Seminário Fragmentos do Discurso Amoroso

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FICHA TÉCNICA REALIZAÇÃO PROVISÓRIO PERMANENTE PRODUÇÕES CULTURAIS

COORDENAÇÃO GERAL VALTERLEI BORGES

CURADORIA VALTERLEI BORGES

COLABORAÇÃO FERNANDA LIMA

PRODUÇÃO CAROLINA AZEVEDO E WALERIE GONDIM

ASSISTÊNCIA DE PRODUÇÃO LETÍCIA FREITAS E THAÍS ANTUNES

GESTÃO DE REDES SOCIAIS E MÍDIAS DIGITAIS FERNANDA LIMA

IDENTIDADE VISUAL ANA PAULA BINDER E FRED MARTINS

28 a 30 de maio às 18h30

REGISTRO FOTOGRÁFICO LEANDRO BAPTISTA

AGRADECIMENTO LEANDRO DE PAULA E DIEGO PALEÓLOGO

CONTATO facebook.com/discursoamoroso

CAIXA CULTURAL | RIO DE JANEIRO 2014


O discurso amoroso é hoje de uma extrema solidão. Tal discurso talvez seja falado por milhares de sujeitos (quem pode saber?), mas não é sustentado por ninguém.”

ROLAND BARTHES

F

ragmentos de um discurso amoroso é, sem dúvida, umas das principais obras do filósofo e crítico literário Roland Barthes (1915-1980). Lançado no final da década de 1970, o livro chegou como um manifesto do autor em prol do amor, tema que, naquele momento, encontrava-se em declínio. Os motivos desse declínio são variados, mas podemos destacar sobretudo a fragilidade da religião, devido ao avanço da ciência, e a revolução feminista. Essa reestruturação da organização social deixou em segundo plano temas importantes, que antes contribuíam para balizar a moral de conduta da sociedade. O discurso amoroso, então, perdeu força e caiu em desuso por algumas décadas, especialmente a partir dos anos 1960. O início do século XXI, por sua vez, é marcado pela retomada de alguns desses temas “esquecidos”, entre os quais está o amor, representado especialmente pelos livros de autoajuda e pela crítica sociológica. No que parece ser o ápice da quebra de uma tradição, podemos perceber o retorno de alguns temas que foram ofuscados nas últimas décadas. O amor, hoje, volta a ocupar um espaço central dentro da nova configuração social: programas de TV, livros e filmes são lançados constantemente, com as mais diversas óticas sobre o assunto. Esse reflexo vem sendo incorporado inclusive por algumas empresas, que tentam, a partir de “relações mais humanas”, aproximar-se de seus clientes de forma mais estreita e duradoura. Se os movimentos sociais do período anterior foram pautados por questões entre as quais o amor não aparecia, hoje parece existir um retorno a essa dimensão afetiva como argumento até mesmo na luta de minorias.

Ao abordar esse tema, estamos levantando importantes contribuições para a reflexão da nova configuração social e cultural que se inicia no século XXI. As configurações do amor e das relações amorosas atuais passam a ser um ponto-chave para a interpretação da sociedade contemporânea – da sociedade da informação –, uma vez que a análise dos discursos e das representações sociais são alguns dos pilares que nos permitem perceber as transformações ocorridas nessas últimas décadas. O seminário Fragmentos do discurso amoroso: reflexões e inspirações pretende lançar um olhar investigativo sobre o tema do discurso amoroso na contemporaneidade. Não se trata de um seminário sobre Barthes, mas sim de um seminário inspirado na referida obra de Barthes. Em três mesas de debates, expoentes brasileiros dos meios acadêmico e intelectual discutirão as mudanças ocorridas nas últimas décadas em relação ao discurso amoroso e seu reflexo na sociedade contemporânea, apontando possíveis caminhos dessa nova configuração social.

VALTERLEI BORGES / curador Professor e gestor cultural, Mestre em Ciência da Arte e Doutorando em Estudos de Literatura pela UFF. Na Caixa Cultural, coordenou os seminários Crítica da crítica: expansões e limites do pensamento 2.0 e Noites com vampiros: representações e estéticas do sangue.


28 de maio Literatura: o discurso amoroso hoje.

O

amor é um assunto recorrente na literatura, espaço em que teve grandes momentos de destaque, como no Romantismo. Foi justamente de um clássico, talvez o maior desse período, Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe, que Barthes se alimentou para escrever Fragmentos de um discurso amoroso. De modo semelhante, esta mesa busca na literatura as fontes para lançar um olhar investigativo sobre o assunto. Para tanto, alguns autores brasileiros serão (re)visitados, com o objetivo de responder às seguintes questões: como o discurso amoroso se apresenta na literatura brasileira? Quais contrastes podemos identificar entre a obra de Barthes e as obras de autores brasileiros contemporâneos?

MEDIAÇÃO: JOÃO FARIA Professor e tradutor de língua francesa. Doutor em Estudos de Literatura pela UFF.

AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA Artista e intelectual diversificado e consistente que se destaca como teórico, poeta, cronista, professor, administrador cultural e jornalista. Professor em diversas universidades brasileiras e estrangeiras – UFMG, PUC-Rio, URFJ, UFF, Universidades da Califórnia (UCLA), Koln (Alemanha), Aix-en-Provence (França) –, é também conferencista dos mais requisitados no país, além de júri de prêmios internacionais, como o Reina Sofia (Espanha), o Camões (Portugal/Brasil) e o Pérez Bonalde (Venezuela). Recebeu o prêmio APCA pelo conjunto de obras e quatro prêmios por sua tese de doutorado sobre Drummond, poeta que veio a substituir como cronista no Jornal do Brasil (1984). Foi considerado pela revista Imprensa, nos anos 1990, como um dos 10 jornalistas que formam a opinião pública do país. Foi presidente da Biblioteca Nacional (1990-1996). Com mais de 50 livros publicados, destacou-se nos movimentos de vanguarda que marcaram a literatura brasileira nos anos 1960, especialmente por obras como Que país é este e Política e paixão. É autor do primeiro livro que trás para universidade a problemática da música popular e responsável por inserir, nos anos 1970, cursos sobre literatura infanto-juvenil, pela primeira vez, na universidade. Escreveu obras inovadoras, como Barroco do quadrado à elipse, O canibalismo amoroso e Desconstruir Duchamp.

ROBERTO CORRÊA DOS SANTOS Graduado em Letras (UFF, 1973), Mestre em Literatura (PUC-Rio,1978) e Doutor em Semiologia (UFRJ, 1983), com Pós-Doutorado pelo Núcleo de Estudos da Subjetividade Contemporânea (PUC-SP, 2009 a 2010). Professor adjunto efetivo de Estética e de Teoria da Arte do Instituto de Artes da Uerj, Pesquisador do CNPq, Procientista pelo Programa Prociência do Convênio Uerj/Faperj. Foi professor de Teoria da Literatura e de Semiologia dos Cursos de Graduação e de Pós-Graduação em Letras das Instituições PUC-Rio (1976-1989) e UFRJ (1982-1999). Tem experiência nas áreas de Literatura e Arte, com ênfase em estudos relacionados aos campos da Teoria da Arte e da Literatura, da Semiologia da Arte e da Literatura, bem como da Filosofia da Arte e da Estética. Exerce atividades de artista e de escritor no terreno das práticas a envolverem arte e escritura, além de realizar escrituras/instalações corporais e vocais de natureza performática. Publicou diversos livros relacionados à Teoria da Arte e da Literatura, à Semiologia, à Semiologia da Arte, à Crítica de Arte e de Literatura, somados aos livros de poemas e livros de artista.


29 de maio Cotidiano: conversa (in)formal.

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o analisar visões e posições rigidamente estabelecidas ao longo do século XX, pretendemos desmistificar a ideia de “guerra dos sexos” presente no cotidiano: sexo frágil e cabra macho, mulheres fortes e homens sensíveis. Esta mesa une dois nomes de destaque na nova literatura brasileira, autores que dialogam facilmente com situações do dia a dia – presentes em toda boa conversa entre amigos – para responder às seguintes questões: quais os novos papéis ocupados por homens e mulheres nos relacionamentos contemporâneos? Quais os ganhos e as perdas dentro de uma relação híbrida? Quais as consequências dessa reconfiguração?

MEDIAÇÃO: ANA DOMINGUES Historiadora, professora e arte-educadora.

CLARA AVERBUCK Escritora. Escreveu para revistas como Showbizz, Trip e TPM. Lançou Máquina de pinball, pela editora Conrad, em 2002, obra que ganhou destaque em jornais, como O Estado de São Paulo, Gazeta do Povo e Zero Hora, além de em inúmeras revistas e sites, da Set ao UOL. O livro foi adaptado para o cinema com o título Nome próprio, em 2008. A autora teve sua obra publicada pela primeira vez no exterior, em uma coletânea portuguesa de nome sutil, Putas, e também integrou a coletânea 25 Mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira. Outros livros de sua autoria: Das coisas esquecidas atrás da estante, Vida de gato, Nossa senhora da pequena morte e Cidade grande no escuro.

XICO SÁ Escritor e jornalista, colunista da Folha de São Paulo, autor de Chabadabadá – as aventuras do macho perdido e da fêmea que se acha e de mais 10 livros, entre os quais estão Big jato, Modos de macho & modinhas de fêmea, Divina comédia da fama, Paixão roxa, Catecismos de devoções, intimidades & pornografias e Se um cão vadio aos pés de uma mulher-abismo. Na TV, participa do programa Saia justa (GNT).


30 de maio

MIRIAN GOLDENBERG

Gênero: barreiras impostas?

Antropóloga e professora do Departamento de Antropologia Cultural e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. É Doutora em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da UFRJ, além de colunista do jornal Folha de São Paulo desde 2010.

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O fortalecimento do movimento LGBT e a posição do papel social da mulher e do homem nas relações contemporâneas estão reconfigurando as estruturas familiares brasileiras. Muito dessa mudança ocorre, especialmente, a partir dos movimentos políticos e sociais ocorridos nos últimos dez anos. A partir do encontro entre dois expoentes sobre o assunto no Brasil, esta mesa tem o objetivo de traçar pontes e apontar lacunas nas delimitações de gênero: até quando as barreiras de gêneros são barreiras socialmente impostas? O que mudou nas famílias brasileiras nos últimos dez anos? Qual o impacto dessa mudança nas novas gerações?

MEDIAÇÃO: JOÃO VITOR RODRIGUES Professor e Mestre em Comunicação Social.

Autora das obras A outra, Toda mulher é meio Leila Diniz, A arte de pesquisar, Os novos desejos, Nu & vestido, De perto ninguém é normal, Infiel: notas de uma antropóloga, O corpo como capital, Coroas: corpo, envelhecimento, casamento e infidelidade, Noites de insônia: cartas de uma antropóloga a um jovem pesquisador, Por que homens e mulheres traem?, Intimidade, Corpo, envelhecimento e felicidade, Tudo o que você não queria saber sobre sexo, A bela velhice, Homem não chora. Mulher não ri.

JEAN WYLLYS Eleito deputado federal pelo PSOL-RJ para o mandato entre 2011 e 2015, Jean Wyllys é escritor, com três livros publicados, professor universitário na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e na Universidade Veiga de Almeida (UVA), ambas no Rio de Janeiro, além de colunista da revista Carta Capital. Em 2013, recebeu a Medalha de Honra ao Mérito Pedro Ernesto, oferecida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, e o Troféu Nelson Mandela, por sua atuação em defesa da igualdade. Pela segunda vez consecutiva, foi premiado nas categorias “Melhor Deputado” e “Parlamentar do Futuro” no Prêmio Congresso em Foco, além de receber o Prêmio Rio Sem Preconceito. É parceiro dos movimentos LGBT, negro e das mulheres. Participa de ações que combatem a homofobia, a intolerância e o fundamentalismo religiosos, a exploração de crianças e adolescentes, e as violências contra a mulher.


Distribuição gratuita. Comercialização proibida. Não jogue este livreto em vias públicas. Recicle!

Caixa Cultural | Cinema 2 Av. Almirante Barroso, 25 Centro (próximo ao metrô Carioca) Acesso para portadores de necessidades especiais Informações: 21 2544 4080 facebook.com/caixaculturalriodejaneiro facebook.com/discursoamoroso

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