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Primeiro trimestre 2006 | Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto | Distribuição gratuita

Água : o ouro do séc. XXI À CONVERSA COM... Rodrigo Maia: Professor Associado da FEUP e investigador do CEHRA I&D Tecnologia subaquática made in FEUP

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em foco Conheça alguns dos testemunhos da excelência da FEUP na Investigação e Ensino na área da Água


SUMÁRIO | ÁGUA: O OURO DO SÉC. XXI

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breves | Agenda

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SUMÁRIO

Faculdade de Engenharia Universidade do Porto

Editorial

Abril a Junho

Os desafios da Água na FEUP EM FOCO

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» Instituição de mérito em diversas temáticas, a FEUP tem também um know-how consolidado na área da Água. O B.I. FEUP foi à procura dos testemunhos da excelência da Faculdade e dá a conhecer de que forma a Água é uma área incontornável na Investigação e Ensino da Engenharia.

À CONVERSA COM... RODRIGO MAIA

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“ Uma correcta gestão dos recursos hídricos representa um grande desafio para qualquer país”, garante Rodrigo Maia, Professor Associado da FEUP e investigador do Centro de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente.

OPINIÃO

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“ Um abastecimento de água e saneamento em Portugal”, por Joaquim Poças Martins, docente da FEUP e presidente da empresa Águas do Douro e Paiva.

INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

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» O Laboratória de Sistemas e Tecnologias Subaquáticas conta com uma equipa de 20 investigadores e desenvolve operações para estudos oceanográficos e ambientais.Conheça a Tecnologia subaquática made in FEUP.

FEUP POR DENTRO

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» Da Semana Aberta às conferências, congressos, espectáculos e sessões de divulgação, muitas foram as actividades realizadas pela FEUP no 1o trimestre de 2006.

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EDITORIAL | ÁGUA: O OURO DO SÉC. XXI

Faculdade de Engenharia Universidade do Porto

A água é hoje em dia um bem por demais precioso. As grandes movimentações e decisões mundiais giram cada vez mais em torno da água seja ela água superficial seja ela água subterrânea. As próprias tomadas de posição em termos geopolíticos são profundamente marcadas pela defesa e criação de reservas estratégicas deste bem. As modificações climáticas a que assistimos têm vindo a provocar alterações na forma de gerir os recursos hídricos em muitas partes do mundo. Efectivamente, a falta de água em termos de balanço anual é acompanhada por uma distribuição das afluências hídricas ao longo do ano bastante diferente daquela a que nos havíamos habituado num passado recente, tendo como resultado a redução deste bem fundamental e a ocorrência de cheias de consequências muito gravosas para o nosso dia a dia. Assiste-se a um repensar da gestão e da utilização da água que no futuro passará por certo pela criação de reservas estratégicas de água em zonas do planeta cujo regime hidrológico esteja a ser afectado profundamente nos últimos anos.

Um aspecto intimamente ligado com estas questões diz respeito às inúmeras campanhas lançadas junto das populações tendo em vista a poupança de água e a sua utilização de modo correcto e racional. A um outro nível, situam-se as actuações de planeamento de recursos hídricos fortemente marcadas pela necessidade de preservação e armazenamento de tão valioso recurso natural; estas actuações e as respectivas metodologias fazem hoje em dia parte do curriculum dos mais variados cursos universitários de graduação e de pós-graduação de natureza tecnológica e de natureza humanista, e, são elas mesmo, preocupações dos decisores destas matérias. Os aproveitamentos hidráulicos potenciam de algum modo a criação de reservas de água particularmente se a respectiva exploração não for a fio-de-água, inserindo-se desta forma na estratégia referida. As repercussões da escassez de água far-se-ão sentir num futuro próximo no nosso quotidiano quer pela escassez em si, quer pelo seu preço que poderá situar-se em valores semelhantes aos dos próprios combustíveis. •

Fotografia Rui Cardoso

Prof. José Ferreira Lemos*

“ Os aproveitamentos hidráulicos potenciam de algum modo a criação de reservas de água particularmente se a respectiva exploração não for a fio-de-água, inserindo-se desta forma na estratégia referida.” * Professor Catedrático / Presidente do DEC Secção de Hidráulica

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FICHA TÉCNICA Propriedade Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Edição DCI - Divisão de Comunicação e Imagem

Sede F EUP, Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465 - Porto Tel: 225 081 895 | Fax: 225 081 503 E-mail: dci@fe.up.pt

Corpo editorial Ana Martins, Carlos Oliveira, Cristina Soares, Paulo Jesus e Ricardo Moura

Impressão MARCA – Artes Gráficas

Textos Ana Martins e Cristina Soares

Tiragem 2500 exemplares

Fotografia Anabela Trindade, Cristina Soares, Filipe Paiva, Pedro Miguel Tavares e Rui Cardoso

Depósito legal

Design Gráfico e Produção Ricardo Moura e Paulo Jesus | DCI FEUP

Contacto para publicidade Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto DCI - Divisão de Comunicação e Imagem | Telef. 225 081 895 | e-mail: dci@fe.up.pt


BREVES | ABRIL – JUNHO AGENDA | ABRIL – JUNHO Abril 03 de Abril “Técnicas de subtracção de SPECT e o seu co-registo com IRM: análise e optimização de um protocolo clínico e sua utilidade clínica em doentes epilépticos”, prova de mestrado (MEB)

Energias Renováveis em debate

De 18 a 23 de Abril vai decorrer na FEUP o 32o Council Meeting da ESTIEM, organizado pela Associação de Alunos de Gestão Industrial. Realizado bianualmente um pouco por todo a Europa, é a terceira vez que este evento é organizado em Portugal e a primeira vez que tem esta dimensão: na FEUP vão estar 160 delegados provenientes de 63 faculdades de 22 países. Embora dedicado à Gestão Industrial, o evento está aberto a todos os alunos, até porque do programa fazem as empresas Microsoft, Roland Berger e Bosch que virão apresentar a sua empresa e respectivo plano de recrutamento. A organização estudantil ESTIEM (European Students of Industrial Engineering and Management) foi fundada em 1990 e é a única organização europeia para os estudantes deste curso. Tem como principal objectivo estabelecer e fortalecer o relacionamento entre estes estudantes de toda a Europa e, ao mesmo tempo, ajudá-los no seu desenvolvimento profissional e pessoal. A ESTIEM organiza-se por Grupos Locais representantes das diversas faculdades, contando actualmente com 66 grupos locais que congregam mais de 50 mil estudantes espalhados por diversos países europeus. http://www.porto2006.cm.estiem.org/

FEUP e Alumni LEIC lançam Concurso de Ideias A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em parceria com a Associação dos Antigos Alunos da Licenciatura em Engenharia Informática e Computação da FEUP (Alumni LEIC), está a promover o concurso de ideias de negócio ALUMNIDEA aberto ao público em geral. A iniciativa será oficialmente lançada no dia 25 de Abril e culminará em Setembro deste ano, visando a criação cinco empresas de base tecnológica. Para o efeito, e após as duas primeiras selecções realizadas em Maio e Junho de 2006, serão escolhidos os 50 melhores projectos. Seguemse, nos meses de Junho e Julho, vários workshops temáticos – em inovação, propriedade industrial, criatividade, business plan, marketing e internacionalização –, que visam contribuir para o amadurecimento das melhores ideias. À fase seguinte do concurso, agendada para Agosto, passarão apenas 20 ideias. A quarta selecção acontecerá em Setembro, mês em que os seleccionadores decidem quais os projectos que serão premiados, num máximo de 10. Cada ideia receberá o montante mínimo de 5 mil euros – capital que deverá ser aplicado na criação da empresa de negócio –, sendo que aquele valor poderá beneficiar de variações em função do número de novas empresas seleccionadas. Aos vencedores é também proporcionado um ano de espaço de incubação, formação e consultoria. http://alumnileic.fe.up.pt/alumnileic.php

Inovar para Competir

A Biblioteca da FEUP é membro do IATUL desde 1997 e foi eleita para o Board em 2002.

FEUP e INEGI organizam IDDRG-Porto 2006 Sob o lema “Drawing the Things to Come – Trends and Advances in Sheet Metal Forming”, a IDDRG – International Deep Drawing Research Group decorrerá na FEUP, entre 19 e 21 de Junho. Organizado pela FEUP e pelo INEGI, este evento tem o objectivo de apresentar novos dados sobre investigação e desenvolvimento na área da conformação plástica e assuntos relacionados com esta temática. Para tal, abordará temas como o comportamento de materiais, modelos de teste, ferramentas avançadas de design e processos de conformação plástica. http://www.inegi.up.pt/iddrg2006

“Gestão de Versões num Modelo Relacional com Aplicação a um Configurador de Redes Eléctricas”, prova de mestrado (MEI)

04 de Abril Palestra “The MIT/Stanford Experience”, Engo Henrique Miranda e Pedro Pinto

05 de Abril A FEUP – em colaboração com a NET a ADI e o IDIT e com o apoio do Projecto Techlink – vai realizar um Seminário sobre Inovação no próximo dia 1 de Junho. O orador será o especialista David O’Sullivan, membro do DERI – Digital Enterprise Research Institute e Professor da Universidade de Galway, Irlanda. Dividindo-se em duas partes – a parte da manhã dedicada aos estudantes e parte da tarde dedicada às empresas – o seminário contará com sessões interactivas que poderão ser seguidas pela assistência em directo e através de sistemas multimédia apropriados. Além da organização de seminários, o projecto TechLink compreende também um programa de intercâmbio de Agentes de Inovação entre as várias regiões representadas, que foi apresentado na FEUP em Junho de 2005. http://cimru.nuigalway.ie/david/ http://techlink.idit.up.pt

O Mundo das Biblioteca Técnicas na FEUP A FEUP vai acolher de, 22 a 25 de Maio, a 27o Conferência do IATUL - “International Association of Technical University Libraries”. Sob o tema “Embedding Libraries in Learning and Research”, directores de bibliotecas universitárias, das áreas da Ciência e Tecnologia, provenientes de 38 países dos cinco continentes, vão analisar e discutir o acesso aos serviços de informação, quando, onde e em que formato os utilizadores deles necessitam, ou seja: a Informação em Contexto. Serão questões centrais a debater, a crescente importância do mundo digital e virtual – e-learning e e-science, a integração da informação nos fluxos de trabalho institucionais e individuais, reforçando o papel das bibliotecas enquanto serviços e não só espaços. Programa e resumos das comunicações estão disponíveis em: http://www.fe.up.pt/iatul2006

Instituto de Hidráulica debate modelação física

Sob a organização do Instituto de Hidráulica e Recursos Hídricos da FEUP (IHRH-FEUP), de 8 e 10 de Maio a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto recebe a 1a Conferência Internacional sobre Modelação Física Aplicada à Engenharia Costeira e Portuária – CoastLAB06. Debatendo temas como as ondas, os transportes de sedimentos ou as técnicas de medição, esta conferência pretende constituir um fórum interdisciplinar que irá reforçar a interacção, o diálogo e a cooperação entre investigadores interessados na modelação física aplicada à engenharia costeira e portuária em geral. Ao longo de três dias, os participantes terão a oportunidade de apresentar o seu trabalho ou equipamentos, bem como discutir informalmente os desenvolvimentos recentes nesta área. Paralelamente à conferência irá realizarse uma mostra técnica na FEUP de forma a dar a oportunidade aos palestrantes de ficarem a par das mais recentes inovações nesta área da engenharia costeira e portuária produzidas por diversas organizações e empresas. http://www.fe.up.pt/~lpneves/coastlab06

FEUP traz CompTest a Portugal

Com o objectivo de reunir a comunidade científica internacional activa nas áreas de desenvolvimento de ensaios experimentais e modelação de materiais compósitos avançados, a FEUP realiza dias 10, 11 e 12 de Abril, o congresso “COMPTEST2006 – Composites Testing and Model Identification”. Realizando-se pela primeira vez em Portugal, este congresso pretende debater alguns desenvolvimentos recentes na medição de campo de deformações utilizando técnicas de processamento de imagem que levam a novas possibilidades de identificação de propriedades mecânicas e à identificação de parâmetros relevantes para modelos computacionais.

A FEUP participa desde a primeira edição do “COMPTEST” – realizada em França, em 2003 – e foi convidada para presidir ao evento deste ano graças ao seu knowhow e às elevadas competências que possui na área de materiais compósitos. O presidente da mesa do congresso é Pedro Camanho, engenheiro e professor auxiliar no Departamento de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial da FEUP, a quem foi atribuído recentemente o prémio de “Jovem Investigador em Mecânica Aplicada e Computacional – 2005”, pela Associação Portuguesa de Mecânica Teórica, Aplicada e Computacional (APMTAC). http://paginas.fe.up.pt/COMPTEST2006

Palestra “As Alterações Climáticas e a Economia do Carbono - impacto sobre a economia portuguesa”, Álvaro Martins (ISEG/CEETA)

05 de Abril “A Reutilização de Requisitos no Desenvolvimento e Adaptação de Produtos de Software”, provas de doutoramento (DEEC)

07 de Abril “As novas potencialidades do betão como material arquitectónico”, prova de mestrado (MCE)

10 a 12 de Abril CompTest2006

18 a 23 de Abril

Maio 03 de Maio Palestra “A valia eléctrica nos grandes empreendimentos hídricos”, Ribeirinho Machado (EDP Produção)

05 a 07 de Maio 9a Edição do Concurso/Encontro Nacional de Programação em Lógica e Funcional - CeNPLf’06

08 a 10 de Maio CoastLAB06

10 de Maio Palestra “A regulação em Portugal e os preços da electricidade”, Jorge Vasconcelos (ERSE)

17 de Maio Palestra “Das ondas do mar à electricidade”, Rui Barros (ENERSIS)

17 de Maio “O desenvolvimento da energia eólica em Portugal - grandes parques e remuneração”, A. Sá da Costa (APREN)

31 de Maio Palestra “Aproveitamentos minihídricos - enquadramento e evolução do sector. Aspectos técnicos de concepção e projecto”, Rui Leitão (EDP Produção)

32o Council Meeting da ESTIEM

19 de Abril Palestra “O desenvolvimento da energia eólica em Portugal - grandes parques e remuneração”, A. Sá da Costa (APREN)

19 de Abril Rui Barros (ENERSIS) “Das ondas do mar à electricidade”

junho 01 de Junho Seminário do Projecto Techlink com o Professor David O’Sullivan

19 a 21 de Junho IDDRG-Porto 2006

FORMAÇÃO CONTÍNUA | ABRIL – JUNHO

3, 4, 10 e 11 de Abril Tomar melhores decisões usando métodos quantitativos e folhas de cálculoResponsável: Prof. Maria Antónia Carravilla

Módulo II – Edifícios, Sistemas AVAC e Eficiência Energética Responsável: Prof. Eduardo de Oliveira Fernandes e Prof. José Luís Alexandre

8 a 12 de Maio Gestão de Operações em Transporte Aéreo Responsável: Prof. Álvaro Costa

21 a 28 de Junho Especificação Geométrica de Produtos Responsável: Prof. José A. S. Almacinha

10, 11, 12 e 19 de Maio Iniciação ao Estudo da Térmica de Edifícios e Sistemas de AVAC Módulo I – Física geral e geradores térmicos Responsável: Prof. Eduardo de Oliveira Fernandes e Prof. José Luís Alexandre 6, 7, 8, 9 e 19 de Junho Iniciação ao Estudo da Térmica de Edifícios e Sistemas de AVAC

22, 23, 29 e 30 de Junho Desenvolvimento Ágil de Software em C#visualstudio.net Responsável: Prof. João Pascoal Faria 22, 23, 29 e 30 de Junho Desenvolvimento Ágil de Software em Java/Eclipse Responsável: Prof. Ademar Aguiar

FORMAÇÃO CONTÍNUA

Até Maio os Perfis de Especialização em Energias Renováveis - inseridos nos cursos de Mestrado de Engenharia Mecânica e Engenharia Electrotécnica e de Computadores – estão a promover um conjunto alargado de palestras sobre a temática “Energias Renováveis”. Abertas ao público em geral, as palestras têm lugar na FEUP (sala B004), às 4as feiras, entre as 16 e as 18 horas, e contam com um conjunto de especialistas dispostos a discutir e elucidar sobre um dos temas que dão que falar na actualidade. Nos meses de Abril e Maio serão realizadas as seguintes palestras: “As Alterações Climáticas e a Economia do Carbono - impacto sobre a economia portuguesa” (por Álvaro Martins - ISEG/CEETA, no dia 5 de Abril), “Das ondas do mar à electricidade” (por Rui Barros - ENERSIS, no dia 19 de Abril), “Redes Eléctricas” (por José Penedos – REN, a 26 de Abril), “A valia eléctrica nos grandes empreendimentos hídricos” (por Ribeirinho Machado - EDP Produção, a 3 de Maio), “A regulação em Portugal e os preços da electricidade” por Jorge Vasconcelos – ERSE, a 10 de Maio), “O desenvolvimento da energia eólica em Portugal - grandes parques e remuneração”, por A. Sá da Costa – APREN, a 17 de Maio) e “Aproveitamentos minihídricos - enquadramento e evolução do sector. Aspectos técnicos de concepção e projecto”, por Rui Leitão - EDP Produção, a 31 de Maio). http://paginas.fe.up.pt/mer/

Estudantes de toda a Europa reúnem-se no Porto

Palestra “Redes Eléctricas”, José Penedos (REN)

AGENDA

Faculdade de Engenharia Universidade do Porto

04 de Abril

26 de Abril


EM FOCO | OS DESAFIOS DA ÁGUA NA FEUP

Texto de Ana Martins

investigar para inovar Investigar sobre a água não é só procurar soluções para problemas ambientais. Ao nível do “Tratamento de Águas Residuais e Efluentes Industriais”, por exemplo, a FEUP tem desenvolvido um interessante trabalho de valorização de resíduos, seja a pedido de entidades externas ou por iniciativa própria. “Quando se faz um tratamento de água de um rio para produção de água para consumo humano”, explica Rui Boaventura, “há uma produção diária de toneladas de lamas

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cujo destino é habitualmente um aterro”. Algo que tem um custo muito elevado e que levou a AdDP a pedir à FEUP que estudasse soluções alternativas de gestão das lamas produzidas na ETA de Lever. Com a colaboração do Professor Manuel Fonseca Almeida do Departamento de Metalurgia e Materiais, Rui Boaventura testou a hipótese de incorporar essas lamas em argilas para a produção de materiais cerâmicos, seja tijolo ou telha. Os investigadores chegaram à conclusão que, “dentro de certas proporções é possível adicionar lama a materiais cerâmicos de construção de forma a dar um destino útil a esses resíduos. Desta forma, valorizam-se as lamas e reduzem-se significativamente os custos da deposição das mesmas”. Ao nível dos metais pesados, a FEUP está a desenvolver dois projectos de I&D na área da reciclagem de águas contaminadas com metais por biossorção em algas marinhas e resíduos industriais contendo algas. Uma vez que as “tecnologias convencionais de tratamento de águas residuais industriais contaminadas com metais não removem eficazmente concentrações vestigiais, são demasiado onerosas ou envolvem o manuseamento e deposição de lamas tóxicas” a biossorção é uma alternativa técnica e economicamente atractiva. Na prática, a equipa de Rui Boaventura está a tentar retirar quantidades vestigiais de metais dos efluentes industriais contaminados com esse tipo de poluentes. Para tal, a FEUP socorre-se não só das algas marinhas e musgos aquáticos mas também dos resíduos de algas, produzidos pela indústria de extracção do agar. Materiais de baixo custo como determinado tipo de argilas e lamas químicas provenientes do tratamento de efluentes industriais estão também a ser utilizados para remoção da cor de efluentes de tinturarias têxteis. Efectuando normalmente a Monitorização da Qualidade da Água em rios, Rui Boaventura tem estado envolvido em diversos projectos como a monitorização das águas do Rio Douro e do Rio Paiva e ainda no Plano de Monitorização Ambiental do Porto de Leixões, um projecto liderado pelo Professor Fernando Veloso Gomes e que decorre das “operações de remoção de sedimentos e rebaixamento do fundo do Porto, que a APDL está a realizar para permitir a entrada de embarcações maiores”, explica Rui Boaventura. Da equipa faz parte também o Professor Rui Calejo, o Professor Joaquim Faria e a Professora Arminda Alves, que tem vindo a desenvolver um exten-

Sites úteis Água em Revista http://www.aguaonline.co.pt Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas http://www.apda.pt Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos http://www.aprh.pt Centro de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente da FEUP http://paginas.fe.up.pt/~fpinto/CEHRA/ Instituto da Água http://www.inag.pt Instituto de Hidráulica e Recursos Hídricos http://www.fe.up.pt/ihrh Instituto Regulador de Águas e Resíduos http://www.irar.pt International Water Association http://www.iwahq.org.uk International Water Management Institute http://www.iwmi.cgiar.org Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional http://www.maotdr.gov.pt UNESCO – Water http://www.unesco.org/water Universidade da Água http://www.uniagua.org.br

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Área incontornável na investigação e no ensino da Engenharia, a Água é um dos desafios de eleição da FEUP, em vertentes tão diversas como a Distribuição e o Consumo, a Orla Costeira ou a Hidrogeologia, entre outras. O resultado é um know-how consolidado interna e externamente, que faz da FEUP uma instituição de mérito na temática da Água.

Há também outro projecto em curso “que deu origem a uma tese de doutoramento” sobre subprodutos de desinfecção presentes na atmosfera de piscinas cobertas e que podem causar problemas respiratórios como a asma. É que, apesar de a natação ser “tradicionalmente recomendada como uma prática saudável para todas as pessoas, incluindo as que sofrem de asma, tem havido casos esporádicos de agravamento de sintomas de asma em piscinas cobertas fracamente ventiladas”. Denominado “SWIM - Optimização da qualidade do ar em piscinas cobertas e sua relação com o programa de desinfecção da água”, este projecto de I&D levou a FEUP a fazer análises exaustivas a quatro piscinas públicas e cobertas com o objectivo de “relacionar a qualidade do ar com a qualidade da água, no que se refere ao cloro e produtos da reacção com este desinfectante, que são nocivos para a saúde humana”. Ainda no que respeita à Saúde Pública, Rui Boaventura está envolvido num projecto para a empresa de Águas do Douro e Paiva, em que participam o Laboratório de Processos de Separação e Reacção e Laboratório de Física das Construções (e o Professor Vasco Freitas), sobre materiais de revestimento dos reservatórios de água. Pretende-se definir as características mais adequadas dos materiais de revestimento tendo em conta a tipologia dos reservatórios e a qualidade da água. Quanto à Gestão Ambiental, Rui Boaventura refere o BioRia, “um projecto financiado pela Câmara Municipal de Estarreja”, no qual estiveram envolvidos três estudantes do Mestrado em Engenharia do Ambiente da FEUP, e uma tese de doutoramento de “uma docente do Insituto Politécnico de Leiria sobre a contaminação das águas superficiais e sedimentos da bacia hidrográfica do Rio Lis, e sua relação com descargas de efluentes industriais e de instalações agro-pecuárias, em particular, suiniculturas”.

EM FOCO

Faculdade de Engenharia Universidade do Porto

Os desafios da Água na FEUP

Quando se formou na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em 1969, o hoje investigador principal Rui Boaventura estava longe de imaginar que o seu futuro como docente e investigador passaria pelo estudo exaustivo das problemáticas da água. Com a revolução de Abril veio também “uma mudança radical nas universidades e nas áreas de investigação”, recorda. Desde então, a água tem sido a sua “paixão”. Ao longo de três décadas o trabalho deste docente da FEUP tem sido movido pela preocupação de “contribuir para uma gestão mais cuidada dos recursos hídricos”. Porque, alerta, “em breve os consumos de água vão disparar e esta é já um bem escasso”. Como tal, Rui Boaventura tem concentrado os seus esforços em contribuir para a redução dos consumos, reutilização e melhoria da qualidade da água. Com uma carreira académica consolidada na área da Engenharia Química, este investigador aponta vários exemplos de contributos que tem vindo a desenvolver em torno da água, um trabalho que se pode enquadrar em quatro grandes áreas temáticas: “Qualidade da Água e Saúde Pública”, “Monitorização da Qualidade da Água”, “Tratamento de Águas e Águas Residuais” e “Gestão Ambiental”. Transversal a algumas destas áreas tem sido a colaboração entre a FEUP e a empresa Águas do Douro e Paiva, SA (AdDP). Uma parceria que remonta a 2000 e que “inclui projectos de Investigação e Desenvolvimento [I&D], cujos temas são fixados pela empresa, e também alguma prestação de serviços”. Por outro lado, a colaboração com esta empresa é feita a dois níveis, explica: “Um mais pontual, de análises, ensaios, etc., e outro mais constante, com projectos de duração de um ano”. Isto porque, à semelhança do que acontece com inúmeras outras entidades que recorrem às competências da FEUP, a empresa Águas Douro e Paiva “não tem departamento próprio de I&D e por isso subcontrata os serviços da Faculdade de Engenharia do Porto”. Na área da Saúde Pública há um conjunto de trabalhos e projectos relacionados com o impacto da qualidade da água. Um dos projectos que terminou há alguns meses tem a ver com a formação, nas Estações de Tratamento de Água (ETA), de determinados compostos que são nocivos para a saúde e que genericamente se designam por subprodutos de desinfecção, e com a evolução das respectivas concentrações nas redes de distribuição de água. “É preciso ver como é que os compostos se propagam e que impacto têm na saúde e para tal são analisados não só na ETA como ao longo de toda a rede de distribuição”, explica Rui Boaventura.

Water Quality Association http://www.wqa.org


EM FOCO | OS DESAFIOS DA ÁGUA NA FEUP

Sabia que…

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No âmbito da Lei do Mecenato Científico, a Baviera ofereceu uma pequena ETAR à FEUP. Para alojar este equipamento, a Faculdade está já a projectar a construção de um edifício que deverá estar concluído até ao final de 2006. Segundo o Professor Rui Boaventura, esta ETAR será um local privilegiado de trabalho, quer ao nível do ensino da Engenharia do Ambiente, Química e Civil, quer de investigação, já que se passa a dispor de uma estrutura que comporta processos químicos e biológicos para o tratamento de vários tipos de efluentes. •

Actualmente, mais de 1 bilião de pessoas não têm acesso à água potável. Na Cimeira do Milénio das Nações Unidas, os líderes mundiais acordaram reduzir para metade, até 2015, a percentagem de pessoas sem acesso a água potável. Por volta de 2050, quase metade da população mundial sofrerá com a falta deste recurso. Embora a água cubra 70% da superfície do planeta, apenas uma parte – 2,5% – é água doce; desta, 70% estão congelados em calotes glaciais. O resto existe sob a forma de humidade no solo. Isto faz com que apenas se tenha acesso a 1% da água doce para utilização humana. Cerca de 70% da água doce disponível é utilizada para fins agrícolas. No entanto, devido a sistemas de irrigação deficientes, particularmente nos países em desenvolvimento, 60% dessa água evapora-se ou regressa aos rios ou aos cursos subterrâneos.

Água na Região Norte vigiada pela FEUP A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCRN) e a FEUP estão a trabalhar em conjunto para monitorizar a qualidade da água na Região Norte. No âmbito desta parceria foram assinados três protocolos de colaboração que visam a criação de um Atlas da Qualidade da Água na Região Norte, um Estudo de Caracterização Hidrográfica das Ribeiras da Costa, entre o rio Minho e a barrinha de Esmoriz e de um Projecto de tratamento de Aquíferos de Riomeão. No total, a CCRN conta investir cerca de 570 mil euros. •

O consumo de água destinada à irrigação aumentou mais de 60% desde 1960. Ao longo do último século, o consumo de água sextuplicou, isto é, a uma velocidade duas vezes maior do que o crescimento demográfico. Nos países em desenvolvimento, cerca de 90% das águas canalizadas e 70% dos efluentes industriais, são rejeitados sem qualquer tratamento, o que polui as reservas disponíveis. A todo o momento, metade das camas dos hospitais do Mundo poderão estar ocupadas por pessoas portadoras de doenças provocadas pela má qualidade da água.

Fonte: Água em Revista, O Atlas da Água, “Prospectus”, das Nações Unidas, a propósito de 2003 – Ano Internacional da Água Doce.

“Depois de encontrar os contaminantes o que se faz?”, questiona Arminda Alves. A resposta está no seu próprio trabalho, que a nível laboratorial está a utilizar produtos naturais para absorver os contaminantes das águas. “Neste momento não temos controlo sobre todos os contaminantes que passam as estações de tratamento de águas e que chegam às nossas casas. Apesar de existirem em quantidades vestigiais e de, como tal, não constituírem perigo, o certo é que existem e os seus efeitos nefastos podem fazer-se sentir a longo prazo”, explica. Para eliminar estes compostos, a equipa do LEPAE liderada por esta docente desenvolveu méto-

Baviera oferece ETAR

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o desafio não acaba aqui

dos de absorção amigos do ambiente, utilizando para tal produtos naturais excedentários, como a casca de pinheiro a casca de amêndoa e granulados de cortiça. Desta forma, valorizam-se os recursos naturais e simultaneamente resolve-se um problema ambiental”. Embora não esteja envolvido em projectos de investigação e desenvolvimento nem de investigação aplicada ao nível da água, o Professor Alexandre Leite também tem vindo a fazer da água uma área de eleição. No caso concreto, através da emissão de pareceres. Docente do Departamento de Engenharia de Minas, Alexandre Leite recorda que “as principais fontes de contaminação de aquíferos subterrâneos são as lixeiras – hoje proibidas – e os aterros mal dimensionados e mal localizados”. E é na detecção e análise destas situações anómalas que este docente tem vindo a elaborar casos de estudo utilizados depois em tribunal para apreciação jurídica. Contribuições gratuitas que segundo o docente, “têm sido importantes para as pessoas da população que, ao ouvir, vão aprendendo” e para os seus alunos, a quem dá a conhecer nas aulas as situações práticas com que um dia se poderão confrontar. Públicos-alvo bastante diferentes, que Alexandre Leite procura cativar com o mesmo objectivo: mostrar que é a geologia e o que ela representa. Porque, lembra, “o conhecimento é a única forma que temos de mudar o mundo”. •

Os primeiros estudos sobre a água datam de finais do século XVII. Em Portugal, a primeira análise fica a dever-se a Vandelli que o Marquês de Pombal faz vir de Pádua. Vandelli, com o seu discípulo Martins Pessoa efectua, entre 1778 e 1781, na Universidade de Coimbra, a análise da água mineral das Caldas da Rainha.

EM FOCO

Faculdade de Engenharia Universidade do Porto

A FEUP tem desenvolvido um interessante trabalho de valorização de resíduos, seja a pedido de entidades externas ou por iniciativa própria.

so trabalho de investigação aplicada ao nível do desenvolvimento de métodos analíticos “rápidos e amigos do ambiente” para análise vestigial de micropoluentes, explica. Doutorada em Engenharia Química, na área da química analítica aplicada a vinhos, Arminda Alves desenvolve técnicas de análise de micropoluentes orgânicos presentes em quantidades vestigiais não só no vinho mas também nos alimentos e na água. A ideia é aplicar métodos analíticos não invasivos e não poluentes, oferecendo assim alternativas sustentáveis às que existem. Isto porque, revela, “os laboratórios de análises são dos mais poluentes que existem porque incorporam muitos químicos tóxicos nas suas análises químicas”. Neste sentido, a equipa desta Professora do Laboratório de Engenharia de Processos, Ambiente e Energia (LEPAE) do Departamento de Engenharia Química desenvolveu um método analítico amigo do ambiente para análise de contaminantes ambientais utilizando para tal um micro-ondas comum adaptado por técnicos da FEUP para o efeito. O resultado é que, “ao contrário das análises comuns, que são invasivas e poluentes, o método do micro-ondas permite que se analise a água e outro tipo de amostras, sem necessidade de incorporação de solventes orgânicos tóxicos”. Um método que, apesar de apenas ser aplicado internamente, poderá interessar às empresas “não só porque é rápido e limpo mas também porque estas actualmente pagam para se desfazerem dos solventes”, acrescenta.


À CONVERSA COM Rodrigo Maia

Especialista da FEUP apela à gestão da água

Para lá da Engenharia… Engenharia Civil porquê?

mas considerações sobre essa matéria. No Algarve, por exemplo, terá faltado, neste período de seca recente, a possibilidade de recurso a origens de água alternativas, suficientes para atender ao desenvolvimento regional em cenários de escassez prolongada. A médio prazo, esta região deverá procurar garantir alternativas que permitam desenvolver um modelo de gestão integrada e sustentável para a Agricultura e para o Turismo…

ções responsáveis por esta matéria, contribuindo para a consciencialização da sociedade em geral relativamente ao problema da gestão da água. Nessa linha, por exemplo, foi criada uma Comissão de Acompanhamento dos Efeitos de Seca, que proporcionou uma gestão online dos principais recursos disponíveis e dos sistemas envolvidos na captação, tratamento e distribuição da água para os mais diversos fins. Foram envolvidas naquela comissão as entidades mais relevantes na gestão de recursos hídricos do país, possibilitando uma maior coordenação e cooperação das autoridades competentes nesta matéria.

Texto de Cristina Soares

“Medicina ou Engenharia Civil, foi a questão. Os pais, ambos médicos, traziam a medicina para o dia-a-dia e o pai (Albino Maia) era um exemplo bom demais na entrega aos outros...! Venceu o desafio pelas realizações e obras do tio e padrinho (António Maia), um engenheiro civil de referência, técnica e humana.” Se não fosse engenheiro civil o que gostaria de ser? “Um bom médico...!”

À CONVERSA COM Rodrigo Maia

Faculdade de Engenharia Universidade do Porto

A seca iniciada em Portugal em 2004 mantém-se e parece continuar a afectar a vida socioeconómica do nosso País. As duas primeiras semanas de Janeiro de 2006 apresentaram-se com chuvas abaixo da média verificando-se uma crescente descida do volume armazenado de água nas albufeiras. Apesar da neve e dos chuviscos dos últimos meses, a seca ainda afecta grande parte do território nacional. O B.I.FEUP esteve à conversa com Rodrigo Maia – Professor Associado da FEUP e, até muito recentemente, director da Secção de Hidráulica do Departamento de Engenharia Civil da FEUP – para tentar saber quais os cuidados urgentes a ter na gestão dos recursos hídricos.

Rodrigo Maia é Professor Associado da FEUP, faculdade onde se licenciou e doutorou em Engenharia Civil. Especialista em áreas científicas como Mecânica dos Fluidos, Hidráulica, Hidráulica Fluvial, Recursos Hídricos (Rios Internacionais) e Ambiente, encontra-se actualmente a orientar quatro Teses de Doutoramento e três Teses de Mestrado, e desde 1992 que se está envolvido em projectos de I&D - cinco Projectos JNIC/FCT e dois Projectos Europeus (WSM - 50 PQ e AQUATRESS – 6o PQ). Editor de um livro, autor/co-autor de três capítulos de livro, com mais de 30 artigos em revistas de circulação internacional com arbitragem científica e/ou em actas de conferências científicas e diversas comunicações orais por convite, Rodrigo Maia é membro da Comissão Executiva da EWRA (European Water Resouces Association) e ainda membro da Direcção do CEHRA (Centro de Hidráulica, Recursos hídricos e Ambiente) da FEUP.

Livro de eleição. O Principezinho (A. Saint-Exupéry) Melhor filme. Canção de Lisboa Projecto pessoal de que se orgulha. “Tese de Doutoramento (Mecânica dos Fluidos) e o percurso construído com ‘os meus’, ao longo dos anos....!” Local de Eleição. Vila Nova de Cerveira, para os fins-de semana Jericoacora, no Brasil, para férias

Fotografias de Rui Cardoso

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“Uma correcta gestão dos recursos hídricos representa um grande desafio para qualquer país”

B.I.FEUP Segundo dados recentes do Instituto da Água (INAG), os armazenamentos de Março de 2006, por bacia hidrográfica, são inferiores às médias deste mês no período 1990/2000, com excepção das bacias do Lima, Cávado, Ave, Tejo e Arade. Acha que as problemáticas levantadas pela seca iniciada em Portugal em 2004 e das quais ainda agora nos ressentimos são sinónimo de má distribuição geográfica da água e/ou de mau uso desse bem cada vez mais essencial? Rodrigo Maia A água é um recurso escasso e componente essencial dos sistemas naturais, sendo insubstituível na quase totalidade das actividades humanas. A sua gestão deverá atender a diversos factores, como o aumento da procura para satisfação das necessidades, a distribuição irregular da água no espaço e no tempo, e as situações extremas (cheias e secas), cada vez mais frequentes, porventura devido a alterações climáticas de realidade crescentemente evidenciada. Por tudo isto, uma correcta gestão dos recursos hídricos representa um grande desafio para qualquer país. Estas questões acabam sempre por ser sujeitas a uma maior discussão em situações de seca como a vivida recentemente, nas quais a escassez dos recursos vem (re)lembrar o carácter indispensável que a água assume em todos os domínios, e o cuidado que se deve ter no uso eficiente da mesma, e que muitas vezes acaba por não existir. Existe já uma grande evolução ao nível dos sistemas de abastecimento doméstico, especialmente no que toca à melhoria de eficiência (redução de perdas) e dos índices de população servida, embora a maior utilização de água no País seja da responsabilidade do sector agrícola. Por este facto, deverão ser desenvolvidos esforços para a obtenção de um desenvolvimento

integrado e harmonioso dos diferentes usos, apoiado em reservas estratégicas suficientes e adequadas a fins múltiplos. A correspondente gestão terá de surgir enquadrada, a nível nacional, numa base legislativa e institucional, em reformulação, e respeitando as directivas comunitárias em termos quantitativos, qualitativos, ambientais e económicos. De qualquer das formas, no caso português, existem condicionantes extras que poderão atrasar todo o processo de consciencialização social e institucional para a importância da água e para um correcto planeamento e gestão de recursos hídricos. Esses condicionantes reflectem-se, por exemplo, na insuficiente cooperação entre países que são obrigados a partilhar este tipo de recursos, como é o caso de Portugal e Espanha, que terão de evoluir progressivamente para uma gestão (mais) integrada ao nível de bacias hidrográficas transfronteiriças (caso dos rios Guadiana, Tejo, Douro, Minho e Lima), bem como no atraso constatado na implementação efectiva da DQA, que há que corrigir e recuperar. B.I.FEUP Tem-se verificado um agravamento da situação de seca no país nestes últimos anos. Segundo dados do Instituto de Meteorologia, a situação de seca iniciada em final de 2004 permaneceu até 31 de Dezembro de 2005 com 84 por cento do território nacional em situação de seca meteorológica com intensidade fraca e moderada. Em sua opinião, o que falhou na mitigação dos seus efeitos? RM Para se apontar o que faltou na mitigação dos efeitos de seca, em primeiro lugar, é necessário conhecer os reais problemas da região em causa. Desta forma, apenas depois de um estudo mais aprofundado é possível efectuar algu-

“ Já existe, nos dias de hoje, uma crescente mobilização das instituições responsáveis por esta matéria, contribuindo para a consciencialização da sociedade em geral relativamente ao problema da gestão da água” B.I.FEUP Acha então que seria benéfico a adopção de uma estratégia nacional no que respeita ao uso e abuso da água? RM Bom… acho é que deverão ser simuladas estratégias de desenvolvimento regional que, associadas a diversos cenários hidrológicos de disponibilidades hídricas, permitam a escolha de opções de gestão de recursos hídricos consideradas adequadas, devidamente participada pelos interessados locais e que tenham em atenção o adequado ordenamento territorial. Esse deverá ser o caminho a seguir em todo o país, nomeadamente nas zonas com situações frequentes de escassez de água. De qualquer das formas já existe, nos dias de hoje, uma crescente mobilização das institui-

B.I.FEUP Está Portugal a par da legislação europeia em termos de gestão da água? RM A Directiva Quadro da Água (DQA) preconiza a gestão integrada dos recursos hídricos ao nível da bacia hidrográfica, nomeadamente ao nível das bacias partilhadas pelos EstadosMembros. Esta directiva assume por objectivo estabelecer um quadro comum no domínio da protecção das águas interiores, de superfície e subterrâneas, das águas de transição e das águas costeiras, visando prevenir a degradação e proteger a qualidade das águas, promover a utilização sustentável da água e contribuir para a mitigação dos efeitos das cheias e das secas. Destaca-se, então, a necessidade de apropriar os modelos de gestão da água às condições ambientais, políticas e culturais da região, não devendo restringir-se à busca da maximização do valor económico da água. Esta gestão deverá resultar de uma construção contínua contando com a participação de todas as partes interessadas desde os políticos responsáveis aos cidadãos, passando pelos técnicos directamente envolvidos nesta área, esperando-se que

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OPINIÃO | JOAQUIM POÇAS MARTINS

“ A água, pelo facto de ser indispensável à vida assume um valor bem superior a qualquer outro elemento existente. Se pode constituir um factor de união e de progresso, também poderá, no entanto, e sem dúvida, vir a ser um elemento causador de conflitos” B.I.FEUP Acha que já se justifica em Portugal o princípio de pagamento de taxas ecológicas? RM O princípio de pagamento de taxas ecológicas será, com certeza, um processo de difícil implementação e aceitação em Portugal. Existe no nosso país ainda pouca consciência ambiental e essa sensibilização, embora já tenha revelado sérios progressos, é uma tarefa longa e árdua. Será necessário primeiro implementar e consolidar a aplicação das taxas de utilização de recursos hídricos já previstas, por exemplo. Um caminho possível seria talvez a criação de uma envolvente em que o pagamento dessa taxa fosse redireccionado para o financiamento de projectos concretos, directamente relacionados com a preservação do ambiente, sendo uma forma mais suave de introduzir essa questão que, no entanto, me parece pouco provável vir a ser resolvida ou mesmo seriamente discutida a curto/médio prazo. B.I.FEUP Afinal, e na sua opinião, as chamadas “guerras da água” são domínio da ficção científica ou são perigosamente mais reais do que parecem? RM Sempre existiram conflitos originados pela disputa de água. Isso verificou-se e verifica-se ainda tanto entre países como simplesmente entre vizinhos. Mas também, e muitas vezes, a água funciona mais como um factor conducente ao entendimento, mesmo entre países que estão em guerra...! A celebração de acordos transfronteiriços para prevenir esses eventuais conflitos e assegurar uma gestão sustentável dos recursos hídricos é frequente, e é enquadrado por legislação e princípios internacionais. Um bom exemplo disso reporta à situação de Portugal e Espanha, com a qual foram celebrados diversos convénios e convenções sobre os rios partilhados, a última das quais a designada Convenção de Albufeira, em 1998. Mais ainda, existe uma colaboração activa e constante nesses assuntos, essencial para o bom entendimento entre os dois países. A água, pelo facto de ser indispensável à vida, assume um valor bem superior a qualquer outro elemento existente. Se pode constituir um factor de união e de progresso, também poderá, no entanto, e sem dúvida, vir a ser um elemento causador de conflitos, se se verificarem os cenários mais pessimistas apontados em diferentes estudos. De facto, há já alguns anos que é referido que a água será a maior causa de conflitos do século XXI. Cabe-nos a nós contrariar essa possibilidade, através da nossa vida quotidiana e da prática como engenheiros, investigadores e académicos. •

Novos desafios e oportunidades no sector empresarial da água

Situações de stress hídrico com resolução à vista Até início de 2009 o Professor Rodrigo Maia está envolvido, como coordenador do parceiro português FEUP, no projecto europeu “AquaStress – Mitigation of Water Stress through new Approaches to Integrating Management, Technical, Economic and Institutional Instruments”. Relacionado com a gestão dos recursos hídricos em regiões com stress hídrico, ou seja, onde a quantidade e/ou qualidade da água disponível não vai de encontro às necessidades humanas e/ou ecológicas tendo em conta escalas espaciais e temporais relevantes, o projecto “Aquastress” está a ser desenvolvido na parte portuguesa da bacia hidrográfica do Guadiana. É ainda importante referir que o “Aquastress”, tal como aconteceu com o “WaterStratetgyMan” (projecto que terminou em Junho de 2005 o qual também coordenou), tem um objectivo fulcral e muito importante na actualidade: aplicar os requisitos da Directiva Quadro da Água (DQA), visando desenvolver uma base de análise e de mitigação do stress hídrico, com um carácter integrado (institucional, socio-económico e técnico), multisectorial, levada a cabo com intervenção das diferentes partes interessadas. No caso do “Aquastress”, focando a participação pública na aplicação da Directiva, através do necessário envolvimento das entidades nacionais, regionais e locais em todas as fases do projecto. Em termos nacionais, foi solicitada a colaboração das principais partes interessadas e/ou afectadas pela Gestão de Recursos Hídricos. O papel da FEUP, responsável pelo desenvolvimento e adequação do projecto à região em estudo em Portugal, é também o de coordenar as actividades de todos os parceiros do projecto nessa região e procurar que as mesmas estejam de acordo com as necessidades indicadas pelos organismos, instituições e indivíduos interessados e/ou afectados. Estes (denominados Stakeholders) são os elementos condutores e avaliadores de todo os avanços do projecto na identificação dos principais problemas de escassez, na análise e avaliação de possíveis soluções de mitigação desses mesmos problemas e na implementação real das soluções escolhidas para o potencial Caso de Estudo. Para a bacia do Guadiana, destacam-se algumas organizações envolvidas na monitorização e acompanhamento do projecto, nomeadamente, o INAG – Instituto da Água, as AdP – Águas de Portugal, o IDRHa – Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulico, entre outras. Depois da fase inicial (seis primeiros meses), em que o principal objectivo consistia na análise, contacto e convite à participação no projecto dos stakeholders mais relevantes no processo de Gestão de Recursos Hídricos na bacia do Guadiana, o projecto assumiu uma definição mais técnica do ponto de vista do estudo do stress hídrico na região. Além da obrigatória caracterização dos principais problemas, para a qual a contribuição dos stakeholders locais é determinante, serão igualmente propostas algumas soluções de mitigação para os problemas respectivo serão testadas e avaliadas com recurso a modelos de simulação que, conjugados com a participação pública, irão (ou não) levar à decisão de implementação dessas mesmas opções. Os casos de estudo a desenvolver nas oito diferentes regiões abrangidas pelo projecto terão em atenção para além da sua complementaridade e relevância: a qualidade de coordenação de todas as actividades a desenvolver nessas regiões; o acesso ao histórico hídrico; os problemas na actualidade relativos à gestão sustentável de recursos hídricos, como por exemplo práticas impróprias ao nível da agricultura, uso inadequado de terras, utilizações abusivas de água, entre outros. •

O sector do abastecimento de água e saneamento em Portugal teve uma evolução claramente positiva desde a década de 90, com a criação de um novo modelo institucional de empresas públicas multimunicipais e municipais, com a abertura à iniciativa privada, em regime de concessão, e com a disponibilização de importantes fundos comunitários. Conseguiu-se, neste período, modernizar a legislação, melhorar os níveis de atendimento e de qualidade de serviço e criar algumas empresas que já atingiram patamares de excelência a nível internacional. Entretanto, o país sofreu, em 2005, os efeitos da seca mais severa dos últimos anos. Situações extremas, como esta, servem de teste às organizações e aos procedimentos e induzem na população um estado de receptividade a mudanças de comportamento que, em condições normais, não se verifica. Relativamente ao abastecimento público de água, no entanto, a grande maioria da população não sofreu restrições de abastecimento, contrariamente ao que sucedeu noutros países europeus e ao que aconteceu no passado, em Portugal, em secas muito menos severas que esta. Num país em que frequentemente se deixa arrastar os problemas até se verificarem situações de ruptura e em que se privilegia o improviso ao planeamento atempado, importa registar o resultado positivo do esforço que conduziu à criação dos sistemas de abastecimento público que já servem a grande maioria da população. Sistemas modernos com dimensão adequada, origens de água bem escolhidas e maior capacidade de reserva estão na base desta mudança para melhor. A escala de intervenção, da ordem das centenas de milhar de habitantes por sistema, revelou-se condição essencial de sucesso, uma vez que os problemas ainda existentes estão sobretudo associados a sistemas pequenos e isolados. Entre os temas trazidos à discussão pública durante esta seca, o problema das perdas de água foi talvez o mais mediatizado. Independentemente de as maiores perdas de água, em volume, se verificarem no sector agrícola, as pessoas, cada vez mais informadas, não aceitam que se desperdice quase metade da água captada para abastecimento público e que as facturas que pagam sejam mais elevadas por causa disso. Com efeito, num sistema com 50% de perdas, valor infelizmente ainda frequente em Portugal, a entidade gestora da rede de distribuição tem de comprar ou produzir dois metros cúbicos de água por cada metro cúbico que factura aos clientes, situação que acabará sempre por se repercutir no consumidor final. A condução do processo, que tipicamente demora alguns anos até atingir valores aceitáveis da ordem dos 15% de água não facturada, é tecnicamente muito sofisticada e constitui

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Prof. Joaquim Poças Martins* um desafio para as entidades gestoras e uma oportunidade profissional para os técnicos do sector. É indispensável o recurso à telemetria e a sistemas de informação geográfica, à modelação matemática e ao controlo de pressão nas redes, a aparelhagem especializada de detecção e localização de fugas, à substituição programada de condutas e contadores domiciliários, à impermeabilização de reservatórios e à optimização de procedimentos de medição de consumos e facturação. Este combate às perdas requer, obviamente, recursos financeiros adicionais, que devem ser recuperados através de redução de custos de exploração e de acréscimos de receitas; a quantificação do nível óptimo de perdas em termos económicos, que poderá situar-se na maioria dos sistemas entre 10 e 20%, é um dos problemas mais interessantes a resolver em cada caso concreto. O facto de haver já em curso, em Portugal, alguns programas de redução de perdas bem sucedidos, ao nível dos seguidos nas melhores empresas do mundo, contribui para realçar, pela negativa, os numerosos casos em que tal ainda não acontece. A análise de várias experiências falhadas nos últimos anos, em que, com honrosas excepções, a situação não evoluiu significativamente, demonstra que o problema não é apenas técnico: é de gestão e é transversal à organização. Por outro lado, a população portuguesa já não tolera quaisquer interrupções do abastecimento de água e, para garantir praticamente a 100% a continuidade deste serviço público essencial, é necessário dispor de maiores capacidades de reserva de água bruta e de água tratada, multiplicar as origens e interligar condutas e sistemas vizinhos, criando redundâncias e percursos alternativos, a exemplo do que sucede com a electricidade. A criação de infraestruturas redundantes,

que funcionam só em situações de emergência, é essencial para aumentar a fiabilidade dos sistemas mas, inevitavelmente, encarece as tarifas e torna a exploração mais diversificada e complexa. Com efeito, o tempo em que um projecto mais ou menos complicado dava lugar a um sistema que funcionava sempre da mesma maneira, acabou. A evolução dos actuais sistemas para uma verdadeira gestão em tempo real, em que as perdas são rapidamente detectadas, em que a pressão nas redes e os consumos de energia são optimizados e em que as condutas adutoras funcionam num ou noutro sentido, requer que as entidades gestoras disponham em permanência de colaboradores mais especializados e o recurso a instrumentação e a processos de decisão muito mais sofisticados. O planeamento para situações de emergência, a gestão do risco, a certificação em qualidade, ambiente e segurança e a sustentabilidade estão na ordem do dia e requerem mudanças de fundo. É necessário passar de organizações complexas, muito fragmentadas, com postos de trabalho simples, para organizações simples e postos de trabalho complexos, ágeis e com poucos patamares de decisão. A mudança requer o recrutamento de profissionais muito mais qualificados para os quadros das entidades gestoras, com conhecimentos técnicos e científicos profundos, comparáveis aos exigidos para o exercício de funções nas universidades e nos gabinetes de consultoria. A Universidade tem de estar atenta a estas mudanças, investigando novas soluções técnicas, económicas e institucionais, e formando os técnicos e gestores das empresas de água do futuro, preparados para trabalhar em qualquer região do mundo, aproveitando as oportunidades proporcionadas pela incontornável globalização. •

“ A evolução dos actuais sistemas para uma verdadeira gestão em tempo real, em que as perdas são rapidamente detectadas, em que a pressão nas redes e os consumos de energia são optimizados e em que as condutas adutoras funcionam num ou noutro sentido, requer que as entidades gestoras disponham em permanência de colaboradores mais especializados e o recurso a instrumentação e a processos de decisão muito mais sofisticados.” (*) Professor Associado com Agregação da FEUP e Presidente do Conselho de Administração da empresa Águas do Douro e Paiva, S.A. Anteriormente, foi presidente da empresa municipal Águas de Gaia, da EPAL e da holding Águas de Portugal e Secretário de Estado do Ambiente e do Consumidor.

OPINIÃO JOAQUIM POÇAS MARTINS

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projectos como o AquaStress venham a dar um forte contributo nestes domínios. Todavia, o estado actual de aplicação da DQA em alguns países, como é o caso de Portugal e Espanha, é caracterizado pela existência de atrasos importantes, apesar de terem sido levadas a cabo diligências no sentido do cumprimento das obrigações fixadas pela DQA nos prazos fixados pela mesma. No que respeita à transposição da Directiva, já foi efectuada em Espanha no final de 2003, tendo sido, em Portugal, efectuada através da nova Lei da Água, aprovada no final de 2005. Esta nova lei vem consolidar a legislação existente, compatibilizando a DQA, com a tradição jurídica portuguesa que regula estas matérias.

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INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Tecnologia subaquática made in FEUP

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O Laboratório de Sistemas e Tecnologia Subaquática (LSTS) foi criado em 1997 para potenciar a Investigação e o Desenvolvimento, o deployment e a operação de sistemas e tecnologias avançadas em estudos oceanográficos e ambientais. Nestes incluem-se veículos autónomos ou pilotados remotamente, pequenos veículos não tripulados, e redes de sensores. Agregando cerca de 20 Investigadores, entre docentes da FEUP, Engenheiros e alunos de Doutoramento e de Mestrado, o LSTS, actualmente sob a responsabilidade do docente João Tasso Borges de Sousa está integrado no Grupo de Engenharia da Decisão e Controlo da Unidade de I&D da FEUP Instituto de Sistemas e Robótica – Porto, liderado pelo Professor Fernando Lobo Pereira. O LSTS opera o veículo ISURUS – Autonomous Underwater Vehicle (AUV) – desde 1997 (consultar http://paginas.fe.up.pt/~lsts/draft/ AUV.HTML para detalhes). Desde então, o LSTS tem projectado, desenvolvido e operado diversos veículos e sistemas: •V eículo submarino pilotado remotamente – Remotely Operated Vehicle (ROV) – para a inspecção de infra-estruturas subaquáticas. •V eículo submarino autónomo de baixo custo (LAUV) para oceanografia costeira. •S istemas de navegação autónoma com ou sem recurso a comunicações acústicas. •V eículo de superfície autónomo – Autonomous Surface Vehicle (ASV) – para oceanografia costeira. •R edes de sensores sem fios – Wireless Sensor Networks (WSN) – para recolha de dados ambientais. •V eículos áreos não tripulados – Unmanned Air Vehicles (UAV) – para monitorização ambiental. (em desenvolvimento) • I nfra-estrutura de Comunicações, Comando e Controlo (C3I) para operação coordenada de equipas de veículos e sistemas heterogéneos. •S istemas de controlo de operação (NEPTUS3D) com iniciativa mista (operador

humano no anel de controlo). •M iddleware para comunicação Publish/Subscribe (SEAWARE) em redes de veículos e sistemas. Ao longo dos anos o LSTS tem desenvolvido e acumulado competências e know-how no projecto e operação de redes de veículos e sistemas, na execução de missões de monitorização oceanográfica e ambiental, e no desenvolvimento e demonstração de conceitos e tecnologias para redes de veículos e sistemas. O desenvolvimento destas competências e know-how têm emergido do sucesso de um conjunto de projectos de I&D em colaboração, dos quais há que destacar os seguintes mais recentes: Análise e Projecto de Sistemas Híbridos: Aplicações na Coordenação e Controlo de Múltiplos Veículos, 1998 – 2001. Projecto de investigação colaborativa entre a FEUP e Universidade da Califórnia em Berkeley (UCB) com apoio da NSF (EUA) e da FLAD com o objectivo de explorar o quadro da Teoria dos Sistemas e do Controlo Híbrido para o controlo coordenado de múltiplos veículos autónomos. IES – Sistema de Inspecção de Infra-estruturas Submarinas. Refª. PO92/P31B-01/98. 1999-2003. Financiado pela Medida 3.1B do Programa Praxis XXI e posteriormente pelo POCTI, este projecto permitiu ao consórcio constituído pela APDL - Administração dos Portos de Douro e Leixões, FEUP e ISR-Porto, atingir o objectivo de conceber, implementar e testar operacionalmente um protótipo de um sistema de inspecção de infra-estruturas submarinas. Constituído por um ROV, uma consola de operação, um sistema de posicionamento, um sistema de movimentação do veículo e uma bateria de sensores específicos para cada tipo de aplicação, este sistema tem como inovação essencial o facto do

conjunto de sensores, a capacidade computacional e os algoritmos de controlo avançados com que está dotada, facilitarem substancialmente a sua operação, o que se traduz em mais elevada operacionalidade e em menores custos. CorDyAL - On the Control and Coordination of Dynamic Systems Under Analytical and Logical Constraints. Refª. POSI/34654/SRI/2000. 2000 – 2004. Envolvendo a FEUP, o ISR-Porto, o CINTAL da Universidade do Algarve e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto-Douro este projecto permitiu, com apoio do POSI, a especificação de um quadro formal para o projecto e o controlo coordenado de sistemas híbridos para o qual foi fundamental o conjunto de requisitos para um cenário de operação de múltiplos veículos submarinos autónomos. COOP - Controlo Coordenado de Múltiplas Plataformas Flutuantes. Setembro de 2001 – Dezembro de 2002. Apoiado pela FCT e pelo FUP ao abrigo de um protocolo entre o CRUP e o Ministério da Defesa Português, este projecto teve como objectivo

a concepção, desenvolvimento, teste, implementação e demonstração, em simulação, de uma arquitectura para a operação coordenada de múltiplas plataformas auto-propulsionadas. CAFOA - Caracterização de Fundos Oceanográficos baseado em veículos submarinos autónomos (VSA’s) por meios Acústicos. Setembro de 2001 – Dezembro de 2002. Apoiado pela FCT e pelo FUP ao abrigo de um protocolo entre o CRUP e o Ministério da Defesa Português, este projecto teve como objectivo a realização de uma missão de demonstração de mapeamento do fundo marinho a ser levada a cabo por um veículo submarino autónomo utilizando um sonar de varrimento lateral de elevada precisão, demonstrando assim as capacidades únicas de um veículo submarino autónomo, da classe REMUS, para este tipo de missões. PISCIS - Protótipo de um Sistema Integrado para a Amostragem Intensiva do Oceano Costeiro. Janeiro 2003 – Março 2006. Financiado pelo programa POSI, o consórcio

deste projecto, formado pela FEUP, APDL, ISRPorto e CIMAR, endereça a concepção e a implementação de um sistema modular avançado e de baixo custo para a amostragem intensiva do meio subaquático baseado no contolo coordenado de múltiplos veículos submarinos autónomos. O sistema PISCIS é configurável para, entre outras, aplicações de oceanografia em tempo real, levantamento batimeétrico, arqueologia submarina e monitorização de efluentes. KOS – Kit de Operações Sub-aquáticas. Março 2004 – Março 2007. Financiado pelo programa POSI, o consórcio deste projecto é formado pela FEUP, APDL, ISEP, VERIMAG e UCB. O objectivo consiste no desenvolvimento de uma plataforma versátil de teleoperação para o apoio a operações diversificadas no meio subaquático, tais como inspecções de infra-estruturas, actividades arqueológicas, monitorização ambiental, etc., sendo, para tal, dotada de um design mecânico permitindo “payloads” muito elevadas, capacidade de actuação de elevada potência e de um braço robótico.

Fundamental para os sucessos alcançados tem sido a abordagem interdisciplinar adoptada, que envolve um push tecnológico promovido pelos Investigadores do LSTS e um pull de aplicações liderado por biólogos, oceanógrafos, geólogos e engenheiros civis de diversas Faculdades da Universidade do Porto (Engenharia, Ciências e Medicina) assim como de empresas. O push tecnológico é baseado num conjunto de docentes da Faculdade de Engenharia e nos Investigadores do LSTS, e fortalecido através de um programa cooperação baseado numa lógica de rede com instituições líderes nestes domínios. Da FEUP, há que realçar a participação muito significativa da Unidade de Materiais Compósitos do INEGI liderada pelo Professor António Torres Marques e do ISEP tem sido muito importante a colaboração com o Laboratório de Sistemas Autónomos liderado pelo Professor Eduardo Pereira da Silva. Esta rede inclui um significativo conjunto de instituições de renome, das quais há que salientar, na Europa, o Royal Institute of Technology (KTH – Suécia), a Eidgenössische Technische Hochschule Zürich (ETH – Suiça), o Imperial College of Science, Technology and Medicine (Londres, Inglaterra), a Universität Karslruhe (UKA – Alemanha), a Moscow State University (Moscovo, Rússia) e o VERIMAG (Grenoble, França), e, nos Estados Unidos da América, a University of California at Berkeley (UCB), o California Institute of Technology (CALTECH) e a Naval Postgraduated School (NPS). Desde a sua criação que o LSTS tem estado envolvido na promoção e desenvolvimento de uma comunidade científica internacional nesta área, através da organização de conferências e pioneiros nas áreas da decisão e controlo aplicados a redes de veículos e sistemas. Os conceitos para a operação de redes de veículos e sistemas desenvolvidos nos últimos anos vão ser demonstrados ao longo do ano de 2006. Com esse objectivo têm sido realizadas missões mensais na pista de canoagem de Montemor e estão planeadas diversas missões conjuntas com instituições nacionais e internacionais, envolvendo veículos submarinos, de superfície, aéreos e redes de sensores: Em Maio com a Marinha de Guerra Portuguesa no âmbito do exercício NATO Swordfish 2006 (ao largo de Tróia). Em Julho com a NPS numa missão conjunta para demonstrar interoperabilidade (ao largo de Monterey, Califórnia, EUA). Em Agosto com a UCB numa missão de monitorização do estuário na baía de S. Francisco (na Baía de S. Francisco). Em Agosto com a UCB numa missão conjunta env olvendo AUVs e UAVs com o Center for Collaborative Control of Unmanned Vehicles (C3UV) (na Baía de S. Francisco). • Laboratório de Sistemas e Tecnologia Subaquática Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Rua do Dr. Roberto Frias, s/n 4200-465 Porto Tel.: +351 22 508 1539 | Fax: +351 22 508 1443 E-mail: lsts@fe.up.pt | http://www.fe.up.pt/lsts

INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Faculdade de Engenharia Universidade do Porto

Criado há apenas nove anos, o Laboratório de Sistemas e Tecnologia Subaquática (LSTS) tem vindo a dotar-se de sólidas competências na área da tecnologia subaquática. Na base de inúmeros projectos de I&D e do desenvolvimento de sistemas e tecnologias avançadas em estudos oceanográficos e ambientais está uma equipa de cerca de 20 investigadores.

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FEUP POR DENTRO

semana aberta o mundo da feup desvendado aos mais novos FEUP POR DENTRO

Faculdade de Engenharia Universidade do Porto 18

Ao longo de cinco dias, entre 6 e 10 de Março, a FEUP abriu as suas portas aos alunos do ensino secundário para realizar mais uma edição da iniciativa “Semana Aberta”. Subordinada ao tema “Navega rumo ao futuro”, a edição deste ano inspirou-se na Aula Náutica, criada no século XVIII, e que mais tarde deu origem à Faculdade de Engenharia do Porto. Como tal, foram criadas cinco “rotas de navegação” – as rotas Vermelha, Verde, Laranja, Amarela e Azul –, que levaram os estudantes a embarcar numa verdadeira viagem pelos departamentos e laboratórios da FEUP e a conhecer melhor, através das 57 actividades disponíveis, o vasto universo da engenharia. • Fotografias de Filipe Paiva

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FEUP POR DENTRO

Viagem por terras latinas incentiva mobilidade

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto assinou recentemente dois importantes protocolos de cooperação com vista ao intercâmbio de conhecimentos e oportunidades, reforçando, nesta medida, a aposta de I&D nas áreas de projecto da Engenharia Automóvel de Competição e Empreendedorismo e Inovação. A Peres Competições, o INEGI e a NET – Novas Empresas e Tecnologias são os mais recentes parceiros da FEUP rumo ao futuro.

O programa de mobilidade de alunos do ensino superior em países da América Latina e de Timor, iniciado pela FEUP em 2004, prossegue com resultados claramente satisfatórios. O coordenador do Programa Mobile, João Falcão e Cunha, rumou recentemente em direcção ao Brasil numa viagem que privilegiou o intercâmbio entre parceiros transatlânticos.

que este é o primeiro estágio oficial da faculdade na área de automóveis de alta competição. Registe-se que, no âmbito desta parceria, há já um projecto a ser desenvolvido para criação de peças em material compósito com reforços em kevler e carbono. A finalidade é a sua utilização em carros de competição ainda este ano.

NET e FEUP unidas pelo empreendedorismo Pela dinamização do empreendedorismo e da inovação, visando o apoio ao desenvolvimento de spin-offs Académicos, a FEUP e a NET – Novas Empresas e Tecnologias, SA, assinaram a 24 de Março um protocolo de cooperação. Esta parceria terá a duração de três anos implicando, por conseguinte, um conjunto de direitos e deveres entre as instituições signatárias (NET e FEUP) nomeadamente no que respeita

PME - Portugal incentiva ao empreendedorismo

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a IBM Portugal debateram, no passado dia 23 de Janeiro, alguns temas da actualidade, nomeadamente, os mais recentes desenvolvimentos ao nível de clusters de alto-desempenho. Numa troca dinâmica de experiências, com o objectivo de contribuir para o fortalecimento do esforço comum da comunidade académica e científica nacional, esta iniciativa reuniu um conjunto de oradores internacionais, ligados profissionalmente a projectos de I&D e implementação de HPC e Grid Computing. O conjunto de especialistas defendeu a utilização deste cluster de alto-desempenho como plataforma para a criação de melhores condições para a Investigação e Desenvolvimento nas mais variadas áreas de trabalho das ciências e engenharia.

A criação do próprio emprego é cada vez mais o caminho de muitos jovens desempregados ou à procura do 1º emprego. Ciente desta realidade a PME-Portugal tem promovido junto das instituições de ensino superior algumas sessões de esclarecimento sobre empreendedorismo, capazes de apontar os mecanismos existentes de apoio à criação de um negócio próprio. Na FEUP o desafio foi lançado no passado dia 1 de Março a uma plateia de alunos claramente interessados. A associação convidou os participantes a reflectir com os oradores sobre a sua capacidade empreendedora, elucidando sobre os mecanismos em vigor de apoio à criação de empresas e testemunhando em nome de quem um dia sonhou ser empreendedor e criou a sua empresa. A sessão dirigiu-se a estudantes universitários, finalistas, recém-licenciados, alunos de pós-graduações,

mestrados e doutoramentos. A Associação das PME-Portugal é uma associação de âmbito nacional que defende os interesses de todos os empreendedores em nome individual e de todas as empresas com estatuto de PME que exerçam uma actividade económica em Portugal.

Palestras apelam às boas práticas ambientais O ciclo de conferências “Ambiente e Desenvolvimento”, integrado nas actividades do Mestrado em Engenharia do Ambiente, teve início no ano lectivo de 1994/1995, contando até esta altura 138 conferências. Com o objectivo principal de possibilitar aos alunos um contacto mais directo com as temáticas do ambiente integradas no Plano Curricular do Mestrado, este ciclo aposta num espectro de

palestrantes de “banda larga” — gestores, técnicos, docentes e investigadores de diversas instituições com diferentes vivências profissionais que abordam de forma mais específica ou interdisciplinar um tema ambiental. Fernando Veloso Gomes, impulsionador da iniciativa e docente do MEA, salienta a complexidade e riqueza das temáticas do Ambiente e sugere que devem ser incorporadas em todos os cursos da FEUP. “Falar de Ambiente é não indissociá-lo das componentes biofísicas, económicas, técnicas e sociais... Exige abordagens responsáveis nas vertentes políticas, técnicas e de cidadania! Desenvolvimento e Ambiente não podem ser enquadrados em estratégias separadas”, salientou. Iniciadas no presente ano lectivo em Outubro prevêem-se ainda mais conferências cujo tema central continuará a ser “A Água”.

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto começou a desenvolver em 2004 (sendo que o primeiro intercâmbio de alunos ocorreu no “ano-piloto” de 2004/2005) um programa de mobilidade que visa proporcionar um intercâmbio efectivo entre estudantes da FEUP e instituições congéneres do Brasil, de outros países da América Latina e ainda de Timor. Neste contexto, e com a finalidade de estreitar a actual ligação às instituições parceiras, o co-

vido pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. O projecto será gerido através de reuniões por videoconferência na Internet, testando a sua receptividade, simultaneamente, junto dos públicos de Portugal e do Brasil.

ordenador do Programa Mobile, professor João Falcão e Cunha, efectuou de 5 a 17 de Março um périplo pelo Brasil, visitando universidades, a Embaixada de Portugal, consulados, empresas e outras entidades oficiais. Com resultados claramente satisfatórios o programa Mobile deixa que os números falem por si. No primeiro semestre do ano académico de lançamento oficial (2005/2006), cerca de 95 alunos beneficiou do programa. A FEUP foi já anfitriã de 50 estudantes originários de várias instituições de ensino brasileiras, nomeadamente da Universidade de Brasília, Universidade de São Paulo, Universidade do Estado de Santa Catarina, Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre outras. Por outro lado, os alunos da FEUP escolheram as Universidades Federais de Santa Catarina, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, de Pernambuco, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e a Universidade de São Paulo como principais destinos de intercâmbio. •

PESC - Projectar, Empreender, Saber Concretizar

SPOSHO discutidas entre engenheiros

Tiveram lugar no passado dia 23 de Fevereiro de 2006, na FEUP, as apresentações dos Projectos PESC 2005/2006 - Projectos Pluridisciplinares -, em que participaram alunos do 2º ao 5º ano da FEUP, que em conjunto projectaram, empreenderam e concretizaram com sapiência, e sob orientação de pelo menos um supervisor principal (docente da FEUP), inovadores projectos de investigação e desenvolvimento. Dezoito projectos diversificados que privilegiaram o trabalho em grupo e que envolveram alunos de diferentes anos e diferentes cursos de licenciatura em prol de um mesmo objectivo: o desenvolvimento progressivo das capacidades de projecto, de execução e de trabalho em grupo, mas também das capacidades de liderança e de empreendedorismo.

A Sociedade Portuguesa de Segurança e Higiene Ocupacionais (SPOSHO), com a colaboração da FEUP, realizou nos passados dias 9 e 10 de Fevereiro, no Auditório da Faculdade, o “Colóquio Internacional sobre Segurança e Higiene Ocupacionais - SHO 2006”. Numa altura em que esta questão é cada vez mais debatida e assumida como um dever por parte de entidades empregadoras, a discussão desta temática afigura-se pertinente e muito actual. O evento contou com o patrocínio científico de instituições de referência, como a European Network of Safety and Health Practitioners Organisations (ENSHPO), a Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho, a Sociedade Portuguesa de Acústica, a Associação Portuguesa de Ergonomia e a Associação

BREVES

FEUP e IBM Juntas pelos clusters de alto desempenho

ao incentivo, promoção e apoio à incubação de start-ups e de spin-offs Académicos. A assinatura deste protocolo, salienta por um lado, a crescente aposta da FEUP na aproximação com a realidade empresarial, e por outro, faz jus a um dos seus principais objectivo da NET: contribuir para o desenvolvimento económico da Região do Norte de Portugal, através da promoção e apoio à criação de negócios de características inovadoras, com grande potencial de crescimento e baixa taxa de insucesso, através da promoção do lançamento de pequenas empresas e a modernização de PME já existentes. •

Fotografia Cristina Soares

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI) e a Peres Competições assinaram, no passado dia 15 de Fevereiro, um protocolo de colaboração que visa uma cooperação técnico-científica entre as três instituições, quer no campo da investigação quer na participação conjunta em projectos e estudos. Este acordo, que terá a duração de quatro anos, destaca de entre os vários objectivos propostos a aposta de Investigação & Desenvolvimento (I&D), na área da Engenharia Automóvel de Competição. Esta colaboração visa a realização de programas de investigação, de desenvolvimento técnico e de produto, bem como a colaboração na execução de projectos específicos, realização de estágios de alunos da FEUP e inserção na vida activa de jovens licenciados da Faculdade de Engenharia. No âmbito deste protocolo, a Peres Competições acolherá, neste segundo semestre, um aluno de engenharia mecânica da FEUP, sendo

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a PUC-RS e as empresas Tlantic e Modelo Continente – ambas do Grupo Sonae - , acordaram recentemente, durante a visita realizada por representantes da FEUP ao Rio Grande do Sul, um projecto de pesquisa com o objectivo de ampliar os programas de intercâmbio de estudantes. O projecto envolverá bolseiros e investigadores em Informática das duas universidades, bem como colaboradores das empresas do Grupo Sonae, visando a melhoria da usabilidade e da qualidade dos futuros sistemas de tecnologia do grupo para os negócios na Internet. As duas universidades irão intercambiar estudantes de graduação no âmbito do programa Mobile, promo-

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Engenharia Automóvel de Competição e Empreendedorismo e Inovação são apostas para 2006

Fotografia Rui Cardoso

FEUP estreita relações com Brasil

FEUP POR DENTRO

Faculdade de Engenharia Universidade do Porto 20

Parcerias reforçam posição da Faculdade de Engenharia no exterior

Latino-Americana de Engenharia de Segurança do Trabalho, e teve como principais objectivos promover um fórum de discussão dos diferentes domínios da Segurança e Higiene no trabalho, providenciar meios para o desenvolvimento de acções formativas e constituir um espaço de defesa dos interesses comuns dos técnicos que desenvolvem a sua actividade profissional naquela área. A SPOSHO visa apoiar iniciativas que no plano nacional e internacional defendam esses mesmos interesses e estabelecer relações com sociedades científicas nacionais e estrangeiras.

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FEUP POR DENTRO FEUP debate importância do empreendedorismo

6O Congresso Internacional de Segurança e Higiene no Trabalho

Mesa redonda reúne grandes personalidades do sector empresarial português

Sinistralidade laboral em Portugal ainda preocupa agentes económicos e sociais

lar os cursos universitários com as necessidades das empresas e assegurou que o “país não se preocupa em encontrar estruturas capazes de captar rapidamente o que as faculdades desenvolvem”. Segundo Ludgero Marques, Portugal constitui uma grande oportunidade de criação de novas empresas “onde é preciso espicaçar novas soluções”, e defende que as novas apostas surjam sob a base de empresas já em actuação pois “é possível encontrar soluções em que a start-up seja conjugada com empresas já existentes”. Alberto Castro, director da FEP da U. Porto, admitiu que o problema de Portugal não é a falta de empreendedores mas acusou o país “de uma certa esquizofrenia”. “De repente temos de mudar a especialização produtiva, ignorandose tudo o que já existe”, afirmou. No final da sua intervenção, o es-

pecialista e convidado a orador, desafiou “à subida qualitativa nos sectores tradicionais”, apontando como prioritária a qualidade de gestão das PME. Encarada como entrave às novas ideias, a subsidiodependência foi outras das temáticas abordadas como obrigatórias. Armindo Monteiro, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários, adiantou que “não se pode criar uma cultura de subsidiodependência” e advertiu para “a transformação obrigatória e urgente do tecido empresarial, para o bem do país”. O presidente da ANJE classificou de “terrível” o facto de muitos empresários apresentarem projectos “apenas porque há dinheiro” e não tendo em conta a sua capacidade de sobrevivência no mercado, defendendo que “o apoio às empresas deve ser feito sob a forma de prémios”. •

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), a Ordem dos Engenheiros – Região Norte e a Associação Portuguesa de Segurança e Higiene do Trabalho (APSET) realizaram nos dias 23 e 24 de Fevereiro, no Auditório da FEUP, o 6º Congresso Internacional de Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho. A iniciativa abordou o estado da arte neste domínio e não esqueceu de discutir o envolvimento dos agentes económicos e sociais no âmbito da prevenção de riscos.

Fotografia Rui Cardoso

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto promoveu, no passado dia 23 de Fevereiro, um debate subordinado ao tema “Empreendedorismo e Inovação na Renovação do Tecido Empre-

sarial”. A iniciativa, integrada na apresentação de resultados dos MIETE referentes aos anos lectivos 2004/2005 e 2005/2006, incluiu a divulgação de três planos de negócio (ver caixa) desenvolvidos pelos alunos no âmbito desse mestrado e uma mesa redonda que contou com a presença de inúmeras figuras de relevo do sector empresarial nacional como Ludgero Marques (presidente da Associação Empresarial de Portugal), Alberto Castro (director da Faculdade de Economia do Porto), Armindo Monteiro (presidente da ANJE), José Mendonça (presidente do INESC), entre outros. O debate centrou-se, sobretudo, na realidade das empresas nacionais, sendo que Ludgero Marques realçou, desde logo, que a renovação empresarial em Portugal está condicionada. O empresário alertou para a necessidade de articu-

A FEUP recebeu nos dias 23 e 24 de Fevereiro o 6º Congresso Internacional de Segurança, Higiene e Saúde do Trabalho. Numa organização conjunta da FEUP, da Ordem dos Engenheiros - Região Norte, e da APSET - Associação Portuguesa de Segurança e Higiene no Trabalho, este sexto encontro abordou o estado da arte neste domínio, não apenas quanto ao conhecimento da capacidade para implementação de políticas públicas ajustadas aos objectivos a prosseguir, como também, quanto ao desenvolvimento de competências nas empresas e ao envolvimento dos agentes económicos e sociais no âmbito da prevenção de riscos. Pela sua actualidade e pertinência foi privilegiada a temática da Saúde do Trabalho e a Segurança do Trabalho na Construção, nomeadamente as doenças profissionais, o envolvimento de responsabilidades

ao longo da vida de um trabalhador, mas também as qualificações exigíveis para os coordenadores de Segurança na Construção. Durante os trabalhos o Ministro do Trabalho da Segurança Social, José Vieira da Silva, e o Secretário de Estado Adjunto e das Obras Públicas e Comunicações, Paulo Campos, nas sessões de abertura e encerramento respectivamente, anunciaram a assinatura conjunta de um despacho interministerial a promover a constituição de uma comissão para, em 90 dias, apresentar uma proposta para resolver esta temática. Na sessão de encerramento, o Secretário de Estado enumerou os princípios orientadores neste despacho, salvaguardando que o exercício de Coordenação de Segurança na Construção deve ser feito por profissionais com formação de base no sector, particularmente por Engenheiros. •

FEUP POR DENTRO

Faculdade de Engenharia Universidade do Porto

O Mestrado em Inovação e Empreendedorismo Tecnológico (MIETE-FEUP) apresentou, no passado dia 23 de Fevereiro, três planos de negócios desenvolvidos por alunos. Dando provas concretas de que a inovação e o empreendedorismo caminham lado a lado com a engenharia, o coordenador do Mestrado, José Pinto Ferreira, ladeou-se de inúmeras figuras de relevo que fazem do empreendedorismo e da inovação o estandarte que eleva a bandeira nacional.

CULTURA

João José Pinto Ferreira

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Ludgero Marques

Projecto “MINGLE” arrecada prémio do concurso de ideias NET/Adi Orientado para adolescentes o Projecto “MINGLE” alia conceitos de “mobile social networking” e mundos virtuais. Vencedor do prémio do concurso de ideias NET/Adi este projecto pretende, através de um software específico, criar comunidades de adolescentes na Internet e captar marcas que desejem promover os seus produtos e serviços nesta faixa etária. O projecto “MINGLE” foi desenvolvido pelos empreendedores Jorge Santos, Fernando Gomes e Fernando Almeida, no âmbito do MIETE e já é uma realidade de sucesso no mercado português. As oportunidades de mercado acabaram por justificar a criação da empresa idEAvity para comercialização deste serviço inovador. A empresa existe oficialmente desde o início do mês de Fevereiro e, neste primeiro ano, os empreendedores pretendem consolidar a construção do projecto.

Fotografias Pedro Miguel Tavares

Alberto Castro

Projecto “Walking” facilita tratamento médico de diabetes e Parkinson O “Walking” é um sistema electrónico portátil que analisa a locomoção humana e que pode ser usado por qualquer especialidade médica. Idealizado pelos empreendedores Catarina Monteiro e Paulo Santos, com a participação da FEUP e do Centro de Reabilitação Profissional de Gaia e do Instituto de Engenharia Biomédica, este projecto pretende prevenir e evitar os efeitos do pé diabético, através de um dispositivo aplicado nos sapatos. O “Walking” tem ainda inúmeras aplicações nas áreas de reabilitação, desporto e desenvolvimento de produtos ortopédicos. Catarina Monteiro e Paulo Santos prevêem, ainda para este ano, a criação da empresa que iniciará a produção do Walking e a abordagem do mercado no Reino Unido. Até 2009 o “Walking” será concerteza uma realidade no resto da Europa, EUA e Canadá. A partir desse ano, está previsto o lançamento de um novo produto, ainda guardado no segredo dos “deuses”.

“perdi a minha pen drive”

Armindo Monteiro

Desvendar os segredos da FEUP através de uma peça de teatro foi o que se propuseram fazer alunos, professores e investigadores da Faculdade. Numa iniciativa do Comissariado Cultural o projecto “Perdi a minha PEN DRIVE” deu mote a três histórias inesperadas: uma porta misteriosa; um túnel secreto, que une as instalações actuais e as antigas (na Rua dos Bragas),

Projecto “PSA” revoluciona o mercado da fotografia aérea Vocacionado para o mercado da fotografia aérea e da geração de modelos digitais, no segmento das escalas locais, o projecto “PSA” surgiu na tentativa de encontrar um sistema que facilitasse a realização e aquisição de ortofotos (usadas em projectos de engenharia, sistemas de informação geográfica e de ordenamento do território). Assim, juntam-se os empreendedores Diogo Talone e Mafalda Moreira que, com empenho, criaram um novo sistema, formado pelo software “PSA”, integrado com uma máquina digital. Com este sistema integrado, consegue-se uma maior resolução da imagem, mas também a compatibilidade com a maioria dos softwares técnicos existentes. O plano da empresa para a comercialização do “PSA” prevê um investimento inicial de 250 mil euros, para um mercado que se avalia em sete milhões de euros, no primeiro ano de actividade. O Norte de Portugal será o mercado preferencial, nesta fase inicial, para depois avançarem para Sul e Galiza.

onde viverá uma estranha personagem; e uma máquina de café que “tira” jackpots. A peça de teatro contou com 15 actores principais e vários figurantes, sob a direcção de José Carretas, e uma hora e meia de espectáculo. O Professor Luís Melo, responsável pelo Comissariado Cultural da FEUP mas também um dos protagonistas do projecto teatral, irradiava

satisfação no último dia do espectáculo. O professor fez questão de salientar que “intervenientes e encenador foram criando a sua (nossa) história ao longo dos ensaios e ofereceramnos, assim, um olhar sobre as vidas nesta escola... nestas escolas... nestas cidades... nestes minutos”.

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Fotografia Rui Cardoso


FEUP POR DENTRO MESHO promove cuidados a tomar nas ruas e estradas portuguesas

Concurso de Software para estudantes do ensino superior

Obras de arte preocupam especialistas de estruturas

PATORREB contou com mais de 500 participantes

Segurança rodoviária em debate na FEUP

4a edição do “Imagine Cup” desafia alunos da FEUP

LABEST promove sessão de divulgação de actividade científica

Patologia e reabilitação de edifícios na FEUP

“Imagine um mundo onde a tecnologia nos permite ter vidas mais saudáveis”, este é o desafio lançado pela Microsoft em 2006 aos estudantes universitários, apresentado no passado dia 17 de Fevereiro aos alunos da FEUP. Na sua quarta edição o “Imagine Cup Road Show” constitui o concurso internacional de tecnologia mais desafiante para estudantes do ensino superior, dando-lhes a oportunidade de contribuir activamente numa missão global para promoção da saúde em todo o Mundo. Com o objectivo de proporcionar um espaço privilegiado para a inovação tecnológica e consistir numa plataforma de lançamento para novos negócios e novas empresas, o “Imagine Cup Road Show” propõe seis categorias - Software Design, Algorithm, IT, Short Film, Visual Game e Interface Designer -, um conjunto de propostas diferenciadas e prémios aliciantes. Se por um lado, os estudantes são desafiados a utilizar as TI para melhorar as condições de saúde das pessoas, em todo o mundo, sendo possível abranger vertentes tão diversas, como por exemplo, descobertas na área da medicina ou até formas de purificar a água; por outro, élhes dada completa liberdade de interpretar o tema de formas distintas, sempre com o objectivo de utilizar as tecnologias em prol de uma alteração real na vida das pessoas. Até à data já participaram nesta competição internacional de tecnologia para universitários mais de 20 mil alunos, de mais de 90 países. •

Os processos de fabrico, construção e reabilitação de obras de arte são cada vez mais complexos e os métodos clássicos de análise – baseados no comportamento elástico e instantâneo dos materiais – mostram-se bastante limitados. Neste contexto, Miguel Ferraz, engenheiro da FEUP, deu a conhecer, no passado dia 17 de Fevereiro, numa sessão de divulgação do LABEST, o trabalho no qual desenvolveu um modelo numérico capaz de simular todos os aspectos relevantes do comportamento diferido daquele tipo de estruturas. Inserido numa tese de doutoramento, este trabalho adiantou alguns exemplos de aplicação e validação deste modelo, constituindo a primeira apresentação da tarde. A segunda apresentação esteve a cargo de Bruno Costa, também engenheiro da FEUP, que abordou a temática “Monitorização da Ponte Luíz I”. A Ponte Luíz I foi recentemente alvo de um processo de reabilitação e reforço, de forma a possibilitar a integração do seu tabuleiro superior na rede de Metro Ligeiro do Porto. Nesse sentido, a sua monitorização estrutural tornou-se indispensável devido à delicadeza de algumas das operações realizadas, à avaliação da eficácia das soluções de reforço e à importância histórica da ponte. A apresentação abordou as principais operações de reforço e reabilitação realizadas na estrutura, bem como o sistema de monitorização eléctrico instalado durante o decurso da obra. Por outro lado, foram ainda apresentadas a concepção e a instalação do sistema óptico para monitorização em serviço e os testes laboratoriais de caracterização das cabeças sensoras aplicadas. •

A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) promoveu, em conjunto com a Universidade Politécnica da Catalunha, o “2º Encontro sobre Patolologia e Reabilitação de Edifícios – Patorreb 2006”. A iniciativa decorreu nos passados dias 20 e 21 de Março com o objectivo de definir o novo paradigma da reabilitação de edifícios em Portugal.

A reabilitação é cada vez mais uma área estratégica, que deve não só preocupar-se com as construções históricas e os edifícios antigo, mas também com aqueles cujo tempo de utilização exige intervenções de adaptação às exigências actuais. Consciência desta necessidade, a FEUP realizou em Março de 2003, o “1º Encontro Nacional sobre Patologia e Reabilitação de Edifícios”, um evento que contou com mais de 600 participantes e que, por conseguinte, se revelou um sucesso a repetir. Passados três anos, o evento repete-se e a adesão massiva de especialistas e investigadores é mais uma vez alcançada - mais de 500 participantes, entre os quais alguns dos melhores especialistas portugueses e espanhóis na área de patologia e reabilitação de edifícios, e um total de 14 conferências e 67 comunicações. Promovido pela FEUP, dias 20 e 21 de Março, numa organização conjunta com a Universidade Politécnica da Catalunha, esta segunda edição pretendeu constituir um novo impulso para a definição de uma estratégia clara para o futuro da reabilitação. Temas como a clarificação das estratégias nacionais e municipais e o enquadramento legislativo no domínio da reabilitação do património edificado, a avaliação da implementação da reabilitação de edifícios na requalificação urbana ou a divulgação de tecnologias utilizadas em reabilitação foram debatidos com a intenção clara de sistematizar e impulsionar um avanço do conhecimento neste domínio. O “Patorreb 2006” teve o patrocínio de 11 empresas e o apoio de 18 instituições portuguesas e espanholas, e contou com a constituição de uma Comissão Científica com 25 personalidades de várias universidades e laboratórios. •

CULTURA

Embora os acidentes rodoviários sejam responsáveis por cerca de 90% dos acidentes e dos mortos por acidentes, em Portugal, a generalidade dos cursos que se dão em Portugal sobre Segurança e Higiene Ocupacionais ignoram completamente a Segurança Rodoviária, centrando-se na segurança e higiene nas empresas e estaleiros, e não nas estradas e ruas deste país. Contrariando essa tendência, o curso de Mestrado em Engenharia da Segurança e Higiene Ocupacionais, ministrado na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, inclui pela primeira vez, no ano lectivo 2005/2006, quatro sessões de seminário sobre “Segurança Rodoviária”. As últimas duas sessões tiveram lugar este segundo semestre, nos passados dias 2 e 6 de Março, e incluíram um debate entre os conferencistas e o público, não só para esclarecer dúvidas, mas sobretudo para discutir o que se pode e deve fazer para alterar a situação actual e reduzir, drasticamente, o flagelo dos acidentes rodoviários em Portugal. •

A Microsoft apresentou aos alunos da FEUP a proposta para 2006 do concurso mundial para estudantes do ensino superior – “Imagine Cup”. Numa sessão aberta a todos, mas especialmente concebida a pensar nos alunos e professores do curso de Engenharia Informática da Faculdade, a apresentação desta quarta edição já provocou entusiasmo entre os “engenheiros”.

A FEUP apresentou no passado dia 17 de Fevereiro, uma sessão de divulgação da actividade científica do Laboratório da Tecnologia do Betão e do Comportamento (LABEST-FEUP). A iniciativa contemplou apresentações alusivas aos temas “Um Modelo para Análise Diferida de Estruturas Evolutivas” e “Monitorização da Ponte Luíz I”.

Misturou-se ao jazz as palavras de Fernando Pessoa, Eugénio de Andrade e António Gedeão e o resultado foi um espectáculo com casa cheia. O concerto teve lugar no auditório da FEUP, no passado dia 13 de Março, e contou com artistas de renome. Fátima Serro deu voz aos poetas e o saxofonista inglês Julian Arguelles, um dos mais reputados do mundo, acrescentou ritmo. Argumentos suficientes para que mais de 500 pessoas assistissem a este espectáculo promovido pelo Comissariado Cultural da Faculdade. Paulo Gomes, pianista, compositor e cúmplice de Fátima Serro em vários projectos musicais, foi o terceiro argumento para uma noite inesquecível.

Fotografia Rui Cardoso

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Fotografia Rui Cardoso

Fotografia Rui Cardoso

Faculdade de Engenharia Universidade do Porto

O Mestrado em Engenharia da Segurança e Higiene Ocupacionais (MESHO) da FEUP promoveu durante os meses de Fevereiro e Março quatro sessões de esclarecimento sobre Segurança Rodoviária. A iniciativa criou a oportunidade para se discutir o que se pode e deve fazer para reduzir o número assustador de acidentes rodoviários em Portugal.

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jazz na FEUP

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Fotografia Susana Neves


FEUP POR DENTRO FEUP marca forte presença na 4a Mostra da U. Porto

Flexibilidade de transportes é realidade no interior do País

Engenharia cativa a Invicta

feup debate mobilidade sustentada

Stock.xchng

Fotografia Anabela Tavares

Faculdade de Engenharia Universidade do Porto 26

Aviões, micro-satélites, robots “futebolistas”, apresentações interactivas, foram algumas das experiências que a FEUP propôs, e que justificaram a visita atenta de alguns olhos mais curiosos durante a “4ª edição Mostra de Ciência, Ensino e Inovação”. Realizado entre 16 e 19 de Março, no Pavilhão Rosa Mota, sob a batuta da Universidade do Porto, o certame apresentou o universo da engenharia à sociedade em geral e aos alunos do ensino secundário em particular. Durante quatro dias, e numa atitude dinâmica, os cerca de 10 mil visitantes puderam assim conhecer os nove cursos de licenciatura da FEUP mas também as suas inúmeras valências de Investigação e Desenvolvimento, desde as energias renováveis até à pesquisa de novos materiais. Apostando na divulgação das suas competências em áreas como a computação, os sistemas de informação, a robótica, e em soluções inovadoras nas áreas da construção, mecânica, física, química, entre outras, a FEUP foi, de entre as 14 faculdades da UP, a que teve maior representação. Com a presença de oito cursos de licenciatura, cinco centros de investigação e ainda alguns núcleos estudantis, a Faculdade deu mais uma vez provas do seu ensino de excelência. •

Alguns especialistas europeus em transportes debateram o sector num seminário organizado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, no passado dia 22 de Março. O seminário intitulado “Transportes colectivos flexíveis: da mobilidade sustentável à coesão social” salientou o potencial que o nosso país tem para promover flexibilidade entre transportes públicos e privados e apontou um sistema de transporte com características de frequência e preço para o utente, que se situam entre os transportes públicos regulares – com horários, percursos e paragens definidos - e os transportes de aluguer flexíveis, como os táxis. Jorge Pinho de Sousa, professor do DEEC da FEUP e organizador do seminário, defendeu a aposta na flexibilidade dos transportes admitindo a importância do seu papel social no “aumento da mobilidade de camadas da população com maiores dificuldades (idosos e crianças) ou de passageiros esporádicos (como é o caso dos turistas), em zonas rurais ou semi-rurais”. Na opinião do especialista “este seminário é o ponto de partida para decidir o que fazer nessa área”, acreditando que empresas, municípios e ministério se possam organizar no sentido de adoptar este sistema que, segundo afirma “pode ser diferente entre regiões”. Durante o evento, o especialista falou da possibilidade de avançar, numa região com uma componen-

te urbana e rural, com uma experiência-piloto capaz de aumentar a mobilidade de camadas de populações específicas – idosos, crianças, turistas. Álvaro Costa, professor da FEUP e consultor de várias empresas de transportes, e um dos especialistas FEUP presentes acrescentou que “este sistema já foi adoptado na maior parte do país interior” adiantando que “falta em Portugal sistematizar os casos de sucesso para que depois cada entidade responsável possa adaptá-lo ao caso concreto que tem em mãos”. Durante a iniciativa a FEUP deu ainda a conhecer os mais recentes desenvolvimentos do projecto europeu Máscara, no âmbito dos transportes flexíveis. •

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