relat贸rio anima forum 2008
r e l a t 贸 r i o a n i m a f o r u m 2008
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relatório anima forum 2008
prefácio Nos seus dezesseis anos de existência,
A parceria do BNDES, como patrocinador
Anima Mundi promoveu muitos encontros.
do Anima Fórum desde 2007, é um encontro
Encontros entre o público e a animação autoral
de visões que representam uma aposta na
brasileira; entre os mais importantes artistas
indústria brasileira de animação. A chancela
e técnicos em atividade no mundo; entre
do BNDS possibilitou a consolidação do
estudantes e profissionais; entre os próprios
Anima Fórum e ampliou o seu alcance a nível
animadores brasileiros que, aliás, renderam
internacional e nacional.
frutos como a ABCA – Associação Brasileira de Cinema de Animação.
Em Anima Forum 2008, a 3ª edição do evento, os participantes ouviram uma avaliação do
Estes encontros registraram a meteórica evolução da animação brasileira. Da tímida participação de duas ou três obras brasileiras nas primeiras edições do festival aos trezentos filmes inscritos a cada ano, o salto é espetacular. Crescemos não só em número, mas também em qualidade. Foi o encontro do público com os patrocinadores, a imprensa e os autores que provocou este crescimento e transformou Anima Mundi em um dos três maiores festivais de animação do mundo. Em 2006 foi criado o Anima Fórum: novos encontros onde a animação brasileira é agora pensada como negócio e projeto estratégico. Um ponto de convergência entre os diversos setores envolvidos: artistas, produtoras independentes, redes de TV públicas e privadas, abertas ou a cabo, distribuidores, órgãos governamentais e co-produtores internacionais. Um encontro de negócios em saudável convivência com o festival onde a Animação é celebrada como arte.
mercado internacional por uma das maiores especialistas na área, a consultora americana Heather Kenyon e conheceram as iniciativas de vários órgãos - MinC, BNDES, ANCINE e APEX - no sentido de incentivar a produção nacional. Também debateram o papel das TVs públicas na co-produção de animação e as oportunidades de parcerias no MERCOSUL e na América Latina para a criação uma identidade latino-americana, principalmente na produção de animação para TV. Inauguramos o sistema de caixa postal entre os participantes. A sala de reuniões multimídia reservada para reuniões do Fórum nunca esteve tão concorrida. A pluralidade, qualidade e representatividade dos membros das mesas e dos participantes foi uma inegável comprovação de que o universo da Animação já não se restringe apenas ao grupo de animadores e produtores de animação. Transbordou estes limites e é, cada vez mais, um assunto muito sério. E assim, outros encontros virão.
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programação Dia 24 de julho de 2008 quinta-feira
Dia 25 de julho de 2008 sexta-feira
Abertura | 9:00 às 9:15
Mesa Redonda | 9:00 às 10:15
Co-produções com TVs Públicas – em busca Palestra | 9:15 às 10:45
Heather Kenyon – Um panorama atual do mercado internacional de animação Heather Kenyon foi diretora de desenvolvimento da Cartoon Network e editora-chefe da AWN-Animation World Network e atualmente e consultora de desenvolvimento para séries infantis.
de conteúdo próprio. A parceria entre as TVs públicas e os produtores independentes para geração de conteúdo especialmente concebido para as necessidades culturais e educacionais próprias. Como esta associação pode criar uma demanda constante e um conseqüente aperfeiçoamento da produção nacional.
Coffee Break | 10:45 às 11:00
Participantes: Leopoldo Nunes (TV Brasil), Carlos
Mesa Redonda | 11:00 às 12:45
Moderador: Cesar Coelho (ABCA)
Wagner (TV Cultura), Andre Breitman (ABCA/ABPITV).
Viabilizando a Produção da Animação Brasileira As várias iniciativas de apoio financeiro à produção e à exportação de animação brasileira - o que é, o que será e o que pode ser. Participantes: Gustavo Dahl (MinC), Sergio Sá Leitão (Ancine), Eliana Russi (ABPITV), Luis Andre Sá D’Oliveira (BNDES), Mayra Lucas (Glaz Cinema). Moderador: Alê McHaddo (ABCA)
Coffee Break | 10:15 às 10:30 Mesa Redonda | 10:30 às 12:30
Co-produções na América Latina O Mercosul é o quarto maior bloco econômico do mundo. Como transformar esta força econômica em mercado para a produção latino-americana. Que modelos podem ser adotados de co-produção e de distribuição de filmes de animação latino-americanos. Participantes: Manoel Rangel(Ancine/Recam), Juan Pablo Zaramella (Argentina), Horácio Grinberg (Argentina), Monica Ortiz (Colômbia), Armando Arce (Venezuela), Reynaldo Marchezini (Brasil). Moderador: Marta Machado (ABCA/Otto Desenhos Animados) Encerramento | 12:30 às 12:45
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André Breitman André foi o editor responsável pelo Mundo da Criança on-line- um website para crianças totalmente animado que é visto diariamente por quase 1,000,000 de crianças Brasileiras. Como produtor executivo supervisionou a criação de mais de 20 horas de animação para o site Mundo da Criança, o DVD “Toquinho no Mundo da Criança” e o processo de desenvolvimento, co-produção internacional com o Canadá e venda das séries animadas para TV “NEO” e “My Big Big Friend” (Amigãozão).
Alê McHaddo Em 1996, fundou a produtora 44 Bico Largo, que entre seus principais títulos traz os jogos para computador: Enigma da Esfinge, ao lado da atriz Marisa Orth, e jogo Monstruário, com Ze do Caixão. Em 1998, McHaddo criou a turma da BugiGangue, lançando a primeira revista digital do país, que junto com a revista trazia um CD ROM com a versão animada das matérias e um jogo para computador. Ale McHaddo é professor das Universidades Anhembi Morumbi e Senac, e é o atual presidente da Associação Brasileira do Cinema de Animação.
Armando Arce Artes plásticas, pintura, desenho gráfico e a escultura são vertentes da arte onde Armando incursionou com paixão. Nos primeiros anos da década de 70, estudou na Escola Técnica de Dibujo y Arte de Caracas. Depois se incorpora ao trabalho da televisão educativa. Participou da realização dos documentários: “Instituto Oceanográfico de la Universidad de Oriente” e “Portuguesa, Futuro Abierto”. É diretor e fundador do Departamento de Cinema Animado.
Carlos Wagner Messerlian La-Bella 49 anos, é diretor da Fundação Padre Anchieta/TV Cultura, responsável pela Diretoria de Prestação de Serviços – área que engloba os setores de Produção Independente, Documentários e atendimento a Clientes Institucionais. Carlos Wagner é produtor por formação. Foi fundador do Sindicato da Indústria do Audiovisual de Santa Catarina, produtor de publicidade em Porto Alegre, produtor de conteúdo, e produtor executivo de cinema e televisão em Santa Catarina e São Paulo.
Eliana Russi Desde junho de 2007, atua como Gerente Executiva do Projeto Setorial de Exportação Brazilian TV Producers, programa de promoção internacional em parceria com a ABPITV, MinC e Apex-Brasil. É responsável pelo desenvolvimento de novas oportunidades de negócios para a produção independente de televisão no mercado internacional, tais como co-produção e parcerias comerciais. Entre 2001 e 2007 implantou o setor negócios internacionais em Arte e Indústrias Culturais no Consulado Geral do Canadá de São Paulo.
Heather Kenyon Graduou-se em Roteiro para Cinema na University of Southern California School of Cinema-Television e começou sua carreira em animação no estúdio Hanna-Barbera. Ela foi diretora sênior de desenvolvimento de séries originais no Cartoon Network. Atualmente é consultora especializada no desenvolvimento de animação para crianças. Antes de trabalhar no Cartoon Network, Kenyon foi editora-chefe do Animation World Network (www.awn.com), um dos mais importantes sites sobre animação.
Juan Pablo Zaramella Desde 2000, Zaramella vem fazendo filmes de animação independentes em parceria com sua mulher, Silvina Cornillón. O primeiro filme da dupla foi “El Desafío a la Muerte” (O Desafio à Morte, 2001). Depois fizeram “Viaje a Marte” (Viagem a Marte, 2005), em parceria com o roteirista Mario Rulloni. Esse filme recebeu mais de 45 prêmios mundo afora, entre os quais o de Melhor CurtaMetragem pelo Júri Popular (RJ) no Anima Mundi. Seu filme mais recente, “Lapsus” (2007), Melhor Curta-Metragem pelo Júri Popular (SP) no Anima Mundi, conta a história de uma freira dividida entre a luz e as trevas.
Mayra Lucas É sócia da Glaz Entretenimento. Aos 28 anos, Mayra já assinou a produção de mais de 15 curtas metragens e do longa metragem CORPO, lançado em maio de 2008. Atualmente atua como chefe de desenvolvimento dos projetos da Glaz e como produtora executiva do longa-metragem em stop motion Minhocas, que será lançado em janeiro de 2009. Mayra também é vice presidente da Associação Brasileira de cinema de Animação.
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Horacio G. Grinberg Como produtor participou, de vários longas, entre eles “Monoblock” (2006), (Premio Especial no 7º BAFICI - Festival de Cinema Independente de Buenos Aires) e em “Las Manos” (2006), ganhador do Premio Goya de melhor filme estrangeiro de língua espanhola, concedido pela Academia Espanhola de Artes e Ciências Cinematográficas. Atualmente está trabalhando na última versão do longa de animação “Cuentos de la Selva” (em pré produção), inspirado nos contos infantis de Horacio Quiroga.
Leopoldo Nunes Dirigiu o longa O profeta das águas (2006, 35mm - Melhor LongaMetragem do FICA e Melhor Filme do ECOCINE). Trabalhou ainda, como diretor de documentários para a TV dos Trabalhadores, STV e TV Bandeirantes. Dedicou-se nos últimos anos a política institucional do cinema brasileiro, tendo presidido a ABD-SP e a ABD Nacional, entre 1998 a 2001. Nomeado membro da diretoria colegiada da ANCINE - Agência Nacional do Cinema em dezembro de 2006, com mandato até 2009.
Luís André Sá d’Oliveira Economista formado na PUC/RJ, MBA em finanças pelo IBMEC-RJ. Trabalhou em bancos de investimento como Banco BBM e Banco Bozano, Simonsen na área de mercado de capitais, como analista de investimentos de administrador de carteiras. É o chefe-substituto do Departamento de Cultura Entretenimento e Turismo do BNDES. Trabalhou por 3 anos na Área de Infra-Estrutura do BNDES, participando da modelagem de operações de Project Finance.
Marta Machado É produtora associada da Otto Desenhos Animadoss. Foi presidente da Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos APTCABD/RS, fez parte do Conselho Curador da Fundacine, coordenou o Grupo de Trabalho Permanente de Distribuição do CBC e atualmente é membro do Conselho Deliberativo da TVE-RS e secretária executiva da gestão 2008-2009 do Congresso Brasileiro de Cinema - CBC. Junto com a Otto Desenhos prepara o terceiro longa da produtora FUGA EM RÉ MENOR PARA KRAUNUS E PLETSKAYA, premiado pela RGE, BNDES e Petrobras.
Mónica Ortiz Fundadora e produtora geral da Toonka Films, tem focado toda sua experiência na produção de cujo foco é de jovens adultos. Líder do Laboratoon, uma área experimental que promove a animação como ferramenta pedagógica de grande alcance, o qual já teve resultados em inovação e tecnologia com o desenvolvimento de uma ferramenta de software livre chamada Ktoon 2D, e projetos de alcance cultural e pedagógico com empresas emblemáticas como Sésame WorkShop.
Reynaldo Marchezini É o fundador da Flamma Filmes, empresa responsável pela criação e co-produção da série “Princesas do Mar” que está sendo exibida pela Discovery Kids e em mais de 45 países. Marchezini tem ampla experiência no mercado de licenciamento e distribuição de filmes, tendo trabalhado por vários anos como sócio na Exim Licensing Group e na Mega Filmes, representando no Brasil estúdios como Sony (Homem-Aranha), Disney (Mickey), Nelvana (Franklin), Nintendo (Pokémon), HIT (Barney), Cinar (Caillou, Arthur) entre outros.
Sérgio Sá Leitão É diretor da Agência Nacional de Cinema (Ancine) desde março de 2008. Coordenou os programas Copa da Cultura, Música do Brasil, CulturaPrev e Economia da Cultura, entre outros. Dirigiu curtas, documentários, clipes e comerciais, como “We Belong” (2002) e “A Balada do Mar Salgado” (Ed Motta, 2002). Publicou sete livros e catálogos, entre os quais o premiado “Futebol-Arte - A Cultura e o Jeito Brasileiro de Jogar” (SENAC, 1999). É membro do Conselho do Projeto de Exportação de Artes Visuais (Apex).
Gustavo Dahl Gustavo Dahl foi diretor da distribuidora da Embrafilme; presidente do Conselho Nacional de Cinema – CONCINE; presidente do Conselho Nacional de Direitos Autorais – CNDA; membro do Grupo Executivo da Indústria Cinematográfica – GEDIC; e relator do plano estratégico: Nova Política Cinematográfica, que contemplava a criação da Agencia Nacional do Cinema. Em 2001 é nomeado diretor-presidente da recém-criada Agência Nacional de Cinema – ANCINE. A partir de 2008 assumiu a gerência do Centro Técnico Audiovisual. É também presidente do Conselho da Cinemateca Brasileira.
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Espaço oficial de debates do Anima Mundi, o Anima Fórum chegou à sua terceira edição em 2008 reunindo um grande número de profissionais brasileiros e estrangeiros, para discutir e entender o mercado de animação. Durante dois dias, na fase paulistana do festival, no Memorial da América Latina, os assuntos mais atuais da área passaram em revista, em debates envolvendo as principais autoridades de cinema no país, além de ativos produtores brasileiros, convidados da América Latina e uma experiente produtora internacional.
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Confirmando a sua importância para a classe,
Leopoldo Nunes, diretor de programação
o Anima Fórum serviu de palco para anúncios
e conteúdo da TV Brasil, anunciou também
oficiais para a área de cinema. Sérgio Sá
um edital de R$ 60 milhões para a produção
Leitão, da Ancine, anunciou o Fundo Setorial
de séries e curtas, em parceria com a
de Cinema, que, segundo ele, deve ser lançado
produção independente e ainda disse que a
ainda em 2008, falou do Programa Especial
emissora pretende realizar pitchings anuais
de Fomento e também do desenvolvimento
ou semestrais para a escolha de parceiros
de um cluster de animação. Já Gustavo Dahl,
de co-produção. Finalmente, na última
representante da SAV, também anunciou uma
mesa-redonda, o presidente da Ancine,
série de medidas para a área, incluindo os
Manoel Rangel, explicou como andam
Programas Anima TV de fomento à produção
os acordos de cinema entre os países
e à teledifusão de séries de animação infanto-
do Mercosul, que visam fomentar novas
juvenis e de animação adulta.
parcerias para a área na região.
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panorama do mercado internacional de animação por Heather Kenyon Um auditório cheio e curioso assistiu à
Hoje, as principais negociações entre
palestra de Heather Kenyon, escalada para
produtores, compradores e redes de TV do
abrir o Anima Fórum 2008. Com as credenciais
mercado de animação infantil acontecem em
de quem foi diretora de desenvolvimento
feiras de negócios realizadas anualmente:
da Cartoon Network e editora-chefe do site Animation World Network (AWN), a atual consultora de desenvolvimento para séries infantis deu uma verdadeira aula sobre o
• Kidscreen, em fevereiro, em Nova York • MIP TV, em abril, em Cannes • MIPCOM, em outubro, em Cannes
mercado de animação internacional, inclusive
Destes, de acordo com Heather, o mais
ensinando ponto a ponto como é possível se
importante é o MIPCOM, que durante dois
preparar para um pitching no exterior.
dias de outubro tem um braço infantil batizado
Não por acaso, sua fala acabou se transformando na principal fonte de discussão do fórum, repercutindo nos debates seguintes. Com foco no profissional de animação, Heather começou dando uma visão global da indústria nos dias de hoje. Segundo ela, o mercado de entretenimento vive um momento muito especial, uma reviravolta por causa das novas plataformas de distribuição de conteúdo.
de MIPCOM Junior, no qual os compradores tentam conhecer o máximo de produtos da área. É ali que as vendas diretas para TV e bons negócios de co-produção são fechados. Como o dinheiro está cada vez mais curto, as co-produções internacionais se tornaram as soluções mais eficazes atualmente. “Se você é produtor e se tiver dinheiro para ir somente numa feira, invista no MIPCOM”,
Assim, esta seria a hora de investir em novas
disse ela. “É a maior e mais importante. E é ali
plataformas de distribuição, incluindo aí, novas
que poderá procurar parceiros que ajudem nos
formas de distribuição dos produtos infantis, he
at He
cada vez mais ligadas em tecnologia.
r
sobretudo porque as crianças de hoje estão
“Num painel recente com 25 crianças nos EUA, elas mostraram que hoje seus interesses se diversificaram e num ranking de prioridades deixaram claro que o celular é o mais importante entre as diferentes plataformas, seguido depois por computador, jogos e somente por último a TV.”
Ke
ny
on
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Cartoon Network ou a Disney comemoram
altos custos dos seus projetos.”
quando chegam a 6,4% dos aparelhos ligados.
Participante experiente deste tipo de
Um desenho bem-sucedido como “Bob
evento, Heather confirma que as últimas
Esponja”, por exemplo, tem algo como 2,7
feiras têm passado por transformações,
pontos de audiência. Há, claro, exceções, como
porque um novo modelo de negociação
“High School Musical 2”, que por ser verdadeiro
está se configurando por causa das novas
fenômeno popular quebrou todos os recordes
plataformas de exibição.
em sua estréia nos Estados Unidos, chegando
“Ninguém sabe ao certo de onde está vindo
a 32% dos televisores ligados. t ea
he
r
e
H
o dinheiro, porque há representantes
tr
ad
das novas mídias, mas também os velhos
modelos de financiamento antigos. Até a Microsoft montou um estande no MIP TV de abril, comprovando o interesse da
o público n a pa
les
compradores, que trabalham com os
internet na busca de conteúdo. Mas ainda não dá para dizer que existe um modelo novo de negociação.”
Os números da audiência também mostram
“O que vemos é que há menos dinheiro
que há muitas mudanças em curso. Segundo
porque as audiências estão se fragmentando
Heather, nos anos 80, antes da existência
e os anúncios publicitários estão cada vez mais
das televisões a cabo, as grandes emissoras
baratos. Ninguém sabe ao certo como
americanas tinham picos de audiências de 22
se ganha dinheiro, como se comercializa
a 25 pontos, aos sábados, no horário dedicado
melhor conteúdo para DVD ou para a internet.
à programação infantil. Hoje, canais com o
Só sabemos que vale muito pensar em
cés a r c o e l
ho
conteúdos cruzados, programas de TV que ap
re
se
n
têm informações complementares na internet, por exemplo”, disse Heather.
t a he
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he r
Com aquele jeito de quem realmente entende deste mercado, a consultora deu um conselho aos brasileiros: “Comecem a participar das feiras, conversem com todos por lá, compradores, produtores, porque os participantes assíduos destes eventos são muito desconfiados e só vão
relatório anima forum 2008
abrir a guarda se realmente perceberem
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documento de pitching
que vocês são sérios. E isto só vai acontecer se vocês estiverem ali ano após ano, evento após evento.”
Na segunda parte da palestra Heather procurou criar uma espécie de bula para produtores que se preparam para enfrentar
Mas como fazer para sobreviver até conseguir
um concorrido pitching internacional. O
firmar um bom contrato? Heather responde:
documento de pitching, também chamado de
“Tem que fazer de tudo, pegar todos os trabalhos, ampliar horizontes. Pensar em conteúdo para TV mas também para internet.
bíblia, reúne as mais importantes informações sobre o projeto da série. Jamais o documento deverá ser lido na hora da apresentação do projeto para os compradores, porém a
Pequenos projetos é que vão bancar sua
bíblia servirá de guia para quem for explicá-
prioridade. Diversifiquem-se.”
lo e deve ser entregue ao interessado. A
Para animar os brasileiros, Heather ainda garantiu que há bastante espaço para séries infantis com influência latina nos Estados Unidos.
consultora ressalta que no caso das bíblias, a velha máxima do “menos é mais” continua válida. Melhor ser sucinto e direto. Outra dica importante é conhecer bem a emissora para a qual você irá propor a série ou programa.
“É um mercado ainda pouco aproveitado.
Caso se trate de um programa com linhas
Este sabor latino deve ser usado nas séries
educativas, não adianta procurar uma
que vocês tiverem criando.”
emissora focada só no entretenimento.
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Uma bíblia de pitching, segundo Heather Kenyon, deverá conter: Spring board
É o corpo do projeto. Se for bem Visão geral do projeto
Deve ter entre uma e duas páginas, no máximo. Deve ser direta, fácil de ser lida, engraçada e colorida. Executivo nenhum lê um livro enorme. Uma boa frase deve resumir o programa. Exemplo: “Meninas Superpoderosas” são meninas que estão salvando o planeta antes de dormir. É importante dizer a duração do desenho, fazendo alusão a uma ou outra história.
feito, serve para vendê-lo, mas se for ruim, pode estragar tudo. Tem que ter começo, meio e fim. E nunca use frases de efeito como “O que será que vai acontecer?”. Você não pode perguntar e sim deve responder. Tem que saber contar a sua história e usar todos os personagens principais indicados na descrição. Você tem que conseguir contar de cinco a sete boas histórias logo no projeto, porque senão conseguir nem isso, como é que vai chegar às 52 histórias necessárias para uma série de meia hora?
Descrição dos personagens
Tem que ter um parágrafo sólido para cada personagem, mostrando tudo de forma criativa e imaginativa. Não adianta pôr somente um bando de adjetivos. Se a menina for gulosa, é melhor dizer que não deixa passar um sorvete. Como os programas serão levados pelos personagens, é necessário apresentá-los com clareza e surpreender. A menina inteligente que lê o tempo todo e garoto mandão que gosta de aparecer são os mais manjados. É fundamental apresentar os personagens principais, mas é preciso ser seletivo, porque não adianta nada citar 38 personagens.
Arte
Se for incluir desenhos, eles têm que ser fantásticos, surpreendentes. Se não for assim, melhor trabalhar a idéia e só. E não precisa de toneladas de desenhos. Um desenho na capa com os personagens principais mostrando a interação entre eles já basta, além de uma imagem para cada um deles na hora de descrevê-los. E para ilustrar o Spring Board escolha o momento com mais ação, aquele onde reina o caos absoluto. Mais importante do que muitos desenhos, é ter algo colorido e com emoção. Se você escreve bem, não precisa desenhar muito.
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Há também o que não deve ser incluído em sua bíblia:
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perguntas para Heather Depois da palestra, o público teve a chance de se manifestar fazendo perguntas.
Plano de marketing e de
Uma foi sobre a animação para adultos.
licenciamento
A consultora diz que o mercado é realmente
- As emissoras têm seus próprios
pequeno, porque fazer cinema para adultos
departamentos de marketing para
é mais barato e rápido. Casos de sucessos
cuidar desta área.
retumbantes como o dos “Simpsons” são
- Na hora do pitching, seja direto e jamais cante a trilha, vista-se de personagens ou leve animais. A melhor lição neste caso é pensar que MENOS É MAIS. Sente-se na frente dos compradores e conte a sua história bem contada.
exceções no panorama geral. Mas Heather acredita que há, sim uma tendência de o mercado se ampliar porque crianças e adolescentes de hoje que se acostumaram desde pequenos com a animação são um público potencial para o segmento no futuro.
- Não precisa incluir o número de
Outra questão foi a necessidade ou não
episódios porque a emissora vai definir
de um piloto do programa na hora de
de acordo com o seu planejamento.
apresentar o projeto. Heather foi categórica dizendo que não, o que surpreendeu a platéia brasileira, num assunto que acabou se desdobrando em outros debates, voltando vez por outra à tona. “Não é necessário. É apenas uma forma ruim de gastar o seu dinheiro ou da sua empresa, sem a garantia de um retorno. Tem que ser um piloto muito bom, muito surpreendente para impressionar. E mesmo assim não pode passar dos cinco minutos. Mas eu não vejo necessidade, porque quem compra o programa gosta da idéia e vai querer produzir o piloto. Eu mesma, nos cinco anos que estive no Cartoon Network, só vi um piloto realmente bom e decisivo para fechar o negócio.”
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mesas-redondas
viabilizando a produção da animação brasileira A primeira mesa redonda do Anima Fórum,
objetivos fomentar produções, capacitar
batizada de “Viabilizando a Produção da
profissionais e abrir caminho para que o
Animação Brasileira”, foi um grande painel
produto nacional chegue ao público.
de atualização das diferentes iniciativas de apoio financeiro à produção e à exportação
“Sem qualquer um destes três lados
de animação nacional. O evento conseguiu
não chegamos a lugar nenhum. O longa-
reunir representantes dos principais órgãos e
metragem de animação cumpre um papel
instituições que atuam na área. Estiveram lá
social muito grande, porque emprega
Sérgio Sá Leitão (Ancine), Eliana Russi (BTVP),
profissionais por muito mais tempo do
Luís André Sá D´Oliveira (BNDES), Mayra Lucas
que uma produção tradicional de cinema.
(Glaz Cinema) e Gustavo Dahl, que representou Paulo Alcolforado, da Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura, impossibilitado de
Apesar da evolução, se não temos exibidor, não temos parceiro,” disse McHaddo.
comparecer. A mediação ficou a cargo de Alê
O presidente da ABCA afirmou que as TVs
Mchaddo, presidente da ABCA.
brasileiras são ainda muito conservadoras na compra de material de animação, preferindo
palco para anúncios oficiais
adquirir programas que já foram testados e aprovados em outras partes do planeta. Por
A mesa foi tanto um espaço para avaliações
isso, o setor de animação ainda depende tanto
do que já está sendo feito para dinamizar
dos diferentes modelos de financiamento.
produção, comercialização e distribuição da área, como palco para uma série de promessas de novos dispositivos que prometem tornar a animação uma indústria cada vez mais competitiva.
Luís André Sá D´Oliveira, gerente do Departamento de Cultura e Serviços do BNDES O representante do BNDES fez um grande
missão da ABCA
apanhado das ações do banco para o desenvolvimento da cadeia produtiva de
McHaddo abriu os trabalhos falando da
cinema, apoiada na visão da área como
missão da ABCA, segundo ele, uma jovem
indústria. Desde 1995, segundo Luís André,
associação de apenas cinco anos de vida, que
o banco já investiu mais de R$ 90 milhões
vem acompanhando de perto e lutando pela
no cinema, incluindo cerca de R$ 12 milhões
profissionalização do segmento da animação.
anuais, via renúncia fiscal, com base na Lei
Hoje, a associação tem como principais
do Audiovisual.
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Total investido de 1995 a 2007:
“É dinheiro público, portanto temos que ter
R$ 88 milhões em 281 projetos
muito cuidado. Por isso, passamos a exigir
Ele mostrou ainda os resultados do Programa de Apoio à Cadeia Produtiva do Audivisual
um plano de negócios, dando prioridade
(Procult), dos Fundos de Financiamento à
a projetos com efetivas condições
Indústria Audiovisual (Funcine) e comentou
de distribuição e bom desempenho no
a próximas ações do banco na área. Desde
mercado”, afirmou. “Neste sentido,
1995, o banco regulamentou as operações de investimento na atividade audiovisual,
olhamos as co-produções internacionais
aportando recursos em produções brasileiras
de animação com muito carinho. Nos dois
de longa-metragem de ficção, documentário
últimos editais, três projetos escolhidos
e animação. Cada projeto pode receber até
foram de animação, um número expressivo
R$ 1,5 milhão.
Total investido de 2005 a 2007: R$ 50 milhões em 10 projetos
Luís André. Ele fez questão de frisar que os editais não têm cunho político e a apreciação deles passa por uma comissão formada por membros internos e externos. Segundo ele, há um interesse especial pelos projetos ligados à animação.
Sá
D´
Ol
ra
que sejam viáveis economicamente, explicou
dré
ei
R$ 12 milhões e busca selecionar projetos
Luís A n
iv
O edital anual de cinema tem uma verba de
dentro dos selecionados.”
relatório anima forum 2008
Luís André também mostrou outros
e médias empresas até 100%; para
instrumentos de crédito:
grandes empresas, até 70%
21
Taxa de Juros: PMEs: TJLP + 1% + até
1,8%* ; Grandes empresas: TJLP + 2% + • Linha de crédito Reembolsável Procult – Programa de Apoio à Cadeia Produtiva do Audiovisual Esta linha de crédito foi criada a partir do diagnóstico das dificuldades dos produtores brasileiros de viabilizar a parte deles em acordos de co-produção.
até 1,8%* Prazo: até oito anos (incluindo carência) Garantias: fiança pessoal, hipoteca,
propriedade fiduciária, fiança bancária, penhor de ações, vinculação de recebíveis, conta-reserva, seguro-garantia *US$ em caso de empresa de controle estrangeiro, aquisição de equipamento
Desde: 2006
importado e operações com recebíveis
Orçamento 2006-2008: R$ 175 milhões
em moeda estrangeira.
Segmentos apoiados: Audiovisual
PROTVD-Conteúdo – Programa de Apoio à
(Cinema e TV) Produção: produção e co-produção
Implementação do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre
de obras audiovisuais brasileiras de produção independente (exceto obras publicitárias) Distribuição: atividades de divulgação,
distribuição e comercialização de obras audiovisuais e também de aquisição de
• Investimento em Fundos Funcines – Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional
direitos de comercialização de obras
orçamento anual: R$ 25 milhões
audiovisuais brasileiras de produção
Desde: 2005
independente
Foco no Setor Audiovisual (Cinema e TV)
Exibição: implantação, modernização,
Segmentos apoiáveis: produção,
expansão e reforma de salas de projeção
distribuição, salas de cinema, infra-
de obras audiovisuais no país
estrutura
Infra-estrutura: implantação, expansão
Dedução Fiscal: Os Funcines garantem
e modernização da infra-estrutura do
aos seus investidores a possibilidade de
audiovisual
dedução fiscal correspondente a 100%
Limite mínimo para operação direta:
do valor investido, até o limite de 3%
R$ 1 milhão
do imposto de renda a pagar (pessoa
Rating e exposição de risco: dispensa
jurídica) e 6% (pessoa física)
para operações até R$ 10 milhões
Vantagens do Funcine, de acordo com
Participação do BNDES: para pequenas
o BNDES:
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- Instrumento de fortalecimento de empresas nacionais independentes da cadeia produtiva do audiovisual - Alavancagem de investimentos privados para o reforço do objetivo de
Funcines em análise
Funcine DGF Quanta Audiovisual I Patrimônio: R$ 20 milhões (BNDES: R$ 8 milhões)
fomento às empresas nacionais
Objetivo: Fortalecer a indústria
- Redução de gargalos setoriais
cinematográfica brasileira, investindo
- Estímulo à visão empreendedora,
em empresas do segmento de infra-
profissionalização, transparência, governança corporativa - Ótica do BNDES - Retorno financeiro + externalidades sócio-econômicas;
estrutura. Funcine Fator Patrimônio: R$ 20 milhões (BNDES:
- Participação idealmente minoritária,
R$ 5 milhões)
nunca exclusiva
Objetivo: Fortalecer a indústria
Funcines já em atuação:
cinematográfica brasileira, apoiando
Funcine RB Cinema I Patrimônio: R$ 15 milhões (BNDES: R$ 7 + 3 milhões) Objetivo: Fortalecer a indústria cinematográfica brasileira,
a produção de filmes e os demais elos da cadeia produtiva. Funcine Banif-Diler Patrimônio: R$ 15 milhões (BNDES: R$ 5 milhões)
apoiando a produção de filmes e os
Objetivo: Fortalecer a indústria
demais elos da cadeia produtiva.
cinematográfica brasileira, apoiando
Investiu em 11 filmes e 1 empresa
o segmento de produção de filmes
distribuidora.
nacionais.
Funcine Lacan-Downtown Filmes Patrimônio: R$ 13,7 milhões (BNDES: R$ 7,9 milhões) Objetivo: Fortalecer a indústria cinematográfica brasileira, destinando recursos ao segmento da distribuição nacional de filmes. O Funcine Lacan-Downtown Filmes é o primeiro destinado exclusivamente ao segmento da distribuição, hoje o principal gargalo do setor.
relatório anima forum 2008
• NOVIDADE - Procult + Recursos não reembolsáveis Objetivo: Estimular a produção de obras
de audiovisuais para TV por produtoras nacionais independentes. Investimento apoiável: projetos
audiovisuais seriados de ficção, animação ou de documentários, voltados para exibição em televisão que atendam cumulativamente os seguintes requisitos: I – Tenham obtido aprovação do BNDES para um pleito de
Apoio direto do banco Cartão BNDES – inclusão da cadeia produtiva do audiovisual Somente para pequenas e médias empresas. Crédito rotativo para aquisição de bens de produção ou insumos de fornecedores nacionais. Em andamento: inclusão dos fornecedores
da cadeia produtiva do audiovisual. Condições do cartão:
- Limite de crédito: até R$ 250 mil por
financiamento no âmbito do Procult;
agente financeiro (total até R$ 750 mil);
II – Contrato internacional de co-
- Taxa: 1,06% a.m. (mai/08).
produção, com participação da empresa brasileira de, no mínimo, 40% do orçamento total do projeto, no âmbito de acordos de cooperação bilaterais firmados pelo Brasil com outros países para a atividade audiovisual. III – Contrato de distribuição internacional. IV – Assegurada a sua exibição em canais ou redes de radiodifusão brasileiros. Montante dos recursos não reembolsáveis:
Ficção e Documentário: até 50% do valor do financiamento limitado a R$ 1,5 milhão por projeto. Animação: até 50% do valor do financiamento limitado a R$ 1,5 milhão por projeto.
- Prazo: 12, 18 ou 36 meses;
Cartão BNDES (www.cartaobndes.gov.br)
23
24
r e l a t ó r i o a nima forum 2008
Sérgio Sá Leitão, Ancine O representante da Ancine começou sua conversa dizendo que hoje a agência está ganhando uma nova dimensão,
público dá o empurrão, consolida e depois dá autonomia para o projeto continuar sozinho.
Gustavo Dahl, MinC
transformando-se numa agência de conteúdo
Dahl ressaltou a vocação da animação brasileira
audiovisual, que visa promover e estruturar
de romper barreiras culturais entre países antes
o mercado. E para isso há várias estratégias
de ler uma série de medidas previstas para área
sendo trabalhadas:
pelo Ministério da Cultura. Segundo ele, as ações têm como objetivo principal viabilizar a produção
“Precisamos de políticas que reduzam o
na área de animação. Todas as iniciativas
grau de dependência do estado”, disse ele.
estavam prestes a ser apresentadas à secretaria
Depois, Leitão enumerou alguns projetos em fase de finalização para a área.
executiva do MinC. *Programa Anima TV de fomento à produção e à teledifusão de séries de animação
Fundo Setorial
infanto-juvenis
Deve ser lançado entre agosto e setembro.
*Programa Anima TV para séries de
Destinado à produção de cinema, incluindo
animação adultas
longa metragem de animação; produção de
*Programa bilateral Anima TV Brasil-
conteúdo para a TV; foco na co-produção
Argentina de teledifusão de séries de
internacional e também na distribuição.
animação *Fundo setorial do Audiovisual – previsão
Programa Especial de Fomento
de R$ 40 milhões associados à TV Brasil
Será lançado um edital público no segundo
* Programa Mais Cultura para a produção
semestre de 2008 para animação, que
de séries de animação para a TV Brasil e TV
contará com veiculação garantida através de
Cultura
parcerias com TVs.
gus
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Desenvolvimento de um cluster de animação
O projeto é inspirado no Porto Digital de Recife. A proposta é unir esforços do poder público (federal, estadual e municipal) e iniciativa privada, através de empresas, para criar um pólo de produção de animação, incluindo espaço de formação de mão de obra. Um dos objetivos é estimular o trabalho colaborativo. Segundo Leitão, o poder
relatório anima forum 2008
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Eliana Russi, Brazilian TV Producers
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25
ru
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Desde o ano passado, Eliana está à frente do Projeto Setorial de Exportação Brazilian TV Producers, um programa de promoção internacional que conta com o apoio da ABPITV, do MinC e da Apex-Brasil. O alvo deste projeto é justamente investir em parcerias comerciais com agentes globais, levando produtores para participar de eventos internacionais, com o objetivo de desenvolver encontros comerciais e coproduções.
no mercado hispânico dos EUA.
Hoje, segundo Eliana, de 30 a 40% dos
Há ainda consultoria para o desenvolvimento
recursos financeiros do Brazilian TV Producers
de projetos, com ajuda de quatro consultores
são destinados a projetos de animação.
internacionais.
“Estamos buscando sempre idéias com os
planos para os dois anos que virão. Na
Produtora Mayra Lucas, Glaz Cinema
última Kidscreen, levamos 27 empresários e
Com a experiência de quem está à frente
18 empresas. No ano passado, conseguimos
de uma co-produção internacional de grande
participar tanto da feira de Annecy, na
porte, o longa-metragem em stop motion
França, como do Ottawa Animation Festival
“Minhocas”, a produtora Mayra Lucas
animadores associados, para tentar fazer
e também estaremos no MIPCOM em outubro, em Cannes”, contou Eliana, ressaltando que as inscrições para a participação no MIPCOM e no encontro de Ottawa já estão abertas.
Com a ajuda do Brazilian TV Producers, os produtores conseguem participar das
aproveitou sua participação no fórum para avaliar de forma prática os mecanismos de financiamento disponíveis hoje para a área de animação, mostrando os prós e os contras de cada um. Como ela mesmo avisou, “é um olhar sincero do produtor sobre estes mecanismos”.
feiras com um custo subsidiado e incluir seus projetos num catálogo distribuído
Artigo 1º. da Lei do Audiovisual de incentivo
durante os eventos. A iniciativa também
à cultura
tem investido em estudos do mercado,
“O lado bom é que é um dinheiro livre, no
para descobrir em quais países é mais
qual o produtor não precisa entregar nenhum
interessante buscar negócios hoje. Uma
bem patrimonial como contrapartida. O lado
das próximas etapas é justamente entrar
ruim é que quem decide se vai dar ou não
26
r e l a t ó r i o a nima forum 2008
ma
o dinheiro é o diretor de marketing da
yr
a
lu
ca
empresa que usará a renúncia fiscal para
s
o patrocínio da produção. Neste caso, o diretor de marketing acaba se preocupando principalmente se o projeto é bom e rentável para a imagem da companhia.”
Artigo 3º. da Lei do Audiovisual
“Refere-se à co-produção com o distribuidor. A experiência de estar comprometido com um parceiro desde o início é muito bem-vinda, porque ajuda muito o dia-a-dia do produtor. Ter alguém
e por isso três novos Funcines estão em
que pense na estratégia de marketing e nas
compasso de espera.”
vendas é algo vital para o projeto. O lado ruim é que não é um dinheiro livre.”
Procult
“A possibilidade de pegar um dinheiro Editais “É a melhor de todas as opções porque
emprestado sem subsídio é sensacional. Muitas vezes o produtor tem um contrato de venda e distribuição, necessitando
é um dinheiro livre, que não depende
começar a produzir o quanto antes, mas
de nenhum diretor de marketing para
por falta de dinheiro acaba demorando
ser distribuído e, em geral, as pessoas
muito para dar o start. É genial porque
escolhidas para as comissões de avaliação
depois de fecharmos os contratos de
entendem do assunto. O lado ruim é que
venda, há a chance de pegarmos o dinheiro
é muito comum os editais serem definidos por propostas políticas.”
com o BNDES e pagá-lo com juros. O lado ruim é que é um processo demorado para conseguir a liberação do dinheiro e também se trata de um empréstimo que tem que ser
Funcines
“Têm cumprido bem o seu papel, que é de ajudar o produtor a conseguir aquele último
devolvido mais para a frente. Infelizmente, hoje no Brasil perdemos a prática de pagar o dinheiro de volta.”
dinheiro necessário para a finalização do projeto, quando já não se sabe mais onde
Artigo 39º
encontrá-lo. Também faz com que o produtor
“Parece com o Artigo 3º., só que neste caso é
treine seu lado de negociador, porque é o
um subsídio para a TV. O lado ruim é que ainda
comitê gestor que avalia tudo. Contra tem o
é pouco usado e a aproximação dos produtores
fato de estar em fase de mudanças de regras
com as emissoras de TV ainda é muito lenta.”
relatório anima forum 2008
O que está por vir, segundo Mayra
Artigo 3º A “Depende ainda de regulamentação e visa possibilitar mais parcerias com TVS. O desconto no imposto seria para quem vende para a TV.” Fundo Setorial É um fundo com dinheiro do governo, com participação do MinC, Ancine, Finep e representantes da sociedade civil. O lado bom é que é um novo mecanismo que obriga o produtor a ter um comprometimento com o retorno financeiro, tendo que aprender a gerar lucro. O lado ruim é que ainda está em fase de regulamentação, por isso é uma incógnita.”
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r e l a t 贸 r i o a nima forum 2008
relatório anima forum 2008
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segundo dia Anima Fórum Co-produções com TVs públicas – Em busca de conteúdo próprio O segundo dia de debates do Anima Fórum
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começou com uma mesa-redonda sobre
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as possíveis parcerias entre produtores brasileiros e TVs públicas, mostrando como funcionam hoje as co-produções entre animadores e as TVs ligadas ao governo, mas, sobretudo, alinhavando novas possibilidades de acordos entre os dois lados para a geração de conteúdo. A conversa reuniu Leopoldo Nunes (TV Brasil), Carlos Wagner (TV Cultura), André Breitman (ABCA e ABPITV) e Cesar Coelho (Anima Mundi e ABCA).
Produtor André Breitman, ABCA e ABPITV
Cesar Coelho abriu o debate ressaltando
Ganhador de um concorrido pitching de
a atualidade da discussão, principalmente
animação no MIPCOM Junior, na França, André
depois da criação da TV Brasil. Ele lembrou
Breitman falou na prática de como funciona
que em muitos países onde hoje a indústria
hoje esta relação de co-produção com TVs
da animação está consolidada, a TVs públicas
públicas. A série “Meu amigãozão”, que está
tiveram um papel fundamental.
produzindo com o Canadá, é um projeto de grande porte, com 52 episódios de 11 minutos,
“Esta relação com a TV pública provoca
e custo entre R$ 10 e R$ 12 milhões.
uma evolução na produção nacional de
“É uma verba modesta dentro dos padrões do
animação, beneficiando ambos os lados.
cinema mas não é fácil de levantá-la. Temos
Enquanto a TV busca programas de
que juntar um monte de pedacinhos e um dos
qualidade, com conteúdo educativo forte,
componentes fundamentais do projeto é a TV
o produtor, por sua vez, pode oferecer
onde a série vai ser exibida. No nosso caso, já
um produto na medida. As produtoras desenvolvem estilos, aperfeiçoam
temos exibição garantida na Treehouse, TV a cabo canadense para crianças de 4 a 6 anos, e também em duas emissoras brasileiras, uma
métodos de trabalho através de co-
TV a cabo e outra de TV aberta. Foram três
produções com as TVs públicas. Elas
redes escolhidas com cuidado, porque mais
são nossas parceiras ideais.”
do que simplesmente financiar a série, elas
30
r e l a t ó r i o a nima forum 2008
vão dar o tom dos programas, porque têm
imensamente em todos os sentidos. Por isso
uma experiência e uma vivência que a nossa
o apoio da TV pública agora é ainda mais
produtora não tem.”
importante e fundamental. Se as emissoras
Breitman explicou, no entanto, que não é
públicas fazem uma encomenda de grande
exatamente fácil equilibrar todos os desejos
porte, a produtora tem que se adequar e
numa co-produção.
crescer. Num próximo trabalho grande ela
“Cada emissora quer puxar mais para o seu
já estará pronta para dar conta.”
lado, porque vai ser a primeira a exibí-la e
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quer que a série ganhe a cara e o jeito dela.
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s
w
ag
E equilibrar isso tudo não é fácil. Por isso a
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importância de saber exatamente com qual TV você vai trabalhar”. O produtor ressaltou a importância das coproduções com parceiras nacionais. “No caso do Brasil, tudo fica mais fácil quando temos uma TV parceira nacional. O BNDES vai pensar em colocar dinheiro se souber que os brasileiros vão assistir ao produto. E no Brasil temos a grande sorte de termos TVs públicas muito boas, com uma tradição na programação infantil. Elas são parceiras que trazem não só dinheiro como muita experiência.”
Carlos Wagner, TV Cultura Antes de falar sobre a estreita relação da TV Cultura com o mercado de animação, Carlos
Na seqüência, Cesar Coelho aproveitou para
Wagner, diretor da Fundação Padre Anchieta
lembrar que hoje a produção de animação
(que administra a Cultura), fez uma breve
no Brasil vive aquilo que chamou de rito de
apresentação sobre o funcionamento desta
passagem, com um aumento significativo de
TV pública, que funciona através de dotação
trabalho.
orçamentária governo do estado de São Paulo
“Há uma mudança de escala de produção por causa da demanda. A grande maioria dos estúdios cria cerca de dois, três minutos de animação por mês. Agora, estamos
e receitas próprias. * A TV Cultura atinge cerca de 400 cidades do estado de São Paulo, com uma cobertura de 93% da população paulista
começando a viver uma época em que há
* Está presente em todas as operadoras
demanda para 40 minutos de criação por
a cabo
mês, o que obriga a produtora a mudar toda
* Seus programas são retransmitidos para
uma forma de trabalho, tendo que crescer
TVs públicas em 26 estados do país
31
relatório anima forum 2008
* Na TV aberta atinge cerca de 37 milhões
temos uma relação muito boa com produtores
espectadores só no estado de São Paulo
independentes em geral, mas o que realmente
* É a emissora mais admirada na TV aberta brasileira * Tem uma grade extensa de programas produzidos na casa
chama a nossa atenção é a qualidade dos projetos de animação. Os produtores desta área estão preparados, sabem o que querem, estão atentos a prazos”, elogiou ele. Wagner ainda se mostrou aberto para uma
* Investimento forte em co-produções
futura discussão sobre novos modelos de
nacionais = em 2008 há 16 documentários
negócio com animadores.
em co-produção
Na área infantil, um dos focos da emissora, há três áreas de aquisições:
“Temos que chegar a um modelo de negócios para dar auto-sustentabilidade à produção de animação. Talvez seja mais fácil começarmos
1. Animação nacional
este modelo com a animação porque é uma
2. Animação internacional
área que realmente conhece seus custos.
3. Programas educativos
Além disso, a relação custo-benefício é
As aquisições são feitas através de apresentação de propostas com sinopses e pilotos. Os pitchings acontecem somente
documentário.” le
op
ol do
quando solicitados. Mas Wagner adiantou que
infinitamente mais rentável do que a de um
nu
está sendo montada uma política de pitching
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s
dentro da emissora. Animação na TV Cultura
Muito embora tenha frisado que hoje o dinheiro dentro da TV Cultura para produções é escasso e que ainda não existe um modelo ideal de negócios dentro da emissora, Wagner adiantou que há uma firme intenção da nova direção da casa em investir cada vez mais em produções próprias. Através de parcerias com a TV Brasil, o objetivo é ter pelo menos 50% de conteúdo próprio até 2010. E para isso a parceria com os produtores independentes passa a ser ainda mais vital. Hoje, segundo Wagner, a TV Cultura tem sete projetos de animação encaminhados. “Recebemos projetos de todas as áreas porque
Leopoldo Nunes, diretor de programação e conteúdo da TV Brasil A apresentação do representante da TV Brasil foi precedida pelas boas-vindas de Cesar Coelho à iniciativa de reunir todas as emissoras educativas do país numa só. Em
32
r e l a t ó r i o a nima forum 2008
seguida, Leopoldo Nunes apresentou as
6. Reforma e ampliação de programas
propostas de programação e conteúdo da TV
dedicados à animação
Brasil. Ele anunciou também um edital de R$ 60 milhões para a produção de séries e curtas,
7. Inclusão da temática animação via mídias
em parceria com a produção independente e
colaborativas em programas de linha
ainda disse que a emissora pretende realizar
pitchings anuais ou semestrais para escolha de parceiros de co-produção.
8. Apoio e divulgação de eventos de animação
Nunes lembrou ainda que a ABCA foi decisiva
9. Criação e produção de aberturas e
no início dos trabalhos da TV Brasil prestando
interprogramas utilizando técnicas de
assessoria para a aquisição de um verdadeiro
animação
estoque de produção de animação infantil. Este material vem sendo exibido numa faixa exclusiva
10. Realização de editais públicos de
do canal, batizada de “Lá vem animação.” Ele
produção de séries e curtas, em parceria
disse ainda que a TV Brasil está aberta a projetos
com a produção independente – São R$ 60
de animação e os interessados podem fazer
milhões para o edital
contato direto com a emissora. Um dos objetivos principais da TV Brasil é exibir produção e programação com finalidades educativas, artísticas, culturais, científicas e informativas. Missão da TV Brasil na área de animação
11. Realização de parcerias com outras emissoras do campo público para viabilizar co-produção de séries de animação 12. Prioridade do uso das técnicas de animação na nova identidade visual da TV Brasil
1. Priorizar o produto nacional 2. Promover a inclusão da produção
13. Co-produção de série e programas infantis com uso de animação
independente na programação, através de
14. Aquisição de curtas de animação para a
aquisições
nova faixa de curta metragens
3. Promover a inclusão de produção
15. Realização de Festival Nacional de
regional através de acordos com emissoras
Curtas com prêmio setorial para animação
parceiras 4. Co-produção de séries a partir de recursos orçamentários
16. Realização de parceria em editais de animação com órgãos internacionais 17. Realização de parceria com órgãos
5. Criação e ampliação de faixas dedicadas a
públicos para realização de editais de
filmes de animação
animação
relatório anima forum 2008
A importância do piloto volta ao debate Na platéia, Gustavo Dahl, da Secretaria do Audiovisual do MinC, que havia participado da primeira mesa-redonda do Anima Fórum, voltou a tocar no assunto da importância ou não do piloto para novos projetos de animação, assunto abordado na palestra da consultora Heather Kenyon. Ele queria saber o ponto de vista da TV Brasil sobre pilotos de série. Leopoldo Nunes respondeu:
33
primeiro piloto. Ou seja, um negócio que hoje pode alcançar milhões começou com um piloto. Outro exemplo é “Minhocas”, que vai virar longa-metragem mas começou sua história no Curta Criança, com um piloto de 13 minutos.”
Acostumado com pitchings internacionais, André Breitman falou dos pilotos como ferramenta de venda de um projeto. Segundo ele, as emissoras destinadas ao segmento infantil recebem milhares de bíblias todos os anos e destas, em geral, escolhem de oito a
“Vou responder com fatos. O MinC,
dez para fazer um primeiro investimento que é
através de uma parceria da Secretaria do
justamente bancar um piloto de série.
Audiovisual com a TVE, criou o Curta Criança e o Curta Criança Animação, para incentivar a produção de curtas para animação.
“São pilotos caros que custam cerca de US$ 100 mil. Depois de prontos, com aquele material, a emissora decide os dois projetos
“Meu amigãozão”, que agora vai virar série
que realmente vão virar série. E os outros
numa produção internacional, foi um dos
produtores que não foram selecionados têm
selecionados, ganhando R$ 10 mil para seu
a possibilidade de comprar o piloto.”
34
r e l a t 贸 r i o a nima forum 2008
relatório anima forum 2008
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terceira mesa-redonda Co-produções na América Latina As parcerias possíveis com nossos vizinhos
encontro de profissionais da América que
latinos produtores de animação foram o tema
acontecerá em setembro, no Rio de Janeiro.
da mesa-redonda que fechou as discussões do Anima Fórum de 2008. A proposta foi
Os convidados estrangeiros abriram a conversa contando como está o mercado
juntar representantes de diferentes países
de animação em seus respectivos países.
da América do Sul para conhecer melhor a animação feita por eles, tentando assim delinear possibilidades de colaboração mútua. Participaram: Manoel Rangel (Ancine), Juan
Venezuela
Pablo Zaramella (Argentina), Horácio Grinberg
Fundador e diretor do Centro Nacional de
(Argentina), Mónica Ortiz (Colômbia), Armando
Cinema Animado da Venezuela, Armando
Arce (Venezuela), o produtor brasileiro
Arce começou explicando que em seu país a
Reynaldo Marchezini e a produtora Marta
animação não tem tradição e por isso mesmo um
Machado, representante da ABCA.
festival como o Anima Mundi pode servir como
O presidente da Ancine, Manoel Rangel, fez uma importante participação explicando como andam os acordos de cooperação na área de cinema entre os países do Mercosul. Ele voltou a dizer que o futuro Fundo Setorial do Cinema facilitará parcerias na região e convocou
um estímulo para os países da América do Sul. Ele contou que a Venezuela vive um momento especial porque por vontade do presidente Hugo Chavez acaba de ser criado o Centro Nacional de Cinema Animado, dirigido por Arce. “É um centro de formação e de produção,
produtores a participarem do segundo
que está começando a trabalhar. Ainda é o começo mas estamos abertos para
ar m
an
co-produções com outros países. Temos do
ar
condições de trabalhar na produção e
ce
pós-produção de material de 35mm. Sei que o Centro não vai resolver todos os nosso problemas mas é um começo. A tão falada integração entre os países da América do Sul passa sim por sabermos o que cada um está fazendo. E está é a hora, porque até hoje só vemos produtos sul-americanos depois que eles já deram a volta ao mundo.”
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r e l a t ó r i o a nima forum 2008
Colômbia
Argentina
A produtora colombiana Mónica Ortiz
O primeiro representante argentino a
revelou que hoje a animação de seu país
falar foi o diretor Juan Pablo Zaramella,
vive um bom momento, embalado pelo
autor de curtas metragens premiados pelo
crescente interesse dos jovens na área,
Anima Mundi. Ele começou explicando que
principalmente por causa da dobradinha
representa um setor muito pequeno da
animação/tecnologia. Ela mesma está
Argentina e que sua produção de curtas-
à frente de um projeto, o Laboratoon,
metragens de animação é possível graças a
responsável pela criação de um software
seu trabalho na publicidade.
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ni
ca
O
livre para animação.
“Não há nenhuma lei na Argentina que beneficie os curtas-metragens de animação. Por isso, os trabalhos costumam surgir em
Mó
escolas. E infelizmente as TVs argentinas não encaram aquilo que fazemos como um produto digno de co-produção. Meu trabalho teve a sorte de ter uma boa repercussão no exterior, por isso, pouco a pouco, começo a ficar conhecido e a ter mais apoio.” Em seguida foi a vez de o produtor argentino Horacio Grinberg falar sobre seu país. O experiente produtor começou brincando, “A política que temos hoje na Colômbia
dizendo que sentia inveja de todos os mecanismos de incentivo para a animação
tem permitido gerar produtos. Através
que existem hoje à disposição dos brasileiros.
de uma lei que acolhe projetos de
Na Argentina existe um órgão dedicado
jovens empreendedores interessados em tecnologia criamos o software,
ainda um aumento dos projetos contemplados com a Lei de Incentivo. Aos poucos, os esforços vão dando resultado. Fechamos um acordo de co-produção com a Espanha, para uma série de 52 episódios.”
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la
existe uma cadeira de animação. Houve
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disso, hoje na universidade também já
bl
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profissionalização da mão de obra. Além
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que é uma ferramenta que ajuda na
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relatório anima forum 2008
ao cinema, o Instituto Nacional de Cinema e Artes Visuais, Inca, que, segundo ele, é a única instituição que consegue investir financeiramente em projetos da área, porque não há nenhuma lei de incentivo para a produção de filmes.
Brasil O produtor brasileiro Reynaldo Marchezini foi chamado para a mesa sobre a América Latina por causa de sua experiência em co-produção internacional. À frente da Flamma Filmes, ele é responsável pela criação e produção da série
“O Inca é a única opção mas não há dinheiro
“Princesas do Mar”, exibida atualmente no
para todo mundo. Há um mecanismo de
Discovery Kids e em mais 45 países. Primeiro
subsídio para o filme finalizado e também um crédito para o início da produção. E neste cenário não há política específica para a animação. Os longas de animação,
37
Marchezini mostrou números que reafirmam o sucesso da série e, em seguida, conversou sobre a possibilidade ou não de repetir este desempenho com uma co-produção entre países latino-americanos.
por exemplo, concorrem com os longas tradicionais em busca deste parco dinheiro. Mas apesar disso tudo, há uma produção anual de 60 a 70 longas.”
De acordo com Grinberg, as emissoras de
Case “Princesas do Mar”
- Primeira temporada: 52 episódios de 12 minutos (já produzidos)
TV também não costumam apoiar nenhuma
- Segunda temporada: 52 episódios (em
produção e não há qualquer sistema de co-
produção).
produção. Por isso mesmo ele acha muito difícil qualquer possibilidade de co-produções de séries de animação com as TV argentinas. Já sua experiência de co-produção de longa-metragem de animação fez com que descobrisse algumas dificuldades inerentes a trabalhos de cooperação internacional.
- Co-produção : Flamma (Brasil), Southern Star(Austrália) e Neptuno (Espanha) - Lançamento mundial: 16/4/2007 - Orçamento: US$ 7 milhões (+ US$ 7 milhões para a segunda temporada)
“Martín Fierro” é uma co-produção entre
- Vendido em 45 países (entre eles,
a Argentina e a Espanha.
Austrália, Alemanha, América Latina, Itália,
“O filme foi pensando justamente com esta idéia de fazer animação com o nosso conteúdo. Só que um contrato de co-produção não é fácil porque os dois países têm mecanismos de fomento muito diferentes. Há exigências em relação à
França, África do Sul, Israel, Oriente Médio, Índia, Áustria, ...) Seria possível replicar o processo de realização da série “Princesas do Mar” no âmbito do Mercosul?
equipe e à finalização. Mas é na prática
Segundo Marchezini, o acordo de co-produção
que vamos aprendendo.”
permitiu duas pré-vendas muito importantes
38
r e l a t ó r i o a nima forum 2008
em termos comerciais, com a Austrália e
• Precisamos nos reconhecer (no que
a Alemanha, que garantiram a exibição em
estamos em sintonia, identidade, e no que
dois grandes broadcasters. Segundo ele,
não estamos)
dificilmente existiriam parceiros deste porte no Mercosul: “Não consigo visualizar aqui parceiros que
• Precisamos propiciar a troca (festivais, acordos)
colocassem tanto dinheiro numa pré-venda. E
• Precisamos pensar no que trabalhamos
também não acho que uma co-produção com
melhor juntos e quais as melhores
países da América Latina iria impactar tanto
contribuições de cada parte envolvida
como as pré-vendas com Alemanha e Austrália impactaram, ajudando na venda em outros territórios.” Por outro lado, Marchezini acredita que se houver alguns ajustes de outros lados, além de muita vontade, no futuro é possível pensar em co-produções entre países da América Latina. Para isso, seria necessário:
Hoje, quais os “riscos” numa co-produção internacional, segundo Marchezini?
- Diferença de cultura organizacional entre as empresas envolvidas; - Aumento da coordenação em ambos os parceiros;
• Complementaridade de competências;
- Aumento de custos com questões • A possibilidade de levantar e definir fundos na forma de pool
burocráticas e/ou governamentais; - Negociação desequilibrada no rateio de
• Escolher a melhor relação custo/
receitas futuras;
benefício em alguma(s) etapa(s) da
- Potencial risco de perda da essência criativa
produção;
e de especificidades culturais da criação;
• Trocas culturais e oportunidade de aprender com o parceiro
licenciamento) • Precisamos nos conhecer (e não é apenas nas feiras em Nova York, Cannes, Los Angeles)
a
ni
do parceiro ou a outros mercados,
M
zi
na América Latina, acesso ao mercado
o
he
programas de financiamento, pré-vendas
al d
rc
• Acordos entre países (incentivos fiscais,
Reyn
relatório anima forum 2008
Ancine
curso que visam otimizar as co-produções
Manoel Rangel, presidente da Ancine, foi
de trabalho, incluindo a livre circulação de
o último a falar sobre as co-produções de cinema na América Latina. Rangel começou contando sobre a Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul e Estados Associados (Recam), cujo foco principal é reunir autoridades
cinematográficas locais, como novas relações equipes, e também resolver certas questões aduaneiras. Neste sentido, lembrou ele, há um Certificado de Nacionalidade do Mercosul, através do qual uma obra de um de um país membro é considerada nacional pelos outro.
cinematográficas dos países do Mercosul e que
“Tudo isso visa criar um ambiente comum
nos últimos anos tem ganho uma dimensão
de produção na região. Já chegamos a
cada vez maior. Além dos países associados,
discutir cota de tela entre os países
há participação esporádica de Bolívia, Peru,
daqui e também já houve um acordo com a
Venezuela e Equador. A última reunião do
l
ra
e ng
l
no
e
grupo aconteceu em abril em Buenos Aires.
39
Argentina que previa a exibição de filmes nossos lá e de filmes deles aqui, que agora está sendo revisto.”
ma
Outra ação foi a realização do primeiro encontro de produtores do Mercosul, durante a última reunião da Recam, em abril, na Argentina. Cada país participou com 40 produtores. A proposta é fazer com que os produtores vizinhos se conheçam, troquem experiências e pensem em parcerias. O segundo encontro do gênero está marcado para setembro, no Rio de Janeiro, durante o Festival de Cinema. “É um esforço, que tem como meta um
Um dos pontos que ganhou força na primeira
mercado comum. Há um esforço de
edição do encontro é a criação de um fundo de
integração que já está surtindo efeitos positivos. Há, sim, aspectos reguladores
apoio do Mercosul à produção e à distribuição de cinema.
que precisam ser acertados, como
“A Venezuela deu um bom exemplo ao criar
remover obstáculos para a circulação
seu organismo de cinema, que tem como
livre de profissionais. Mas antes de
uma de suas prioridades as co-produções.
mais facilita acreditar que somos só um território”, disse ele.
Segundo Rangel, há algumas negociações em
No Brasil, o Fundo Setorial de Cinema prevê recursos para co-produções, o que é muito bem-vindo porque nossos incentivos fiscais não estimulam as co-produções.”
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Manoel Rangel lembrou ainda a existência
para o investimento de projetos de TV e
de um outro fundo, o Ibermedia, cuja proposta
cinema, incluindo animação. Rangel disse
é estimular a promoção e a distribuição de
que o fundo será uma espécie de sócio da
filmes ibero-americanos. O programa envolve
empreitada. Dentro deste cenário, o presidente
16 países da região, além de Portugal e
da Ancine quis saber do experiente produtor
Espanha.
Reynaldo Marchezini se o fundo poderia ser
“É um fundo que pode ser dinamizado, mas que hoje já oferece R$ 150 mil de ajuda para
um parceiro efetivo de um projeto como das “Princesas do mar”.
projetos de filmes envolvendo países da
“A cooperação com as TV parcerias, no meu
região.”
caso, é maior do que somente a parceria
A mediadora Marta Machado, que esteve no encontro de produtores do Mercosul, fez algumas ressalvas. “É necessário estimular parcerias efetivas, porque não basta somente ter fundos
econômica. Recebi oferta de outras emissoras de TV e fechei com as quais teria mais ambiente. De qualquer forma, o investimento de uma TV hoje não tem retorno imediato. E por isso mesmo não saberia dizer serviria para o projeto.”
ou dinheiro, o mais importante são os
O produtor André Breitman entrou na
encontros entre produtores. É nestes
discussão para fazer alguns esclarecimentos
encontros que realmente podem nascer
sobre fundo e empréstimo relativos a uma
projetos de colaboração”.
produção de cinema. “Há uma certa confusão. O empréstimo é
Debate final
um dinheiro emprestado e para conseguí-lo
Manoel Rangel iniciou a discussão com a
devolvê-lo. Já o fundo pretende ser sócio
platéia falando sobre o Fundo Setorial do
do produtor e passa a ser produtor deste
Audiovisual, que, segundo ele, terá recursos
patrimônio também.”
o produtor tem que dar garantias e depois
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