EM FOCO
À CONVERSA COM…
I&D
A excelência da FEUP na BioEngenharia
Mário Barbosa: director do Mestrado Integrado em Bioengenharia fala do entendimento entre a FEUP e o ICBAS
Bonelike e Biomodelação 3D, dois casos de sucesso na medicina
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TERCEIRO TRIMESTRE 2006 FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
BIOENGENHARIA Pioneirismo consolidado na FEUP
FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
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SUMÁRIO
EDITORIAL
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AGENDA
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Outubro a Novembro
BIOENGENHARIA: PIONEIRISMO CONSOLIDADO NA FEUP À CONVERSA COM... MÁRIO BARBOSA
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No rescaldo da aposta da FEUP e do ICBAS no Mestrado Integrado de Bioengenharia, o BiFEUP esteve à conversa com o director do curso, professor Mário Barbosa, e percebeu que o aluno de Bioengenharia tem um papel de suma importância na sua própria formação. EM FOCO
Apesar de só agora apostar na formação de BioEngenharia ao nível da pré-graduação, há muito que a FEUP tem vindo a trabalhar nesta área, quer a nível do ensino pós-graduado quer ao nível da Investigação e Desenvolvimento. Conheça alguns dos inúmeros projectos de BioEngenharia onde esta Escola tem vindo a dar cartas.
OPINIÃO
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“Da Bioengenharia à Bioeconomia”, por Alexandre Quintanilha, Professor Catedrático do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e investigador em Biologia Molecular (IBMC) INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
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A FEUP desenvolve várias actividades de I&D bem sucedidas ligadas à Saúde. Saiba mais sobre o seu contributo para a medicina regenerativa do tecido ósseo. FEUP POR DENTRO
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Durante quatro dias a FEUP recebeu mais uma edição do Fórum emprego. Esta iniciativa foi, sem dúvida, a que mais marcou este terceiro trimestre de 2006, quer pelo seu cariz sempre inovador quer pelo seu objectivo tão evidente: estimular um contacto directo e privilegiado entre empresas, jovens finalistas e recém-licenciados da Faculdade. A atribuição de prémios e distinções de mérito a alguns docentes e investigadores da FEUP foram ainda alguns dos temas a que o BiFEUP deu merecido destaque.
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EDITORIAL
BIOENGENHARIA NA UPORTO As sociedades actuais são constantemente desafiadas na sua capacidade de adaptação a mudanças imprevistas e rápidas, tendo necessidade de lidar com problemas cuja resolução se coloca cada vez mais a uma escala global, nos sentidos geográfico e disciplinar do termo. A Bioengenharia, sendo uma área de interface entre a Engenharia e a Biologia, surge como resposta a alguns desses novos problemas da sociedade e representa, igualmente, uma oportunidade de ajudar a derrubar barreiras entre ramos do conhecimento, instituições e pessoas. Mas é também uma área de emergência de novos conhecimentos, que progressivamente vão adquirindo identidade própria. A importância das modernas Ciências Biológicas nos avanços obtidos nos domínios da saúde, alimentação e ambiente tem vindo a acentuar-se nas últimas duas décadas. Não é descabido afirmar-se que o grau de desenvolvimento económico das sociedades e os seus índices de qualidade de vida estão cada vez mais ligados à Biotecnologia. Isto sucede porque esta área do saber atravessa-se na evolução de muitas outras áreas igualmente importantes, bem como nos campos de aplicação associados, como sejam as engenharias tradicionais, a medicina, a agricultura, o ambiente e os novos materiais funcionais. O tecido social português ainda está relativamente mal informado sobre a amplitude das marcas que a revolução biológica está a começar a deixar no devir das sociedades modernas. É certo que o cidadão ouve falar, por exemplo, do papel das tecnologias biológicas no tratamento de efluentes, ou da genómica na prevenção e tratamento de doenças. Mas não interiorizou, ainda, o impacto que a intersecção das ciências de engenharia com os fundamentos da Biologia e Bioquímica já tem, e irá crescentemente ter, em sectores tão diversos como a agricultura de precisão, o vestuário, a robótica, os produtos alimentares transformados, a energia renovável, a química fina dos cosméticos e aromas, a química farmacêutica, a produção de órgãos artificiais para o corpo humano, a clonagem de tecidos e órgãos, a libertação controlada de fármacos para o combate localizado a infecções, a preservação de culturas vegetais sem recurso a agentes químicos tóxicos, etc. Algumas das aplicações referidas apoiam-se na articulação entre biotecnologia e nanotecnologia (utilização de nanopartículas e nanocápsulas inteligentes, por exemplo). Numa época em que se advinham problemas agravados de acesso a
D.R.
FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
Prof. Luís Melo*
Na última década, as escolas de Engenharia mais avançadas assimilaram a ideia de que as ciências base de engenharia passaram a abarcar não só a Matemática, a Física e a Química, como a Biologia. fontes de energia fósseis e aumentos dos seus custos, a Bioengenharia já testou a utilização de microrganismos que degradam poluentes de águas residuais para produzir electricidade em células de combustível microbianas (a curto prazo, ver-se-á a aplicação desta tecnologia em naves espaciais, usando como matéria-prima os respectivos esgotos). No futuro, iremos assistir a avanços no recurso à Engenharia Biomolecular na concepção de máquinas inteligentes. Na última década, as escolas de Engenharia mais avançadas assimilaram a ideia de que as ciênciasbase de Engenharia passaram a abarcar não só a
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FICHA TÉCNICA PROPRIEDADE Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto EDIÇÃO DCI Divisão de Comunicação e Imagem CORPO EDITORIAL Ana Martins, Carlos Oliveira, Cristina Soares, Paulo Jesus e Victor Silva
SEDE FEUP, Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465 - Porto Tel: 225 081 895 | Fax: 225 081 503 | e-mail: dci@fe.up.pt IMPRESSÃO MARCA – Artes Gráficas TIRAGEM 2500 exemplares
TEXTOS Ana Martins e Cristina Soares
DEPÓSITO LEGAL
FOTOGRAFIA Cristina Soares, Filipe Paiva e
Contacto para publicidade Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Rui A. Cardoso DESIGN GRÁFICO E PRODUÇÃO Victor Silva, Paulo Jesus | DCI FEUP
DCI - Divisão de Comunicação e Imagem Telef. 225 081 895 | e-mail: dci@fe.up.pt
Matemática, a Física e a Química, como também a Biologia (o chamado quarto “pilar”). Veja-se, a este propósito, a posição do MIT (Massachussets Institute of Technology, USA) que acrescentou a Biologia Celular e Molecular ao quadro de formação essencial dos seus engenheiros. A crescente matematização das ciências biológicas (de que é exemplo a abordagem das células vivas como “fábricas” no interior das quais existem complexos fluxos de informação, transporte físico e reacção bioquímica) facilitou a sua integração no universo conceptual da engenharia, esbatendo barreiras entre estas áreas do conhecimento. Por sua vez, as escolas de Saúde têm vindo a reconhecer a necessidade de incluir competências das chamadas “ciências duras” ou “exactas” na formação dos seus estudantes, “know-how” esse indispensável numa actividade profissional que, cada vez mais, vive de (e convive com) rápidos avanços tecnológicos. O Mestrado Integrado em Bioengenharia, agora lançado na Universidade do Porto, numa iniciativa conjunta da Faculdade de Engenharia e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, é um exemplo paradigmático da interacção entre saberes e pessoas de áreas tradicionalmente afastadas. Resulta, de facto, da congregação de alguns dos recursos de excelência de que a UP dispõe em vários domínios da Biotecnologia, conduzindo à criação de uma formação integrada em Bioengenharia com especializações em Engenharia Biomédica (aplicações na saúde humana, instrumentação médica, biomateriais, etc), Engenharia Bioquímica (aplicações industriais nos sectores farmacêutico, alimentar, controlo da poluição, química fina, etc.) e Biotecnologia Molecular (desenvolvimento de compostos como vacinas, proteínas recombinantes, etc. com recurso a tecnologias da Biologia Molecular).
* Director do LEPAE (Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente e Energia), professor catedrático do Departamento de Engenharia Química da FEUP; membro do Conselho Científico e docente do MIB.
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AGENDA
MCKINSEY RECRUTA NA FEUP
FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
No próximo dia 25 de Outubro, pelas 14h30, a líder mundial em consultoria estratégica McKinsey & Company vai estar na FEUP para se apresentar e discutir as oportunidades de carreira nesta empresa, lançando assim uma iniciativa de recrutamento orientada aos finalistas academicamente mais destacados da faculdade. Tendo como missão ajudar os clientes a obter melhorias substanciais e de forma sustentável na sua performance e, ao mesmo tempo, a construir uma firma capaz de atrair, desenvolver, motivar e reter pessoas de características excepcionais, nesta sessão a McKinsey & Company pretende também partilhar com todos os professores e alunos interessados a sua experiência e os princípios que aplica na resolução de problemas complexos com os seus clientes. Uma apresentação que se realizará na sala B023 e que se seguirá de um debate sobre os principais desafios para os Engenheiros que trabalham na área da consultoria estratégica. Contando com cerca de 100 consultores em Lisboa – metade dos quais engenheiros – a McKinsey & Company procura pessoas de qualidades excepcionais tanto pessoais como intelectuais, capazes de resolverem um problema mas também de se relacionarem com pessoas a todos os níveis, oferecendo uma carreira interessante e motivadora de evolução profissional.
VI JORNADAS DE ENGENHARIA QUÍMICA Subordinada ao tema “A Energia no caminho da Engenharia”, a VI edição das Jornadas de Engenharia Química irá realizar-se no próximo dia 7 de Setembro, no Auditório da FEUP. Promovidas pelos alunos do Departamento de Engenharia Química desta faculdade, as jornadas deste ano têm como objectivo apresentar soluções energéticas alternativas e sua viabilidade. Um tema bastante quente, que será debatido num contexto de subida constante do preço do petróleo e a controvérsia em torno da energia nuclear e por diversos especialistas de renome. http://paginas.fe.up.pt/jornadasdeq/6asjornadas/pagina/
JORNADAS DE HIDRÁULICA, RECURSOS HÍDRICOS E AMBIENTE 80 ANOS A FORMAR ENGENHEIROS No próximo dia 19 de Novembro a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto comemora 80 anos. Uma data que marca o baptismo oficial desta escola, em 1926, cujas raízes remontam à Academia Politécnica do Porto, o primeiro estabelecimento de ensino de Engenharia do país, criado a 13 de Janeiro de 1837 com a missão de formar engenheiros, oficiais de marinha, pilotos, comerciantes, agricultores, directores de fábrica e artistas.
A Secção de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente (SHRHA) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto vai realizar no dia 30 de Outubro de 2006, na Sala B032 da FEUP, as suas primeiras Jornadas de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente. Um evento de entrada livre, mas que implica inscrição prévia. Tendo por objectivo principal a apresentação de um conjunto de actividades de investigação e de extensão universitária em curso na FEUP, no âmbito desta área, estas jornadas contarão com diversas sessões durante todo o dia, a primeira das quais terá lugar às 9h15 e será intitulada “Engenharia Costeira e Portuária”. As seguintes sessões serão sobre “Gestão da Água”, “Investigação Aplicada em Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente”, “Águas Residuais e Poluição Hídrica” e “A rede de Hidráulica Hidranet”.
FEUP “MOSTRA-SE” DURANTE UMA SEMANA Como nem só de aulas se faz um engenheiro, todos os anos a Faculdade de Engenharia organiza a “Semana da FEUP”, uma iniciativa que pretende dar a conhecer as várias actividades extracurriculares desenvolvidas pelos seus alunos e incutir à comunidade académica o gosto pelo conhecimento científico, cultural e desportivo. Com data marcada para a semana de 30 de Outubro a 3 de Novembro, esta iniciativa funciona ainda como uma semana de reflexão sobre o presente e o futuro da FEUP. 6
WORKSHOP SOBRE “FILMES COMESTÍVEIS E/OU BIODEGRADÁVEIS” A FEUP e o CYTED (Ciencia Y Tecnologia para El Desarrollo) promovem no próximo dia 9 de Novembro, na Sala B032 da faculdade, o workshop “Avanços na tecnologia de filmes comestíveis e/ou biodegradáveis”. Inserida no âmbito das actividades do projecto XI.20 (Tecnologia de Películas Biodegradáveis para Alimentos nos países Ibero Americanos) do CYTED, esta iniciativa contará com especialistas de Portugal, Espanha, Brasil, Argentina, México, Uruguai, Chile e Equador. A entrada é livre.
FORMAÇÃO CONTÍNUA OUTUBRO – NOVEMBRO 23 a 27 de Outubro As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na Construção
16, 17, 23 e 24 de Novembro Dimensionamento de Estruturas Metálicas segundo o EC3
Responsável: Prof. Alfredo Soeiro
Responsável: Prof. Mota Freitas
8 a 10 de Novembro Execução de Plano de Segurança na Construção
Data a definir Gestão de Operações em Transporte Ferroviário (Homologado pelo ISHST)
Responsável: Prof. Alfredo Soeiro
Responsável: Prof. Álvaro Costa
À CONVERSA COM MÁRIO BARBOSA
Numa iniciativa conjunta da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), a Universidade do Porto previu para o ano lectivo de 2006/2007 um Mestrado Integrado de cinco anos na área de Bioengenharia. Com vista a preparar recursos humanos com capacidade para abordarem, de uma forma multidisciplinar, problemas de biomedicina e de biotecnologia industrial, sob as perspectivas da engenharia de processos e da engenharia molecular, esta aposta vai de encontro ao caminho de excelência que prossegue no que respeita à investigação na área da saúde. O BiFEUP esteve à conversa com o director do curso também docente da FEUP e investigador do Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB), professor Mário Barbosa, e percebeu que o aluno de Bioengenharia tem um papel de suma importância na sua própria formação.
ENTREVISTA DE CRISTINA SOARES FOTOGRAFIAS DE RUI A. CARDOSO
Director do MIB fala de um perfeito entendimento entre a FEUP e o ICBAS
”TEM SIDO UMA EXPERIÊNCIA EXTRAORDINÁRIA O ENTUSIASMO E O ESPÍRITO DE COOPERAÇÃO”
Como nasceu a aposta da FEUP no Mestrado Integrado em Bioengenharia? Em primeiro lugar, a aposta é da parceria FEUP/ICBAS. Sem ela, o curso de Bioengenharia seria uma coisa muito diferente. O que é essencial é a existência de uma verdadeira parceria, quero dizer, uma colaboração que funciona no dia-a-dia em regime de partilha de responsabilidades. Desde as primeiras fases da criação do curso tem havido um perfeito entendimento entre pessoas que, apesar de terem consciência da forma diferente como encaram um tema, acreditam que isso enriquece o debate e o resultado final: um curso que é oferecido aos alunos. Houve um longo processo de amadurecimento nas duas escolas e a ideia surgiu antes mesmo de se ter começado a falar na organização dos cursos segundo o acordo de Bolonha. Mas então, já se pensa há muito tempo em Bioengenharia na UP? Há mais de quatro anos! Aliás, a FEUP foi a primeira escola do País a oferecer esta formação a nível pós-graduado, em 1996, com a criação do Programa de Doutoramento e do Mestrado em Engenharia Biomédica, que funcionam de forma articulada e com a colaboração de docentes de vários departamentos da FEUP, do ICBAS, da FMUP e da FMDUP. Na verdade, embora se tenha equacionado a criação de uma licenciatura em Engenharia Biomédica, havendo condições para o seu funcionamento há vários anos, optou-se por não o fazer, de modo a ser possível oferecer uma formação mais abrangente. A ideia surgiu como resultado natural de várias coisas que aconteceram na Universidade do Porto. A nossa Universidade é reconhecida pela excelência da sua investigação na área da saúde, possuindo alguns dos centros nacionais mais prestigiados como o IBMC e o IPATIMUP. A UP é também um dos principais pólos de investigação em Engenharia Biomédica, que é realizada em vários centros, principalmente por investigadores com
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Os alunos sentir-se-ão responsáveis pelas escolhas que fizerem, e isso também é muito importante do ponto de vista formativo
ligações à FEUP. Não podemos esquecer ainda os vários departamentos da FEUP que têm actividades nesta área, bem como os institutos de interface e as unidades de investigação. Por exemplo, em 1989 foi criado o INEB, um instituto de interface da UP vocacionado para a Engenharia Biomédica, e que a partir de 2000 com a integração com o IBMC culmina num dos primeiros laboratórios associados criados no país pelo Ministério da Ciência e da Tecnologia. Concluindo, o caminho percorrido na investigação e na formação pós-graduada ao longo de vários anos dá à criação do curso em bioengenharia um carácter natural, pode-se dizer quase “inevitável”. E, claro, assente numa base sólida de investigação, hoje em dia essencial à oferta de cursos de qualidade. Quer dizer que, este novo curso vai de encontro à aposta crescente da FEUP em investigação nas áreas de Engenharia Biomédica, Bioquímica, e Molecular? Parece-me mais do que isso. Creio que marca bem o esforço progressivo da consciência de que a nossa escola deve criar parcerias com outras escolas da UP, o que aliás se tem verificado noutros domínios, incluindo através da criação de outros cursos. A FEUP adopta, desta forma, uma postura moderna sobre o papel da engenharia na formação de profissionais e na sua inserção na sociedade. 8
Podemos então considerar que foi um projecto que tardou mas ao qual não foram colocados entraves? Mais ou menos! Os «timings» foram os nossos maiores obstáculos. A aprovação tardia do curso obrigou a um grande esforço para se poder iniciar o ano lectivo dentro do prazo. Porém, tem sido uma experiência extraordinária verificar como o entusiasmo e o espírito de cooperação entre as duas escolas tem conseguido ultrapassar as dificuldades. O funcionamento das aulas práticas sob a
forma de laboratórios integrados, em que se utilizam conhecimentos de várias disciplinas, tem reforçado a noção de complementaridade. Vão ser necessários novos espaços laboratoriais, mas este ano estão reunidas as condições adequadas para que se garanta a qualidade do ensino. O papel dos alunos vai ser fundamental para que o curso venha a ter o grau de excelência que todos esperam. Vamos todos ter que trabalhar muito e usar a imaginação para sermos vistos como uma referência para os novos alunos e para os
Para lá da Engenharia Engenharia porquê? Primeiro escolhi Engenharia Química porque achava que tinha pouco desenho, mas do que eu não gostava mesmo nada era de desenho à vista. Depois, quando foi criado o curso em Engenharia Metalúrgica, mudei porque o meu avô era ourives e eu adorava fundir metais e fazer anéis. Se não fosse engenheiro o que gostaria de ser? Cheguei a pensar tirar medicina depois do curso de engenharia. Acho que nos biomateriais encontro o ponto de equilíbrio entre a Química (de sempre gostei muito) e as Ciências Biomédicas. Livro de eleição. Estou fascinado com o que estou a ler (espero acabar hoje), A Casa de Papel, de Carlos Maria Dominguez. Melhor filme. Solaris, de Andrei Tarkovsky. Projecto pessoal de que se orgulha. Ter contribuído para a criação do INEB em 1989, para a sua associação ao IBMC em 1994, e tudo o que os dois institutos têm feito para estabelecer pontes entre a biologia e a engenharia. Local de Eleição. Onde há um amigo.
potenciais empregadores. O facto de sermos umas das instituições na corrida de Bolonha ajudou de alguma forma a realização desta aposta? Não teve influência na criação do curso, mas na forma de o organizar como mestrado integrado. Todo o trabalho de base estava feito quando surgiu a legislação sobre a criação de novos cursos. Foi apenas necessário preparar a documentação de acordo com as exigências legais. E no que respeita ao plano curricular. Que novidade nos traz este curso? Um programa não rígido, adaptado à vocação de cada aluno e que vai exigir-lhe que faça opções sobre os caminhos a seguir. Os alunos sentir-se-ão responsáveis pelas escolhas que fizerem, e isso também é muito importante do ponto de vista formativo. O que não invalida contudo que, durante os dois primeiros anos, tenham uma formação muito sólida em Matemática, Física, Química e Biologia, que lhes servirá de apoio para as decisões que tomarem mais tarde. Haverá ainda um programa de seminários sobre aspectos relacionados com as actividades profissionais, incluindo a investigação e que lhes possibilitará, desde muito cedo, um contacto com as opções profissionais e os principais avanços científicos. Isso será feito num contexto em que se procurará dar uma dimensão internacional aos temas, inclusive através do envolvimento de especialistas estrangeiros, porque os bioengenheiros devem estar preparados para exercer a profissão tanto dentro como fora do país. O 3º ano do curso contempla um curto estágio de ambientação profissional. Em que moldes se vai realizar e com que objectivo, uma vez que o plano curricular também contempla um estágio semestral no final do 5º ano? É uma forma de permitir que os alunos tenham, tão cedo quanto possível, contacto
À CONVERSA COM MÁRIO BARBOSA
com as realidades das profissões que poderão exercer. Penso que os estágios em empresas, hospitais e laboratórios de investigação deveriam até começar mais cedo, logo a partir do primeiro ano. Seria excelente se os alunos tomassem iniciativas nesse sentido. O mercado de trabalho vai conseguir absorver estes novos licenciados? As perspectivas são muito boas face aos cenários que traçámos aquando da preparação do curso, mas só o tempo, em boa verdade, dará resposta a essa questão. Em que sectores de actividade (ou do tecido empresarial) a formação de licenciados nesta área é importante? Em geral em sectores da biotecnologia ligada ao ambiente, à saúde, aos equipamentos médicos, ao medicamento, à indústria alimentar e dos cosméticos, aos sistemas de diagnóstico... São tantas as actividades! Porém, é preciso que cada pessoa transforme o possível em concreto, e isso vai depender da sua capacidade de trabalho e de adaptação, mas também da forma imaginativa como usar as ferramentas que lhe for adquirindo durante a formação universitária e ao longo da vida. A aprendizagem continua quando se sai da universidade.
“Bioengenharia não é misturar Biologia e Engenharia” Bio significa “vida”. Engenharia, deriva do latim ingenerate, que significa “criar através de conhecimentos científicos, matemáticos e recursos tecnológicos”. Afinal, que significa Bioengenharia?! Mário Barbosa prefere não se preocupar demasiado com a definição das coisas pois acredita que uma definição “é sempre uma cápsula onde colocamos palavras, de preferência as mais certas, para dar contornos precisos ao que queremos definir”, preferindo por isso dar pouca importância no seu dia-a-dia de docente e investigador da FEUP ao que lhe definem “tim-tim por tim-tim”. Consciente de que na sua actividade, mas não só, “uma palavra trocada é um caldo entornado!”, dá importância à capacidade de cada um em exprimir, por palavras próprias, os conceitos, e sobretudo, de se fazer o uso correcto deles. “Acho mais importante saber usar a faca e o garfo do que ter uma definição precisa deles”, refere. (risos) Para o director do Mestrado Integrado em Bioengenharia “mais importante que uma definição do que é Bioengenharia é o facto de se realçar estarmos a falar de uma área de interface entre a Biologia e a Engenharia que usa os instrumentos de ambas”, adverte. Mesmo assim, lembra “Bioengenharia não é misturar Biologia e Engenharia, é fazer de ambas coisas diferentes daquelas que cada uma delas é, isoladamente”. Por outro lado, Mário Barbosa não esconde a sua preferência em olhar esta área de conhecimento no seu sentido mais lato, englobando áreas como Engenharia Biomédica, Engenharia Bioquímica e Engenharia Biológica. Recusando-se a definir algo que universalmente já está definido e aceite, desafia os alunos do curso: “Se calhar, os nossos alunos vão, daqui a alguns anos, através da sua prática profissional, dar um conceito próprio ao termo bioengenharia”.
A FEUP adopta, desta forma, uma postura moderna sobre o papel da engenharia na formação de profissionais e na sua inserção na sociedade
À CONVERSA COM MÁRIO BARBOSA
Afinal, que perfil deve ter o aluno deste curso? Vou responder pela negativa: não ser acomodado, não ter receio dos desafios, não esperar ter pouco trabalho, não ver o desconhecimento com vergonha, não ter aversão ao inglês como língua de trabalho, não ter vontade de aprender tudo em Portugal ou na universidade, e, sobretudo, não desistir das coisas em que acredite.
Mário Barbosa é professor catedrático da FEUP e coordenador científico do INEB. Licenciou-se na FEUP em Engenharia Metalúrgica e realizou o doutoramento na Universidade de Leeds (Inglaterra). Foi presidente da JNICT (Junta Nacional de Investigação Científica) e do Conselho Científico das Ciências de Engenharia da FCT. É Secretário-geral da Sociedade Internacional de Cerâmicos em Medicina e Fellow da International Union of Societies for Biomaterials Science and Engineering. Recebeu o George Winter Award da Sociedade Europeia de Biomateriais, atribuído a investigadores com uma carreira de excepção. Foi director do Programa de Doutoramento em Engenharia Biomédica, desde a sua criação em 1996 até recentemente. Faz parte do corpo editorial das revistas Biomaterials, Journal of Applied Biomaterials and Biomechanics, European Cells and Materials. As suas áreas de interesse são os biomateriais injectáveis para regeneração óssea e a interacção entre células e superfícies, à escala molecular.
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EM FOCO I&D DA FEUP EM BIOENGENHARIA
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Know-how de excelência numa área de vanguarda Apesar de só agora apostar na formação de BioEngenharia ao nível da pré-graduação, há muito que a FEUP tem vindo a trabalhar nesta área, quer a nível do ensino pós-graduado quer ao nível da Investigação e Desenvolvimento. Conheça alguns dos inúmeros projectos de BioEngenharia onde esta Escola tem vindo a dar cartas. REPORTAGEM DE ANA MARTINS
EM FOCO I&D DA FEUP EM BIOENGENHARIA
FRUTO DOS AVANÇOS DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA, a biologia começa a ser vista actualmente como uma das disciplinas de base das escolas de engenharia mais avançadas do mundo. E a FEUP não é excepção. Dedicando-se já há alguns anos ao ensino e à investigação em Engenharia Biomédica e em Engenharia Bioquímica, a Faculdade de Engenharia pode hoje orgulhar-se de possuir elevadas competências na área da BioEngenharia. É que, apesar de só agora apostar, ao nível da pré-graduação, nesta área – com o lançamento do Mestrado Integrado em BioEngenharia em conjunto com o Instituto de Ciências Abel Salazar (ICBAS) – há muito que a FEUP tem vindo a trabalhar, quer a nível do ensino pós-graduado (ver caixa) quer ao nível da Investigação e Desenvolvimento (I&D), em BioEngenharia. Actualmente, são inúmeros os projectos de I&D desenvolvidos pela FEUP, em áreas tão diversas como a Biomecânica, a Biomedicina ou a Bioquímica, e que têm contribuído de forma exemplar para inúmeros avanços científicos. Exemplo disso é o trabalho que Joaquim Marques de Sá, professor do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores (DEEC) da FEUP tem vindo a desenvolver há já duas décadas. Pioneiro nesta área, Marques de Sá coordena o grupo de investigadores que se debruçam sobre a temática do processamento de sinal do Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB) e foi das primeiras pessoas da FEUP a trabalhar na área da BioEngenharia, tendo sido também o primeiro director do Mestrado em Engenharia Biomédica. Autor de vários sistemas de processamento de sinal, o professor Marques de Sá está por trás do SisPorto, “um sistema único no mundo de análise automática do cardiotocograma, com vista a melhorar a assistência às grávidas em antepartum e intrapartum, criado em 1988 a pedido da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto”, recorda. Tendo envolvido “vários países do mundo na sua validação clínica”, hoje o SisPorto é utilizado em 10 hospitais portugueses, incluindo a maior maternidade do país - a Maternidade Alfredo da Costa -, na Holanda e no Brasil. Por trás deste sucesso está o carácter inovador e singular deste projecto de monitorização do cardiotocograma: “Enquanto que sistemas tradicionais fazem apenas o registo das frequências cardíacas fetais, das contracções uterinas e dos movimentos fetais, sendo depois o médico a interpretar os sinais, o SisPorto não só adquire como guarda e processa os sinais, permitindo ao médico avaliá-los posteriormente. E fá-lo em toda a enfermaria simultaneamente, determinando características de interesse diagnóstico dos sinais que o médico não vê. Por outro lado, o sistema dispõe de alarmes, chamando a atenção para situações de risco”, esclarece Marques de Sá. Lembrando que “muitos dos sistemas que existem são anteparto”, o docente da FEUP realça ainda o facto de o SisPorto ser “ante e intraparto [situação que levanta grandes dificuldades aos algoritmos de processamento]”. Na prática, esta inovação já foi validada clinicamente em mais de 10 mil casos.
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EM FOCO I&D DA FEUP EM BIOENGENHARIA
FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
O INTERESSE PELO AVANÇO DA MEDICINA na área da uroginecologia e pela melhoria da qualidade de vida das parturientes levou também Renato Natal, docente de Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da FEUP a aventurar-se na BioEngenharia. E o resultado final, apesar de ainda não estar à vista, promete ser surpreendentemente inovador e também único no mundo. Denominado “Modelação do dano do Pavimento Pélvico e respectivas implicações clínicas”, este projecto é liderado pela FEUP, mais precisamente pelo Instituto de Engenharia Mecânica (IDMEC) e está a ser desenvolvido em estreita colaboração com o Hospital de S. João. A ideia é a de estudar a mecânica associada aos músculos do pavimento pélvico. Uma área onde, segundo Renato Natal, “muito está por fazer” ao nível das engenharias clássicas. Iniciado em 2003 com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o interesse social deste projecto prende-se com o facto de a incontinência urinária (especialmente comuns em grávidas e no pós-parto) e outras patologias associadas ao dano do pavimento pélvico, como um prolapso, serem problemas com consequências bastante sérias não só a nível emocional como a nível económico-social. O objectivo é por isso o de estabelecer um indicador que permita ao clínico ter mais uma opção para poder decidir se, do ponto de vista das patologias associadas à Incontinência Urinária ou ao Prolapso, induzidas pelo parto, será mais aconselhável fazer um parto vaginal ou um parto por cesariana. “Uma situação que neste momento não é considerada, a não ser em casos que já tenha um historial neste sentido”, explica o investigador. E o que é particularmente inovador neste estudo é o facto de, eventualmente, no futuro poder passar a ser possível detectar, em mulheres sem historial clínico nesta área, qual a probabilidade de tal vir a acontecer, com base num exame pré-natal, à semelhança do que já é feito “corriqueiramente” ao nível das ecografias. Dada a morosidade do processo de evolução da ciência nesta área, Renato Natal não prevê a aplicação prática desta inovação a breve trecho. No entanto, este projecto, pioneiro a nível internacional, poderá ser um excelente ponto de partida para um sério avanço da Biomecânica.
Da pré-graduação à investigação avançada Numa visão mais purista, o Biodiesel não será imediatamente enquadrado por muitos na área da BioEngenharia. No entanto, trata-se de uma energia renovável, um dos sectores onde a BioEngenharia tem dado muitos frutos. Apresentado pelo Professor Manuel Fonseca Almeida – docente do DEMM (Metalurgia e Materiais) e investigador do LEPAE – em parceria com a Professora Conceição Alvim, docente do DEQ e também investigadora do LEPAE, o projecto “Concepção de execução duma unidade de produção de biodisel e sabão líquido a partir de óleos de fritura” foi aprovado no âmbito das Bolsas de Pré-Graduação que a Reitoria da UP lança todos os anos. Mas não ficou por aqui. “O facto de existir um projecto de pré-graduação é muitas vezes alavancador para uma investigação mais avançada”, lembra Fonseca Almeida. E o facto é que graças ao mote lançado por este projecto já há uma aluna a fazer o Doutoramento nesta área, mais precisamente na produção de Biodiesel, para melhorar aspectos particulares sensíveis no processo. Por outro lado, propôs-se já uma contratação dum pós-doc no âmbito duma candidatura do LEPAE. E a reboque da intenção de dinamizar esta área na Universidade do Porto, estão já a avançar outras candidaturas de projectos, um deles com o objectivo de fazer uma instalação piloto de produção de biodiesel e uma bancada de teste com motores diesel na FEUP. Uma ideia que já levou algumas entidades – como a STCP e a Câmara Municipal da Feira – a manifestar interesse em testar o produto final.
A FEUP pode hoje orgulhar-se de possuir elevadas competências na área da Bioengenharia
O ensino da BioEngenharia na FEUP
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A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto foi a primeira faculdade do País a oferecer formação pós-graduada em Engenharia Biomédica, tendo criado, no ano lectivo de 1996/1997, o primeiro curso de Mestrado em Engenharia Biomédica e o primeiro Programa de Doutoramento em Engenharia Biomédica. Formações que têm contado com a colaboração de docentes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), das faculdades de Medicina e de Medicina Dentária da Universidade do Porto. Por outro lado, há muito que a formação em Engenharia Química na FEUP inclui a disciplina de BioEngenharia. Actualmente, o espírito pioneiro mantém-se na FEUP, ao ser a primeira faculdade do país a criar um Mestrado Integrado em BioEngenharia (MIB). Este curso, uma iniciativa conjunta da FEUP e do ICBAS, pretende englobar as diferentes aplicações de Engenharia incluídas nesta formação, conhecidas internacionalmente por Engenharia Bioquímica (ou Engenharia Biológica) e Engenharia Biomédica, que correspondem a mercados de trabalho em parte diferenciados, mas com formação inicial de base comum. Contando com três Especializações – Engenharia Bioquímica, Engenharia Biomédica, Biotecnologia Molecular – após um Tronco Comum de dois anos, o MIB oferece várias saídas profissionais, nos ramos da Engenharia Biomédica, Engenharia Bioquímica e Biotecnologia Molecular.
TAMBÉM NA ÁREA DA BIOMEDICINA, mas desta vez ao nível dos dispositivos médicos e dos Biomateriais, a FEUP tem dado provas do seu knowhow. Carlos Fonseca, docente do DEMM desta faculdade e investigador do INEB, aperfeiçoou uma nova forma de fazer electroencefalografia (registo da actividade cerebral permite aferir determinadas patologias). O desafio, lançado pelo director Serviço de Neurofisiologia no Hospital de Santo António há alguns anos, consistia em “conseguir fazer, com um eléctrodo seco, o que já se faz com um de tipo húmido”. Isto porque, explica Carlos Fonseca, “os eléctrodos que tradicionalmente se usam obrigam a que se prepare a cabeça, sendo necessário aplicar uma pasta e só depois é que se faz o registo”. Algo que traz desconforto para o paciente, pode estragar o cabelo e pode até mesmo provocar alergias sérias devido ao gel que se usa. Um problema potenciado ainda mais quando se utilizam centenas de eléctrodos. O eléctrodo seco não necessita de preparação prévia do escalpe nem da utilização de pasta condutora. Lançado o desafio, Carlos Fonseca e Mário Barbosa, também docente da FEUP e investigador do INEB, contactaram o Inesc, e a Universidade de Aveiro (para a vertente da cerâmica), submeteram a candidatura à FCT. O resultado foi o desenvolvimento de um eléctrodo seco construído e testado nos laboratórios do consórcio e depois no hospital, em voluntários, e que despertou o interesse de uma empresa alemã. A ideia agora é a de desenvolver um capacete com eléctrodos de tipo seco. “Algo que não existe de todo, nem sequer na investigação”, garante. Inédita em todo o mundo também foi a descoberta que a Professora Olga Nunes fez no projecto “Degradação Biológica de Pesticidas - O Molinato”. Docente do Departamento de Engenharia Química (DEQ) e investigadora
EM FOCO I&D DA FEUP EM BIOENGENHARIA
EM FOCO I&D DA FEUP EM BIOENGENHARIA
do Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente e Energia (LEPAE), Olga Nunes liderou uma equipa de investigação que se propôs a ajudar uma fábrica que produz molinato - um herbicida usado mundialmente para eliminar ervas daninhas em culturas de arroz - e minimizar os seus efeitos no ambiente e na saúde pública. Tendo como principais objectivos a identificação e a caracterização de um consórcio microbiano capaz de degradar o molinato, a FEUP conseguiu isolar organismos que são capazes de mineralizar este pesticida, isto é, transformar o componente orgânico em componentes inorgânicos. Ou seja, não poluentes. “Um feito inédito e único no mundo, uma vez que não há mais nenhuma descrição de organismos capazes de mineralizar este herbicida”, garante Olga Nunes, que levou a FEUP ainda mais longe, já que, a partir deste projecto de I&D, acabou por descobrir um género de bactérias novo. É que uma das cinco bactérias isoladas “até então desconhecida, foi pela primeira vez descrita graças a esta investigação”, explica a docente. Também as bactérias – mas mais precisamente as bactérias autotróficas aeróbias oxidantes dos sulfuretos e do ferro – são neste momento alvo de investigação de António Fiúza, Professor do Departamento de Minas e responsável pelo Centro de Investigação em Geo-Ambiental e Recursos. Iniciado em 2005, o projecto “Respirometria da Libertação de Ácidos e a Utilização de Coberturas Consumidoras de Oxigénio como Método de Prevenir Emissões a Partir do Armazenamento de Resíduos Minerais”, pretende contribuir para o fim de um sério problema ambiental: a produção de ácido sulfúrico e, consequente, lixiviação de metais pesados com transporte por escorrimento e infiltração. Um problema resultante do armazenamento de resíduos industriais do tratamento de minérios. Em 2003 os proponentes do projecto elaboraram para o Inventário Nacional de Resíduos Industriais um levantamento da situação relativa aos Minérios Metálicos e Radioactivos em Portugal, tendo-se constatado a existência de várias situações preocupantes. Hoje, a equipa liderada por António Fiúza espera poder contribuir para diminuição do passivo ambiental elevado que existe, levando a soluções mais eficientes e à detecção das diferentes fases de transformação de resíduos através de medidas físicas. Algo que acarreta muitas vantagens e é completamente inovador: “Que eu saiba, nenhuma investigação estudou a respirometria deste tipo de microorganismos”, remata António Fiúza.
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EM FOCO I&D DA FEUP EM BIOENGENHARIA
Sabia que... Em 1988 realizou-se a primeira conferência nacional em Engenharia Biomédica e que esta foi organizada na Faculdade de Medicina com uma forte participação de docentes da FEUP e presidida pelo professor Marques de Sá?
FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
O Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) foi criado em 1989, na sequência dessa conferência? A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto foi a primeira faculdade do País a oferecer formação pós-graduada em Engenharia Biomédica, tendo criado, no ano lectivo de 1996/1997, o primeiro curso de Mestrado em Engenharia Biomédica e o primeiro Programa de Doutoramento em Engenharia Biomédica? No Mestrado Integrado em BioEngenharia participam docentes da FEUP de Departamentos tão diferentes como Química, Metalúrgica e Materiais, Electrotécnica e Computadores, Mecânica e Gestão Industrial?
O que é a BioEngenharia?
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Apesar de à primeira vista parecer uma área recente, a BioEngenharia “surgiu” na década de 60, altura em que começou a ser reconhecida como o ramo que resulta da interacção das ciências de engenharia com as ciências biológicas. Em 1965 é publicada a obra “Biochemical Engineering”, por Aiba, Humphrey e Mills. Mais tarde, em 1974, Lightfoot publicou o livro “Transport Phenomena in Living Systems”, uma obra pioneira no domínio da Engenharia Biomédica que corporizava já a integração das ciências de Engenharia nos sistemas biológicos humanos. No entanto, no seu sentido mais alargado, a BioEngenharia tem estado connosco há séculos, ou mesmo milénios. Prova disso foi a descoberta de uma múmia egípcia com 3000 anos que possuía uma prótese do pé em madeira. Bem mais tarde, já no século XIX, diversos avanços nas ciências médicas foram proporcionados através da engenharia, tais como o estetoscópio e os raios-X. Primando pela interdisciplinaridade, a BioEngenharia – enquanto área de interface entre a Biologia e a Engenharia – é uma plataforma em que se cruzam abordagens complementares propícias à emergência de novos conhecimentos. Criada na intersecção de áreas de aplicação tão diferentes como a engenharias, a medicina, o ambiente e os materiais funcionais, a BioEngenharia dá hoje frutos em sectores tão diversos como a agricultura, o vestuário, a robótica, os produtos alimentares transformados, a energia renovável, a química fina dos cosméticos e aromas, a produção de órgãos artificiais para o corpo humano, a engenharia de tecidos, a libertação controlada de fármacos para o combate localizado a infecções, a preservação de culturas vegetais sem recurso a agentes químicos tóxicos, entre outros.
SUPLEMENTO ESPECIAL
Fórum Emprego Durante quatro dias, cerca de sete dezenas de entidades participaram no Fórum Emprego, iniciativa da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) que, ano após ano, visa estimular um contacto directo e privilegiado entre empresas, jovens finalistas e recém-licenciados da FEUP. No âmbito das relações Universidade – Empresa, o evento, que decorreu de 25 a 28 de Setembro, contemplou um espaço de stands para empresas (Mota-Engil, Siemens, Bosch, Soares da Costa, EDP, EFACEC, foram seis das 21 entidades presentes) e um espaço para conferências, workshops e debates sobre a temática do emprego, empreendedorismo e criação de spin-offs . Por aqui passaram cerca de 60 oradores, entre os quais personalidades sobejamente conhecidas como Armando Tavares, presidente da Quimonda Portugal (ex-Infineon Tecnologies Portugal), Rui Guimarães, da COTEC Portugal, e Carlos Martins, da Martifer. O programa deste ano incluiu ainda as “Manhãs Abertas às Empresas” em que os laboratórios de ensino e investigação da FEUP abriram as portas ao mundo empresarial, mostrando a realidade académica em que os alunos desenvolvem competências e adquirem conhecimentos. Algumas entidades ligadas à formação e à temática do emprego também marcaram presença e deram a conhecer aos estudantes as melhores técnicas de procura de emprego, as mais eficazes estratégias para criação do próprio emprego, os financiamentos disponíveis para apoiar a fase de start-up de projectos inovadores, e ainda os diferentes programas de estágio nacionais e internacionais.
SUPLEMENTO ESPECIAL
BOLONHA NO ARRANQUE DA INICIATIVA
FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO 16
O Fórum Emprego arrancou com a conferência “Bolonha e o Mercado de Trabalho: Empregabilidade no Ensino Superior”, numa intervenção de Sebastião Feyo de Azevedo – professor catedrático da FEUP, vice-presidente da Ordem dos Engenheiros e membro da Comissão de Acompanhamento do Processo de Bolonha. O dia de abertura contemplou também dois workshops, intitulados de “Como Procurar Emprego “ e “O Curriculum Vitae e a Carta de Apresentação”. A conferência “O Desenvolvimento Sustentável na Engenharia” – com a participação do Director de Responsabilidade Social, Corporativa e Sustentabilidade da Mota-Engil S.G.P.S, Rui Pedroto, e do Director da Área Técnica da Soares da Costa S.A., Luís Afonso – encerrou o primeira dia.
SUPLEMENTO ESPECIAL
Qimonda “A participação no Fórum Emprego FEUP foi, sem dúvida, muito positiva para a Qimonda. Para além de ajudar a criar visibilidade (a empresa mudou recentemente de designação social), resultou numa série de contactos muito produtivos com estudantes, finalistas e graduados dos diversos cursos da instituição. A qualidade de ensino da FEUP, aliada ao interesse demonstrado pela empresa e pelas oportunidades de emprego e estágio que divulgámos, leva-nos a reforçar a aposta que fazemos na participação em eventos desta natureza. Em particular, neste ano de 2006, a organização do Fórum Emprego FEUP está de parabéns pelo profissionalismo que manifestou no apoio dado às empresas participantes”. Irene Martins (HR Partner)
Soares da Costa “A Soares da Costa, como Empresa voltada para o futuro que é, reconhecida internacionalmente pela excelência e inovação dos seus serviços, apadrinhou com muita satisfação o Fórum Emprego da FEUP, considerando-o um espaço privilegiado de contacto directo entre as Empresas e a Universidade (embrião do futuro e da mudança). Esta foi, sem dúvida, uma excelente oportunidade para conhecer a realidade académica, difundir a nossa imagem, divulgar oportunidades profissionais e, sobretudo, atrair jovens Engenheiros de elevado potencial”. Fernando Oliveira (Director de RH)
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OPINIÃO ALEXANDRE QUINTANILHA
DA BIOENGENHARIA À BIOECONOMIA Prof. Alexandre Quintanilha *
(*) Professor Catedrático do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e investigador em Biologia Molecular (IBMC)
D.R.
nicos para o estudo de inúmeras doenças assim como para a produção de órgãos que poderão um dia aliviar a sua enorme escassez para o transplante. Animais esses que têm facilitado o estudo dos mecanismos, ainda em grande parte misteriosos, da diferenciação celular. E nos humanos a informação genética tem sido fundamental no aperfeiçoamento do diagnóstico preditivo e preventivo e está a dar os primeiros passos no domínio da terapia. A descoberta da possível utilização de vários tipos de células estaminais e de diferentes processos de clonagem na regeneração de tecidos abre enormes possibilidades no futuro. Felizmente começamos a conhecer melhor os mecanismos de diálogo dos genes entre si e com o meio ambiente. Mas mantêm-se alguns dos receios. Será que sem querer iremos dar origem a organismos cujo funcionamento não conseguimos controlar perfeitamente e que poderão ser indesejáveis ou perigosos? A estes medos de base científica juntam-se outros de base ética. Será que temos o direito de manipular o código genético dos seres vivos? Curiosamente tanto a natureza como o homem há muito que, um pouco ao acaso, alteram o código genético dos seres vivos – através de mutações espontâneas, cruzamentos deliberados ou pela introdução de pequenos fragmentos de DNA transportados por vírus. Tendo em conta que mais de 99,9% dos seres vivos que existiram à superfície do nosso planeta já desapareceram, isto sugere que muitas modificações genéticas introduzidas foram sistematicamente eliminadas. Provavelmente por mecanismos de competição ou de colaboração inadaptados às sucessivas alterações ambientais. Outras modificações foram estabilizadas de tal forma que entre uma planta e o ser humano, aproximadamente 50% dos genes são idênticos. Mas a noção que cada um tem dos riscos associados à manipulação genética é muito variável e não tem unicamente a ver com o conhecimento biológico. Depende também de uma visão robusta versus frágil da Natureza e do nível de confiança que cada um tem relativamente às fontes de informação sobre estas questões. Mais problemática é a ideia de que o DNA possa ser visto como a identidade dos seres vivos e/ou a alma dos seres humanos. Como conciliar esta ideia com o facto de que cada uma das células do nosso corpo sofre milhares de alterações químicas ao seu DNA em cada dia, a maioria das quais (mas não todas), felizmente, são reparadas por mecanismos altamente eficientes? Esta questão da identidade entra também no debate sobre a clonagem, mas neste caso o meu receio inclina-se muito mais para a eficiência notável da clonagem cultural. Os enormes avanços das últimas décadas nas tecnologias não-invasivas de obtenção de imagens e de sinais tem permitido o estudo de outro dos grandes mistérios da bioengenharia; como funciona o cérebro humano? Ninguém duvida que as contribuições da bioengenharia para a saúde, o ambiente, a energia e a indústria estão a crescer. E o resultado é que a Bioeconomia veio para ficar.
OPINIÃO ALEXANDRE QUINTANILHA
Até meados da segunda metade do Séc. XX a Biologia limitava-se quase que exclusivamente a descrever a estrutura e a função dos sistemas biológicos. Enormes avanços na engenharia dos sistemas de sinal, imagem e espectroscopia, aliados a processos cada vez mais sofisticados de isolamento e purificação dos constituintes e dos produtos celulares, permitiram caracterizar a composição e o funcionamento desses sistemas (desde as células, aos organismos e aos sistemas ecológicos). Muitos domínios da Biologia, como a Bioquímica, a Fisiologia, a Imunologia, a Neuroanatomia, a Patologia e a Farmacologia deram passos gigantescos na compreensão dos sistemas vivos complexos usando instrumentação cada vez mais sofisticada no estudo do muito que não era visível a olho nú. Mas a “Engenharia Biológica” consistia, nessa altura, no melhoramento aleatório de espécies (animais, vegetais e de micro organismos) e na eficiência da produção de constituintes biológicos de valor acrescentado (nutrientes e fármacos). As descobertas da estrutura e dos mecanismos reguladores da função do DNA vieram alterar de forma profunda os nossos conceitos do que seria ou poderia vir a ser a Bioengenharia. A possibilidade de conhecer em detalhe e de manipular de forma precisa o código genético dos seres vivos veio alimentar muitas esperanças e alguns receios. Não só do ponto de vista científico como ético. A pouco e pouco, e à medida que se vieram a conhecer quais os genes responsáveis pelas características estruturais e funcionais dos seres vivos, tornou-se evidente que muitas destas características dependiam simultaneamente de vários genes e de mecanismos de feed-back altamente complexos. Mecanismos esses que envolviam vários tipos de células assim como as próprias condicionantes químicas e físicas do meio ambiente. A Biologia e a Engenharia aproximavam-se! A possibilidade de introduzir, e de “ligar” ou “desligar” um gene no sítio certo da célula escolhida e no momento apropriado passava a ser o grande desafio. Isto para não falar do problema de controlar vários genes simultaneamente no espaço e no tempo quando sabemos que a sua interacção determina significativamente a sua expressão biológica. Apesar destas dificuldades já somos capazes de aumentar a resistência de plantas a insectos, vírus e fungos assim como à seca e à salinidade crescente dos solos, e de produzir alimentos com maior valor nutritivo e que podem ser armazenados durante mais tempo. Hoje conseguimos transformar plantas em “bioreactores solares” com o objectivo de produzir novos tipos de fibras, novos enzimas e novos fármacos de enorme valor acrescentado. Muitos dos microorganismos utilizados há milénios na indústria alimentar e ambiental tem vindo a ser modificados para aumentar a sua eficiência e para reduzir os custos de produção em muitas indústrias novas. A possibilidade de usar enzimas de origem biológica que funcionam a temperaturas relativamente baixas e em meio aquoso em vez de catalizadores químicos que funcionam a altas temperaturas e em meios não-aquosos começa a ter um impacto energético e ambiental extraordinariamente positivo. Conseguimos animais transgé-
Hoje conseguimos transformar plantas em “bioreactores solares”! Com o objectivo de produzir novos tipos de fibras, novos enzimas e novos fármacos de enorme valor acrescentado.
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INVESTIGAÇÃO & DESENVOLVIMENTO
FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
Medicina Regenerativa do tecido ósseo: do Bonelike® à Biomodelação 3D
A família Bonelike®
Desenvolver actividade de I&D numa área de Engenharia ligada à Saúde constitui um forte estímulo e um grande desafio para docentes e investigadores, dada a sua grande complexidade. Exemplo disso é o projecto Bonelike e a Biomelação 3D, aplicados já com sucesso na área da cirurgia maxilofacial, implantologia e ortopedia.
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Do ponto de vista económico, a taxa de crescimento, na área da saúde, é bastante elevada. Basta lembrar que se a despesa pública em saúde, em Portugal, foi de 3,5 biliões de Euros em 1995, no ano 2003 o valor atingiu 7,4 biliões de Euros (a despesa global em saúde foi de cerca de 13,5 biliões de euros). No ano de 2003, o sector dos dispositivos médicos representava cerca de 6% do valor global da despesa em saúde em Portugal (800 milhões de Euros) e o dos medicamentos 26% (3,4 biliões de Euros). Nas economias avançadas, a despesa total em saúde representa, em média, mais de 10% do PIB*. Estes valores têm, entretanto, uma forte tendência para crescer, se pensarmos no aumento da esperança média de vida e nos elevados padrões de bem-estar das sociedades modernas. É também reconhecida a forte sensibilidade do sector, onde os critérios de fiabilidade, rigor, qualidade, etc., se cruzam com aspectos éticos, sociais e culturais, tornando esta área muito complexa. A investigação sobre células estaminais, e a sua aplicação clínica para a regeneração dos tecidos humanos, é um dos exemplos mais marcantes desta complexidade.
REGENERAÇÃO DO TECIDO ÓSSEO... NATURALMENTE Durante o meu doutoramento, surgiu a ideia de se desenvolver um novo substituto ósseo sintético capaz de reproduzir a composição química da parte mineral do osso humano. Seria criado, desta forma, um ambiente muito favorável à regeneração do tecido ósseo. Esta ideia começou a ganhar forma em 1990 nos laboratórios do IRC-Interdisciplinary Research Centre in Biomaterials, Reino Unido. Em 1999 foi registada, em definitivo, a patente europeia do novo substituto ósseo, da qual sou co-inventor juntamente com os meus colegas, Prof. Garth W. Hastings e o Prof. Jonathan C. Knowles e, mais tarde, registada a marca internacional Bonelike®. O Bonelike® é obtido através de um processo que consiste na adição de uma pequena percentagem de um vidro do sistema CaO-P2O5, que contém elementos que são importantes no metabolismo ósseo, tais como Ca, P, K, Mg e F, à hidroxiapatite sintética, Ca10(PO4)6(OH)2. Como os vidros podem ter uma grande latitute de composição química, é possível reproduzir a composição química mineral do osso humano. As colaborações científicas foram muitas até se atingir uma gama de produtos comercializáveis, envolvendo universidades do Reino Unido, Japão, Canadá, Austrália, e também diversos parceiros em Portugal. É hoje difícil medir todo o esforço desenvolvido, mas vale a pena lembrar alguns números: 7 Pós-doutoramentos, 14 doutoramentos (7 concluídos) e mais de 50 artigos publicados em revistas internacionais do SCI, em colaboração com investigadores nacionais e estrangeiros. Não posso esquecer também toda a logística necessária para a realização dos ensaios
clínicos em humanos, em regime de multi-centro. Em Portugal, os ensaios clínicos foram realizados no Hospital de S. João, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Hospital Geral de Stº António, envolvendo muitas equipas cirúrgicas. Os testes em humanos comprovaram os resultados obtidos com animais (coelhos, ovelhas e cavalos), que foram realizados no Japão, demonstrando que o Bonelike® promove a regeneração do tecido ósseo de uma forma muito mais rápida do que a hidroxiapatite sintética que existe no mercado, mesmo em pacientes com idade relativamente avançada. A sua aplicação clínica está a ser realizada em pacientes que sofreram de perda óssea provocada por traumatismo, envelhecimento ou doenças ósseas, nas áreas da cirurgia oral, maxilofacial, implantologia e ortopedia. Com o Bonelike®, o tempo de recuperação após cirurgia é diminuído, o que traz enormes vantagens para os pacientes e para as instituições de saúde. O Bonelike® é uma nova família de substitutos ósseos. Para além da marca Bonelike® para aplicação em cirurgia oral, maxilofacial e implantologia, existe ainda a marca Bonelike® Ortho para ortopedia e o Bonelike® 3D utilizado para a construção de próteses e implantes por medida, com base nas tecnologias de Biomodelação 3D e prototipagem rápida. O Bonelike® vai ser fabricado em Portugal, em câmaras limpas da classe 10000 destinadas para esse efeito e que são praticamente únicas no país. Foram também já estabelecidos acordos de comercialização com diversas empresas estrangeiras, nomeadamente da Holanda, Inglaterra, Argentina e Canadá. Com esta última empresa, está a ser desenvolvida uma nova formulação injectável com base no Bonelike® e num gel reabsorvível, para aplicação em cirurgia minimamente invasiva e com a possibilidade de ser
A
B
Utilização do Bonelike® na correcção do joelho varo, A) Pré-operatório, B) Pós-operatório
INVESTIGAÇÃO & DESENVOLVIMENTO
Modelo médico 3D utilizado para o dimensionamento do enxerto microvascularizado da crista ilíaca. (Serv. de Cirurgia Plast. Reconstrutiva e Maxilofacial, CHVN de Gaia)
utilizado como veículo de transporte de moléculas terapêuticas (antibióticos, anti-inflamatórios e proteínas morfogenéticas ósseas, por exemplo).
OS MODELOS MÉDICOS 3D E OS BIOMATERIAIS ANATÓMICOS Através de imagens de tomografia axial computorizada (TAC), ressonância magnética nuclear (RMN) e outras técnicas, é possível fabricar modelos médicos 3D, em formato electrónico e modelo físico, utilizando a prototipagem rápida. As vantagens da Biomodelação 3D nas áreas da cirurgia reconstrutiva e regenerativa são óbvias: permite a visualização 3-D das estruturas anatómicas e de todos os contornos específicos da patologia, o planeamento cirúrgico, a experimentação da técnica cirúrgica sobre o modelo físico, a diminuição do tempo operatório e do risco cirúrgico e torna mais fácil a comunicação entre o cirurgião e o paciente. No entanto, a sua grande vantagem centra-se na possibilidade de se fabricarem próteses e implantes especificamente adaptados ao local de implantação. Os novos Biomateriais 3D (Biomateriais anatómicos) apresentam características únicas. Por exemplo, podem possuir uma estrutura micro e macropo-
rosa 3D controlada, micro-topografia com grau de periodicidade definida e são desenhados especificamente para um local de implantação, com base na informação anatómica do paciente e no grau de biofuncionalidade pretendido. Os Biomateriais anatómicos são susceptíveis de poderem ser utilizados para o crescimento celular guiado, quer sobre a superfície quer através da sua estrutura interna macroporosa e interconnectiva. Eles possuem um enorme potencial na regeneração de tecidos, seja tecido ósseo, nervoso ou outro. Vários cirurgiões que trabalham em conjunto connosco utilizam correntemente os modelos médicos 3D no planeamento cirúrgico, no dimensionamento de retalhos livres (auto-enxertos micro-vascularizados), em particular no auto-enxerto de tecido ósseo obtido da crista ilíaca, do perónio ou do rádio. Vários trabalhos ao nível do fabrico de guias-cirúrgicas para a colocação de implantes zigomáticos têm também sido realizados, quando o maxilar apresenta reabsorção óssea acentuada. Os modelos médicos 3D têm sido usados em cirurgia maxilofacial, estomatologia, implantologia e ortopedia. Não se trata unicamente de trabalho de laboratório mas, fundamentalmente, nesta altura, de aplicações clínicas em medicina reconstrutiva e regerenerativa. A associação das técnicas de Biomodelação 3D ao fa-
brico de Biomateriais anatómicos tem sido por nós aplicada nas áreas da cirurgia maxilofacial e ortopedia. Com recurso a estas técnicas, os biomateriais mimetizam uma região anatómica específica do paciente e o cirurgião leva, para o campo cirúrgico, a prótese ou implante que foi previamente fabricado e perfeitamente adaptado ao local de implantação, com evidentes benefícios sociais e económicos para os doentes e para as instituições de saúde. A Engenharia de tecidos, isto é, a possibilidade de os biomateriais poderem ser colonizados com células diferenciadas do próprio paciente e, posteriormente, implantados, é também uma área que estamos a explorar em ensaios de experimentação animal. Nos EUA, esta tecnologia tem sofrido avanços muito significativos. E não podemos esquecer as vantagens únicas que podem oferecer as células estaminais, as quais se podem diferenciar em diversos tipos celulares e possuem a capacidade de se auto-renovar e dividir indefinidamente.
Texto da responsabilidade de José Domingos Santos, Professor Associado com Agregação da FEUP e investigador do INEB. * Fontes: Apifarma e CCDR-N
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FEUP POR DENTRO FOTOREPORTAGEM
DESAFIO NAAM06 FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO 22
Provando mais uma vez que nem só de exames vive um estudante, o Núcleo de Aeronáutica, Aeroespacial e Modelismo (NAAM) da FEUP promoveu – de 8 a 10 de Setembro – o Concurso de Aeromodelismo “Desafio NAAM06”. Ao todo foram 70 os concorrentes, entre universitários e aeromodelistas profissionais, e sete modelos em prova no Aeroclube da Costa Verde, em Espinho. Criada com o objectivo de projectar e construir aviões rádio-controlados para levantarem o máximo de carga possível e participarem numa prova de resistência, esta iniciativa reuniu instituições como a FEUP, o Instituto Politécnico de Bragança, a Universidade do Minho, o INEGI e o ISEP, tendo as restantes equipas sido formadas por profissionais e amadores da aeronáutica. E se nesta competição a vitória foi para a equipa da Universidade do Minho, também o NAAM ficou de parabéns, já que, a pedido de todos os concorrentes, se prepara já para repetir o sucesso desta iniciativa, com a realização do Desafio NAAM 2007.
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FEUP POR DENTRO NOTÌCIAS
Alumnideia já escolheu as três melhores ideias de negócio
Novas empresas garantem criatividade e cariz inovador FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
A Alumni LEIC, Associação de Antigos Alunos do Curso de Engenharia Informática da FEUP, promoveu recentemente um Concurso de Ideias de Negócio, que apresentou mais de 50 propostas de cariz inovador, centradas nas seguintes áreas: Tecnologias de Informação e Comunicação, Saúde, Biotecnologia e Energia. As equipas vencedoras receberam os prémios no passado dia 28 de Setembro, no Auditório da FEUP, durante a sessão de encerramento do Fórum Emprego FEUP 2006. Depois de duas fases de seriação que salvaguardaram a criatividade, a diferenciação e o cariz inovador e tecnológico, e cerca de 200 ideias apresentadas, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e a Associação dos Antigos Alunos da Licenciatura em Engenharia Informática e Computação da FEUP (Alumni LEIC) deram a conhecer, no passado dia 28 de Setembro, as três melhores ideias de negócio resultantes do Concurso Alumnidea.
Aberto ao público em geral, este concurso apresentou como áreas preferenciais as Tecnologias de Informação e Comunicação, a Saúde, a Biotecnologia e a Energia, reivindicando mais inovação e empreendedorismo. Constituindo uma iniciativa inédita em Portugal que tem por base modelos nórdicos, este concurso teve o mérito de fornecer aos participantes, gratuitamente, um conjunto alargado de meios e de não envolver qualquer tipo de capital de risco por parte do participante. Depois dois meses e meio de workshops temáticos em inovação, propriedade industrial, criatividade, business plan, marketing e internacionalização foram encontradas as melhores ideias de negócio (aquelas cujo projecto é dotado de validação científica e aplicabilidade prática), uma escolha difícil para as nove individualidades que compuseram o júri - o Prof. Carlos Costa (director da FEUP), o Engº Manuel Mendonça (presidente do INESC Porto), o Engº António Murta (em representação da COTEC e Enabler), o Prof. Emídio Gomes (director da APCTP), o Prof. Falcão e Cunha (director da MIEIG), Engº
Roberto Branco (director da Beta, Capital de Risco), Engº Pedro Peixoto (consultor), Engº Milton Sousa (consultor) e Prof. João José Ferreira (director do MIETE). Cada premiado recebeu o montante mínimo de 5 mil euros – capital que deverá ser aplicado na criação da empresa de negócio - mas também a possibilidade de um ano de espaço de incubação, formação e consultoria no Pólo Tecnológico da Maia. Salienta-se ainda que os montantes atribuídos (num total de 50 mil euros, 25 mil dos quais atribuídos em dinheiro e os restantes em consultoria ministrada na Escola de Gestão do Porto) foram financiados pelo INESC (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores), EGP, Beta Capital de Risco, IPortal Mais (spin-off internacional da FEUP), INOVA+ e Associação do Parque Ciência e Tecnologia do Porto. Aos vencedores foi ainda atribuído Software de Gestão pela empresa SAGE o mais recente parceiro na «corrida» AlumnIdeia.
conservadora, apontam para uma potencial poupança na factura energética em cerca de 2 milhões de euros anuais para as cimenteiras portuguesas. Os promotores vêem a pertinência da utilização desta ferramenta devido à análise das conjunturas, entre as quais: a escalada progressiva dos preços dos combustíveis fóssil e a pressão cada vez maior que cai sobre as indústrias ao abrigo do tratado de Quioto.
forma de visualizar as fotografias – geograficamente -, oferecendo aos utilizadores: organização, fiabilidade, segurança, partilha de fotografias e conhecimento visual.
Três ideias de negócio premiadas na FEUP OptiCim
GeoGaleria Da ideia GeoGaleria nasceu uma empresa no sector do desenvolvimento de aplicações Web. Este projecto pretende incrementar no mercado das aplicações móveis um álbum fotográfico com a introdução de uma nova
Face in Motion O projecto Face In Motion pretende fornecer as mais rápidas e flexíveis animações faciais de alta qualidade à indústria do entretenimento. Esta ideia de negócio automatizará o processo de “character setup” numa produção de animação, permitindo aos artistas digitais criar personagens, em menos tempo e menos dinheiro, quando comparado com as técnicas de animações tradicionais.
Fotografia Filipe Paiva
O projecto Prestação de Serviços e Consultoria Técnica para a Indústria do Cimento (OptiCim) tem como objectivo a redução dos custos de produção na indústria do cimento, a partir de significativas poupanças de energia num dos seus processos mais dispendiosos – a moagem (60 kWh/ton). Consequentemente, esta redução do consumo representa uma diminuição da “pegada ambiental” de uma indústria que é responsável por 5% das emissões de CO2 a nível global (excluindo a China). Para alcançar este objectivo, está em fase final de desenvolvimento um conjunto de algoritmos que modelam o processo, tendo em vista a sua optimização. As expectativas dos promotores, ainda que de forma
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FEUP FORMA COMISSÁRIOS TÉCNICOS Dando mais uma vez provas da sua vasta experiência no desporto automóvel, a FEUP organizou – em conjunto com a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) - um Curso de Comissário Técnico que decorreu em Outubro nas instalações da Faculdade de engenharia. Uma iniciativa que pretendeu colmatar o défice de formação nesta área. Programado com duas sessões teóricas e duas sessões
práticas, este curso foi frequentado por alunos da FEUP, que foram integrados nas equipas técnicas de diversos clubes: Targa Clube, Sport Clube do Porto, Estrela e Vigorosa Sport, Futebol Clube do Porto, Movimento Sport Clube e Clube Automóvel do Minho. Tendo como formador principal Gabriel Paula (FPAK), esta acção contarou com a colaboração, entre outros formadores, de João Rito (Clube Automóvel do Minho),
Diogo Acácio Leite, Luís Dias (Peres Competições) e José Ferreira Duarte (FEUP). As sessões práticas contaram ainda com a colaboração da Peres Competições, empresa com a qual a FEUP estabeleceu este ano um protocolo de colaboração.
FEUP POR DENTRO NOTÍCIAS
FEUP apresenta Projectos PESC
Numa iniciativa que reforça a adesão da FEUP a Bolonha e principalmente que demonstra que a Faculdade há muito apresenta práticas pedagógicas inovadoras, decorreu no passado dia 26 de Setembro uma sessão pública de apresentação dos Projectos PESC/FEUP elaborados ao longo do passado ano lectivo. A sessão terminou com um debate sobre os projectos e os progressos alcançados. A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) promoveu, dia 26 de Setembro, uma sessão pública que visou apresentar os Projectos PESC (Projectar, Empreender e Saber Concretizar), realizados na Faculdade ao longo do último ano lectivo. Recordamos que estes projectos foram lançados na FEUP em 2004/2005, com o objectivo de desenvolver nos alunos capacidades de trabalho em grupos multidisciplinares, de projecto, de concretização, de liderança e de empreendorismo, ou seja, indo de encontro aos princípios e métodos defendidos pelo Processo de Bolonha. Importa referir que a FEUP conta, pela primeira vez, com vários mestrados integrados na adaptação da instituição a Bolonha, e que o ano lectivo 2006/2007 representará para os alunos uma aprendizagem ainda mais eficiente, orientada para uma sólida formação tecnológica assente nas ciências básicas e da Engenharia. É neste contexto, que se salienta a importância dos Projectos PESC - projectos anuais ou plurianuais, liderados por alunos; realizados por grupos em que
trabalham, lado a lado, alunos de diferentes anos e, de preferência, de diversos cursos; com um orientador principal e, no mínimo, um segundo orientador, por grupo; visando a concretização de produtos com valor comercial (equipamentos, componentes, aplicações informáticas, sistemas de ensaio, etc), em suma, que confirmam a tradição da Faculdade no que toca a projectos que envolvem os alunos na sua própria aprendizagem e no desenvolvimento das suas capacidades de iniciativa. Ciente da importância de tornar esta aposta cada vez mais multidisciplinar, os projectos PESC encontram-se no momento abertos à participação de outras Faculdades e Universidades, de forma a envolver diferentes alunos, de diferentes áreas de saber, com diferentes experiências.
Curiosidade A convite da Fiat Clube de Portugal o projecto PESC “Desafio Único” esteve presente entre 29 de Setembro e 1 de Outubro na AutoClássico Porto 2006, que decorreu no recinto de Feiras do Porto – Exponor. O Fiat Uno de cor branca, embora ainda não seja um clássico, suscitou o interesse de aficionados e profissionais do sector clássico, não passando ainda despercebido aos olhares curiosos dos menos aficionados. Recordamos que este projecto PESC tem o apoio de várias entidades e tem como finalidade o lançamento de um desafio automóvel de baixo custo a nível nacional.
Fotografia Rui A. Cardoso
Mestrados integrados incentivam a novas práticas pedagógicas
A saber… O sucesso dos projectos PESC é visível em diversas iniciativas como o desafio NAAM – que integrou, durante esta sessão de apresentação no Auditório da FEUP, um aeromodelo elaborado no âmbito daquela actividade –, ou o “Shell Eco – Marathon” – um projecto com preocupações ambientais que objectiva o desenvolvimento de uma viatura para bater o recorde do mundo de consumo mínimo de combustível, destacando-se o primeiro lugar obtido no último concurso na classe Urban. Este último é um dos quatro Projectos PESC realizados na área da engenharia automóvel, um dos pontos fortes da inovação da FEUP, também patente no novo ramo de Produção, Desenvolvimento e Engenharia Automóvel do Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica.
DEEC promove tutorial sobre princípios arquitecturais de SOA A FEUP recebeu no passado dia 6 de Setembro, um tutorial sobre o tema “Patterns of Service-Oriented Architecture (SOA)”, da autoria do Prof. Uwe Zdun, da Vienna University of Technology, Áustria. Esta iniciativa destinou-se a investigadores, arquitectos e engenheiros de software e promete repetir-se brevemente. Sob a organização de docentes da Secção de Informática do DEEC, realizou-se na FEUP, no passado dia 6 de Setembro, um tutorial sobre o tema “Patterns of Service-Oriented Architecture (SOA)”, da autoria do Prof. Uwe Zdun, da Vienna University of Technology, Áustria. Destinado a investigadores, arquitectos e engenheiros de software, este tutorial apresentou “as características e conceitos fundamentais das arquitecturas orientada a serviços de uma forma tecnologicamente neutra através da explicitação dos seus principais padrões de software”, como explicou ao BiFEUP Ademar Aguiar, professor do DECC/FEUP e um dos organizadores do evento. Salientando-se pela abordagem inovadora com base em padrões,
e “fugindo de abordar o assunto do ponto de vista de uma tecnologia específica como é mais habitual ver em livros, outros tutoriais e arquitecturas de referência”, como explicou ainda o docente da FEUP, este tutorial procurou (e conseguiu) facilitar a compreensão de conceitos como SOA, patterns de SOA, princípios arquitecturais de SOA, contratos, interfaces, adaptadores, relação de SOA com processos de negócio, e estilos de arquitectura para SOA, e forneceu também orientações práticas na sua aplicação a uma tecnologia concreta. Com uma excelente adesão por parte do públicoalvo, tendo-se registado 52 participantes oriundos de empresas de software, centros de investigação e universidades (Altrantec, Câmara Municipal de Gaia, Critical Software, EFACEC/ASE, FEUP, INESC Porto, ISEP, ISPGaya, Primavera BSS, Shortcut, Univ. Fernando Pessoa, Univ. Castilla La Mancha), o tutorial foi um dos eventos que, organizados durante a visita do Prof. Uwe Zdun à FEUP, teve como objectivo mais alargado a promoção da cooperação de investigadores da FEUP e da Vienna University of Technology em tópicos de interesse na área de engenharia e arquitectura de software.
Dado o sucesso do evento, estão a ser organizados outros tutoriais (1/2 dia) e cursos curtos (de 2 a 3 dias) em colaboração estreita com investigadores internacionais, nos temas de modelação de processos, model-driven development, padrões de software, orientação por aspectos e metodologias ágeis.
A saber… O professor Uwe Zdun integra actualmente o corpo docente do Distributed Systems Group do Information Systems Institute da Vienna University of Technology, na Áustria. Os seus principais interesses de investigação incluem padrões de software, arquitectura de software, sistemas distribuídos, e sistemas web, tópicos sobre os quais é autor de artigos e livros, em revistas e conferências, das quais se destacam as EuroPLoP, CHI, ECOOP, and OOPSLA. É um membro bastante activo da comunidade de padrões de software (HillSide Group, http://hillside.net) tendo sido recentemente conference chair na EuroPLoP 2005, e program chair na EuroPLoP 2006.
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NOVAS INSTALAÇÕES DO INEGI ARRANCARAM EM AGOSTO
No passado dia 29 de Maio, no Anfiteatro da REN em Sacavém, foram entregues os Prémios Rede Eléctrica Nacional 2005, destinados a distinguir as melhores teses de Mestrado realizadas em Universidades Portuguesas sobre temas das Redes e dos Sistemas Eléctricos de Muita Alta Tensão. O primeiro prémio foi atribuído à tese intitulada “Análise de Grandes Perturbações na Rede Eléctrica Nacional”, de Susana Alexandra Barros de Almeida (na foto), e o segundo à tese “Desenvolvimento de ferramenta de ajuda ao projecto de sistemas conduzidos por eventos”, de Rogério Dias Paulo. Ambos os alunos concluíram o Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores da FEUP, so orientação dos professores Maciel Barbosa e Adriano Carvalho, respectivamente. Importa ainda referir que, no dia 8 de Setembro, a ex-aluna do Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores apresentou o artigo “Severe Contingencies Analysis in Portuguese Transmission System” no 41st International Universities Power Engineering Conference (UPEC2006), que se realizou na Northumbria University, Newcastle upon Tyne, UK, arrecadando o prémio de Melhor Artigo Apresentado.
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FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
Depois de mais de uma década de esforços o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI) vê, finalmente, o projecto de construção de novas instalações tornar-se realidade. As obras, que arrancaram no passado dia 4 de Agosto, a cargo da empresa Lucio’s Construção e Obras Públicas, estarão concluídas no final do próximo ano. O novo edifício do INEGI, que ficará situado no Campus da FEUP, terá uma área total de 7609 m2 e um custo de cerca de 5 milhões de euros. Do custo total perto de 3 milhões de euros são disponibilizados pelo Programa Prime, Medida 5.1, Acção B. Para o Professor Augusto Barata da Rocha, Presidente da Direcção do INEGI, o novo edifício trará “enormes vantagens para a actividade do INEGI, pois permitirá criar condições de trabalho adequadas à realidade tecnológica do Instituto e, inevitavelmente, aumentará os níveis de motivação dos seus colaboradores”. Por outro lado, a inclusão no Campus da FEUP aumentará a proximidade entre o INEGI e o Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (DEMEGI) da FEUP, com “claros reflexos na qualidade do ensino e uma maior aproximação entre docentes e alunos nas actividades de Investigação, Inovação e Desenvolvimento”, refere.
TESES DE MESTRADO DA FEUP ARRECADAM PRÉMIOS REN 2005
FEUP REFORÇA APOIO AO EMPREENDEDORISMO O Consultório de Ideias de Negócio, promovido pela FEUP em parceria com as Novas Empresas e Tecnologias – Business and Innovation Centre (NET-BIC) do Porto, vai continuar nesta instituição de Ensino Superior, mensalmente até Dezembro. Relembre-se que a iniciativa é dirigida a alunos de todas as licenciaturas, mestrado e e doutoramentos, professores, investigadores e técnicos da Universidade do Porto, e tem como principal objectivo clarificar dúvidas existentes sobre a criação de empresas e a estruturação de ideias de negócio. A dinamização do empreendedorismo e a criação de spin-offs académicos (empresas que surgem do conhecimento resultante de uma investigação científica ou tecnológica) são outras das prioridades. As restantes sessões estão previstas para 18 de Outubro, 15 de Novembro e 13 de Dezembro de 2006. Os interessados poderão inscrever-se através do e-mail empresas@fe.up.pt. Mais se informa que o atendimento é individual e confidencial.
SEBASTIÃO FEYO DE AZEVEDO ELEITO PRESIDENTE DO GTEEQ Em reunião realizada em Praga, no passado dia 27 de Agosto, o professor catedrático do DEQ/FEUP, Sebastião Feyo, foi eleito presidente para o triénio 2007-2010 do Grupo de Trabalho sobre Educação em Engenharia Química (GTEEQ) da Federação Europeia de Engenharia Química (FEEQ). O GTEEQ é um grupo de reflexão e discussão sobre temas relacionados com a educação em engenharia química que desenvolve a sua actividade no âmbito da FEEQ (associação fundada em 1953 e que é composta por 39 Sociedades ou Associações Profissionais Nacionais da área da Engenharia Química de 28 países europeus). Como presidente do GTEEQ caberá assim ao professor intervenções públicas e contactos com organizações europeias, asiáticas e americanas, promovendo desta forma a imagem e visibilidade internacional sobre o ensino da Engenharia Química e afins em Portugal, bem como as oportunidades que beneficiem instituições em parcerias europeias e os nossos alunos que procurem actividades internacional, como explicou ao BiFEUP Sebastião Feyo “desta actividade pode e deve «o País da Engenharia Química» (e muito em particular a FEUP e o DEQ/FEUP) retirar alguns dividendos que poderão ser significativos”.
ALUNOS E DOCENTES FEUP PARTICIPAM EM ESCOLA
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Um grupo de docentes do Departamento de Engenharia Química da FEUP (Luís Miguel Madeira, Fernão Domingos de Magalhães, Manuel Alves e Fernando Martins) e de oito alunos da FEUP (seleccionados de entre 44 candidaturas portuguesas), participaram durante o mês de Setembro, na Escola de Verão SAChE – School of Advances in Chemical Engineering, na Polónia. Durante duas semanas os participantes portugueses tiveram a oportunidade de abordar várias áreas de Engenharia Química e ao mesmo tempo contactar com professores e alunos do mesmo curso provenientes de diversos países. Financiada pela União Europeia no âmbito do projecto IP (Intensive Programmes – Sócrates/Erasmus), com a comparticipação do DEQ em 30% dos custos dos participantes portugueses, esta iniciativa foi considerada como “uma experiência muito enriquecedora tanto a nível académico como pessoal” que se pressupõe, por isso, a repetir-se no futuro.
D.R.
DE VERÃO NA POLÓNIA
FEUP POR DENTRO NOTÍCIAS
Grupo Local do BEST na Universidade do Porto
FEUP PERDE MAIS UM GRANDE VULTO DA ENGENHARIA
Robótica dá que falar na FEUP
No passado dia 8 de Setembro faleceu o Professor Jubilado do DEEC, Manuel Jazelino Vieira da Costa. Jazelino Costa colaborou durante mais 40 anos na FEUP, em particular no Departamento de Engenharia e Computação. Além da actividade docente, a que sempre se dedicou com grande empenho, exerceu inúmeras funções na Faculdade e no Departamento. De salientar, a criação do Laboratório de Electroquímica, no início da década de 60, a que foi atribuído o seu nome em cerimónia pública aquando da sua Jubilação em Janeiro de 2001. O Prof. Jazelino, como era usual chamarem-lhe, leccionou inúmeras disciplinas da área da utilização de energia; esteve envolvido em vários projectos de investigação; e, ocupou diversos cargos directivos por eleição ou por convite. Foi, sem dúvida, um Professor, um Mestre em toda a acepção da palavra. Pessoa extraordinária, com imensas qualidades humanas, e enormes capacidades de diálogo, grande credibilidade e extraordinária sensatez. Jazelino Costa era casado com a Professora Associada reformada do DEEC, Maria Eduarda, e tiveram quatro filhos.
A FEUP recebeu, entre 1 e 15 de Setembro, mais um curso de Verão BEST. Sob o tema “Wake Up, Join the Robolution!” o curso introduziu a temática da Robótica salientando a sua importância e desenvolvimentos crescentes. A organização do evento foi da responsabilidade de estudantes da FEUP que contaram com a colaboração de professores universitários e de diversos grupos empresariais. O núcleo do Porto do Board of European Students of Technology (BEST), fundado em 1989, promoveu durante o mês de Setembro mais uma edição do curso de Verão BEST. A iniciativa acolhida pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), instituição que apresenta um know-how consolidado no que toca à área da Robótica,. De resto, Luís Paulo Reis, docente da FEUP e um dos formadores do curso, é um dos líderes da actual campeã mundial de Futebol Robótico em Simulação 3D, contou com a inscrição de 20 estudantes provenientes de várias faculdades europeias e 46 alunos da Universidade do Porto, destacando-se o seu carácter de intercâmbio cultural. O curso deste ano alusivo ao tema “Wake Up, Join the Robolution!” contou com a participação de vários professores universitários experientes na temática (da FEUP, da Universidade do Minho e da Universidade de Aveiro) e reputadas empresas do sector (a Quimonda Portugal, a Bresimar e a Publindústria - edições técnicas). Importa referir que, além da vertente académica, o curso ofereceu aos estudantes estrangeiros um programa lúdico e turístico, que lhes permitiu conhecer melhor a cidade do Porto.
A saber… O BEST é uma associação europeia de tecnologia, que surgiu em 1989 com o objectivo de proporcionar aos estudantes das universidades envolvidas formação complementar e de fomentar a mobilidade e intercâmbio entre os estudantes europeus. Neste momento existem 65 grupos locais BEST em toda a Europa, em 65 Universidades de 25 Países Europeus, incluindo países da União Europeia e da Europa de Leste. Todos os anos mais de mil estudantes estão envolvidos activamente na organização e cerca de 350 mil estudantes têm a oportunidade de participar nas suas actividades. Um destes grupos locais é o Porto, representado pela Universidade do Porto.
ALUNO FEUP VICE-CAMPEÃO MUNDIAL DE ESPADA 2006 O jovem atleta de 22 anos, Joaquim Videira, estudante da FEUP e representou Portugal nos Campeonatos do Mundo de Esgrima realizados em Turim, e sagrou-se vice-campeão mundial na disciplina de espada, no passado dia 2 de Outubro. Depois de dois dias de intensa competição apenas perdeu na final e pela margem mínima (1 toque), com o chinês Wang Lei. Com este resultado, Joaquim Videira passa a integrar o escalão máximo de alta competição e vê assim asseguradas as melhores condições com vista à preparação e apuramento para os jogos Olímpicos de Pequim.
PRÉMIO INTERNACIONAL GERD ALBERS AWARD 2006 ATRIBUÍDO A DOCENTE DA FEUP No passado dia 18 de Setembro de 2006, em Istambul, Fernando Brandão Alves, arquitecto e docente no DEC/FEUP, e David Leite Viana, arquitecto e docente na ESAP, foram distinguidos com a atribuição do prémio internacional Gerd Albers Award 2006, pelo seu artigo científico intitulado “Maputo. From Colonial Model to Peripheralization of the Contemporary Urban Space”, publicado na revista internacional “Urbanística PVS ”, da Università degli Studi di Roma “La Sapienza”, editada por Federico Malusardi. Consistindo numa sinopse crítica de diagnóstico das dinâmicas relativas às mutações e características do actual espaço público urbano da capital de Moçambique, os autores deste artigo centraram-se na análise do espaço público da cidade de Maputo, “desenhando” estratégias para a sua requalificação.
REFLEXÃO SOBRE A EROSÃO COSTEIRA E EFEITOS SÍSMICOS JUNTOU ESPECIALISTAS NACIONAIS NA FEUP A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e a Câmara Municipal do Porto (CMP) reuniu especialistas de todo o país para um colóquio/debate sobre “Riscos Naturais e Danos”. Foram duas manhãs de palestras, que tiveram lugar na Sala de Actos da Faculdade, versando temas de risco: as alterações na linha da costa, a instabilidade das falésias ou o impacto de sismos nas estruturas históricas. Todas as palestras foram proferidas por investigadores e académicos das universidades do Porto, Minho e Lisboa, e estiveram abertas à participação de todos os públicos. Com estas sessões procurou-se relatar a experiência acumulada, com especial destaque para as vertentes de risco sísmico, erosão costeira e instabilidade geológica, às quais se junta a degradação patrimonial por fenómenos naturais. Foram igualmente relatados os respectivos desenvolvimentos actuais e orientações de prevenção para futuro. Importa referir que a Universidade do Porto criou muito recentemente, em Junho último, nas instalações desta Faculdade o centro de investigação CERUP – Centro de Riscos da Universidade do Porto -, cujo objectivo último é reforçar a capacidade institucional da Região Norte no domínio da relação entre riscos (naturais e tecnológicos), património e ordenamento do território.
Fotografia Rui A. Cardoso
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FEUP POR DENTRO NOTÍCIAS
Fotolegenda
Lufada de ar fresco na FEUP
Fotografia Rui A. Cardoso
FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
A FEUP recebeu no passado dia 25 de Setembro os primeiros alunos dos Mestrados Integrados segundo a batuta do Processo de Bolonha. Os primeiro anistas foram recebidos no Auditório pelo Director da Faculdade e, como já é habitual, ficaram a conhecer mais de perto o Projecto FEUP - uma realidade inovadora na área de ensino que faz parte dos planos de estudo dos cursos desde 2005.
FEUP DISCUTE ASPECTOS CRÍTICOS DOS PRÓXIMOS
DE INVESTIGAÇÃO EM ORTOPEDIA”
PROJECTOS DO TGV EM PORTUGAL
O Prémio Prof. Carlos Lima (um dos maiores vultos da ortopedia Portuguesa), anualmente entregue pela Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, distinguiu este ano como melhor artigo de investigação na área da Ortopedia, o trabalho intitulado “Bone Ingrowth in Macroporous Bonelike® for Orthopedic Applications”, dos autores: M. Gutierres, M. A. Lopes, S. Hussein, A.F Lemos, J. M. Ferreira, A. Afonso,T. Cabral, L. Almeida e J.D.Santos Este prémio é o resultado de um longo trabalho de colaboração na área da Medicina Regenerativa do Tecido ósseo para aplicação em Ortopedia que tem sido desenvolvido entre docentes e investigadores da FEUP, do INEB e o Serviço de Ortopedia do Hospital de S. João, envolvendo o novo substituto ósseo Bonelike®. Os premiados foram anunciados durante a sessão de encerramento do XXVI Congresso Nacional de Ortopedia que decorreu no passado mês de Outubro, no edifício da Alfandega no Porto. O Bonelike® foi objecto de uma patente europeia, onde um dos co-inventores é José Domingos Santos, professor da FEUP e investigador do INEB. O projecto envolveu diversas Universidades Europeias e do Japão, e contou com a colaboração da equipa cirúrgica dirigida pelo Dr. Manuel Gutierres (Serviço de Ortopedia do Hospital Geral de S. João) assim como os Prof. Trigo Cabral e Prof. Luís de Almeida (Responsáveis do Serviço e docentes da FMUP). Novas aplicações e linhas de investigação com este substituto ósseo estão já em curso.
Numa altura em que o Governo se prepara para anunciar alguns desenvolvimentos sobre a rede de alta velocidade - definida recentemente como uma opção estratégica do país -, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) organizou e acolheu, dias 12 e 13 de Outubro, um workshop intitulado “Via Férrea para Alta Velocidade”. O principal objectivo da iniciativa foi o de contribuir para a difusão do conhecimento nas diversas áreas da Engenharia que se relacionam com as vias de alta velocidade, colaborando na preparação do meio técnico nacional para a chegada do TGV a Portugal e, por isso, contou com a presença de vários especialistas internacionais - provenientes de países onde as vias-férreas de alta velocidade se encontram mais desenvolvidas - que partilharam com os participantes os seus conhecimentos científicos e técnicos.
Fotografia Rui A. Cardoso
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PROJECTO BONELIKE® RECEBE PRÉMIO DE “MELHOR ARTIGO
NASA confere prémio a investigador FEUP
O “Nasa H.J.E Reid Award for Outstanding Scientific Paper” foi atribuído ao artigo “Failure criteria for FRP laminates”, publicado no Volume 39 do Journal of Composite Materials, em 2005, e da autoria do professor da FEUP e investigador do INEGI Pedro Camanho e dois investigadores do NASA Langley Research Center, Carlos Dávila e Cheryl Rose. O artigo em questão resulta de uma colaboração prévia entre a NASA e o INEGI, “no contexto de um programa mais amplo que tem como objectivo desenvolver modelos analíticos e computacionais para projectar estruturas fabricadas em materiais compósitos avançados”, refere Pedro Camanho. Sobre o artigo publicado, o investigador explica que “apresenta novos critérios de rotura para materiais compósitos laminados”, ou seja, materiais plás-
Distinções e prémios 2006 - Nominated by the Structures and Materials Competency, NASA-Langley Research Center, for the Richard T. Whitcomb Aerospace Technology Transfer Award; - Royal Society International Incoming Short Visitor;
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A NASA premiou recentemente o artigo científico “H.J.E. Reid Award for Outstanding Scientific Paper” da autoria do engenheiro da FEUP, Pedro Ponces Camanho, professor auxiliar do DEMEGI/FEUP e investigador do INEGI. O artigo, publicado no “Journal of Composite Materials”, apresenta novos critérios de rotura para prever a integridade estrutural de materiais compósitos avançados laminados. Estes materiais são utilizados em várias indústrias, em particular na aeroespacial.
ticos reforçados com fibras (normalmente fibras de carbono ou de vidro), utilizados em várias indústrias, em particular na indústria aeroespacial. Para o docente da FEUP, que se encontra de Licença Sabática no NASA Langley Research Center (Hampton, Virginia, USA) a investigar efeitos de escala na fractura de compósitos laminados, este prémio “é um reconhecimento muito importante do trabalho sistemático sobre a integridade estrutural de materiais compósitos que temos desenvolvido em colaboração com a NASA. É também gratificante verificar que a investigação que desenvolvemos tem um impacto social, na medida que irá ser utilizada pela indústria aeroespacial para projectar, de forma mais rigorosa, segura e económica, as estruturas fabricadas em materiais compósitos”, remata.
2005 - Prémio Jovem Investigador em Mecânica Aplicada e Computacional (APMTAC); 1999 - “Window-on-Science Visitor” Air Force Research Laboratory – Materials and Manufacturing Directorate, Dayton, Ohio, U.S.A. and Air Force Research Laboratory- Space Vehicles Directorate, Albuquerque, New Mexico, U.S.A., 1999.
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Fotolegenda
Mudam-se os tempos…
Fotografia Rui A. Cardoso
FACULDADE DE ENGENHARIA UNIVERSIDADE DO PORTO
A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto recebeu no passado dia 15 de Setembro um grupo de ex-alunos muito especial. Do curso de 1940-1941 pelos corredores da FEUP passearam, num misto de curiosidade e perplexidade, os engenheiros Alberto Morais Cerveira (de Minas), António Brandão Braga (de Civil), Eduardo Abranches de Magalhães e Israel Benoliel (ambos de Mecânica) e Vítor Carneiro Veres (de Electrotécnica). Acompanhados por uma figura emblemática da FEUP, com a qual ainda hoje podemos cruzar-nos nos corredores da Faculdade, o Prof. Eduardo Sarmento (Civil), conheceram pela primeira vez as novas instalações da Faculdade de Engenharia no Pólo da Asprela, comemorando desta forma 65 anos de amizade. Recebidos na Sala de Actos com uma apresentação do plano de actividades da Faculdade, os visitantes seguiram em direcção ao Departamento de Engenharia Civil onde foram recebidos pelo director do Departamento, Professor Ferreira Lemos, seguindo para o Laboratório de Estruturas. A visita terminou no edifício da Biblioteca.
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