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I&D FEUP NO MUNDO EMPRESARIAL TERCEIRO TRIMESTRE 2007 FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
EM FOCO
Fique a conhecer a actividade estratégica de I&D da FEUP em colaboração com as empresas.
À CONVERSA COM…
O presidente do conselho de administração do Grupo CIN, João Serrenho, desvenda que tipo de parcerias tem vindo a estabelecer com FEUP.
I&D
Recentemente reequipado, o tanque de ondas do Laboratório de Hidráulica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) está já operacional. Conheça os novos projectos.
SUMÁRIO
EDITORIAL
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AGENDA Outubro a Dezembro
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FEUP NA INDÚSTRIA EM FOCO A actividade da FEUP (e necessariamente dos seus laboratórios, centros de I&D e institutos) passa por uma estratégia concertada de I&D em colaboração com empresas. Fique a conhecer alguns projectos que pela sua natureza e sucesso conferem valor acrescentado ao tecido empresarial português.
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À CONVERSA COM… JOÃO SERRENHO A trabalhar em conjunto desde 1999, o Grupo CIN e a FEUP têm vindo ao longo dos anos a aprofundar esta parceria estratégica, reveladora das relações universidade-empresa que a Faculdade de Engenharia tem com esta e com muitas outras entidades. À conversa com o presidente do conselho de administração do Grupo CIN, João Serrenho desvenda que tipo de parcerias tem vindo a estabelecer com a FEUP.
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OPINIÃO “A FEUP e a envolvente empresarial: desafios e oportunidades”, por Pedro Guedes de Oliveira, docente da FEUP, investigador do INESC-Porto e administrador não executivo da ADI.
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INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO Reequipado em Maio de 2007, o tanque de ondas do Laboratório de Hidráulica da FEUP está já operacional. Conheça os novos projectos.
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FEUP POR DENTRO Este terceiro trimestre de 2007 foi marcado por eventos de grande relevo informativo. O Fórum Empresas, evento anual que coloca alunos e empresas em contacto directo, e a abertura nacional dos doutoramentos em sistemas sustentáveis de energia no âmbito do MIT-Portugal foram duas das grandes iniciativas que a FEUP recebeu.
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EDITORIAL
Os Institutos de Interface como Centros de I+D+I para Empresas FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
Augusto Barata da Rocha*
Desde a sua entrada para a União Europeia, Portugal assumiu ser actor num espaço aberto global, numa das maiores economias mundiais, caracterizada por conter no seu seio alguns dos países tecnologicamente mais desenvolvidos. Este papel, fundamental para o progresso económico e social do país, veio quebrar uma tradição de isolamento e imobilismo, alavancados por uma política de proteccionismo, enraizada na sociedade civil, nas empresas e nas próprias Universidades. Portugal partiu para este desafio com enormes atrasos, com uma economia baseada em mão-de-obra pouco qualificada e com graves problemas ao nível da formação básica, secundária e universitária. Por outro lado, o tecido industrial era constituído maioritariamente por PME’s, de natureza local, sem qualquer experiência de Internacionalização. Passadas mais de duas décadas, este panorama alterou-se profundamente. Apesar de subsistirem ainda graves deficiências, ao nível do ensino básico e secundário (veja-se o caso da Matemática), a Universidade deu importantes passos na sua Internacionalização e aproximação ao tecido empresarial, dispondo de inúmeros Centros de Excelência nas diversas áreas do saber. Por outro lado, o tecido empresarial compreendeu que o desafio passava pela mudança de paradigma para uma economia baseada no Conhecimento e na Inovação, susceptível de gerar produtos tecnologicamente competitivos, com maior valor acrescentado.
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A Faculdade de Engenharia foi pioneira neste percurso, estando na génese da Criação de Institutos de Interface, cuja missão é de contribuir para o progresso da Indústria Nacional através da Investigação, Desenvolvimento e Inovação (I+D+I). Constituídos a partir da segunda metade da década de 80, estes Institutos percorreram um longo percurso de aproximação da Universidade ao tecido empresarial, afirmando-se hoje como um parceiro activo e fundamental para a implementação das políticas de Inovação empresariais. Para muitas PMEs, estes Centros de I+D+I contribuem de forma decisiva para a permanente evolução dos seus produtos, garantindo assim a sua competitividade a nível global. Este percurso não foi isento de dificuldades. Quer ao nível da Universidade, quer ao nível das Empresas, foram necessárias mudanças de mentalida-
20 Empresas. Mais recentemente, em 2006, foi lançada uma nova OAPA, que permitiu a adesão de 46 Empresas, que assim participam activamente na vida e na estratégia da Instituição. Em 2008, conclui-se a construção do novo edifício INEGI / IDMEC, no Campus da FEUP, com mais de 7000 m2 de áreas laboratoriais e oficinais. Esta importante infra-estrutura tecnológica dos Institutos potencia melhorias significativas ao nível do Ensino, da Investigação e da Transferência de Tecnologia.
A Universidade percebeu a necessidade de criar valor com o seu conhecimento, fomentou o empreendedorismo, absorveu os ritmos e prazos industriais, enquanto que a Indústria reconheceu na Universidade um parceiro fundamental... de. A Universidade percebeu a necessidade de criar valor com o seu conhecimento, fomentou o empreendedorismo, absorveu os ritmos e prazos industriais, enquanto que a Indústria reconheceu na Universidade um parceiro fundamental, venceu desconfianças relativamente aos resultados dos processos de I+D+I e começou a perceber as vantagens destas parcerias. Nalguns Institutos, foram estabelecidas parcerias público-privadas, sendo a sua gestão assegurada por equipas mistas, responsáveis por definir a estratégia e a actividade destas Instituições, por forma a garantir um equilíbrio entre as necessidades e objectivos, por vezes conflituantes, mas sempre complementares, da Universidade e das Empresas. É o caso do INEGI, Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial, em que houve sempre a preocupação de envolver a comunidade empresarial na sua gestão. Na sua fundação estiveram presentes parceiros privados e em 2000, através de uma Operação de Aumento do Património Associativo (OAPA), aderiram
FICHA TÉCNICA Propriedade Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Edição DCI Divisão de Comunicação e Imagem Corpo editorial Ana Martins, Carlos Oliveira, Cristina Soares, Paulo Jesus, Raquel Pires e Victor Silva Textos Ana Martins, Cristina Soares e Raquel Pires Fotografia Cristina Soares, Filipe Paiva e Rui A. Cardoso Design Gráfico e Produção Victor Silva | DCI FEUP
Sede FEUP, Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465 - Porto Tel: 225 081 895 | Fax: 225 081 503 | e-mail: dci@fe.up.pt Impressão www.marca-ag.com Porto 11 - 2007 Tiragem 4000 exemplares Depósito legal 225 531 / 05 Contacto para Publicidade Jorge Carboila Telef. 225 081 598 | e-mail: dci@fe.up.pt
No entanto, a participação activa de parceiros industriais no seio da FEUP aumenta a nossa responsabilidade, já que estas empresas depositam elevadas expectativas nesta colaboração e dela muito dependem para a sua afirmação num mercado cada vez mais competitivo. São exemplos como este que demonstram que o percurso que percorremos foi difícil mas que é possível encontrar plataformas de cooperação mutuamente vantajosas. Os Docentes e Investigadores da FEUP desenvolvem a sua actividade em 22 Unidades de I+D+I, no âmbito de programas da Fundação para a Ciência e Tecnologia, algumas reconhecidas internacionalmente como Centros de Excelência. A FEUP dispõe ainda de 9 Institutos de Interface associados. Estas condições ímpares fazem da FEUP um parceiro privilegiado em actividades de I+D+I e um elemento essencial ao desenvolvimento do meio empresarial envolvente. Esta diversidade, que só demonstra a dinâmica da FEUP e o empreendedorismo do seu corpo docente, merece no entanto alguma reflexão. Num mundo global em que os problemas são cada vez mais multidisciplinares, a aglutinação de recursos e competências é fundamental. Urge assim repensar o dimensionamento e a especificação do actual modelo, por forma a criar sinergias, optimizar recursos e ganhar dimensão que permita competitividade e afirmação internacionais.
* Professor Associado com Agregação do Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da FEUP e Presidente da Direcção do INEGI – Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial
AGENDA
FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
Festival Prémio MAPA anima as ruas da cidade
FEUP discute a segurança a durabilidade das construções
Fazer desenhos a partir de um receptor de GPS, passear pelas ruas da cidade traçando “rotas artísticas” por satélite e aprender como se faz uma banda sonora “à moda” de Hollywood. Estes são alguns dos desafios que se colocam à imaginação dos participantes nos quatro workshops que, entre os próximos dias 1 e 3 de Novembro, prometem “mexer” com a cidade do Porto durante o “Festival Prémio MAPA”. Trata-se do evento que englobará a entrega do Prémio MAPA, a 3 de Novembro, um galardão promovido no âmbito do Projecto MAPA, coordenado pela Universidade do Porto (Faculdades de Engenharia e de Belas Artes), Universidade Católica Portuguesa (Centro Regional do Porto) e Universidade de Aveiro. Com o objectivo de distinguir trabalhos produzidos em contexto académico e que aliem arte e tecnologia digital, este evento conta com a colaboração da University of Texas at Austin, no âmbito do Programa UTAPortugal, na organização dos workshops. Dos 13 trabalhos a concurso - expostos na Reitoria durante o festival - cinco são de alunos do Mestrado em Multimédia, leccionado pela U. Porto. www.fe.up.pt/mapa
A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) acolhe, entre os dias 24 e 26 de Outubro (quarta e sexta-feira) a segunda edição da Conferência de Estruturas de Engenharia Civil de Análise de Vibrações (EVACES, no original). O encontro, a ter lugar na “Sala dos Actos”, tem por objectivo debater as mais recentes inovações no que diz respeito à segurança e à durabilidade das construções, reunindo alguns dos melhores especialistas mundiais na matéria (estarão projectos de 30 países), que deste modo poderão trocar as respectivas experiências. Neste contexto, destaque para o laboratório ViBest (Laboratório de Monitorização de Estruturas e Vibrações), da FEUP, um centro de investigação do Departamento de Engenharia Civil que esteve envolvido no ensaio dinâmico como a Ponte de Vasco da Gama ou o Viaduto de Millau (a maior ponte de França, em altura). Trata-se de uma plataforma de desenvolvimento de investigação, consulta e ensino de várias actividades relacionadas com a Dinâmica de Estruturas, em particular a caracterização experimental dos fenómenos de vibração, implicando a sua análise, a identificação, monitorização e controlo do comportamento das estruturas, submetidos a diversas condições. www.fe.up.pt/evaces07
Segurança na rede de alta velocidade em debate
Desafio ÚNiCO aposta em prova de resistência
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No próximo dia 18 de Novembro vai realizar-se, no Circuito Vasco Sameiro, em Braga, a Taça Desafio Único. Trata-se de uma prova de resistência com a duração de três horas, com equipas formadas por três a cinco elementos, que surge na sequência do Desafio Único, iniciativa do Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da FEUP, em colaboração com a Federação Portuguesa Automóvel e Karting. www.fe.up.pt/desafio
As exigências de segurança das vias alta velocidade, bem como os novos tipos de equipamento e respectivas soluções construtivas são apenas alguns dos temas que vão ser debatidos dias 15 e 16 de Outubro na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), no âmbito do Workshop “TrackBridge Interaction on High-Speed Railways”. Em redor destes assuntos vão estar alguns dos melhores especialistas nacionais e internacionais na matéria, num workshop organizado em conjunto com a Escuela Tecnica Superior de Ingenieros de Caminos Canales y Puertos de Madrid (Espanha). Os trabalhos iniciam-se com o francês Daniel Dutoit, que abordará a questão relacionada com a rede de alta velocidade e a construção e dimensionamento de pontes. www.fe.up.pt/HSRBridgesTBI
“Da Ciência ao Engenho – New Tech on DEQ” 6
Como já vem sendo habitual nos últimos anos, as Jornadas do Departamento de Engenharia a Química voltam a ter lugar em Novembro, no dia 6, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Este evento, organizado pelos alunos do Mestrado Integrado em Engenharia Química, tem como objectivo retratar e debater temas actuais relacionados com a Engenharia e o papel dos Engenheiros no Mundo. Com um leque notável de oradores – entre os quais se encontram António Pires de Lima (UNICER) e João Serrenho (CIN) – estas jornadas pretendem proporcionar a todos os interessados um dia dedicado às novas tecnologias. Em destaque estarão os novos desafios tecnológicos, como a biotecnologia e a nanotecnologia, passando por algumas parcerias existentes entre a Universidade e a Indústria e ainda soluções energéticas para Portugal. www.fe.up.pt/jornadas
FORMAÇÃO CONTÍNUA OUTUBRO - DEZEMBRO 9 de Novembro
23 de Novembro
Comportamento Higrotérmico da Envolvente dos Edifícios (ciclo) Acção 4- Humidade na Construção
Comportamento Higrotérmico da Envolvente dos Edifícios (ciclo) Acção 6- Reabilitação de Edifícios
Responsável: Prof. Vasco Peixoto de Freitas
Responsável: Prof. Vasco Peixoto de Freitas
16 de Novembro
15, 16, 22 e 23 de Novembro
Comportamento Higrotérmico da Envolvente dos Edifícios (ciclo) Acção 5- Patologia da Construção
Dimensionamento de Estruturas de Aço e Mistas de acordo com o EC4
Responsável: Prof. Vasco Peixoto de Freitas
Responsável: Prof. José Mota Freitas
EM FOCO
FEUP com ligação directa ao mundo empresarial
FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
Projectos de I&D com aplicação industrial Reportagem de Cristina Soares
A actividade da FEUP (e necessariamente dos seus laboratórios, centros de I&D e institutos) passa por uma estratégia concertada de investigação e desenvolvimento, em colaboração com empresas e outras entidades do sistema científico e tecnológico nacional e internacional, de projectos que cobrem vastas áreas de Engenharia, em vários sectores industriais. Referimos neste artigo apenas alguns exemplos daqueles que pela sua notoriedade e sucesso se destacam, conferindo valor acrescentado ao tecido empresarial português.
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EM FOCO
A TRANSFERÊNCIA TECNOLÓGICA entre as Universidades e o tecido empresarial tem sido um tema amplamente discutido em Portugal, sendo reconhecido que existe um longo caminho a percorrer. Contudo, não é de esquecer que os Centros Tecnológicos e os Centros de I&D têm tido um papel fundamental no estabelecimento dessa ponte de conhecimentos. Os desafios impostos pela União Europeia passam obrigatoriamente pelo aumento significativo e sustentado da produtividade e competitividade do seu tecido empresarial enquadrado num mercado global. A abertura da UE dos 15 a países como a Estónia e a Bulgária, e outros do antigo “bloco de leste”, o desenvolvimento recente da economia asiática, a globalização e os imperativos de desenvolvimento sustentado, obrigam a considerar a Inteligência e o Conhecimento como o principal factor de progresso, através da Inovação, da Investigação e Desenvolvimento. Para alcançar estes objectivos, torna-se obvia uma boa articulação entre as Universidades, os Centros Tecnológicos, os Centros de I&D e o tecido empresarial, conseguida apenas com uma estratégia concertada que envolva todos estes interessados. Só assim será possível ao nosso País conseguir uma convergência real com os países mais desenvolvidos da UE. Se por um lado o conhecimento se produz nas Universidades é também imprescindível que esse conhecimento tome formas de manifestação industrial.
Ser grande na diferença
A FEUP é a maior faculdade da Universidade do Porto (a maior Universidade portuguesa). Com mais de seis mil alunos, quase 500 professores, dos quais cerca de 80% trabalha nos centros de I&D (dados FEUP de 2006) e mais de 100 bolseiros de investigação, cobre quase todas as áreas de conhecimento de engenharia. Ou seja, uma parte significativa dos colaboradores da instituição desenvolve a sua actividade na área de investigação. A sua ligação ao mundo empresarial tem necessariamente de passar por Instituições autónomas, de cariz público ou privado, com a missão de concretizar a transferência desse conhecimento, sob a forma de novas estratégias, metodologias, produtos, processos e sistemas. Essas Instituições devem ter por missão transferir tecnologia e transformar o conhecimento em desenvolvimento prático e útil ao tecido empresarial. Coisas básicas que fazemos no dia-a-dia como beber uma cerveja, abrir a porta do carro ou ajustar o banco de um automóvel, têm muito de engenharia e muitas das vezes engenharia feita no Porto. Não raras vezes desvanecida pelas grandes empresas que apresentam um produto ou uma solução inovadora, a FEUP eis que contribui para a competitividade de inúmeras grandes e pequenas e médias empresas, com o seu knowhow, a sua tecnologia e a sua gente. E exemplos não nos faltam… Para um automobilista o acto de abrir uma porta ou ajustar o banco de um automóvel é um gesto habitual e rotineiro. Mas esses actos são possíveis graças a um componente mecânico específico e, sempre, camuflado pelos revestimentos e acessórios de um veículo - os cabos. A Unidade de Tribologia, Vibrações e Manutenção Industrial (CETRIB), do Instituto de Engenharia e Gestão Industrial (INEGI), em parceria com a empresa Ficosa Internacional, está a desenvolver o SimCable, um modelo de simulação mecânica de accionamentos por cabo usados em automóveis, envolvendo um investimento global de 145 mil euros.
Segundo o Professor Jorge Seabra, docente do DEMEGI/FEUP, director do CETRIB e investigador do INEGI, o objectivo deste projecto é “desenvolver uma aplicação informática que determine os esforços envolvidos e o rendimento em transmissões por cabo, com accionamento manual ou mecânico”, visando ainda “uma melhoria de qualidade e resistência, a concepção rápida de soluções específicas com garantia de bom funcionamento, a resposta imediata na concepção da aplicação, a rápida orçamentação e a diminuição muito significativa da componente de validação experimental” refere. Quem partilha da mesma opinião é o engenheiro José Mendes, responsável pela Unidade de Negócios de Sistemas de Porta e Assentos da Ficosa Internacional, que vê no SimCable uma ferramenta importante “na redução de custos. Com a aposta na simulação poderemos validar o produto numa fase em que os custos são bastante reduzidos”. Mas para o responsável da Ficosa Internacional a implementação do SimCable não se justifica apenas pela redução de custos. José Mendes enquadra o projecto numa outra perspectiva e que passa pelo “melhoramento do nosso Centro Técnico de Sistemas de Portas e Assentos em termos de I&D. Queremos caminhar para a excelência e a implementação deste simulador é o primeiro passo”. Uma aposta importante tendo em conta que “os processos de I&D na área dos cabos, nos dias de hoje, continuam a ser perfeitamente experimentais e baseados nas capacidades técnicas dos colaboradores da própria organização”, explica.
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Cal aérea uma solução amiga do ambiente
No decurso do presente ano, foi assinado um protocolo de cooperação entre o Instituto de Construção da FEUP (IC), através do seu Núcleo de Geotecnia e do Laboratório homónimo do Departamento de Engenharia Civil e a empresa Lusical – Companhia Lusitana de Cal S.A., sociedade Balthazard & Cotte, membro do Grupo Lhoist. Esta empresa, situada em pleno maciço calcário estremenho, nas Serras de Aire e dos Candeeiros, explora jazidas de calcário de elevada pureza, dedicando-se desde 1989 à produção de cal aérea. Possui uma capacidade instalada de produção de óxido de cálcio de 1000 toneladas/dia, sendo líder do mercado. É objectivo principal desta parceria desenvolver uma nova fórmula de tratamento de solos substituindo, nomeadamente, a cal hidráulica por cal aérea, e, sobretudo, encontrar uma solução alternativa à substituição indiscriminada de solos que domina a prática corrente nacional de construção de milhões de metros cúbicos de aterros, com enormes quantidades de solos rejeitados e dispostos em vazadouro, criando desequilíbrios ambientais preocupantes. Assim se procurará sensibilizar os responsáveis pelos projecto e execução destas obras numa alternativa mais racional que para António Viana da Fonseca, docente e investigador do Departamento de Engenharia Civil da FEUP, responsável pelo Núcleo de Geotecnia e director do laboratório, “constitui uma solução com enormes vantagens ao nível técnico, económico e, sobretudo, ambiental”.
Quem já desmontou uma porta de um automóvel deve ter reparado que, no seu interior, são visíveis cabos de vários tipos e formas. São estes, quando accionados através do rodar da chave na fechadura ou do recurso ao puxador, que nos permitem abrir a porta do automóvel. Mas também no abrir do compartimento do motor, mala, tampa de combustível, etc. Gestos habituais mas que envolvem esforços que, com o tempo, acabam por afectar o rendimento de todo o sistema de transmissões por cabo.
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EM FOCO
Parcerias que fazem a diferença
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FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
Ciente dos vastos conhecimentos científicos e técnicos, da capacidade e experiência de condução de investigação científica em desenvolvimento tecnológico e de processos, bem como de uma boa capacidade laboratorial para transferência de tecnologia, formação e consultoria, em domínios que incluem a área dos aterros e plataformas rodo e ferroviárias, a Lusical propôs ao IC-FEUP que trabalhassem lado a lado em estudos para, por um lado, organizar um estado de arte sobre a experiência internacional em estabilização de solos por esta via (relevante em alguns países e, infelizmente, pouco significativa em Portugal) e, por outro, desenvolver estudos de misturas com solos nacionais, indispensáveis pela especificidade das suas constituições e, consequentemente, do comportamento esperado. Por isso, está em curso um significativo volume de ensaios mais ou menos complexos com diferentes composições destas misturas de solos portugueses com cal.
“A FEUP é uma instituição de prestígio, que dispõe de recursos e equipamentos de laboratório, de reconhecido know-how de alguns especialistas, e ligações privilegiadas a outros organismos (empresas privadas e públicas)” que são, para Paulo Correia, director Geral da Lusical, motivos suficientes que justificam esta ligação à Faculdade de Engenharia, salientando que “a FEUP é neste caso um excelente parceiro”. Mas esta colaboração chega ainda mais longe. Ao abrigo de um protocolo está em curso um contrato inicial de um ano e meio para financiamento de estudos, que envolve também dois projectos de teses, intituladas “Avaliação do estado da arte da aplicação de solos tratados com cal no âmbito das infra-estruturas de transporte”, e “Estudo Laboratorial de Misturas de Solos Tratados com Cal – Modelos de Comportamento”, a cargo dos alunos do Mestrado em Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, Joana Filipa Sâncio da Cruz e Eduardo Nuno Sousa de Azevedo Caros Neves, e orientados, respectivamente, pelos professores do DEC, Eduardo Fortunato e Viana da Fonseca.
“A FEUP é uma instituição de prestígio, que dispõe de recursos e equipamentos de laboratório, de reconhecido know-how de alguns especialistas, e ligações privilegiadas a outros organismos”
Quem de nós não aprecia uma boa cerveja, especialmente se acompanhada por golos da nossa equipa favorita?! Contudo, poucos terão ideia do enorme esforço de investigação e desenvolvimento aplicado para garantir ao consumidor final o melhor produto do mercado. Neste âmbito, as parcerias Universidade - Empresa são uma ajuda suplementar com benefícios importantes para ambas as partes. Joaquim Mendes, investigador do Instituto de Engenharia Mecânica IDMEC-Pólo FEUP e professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, deu nota ao BiFEUP de alguns projectos que tem em parceria com a UNICER surgidos, como explica, “na sequência da colaboração iniciada entre o Departamento de Engenharia Química e a empresa nortenha”. Em 2003 a UNICER decidiu avançar com novos projectos de investigação, apresentando algumas propostas ao programa IDEIA, apoiado pelo PRIME, que viriam a ser aprovadas pela Agência de Inovação no final de 2005. Revela o professor que, “após um ano de desenvolvimento de novas técnicas de inspecção no Laboratório de Instrumentação para Medição, surgiram no primeiro semestre de 2007, com a entrada do bolseiro de investigação Nuno Pinto, os primeiros resultados da unidade piloto montada na UNICER”, resultados esses considerados, por ambas as partes, promissores. O Eng. Federico Murillo, gestor de projectos de inovação na UNICER, dá prova da satisfação atingida até ao momento no âmbito desta parceria. Antigo aluno de Engenharia Mecânica da FEUP, explica que “as boas relações com o IDMEC-Pólo FEUP e a Faculdade de Engenharia em geral foram cruciais neste processo, especialmente na fase mais crítica dos projectos - a de ensaios piloto em condições industriais”. Ciente de que “a constante troca de ideias” e espírito aberto são “factores primordiais que têm ajudado a desbravar terreno, como se diz em Espanha, «sin prisa pero sin pausa»”, o engenheiro da UNICER acredita ainda que os ganhos para ambas as partes são o incentivo perfeito para o bom funcionamento de uma parceria. “Deve haver um “leitmotiv” que acompanhe todo o percurso de um projecto, para que se possam atingir os objectivos definidos e manter parcerias duradouras. Porque no fim do dia, queremos conseguir parceiros para muitos jogos, e não apenas um breve momento de glória efémera”, garante. Independentemente dos resultados finais, o engenheiro acredita que muitas mais-valias estão ainda por acontecer, sendo a primordial “o estabelecimento de uma forma de trabalho que permita a obtenção de resultados úteis e adequados às necessidades da indústria. Tecnologicamente estamos a aprender uns com os outros e a valorizar cada vez mais a necessidade de Universidade e Indústria trabalharem lado a lado”. O BiFEUP conseguiu ainda apurar que novos projectos de I&D entre as duas entidades se iniciarão em breve, para a procura de novas soluções tecnológicas para os problemas mais prementes.
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“As valências da FEUP têm que resultar no conhecimento aprofundado do tecido empresarial que a envolve e nos aspectos tecnológicos, empresarias e humanos, que possibilitam a percepção atempada dos desafios a que essas empresas estão sujeitas no mercado global”, defende Silva Ribeiro, docente do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (DEMM) da FEUP e investigador do Instituto de Materiais (IMAT), Investigador coordenador de um dos projectos de maior envergadura em que a FEUP já se envolveu – o projecto “Estratégia de Desenvolvimento do Sector de Fundição”- , Silva Ribeiro acredita que “é num ambiente de confiança mútua que as melhores relações são geradas e posteriormente mantidas” pois, se por um lado “a FEUP desenvolve um ensino virado para o mercado de trabalho, que se traduz na colocação dos seus alunos em estágios e postos de trabalho, muito qualificados, e envolvimento em projectos de I&D que permitem às instituições a sua permanente actualização…”, por outro “às empresas é dada a hipótese de usufruírem de pessoal qualificado e formado à medida das suas necessidades, podendo ainda aceder a tecnologia própria que os coloca em vantagem
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Desafio ambiental no sector da fundição
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perante o mercado”, explica. Responsável pelo projecto EDSF (projecto concebido considerando três áreas principais: Ambiente, Energia e Benchmarking, desenvolvido entre 2004 e Outubro de 2006, promovido pela Associação Portuguesa de Fundição (APF) e patrocinado pelo co-financiador IAPMEI), Silva Ribeiro faz questão de salvaguardar o valor da investigação desenvolvida na Faculdade e as mais-valias que dela podem advir para o tecido empresarial. “No caso específico deste projecto - de valor superior a 802 mil euros e sinónimo de um esforço de mão-de-obra de 30 pessoas, em trabalho directo, sendo que 10 pertenciam à FEUP - podemos dizer que a APF passou a dispor de uma ferramenta capaz de promover a cooperação entre empresas e de melhorar a informação empresarial disponível”. Estabelecendo como parceiros a FEUP, CVR, CINFU, CTCV, EDP Energia e QEnergia e INESC-Porto, o EDSF foi desenvolvido em todo o sector de fundição nacional e resultou da percepção dos desafios que se colocavam no sector de fundição nacional, “visando a diminuição do impacte ambiental indiciando destino para os resíduos gerados, (ambientalmente compatível e economicamente viável) a caracterização das emissões gasosas dos principais processos de fabrico a inertização de finos de fundição”, como explica o investigador do DEMM. Visando ainda a implementação de procedimentos processuais “capazes de levar a um menor consumo energético específico e a uma diminuição do custo energético associado”, apresentou ainda um terceiro vector que “consistiu na implementação dum modelo de Benchmarking específico para o sector de fundição”, revela o investigador.
Importa referir que, graças à envergadura deste projecto, prevê-se que, no futuro, a APF possa explorar a rede dos contactos que possui com empresas congéneres estrangeiras estendendo o âmbito dos exercícios de benchmarking a nível internacional.
Carros Eléctricos da STCP regressam às ruas do Porto
desenvolveu um sistema de travagem electromagnético de emergência que foi implementado nos carros eléctricos. Segundo João Paulo Pereira, engenheiro e director da Unidade de Mercados e Negócios do INEGI, “era frequente, em condições de aderência precária, verificar-se o bloqueio das rodas com consequente perda de coeficiente de atrito/força de travagem originando o descontrolo do veículo. Uma situação particularmente grave e frequente em descidas”, explica.
“Do INEGI recebemos a resposta positiva que esperávamos. Face a um mercado sem disponibilidade de resposta a uma necessidade séria e evidente, foi o INEGI/FEUP, parceiro noutras colaborações, capaz de responder adequadamente” A pretensão da STCP era a resolução deste problema em diferentes modelos cabendo ao INEGI “quer pela sua localização na cidade do Porto quer pelo seu reconhecido know-how, o início do projecto e a implementação pelos modelos mais comuns - neste caso, os de Chassis Rígido, projectados no início do século e fabricados durante as décadas de 20 e 30”, salienta o engenheiro Rocha Teixeira, director do Gabinete de Projectos e Estratégia da STCP. Um projecto que aos seus olhos, “funciona em pleno. Aliás, do INEGI recebemos a resposta positiva que esperávamos. Face a um mercado sem disponibilidade de resposta a uma necessidade séria e evidente, foi o INEGI/FEUP, parceiro noutras colaborações, capaz de responder adequadamente”, reitera. O sistema de travagem desenvolvido, que se pretendia uma solução pouco sensível às condições de aderência das rodas, baseou-se no uso de patins electromagnéticos capazes de provocar atrito directamente com o carril. “Cada patim tem uma bobine que, quando percorrida por corrente eléctrica, gera um fluxo magnético no seu núcleo e massas polares, fluxo que se fecha pelo carril gerando uma força de atracção entre este e o patim. Como o patim é atraído contra o carril até contactar com ele, da força de atracção resulta uma força de atrito aproveitada para travar o Carro Eléctrico”, explica João Paulo Pereira. Para a ligação dos patins electromagnéticos ao chassis do Carro Eléctrico foi projectada uma estrutura, cuja fixação ao chassis não exigiu quaisquer alterações neste elemento, mantendo a sua integridade e originalidade. Isto permitiu aumentar segurança e manter a preservação do valor histórico e originalidade dos Carros Eléctricos. Além do desenvolvimento do sistema de travagem de emergência os investigadores do INEGI, e no âmbito deste projecto, deram ainda formação técnica aos colaboradores dos STCP para instalação do novo sistema de travagem de emergência nos Carros Eléctricos.
Figuras emblemáticas da Cidade do Porto os carros eléctricos são para a maioria dos portuenses património imperdível. Até agora com circulação restrita a algumas zonas da cidade, eles voltaram a percorrer várias ruas da Invicta. E para isso, para que mantenham o seu aspecto original mas também elevado grau de segurança, torna-se indispensável o recurso às mais avançadas técnicas de manutenção. E neste aspecto a segurança é um factor fundamental. Nesse sentido, surge um projecto que une o INEGI/FEUP e a STCP. Tendo como objectivo melhorar a capacidade de travagem destes veículos em condições de aderência precária, coube ao INEGI, a pedido da STCP,
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EM FOCO
Sinergia Universidade-Empresas
FEUP um caso de sucesso
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Um dos projectos mais relevantes entre as duas entidades é, sem dúvida, o desenvolvimento de funcionalidades avançadas para a integração num sistema que ajuda os operadores à gestão de redes de distribuição e de transporte de energia eléctrica. Neste âmbito, foram sendo desenvolvidas aplicações de cálculo das mais avançadas do ponto de vista científico, cabendo à EFACEC a sua integração com outras funções relacionadas com a interface gráfica e com a base de dados, assim como toda a parte comercial e de instalação nos clientes. Com um portfólio bastante significativo de aplicações que torna difícil enumerar apenas algumas fundamentais, são as aplicações no âmbito de um EMS que têm mais relevância e impacto na gestão de uma rede eléctrica. Jorge Pereira, da Unidade de Sistemas de Energia do INESC Porto e coordenador do projecto com a EFACEC, acredita que o “envolvimento com a EFACEC tem permitido ao INESC Porto fazer uma transferência para o mercado de uma grande parte da sua investigação, tornando esta investigação aplicada a problemas reais e consequentemente muito útil para a indústria”, por sua vez, Alberto Rodrigues, responsável pelo Departamento de Gestão de Redes da Unidade de Automação da EFACEC Engenharia, reconhece que “a mais valia para a EFACEC assenta na incorporação do know-how do INESC na área de conhecimento e inovação no domínio das redes de energia, nomeadamente na vertente de cálculo eléctrico e algoritmia, sem que para tal tenha sido necessário criar e manter uma equipa de investigação autónoma na EFACEC especializada nesta área”. Ou seja, ambas as partes beneficiam e daí o sucesso desta parceria.
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FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
Jorge Pereira revelou ainda a existência do apoio activo do INESC Porto à EFACEC na evolução dos sistemas de gestão de redes na perspectiva “de atingir mercados mais alargados, abrindo-se assim novas áreas de investigação que têm permitido manter a parceria muito activa desde o seu início”. Como revela o investigador esta parceria contribuiu ainda, apesar de forma mais indirecta, “para a internacionalização do INESC Porto, atendendo ao número significativo de contratos internacionais da EFACEC”. Importa referir que a EFACEC tem este sistema de gestão de redes de energia instalado, ou em fase de instalação, nos seguintes clientes e países: EDP (Portugal), EDA (Portugal), CERN (Suíça), ELECTRICA (Roménia), SONELGAZ (Argélia), STEG (Tunísia), EDM (Moçambique), AMPLA (Brasil), BANDEIRANTE (Brasil), ENERSUL (Brasil), ESCELSA (Brasil), PC2 (Vietname).
Desde 1996 que o INESC Porto (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto) e a EFACEC têm mantido uma parceria cujos resultados consolidados são francamente positivos, constituindo este um bom exemplo de sinergia entre empresas e entidades do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN). A capacidade técnico-científica e o reconhecimento nacional e internacional do INESC Porto contribuem de um modo decisivo para esta relação de confiança.
“Na FEUP respira-se uma atitude de abertura e de vontade de cooperação com as empresas” “Todos sabemos que os mundos empresariais e universitários não vivem tão proximamente como seria de desejar, mas quem é, ou já foi empresário, também sabe o quão difícil é tomar a decisão de fazer investimentos de alto risco (seja em inovação ou noutra qualquer área), sem que haja uma relação de confiança com que se está a trabalhar. O UPTEC quer promover o estreitamente dos laços com a Universidade, procurando ainda dar um contributo para que o risco de investimento em projectos inovadores seja o menor possível. Objectivo? Projectos que tenham como resultado produtos que incorporem verdadeiramente valor acrescentado. Não precisam de ser novos, têm é que ser capazes de gerar riqueza para a empresa, e estar capazes de competir num mercado cada vez mais global, ou seja, ser diferenciados. Neste cenário de cooperação universidade-empresa, a FEUP é um caso de sucesso, o que torna a tarefa do UPTEC um pouco mais fácil. De facto, na FEUP respira-se uma atitude de abertura e de vontade de cooperação com as empresas. Provavelmente só temos mesmo que procurar fórmulas que permitam reduzir o tal risco de inovação, e aí os resultados serão ainda mais espectaculares. Muitos estudos sobre as vantagens do investimento em inovação são conhecidos do público em geral, mas existe um indicador que diz tudo: 75% das receitas geradas nas empresas altamente inovadores advêm de produtos que não existiam há 5 anos atrás. Num mercado em que a pressão concorrencial é cada vez maior, as empresas são mesmo forçadas a inovar. Se não usarem o conhecimento avançado que existe nas universidades, estão a desperdiçar oportunidades e recursos altamente qualificados. Hajam ideias com potencial de mercado! O UPTEC e a FEUP estão, em conjunto com as empresas promotoras dessas ideias, prontos a transformá-las em casos de sucesso!”
“A capacidade técnico-científica e o reconhecimento nacional e internacional do INESC Porto contribuem de um modo decisivo para esta relação de confiança”
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Alexandre Rocha Oliveira, director da incubadora UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto
À CONVERSA COM JOÃO SERRENHO
ENTREVISTA DE ANA MARTINS FOTOGRAFIAS CEDIDAS PELO GRUPO CIN
João Serrenho, presidente do conselho de administração do Grupo CIN
A trabalhar em conjunto desde 1999, o Grupo CIN e a FEUP têm vindo ao longo dos anos a aprofundar esta parceria estratégica, reveladora das relações universidade-empresa que a Faculdade de Engenharia tem com esta e com muitas outras empresas. À conversa com o presidente do conselho de administração do Grupo CIN, João Serrenho desvenda que no âmbito da parceria estabelecida com FEUP, a recolha, partilha e troca de informação técnica, bem como a aplicação de métodos complementares, com esta instituição de ensino revela-se, em determinados casos, fundamental na procura de novas soluções para o mercado de tintas e vernizes, onde a CIN é líder a nível ibérico.
O Grupo CIN é, desde 1995, líder ibérico do mercado das tintas e dos vernizes, sendo que a sua expansão passa, entre outros, pelo desenvolvimento de produtos que antecipem necessidades dos consumidores. Em que medida a FEUP tem vindo a contribuir para esta estratégia? O Grupo CIN pretende reforçar o seu posicionamento no mercado das tintas, intervindo de forma decisiva no processo de consolidação em curso. E essa expansão é garantida, entre outros factores, pelo desenvolvimento de produtos que antecipem as necessidades dos consumidores. Assim, no âmbito da parceria estabelecida com a FEUP, a recolha, partilha e troca de informação técnica, bem como a aplicação de métodos complementares, com esta instituição de ensino revela-se, em determinados casos, fundamental na procura de novas soluções para o mercado de tintas e vernizes. A colaboração da CIN com a FEUP/DEQ iniciou-se em 1999, no âmbito da co-orientação de dois alunos de licenciatura da disciplina de Projecto de Investigação. O que é que levou a CIN a iniciar na altura esta colaboração e em que consistia esta co-orientação? Estando a CIN consciente da importância dos projectos que são desenvolvidos no meio universitário, considerámos que seria uma maisvalia acoplar ao nosso know-how empresarial e técnico a experiência académica e científica para, estruturalmente, convergirmos duas realidades distintas mas que se complementam na totalidade. Esta co-orientação previa a participação da FEUP na elaboração e acompanhamento de alguns projectos que a CIN tinha em curso.
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À CONVERSA COM JOÃO SERRENHO
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Em 2007 a CIN continua a propor trabalhos do seu interesse no âmbito da iniciativa do DEQ “Projectos de Desenvolvimento em Ambiente Empresarial”. Depois de tantos anos de parcerias em áreas tão diferentes como o recrutamento, os projectos de I&D, o patrocínio de eventos ou o registo de patentes e a publicação de artigos científicos, de que forma vê a FEUP enquanto escola de engenharia e centro de I&D? Globalmente, a FEUP continua a ser uma instituição muito importante no seio académico e uma grande escola de engenharia e, na minha opinião, a iniciativa Projectos de Desenvolvimento em Ambiente Empresarial vai procurar melhorar a performance dos alunos que chegam à CIN, aliando o seu indubitável conhecimento técnico, rico e vasto, à realidade do mundo empresarial, o qual, na maior parte das vezes, é relegado para segundo plano nos cursos ministrados nas instituições universitárias. Conhecer o funcionamento de uma empresa é imprescindível no percurso académico de qualquer aluno.
“No âmbito da parceria estabelecida com FEUP, a recolha, partilha e troca de informação técnica, bem como a aplicação de métodos complementares, com esta instituição de ensino revela-se, em determinados casos, fundamental na procura de novas soluções para o mercado de tintas e vernizes”
“Gostaria de salientar um equipamento, e não um produto, que foi fundamental para o trabalho do nosso grupo de I&D: a Unidade de Determinação de Permeabilidade de Películas de Dióxido de Carbono”
Lançada em 2006, a Rede de Competência de Polímeros vem no fundo consolidar uma forte relação já existente há alguns anos entre diversas instituições, como a FEUP e a CIN. Quais têm sido os resultados desta iniciativa? Esta rede é muito recente, tem cerca de um ano, mas as acções de formação e os projectos desenvolvidos pela RCP têm-se revelado de extrema importância para ambas as partes. Em termos globais, o que pode uma empresa como a CIN ficar a ganhar com a aposta em parcerias estratégicas com escolas de estudos avançados de engenharia como a FEUP? Intercâmbio de conhecimentos, aceder às mais recentes novidades do mundo académico e de que forma estas se podem aliar ao nosso negócio, aceder a informação actualizada e a equipamentos que nos permitam efectuar análises laboratoriais. A CIN tem um centro de I&D próprio ou recorre sempre à FEUP para o desenvolvimento de produtos? A CIN tem um centro de I&D próprio, em Portugal e em Espanha.
Qual foi para si o produto mais inovador até agora desenvolvido pela CIN em colaboração com a FEUP? Aqui gostaria de salientar um equipamento, e não um produto, que foi fundamental para o trabalho do nosso grupo de I&D: a Unidade de Determinação de Permeabilidade de Películas de Dióxido de Carbono.
Os produtos desenvolvidos partem normalmente de propostas inovadoras da FEUP ou de necessidades da CIN? Na maior parte das vezes de necessidades da CIN. Quanto ao futuro, há algum tipo de projecto/actividade que gostaria de vir a desenvolver com esta escola? Neste momento vamos manter os trabalhos que temos com a FEUP e depois cada caso que, eventualmente, possa surgir, é avaliado singularmente e com especial atenção. Formou-se na FEUP em 1975, em Engenharia Química. De que forma esta escola o preparou para a sua carreira enquanto engenheiro e gestor? A FEUP é uma escola que, pelas ciências base que ministra (Matemática, Física e Química, etc.) e pelo estudo dos processos quer físicos e químicos, quer de operações, prepara bem os alunos em termos técnicos e de compreensão de processos e sistemas para a vida real, onde a diversidade é muito grande. Olhando para os recém-licenciados FEUP de hoje, que competências lhes reconhece? Os estudantes da FEUP, hoje em dia, revelam-se mais familiarizados com termos técnicos e dominam equipamentos laboratoriais computorizados muito avançados, e, em termos práticos, isto permite-lhes desenvolver a suas competências com maior facilidade.
De engenheiro a gestor
Para lá da Engenharia:
Nascido em 1951, João Serrenho licenciou-se em Engenharia Química na FEUP em 1975.
Engenharia Química porquê? Sempre gostei de Engenharia, e em especial da disciplina de Química.
A partir de 1976 entrou na CIN Lda. e, em 1985, assumiu o cargo de Administrador e Director-Geral Adjunto da CIN, S.A., tendo-se ocupado das áreas de Engenharia e Sistemas de Produção, Informática, Relações Internacionais e Marketing. Em 1993 passou a Director-Geral e, em 2003, a Administrador-Delegado. Em 2007 torna-se Presidente do Conselho de Administração da CIN – líder ibérica no mercado das tintas e vernizes – acumulando esta função com outras em empresas do grupo. João Serrenho é também Vice-Chairman of the Board do CEPE – Conseil Européen de L’Industrie dês Peintures, des Encres d’Imprimerie et des Couleurs d’Art e membro do conselho geral da AEP.
Se não fosse Engenheiro Químico o que gostaria de ser? Hoje, talvez licenciado em Direito. Livro de eleição “Por Quem os Sinos Dobram”, de Ernest Hemingway Melhor filme que já viu Apocalypse Now Projecto Pessoal de que se orgulha Alargamento da CIN a Espanha Local de eleição Alentejo
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À CONVERSA COM JOÃO SERRENHO
Colaboração CIN – FEUP/DEQ – quase 20 anos a inovar
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A colaboração da CIN com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP)/Departamento de Engenharia Química (DEQ) iniciou-se em 1999, no âmbito da co-orientação de dois alunos de licenciatura da disciplina de Projecto de Investigação (ver caixa ao lado, em baixo). Desde essa altura que esta parceria se tem desenvolvido em qualidade e quantidade, diversificando-se as formas de colaboração. Actualmente a CIN é co-responsável por 10 alunos de Projecto de Investigação e 3 doutoramentos. Publicou com a FEUP/DEQ 4 artigos em revistas internacionais, tendo actualmente 2 patentes nacionais e outra em processo de submissão em Espanha. Esta parceria tem resultado em benefícios mútuos. Por um lado, a CIN tem a possibilidade de desenvolver projectos de Investigação e Desenvolvimento (I&D) num leque alargado de áreas de especialidade, tirando partido das várias valências dos docentes da FEUP/DEQ. Por outro lado, os alunos beneficiam de um contacto com o mundo empresarial, que os faz crescer como pessoas e profissionais, mantendo uma grande interacção com a sua escola, e ainda através dos financiamentos que a CIN generosamente tem feito a favor da FEUP/ DEQ. Finalmente, os docentes envolvidos no projecto beneficiam da experiência que ganham através da sua interacção com a indústria, clientes da “empresa” que é a FEUP. A orientação dos alunos de graduação e de pós-graduação a trabalhar em parceria com a CIN é feita numa base semanal, com a presença dos orientadores da FEUP e da empresa. Pela CIN passaram, desde 1999, 49 alunos de Projecto de Investigação, um número alargado de estagiários do programa PRODEP, estagiários do programa POCI, estagiários do Centro de Emprego e Formação Profissional e mais recentemente alunos de doutoramento. Ainda desde 1999 que a CIN integrou no seu quadro 7 dos seus ex-alunos de Projecto de Investigação. Por outro lado, a CIN atribui anualmente um prémio – actualmente no valor de 2000 euros - pelo melhor trabalho de Projecto de Investigação desenvolvido em colaboração com esta empresa. Paralelamente, a CIN tem patrocinado e participado em variadíssimos eventos organizados pela FEUP, nomeadamente as Jornadas do DEQ, workshops, feiras, etc. Actualmente a colaboração entre o Grupo CIN e a FEUP abrange, ainda, áreas diversas como a caracterização das tintas, nanotecnologia com o desenvolvimento de nanocompósitos poliméricos, abatimento dos NOx através da fotocatálise e tintas com capacidade de controlo de radiação. Da colaboração CIN - FEUP resultou em particular: - O projecto de duas unidades de determinação de permeabilidades: uma ao ião cloreto e outra ao CO2 (dióxido de carbono). Esta última originou a submissão duma patente. Nos revestimentos por pintura das estruturas de betão armado, esta caracterização é muito importante uma vez que as tintas deverão ter propriedades barreira aos agentes corrosivos. - A introdução de novas ferramentas no trabalho de desenvolvimento que a CIN faz nos seus Laboratórios, nomeadamente a “DoE – Design of Experiments” na optimização de características de alguns produtos comercializados pela empresa.
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- A construção de um reactor de polimerização para utilização nas aulas práticas dos alunos do curso de Engenharia Química, financiado pela CIN com um subsídio de cerca de 100.000 euros. Fonte: www.fe.up.pt/deqwww
Duas entidades, um sonho comum Lançada em 2006, a Rede de Competência em Polímeros nasceu do sonho comum do Professor Adélio Mendes, da FEUP, e do Engenheiro José Luís Nogueira, Director de I&D e Qualidade da CIN - Corporação Industrial do Norte, SA. A ideia era desenvolver uma rede em que estivessem envolvidos centros de investigação Universitários e empresas, com vista à criação de sinergias no desenvolvimento de vantagens competitivas por via da inovação, pelo lado das empresas, e financiamento para investigação e formação avançada de recursos humanos, pelo lado dos centros de investigação Universitários. Envolvendo também outras instituições – Universidade de Aveiro, Sysadvance, Euroresinas, CUF, Resiquímica, Amorim & Irmãos – hoje este Centro de Excelência tem como missão a estruturação de uma rede de empresas e centros de investigação com interesses comuns e complementares, baseado em tecnologias de informação e comunicação, formando um centro de excelência internacional na área da ciência e tecnologia dos polímeros para aplicações industriais. Fonte: www.arcp.pt
Projectos de Desenvolvimento em Ambiente Empresarial Desde há alguns anos que o Departamento de Engenharia Química da FEUP tem vindo a procurar uma colaboração mais estreita com o tecido empresarial na co-preparação dos seus alunos, sendo que alguns dos projectos da disciplina de Projecto de Investigação da antiga Licenciatura eram já projectos de relevância industrial e realizados parcialmente em ambiente empresarial. O Projecto de Desenvolvimento realizado em Ambiente Empresarial é um projecto de aplicação industrial ou de desenvolvimento tecnológico, passível de ser realizado durante o período de um semestre (desenvolvimento do projecto, apresentação e defesa). Todos os anos, as empresas interessadas – como a CIN – propõem um trabalho do seu interesse que se enquadre nos objectivos. Para 2007/2008, a CIN propôs à FEUP os seguintes projectos: - Resistência à riscagem de tintas, particularmente em cores fortes - Estudo do envernizamento de madeiras exóticas com vernizes aquosos - Eflorescências - Sistema “colormix 3G” - Estudo da distribuição da tinta em pó em superfícies concavas especiais - Uso de polímeros condutores na protecção catódica de estruturas de aço - Estudo da migração do ferro em tintas Fonte: www.fe.up.pt/deqwww
OPINIÃO PEDRO GUEDES DE OLIVEIRA
A FEUP e a envolvente empresarial: desafios e oportunidades Pedro Guedes de Oliveira*
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presários, uma endémica desconfiança mútua. Os remoques são muito mais frequentes do que os genuínos esforços de cooperação. A margem de progresso que existe, nesta área, é enorme e pode representar não só um importantíssimo enraizamento da universidade no meio (só seremos bem tratados se formos considerados essenciais...) bem como de proveitos, essenciais num tempo de mingua.
O tema proposto para ser discutido, neste número do boletim, pode ter, pelo menos, duas leituras que vamos explorar: i) A primeira, corresponde a pensar a FEUP - directamente ou através dos institutos que lhe estão associados e que não consigo ver desligados deste contexto - funcione como um centro ao qual as empresas sub-contratam investigação ou desenvolvimento, porque os não possuem internamente ou necessitam de algo que está fora dos seus domínios. Note-se que esta função (uma espécie de out-sourcing de I&D) é, p.ex., claramente assumida pelos centros Fraunhofer, na Alemanha. ii) A segunda acepção, é que a FEUP funcione como um centro de incubação, pelo menos no sentido virtual, i.e. em que do trabalho dos investigadores nascem ideias, produtos, protótipos ou mesmo novos processos que, devidamente aproveitados, poderão vir a ter uma expressão comercial e ser apropriados por empresas já existentes ou a criar. A incubação pode ser não só virtual mas mesmo física, se a FEUP, directamente ou, de novo, através dos institutos associados, assumir o papel de apoio à geração de novas iniciativas empresariais. Comecemos, então, pela primeira leitura do tema: esta é, claramente, uma ideia forte em que a FEUP deve apostar. Corresponderá a duas coisas muito positivas: que as empresas reconhecem a grupos da FEUP um papel liderante do ponto de vista técnico, de confiança na qualidade dos produtos desenvolvidos e, obviamente, do profissionalismo no cumprimento de prazos e metas. Tudo tem de ser estabelecido com calendários claros e custos transparentes. Se assim não for, não nos procurarão ou, pelo menos, não nos procurarão 2ª vez. Mais uma vez, citando a minha experiência recente de contacto com os institutos Fraunhofer, uma parte significativa do sucesso tem de ser medida pelo número de contratantes reincidentes, o que é a prova da satisfação das suas expectativas. Neste contexto, os institutos associados da FEUP (directamente, ou através da UP ou, sobretudo, através dos seus docentes) terão um papel fundamental porque a prossecução dos requisitos dos clientes não pode ser apenas assegurada por docentes e seus bolseiros de investigação cujas metas e objectivos de carreira excedem largamente o da prestação de um serviço que, raramente será de investigação “publicável” e, frequentemente, de desenvolvimento avançado. A existência de um corpo profissional de apoio é essencial e isso tem sido a chave do sucesso de algumas das intervenções de institutos como o INEGI ou o INESC Porto, claramente os mais vocacionados neste sentido e, também, de maior dimensão. Outros institutos se têm assumido sobretudo como unidades de I&D, o que sendo obviamente adequado a uma universidade, não lhes dá esta capacidade de intervenção que estamos a referir.
... as empresas reconhecem a grupos da FEUP um papel liderante do ponto de vista técnico, de confiança na qualidade dos produtos desenvolvidos e, obviamente, do profissionalismo no cumprimento de prazos e metas Infelizmente, o volume associado a estas funções tem sido reduzido. E porquê? Haverá um número enorme de razões algumas das quais não serei capaz de enunciar, mas outras parecemme óbvias. Em primeiro lugar, a natureza das empresas Portuguesas que não vivem muito da inovação ou em que a verdadeira inovação não é essencial aos seus planos de negócio. Se fosse, e mesmo que possam assacar à universidade Portuguesa uma parcela significativa da culpa na ausência de uma efectiva colaboração, teriam procurado universidades estrangeiras, teriam comprado patentes onde as houvesse, etc. Quantas empresas nacionais o fizeram? Mas não é só isso, claro: da parte da universidade haverá frequentemente falta de profissionalismo na sua relação com o exterior: os docentes, pela própria natureza das suas funções académicas, têm dificuldade com o cumprimento de prazos ou em levar os trabalhos até uma fase terminal; além disso, raramente dispõem do apoio de profissionais dedicados a tempo inteiro a estas tarefas. Depois, mais por desconhecimento do que por substância, há, entre académicos e em-
Na segunda leitura, a da FEUP como incubadora, a situação é, a meu ver, globalmente melhor. Contam-se já por dois dígitos gordos o número de empresas de base tecnológica cuja criação tem origem nos trabalhos desenvolvidos na FEUP e institutos associados. Os sucessos, embora não espectaculares, são significativos e promissores. O número de jovens capazes de arriscar tem crescido. Internamente, a FEUP tem promovido condições adequadas na formação (veja-se o MIETE) bem como no apoio à incubação (sobretudo, através dos institutos) e na facilitação das condições aos seus docentes, quando tal é necessário. Externamente existem diversos fundos e entidades como a INOV Capital, o próprio IAPMEI ou a Agência de Inovação (AdI) que têm tido um papel importante nas várias fases de desenvolvimento que as empresas percorrem até consolidar. Tal torna-se patente, p.ex. quando se vê papel da AdI no tocante às PME inovadoras da COTEC, em que uma grande quantidade teve, no seu percurso, o apoio da Agência. Contudo, ainda falta, também nesta vertente, muito caminho a percorrer. Algum, será da nossa responsabilidade mas outro depende de condições externas: culturais (as mais difíceis de alterar), de enquadramento (o ECDU nem facilita a vida dos docentes activos, neste sentido, nem os premeia pelo que arriscam), de condições físicas (só agora a UP se prepara para ter, a uma distância conveniente da estruturas universitárias, centros de acolhimento de jovens empresas) etc. Mas a FEUP deve, simultaneamente, divulgar e publicitar os sucessos, evitar competir com as iniciativas que sejam suas spin-offs, procurar alianças e ser, ela própria e sempre que possível, o cliente exigente que ajuda a promover o progresso. Não citarei exemplos mas há-os a vários níveis, os bons e os maus. A auto-reflexão, a análise crítica de casos, uma atitude académica sobre um problema que estará, pela certa, no caminho do sucesso que possamos vir a ter, é essencial e poderá ajudar docentes e discentes, investigadores e jovens bolseiros a descobrir talentos e percursos alternativos e promissores. Um número do Boletim dedicado a esta matéria é muito oportuno e é, já de si, um bom augúrio!
* Professor Catedrático do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores, investigador do INESC Porto e Administrador não executivo da Agência de Inovação (AdI)
FÓRUM EMPRESAS 2007
No âmbito das relações Universidade-Empresa, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) organizou de 9 a 11 de Outubro o Fórum Empresas. O grande objectivo desta iniciativa é promover o contacto directo e privilegiado entre empresas, escola, alunos e finalistas, não esquecendo os jovens recém-graduados da faculdade. Procurando explorar o potencial de colaboração entre a FEUP e as empresas numa relação que vai muito além da procura-oferta de emprego – este ano com uma nova designação – o Fórum Empresas constitui um espaço de encontro e de discussão entre as comunidades académica e científica da FEUP e as empresas, onde estas poderão contactar de perto com actividades e seminários do seu interesse. Nesse sentido, as manhãs foram preenchidas com iniciativas mais direccionadas para o universo empresarial, e as tardes estiveram vocacionadas para os estudantes, que tiveram a oportunidade de conhecer a realidade de algumas empresas bem cotadas no mercado de trabalho. O evento contemplou um espaço de stands para as empresas proporcionando-lhes a interactividade com os alunos e um espaço para conferências, workshops e debates sobre temáticas actuais da investigação, do emprego, do empreendorismo e inovação. À semelhança da edição anterior, este ano voltaram as “manhãs abertas às empresas”, uma iniciativa que pretende dar a conhecer às empresas os laboratórios de ensino e investigação da FEUP, onde os alunos desenvolvem as suas actividades durante o percurso académico.
Club de Golf de Miramar
FÓRUM EMPRESAS 2007
Investigação “made in” FEUP
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Uma mais-valia do Fórum Empresas é a abertura da FEUP ao universo empresarial: dar a conhecer os laboratórios e a investigação que por cá se faz, numa tentativa de promover a aproximação destas duas realidades: as “manhãs abertas” são dirigidas às empresas, que têm aqui uma oportunidade única para acompanhar o trabalho de investigação desenvolvido pelos alunos. Funcionam ainda como uma alavanca para a troca de experiências e o estabelecimento de parcerias com as empresas que se queiram associar à faculdade. A todas as empresas que participam no Fórum é facultado um espaço para montagem de stands, que para além de permitir o contacto com a comunidade FEUP pode ainda funcionar como fonte de recrutamento: é comum ver alunos preencher formulários de candidatura junto dos stands, e muitas vezes a “ponte” entre os dois mundos começa ali.
Apresentação dos projectos PESC
O segundo dia do Fórum Empresas ficou marcado pela apresentação dos Projectos Pesc – Projectar, Empreender e Saber Concretizar – desenvolvidos pelos alunos da FEUP. São trabalhos que visam desenvolver as capacidades de trabalho em grupo multidisciplinar, de projecto, de concretização e empreendorismo. Estes projectos, orientados por docentes da FEUP e liderados por alunos do 4º e 5º anos são extra-curricular e têm como objectivo a criação de produtos com valor comercial, sendo que alguns destes projectos apresentam parceiros industriais permitindo, deste modo, um contacto dos alunos com a esfera industrial.
Os desafios da internacionalização
Outra aposta importante do Fórum Empresas 2007 foi a organização de inúmeras conferências e debates: destaque para as sessões relacionadas com a inovação e estartégia nas empresas, a valorização dos recursos humanos qualificados e a apresentação da UPTEC – Incubadora de Empresas da Universidade do Porto. Marcaram ainda presença diversas entidades ligadas à formação e à temática do emprego, ex-alunos FEUP com histórias de sucesso, empresas nacionais e internacionais para apresentarem as suas perspectivas sobre o mercado de trabalho e as actuais exigências no que respeita às competências e qualificações de um engenheiro FEUP. A Microsoft Dinamarca e a Yahoo UK foram duas empresas confirmadas nesta edição do Fórum Empresas.
Fórum Empresas traduzido em números
Empresas/instituições participantes: 54 Oradores participantes (empresas + FEUP): 50 Alunos inscritos no Fórum: 350 Empresas representadas com stands: 26 Protocolos a decorrer actualmente entre a FEUP e outras entidades: 249 Estágios que decorreram entre empresas em 2006/07: 250 Projectos de I&D a decorrer actualmente: cerca de 200 Spin-offs do universo FEUP: 17 Taxa de empregabilidade em 2006, num universo de 604 alunos: 42,4% antes de terminarem o curso; 92,4% (até seis meses depois de terminarem) e 57,6% (até um mês)
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INVESTIGAÇÃO & DESENVOLVIMENTO
Novo Sistema de Geração e Aquisição de Agitação Marítima do Laboratório de Hidráulica da FEUP
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Fig. 1 - Novo sistema de geração de agitação marítima do Laboratório de Hidráulica da FEUP (baixo) e sistema anterior (cima).
de largura cada, que podem ser movimentadas no interior do tanque. Por controlo do sinal de geração podem ser introduzidas variações limitadas no ângulo de propagação das ondas, enquanto que grandes variações apenas podem ser conseguidas movimentando o sistema de geração. A instalação do novo sistema incluiu formação demonstrativa, tendo sido realizados diversos testes de geração da agitação marítima, calibração de sondas hidrodinâmicas, medição e análise de dados.
teve como principais objectivos a análise da variação do campo de pressões na envolvente de quebramares submersos, com diferentes geometrias, sob a acção de diferentes condições de agitação marítima. A medição das pressões foi efectuada através de tomadas de pressão situadas sob o coroamento e taludes do modelo (à superfície do quebramar) visando uma melhor compreensão da acção do escoamento sobre este tipo de estruturas, bem como a identificação de eventuais zonas críticas em termos de estabilidade. Foram ainda efectuadas medições de velocidades (Anemometria Laser-Doppler) na vizinhança da estrutura e da elevação da superfície livre da água (sondas de nível) em diferentes secções, para quantificação da influência destas estruturas nos campos de agitação e de velocidades.
Nos últimos anos foram realizados diversos estudos no tanque de ondas do Laboratório de Hidráulica da FEUP, por recurso ao anterior sistema de geração de agitação marítima, Figura 1 (cima), dotado de um desempenho mais limitado do que o actual sistema, dos quais se destacam os seguintes. Análise dos Campos de Pressões em Quebramares Submersos, um estudo realizado no âmbito do Doutoramento em Engenharia Civil da Eng.ª Ana Cristina Valente Neves, que
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O tanque de ondas do Laboratório de Hidráulica da FEUP foi recentemente reequipado (Maio 2007, no âmbito do Projecto, da responsabilidade do Prof. Fernando Veloso Gomes, Financiamento Programático CEHRA, Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Ministério da Ciência e da Tecnologia (MCT), com os Parceiros FEUP-CEHRA (Centro de Hidráulica Recursos Hídricos e Ambiente), complementado pelos Projectos: Facilities for Experimental Research on Maritime Hydraulic, Programa Nacional de Reequipamento Científico, CONCREEQ/441/ MAR/2001 FCT-MCT, com os parceiros LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), FEUP-CEHRA, IST (Instituto Superior Técnico - CEHIDRO, MARETEC e UETN), INETI (Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação) e IMAR-CIC (Instituto do Mar - Centro Interdisciplinar de Coimbra); e Laboratorial of Optical Technics in Fluid Mechanics, CONC-REEQ/928/ MAR/2001 FCT-MCT, com os parceiros FEUPCEHRA e CEFT (Centro de Estudos de Fenómenos de Transporte)) com um sistema multielemento de geração de agitação marítima, que incorpora um sistema activo de reflexão (Multi-Element Wave Generation System with Dynamic Wave Absorption – HR Wallingford, UK) e que permite a simulação de vários tipos de estados do mar 2D e 3D, Figura 1 (baixo). O potencial do tanque de ondas fica assim mais alargado para a realização de ensaios em modelo reduzido, em diversos domínios da Engenharia Costeira e Portuária, tanto ao nível da investigação científica como do apoio a outros projectos e ao ensino. O sistema encontra-se actualmente em estado operacional e em utilização. Trata-se de um gerador de agitação marítima multi-elemento, concebido pela HR Wallingford, com as seguintes características principais: movido por acção de motores eléctricos; opera em profundidades de água máximas de 1 m; tem incorporado um sistema activo de absorção da reflexão e inclui um software de geração que permite produzir ondas de crista larga ou curta para estados de agitação regulares e irregulares. O software de aquisição e análise de dados recolhidos por sondas de nível hidrodinâmicas, permite que sejam efectuadas análises espectrais, estatísticas e de reflexão da agitação no tanque, e, além disso, permite a fácil exportação dos dados para posterior tratamento. O sistema de geração é composto por duas unidades modulares, com oito elementos de 0.75 m
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Recentemente reequipado, o tanque de ondas do Laboratório de Hidráulica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) está já operacional. Com o potencial de investigação científica e de apoio a projectos em diversos domínios da Engenharia Costeira e Portuária, bastante mais alargado, este novo Sistema de Geração e Aquisição de Agitação Marítima está já a ser utilizado para realização de ensaios em modelo reduzido.
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Tanque de ondas reequipado e operacional
O Projecto resultante de um contrato de assessoria com a Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL, concluído em Outubro 2004) incluiu um outro estudo: Comportamento Hidráulico e Estrutural de Quebramares. Ensaios em Modelo Físico do Quebramar de Leixões,
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realizado no âmbito do Mestrado em Engenharia do Ambiente do Eng.º Hugo Guedes Lopes. Uma vez que a operacionalidade do terminal petroleiro do porto de Leixões está fortemente dependente da eficiência do quebramar norte, nomeadamente no que respeita a níveis de galgamento e transmissão da agitação marítima para o interior da área portuária, foram desenvolvidos diversos ensaios em modelo físico, de forma a testar diferentes configurações do quebramar que permitissem uma melhoria em termos de operacionalidade. Numa primeira fase foram realizados ensaios bidimensionais com o actual perfil transversal do quebramar e 10 outras soluções alternativas, tendo sido adquiridos registos da variação da superfície livre da água nas imediações da estrutura, registos fotográficos e vídeos, e medido o volume de água que galgou a estrutura. Numa segunda fase testaram-se, com agitação irregular e blocos de alta densidade, as hipóteses que se mostraram mais eficazes na primeira fase. Está actualmente em construção um terminal multi-usos no intradorso do molhe sul do Porto de Leixões, que será constituído por três cais acostáveis. A solução estrutural seleccionada em concurso para os cais deste novo terminal é materializada pela sobreposição de blocos pré-
fabricados de betão simples, designados por blocos NOREF (Non Reflection Blocks). Estes blocos inovadores permitem a constituição de um paramento vertical acostável perfurado (com cavidades), que se supõe menos reflector, e que tem como finalidade a melhoria das condições de agitação no interior da bacia portuária. Partindo da geometria dos blocos NOREF, previamente definida em projecto de execução e adaptada às condições locais, foram realizados ensaios em modelo físico à escala 1:30, de forma a averiguar a influência do período, da altura e da declividade da onda na eficiência hidráulica à reflexão dos blocos: Estudo em Modelo Físico da Eficiência Hidráulica à Reflexão de Blocos Verticais Perfurados. No âmbito do seu Doutoramento em Engenharia Civil com dissertação intitulada: Análise da Concepção e Dimensionamento de Dispositivos de Acostagem e Amarração em Pontes-Cais. Acções Hidrodinâmicas e de Impacto Específico, o Eng.º Paulo Jorge Rosa Santos encontra-se presentemente a realizar trabalho experimental no Laboratório de Hidráulica, recorrendo já ao novo sistema de geração de agitação marítima. O Projecto DOLPHIN – Análise do Comportamento Hidrodinâmico de Dispositivos de Acostagem e Amarração: O Caso Crítico do Terminal Petroleiro do Porto de Leixões, PTDC/ ECM/72835/2006 FCT-MCT (aprovado), com os parceiros FEUP-IHRH (Instituto de Hidráulica e Recursos Hídricos) e ISR (Instituto de Sistemas e Robótica), LNEC e IST, foi submetido com o
objectivo de complementar e dar continuidade aos trabalhos em desenvolvimento. Este estudo surge porque as condições de operacionalidade e de segurança num terminal portuário estão intimamente relacionadas com o comportamento dos navios amarrados ao cais, nomeadamente com a amplitude dos movimentos do navio e com o valor dos esforços nos cabos de amarração e nas defensas. Dada a diversidade e a complexidade dos fenómenos hidrodinâmicos envolvidos, a modelação física constitui uma ferramenta fundamental para o estudo do comportamento de navios amarrados. O modelo físico (incluindo os dispositivos de acostagem e amarração, o modelo do navio petroleiro, e a estrutura de acostagem) foi já construído, tendo sido já realizados ensaios de calibração do mesmo. Para além dos trabalhos já realizados e em curso, o reequipamento do tanque de ondas do Laboratório de Hidráulica alarga as possibilidades de aplicações da modelação física. Assim, existem outros trabalhos experimentais em perspectiva, dos quais se destacam os que a seguir se apresentam. No âmbito do Doutoramento em Engenharia Civil do Eng.º Hugo Guedes Lopes será efectuada uma Análise Experimental do Campo de Velocidades e dos Galgamentos em Quebramares de Taludes Protegidos por Quebramares Submersos, através da técnica da Velocimetria por Processamento de Imagens de Partículas. O Caso do Porto de Leixões. Pretende-se com esta dissertação, recorrendo a um programa experimental em modelo reduzido, avaliar os campos de velocidades e os galgamentos, na interacção de um quebramar submerso com um quebramar de taludes. No programa experimental será testado o modelo reduzido do quebramar norte do porto de Leixões, recorrendo ao novo sistema gerador de agitação marítima para a geração da agitação regular e irregular, bem como a PIV (Velocimetria por Processamento de Imagens de Partículas) para a análise do campo de velocidades em situações de ensaio tipificadas. Está também em curso (2005-2008) o projecto experimental GeoWAVE – Stability Analysis of Geocontainers Under Wave Loading, POCI/ ECM/60807/2004 FCT-MCT, com os parceiros FEUP-IHRH e Universidade da Corunha. No âmbito deste projecto e do seu Doutoramento em Engenharia Civil, intitulado: Análise Experi-
mental da Estabilidade de Geocontentores sob a Acção da Agitação Marítima, a Engª. Luciana das Neves irá investigar o comportamento hidráulico e a estabilidade global de sistemas de controlo de erosão utilizando sacos geotêxteis cheios com areia, quando sujeitos a acções hidrodinâmicas oscilatórias de elevada energia. Deu-se já início (2007-2010) ao Projecto Desenvolvimento Experimental de Sistemas Offshore de Energia das Ondas, PTDC/EMEMFE/66999/2006 FCT-MCT, com os parceiros: IST, FEUP, Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FFCT), INETI e IDMEC–Lisboa (Instituto de Engenharia Mecânica – Lisboa), cujo responsável na FEUP é o Prof. Francisco Taveira Pinto. As ondas marítimas constituem um importante recurso energético a nível mundial, e em particular em Portugal, onde existem condições muito favoráveis para o seu aproveitamento. A investigação de efeitos não lineares, que se sabe serem relevantes em estados de mar mais energéticos e quando se trata de pequenos dispositivos offshore, cuja amplitude de oscilação é grande, é normalmente feita recorrendo a ensaios em tanque de ondas, com modelos a escalas entre 1:80 e 1:10, sendo objectivo deste projecto a modelação da cadeia de conversão de energia e do sistema de amarração, e a sua validação por testes em modelo físico. No âmbito do projecto FEMWAVE — Finite Element Methods for 2DH Non Linear Dispersive Wave Models, POCTI/ECM/41800/2001 FCT-MCT, da FEUP, da responsabilidade do Prof. Paulo Avilez Valente, serão efectuadas medições das três componentes da velocidade a diversas profundidades, sob o efeito da agitação. O estudo será realizado recorrendo a três anemómetros Doppler acústicos recentemente adquiridos e destina-se a servir de base de dados para futura validação de modelos numéricos de propagação de ondas.
Este texto é da responsabilidade do Centro de Hidráulica Recursos Hídricos e Ambiente da FEUP. www.fe.up.pt/~fpinto/CEHRA
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FEUP POR DENTRO
Iniciativa reuniu os maiores especialistas na Âlfandega do Porto
CERUP debate Gestão de Riscos no sector produtivo FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
Recentemente criado pela U. Porto, o CERUP (Centro de Riscos da Universidade do Porto) organizou uma conferência de âmbito internacional para debater mecanismos de prevenção e gestão de riscos provocados pelos desastres naturais. Numa época marcada por diversas catástrofes que assolam populações no mundo inteiro, torna-se imperioso reunir esforços no sentido de minimizar os prejuízos e avançar para uma política de antecipação e gestão dos riscos nas actividades produtivas. O Centro de Congressos da Âlfandega do Porto foi o palco escolhido para a realização do primeiro grande evento organizado pelo CERUP, que nos dias 10, 11 e 12 de Outubro foi o ponto de encontro de vários conferencistas de renome e projecção internacionais. Dividida em sete temas centrais – saúde, mar, construção, energia, ambiente, florestas e ciências agrárias e economia de risco – esta conferência sobre “Gestão de Riscos nas Actividades Produtivas” teve como principal
objectivo identificar as possíveis ligações entre as metodologias de avaliação e análise do risco e os procedimentos adequados para gerir, de forma eficaz e racional, esses riscos nos principais sectores produtivos. Esta iniciativa permitiu ainda promover o intercâmbio e o aprofundamento de conhecimentos e experiências ao nível internacional, uma vez que estiveram presentes investigadores empenhados em desenvolver o seu trabalho nesta área de actuação. Paralelamente à conferência, decorreu uma Exposição Técnica onde foram divulgados posters e diversos projectos relacionados com o tema da gestão dos riscos. A ideia não era só expor estes trabalhos de investigação, mas também servir de plataforma de captação de parcerias internacionais, vincando o cariz eminentemente estratégico desta conferência ao discutir e lançar os novos rumos de investigação nestas áreas, num futuro próximo. www.cerup.org
Sabia que…
Com sede no campus da FEUP, o CERUP funciona como uma âncora ao desenvolvimento científico dos riscos naturais e tecnológicos nos mais diversos vectores que a orientam, promovendo e conjugando os conhecimentos dispersos que evoluem nas diversas Escolas, com o objectivo comum de aumentar a percepção da sociedade sobre esta problemática.
Melhores da Europa reunidos em França
Aluno da FEUP convidado pela IBM para evento europeu
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A IBM convidou um aluno da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) para participar no EMEA Best Student Recognition Event, que terminou a 13 de Julho no laboratório daquela multinacional, em França. O evento reuniu os 85 melhores alunos da Europa e teve em agenda um conjunto de acções em torno das mais recentes descobertas e tendências tecnológicas sectoriais. O aluno da FEUP seleccionado pela IBM foi Luís António Alves Ferreira (na foto), que viveu uma experiência de três dias ao mais alto nível. “O intercâmbio cultural com os outros estudantes foi o mais importante para mim. O grupo era muito heterogéneo. A maioria eram estudantes mais velhos, a fazer mestrado ou doutoramento. Muitos deles já trabalham na IBM”, confessa Luís. “Apesar desta diversidade consegui estabelecer relações de amizade com algumas pessoas e, sobretudo, alargar a minha visão da realidade. Hoje sou, em alguns aspectos, um Luís muito diferente do de há uns dias atrás. Foram três dias muito intensos ao nível intelectu-
al e humano”, reconhece o aluno da FEUP. Para dar início ao processo de selecção dos candidatos, os alunos tiveram de enviar um e-mail a manifestar o seu interesse nesta acção, juntamente com o respectivo currículo e a actual média de curso, bem como um texto a justificar o motivo pelo qual deveriam ser um dos escolhidos para estar em La Gaude (França). A IBM utilizou este evento para mostrar algumas das soluções inovadoras na área dos conteúdos multimédia, automatização de processos, seguros e telecomunicações. Trata-se de uma de muitas iniciativas de parceria entre a FEUP e a IBM, multinacional que é uma das grandes impulsionadoras do MESG, um curso de segundo ciclo que arrancou em Setembro na Faculdade de Engenharia. Este novo mestrado vai dar resposta à necessidade de formação na área dos serviços, que hoje em dia é responsável por mais de 70 por cento do emprego e do Produto Interno Bruto de grande parte das economias ocidentais. Esta área dos serviços é baseada, cada vez mais, nas modernas tecnologias, o que coloca desafios exigentes aos campos da engenharia e da gestão. No caso da IBM, acabou mesmo por definir como prioritária a aposta na Ciência, Engenharia e Gestão de Serviços como prioridade, dada a falta de recursos humanos a nível internacional. A FEUP tem vindo a negociar com a IBM a possibilidade de alunos seus fazerem estágios em
projectos inovadores com ligações à multinacional, ou mesmo em projectos de investigação por ela liderados, em várias partes do mundo. Empresas como o Banco BPI, a Critical Software, a McKinsey, a Portugal Telecom, a PT Inovação, a Novabase, a SAGE ou a Sonae Distribuição são algumas das que apoiam o desenvolvimento do MESG. www.fe.up.pt/mesg
D.R.
O convite foi dirigido a estudantes finalistas de licenciatura e a candidatos ao Mestrado em Engenharia de Gestão e Serviços (MESG). O processo de selecção envolveu várias etapas, mas a oportunidade de participar no EMEA Best Student Recognition Event, de 11 a 13 de Julho, em La Gaude, pertenceu a um aluno do terceiro ano de Engenharia Informática e Computação.
FEUP POR DENTRO
FEUP e Qimonda Portugal juntas em colaboração inovadora
Mundo real de I&D ao alcance dos alunos da FEUP Os alunos terão brevemente acesso remoto à área de testes da multinacional alemã Qimonda, em Vila do Conde, contactando com equipamentos de ponta a nível mundial . Através da cadeira “Teste de Sistemas Electrónicos”, que terá a duração de um semestre, os estudantes do 5º ano da opção de Telecomunicações, do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, terão ligação directa ao mundo real no domínio da investigação e desenvolvimento, já que as aulas terão uma forte componente prática na área de teste da Qimonda. A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e a Qimonda Portugal estão a iniciar uma colaboração inovadora numa disciplina que a partir de agora permitirá aos alunos aceder remotamente a equipamento sofisticado, convivendo assim de perto com actividades de desenvolvimento na multinacional alemã de produção de memórias DRAM. A cadeira “Teste de Sistemas Electrónicos” tem a duração de um semestre e visa proporcionar aos estudantes do 5º ano da opção de Telecomunicações, do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores uma ligação directa ao mundo real no domínio da investigação e desenvolvimento, já que as aulas terão uma forte componente prática na área de teste da Qimonda. Na base deste acordo está a necessidade sentida pela Qimonda Portugal e pela FEUP de unir esforços no sentido de aproveitar a excelência
de cada uma das organizações na respectiva área de actuação. Isto é, sendo a Qimonda Portugal uma unidade avançada de produção de memórias DRAM e de capital intensivo, investe de forma considerável na investigação. Com esta colaboração, a Qimonda poderá retirar benefícios a prazo, já que acaba por ficar mais próxima do universo académico, não apenas através dos estudantes, como também dos docentes e dos investigadores da FEUP, a braços com situações semelhantes às da multinacional. Com uma duração prevista de 14 semanas, a disciplina “Teste de Sistemas Electrónicos” tem, nas primeiras quatro semanas, um enfoque muito especial no enquadramento dos estudantes no universo Qimonda. A liderança e o trabalho em equipa são dois aspectos fundamentais desta fase da disciplina. As restantes semanas contemplam aulas em que os alunos terão a oportunidade de trabalhar com a área de teste com parte teórica e prática. No que se refere a esta última etapa, os alunos recorrerão à utilização remota de um equipamento de teste, fisicamente localizado nas instalações da Qimonda Portugal. Desta forma, os pesados encargos com a manutenção deste sistema são assegurados pela multinacional que, naturalmente, dispõe de equipas especializadas para o efeito. A avaliação dos alunos é feita de forma parcelar, ou seja, cada uma das etapas da disciplina tem uma nota autónoma, sendo que a parte prática tem um peso substancialmente superior à teórica.
Ligação ao mundo real Quando, dentro de uma multinacional, surge um problema ou é necessária uma troca de ideias sobre um determinado passo de investigação de um produto, a solução passa invariavelmente por partilhar conhecimentos via Intranet ou através de uma ferramenta semelhante, como a videoconferência. Do mesmo modo, os laboratórios à distância são utilizados numa série de ramos de actividade e em diversos tipos de ensino científico. Esta nova disciplina, criada no âmbito do espírito de Bolonha, permitirá aos alunos da FEUP ter acesso remoto a equipamentos de fabrico de memórias DRAM existentes na Qimonda. Desta forma, obtêm formação avançada neste domínio e adquirem competência para, uma vez formados, poderem ir de encontro às necessidades de empresas como a Qimonda.
Curiosidade A Qimonda Portugal, localizada em Vila do Conde, é actualmente a maior fábrica europeia de montagem e teste de produtos de memórias, pertencendo à multinacional Qimonda AG, com sede na Alemanha. A produção de semicondutores, nomeadamente de memórias DRAM, é destinada a computadores, servidores e outros terminais digitais, como leitores de MP3, telemóveis, câmaras fotográficas digitais e consolas de jogos, entre outros.
Professor da FEUP recebe galardão mundial de mérito
José C. Príncipe reconhecido pela maior sociedade técnica mundial
José C. Príncipe (na foto) é professor e investigador na Universidade da Florida (Estados Unidos da América) desde 2002 e está ligado à FEUP há dois anos. Em Agosto passado recebeu, em Lyon (França), o galardão “2007 IEEE Engineering in Medicine and Biology Society Career Achievement Award” atribuído anualmente por cada uma das sociedades do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) - maior entidade técnica mundial, que conta com mais de 370 membros - e, neste caso, é o reconhecimento pelo contributo do docente na área da Engenharia Biomédica ao longo de 20 anos de carreira. Com quatro livros editados é ainda autor de 14
capítulos em publicações especializadas, 116 artigos em revistas, participou em 276 conferências, cinco patentes registadas e supervisionou 50 doutoramentos e 61 mestrados. José C. Príncipe é ainda lembrado como o investigador que desenhou um dos primeiros sistemas de análise automática em tempo real para diagnósticos a epilépticos e de análise do sono usando um microcomputador de 16 bits (entre os anos de 1976 e de 1979). “Este é, sem dúvida, um dos momentos mais altos da minha carreira, pois é o reconhecimento de contribuições contínuas durante 20 anos de actividade”, afirma o investigador, que acrescentou ser “uma honra fazer parte deste grupo muito exclusivo de cientistas”, já que nem todos os anos o prémio é atribuído. Actualmente, está envolvido no projecto “Brain Computer Interfaces”, para descodificar a intenção de movimento em doentes paraplégicos directamente das ondas cerebrais.
Sabia que…
José C. Príncipe é o director do novo Programa Doutoral em Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Faculdade de Engenharia, sendo ainda presidente da Comissão Internacional de Acompanhamento Científico do INESC Porto e consultor da direcção deste instituto. Possui graus académicos em Engenharia Electrotécnica da Universidade do Porto (bacharel), da Universidade da Florida (Master e Ph.D.) e um Laurea Honoris Causa pela Universidade Reggio Calabria (Itália).
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O docente da FEUP José C. Príncipe, professor catedrático convidado do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores, foi recentemente reconhecido com um galardão de elevado prestígio por parte da maior entidade técnica mundial, o Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE).
FEUP POR DENTRO
Apresentação de doutoramentos em sustentabilidade energética
Abertura nacional dos cursos MIT Portugal decorreu na FEUP Fotos de: Isabel Marques
FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
concepção dos sistemas de energia, no âmbito de um desenvolvimento sustentável. Este programa é destinado a Mestres em Engenharia Mecânica ou Electrotécnica (ou outras áreas de reconhecido mérito pela Comissão Científica do programa) e a licenciados nas mesmas áreas. Os programas visam a qualificação avançada na área dos sistemas de energia numa perspectiva sistémica, incluindo a análise da procura, da oferta, das energias renováveis, das tecnologias de conversão e dos seus impactos económicos e ambientais. Este conhecimento é crucial para o processo decisor e para uma gestão eficiente da energia. Os programas são especialmente desenvolvidos para quadros de empresas que queiram desenvolver os seus conhecimentos na área dos sistemas de energia, recém-licenciados que queiram adquirir uma vantagem competitiva no mercado de trabalho e investigadores que desejem desenvolver actividades inovadoras de investigação e desenvolvimento. Mais: pretende-se que o programa ajude a promover novas formas de interligação entre as universidades, as empresas, o Governo e a sociedade em geral, com o intuito de implementar políticas de energia sustentável e inovações tecnológicas. A abertura nacional dos cursos doutorais em Sistemas Sustentáveis de Energias decorreu no passado dia 3 de Outubro, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) com a presença oficial do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.
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Os cursos doutorais em Sistemas Sustentáveis de Energia, incluídos no Programa MITPortugal que, recorde-se, foi aberto oficialmente há cerca de um ano (11 de Outubro de 2006), foram apresentados recentemente numa cerimónia oficial que contou com a presença do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor que abriu formalmente os programas doutorais daquela área, tanto da FEUP, como da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, do Instituto Superior de Economia e Gestão e do Instituto Superior Técnico, bem como assistir à assinatura oficial dos Protocolos MIT-Portugal. O curso que será leccionado na FEUP está homologado no âmbito do Processo de Bolonha e será dirigido por João Peças Lopes, docente da Faculdade e investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC) do Porto. As áreas de especialização deste curso doutoral são quatro: “Planeamento de Sistemas de Energia”, “Cidades e Regiões Sustentáveis”, “Mercados de Energia” e “Redes Eléctricas Avançadas”. O objectivo é o cruzamento de novos conhecimentos nas principais áreas dos sistemas de energia, de modo a criar uma nova geração de investigadores aptos a desenvolver soluções na sustentabilidade energética. Assim, as disciplinas de Engenharia e de Economia vão estar em contacto particular na análise e
A saber
A FEUP oferece, além deste curso, outras certificações idênticas e diplomas de estudos avançados no âmbito do Programa MITPortugal, tais como o Programa Doutoral “Líderes para Indústrias Tecnológicas” e os Diplomas de Estudos Avançados “Technology Management Enterprise” e “Complex Transport Infrastructure Systems”. www.fe.up.pt/~pdsse
Curiosidade O Programa Doutural em Sistemas Sustentáveis de Energia no âmbito do MIT-Portugal é oferecido em associação por três Universidade portuguesas (Faculdade de Engenharia na Universidade do Porto – FEUP; Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa – FCUL; Instituto Superior de Economia e Gestão – ISEG, e Instituto Superior Técnico – IST, ambos da Universidade Técnica de Lisboa), em colaboração com o MIT- Massachussets Institute of Technology, numa associação sem precedentes a qual conjuga faculdades de engenharia com faculdades de ciências e de economia, para oferecer uma formação multidisciplinar, essencial para a análise e projecto de sistemas sustentáveis de energia. A abertura destes cursos representa o culminar de meses de trabalho cooperativo por uma vasta equipa de docentes e investigadores. O planeamento da estrutura curricular dos cursos e a elaboração dos programas das disciplinas contou com mais de 40 docentes das três Universidades Portuguesas envolvidas na área SSE e de 15 docentes do MIT, contanto ainda com a participação dos Industrial Affiliates da área temática dos Sistemas Sustentáveis de Energia do Programa MIT-Portugal: AGNI-INC, DEIMOS, EDP, EDP Inopvação, EFACEC, GALP ENERGIA, MARTIFER, e REN - REDES ENERGÉTICAS NACIONAIS.
FEUP POR DENTRO
Primeira faculdade portuguesa a receber acreditação
Atribuída pelo “Trusted Introducer”, a Faculdade de Engenharia passou a integrar uma equipa CSIRT (Computer Security Incident Response Teams) tornando-se a primeira instituição portuguesa de ensino superior a estar integrada neste rede europeia. A equipa de segurança informática da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) (na foto) recebeu recentemente uma acreditação internacional, atribuída pelo “Trusted Introducer”. A FEUP tornou-se a primeira instituição portuguesa de ensino superior a estar integrada na rede europeia de CSIRT’s, entidade que representa e identifica oficialmente o grupo de equipas dedicadas à problemática da segurança informática. Este projecto arrancou na FEUP há cerca de três anos – no Centro de Informática Prof. Correia de Araújo (CICA) – e a fase de acreditação internacional teve início no primeiro trimestre de 2006. O CSIRT.FEUP (http://csirt.fe.up.pt/) demonstrou a sua competência nesta área em diversas
ocasiões, numa delas identificando um problema de segurança que poderia ter afectado centenas de sistemas grid a nível mundial. Já inserida na rede europeia de CSIRT, a Faculdade continuará a desenvolver o seu trabalho na área de segurança informática sendo uma mais--valia a presença nesta rede na medida em que proporciona a partilha de informação e conhecimento com as outras equipas congéneres. Em Portugal apenas o CERT.PT (http://www.cert.pt/) – entidade da Fundação para a Computação Científica Nacional que presta apoio a utilizadores de sistemas informáticos na resolução de incidentes de segurança – possui esta acreditação. Trata-se de uma acreditação internacional que se afigura cada vez mais importante, numa altura em que as tecnologias de informação e comunicação se apresentam um dos meios indispensáveis para a actividade diária das organizações. E ainda mais na medida em que a presença on-line representa enormes perigos, nomeadamente aqueles que estão relacionados com a segurança informática, devido à crescente criminalidade nesta área.
FOTOLEGENDA Cidadão comum em contacto directo com cientistas e investigadores A Inova+, em parceria com o Europarque e o Visionarium, reuniu alguns investigadores da FEUP num grupo de investigadores que contribuíram activamente para o sucesso da “Noite Europeia dos Investigadores - Génios à Solta!”, um evento com dimensão europeia, que visou promover a interacção do público, particularmente o mais jovem, com os investigadores, desmistificando a sua imagem e revelando o seu papel na sociedade, os seus percursos de vida e o impacto da ciência na vida quotidiana. Esta iniciativa, que contou com o apoio da Comissão Europeia, decorreu no dia 28 de Setembro, simultaneamente em vários países europeus. Em Portugal, a Noite dos Investigadores 2007 teve lugar em Santa Maria da Feira, no Europarque e no Visionarium. A essência do evento passou pela apresentação de um conjunto de actividades repletas de emoções e experiências enriquecedoras, quer na perspectiva do Conhecimento quer do Entretenimento: experiências “hands-on”, jogos de equipa e dinâmicas de grupo, exposição de fotografias, workshops de danças de salão, sessão de karaoke, mostra de cocktails e salas temáticas (Sala da Inovação, Sala do Empreendedorismo). A FEUP foi um dos parceiros deste evento e esteve representada em várias actividades. www.inovamais.pt/noitedosinvestigadores
Fotografia de: Rui A. Cardoso
FEUP integra rede europeia de segurança informática
FEUP POR DENTRO
FEUP faz aposta decisiva na área automóvel
MIEM recebe automóveis da GAMOBAR para investigação
Fotografia de: Rui A. Cardoso
A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e o Grupo GAMOBAR estabeleceram recentemente um protocolo de colaboração técnico-científica com a duração de um ano, que surge da necessidade de promover o reforço da cooperação técnico-científica entre as duas instituições, considerando a importância da aproximação entre o meio universitário e o sector empresarial, nomeadamente às pequenas e médias empresas. Fruto deste acordo a empresa entregou três viaturas para investigação aos alunos das disciplinas de engenharia automóvel do Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica (MIEM) (ver fotos), e disponibiliza as suas instalações e meios técnicos para trabalhos e visitas de estudo. O grupo ligado à área automóvel – representante das marcas Peugeot, Opel, Chrysler, Jeep, Dodge e Alfa Romeo – proporciona ainda estágios
profissionais aos alunos da FEUP e atribui anualmente um prémio ao melhor aluno de MIEM. A longo prazo haverá uma estreita colaboração nos campos da investigação e da docência, serão estabelecidos mecanismos para a participação conjunta em projectos e estudos. Promover a inovação – factor decisivo para a competitividade das empresas – e contribuir para incutir aos futuros engenheiros uma cultura de responsabilidade, aberta à partilha de informação e à melhoria contínua, são outra das finalidades da parceria. A Faculdade de Engenharia disponibilizará espaços para a realização de acções comerciais e de marketing junto da população estudantil, promovendo a participação mútua em seminários, workshops e iniciativas públicas, entre muitas outras acções. Importa referir que foi o professor José Ferreira Duarte (foto em cima, ao centro), professor auxiliar do Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (DEMEGI) e grande impulsionador na FEUP de eventos ligados ao mundo automóvel (temos o exemplo dos eventos “Ser Piloto em Português”, “Fórmula 1 em português” e “Desafio Único”), o docente interlocutor no âmbito deste protocolo.
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FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
Acordo entre a FEUP e o Grupo GAMOBAR, assinado no passado mês de Setembro, estabelece cooperação técnico-científica, quer no campo da investigação quer na participação conjunta em projectos e estudos. O protocolo terá a duração de um ano e já disponibilizou aos alunos de Engenharia Mecânica três viaturas.
Faculdade de Engenharia debate prevenção dos sismos
Sísmica 2007 reúne especialistas internacionais A FEUP reuniu, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica, os melhores especialistas nacionais e internacionais na área de Sísmica e serviu de palco para uma discussão em torno da limitação dos efeitos das catástrofes naturais. Este encontro trienal na FEUP serviu ainda para revelar os mais recentes avanços no estudo da sismologia e da engenharia sísmica.
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Habitualmente, só se fala em sismos quando eles ocorrem e causam danos às populações ou aos edifícios. Por isso, a prevenção é fundamental e, nesse sentido, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) promoveu, entre os dias 26 e 28 de Setembro, a sétima edição do “Congresso Nacional de Sismologia e Engenharia Sísmica – Sísmica 2007”, em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica. À volta deste tema, que foi debatido no Auditório, estiveram alguns dos melhores especialistas nacionais e internacionais na matéria, que tomaram por base a implementação da nova regulamentação europeia (Eurocódigo 8) no âmbito da acção sísmica.
As preocupações com a previsão dos abalos sísmicos, bem como com o comportamento das construções durante eventuais ocorrências, são assuntos que preocupam a sociedade técnica, em particular a engenharia ligada à construção civil. Este encontro trienal na FEUP serviu para revelar os mais recentes avanços no estudo da sismologia e da engenharia sísmica. Ao longo dos três dias, foram várias as comunicações de convidados sendo o derradeiro dia dedicado ao tema “Avaliação da Segurança Sísmica”, com peritos internacionais. Por se tratar de um tema tão sensível, ainda que alvo de pouca discussão pública, foram vários os patrocinadores que juntamente com a FEUP abraçaram este desafio - a Ordem dos Engenheiros, o Instituto da Construção, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, a publicação Construção Magazine, a Administração dos Portos do Douro e Leixões, a Associação Luso-Britânica do Porto e a Rave – Rede Ferroviária de Alta Velocidade, SA. Alguns dos temas debatidos foram “Avaliação da Segurança”, “Sismicidade, Movimentos Sísmicos e Efeitos de Sítio”, “Metodologias de Dimensiona-
mento Sísmico, Códigos e Normas”, “Reabilitação e Reforço do Património Construído”, ”Obras e Projectos de Engenharia Civil” e ”Efeitos Sísmicos e Dinâmicos em Redes de Alta Velocidade”, entre outros. www.fe.up.pt/sismica2007
FEUP POR DENTRO
Auditório da FEUP recebe figuras ilustres do panorama político e económico português
Jorge Sampaio e Rui Campos Guimarães novos sócios honorários do INEGI
Integrada nas comemorações do 20º Aniversário do Instituto de Engenharia e Gestão Industrial (INEGI), a cerimónia de atribuição do título de sócios honorários decorreu na FEUP, no passado dia 5 de Julho, e distinguiu o Dr. Jorge Sampaio e o Professor Doutor Rui Campos Guimarães (ver foto). Presidente da República entre 1996-2006, Jorge Sampaio empenhou-se pessoalmente no avanço tecnológico e científico português ao criar o Roteiro para a Ciência, onde pretendia conhecer e debater o panorama da ciência em Portugal e, ao mesmo tempo, chamar a atenção de toda a comunidade para que a aposta no desenvolvimento das novas tecnologias fosse uma realidade. Iniciativas como esta repetiram-se nos dois mandatos em que esteve à frente da presidência portuguesa, sempre com o intuito de lançar o debate e contribuir para a valorização do sistema científico e tecnológico nacional. Por seu turno, o Professor Doutor Rui Campos Guimarães foi o principal impulsionador, fundador e 1º Presidente da Direcção do INEGI, de tal modo importante na vida da instituição que muitas das políticas de gestão implementadas no seu mandato continuam ainda hoje em vigor. Durante a sua intervenção, o professor Rui Guimarães recordou alguns momentos da sua
passagem pelo INEGI, demonstrando alguma emoção e “enorme orgulho” pela homenagem que o Instituto lhe prestou defendendo, também “a importância da acção do Instituto, nos seus 21 anos de existência, como uma mais valia para a região”. Visivelmente satisfeito com a atribuição do título, Jorge Sampaio confessou que “foi das coisas que mais me deixou feliz nestes últimos anos”, isto por ser “um homem de letras e não ter nada que ver com a área científica e de investigação”, algo que, na sua opinião, demonstra uma vez mais que “este instituto inova ao dar-me este prémio”. A cerimónia contou com a presença de inúmeras figuras conhecidas do meio empresarial e académico, como Belmiro de Azevedo, Valente de Oliveira, e os professores Carlos Costa e Augusto Fernandes, entre muitos outros. A terminar, e antes do Porto de Honra, decorreu uma apresentação do novo edifício do INEGI/IDMEC em construção no pólo da FEUP, por parte do arquitecto Pedro Ramalho, um dos autores deste projecto. www.inegi.up.pt
Novas instalações a partir de Dezembro Mais de uma década de esforços resultaram no arranque do projecto de construção das novas instalações do INEGI, em Agosto de 2006. O futuro edifício do Instituto está a ganhar forma no campus da FEUP e ocupará uma área total de 7609 m2. Na opinião do professor Augusto Barata da Rocha, presidente da Direcção do INEGI, o novo edifício trará “enormes vantagens para a actividade do INEGI, uma vez que permitirá criar condições de trabalho adequadas à realidade tecnológica do Instituto e aumentará, inevitavelmente, os níveis de motivação dos seus colaboradores. Por outro lado, a presença no campus da FEUP aumentará a proximidade entre o INEGI e o Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Induatrial (DEMEGI) da FEUP “com claros reflexos na qualidade do ensino e uma maior aproximação entre docentes e alunos nas actividades de investigação, inovação e desenvolvimento”, explica o professor.
D.R.
As duas personalidades foram distinguidas pelo papel determinante que tiveram em prol da divulgação das actividades científicas e pelo apoio incondicional manifestado no decorrer dos respectivos cargos públicos à ciência, encorajando muitas vezes o tecido empresarial a apostar na investigação científica portuguesa como factor decisivo para alcançar o sucesso internacional.
FOTOLEGENDA Fotografia: Filipe Paiva
Auditório acolhe sessão de boas-vindas aos novos alunos O dia 24 de Setembro marcou o início do ano lectivo para os alunos que entraram na FEUP pela primeira vez. Cerca de 750 jovens “caloiros” marcaram presença na sessão de boas-vindas que decorreu no Auditório, que nesse dia se viu transformado numa interessante moldura humana. Atentos e entusiasmados pelo arranque do novo ano lectivo, os alunos foram recebidos por professores e membros da direcção da FEUP: para além da mensagem de boas-vindas, a sessão ficou marcada pela apresentação do projecto FEUP. Único no país, trata-se de um projecto de integração dos novos alunos na dinâmica da faculdade. Para facilitar este processo e torná-lo enriquecedor, os alunos são convidados a formar pequenos grupos e a dedicar as primeiras semanas de aula à pesquisa e recolha de informações pelo campus da FEUP: o grande objectivo é fazer com que os alunos consigam dar resposta à questão inicial que lhes é colocada, investigando e conhecendo “os cantos à casa”. Depois de compilados os dados, os alunos são convidados a apresentar os resultados e a partilhar os conhecimentos com os colegas, numa convivência que se pretende positiva e dentro do espírito que se vive na FEUP.
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FEUP POR DENTRO
Biblioteca com actividade pioneira no suporte à Inovação e Empreendorismo
FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
A ligação à sociedade e ao tecido empresarial tem constituído uma preocupação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, enquanto instituição vocacionada para incentivar o desenvolvimento científico, a inovação tecnológica e a disseminação da informação científico-técnica. Neste sentido a Biblioteca da FEUP tem vindo a disponibilizar os seus serviços também a utilizadores externos, adequando-os às necessidade de informação dos seus utentes, pela utilização das tecnologias mais eficientes em matéria de armazenamento, acesso e difusão da informação Utilizar os serviços da Biblioteca da FEUP significa aceder à informação científico-técnica mais actual, pelo recurso às tecnologias de informação mais avançadas, beneficiando de um apoio personalizado e qualificado que atende à especificidade das necessidades de informação pessoais e organizacionais e que se constitui numa mais valia na vida profissional e pessoal e numa vantagem competitiva organizacional. Num oceano de informação por onde o ajudaremos a navegar – cerca de 40000 e-livros, 800000 e-teses, 4000 e-normas, centenas de milhar de epatentes, associados a pesquisas em bases de dados especializadas – acontecerá o clique que mudará o seu negócio ou redireccionará a sua investigação. Para mais informações contacte este serviço através de: biblioteca@fe.up.pt
FEUP acolheu curso europeu sobre transportes Os transportes e o futuro estiveram em discussão em Setembro na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Ao longo de duas semanas, duas dezenas de alunos de 19 universidades europeias estiveram envolvidos no curso de Verão denominado “Transporting, choose your future, choose life”, que contou com a coordenação académica do professor Álvaro Costa, reconhecido especialista nacional nesta matéria, com a participação de um conjunto de professores convidados. A organização do curso pertenceu ao BEST Porto, o grupo local do Board of European Students of Technology, que proporcionou aos alunos participantes aprofundarem o espírito europeu, através do intercâmbio cultural subjacente a estes eventos. De momento o BESTPorto encontra-se a preparar mais uma edição da “Competição de Engenharia” que consiste na realização de uma pequena prova (por exemplo a construção de uma estrutura de suporte ou um protótipo de um veículo) recorrendo a materiais simples e que requer conhecimentos básicos de Engenharia, num ambiente de trabalho em equipa e diversão.
Recta Final do “Desafio Único” conquista adeptos em Vila Real Dezasseis anos depois, os vilarealenses vibraram com o regresso das corridas ao mítico circuito urbano. As emoções da velocidade atraíram cerca de 100 mil pessoas que quiseram acompanhar bem de perto todas as provas do 40º Circuito Automóvel de Vila Real, que teve lugar nos dias 5, 6 e 7 de Outubro. Logo no primeiro dia, as atenções viraram-se para a última prova do Challenge “Desafio Único”, uma iniciativa da FEUP. Apesar da boa prestação dos alunos, o triunfo acabou por pertencer a Nuno Duarte do ISEP que somou mais pontos ao longo da época. Depois das comemorações, tempo para recarregar baterias e afinar motores para a próxima temporada: o sucesso do “Desafio Único” garantiu uma nova vaga de inscrições e ao que tudo indica o número de participantes ultrapassa o dobro do registado nesta época de estreia do “Challenge”. 30
Futebol Robótico conquista mais um troféu além fronteiras Entre 2 e 10 de Julho disputou-se em Atlanta, no Georgia Tech, mais uma edição do troféu Robocop. À semelhança das edições anteriores, a equipa FC Portugal (constituída por elementos da FEUP e da Universidade de Aveiro), foi a que obteve melhores resultados arrecadando mais um troféu para Portugal: a equipa venceu a competição de futebol da “Physical Visualization League”, alcançando o 2º lugar global da competição composta por demonstrações, desenvolvimento de ferramentas e competição de futebol. Esta nova liga disputa-se com os mini-robôs EcoBes (3x2x2cm) fabricados pela Citizen, misturando robôs reais com bola e balizas virtuais num ambiente de realidade mista.
FEUP recebe “Composites 2007” Subordinada ao tema “Mechanical Response for Composites”, a Composites 2007 decorreu em Setembro na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). A Composites 2007 é uma conferência temática no âmbito da European Community on Computational Methods in Applied Sciences (ECCOMAS) que procura abordar tópicos que se enquadrem na sua temática - “Mechanical Response for Composites” - como Danos Mecânicos Contínuos; Micromecânica; Nanocompósitos; entre outros. Com dois objectivos bem definidos (apresentar o estado da arte na área da análise de modelos para a resposta mecânica em materiais compósitos avançados e encorajar a discussão e contributo para novos desenvolvimentos nesta área), a “Composite 2007” teve o apoio de várias entidades, em particular do INEGI através dos investigadores do Instituto, Pedro Camanho (Conference Chairman) e António Torres Marques (Comissão Científica), que fizeram parte do Comité Científico e da Organização.
Ex-alunos da FEUP obtiveram bolsas de doutoramento Fulbright No Concurso de Bolsas de Doutoramento da Comissão Fulbright deste ano foram seleccionados dois ex-alunos da FEUP (da LEC e LEEC). Importa referir que este concurso seleccionou apenas seis bolseiros a nível nacional e que a FEUP conseguiu mais uma vez uma excelente representação. Ricardo Cardoso é licenciado em Engenharia Civil e investigador no CITTA (Centro de Investigação do Território, Transportes e Ambiente) da U. Porto. Rodrigo Carvalho é também licenciado pela Faculdade de Engenharia, em Engenharia Electrotécnica e de Computadores (ramo de Telecomunicações) e actualmente assume funções de investigador na Universidade.
Campanha de lançamentos do “Straplex” arrancou em Outubro A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) assistiu, no passado dia 5 de Julho, a uma apresentação do projecto Straplex (Stratospheric Platform Experiment), um programa de lançamento de cápsulas recuperáveis com equipamento científico capaz de alcançar a estratosfera (mais de 30km de altitude), através de balões de hélio. Nascido há dois anos no DEEC (Departamento de Engenharia Electrotécnica e Computadores), este projecto é maioritariamente desenvolvido por alunos e opera em estreita colaboração com a Agência Espacial Europeia (ESA). Para além do computador de bordo, as cápsulas lançadas contêm um sistema de navegação, telemetria, sensores e sistema de imagem, espaço para transportar as mais diversas experiências científicas até condições ambientais próximas das orbitais. Esta apresentação, que decorreu na sala B021, centrou-se no historial do projecto e as pessoas envolvidas. www.straplex.org
Regime Jurídico das Fundações em análise A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) promoveu no passado dia 12 de Outubro uma palestra sobre o novo regime jurídico que vai passar a regular o funcionamento e organização das universidades portuguesas, permitindo que estas adoptem o modelo de fundação, como alternativa ao da dependência directa do Estado. A sessão de esclarecimento contou com a presença de Cristina Paula Baptista, secretária geral do Centro Português de Fundações e autora do livro “As Fundações no Direito Português”, que deu um contributo avalizado sobre as implicações da nova legislação. Com uma vasta experiência no que se refere ao funcionamento das fundações, a convidada da FEUP debruçou-se sobre questões como a falta de antecedentes a nível nacional no que toca à especificidade do novo modelo, as diferenças entre o conceito de fundação agora proposto e o já existente, quais os direitos e garantias de docentes e funcionários se for adoptado este modelo ou ainda as vantagens de gestão e definição de estratégias próprias deste regime face ao modelo alternativo. Numa altura em que surgem algumas dúvidas relativamente a esta nova forma de gestão das universidades, a FEUP deu o seu contributo ao promover esta sessão de esclarecimento aberta a toda a comunidade, com o objectivo de elucidar os aspectos essenciais sobre a nova legislação.