A água da primeira neve é refrescante: final de maio. A abelha enjoa com o próprio mel. Lanço-me à estrada.
A chuva molha o monte de arroz. Depois do temporal é difícil escalá-lo. Adeus inverno! O vento de setembro descongela o céu.
Só as crianças fazem leite de arroz: a velhice é bruta.
Para que contar estrelas? Incontáveis os olhos da noite...
O rochedo leva o mar para o céu: estrelas de sal. Quando a lua nasce por cima de minha casa o telhado tem cor de passado. Velhos desenhos no fundo da arca: tão pouca a diferença!
Prazer de ouvir as histórias dos velhos. Visto um pequeno quimono.
Pássaros infestam minha plantação: não afugento todos. Meu amor trouxe um pouco de peixe. Beijei-a e rezei.
Voltei mais cedo da viagem. Pressenti um canto desamparado. O amor é silencioso. Os peixes reproduzem-se sem alertar a natureza.