARTIDARISMO Segundo o sociólogo Octavio Amorim Neto, destacou que “Um país como o Brasil precisa de vários partidos, mas não de tantos, a questão é cortar os incentivos à formação de tantos partidos”. Octavio argumentou que o sistema multipartidário brasileiro foi longe demais, deixando de ser um mecanismo de inclusão política para tornar-se um mecanismo de confusão política e que, por este motivo, precisa ser reformado, tal como precisam ser reformuladas as regras de financiamento de campanhas eleitorais. O Brasil, disse ainda Octavio, tem o congresso mais fragmentado do mundo, porque os maiores partidos são relativamente pequenos. “O PT, que é o maior partido da câmara dos deputados, tem apenas 17% das cadeiras. O risco é que com essa abstenção, essa apatia, os grandes partidos se enfraqueçam mais ainda, o que favore-
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Os contras de um pluripartidarismo
ce a fragmentação. Esse é um dos aspectos mais complicados da política brasileira. O fato de termos um congresso tão fragmentado significa inclusão política: todas as tendências estão representadas lá, da esquerda, centro-direita, ecologistas, evangélicos. Essa fragmentação é também um mecanismo de controle da presidência brasileira. Mas os custos são maiores do que os benefícios. Os custos são dois: a população não entende a vida política do país, é muito complicado com 30 partidos, quem vai memorizar todas as siglas? Segundo lugar, significa que a composição dos governos também é muito caótica. Desde 2003 temos tido de sete a dez partidos representados no Governo. Do ponto de vista de atribuição de responsabilidade pelas decisões do Governo ninguém sabe quem ocupa o quê”, analisou.
O cientista político falou ainda sobre o problema da corrupção. Segundo Octavio, a corrupção no Brasil não é generalizada. “Na administração pública, nas últimas décadas, houve uma redução impressionante. Há corrupção, sim, na área eleitoral, nas relações do empresariado com os governos. Na administração pública houve enormes ganhos. O Brasil tem uma série de instituições criadas pela Constituição de 1988 que controlam muito a ação do Governo – por exemplo, os Tribunais de Contas são muito duros e rigorosos com os governos sobre o que se faz do gasto público. Os governantes brasileiros têm de prestar contas ao Tribunal de Contas das suas decisões de gasto – há grandes ganhos nessa área”, explicou o professor.
A ÉTICA NA POLITICA ÉTICA LATINO-AMERICANA Foi a partir da miséria em que vivia seu povo que Enrique Dussel, filósofo argentino, inconformado com tal situação, criou a filosofia política Latino-americana e a Ética da Libertação. A política opressiva do poder gera relações assimétricas e consequentemente o sofrimento do outro. Porque uns se tornam senhores ou superiores em relação aos outros? A filosofia da Libertação consiste em descobrir o “fato” opressivo da dominação. O discurso da modernidade, para Dussel, gera vitimas do sistema-mundo, ou seja, pessoas que são excluídas socialmente. Para ele, a descoberta das Américas fundou essa modernidade. Os índios, que lá habitavam, não foram “descobertos como
outro, mas reconhecido como o mesmo, mas diferente” (OLIVEIRA; DIAS, 2012), que deve ser dominada, colonizado, para ser, então, civilizado. Naquele momento, a modernidade era um fenômeno característico Europeu, reconhecendo-o como mis desenvolvido e superior. Os não-europeus eram considerados bárbaros, marginais e bestas. Desde o seu descobrimento, a América Latina nos conta uma história de dependência e de dominação. “Colombo, antes de descer e perguntar o nome da ilha, pelo fato de esta ilha o ter salvado, colocou-lhe o nome de São Salvador. Por um nome já é como dominar seu ser. Não perguntou aos índios como se chamava a ilha; Le deu o nome.” (MATOS, 2008).
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Ética Latino-Americana
comunidade têm o dever de descontruir o sistema injusto, transformando-o, para que as antes vítimas do sistema-mundo possam vivem com seus direitos, participando simetricamente nas decisões. A Ética da Libertação visa mudar as diretrizes, em vista dos critérios e princípios éticos enunciados. “(...) libertar significa não apenas quebrar as cadeias, mas também desenvolver a vida humana, exigindo-se que “as instituições, o sistema, abram novos horizontes que transcendam a mera reprodução como repetiCom o discurso de que o “sofrimento é (...) ção de ‘o mesmo’ – e simultaneamente, exum custo necessário ao processo civilizador pressão e exclusão de vítimas”. (OLIVEIRA; a ser pago por uma imaturidade culpável” DIAS, 2012). (OLIVEIRA; DIAS, 2012), os europeus justificavam suas atrocidades. Com armas de fogo ou doenças, matavam os índios, e com chicotes os domesticavam. O europeu colonizador se via como inocente, acreditava Há mais de 30 anos atrás, o biólogo Edward que fazia uma ação solidária àqueles consi- O. Wilson acreditava ser “a hora de a ética derados subdesenvolvidos. Assim, o “mito ser removida temporariamente das mãos da modernidade consiste no discurso de dos filósofos”. Daí por diante essa passou a como uma cultura se autodefine como su- ser estudada também por biólogos e psicóperior, e a outra, como inferior (...).” (OLI- logos evolucionistas. Para esses estudiosos VEIRA; DIAS, 2012). a moralidade é anterior a qualquer tipo de Kant defende a “libertação do homem e regra ou ensinamento, é inata a nossa natude sua culpável incapacidade” (OLIVEIRA; reza, sendo assim, os humanos foram equiDIAS, 2012). A sociedade, muitas vezes, pados pela evolução com a capacidade de não permite o homem/mulher ter livre-arbí- fazer julgamentos morais. trio, ou seja, a livre decisão do que pensar Para Fran de Wall, etologista e estudioso dos ou fazer. A independência é a ausência da primatas, seria impossível construir/estudar submissão ou servidão. A liberdade é a au- nossa moralidade, sem considerar o desentonomia do sujeito racional. volvimento cognitivo e comportamental dos
GEN-ÉTICA
primatas, nossos primos distantes. Compartilhamos com os primatas diversas características, duas delas são a empatia e a cooperação. A cooperação é uma relação baseada na colaboração entre indivíduos ou organizações, no sentido de alcançar objetivos comuns, utilizando métodos mais ou A ação ética visa o bem-estar e o desenvol- menos consensuais, enquanto que a empavimento da comunidade. Para isso, se deve tia é a habilidade de compreender e comaceitar, reconhecer o outro. Assim, todos da partilhar os sentimentos dos outros. Assim, “(...) O bem ético é o si-ao-Outro e, portanto, é justiça; é cumprir a justiça e respeitar ao Outro como outro, deixá-lo ser; é permitir que seja em plenitude o que realmente é.” (MATOS, 2008).
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Gen-Ética
somos pré-dispostos a viver em grupo, em sociedade, a compreender e ajudar o outro. Steven Pinker, psicólogo e linguista, defende a ideia de uma moralidade genética. A moralidade é instinto, herança biológica inata e universal inscrita no DNA da espécie que evoluiu através dos tempos. Para ele, a natureza cordial é resultado da competição da seleção natural para se reproduzir e passar seus genes adiante. E a noção de que uma criança nasce como uma folha em branco a ser preenchida pelas experiências na sociedade, Teoria da Tábula Rasa, já deveria estar morta há tempos. Marc D. Hauser, biólogo evolucionário, acredita que todos nós somos advogados intuitivos, sabendo inconscientemente o que é certo e errado. O “instinto da moral” seria exclusivo de humanos e estaria alojado numa região específica do cérebro, a qual ainda se sabe pouco. Esse instinto produziria decisões rápidas, baseadas numa “gramática moral” inacessível ao consciente. Trocando em miúdos, os humanos de certa forma já nascem sabendo o que é certo e errado, embora não consigam justificar conscientemente seus julgamentos. Da mesma forma como a gramática universal habilita a geração de regras sintáticas, o que Hauser chama de instinto moral produz a base para comportamentos éticos sem prescrever uma bula. Robert Wright, em seu livro “O Animal Moral”, apresenta uma nova mudança de paradigma, o chamado novo evolucionismo, e nos mostra como a teoria da seleção natural revela os contornos da mente humana. Ele entende que a seleção natural age selecionando traços intrinsecamente egoístas, ainda que aparentemente altruístas. Devemos então considerar a natureza humana um “inimigo” e, conscientemente, propormo-nos a ser bons com os nossos semelhantes. Outros primatas possuem gestos amigáveis de vários tipos. O sorriso, por sua vez, é ex-
clusivo da espécie humana, e indispensável para nós. Em um encontro de duas pessoas, o sorriso significa um estado não agressivo, ligeiramente apreensivo e até amigável. “Tem por função reforçar o sorriso acolhedor e manter o ajuntamento social(...). Proporcionando-nos uma preocupação social não agressiva, permite que nos comuniquemos uns com os outros de uma forma comunitária e durante períodos relativamente longos, criando valiosos laços entre os grupos e amizades que se desenvolvem e reforçam.”(Morris, Desmond. O MACACO NÚ.). Os seres humanos não conseguem viver isoladamente. No decorrer de nossas vidas, vamos nos relacionando com o mundo que nos cerca. Assim nos formamos, nos desenvolvemos intelectualmente e aprendemos a viver com outras pessoas, das quais necessitamos para concretizar nossos projetos, nossos desejos.
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JESUS
E OS PARTIDOS POLÍTICOS Como analisamos anteriormente, os partidos políticos foram crescendo e consolidando-se com o passar dos anos. Entretanto vimos também, que mais do que uma organização propriamente política, os partidos podem ser analisados como grupos de pessoas que se unem em prol de uma ideologia. E será que tais grupos (considerados hoje como partidos políticos) já existiam na época de Jesus? A verdade é que sim, já existiam organizações políticas e grupos que caminhavam juntos por interesses iguais. Como exemplo, podemos citar os saduceus, os zelotes, os fariseus entre outros. O interessante é que em seu grupo de discípulos, Jesus possuía alguns, que participavam de partidos políticos da época como Judas e Simão, que participavam do partido dos Zelotes, também conhecido como homens do punhal. Entretanto, Jesus não concordava com boa parte dos ideais pregados pela maioria de tais partidos. Para uma visão mais correta, devemos analizar cada um de tais partidos.
PARTIDOS DE “DIREITA”
começou a ficar cada vez mais pobre. Era um partido que rejeitava os ensinamentos de Jesus, como principal reclusa a ressurreição e a imortalidade da alma.
PARTIDOS DE “ESQUERDA” Fariseus: Também conhecidos como os separados, eram o partido mais numeroso e influente. Neste grupo social, estavam em sua maioria os profissionais da lei, escribas e intérpretes. Os fariseus eram um pouco mais hostis a influencias estrangeiras e um tanto rudes no quesito de cumprimento de leis, leis de Moisés, entretanto diferentemente dos saduceus, eram um grupo que acreditavam na ressurreição e em anjos. Era um grupo constituído de boa parte do povo, e com isso juridicamente não tinha mais poder que os saduceus, mais tinha mais voz, e mais “força” se assim podemos dizer.
Saduceus:
Zelotes:
O nome do partido, vem de um sumo sacerdote do tempo do Rei Davi, um dos principais fundadores do mesmo, Sadoc. Era um partido formando por suma maioria, de sacerdotes, eram defensores da ordem estabelecida e eram muito ricos. Os moradores ricos do sul julgavam o povo da Galileia como pegões, e com isso descreviam a necessidade de esclarecê-los a fé, o que não era muito bem assim, onde na verdade um dos principais verdadeiros interesses eram as terras da Galileia. Com isso o partido foi chegando cada vez mais perto e tomando as terras do povo mais pobre que com isso
Como uma representação alternativa de definir o partido, podemos cita-los como uma extrema esquerda dos fariseus. Tinham um foco maior na política do que na religião, e tinham como principal objetivo unir a nação e otimizar a economia e outros fatores. Segundo Josefo, seu fundador, foi Judas de Gamala que incitou os judeus a rebelar-se contra o império. Foram eles, até certo ponto, que precipitaram a guerra civil de 66 d.C., que resultou na destruição de Jerusalém, pois entre muitas de suas ações, pretendiam expulsar os dominadores com armas, e tinham um caráter mais violento.
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PARTIDOS DE “ESQUERDA”
Os Essênios Era um grupo que inciou-se com os fariseus, entretanto, separaram-se na época dos Macabeus. Pareciam-se com uma comunidade de monges, pois caracterizavam-se por sua disciplina rígida. Consideravam os bens matérias como bens comunitários (tudo era de todos). Praticavam a pobreza, o celibato e a obediência a um superior além de serem fiéis à Lei de Moisés. Não frequentavam o Templo. Deixaram Jerusalém e foram morar em grutas. Eram camponeses e viviam do produto de seu trabalho. Tinham pouca influência sobre o povo.
CONCLUSÃO Em relação a todos esses partidos, Jesus tinha sempre suas objeções. Objeções contra os zelotes que tinham um caráter mais agressivo e apelavam sempre para a violência. A respeito dos líderes políticos, notamos que Jesus chamou o Rei Herodes de “raposa” o que mostra um pouco de sua indignação com a política, e tinha uma olhar crítico sobre os governantes e contudo, ainda assim de um lado temos Judas, como apostolo e sendo um zelote. Jesus está mais preocupado com uma unificação do Reino, uma unificação de corações, sentimentos, de alma, com uma conversão de coração e fé, a fraternidade entre os homens e em ter uma religião intimista. Quer implantar uma ordem religiosa.
espiritual. Deve ser uma ordem que não ultrapassa os limites do ser humano. Em outras palavras, não deve ser absoluto. Os discípulos de Cristo devem dar ao estado o que é cobrado, e o que os cabe como dever para a realização da condição presente, mas deve-se lutar contra ele quando exigir o que é só de Deus. Jesus concorda com os zelotes em reconhecer que o principal é o Reino de Deus, entretanto descorda deles quando proclamam a guerra santa para instaurar o Reino teocrático e afastam a existência de um Estado Religioso (pois usariam de violência, o que seria inadmissível). Em outras palavras, o discurso de Jesus em relação a todos esses partidos políticos, não diferenciava muito de seus próprios ensinamentos, onde tudo que fosse acrescentar ao homem como cultura ou luta por direitos mais humanos, condições mais apropriadas, até mesmo uma abolição da violência, culto à paz e outros ideais, tudo isso era válido se partisse de qualquer partido que você. Entretanto não podemos deixar de ressaltar que para Jesus, o mais agradável e correto, seria a existência de um único partido que juntasse todos os aspectos bons de todos os outros.
Podemos concluir a posição de Jesus diante do poder político de uma maneira: O estado é algo que deve existir e para ele infelizmente é imprescindível, entretanto não pode ultrapassar o poder da alma do ser humano, a integridade física, mental e
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IDEOLOGIAS INTRODUÇÃO
É bastante comum vermos as expressões Direita e Esquerda sendo usadas para designar grupos antagônicos em um jogo político. Mas o que vem a ser, de fato, cada um desses termos? Tudo começou na França do final do século XVIII. Seu sistema político era composto por três grupos, os chamados Estados Gerais: o clero, a nobreza e o terceiro estado, formado pelo “resto” da população (banqueiros, comerciantes, médicos, artesãos, etc.). O terceiro estado era o único que tinha a obrigação de pagar os impostos, além de terem inúmeras limitações, como o fato de não poderem ocupar cargos públicos, por
exemplo. Foi assim, em razão da adoção de um modelo político injusto e dos privilégios dados a uma pequena parte da população, que se iniciou a Revolução Francesa. O que originou os termos Direita e Esquerda foi o fato dos membros do terceiro estado sentarem à esquerda do rei enquanto os do clero e da nobreza sentavam à direita. Foi assim que se originaram os conceitos: Direita é um grupo conservador e Esquerda é um de oposição. De uma forma generalizada e superficial, os conservadores dão ênfase ao liberalismo econômico e na eficiência da economia, enquanto os esquerdistas possuem seu foco
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INTRODUÇÃO
nos valores da igualdade e da solidariedade. O fato de ser da Direita ou da Esquerda é algo relativo e não permanente, uma vez que um partido, por exemplo, pode estar de um lado em um momento e de outro em outra instância, agindo conforme um jogo de interesses. Por isso, muitos consideram estas definições simplificadoras e enganosas, uma vez que os valores de cada grupo podem se tornar bastante contraditórios. A Ideologia é um termo que possui diferentes significados e duas concepções: a neutra e a crítica. No senso comum o termo ideologia é sinônimo ao termo ideário, contendo o sentido neutro de conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas ou de visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas. Para autores que utilizam o termo sob uma concepção crítica, ideologia pode ser considerado um instrumento de dominação que age por meio de convencimento (persuasão ou dissuasão, mas não por meio da força física) de forma prescritiva, alienando a consciência humana. Para alguns, como Karl Marx, a ideologia age mascarando a realidade. No entanto alguns pensadores consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades. Já o sociólogo contemporâneo John B. Thompson também oferece uma formulação crítica ao termo ideologia, derivada daquela oferecida por Marx, mas que lhe retira o caráter de ilusão (da realidade) ou de falsa consciência, e concentra-se no aspecto das relações de dominação.
CONTEXTO HISTÓRICO A origem do termo ocorreu com Destutt de Tracy, que criou a palavra e lhe deu o primeiro de seus significados: ciência das ideias. Posteriormente, concluíram que esta palavra ganharia um sentido novo quando Napoleão chamou De Tracy e seus seguidores de “ideólogos” no sentido de “deformadores da realidade”. No entanto, os pensadores da Antiguidade Clássica e da Idade Média já entendiam ideologia como o conjunto de ideias e opiniões de uma sociedade. Karl Marx desenvolveu uma teoria a respeito da ideologia na qual concebe a mesma como uma consciência falsa, proveniente da divisão entre o trabalho manual e o intelectual. Nessa divisão, surgiriam os ideólogos ou intelectuais que passariam a operar em favor da dominação ocorrida entre as classes sociais, por meio de ideias capazes de deformar a compreensão sobre o modo como se processam as relações de produção. Neste sentido, a ideologia (enquanto falsa consciência) geraria a inversão ou a camuflagem da realidade, para os ideais ou interesses da classe dominante. Entretanto, não é apenas em A Ideologia Alemã que Marx trata do tema ideologia e, devido às inconsistências entre seus escritos sobre o tema, não seria correto afirma-se que Marx possui uma única e precisa definição sobre o significado do termo ideologia. O sociólogo John B. Thompson faz uma análise minuciosa sobre três desenvolvimentos encontrados ao longo da obra de Marx sobre o termo ideologia, com convergências e divergências entre si, batizados por Thompson como (1) polêmica, (2) epifenomênica e (3) latente. Depois de Marx, vários outros pensadores abordaram a temática da ideologia. Muitos mantiveram a concepção original de Marx (Karl Korsch, Georg Lukács), outros passaram a abordar ideologia como sendo sinônimo
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Contexto Histórico
de “visão de mundo” (concepção neutra), inclusive alguns pensadores marxistas, tal como Lênin. Alguns explicam isto graças ao fato do livro A Ideologia Alemã, de Marx, no qual ele expõe sua teoria da ideologia, só tenha sido publicado em 1926, dois anos depois da morte de Lênin. Vários pensadores desenvolveram análises sobre o conceito de ideologia, tal como Karl Mannheim, Louis Althusser, Paul Ricoeur e Nildo Viana.
CONCEITO Normalidade democrática é a concorrência efetiva, livre, aberta, legal e ordenada de duas ideologias que pretendem representar os melhores interesses da população: de um lado, a “esquerda”, que favorece o controle estatal da economia e a interferência ativa do governo em todos os setores da vida social, colocando o ideal igualitário acima de outras considerações de ordem moral, cultural, patriótica ou religiosa. De outro, a “direita”, que favorece a liberdade de mercado, defende os direitos individuais e os poderes sociais intermediários contra a intervenção do Estado e coloca o patriotismo e os valores religiosos e culturais tradicionais acima de quaisquer projetos de reforma da sociedade. Representadas por dois ou mais partidos e amparadas nos seus respectivos mentores intelectuais e órgãos de mídia, essas forças se alternam no governo conforme as favoreça o resultado de eleições livres e periódicas, de modo que os sucessos e fracassos de cada uma durante sua passagem pelo poder sejam mutuamente compensados e tudo concorra, no fim das contas, para o benefício da população. Entre a esquerda e a direita estendesse toda uma zona indecisa de mesclagens e transigências, que podem assumir a forma de
partidos menores independentes ou consolidar-se como política permanente de concessões mútuas entre as duas facções maiores. É o “centro”, que se define precisamente por não ser nada além da própria forma geral do sistema indevidamente transmutada às vezes em arremedo de facção política, como se numa partida de futebol o manual de instruções pretendesse ser um terceiro time em campo. Nas beiradas do quadro legítimo, florescendo em zonas fronteiriças entre a política e o crime, há os “extremismos” de parte a parte: a extrema esquerda prega a submissão integral da sociedade a uma ideologia revolucionária personificada num Partido Estado, a extinção completa dos valores morais e religiosos tradicionais, o igualitarismo forçado por meio da intervenção fiscal, judiciária e policial. A extrema direita propõe a criminalização de toda a esquerda, a imposição da uniformidade moral e religiosa sob a bandeira de valores tradicionais, a transmutação de toda a sociedade numa militância patriótica obediente e disciplinada. Não é o apelo à violência que define, ostensivamente e em primeira instância, os dois extremismos: tanto um quanto o outro admitem alternar os meios violentos e pacíficos de luta conforme as exigências do momento, submetendo a frias considerações de mera oportunidade, com notável amoralismo e não sem uma ponta de orgulho maquiavélico, a escolha entre o morticínio e a sedução. Isso permite que forjem alianças, alternadamente ou ao mesmo tempo, com gangues de delinquentes e com os partidos legítimos, às vezes desfrutando gostosamente de uma espécie de direito ao crime. Não é uma coincidência que, quando sobem ao poder ou se apropriam de uma parte dele, os dois favoreçam igualmente uma economia de intervenção estatista. Isto não se deve ao slogan de que “os extremos se tocam”, mas à simples razão de que nenhuma política de transformação forçada da sociedade se
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CONCEITO
pode realizar sem o controle estatal da atividade econômica, pouco importando que seja imposto em nome do igualitarismo ou do nacionalismo, do futurismo utópico ou do tradicionalismo mais obstinado. Por essa razão, ambos os extremismos são sempre inimigos da direita, mas, da esquerda, só de vez em quando. A extrema esquerda só se distingue da esquerda por uma questão de grau (ou de pressa relativa), pois ambas visam em última instância ao mesmo objetivo. Já a extrema direita e a direita, mesmo quando seus discursos convergem no tópico dos valores morais ou do anti-esquerdismo programático, acabam sempre se revelando incompatíveis em essência: é materialmente impossível praticar ao mesmo tempo a liberdade de mercado e o controle estatal da econo-
mia, a preservação dos direitos individuais e a militarização da sociedade. Isso é uma vantagem permanente a favor da esquerda: alianças transnacionais da esquerda com a extrema esquerda sempre existiram, como a Internacional Comunista, o Front Popular da França e, hoje, o Foro de São Paulo. Uma “internacional de direita” é uma impossibilidade pura e simples. Essa desvantagem da direita é compensada no campo econômico, em parte, pela inviabilidade intrínseca do estatismo integral, que obriga a esquerda a fazer periódicas concessões ao capitalismo. Embora essas noções sejam óbvias e facilmente comprováveis pela observação do que se passa no mundo, você não pode adquirilas em nenhuma universidade brasileira (…). (CARVALHO, 2011)
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BIBLIOGRAFIA REFERENCIAS
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