Seminário Transfeminismos - SP 2018

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FICHA TÉCNICA REALIZAÇÃO Provisório Permanente Produções Culturais COORDENAÇÃO GERAL E PRODUÇÃO Valterlei Borges CURADORIA Viviane Vergueiro e Helder Thiago Maia CURADORIA LOCAL Hailey Kaas ASSISTÊNCIA DE PRODUÇÃO Rapha da Cruz GESTÃO DE REDES SOCIAIS E MÍDIAS DIGITAIS Fernanda Lima ASSESSORIA DE IMPRENSA Fernanda Iema e Lilian Ambar IDENTIDADE VISUAL Ana Paula Binder REGISTRO FOTOGRÁFICO Bernardo Enoch Mota AUDIOVISUAL Coletivo Melé CONTATO facebook.com/seminariotransfeminismos


CAIXA CULTURAL | SÃO PAULO | 2018


A CRESCENTE VISIBILIDADE que as comunidades trans e travestis têm alcançado nos últimos anos, tanto no plano nacional quanto internacional, tem trazido à tona debates importantes a respeito das múltiplas identidades de gênero, incluindo o acesso a seus direitos e a denúncia das violências a que estas comunidades são submetidas cotidianamente. Entre assassinatos, suicídios, violências policiais e exclusões institucionais, também estão sendo produzidos significativos processos de enfrentamento e resistência. Por sua vez, importantes pautas feministas têm sido trazidas ao debate público contemporâneo a partir de uma pluralidade cada vez maior de vozes, especialmente nas intersecções de classe, raça-etnia e orientações sexuais. Mulheres periféricas, negras e não heterossexuais, por exemplo, vêm exigindo o direito à autonomia corporal, ao bem-estar e às reparações históricas através de processos políticos que levem em consideração as complexidades e as especificidades de suas vidas, para além de categorias universais e homogeneizantes, como as de ‘mulher’ e ‘homossexual’, por exemplo. Neste contexto de lutas, como se situam as perspectivas transfeministas? Há algo de novo nestas perspectivas, situadas entre os movimentos trans e travestis, LGBTQI+, os feminismos cada vez mais plurais, e a política institucional? Imaginamos que estas questões permearão todo o seminário, e que a efetiva ‘novidade’ transfeminista esteja justamente no seu potencial de diálogo e aliança, teorização e prática coletivas entre as lutas trans, travestis, de pessoas não heterossexuais e feministas.


Neste sentido, o propósito deste evento é apresentar um convite à reflexão sobre algumas das principais questões relacionadas às identidades de gênero, com destaque às lutas que vêm sendo feitas pelas comunidades e ativismos trans e travestis, em diálogo com a construção de teorias e práticas transfeministas. Em três mesas de debate, trazemos pessoas trans e travestis de diferentes áreas de conhecimento e perspectiva política para promover diálogos sobre políticas transfeministas, transmasculinidades e sobre pessoas trans e travestis em relação ao cistema educacional. Esperamos contribuir, sem pretender esgotar os necessários debates sobre estes temas, para reflexões e encaminhamentos críticos dentro daquilo que compreendemos como um campo transfeminista de atuação política: por um lado, a construção de alianças e aprendizados com as lutas feministas e LGBTQI+, para o fortalecimento das lutas políticas ligadas a questões trans e travestis; e, por outro lado, a crítica interseccional necessária, aos feminismos e movimentos LGBTQI+, sobre a urgência de considerarmos a identidade de gênero uma dimensão subjetiva importante, entre tantas outras, para as lutas contemporâneas por equidade e transformação social. Estamos confiantes de que teremos uma oportunidade singular para pensar estas questões, durante o seminário Transfeminismos: novas perspectivas dos feminismos.

Viviane Vergueiro, Helder Thiago Maia, Hailey Kaas


SÁBADO | 10 DE MARÇO | 13H

POLÍTICAS TRANSFEMINISTAS NUM CENÁRIO POLÍTICO complexo e polarizado, como localizar as questões trans e assegurar os poucos direitos conquistados? Nos últimos anos, a questão trans entrou em destaque na mídia através do poder de mobilização e alcance da internet e chegou até mesmo à mídia mainstream, como a Globo. Entretanto, muito embora o assunto esteja em pauta e artistas como Pabllo Vittar, Liniker e Linn da Quebrada têm aparecido com sucesso na mídia, poucos direitos foram assegurados à população trans. Ainda precisamos contar com a sorte para alterar documentos e conseguir realizar modificações corporais. O SUS, num cenário de cortes e precarização da saúde, configura um direito ainda mais difícil de acessar para pessoas trans. Como enfrentar os cortes, arrochos e precarizações ao mesmo tempo que se assegura e luta pelos direitos das pessoas trans? Luiza Coppieters e Jô Camilo, com mediação de Hailey Kaas, discutem as políticas que orientam e orientarão a questão trans na etapa que se segue.


MEDIADORA

HAILEY KAAS (SP) Tradutora e escritora. Residente em São Paulo, tem se dedicado principalmente à pesquisa sobre Linguística, Transfeminismo(s), Teoria Queer, Estudos de Gênero, entre outros assuntos relacionados a gênero e sexualidade. Também é fundadora e coordenadora do site e Coletivo Transfeminismo, que busca, entre outras coisas, expandir e incentivar o Transfeminismo no Brasil.

CONVIDADAS

LUIZA COPPIETERS (SP) Graduada em Filosofia pela USP, é professora com mais de quinze anos de experiência, participou do Conselho Municipal de Políticas LGBT de São Paulo e foi candidata a vereadora pelo PSOL com quase 10 mil votos.

JÔ CAMILO (SP) Psicóloga e pesquisadora em Psicologia Social, além de trabalhar no campo da Educação. É marxista e militante socialista; travesti e sapatão.


SÁBADO | 10 DE MARÇO | 16H

TRANSFEMINISMOS E TRANSMASCULINIDADES

O DEBATE DESTA MESA, sobre transfeminismos e transmasculinidades, pretende abrir possibilidades de se pensarem as identidades de gênero transmasculinas enquanto alianças, diálogos e complexificações necessárias das demandas trans e feministas, seja em movimentos sociais, ativismos, meios acadêmicos ou nas relações interpessoais. Neste debate mediado por Hailey Kaas, reunimos os ativistas Ariel Nobre e Klaus Dimitri Nogueira para uma conversa sobre invisibilizações e marginalizações de homens trans e pessoas transmasculinas em pautas e movimentos, antirracismos, autonomias corporais, afetividades e outras questões que tensionam e propõem repensamentos.


MEDIADORA

HAILEY KAAS (SP) Tradutora e escritora. Residente em São Paulo, tem se dedicado principalmente à pesquisa sobre Linguística, Transfeminismo(s), Teoria Queer, Estudos de Gênero, entre outros assuntos relacionados a gênero e sexualidade. Também é fundadora e coordenadora do site e Coletivo Transfeminismo, que busca, entre outras coisas, expandir e incentivar o Transfeminismo no Brasil.

CONVIDADOS

ARIEL NOBRE (SP) Homem transvivo, idealizador do projeto “Preciso dizer que Te amo”, campanha de sensibilização contra o suicídio de homens trans, atua como roteirista e diretor.

KLAUS DIMITRI (SP) Homem transexual negro casado com uma mulher trans, reside em São Paulo há três anos.


DOMINGO | 11 DE MARÇO | 16H

PESSOAS TRANS E O CISTEMA EDUCACIONAL NESTA MESA, a partir da mediação de Viviane Vergueiro, teremos conversas sobre os múltiplos processos de resistência e assujeitamento das pessoas trans e travestis no âmbito educacional, seja em suas dimensões de exclusão e transfobia explícita, seja nas normatividades de gênero que estão em currículos e práticas pedagógicas pensados exclusivamente para sujeitos cisgêneros. Estorvo Silva, mestranda em Ciências Sociais, e Magô Tonhon, mestranda em Estudos Culturais, debaterão essas questões a partir de seus atravessamentos enquanto pesquisadoras e ativistas que conectam suas existências à produção de conhecimentos.


MEDIADORA

VIVIANE VERGUEIRO (BA) Pesquisadora do grupo de pesquisa Cultura e Sexualidade (CuS-UFBA) e do (Co)Laboratório Humano de Estudos, Pesquisa e Extensão Transdisciplinares em Integralidade do Cuidado em Saúde e Nutrição, Gênero e Sexualidades (LABTRANS-UFRB). Ativista transfeminista interseccional, colaboradora no coletivo De Transs pra Frente, mestra em Cultura e Sociedade (Pós-Cult-UFBA) e doutoranda em Estudos sobre Mulheres, Gênero e Feminismos (PPGNEIM-UFBA).

CONVIDADAS

MAGÔ TONHON (SP) Pirotécnica, pesquisadora-ativista de direitos humanos, gênero e sexualidade e compõe o coletivo “A Revolta da Lâmpada” em São Paulo. Mestranda em Filosofia, na Escola de Arte, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo (USP), no programa de Estudos Culturais, é também criadora do Canal Voz Trans*, no YouTube, e trabalha como consultora em gênero e sexualidade desde 2016.

ESTORVO SILVA (SP) Historiadora e mestranda em Ciências Sociais, pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), atua como educadora popular e desenvolve pesquisa sobre memória e desobediência de gênero. Atuou na rede estadual e privada de ensino, em cursinhos populares pré-vestibulares, em projetos junto à jovens em medida socioeducativa e população feminina em situação de vulnerabilidade doméstica.



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