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FEUP Universidade do Porto Faculdade de Engenharia
MARÇO DE 2004 Propriedade e Edição da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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Portas abertas aos alunos do secundário Durante a "Semana Aberta", a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) abriu as portas aos alunos do ensino secundário proporcionando-lhes um contacto directo com a instituição e com os projectos nela desenvolvidos. Cerca de 3000 estudantes provenientes de 53 escolas de todos os distritos do Norte do País tiveram oportunidade de conhecer bem de perto o mundo académico. Esta aproximação da FEUP às escolas secundárias permitiu o esclarecimento dos jovens relativamente às áreas e cursos existentes. Para que pudessem ter uma visão mais clara daquilo que realmente se aprende e pratica na faculdade, os alunos tiveram a oportunidade de observar e assistir a diversas actividades que decorreram no campus da FEUP mas também no INESC. Desde palestras a visitas guiadas, passando por várias experiências, a FEUP apresentou um universo prático da Engenharia, ultrapassando as barreiras teóricas que limitam o conhecimento da área.
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De 1 a 5 de Março, para os alunos do secundário, os dias começaram com uma palestra de 30 minutos de duração sob o tema "Engenheiros, onde e para quê?". A partir daqui as opções eram diversificadas. Os mais aficcionados pela Engenharia Civil tiveram a possibilidade de conhecer alguns Laboratórios. Já na área da Engenharia Electrotécnica e Computadores foram realizadas algumas sessões de demonstração relacionadas com energia, telecomunicações e redes de computadores, robótica, programas de software e trabalhos experimentais do domínio da Química e Física. Relativamente a outras áreas da Engenharia, os vários Departamentos e respectivos Laboratórios estiveram abertos para visita dos alunos. A "Semana Aberta" contou também com algumas actividades permanentes como a visita à Exposição "Jóias da Terra, A Mina da Panasqueira" e "Chill out" na Biblioteca. Os estudantes puderam ainda visitar o Centro Informático Correia de Araújo (CICA), o Gabinete de Apoio à Utilização de Tecnologias de Informação (GAUTI), o Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) e também o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC).
Propriedade e Edição: Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Responsabilidade: Direcção da FEUP Coordenação editorial: Serviço de Relações Externas e Imagem Fotografia: Rui Nogueira Sede: FEUP, Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465 — Porto / Telf. 22 508 18 95 / Fax 22 508 15 03 / E-mail: sre@fe.up.pt Design gráfico e Produção: Mediana, Sociedade Gestora de Comunicação e Imagem — Porto Impressão: Rainho & Neves, Lda. — Santa Maria da Feira Tiragem: 1500 exemplares ISSN: 0872-5241 Distribuição gratuita Março 2004 BI disponivel no SIFEUP
O que pensam os alunos… 1. 2. 3.
Que comentário te merece esta iniciativa da FEUP? O que mais te entusiasmou na visita? Pretendes seguir engenharia?
Marta Ribeiro [16 anos], 10º ano de escolaridade 1. Parece-me uma iniciativa muito boa. 2. Gostei de toda a visita, mas sobretudo das experiências químicas. É muito interessante esta oportunidade que a FEUP nos dá de ficar a conhecer as áreas da engenharia, o que nos faz pensar no nosso futuro. 3. Sim, engenharia química, mas ainda estou indecisa.
João Raimundo [16 anos], 11º ano de escolaridade 1. É-nos dada a possibilidade de conhecer por dentro uma Faculdade à qual podemos concorrer depois da conclusão do 12º ano. 2. A Faculdade é muito boa, embora as médias sejam altas. Gostei, acima de tudo, e porque são as áreas que mais me interessam, de Engenharia Electrotécnica e Engenharia Informática. 3. Gostava de seguir quer um curso quer outro, daqueles que mencionei, mas preferencialmente Engenharia Electrotécnica pois tenho média.
Marta Silva [17 anos], 12º ano de escolaridade 1. É uma iniciativa muito boa pois permite-nos descobrir a Faculdade e perceber que interesses temos. 2. A Faculdade é boa. Através da visita, dá para perceber que tem bons equipamentos. Sim, engenharia química, no entanto ainda estou indecisa. 3. Sim, Redes e Informática.
Inquérito realizado nos dias 1 e 2 de Março de 2004
Tiago Morais [17 anos], 12º ano de escolaridade 1. Permite-nos conviver com outras realidades e esta Faculdade é mesmo a sério! 2. As instalações são fenomenais. 3. Engenharia Mecânica.
José Pedro Von Hafe [16 anos], 11º ano de escolaridade 1. Muito positiva, porque nos ajuda a conhecer uma realidade com a qual nos vamos confrontar dentro de pouco tempo. 2. Gostei de todas as sessões a que assisti. A Faculdade é grande, tem óptimas instalações. Gostei. 3. As áreas que mais me interessam são Mecânica e Civil, mas ainda não decidi.
Breves No dia 23 de Janeiro de 2004 tomaram posse, na qualidade de: Director da Licenciatura em Engenharia Civil, Alfredo Augusto Vieira Soeiro Director do Mestrado em Fundamentos e Aplicações da Mecânica dos Fluídos, Carlos Manuel Coutinho Tavares de Pinho
«Intervenção no património, Práticas de conservação e reabilitação» é o nome do livro que reúne as comunicações apresentadas no seminário com o mesmo nome que a FEUP organizou em Outubro de 2002, em colaboração com a Direcção Geral de Edifícios. Esta obra funcionará como um manual para futuros engenheiros, construtores e técnicos de construção e reabilitação do património.
A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto vai organizar, nos dias 3 e 4 de Junho, um workshop subordinado ao tema pontes ferroviárias em vias de alta velocidade. Para o efeito, foram convidados vários especialistas internacionais nesta matéria, oriundos de países em que a rede ferroviária de alta velocidade se encontra mais avançada, com o intuito de partilharem com a comunidade técnica e científica os seus conhecimentos e experiências neste domínio e discutirem o comportamento estrutural das soluções implementadas, e os seus potenciais melhoramentos. ] http://www.fe.up.pt/HSRBridges [
fala-se sobre
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Venha tomar café Iniciativa inaugura novo espaço de diálogo As instalações do Campus da FEUP e do espaço circundante foram o primeiro tema da iniciativa “Venha tomar café”, que pretende proporcionar o encontro regular do director da Faculdade com os colegas. O objectivo é, num
Na edição inaugural do «Venha tomar café», estiveram em discussão alguns projectos relacionados com o espaço físico da Faculdade e a sua interacção com o pólo universitário, nomeadamente a recuperação do Solar de Lamas, a construção de uma residência universitária para alunos pós-graduados e a de um restaurante/cafetaria.
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O Solar de Lamas é uma construção do século XVII que dominava a quinta que lhe deu nome e em cujos terrenos o Campus da FEUP se instalou, preservando-se as ruínas dos elementos edificados. A Faculdade vê agora neste solar uma oportunidade de criar, após devida recuperação, «uma área de restauração de qualidade, dando resposta a uma necessidade muito sentida neste pólo», explica Álvaro Cunha, elemento da Direcção da FEUP que tem a cargo o pelouro das instalações. A
ideia, tendo já sido objecto de um ante-projecto da autoria do arquitecto Pedro Ramalho, é que este restaurante esteja aberto ao público, «embora nos dias úteis haja um predomínio de utilizadores do meio universitário». O novo espaço incluirá ainda uma área dedicada a festas. O arranque do projecto, que envolve somas avultadas, depende agora de se encontrar uma entidade que se responsabilize pela recuperação do solar e exploração do serviço de restauração.
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ambiente despido de qualquer formalismo, trocar ideias sobre a vida da FEUP, apresentar sugestões de actividade, etc.
A construção de uma residência para alunos de pós-graduação e a criação de uma pequena área comercial são outros projectos que a FEUP gostaria de ver implantados nos terrenos livres da referida quinta, situados entre a Faculdade e a vizinha FEP. Esta área comercial e de serviços iria definir o desenho de uma nova praça, «criando uma nova vivência para todos os agentes deste pólo da Asprela»,
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aponta Álvaro Cunha. O facto de também estarem previstas para aquela zona as novas instalações da associação de estudantes, reforçará ainda mais as sinergias resultantes deste novo centro cívico com a população académica circundante. Estes são projectos que estão actualmente a ser objecto de negociação entre a FEUP e a Reitoria da UP. O «Venha tomar café» foi ainda palco de troca de ideias sobre o futuro restaurante/cafetaria da FEUP, vocacionado para cafetaria e serviço de refeições ligeiras (a preços mais acessíveis que as do Solar de Lamas) e ainda sobre o sombreamento das janelas situadas no lado Este/Sul do campus, para obviar o sobreaquecimento das salas quando expostas à luz solar directa.
A segunda edição da iniciativa, recentemente realizada, centrou-se à volta do património bibliográfico da Faculdade, onde os participantes puderam comentar e observar elementos que vão desde os antigos arquivos aos recentes lançamentos da FEUP Edições, passando pelos recursos de informação da biblioteca.
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LSRE : reconhecimento
internacional e relacionamento excelente com a indústria Europeia
O Laboratório de Processos de Separação e Reacção (LSRE) foi pela terceira vez classificado como «excelente» por uma Comissão de Avaliação externa com peritos europeus, nomeada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. O reconhecimento internacional e o relacionamento de alto nível com a indústria europeia são apontados pela FCT como argumentos de atribuição desta classificação, para além da excelência demonstrada pelo Laboratório ao nível da coesão, organização e aplicação das verbas.
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Apesar de bem sucedido nesta apreciação, o LSRE tem motivos de insatisfação. Segundo o seu director, Alírio Rodrigues, «requeremos a atribuição do estatuto de Laboratório Associado em Julho de 1999, e o respectivo protocolo em parceria com o Laboratório de Catálise e Materiais (LCM) foi finalizado em Julho de 2002 pelo anterior Presidente da FCT mas ainda não assinado por este Governo». Este estatuto permite que um laboratório beneficie de financiamento público e recursos humanos estáveis e é precisamente a ausência desta estabilidade que tem impedido o LSRE de alargar a sua influência no tecido industrial nacional e na sociedade em geral. «Não só não conseguimos planear devidamente a actividade a um outro nível, impossibilitando-nos de desenvolver determinados projectos, como corremos mesmo o risco de não podermos reter e recrutar jovens talentos».
Fundado em 1990, o LSRE tem como objectivo principal conceber e optimizar processos de separação e reacção. Actualmente o Laboratório tem em curso projectos de I&D , sob responsabilidade de docentes do DEQ-FEUP e do grupo de docentes do Instituto Politécnico de Bragança que constituem o pólo LSRE-IPB. Estes projectos envolvem estudantes de doutoramento e pós-doutoramento portugueses e estrangeiros. O projecto na área da "Engenharia de Perfumes e Aromas" é talvez o mais mediático, mas não menos importantes são os projectos relacionados com as áreas de "Processos cíclicos de separação/reacção", «Mistura em Reactores Químicos e Meios Porosos", "Engenharia das polimerizações», "Termodinâmica de soluções e propriedades de transporte em fluidos supercríticos" e "Engenharia do Ambiente".
em foco
LEPAE: a estratégia da abrangência Perspectivar a engenharia de processos como um todo, tentando assim cobrir transversalmente diferentes especialidades intervindo desde o nível macroscópico até ao microscópico, é a estratégia que caracteriza o LEPAE (Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente e Energia). A forte ligação ao meio envolvente ilustra bem esta abordagem e está patente, por exemplo, nos estudos sobre a poluição do ar e subsequentemente sobre o impacto dos seus resultados na saúde pública, o que explica também a multidisciplinaridade do corpo de investigadores, onde se encontra um elemento com formação médica. Os programas de investigação do LEPAE incidem em áreas aparentemente tão diferentes como o ambiente, a valorização de recursos naturais, a integração de processos para a optimização energética e algumas aplicações no sector da saúde.
em foco
Entre os projectos recentemente desenvolvidos ou em desenvolvimento no LEPAE com destino empresarial, encontram-se aplicações como a monitorização (através de nanovibradores) da qualidade da água e respectivas tubagens, a detecção de microtoxinas no vinho, a optimização do processo de arrefecimento do iogurte, transformação de produtos florestais para produção de aglomerados e o tratamento do gás anestésico xenon para ser reutilizado, sendo que este último projecto deu origem a uma spin off de base tecnológica.
O posicionamento do LEPAE, que obteve a classificação «Excelente» na avaliação da Fundação Ciência e Tecnologia, valoriza não só a ligação ao meio e ao tecido empresarial, mas também a criação de conhecimento. Como explica o seu director, Luís Melo, «se uma unidade se preocupar apenas com a ciência aplicada e deixar de produzir ciência fundamental, deixa, em poucos anos, de ter inovação tecnológica própria para oferecer às empresas». As críticas que por vezes surgem contra o meio universitário por se insistir em prosseguir com a investigação fundamental resultam de uma «falta de compreensão, já que é necessário à universidade conservar esta vocação para não perder competitividade».
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FEUP premiada
Solvay ideas challenge premeia feup O primeiro prémio do Concurso Solvay Ideas Challenge foi atribuído aos investigadores do LSRE pelo trabalho «Novel technology for Diethylacetal Synthesis». Distinguido entre as 14 ideias apresentadas a nível nacional, o projecto da equipa Alírio Rodrigues, Viviana Silva, Mirjana Minceva e Ganesh Kumar mereceu a escolha do júri de 15 personalidades ao apresentar novas técnicas de produção de dielactetal, um composto usado em produtos farmacêuticos e em fragâncias.
A FEUP foi ainda distinguida pela Menção Honrosa atribuída aos investigadores do LEPAE (ver página seguinte). O Concurso Solvay Ideas Challenge é uma co-organização da Solvay Portugal e do Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento, através do programa Green-Wheel. Este concurso é uma competição que visa distinguir ideias inovadoras na área das engenharias química, ambiente e de polímeros, promovendo projectos inovadores de potencial desenvolvimento tecnológico, comercial ou empresarial.
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destaque
Reciclagem do Xenon premiada pelo concurso solvay «Xenon external recycling unit to anaesthetic medical systems» é a designação do projecto que valeu aos investigadores do LEPAE (Laboratório de Engenharia de Processos Ambiente e Energia) e à empresa SysAdvance a Menção Honrosa no Concurso Solvay Ideas Challenge. A ideia que originou este projecto, como o título indica, é conseguir reciclar o gás Xénon para que possa ser reutilizado, já que o seu custo é extremamente avultado. As grandes potencialidades do Xénon é que, ao contrário do protóxido de azoto correntemente usado em anestesia médica, este não tem efeitos secundários prejudiciais no organismo humano. Algumas publicações de especialistas que se têm dedicado ao estudo deste assunto, sugerem que além da segurança oferecida pela sua utilização durante uma cirurgia, o Xénon revela mesmo propriedades neuroprotectoras para o sistema nervoso.
destaque
Estas potencialidades despertaram o interesse de dois alunos de doutoramento da FEUP e o investigador Adélio Mendes, interlocutor do LEPAE que se constituiu como parceiro do projecto. A tecnologia — já desenvolvida em protótipo laboratorial e com patente nacional e com patente internacional pedida — visa extrair o azoto, o oxigénio e dióxido de carbono da corrente expelida pelo ventilador (o azoto expelido pelo organismo do anestesiado não se deve acumular no circuito anestésico, sob pena de o Xénon deixar de fazer efeito e o paciente poder acordar). Através do método de adsorção, aqueles gases são separados e o xénon pode voltar a ser utilizado, com ganhos económicos evidentes.
Entretanto, a ideia motivou já uma empresa spin off formada pelos dois doutorandos, a SysAdvance (ver artigo na secção «De fora, cá dentro») que com este projecto, denominado Anestless, foi distinguida internacionalmente pela Deloitte & Touche. O passo seguinte é garantir o financiamento para o desenvolvimento em larga escala do protótipo. «Temos neste momento a correr dois projectos de investigação fundamental nesta área do conhecimento, um deles financiado através dum programa europeu, e iremos submeter à Agência de Inovação um projecto relativo a esta ideia em concreto. Na verdade, faz parte da nossa estratégia, como laboratório de investigação, a exploração duma área do conhecimento sob vários prismas, de forma a rentabilizar o esforço despendido», comenta Adélio Mendes. Embora o investigador do LEPAE reconheça a importância da investigação de carácter académico, «é indispensável produzir conhecimento que tenha aplicação e retorno». O LEPAE tem feito um esforço de aproximação à indústria portuguesa, o que implica também a receptividade por parte do tecido empresarial. E apesar de o LEPAE possuir parcerias significativas com grandes grupos económicos, esta é a excepção e não a regra: «Ainda há muito trabalho de pedagogia a fazer, de modo a convencer os empresários que a colaboração com as universidades é-lhes vantajosa».
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Notas sobre Pedagogia
em Matemática [e não só!]
João Carvalho, Prof. Auxiliar Convidado. Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
O que ouço, esqueço O que vejo, recordo O que faço, aprendo. Confúcio
"Uma das tarefas mais importantes do professor é a de ajudar os seus alunos. Esta tarefa não é fácil; exige tempo, prática e bons princípios. O estudante deve adquirir tanta experiência de trabalho independente quanta for possível. Mas se for deixado sozinho com um problema, sem qualquer ajuda ou com ajuda insuficiente, é possível que não faça qualquer progresso. George Polya
O aluno. A síndrome do espectador. Actualmente, a maioria dos alunos chega à universidade sem hábitos de estudo e de trabalho. Aparentemente chegam com a ideia de que uma aula, seria como um espectáculo. A única diferença, seria a de que teriam de tirar algumas notas. Assim, o aluno adopta a atitude de um espectador. Obs. Aqui vale a definição de aula de Tim Postom: "Uma aula é um intervalo de tempo durante o qual os apontamentos do professor passam para os apontamentos do aluno, sem passar pela cabeça nem de um nem de outro". Ora, é do conhecimento geral, que aprender matemática, ou qualquer outra ciência, não pode ser feito só "de ouvir falar" nem de ver fazer. Se assim fosse, bastaria pôr os alunos a "ver as cassetes", e o professor estaria a mais no sistema. Aprender exige trabalho, dedicação, meditação e concentração. A apreensão de conceitos matemáticos, ou outros, para um aluno que está a iniciar o ensino superior, não acontece apenas por ouvir alguém falar disso, ou como resultado de uma leitura em diagonal. A apreensão de um conceito, até ele se tornar operativo, isto é, até que sejamos capazes de o utilizar num outro qualquer contexto, é um processo que leva o seu tempo e dá trabalho. Admitamos que assistir a uma aula de matemática, ou de outra coisa qualquer, para quem está na atitude de espectador, é certamente "uma
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seca". Para começar, o espectáculo é, com certeza, muito pouco aliciante, tendo em vista os outros espectáculos a que o aluno está habituado. Há que mudar esta mentalidade, de preferência antes de ir para a universidade, que uma aula não é um espaço de espectáculo ou divertimento, mas sim um lugar de trabalho, onde ele não vai para se distrair, mas para adquirir formação e conhecimentos. O seu objectivo, enquanto aluno, deve ser aprender, e deverá esforçar-se por atingir os objectivos de cada disciplina. Para o aluno, aprender é o seu trabalho. Um trabalho diferente é certo pois não produz um resultado visível de forma imediata. É mais como um investimento, em que só se vêm os resultados algum tempo depois. Ao estudar o aluno está a investir no seu futuro e no futuro do país. Ao aprender, ao ganhar novas competências, tornamo-nos mais capazes de resolver problemas. A Matemática é por direito próprio a disciplina da resolução de problemas. Não me parece que seja a única pois noutras disciplinas aprende-se também a resolvê-los. A matemática é, no entanto a disciplina onde os problemas aparecem de forma mais clara e definida. Os problemas que nos aparecem na prática, podem não ser tão claros e definidos. Pode ser preciso um esforço suplementar para melhorar a definição do problema, mas a matemática ajuda-nos a perceber que ao resolver qualquer problema,
devemos analisá-lo de todos os ângulos possíveis, para não deixar escapar algum aspecto que é importante e do qual nos não apercebemos numa primeira abordagem. Habitua-nos a ser rigorosos. No entanto para que a aprendizagem seja efectiva, há duas condições a cumprir: 1ª o aluno tem que querer, de forma activa, aprender; 2ª tem de trabalhar para isso. E a forma mais eficiente de o conseguir, creio que passa pela adaptação a cada caso da máxima de Confúcio, acima citada sem esquecer a contribuição de George Polya. Não se aprende sem se "mexer na massa", sem se "fazer". E isto é tão verdade para a matemática, a jardinagem, a natação, andar de bicicleta, como para a física ou a filosofia, o português ou outra coisa qualquer. É claro que cada matéria, tem a sua maneira própria de "mexer na massa". Imaginemos um curso de natação, para alunos que não sabem nadar, só com aulas teóricas. Alguém acredita que no fim do curso um aluno atirado para a piscina nade? Assistir a uma aula em que não se percebe nada do que está a acontecer é com certeza uma coisa muito desagradável e muito frustrante. O professor vai falando de coisas incompreensíveis, que se tornam cada vez mais incompreensíveis à medida que se vai avançando na matéria. A sensação que se tem é a de que ele está a tirar coelhos da
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cartola .... A forma de evitar estas "secas" é tentar acompanhar as matérias que vão sendo dadas, especialmente nas aulas práticas. Nem sempre será fácil. Nem sempre será possível fazer um acompanhamento perfeito das matérias. No entanto deve-se tentar. Aulas de matemática Em geral só uma pequena minoria de alunos sai duma aula teórica tendo percebido de forma completa a matéria dada. A maioria ficou com uma ideia vaga do que lá se passou. Só com essa ideia vaga não vai longe. O que deve fazer é aproveitar depois as aulas práticas para concretizar melhor e completar a sua compreensão das matérias. Deve pedir ajuda nas aulas práticas sempre que não entenda qualquer coisa. Já vários alunos me disseram que era nas aulas práticas que aprendiam as matérias. Isto não será completamente verdade, mas dá a noção do sentimento desses alunos. Porque é que os alunos não gostam de Matemática? (ou Física, Química, Filosofia, Português, etc.). Alguns, poucos, porque não têm aptidões pessoais para isso, e então o melhor é mudar de vida. A imensa maioria é porque não foram correctamente ensinados e orientados a trabalhar nela. Uma das razões do mau ensino da matemática é uma má filosofia de trabalho na disciplina, no ensino básico, ( na matemática e não só ) em que o aluno não pratica os conceitos que são dados até que eles sejam assimilados. Assim todas as matérias são uma "chatice", e aquilo que dá alegria de aprender, que é a compreensão das coisas, perde-se e deixa em muitos a impressão de fracasso, desilusão e o sentimento da inutilidade do tempo perdido. Esta falta de prática, de treino, dos conceitos não permite a assimilação das matérias e, além disso cria no aluno um sentimento de insegurança muito grande. Sente-se na maior parte das vezes na situação em que não tem a certeza de nada e isso é péssimo para a vontade de estudar.
opinião
O Professor Penso portanto que a principal atitude pedagógica do professor deve ser a de encontrar estratégias de fazer o aluno "mexer na massa". Fazer com que ele envolva a sua massa cinzenta no trabalho que tem para fazer na aula, e eventualmente fora dela... Tradicionalmente, a nível universitário, o ensino das disciplinas é feito em aulas teóricas e aulas práticas. Nas aulas teóricas explana-se a matéria correspondente ao programa da disciplina, de forma sequencial, de forma a que as matérias tenham um desenvolvimento lógico e coerente. Faz-se também, habitualmente, uma exemplificação da aplicação da matéria dada. Nas aulas práticas faz-se a aplicação da teoria à resolução de problemas. Estas aulas têm como objectivo clarificar e cimentar os conceitos, e torná-los operativos. Possivelmente as aulas de matemática deveriam ser apenas aulas teórico-práticas, existir uma maior dialéctica entre aulas teóricas e práticas. Algo do género: dá-se teoria: os conceitos, as propriedades e as técnicas as exemplificações, após o que se passa à prática, com propostas de problemas para os alunos, que estes têm de resolver nas aulas, sozinhos ou com a ajuda do professor, e só depois disso regressar à teoria para uma discussão mais profunda, visando a sua integração no corpo geral da matéria. Esta forma de proceder tem a vantagem seguinte: quando se regressa à teoria, o aluno já tem uma ideia mais precisa dos conceitos e portanto apreende melhor a essência das matérias. Tanto quanto julgo, pela minha experiência pessoal, quando se dá uma matéria nova, nova teoria, a maioria dos alunos não está em condições de abranger o alcance dos novos conceitos, e tem por conseguinte dificuldade em perceber as suas consequências. É, em geral, nas aulas práticas que, ao manusear o novo conceito, se vai apercebendo das suas implicações e se vai tornando capaz de perceber as respectivas consequências.
Notas suplementares Este texto pretende ser um pequeno contributo para a discussão em torno das "boas estratégias" pedagógicas a serem utilizadas no ensino da matemática (e também, talvez, outras matérias) A máxima de Confúcio, apesar de ter sido proferida há 2500 anos, mantém a sua validade. Há muita gente que apesar de nunca ter ouvido falar dela procede em conformidade. Apresentemos agora algumas citações de George Polya, grande Matemático Húngaro do século XX. No seu livro "Como resolver problemas", reflecte sobre o processo de aprendizagem. Citemos algumas passagens que considero basilares: - "Uma das tarefas mais importantes do professor é a de ajudar os seus alunos. Esta tarefa não é fácil; exige tempo, prática e bons princípios. - O estudante deve adquirir tanta experiência de trabalho independente quanta for possível. Mas se for deixado sozinho com um problema, sem qualquer ajuda ou com ajuda insuficiente, é possível que não faça qualquer progresso. - Resolver problemas é uma competência prática como, digamos, nadar. Adquirimos qualquer competência prática por imitação e prática. Ao tentar nadar, imitamos os que outros fazem com as mãos e os pés para manter a cabeça fora de água e, finalmente, aprendemos a nadar, praticando natação. Ao tentar resolver problemas, temos de observar e imitar o que outras pessoas fazem quando resolvem problemas, e por fim, aprendemos a resolver problemas, resolvendo-os. Polya não dá uma receita geral para resolver todos os problemas. Fornece, no entanto uma metodologia de abordagem que pode ser de grande utilidade nas resolução de problemas. Apresenta a resolução dum problema em fases. Em cada uma dessas fases apresenta pistas de actuação e exemplos de resolução de problemas usando a sua filosofia de procedimento. A resolução de um problema tem 4 fases principais: 1ª Compreender o problema. Perceber claramente o que é necessário. 2ª Estabelecer um plano de ataque ao problema. 3ª Executar o plano. 4ª Olhar para trás. Fazer uma revisão completa do problema, analisando cada parte, para verificar e confirmar que o resultado está correcto.
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spin off
vai revolucionar anestesia médica
Chama-se SysAdvance, uma pequena empresa de base tecnológica saída da FEUP, e tem patenteada uma ideia que vai mudar a aplicação da anestesia médica com claras vantagens para a saúde pública. Esta é a história do seu difícil percurso de afirmação. Tudo começou em 1999 a partir da coincidência de vontades entre dois engenheiros químicos, investigadores e doutorandos da FEUP. «Uniu-nos a Em Novembro desse ano, e com o intenção de aplicar empresarialprojecto já designado como Anesmente uma boa ideia desenvolvida a tless, concorrem ao Prémio Delloitte partir da investigação e, como tínha& Touche, no 4x4 Entreprendre mos lido sobre as excelentes proem Louvaine-la-Neuve, Bélgica, priedades do Xénon como gás anesganhando na categoria spin-off. Além tésico, faltava criar uma tecnologia dos 5 mil euros, os mentores da que o pudesse recuperar para voltar SysAdvance sentem-se gratificados «Criamos o conceito, elaboramos o a ser utilizado», lembra José Vale por a sua empresa ter sido escolhida plano de negócio e começamos a Machado (Director Geral da SYSADentre 300, algumas delas com ideias contactar empresas de capital de VANCE), que na altura frequentava de grande inovação tecnológica como risco para investirem no projecto também o MBA da Universidade é o caso da área aeroespacial. Xénon», explica José Vale Machado. Católica. A vantagem do Xénon é O projecto Anestless alcançaria o Em Dezembro de 2000 contactaram que, não só não tem os perniciosos reconhecimento interno, primeiro ao a 3i,PLC (http://www.3i.com/) , a efeitos secundários para a saúde de ser seleccionado pela Agência de maior empresa de capital de risco do outros gases anestésicos, como ainda Inovação para representar Portugal mundo (cerca de 1400 participadas), lhe são reconhecidas propriedades no Concurso Europeu de Ideias que manifestou interesse e fez desneuroprotectoras. O problema é que Inovadoras e, mais recentemente, ao locar os seus consultores a Portugal. é extremamente caro, daí a necessiser distinguido com a Menção Após auditarem a ideia e fazerem um dade de conseguir recuperá-lo para Honrosa do Solvay Ideas Challenge. levantamento de patentes «disseram ser reutilizado, o que até à data não Agora com quatro colaboradores, a ‘vamos avançar’». Só que, em era possível fazer. SysAdvance está na fase terminal de Setembro de 2001, os consultores O Prof. Adélio Mendes, docente na desenvolvimento do protótipo, falcontactam os promotores para inforFEUP e investigador do LEPAE, tinha tando apenas definir procedimentos marem a suspensão de investimentos entretanto abordado na sua investipara a implementação industrial. em Start-Ups, incluindo o contrato gação a possibilidade de redução do Com o que foi conseguido até aqui e com a SYSAdvance. O desalento é CO2 e N2 nos circuitos anestésicos com as potencialidades que o Xénon agora grande, após todo o processo através do método de adsorção, o revela para revolucionar a anestesia de "due dilligence" e negociação conque demonstrava teoricamente que clínica, o projecto só poderá ser bem tratual com a 3i. Por outro lado, as a ideia poderia funcionar. O passo sucedido no futuro. Mas deste proempresas nacionais de capital de seguinte foi então contactar aquele cesso todo, José Vale Machado tira risco mostram não ter resposta para que é provavelmente o maior espeuma conclusão e deixa um alerta: «O um investimento da envergadura cialista médico em Xénon, Dr. que nos falta em Portugal é uma requerida pelo projecto, de modo Thomas Marx, que acabou por vir a visão integrada do lado da gestão e que gera-se um impasse. Portugal para ajudar a esclarecer o do lado da tecnologia, é isso que Decididos a não baixar os braços, que um projecto destes poderia torna possível criar estas empresas arrancaram com a empresa Sysimplicar em termos de restrições clícom alto valor acrescentado». Advance no início de 2002, operando nicas e legais. uma outra unidade de negócios: a A ideia de negócio estava então forprodução de geradores on site de mada, faltava o financiamento para gases, que no fundo é a mesma teca viabilizar. nologia relacionada com a recuperação do Xénon, mas com aplicação diferente. Este ligeiro desvio visava criar alguma margem de manobra para conseguirem o financiamento necessário. A opção era agora, antes de mais, desenvolver um protótipo operacional do Xénon e registar a patente.
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de fora cá dentro
Robótica 2004
Festival Nacional de robótica em Abril
A quarta edição do “Festival Nacional de Robótica – Robótica 2004” já tem data marcada: vai decorrer no Pavilhão Rosa Mota (Palácio de Cristal) na cidade do Porto, entre os dias 22 e 25 de Abril de 2004. Este festival é uma organização conjunta da FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e do ISEP – Instituto Superior de Engenharia do Porto, com a colaboração do ISLA – Gaia. O festival de robótica 2004 vai contar com diversas competições robóticas: UIP seguimento de pista com robôs de médias dimensões (para Universidades e Politécnicos); ESP seguimento de uma linha com robôs pequenos (para Escolas secundárias); Futebol Robótico (modalidades Middle-Size, Simulação, Small-Size e Robôs com Pernas); Futebol Robótico Júnior (modalidades de Dança, Futebol 1v1 e 2v2 para escolas secundárias).
Mais de mil visitantes na
exposição sobre a Panasqueira A Biblioteca da FEUP recebeu mais de mil visitantes entre 15 de Outubro de 2003 e 5 de Março deste ano para apreciar a exposição "Jóias da Terra, o Minério da Panasqueira". A mostra foi sobretudo visitada por estudan-
tes de escolas básicas e secundárias dos distritos do Porto, Braga, Vila Real e Bragança, que assim puderam apreciar os minérios característicos daquela exploração, bem como objectos que fazem parte do arquivo his-
tórico das Minas Panasqueira. A organização foi da responsabilidade do Comissariado Cultural da FEUP e contou com o apoio do Museu Nacional de História Natural
Licenciados FEUP no Programa Jovem Parceiro Integração no Mundo do Trabalho Na capa da revista editada bimensalmente pela ODEBRECHT (Bento Pedroso Construções, SA – BPC) podem ver-se recém licenciados em Engenharia Civil pela FEUP que ingressaram no mundo do trabalho através do Programa Jovem Parceiro implementado conjuntamente pela Empresa Bento Pedroso e pela Facul-
FEUP
por dentro
dade de Engenharia da Universidade do Porto (Departamento de Engenharia Civil). São eles (no sentido dos ponteiros do relógio) Rui Pinto (à frente, de óculos), Marcelo Igreja, João Lages, Nuno Teixeira e Francisco Mendes. Este é um exemplo para as gerações futuras e digno de registo.
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Porto
a uma só voz
«O futuro próximo reserva surpresas favoráveis ao optimismo», disse Novais Barbosa na conferência «Porto, Cidade , Região», promovida pela Universidade do Porto e acolhida pela FEUP. No entanto, o Reitor da UP alerta que «para se mostrar internacionalmente competitivo, o Porto tem que responder ao exterior a uma só voz». Neste encontro de três dias, que A criação de dois sectores universitáPor seu lado, Miguel Cadilhe, presienvolveu a participação de personarios estratégicos é a pedra de toque, dente da Agência Portuguesa de lidades de diferentes sectores intesegundo o cientista Alexandre Investimento, preferiu apontar a ressados em reflectir sobre a realiQuintanilha, para rentabilizar os macrocefalia da capital para justifidade da região portuense, Emídio recursos do meio académico porcar a falta de competitividade da Gomes, da Agência de Inovação, tuense. Segundo o director do IBMC, região portuense. Para o ex-ministro, revelou que «está em estudo um proa formação de um cluster para a há duas soluções para contrariar o saúde e outro para o ambiente seria status quo: uma é esperar que seja a jecto de aproximação entre a UP e o uma forma de «integração de conhesaturação criada pela tal macrocefaexterior». O responsável da ADI cimento» e de aproximação dos vários lia» que crie efeitos económicos predefendeu que o problema do Portopólos de investigação. Quintanilha judiciais para a própria região lisRegião é «o de estar sempre a olhar defendeu ainda a flexibilização dos boeta; outra, é criar activamente para si próprio, demasiadas vezes currículos na UP, dando hipótese aos uma contra-corrente, através de uma triste e queixoso». Sublinhando alunos de optarem pelas disciplinas acção de «conquista e cidadania». ainda a necessidade de reabilitação mais adequadas ao desenvolvimento Rui Rio também referiu o «tique cenda Baixa do Porto, Emídio Gomes de um determinado tema. tralizador da capital», mas apelou às referiu que «a criação de empresas Paulo Pinho, especialista de planeaelites da cidade que façam «um disde base tecnológica e a qualificação mento urbanístico da FEUP, protacurso positivo» e sublinhou que não de pessoas» são passos fundamentais gonizou a ideia de que o TGV deveconcorda que a cidade esteja depria dar imediatamente. Até ao fim de ria passar no Porto pela estação de mida como se diz, lembrando alguns 2005, o objectivo da ADI é «ter 100 Campanhã e não pelo centro da investimentos públicos (estádios, núcleos de investigação em emprecidade, pois deste modo seria «mais Casa da Música, metro e reabilitação sas portuguesas». útil à região e contribuiria para reada Baixa). bilitar aquela deprimida zona porSebastião Feyo, professor da FEUP, tuense». O professor catedrático preferiu colocar a tónica na capacipropôs ainda uma ponte sobre o dade de intervenção cívica, defenDouro, à cota baixa, de modo a «rendendo que o Porto só será europeu tabilizar as zonas ribeirinhas» de quando «o ónus do desenvolvimento Gaia e Porto. estiver centrado no cidadão comum e não no sistema».
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Prémio Secil para aluno FEUP Miguel Castro Pereira, recém-licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, foi um dos vencedores do Prémio Secil Universidades 2003, por ter apresentado ao Concurso Engenharia Civil o projecto de sua autoria denominado "Pavilhão Atlântico". Orientado por Rui Manuel Carneiro de
Barros, Professor do Departamento de Engenharia Civil da FEUP, o trabalho propõe uma estrutura alternativa, composta por uma casca laminar de betão armado, para o Pavilhão Atlântico (Parque das Nações, Lisboa), actualmente constituído por uma estrutura de madeira. O desafio foi desenvolver uma estrutura que
ocupe menos espaço no interior do recinto, mas que, ao mesmo tempo, seja eficiente para vencer grandes vãos e sem a utilização de elementos excessivamente imponentes como por vezes acontece com as tradicionais vigas de betão.
IGS Student Award
atribuído a doutoranda da FEUP "Estudo dos coeficientes de segurança a aplicar a estruturas de controlo de erosão e de estabilização de maciços com geossintéticos" é o trabalho de investigação e tese de doutoramento de Margarida Pinho-Lopes, aluna de doutoramento orientada pela Professora Doutora Maria de Lurdes da Costa Lopes, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, dis-
tinguida com o prémio IGS Student Award. A entrega do prémio decorreu em Munique, durante o 3º Congresso Europeu de Geossintéticos. Instituído pela Sociedade Internacional de Geossintético (International Geosynthetics Society IGS) o IGS Student Award tem por objectivo premiar estudantes da área dos geossintéticos, cujo trabalho seja
considerado relevante para o maior conhecimento da matéria. Os materiais geossintéticos apresentam custos reduzidos, são mais versáteis do que os materiais e tecnologias tradicionais e a sua utilização enquanto material de construção tem vindo a aumentar de forma contínua, em particular nas aplicações de controlo ambiental.
Professor Pires da Costa
Na Autoridade de Transportes do Porto O ex-director da Licenciatura em Engenharia Civil da FEUP, Américo Pires da Costa, foi convidado por Rui Rio para representante da autarquia na comissão instaladora da Autoridade Metropolitana de Transportes. Pires da Costa é doutorado em
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Engenharia Civil, fez parte de diversas equipas técnicas em estudos sobre transportes colectivos e do Metro em Gaia, entre outros, e foi consultor da STCP, currículo que lhe valeu o lugar empossado recentemente.
Considerado por Rui Rio a personalidade ideal para o cargo, Américo Pires da Costa abandona assim as funções de Director da Licenciatura em Engenharia Civil da FEUP, prosseguindo, no entanto, a sua actividade como docente.
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Investir na acústica
valoriza espectáculos
A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em parceria com a Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Instituto Politécnico do Porto (ESMAE), realizou um conjunto de palestras sobre a temática da Acústica. Estas sessões estiveram inseridas nos Colóquios de Acústica FEUP 2004 e na Semana PTM 2004, co-organizados pelo Labora-
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tório de Acústica da FEUP e pelo Laboratório de Acústica Musical da ESMAE, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Acústica e da Ordem dos Engenheiros (Região Norte). Esta junção de sinergias entre as diversas instituições veio possibilitar a presença de alguns especialistas portugueses e estrangeiros de renome mundial, nomeadamente Ing. Ingolf
Bork (PTB, Braunschweig, Alemanha), Higini Arau (Arau Acústica, Barcelona, Espanha) e Ing. Lars Morset (Morset Sound Development, Trondheim, Noruega). Dada a multidisciplinaridade da temática realizou-se um debate de grande qualidade científica e com muito interesse para a divulgação, formação e promoção da Acústica em Portugal.
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Manutenção inovadora A Gaia Social, EM, na qualidade de gestora do património habitacional da Câmara Municipal de V.N. Gaia, com cerca de 3384 fogos, estabeleceu um protocolo com Instituto da Construção (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto), de modo a que este definisse uma estratégia de intervenção ao nível da gestão/ manutenção de edifícios. O projecto em questão, denominado Sistema Integrado de Manutenção de Edifícios de Habitação – SIMEH, teve início há
cerca de 2 anos. O Instituto da Construção concretizou o projecto SIMEH, através da criação de um programa informático de apoio, no sentido de permitir o acesso e tratamento da informação em menor tempo útil, com maior capacidade de organização e arquivo de dados. Procurou desenvolver-se uma ferramenta informática que constituísse um incremento qualitativo na gestão/manutenção do parque habitacional a cargo da Gaia Social.
O SIMEH foi apresentado na Gaia Social dia 23 de Janeiro de 2004. Na divulgação do programa, estiveram presentes Luís Filipe Menezes, Presidente do Município, Jorge Queiroz, Presidente da empresa municipal de habitação, Gaia Social E.M.. Responsáveis Técnicos do SIMEH (IC/FEUP): Vítor Abrantes (coordenador); Rui Calejo; Helena Corvacho; Marisa Antunes; Alexandra Correia e Nuno Serrano.
Rede ferroviária de alta velocidade em debate na FEUP. 3 e 4 de Junho 2004 A instalação da rede ferroviária de alta velocidade em Portugal foi definida, recentemente, como uma opção estratégica do país, o que permitirá efectuar a sua ligação a uma vasta rede europeia. Esta opção, durante um largo período de tempo, mobilizará avultados investimentos económicos e envolverá um número significativo de meios humanos, constituindo-se como o grande investimento nas próximas décadas. As exigências que as vias de alta velocidade impõem, desde os aspectos de segurança aos novos tipos de equipamentos e soluções construtivas, envolvendo as mais recentes e sofisticadas tecnologias, obrigam a novos desafios da engenharia que é urgente preparar. Neste contexto, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) pretende contribuir para a disseminação e desenvolvimento do conhecimento nas diversas áreas da
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engenharia que se relaciona com as vias de alta velocidade e, deste modo, colaborar na preparação do meio técnico nacional para a concretização deste grande empreendimento. Um dos aspectos de maior relevância refere-se às soluções estruturais a adoptar na concepção de pontes de forma a atender aos efeitos da passagem de comboios a alta velocidade, envolvendo os aspectos de dimensionamento, especialmente no que se refere ao comportamento dinâmico (implicando o aparecimento de novas soluções estruturais), da construção, em que os aspectos tecnológicos se evidenciam, e do seu acompanhamento, através da monitorização e manutenção. Neste sentido, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto vai organizar um workshop subordinado ao tema pontes ferroviárias em vias de alta velocidade, convidando, para o efeito, vários especialistas
internacionais nesta matéria, oriundos de países em que a rede ferroviária de alta velocidade se encontra mais avançada, com o intuito de partilharem com a comunidade técnica e científica os seus conhecimentos e experiências neste domínio, e discutirem o comportamento estrutural das soluções implementadas, e os seus potenciais melhoramentos. O evento irá incluir uma série de conferências especiais abrangendo os seguintes temas: i) Dimensionamento; ii) Códigos e Análise Dinâmica; iii) Construção; iv) Monitorização, Manutenção e Reparação.
HSRBridges@fe.up.pt http://www.fe.up.pt/HSRBridges
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provas académicas AGREGAÇÃO
DOUTORAMENTO — ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA E DE COMPUTADORES
— ENGENHARIA MECÂNICA
— ENGENHARIA QUÍMICA
TÍTULO
NOME
DEPARTAMENTO
Sincronismo de Operação e Produtividade Máxima como Critérios para Dimensionamento de Frotas Mínimas de Carga e Transporte em Contextos Mineiros e Afins
Henrique Sérgio Botelho de Miranda
DEM
DATA 15 e 16.12
TÍTULO
NOME
ORIENTADOR
Workflow Management Systems Supporting The Engineering of Business Networks
Diogo Manuel Ribeiro Ferreira
João José da Cunha e Silva Pinto Ferreira
17.02.2004
Teste Dinâmico de Conversores Analógico/Digitais - Novos Métodos de Cálculo de Parâmetros de Caracterização Funcional
Hélio Mendes de Sousa Mendonça
José Alberto Peixoto Machado da Silva
19.02.2004
Fracture Mechanics of Polymer Concrete
João Marciano Laredo Reis
António Joaquim Mendes Ferreira
10.12.2003
Análise por Elementos Finitos do Comportamento de Tubagens sob a Acção de Fortes Gradientes Térmicos
Elza Maria Morais Fonseca
Carlos Alberto de Magalhães Oliveira
12.12.2003
Caracterização Tribológica de um Ferro Nodular Austemperado em Ensaios Disco-disco e de Engrenagens FZG
Luís Manuel Martins Leite de Magalhães
Jorge Humberto Oliveira Seabra
19.12.2003
Planeamento de um Sistema de Transportes Colectivos de Passageiros numa Zona Metropolitana - O Caso da Província de Maputo
António dos Santos Matos
Jorge Manuel Pinho de Sousa
26.01.2004
Sistema de Apoio à Decisão para Planeamento de Sistemas de Produção Tipo Projecto
Jorge José Magalhães Mendes
José Fernando Gonçalves
12.02.2004
Simulação e Optimização de Processos Cíclicos de Adsorção. Aplicação à Produção de Oxigénio a Partir do Ar e Separação/Purificação do Hélio
Paulo Jorge Ribeiro da Cruz
Adélio Miguel Magalhães Mendes
22.12.2003
DATA
Agenda Betão Nacional de Betão Estrutural 2004 – De 17 a 19 de Novembro. O Betão Estrutural 2004, organizado conjuntamente pelo GPBE e pela Faculdade de Engenharia da Univer-
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sidade do Porto [FEUP], será o ponto de encontro da indústria da construção, reunindo investigadores, projectistas, construtores, fabricantes e fornecedores de materiais ligados à área
das estruturas de betão. Os enormes desafios que actualmente se colocam ao sector da construção, os mecanismos de inovação técnica das empresas, e o apoio das Instituições de I&D ao
sector da contrução serão discutidos e avaliados.
provas académicas MESTRADO
TÍTULO
NOME
ORIENTADOR
— CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS
Análise de Práticas de Conservação e Reabilitação de Edifícios com Valor Patrimonial
Rui Alexandre Figueiredo de Oliveira
Hipólito José Campos de Sousa
05.02.2004
— DESIGN INDUSTRIAL
Design de Equipamentos para Asmáticos
Vasco António da Silva Martinho Grão
José António de Oliveira Simões
02.02.2004
— ENGENHARIA BIOMÉDICA
Próteses de Anca para Animais Domésticos
Joana Margarida Ferreira da Costa Reis
António Torres Marques
09.12.2003
— ENGENHARIA DO AMBIENTE
Gestão Ambiental em Saneamento Básico
Francisco Tiago da Costa Carreto Clamote
Paulo Tenreiro dos Santos Monteiro
04.12.2003
Simulação do Transporte e Reabilitação de Contaminação de Hidrocarbonetos em Solos
Patrícia Kydy Sara Gameiro da Cruz
António Manuel Antunes Fiúza
04.12.2003
Estudo Cinético da Biodegradação do Molinato
Patrícia Carla dos Santos Correia
Olga Cristina Pastor Neves
12.12.2003
Bioreactor de Membranas e Osmose Inversa no Tratamento de Lixiviados de Aterros de RSU's
Celso André Moreira Rocha
Paulo Tenreiro dos Santos Monteiro
19.01.2004
Definição de Parâmetros de "Power System Stabilizers" para Melhoria do Comportamento Dinâmico de Redes
Ângelo Miguel de Oliveira Mendonça
João Abel Peças Lopes
03.12.2003
Caracterização de Perfis de Consumidores de Electricidade usando Técnicas de Data Mining
Vera Lúcia Fernandes de Paiva da Silva Vilar de Figueiredo
Joaquim José Borges Gouveia
04.12.2003
Elaboração de Procedimentos e Critérios para a definição de Limites de Elegibilidade de Aceitação de Produção Renovável em Redes Isoladas
Nuno José de Abreu e Sousa Cabete Gil
João Abel Peças Lopes
12.12.2003
Simulador dos Operadores de Mercado e de Sistema em Mercados de Electricidade Adaptando um Modelo AC
André Fernando Ribeiro Sá
João Paulo Tomé Saraiva
12.12.2003
Sistema de Aquisição de Imagem Via Ethernet e Processamento em Tempo Real
José Luís Sousa Magalhães Lima
Paulo José Cerqueira Gomes da Costa
16.01.2004
Estruturação e Validação do Conhecimento para Diagnóstico de Incidentes em Redes Eléctricas
António Augusto Araújo Gomes
Custódio João Pais Dias
22.01.2004
The Influence of Residual Stresses on The Fatigue Behaviour 2024-T3 Al Specimens
Paulo Fernando Pinto de Matos
Paulo Manuel Salgado Tavares de Castro
16.02.2004
A Contribution to the Study of Fatigue of Rebited Lap Joints
Pedro Miguel Guimarães Pires Moreira
Paulo Manuel Salgado Tavares de Castro
16.02.2004
Análise Elasto-Plástica de Estruturas Tipo Casca com Comportamento Anisotrópico
Marco Paulo Lages Parente
Renato Manuel Natal Jorge
18.02.2004
Influência da Interface no Reforço à Flexão de Estruturas de Betão com Sistemas FRP
Américo Ocua Dimande
Joaquim Azevedo Figueiras
17.12.2003
Optimização de Estruturas: Desenvolvimento de Software Orientado para Objectos
Luís Filipe Delgado Brás
Álvaro Ferreira Marques Azevedo
18.12.2003
— GESTÃO DE INFORMAÇÃO
A Gestão do Conhecimento como Vantagem Competitiva das Organizações
Vitor Emílio Nascimento Figueiredo
Manuel António Cerqueira da Costa Matos
16.12.2003
— MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
Metodologia de Manutenção de um Avião Comercial
Pedro Miguel Rodrigues da Costa
Armando Luís Ferreira Leitão
13.01.2004
— MECÂNICA DOS SOLOS E ENGENHARIA GEOTÉCNICA
Modelação Numérica de Ensaios de Arranque de Geossintéticos. Estudos Paramétricos
David Alexandre de Brito Pereira
José Couto Marques
28.01.2004
— REDES E SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO
Perspectivas de Evolução de Volp na Internet
Arlindo Maia da Silva
Raúl Filipe Teixeira de Oliveira
03.12.2003
Geração de Tráfego Multi-Camada e Serviços
Ana Cristina Cunha de Azevedo Machado
Raúl Filipe Teixeira de Oliveira
03.12.2003
Caracterização Superficial de Pavimentos Rodoviários
Joana Isabel Baptista Rua Pinto
Jaime Queirós Ribeiro
09.12.2003
— ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA E DE COMPUTADORES
— ENGENHARIA MECÂNICA
— ESTRUTURAS DE ENGENHARIA CIVIL
— VIAS DE COMUNICAÇÃO
Investigação Operacional 2004 A 11ª Conferência da APDIO vai realizar-se na FEUP de 4 a 7 de Abril. Este congresso bienal da APDIO – Associação Portuguesa de Investigação Operacional é o ponto de encontro da comu-
DATA
Dia da Graduação da FEUP nidade portuguesa de investigação Operacional.
Dia 15 de Maio
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