Cyrela nº1

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REVISTA CYRELA • ANO I • N 0 1 . DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Cyrela

PARA QUEM SABE VIVER REVISTA CYRELA • ANO I • N 0 1

O COMANDANTE

DA

NAÇÃO PARREIRA, O HOMEM MAIS PODEROSO DO PAÍS NO ANO DA COPA, ABRE OS BASTIDORES DA EQUIPE QUE VAI SACUDIR A ALEMANHA

UMA VIAGEM PELAS MARGENS DO MAR ADRIÁTICO

AS IDÉIAS DE SIG BERGAMIN E AS SALAS DE DÉBORA AGUIAR

MÓVEIS DE MADEIRAS NATIVAS DE CLAUDIA MOREIRA SALLES

MODA DE OUTONO: O GLAMOUR, O PRETO E O ESTILO VITORIANO


É uma publicação trimestral da Cyrela Brazil Realty com distribuição gratuita. Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.400 0 10 andar – Itaim – São Paulo (SP). Tel.: (11) 4502-3000 www.cyrela.com.br

Cartadoeditor

Mariella Lazaretti Diretora Responsável mariella@4capas.com.br

Rua Andrade Fernandes, 297 CEP 05449-050 - São Paulo-SP Tel/Fax.: (11) 3023-5509 E-mail: 4capas@4capas.com.br Projeto Editorial: 4 Capas Editora

É PRECISO SABER VIVER

Cyrela

A

REDAÇÃO Editora: Marta Barbosa- redacao@4capas.com.br Repórter: Pedro Ulsen Diretor de Arte: Fábio Santos - arte@4capas.com.br Assistente de Arte: Eduardo Galdieri Colaboraram nesta edição: T E X T O

Alexandra Forbes, Alice Carta, Bernard Gontier, Camila Guimarães, Carla França, Celso Masson, Luana Pavani, Lusa Silvestre e Ricardo Castilho F O T O S

Alexandre Anes, António Rodrigues, Cristiano Mascaro, Egberto Nogueira, Márcia Minilo, Priscila Prade, Romulo Fialdini e Tadeu Brunelli P R O D U Ç Ã O

Cristina Esquilante (produtos) e Luana Prade (moda) R E V I S Ã O

Noemi Fernandes Jornalista Responsável - Mariella Lazaretti MTB 15.457 PUBLICIDADE Diretores Doron M. Sadka doroncentral@uol.com.br

Georges Schnyder gerges@4capas.com.br

P R O D U Ç Ã O

G R Á F I C A

Doron Central e Compras Gráficas I M P R E S S Ã O

Copy Press A revista Cyrela é uma publicação distribuída exclusivamente pela CyrelaBrazil Realty. Dúvidas, críticas e sugestões pelo email: 4capas@4capas.com.br A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas não listadas no expediente não estão autorizadas a falar em nome da revista ou a retirar qualquer tipo de material sem prévia autorização emitida pela redação ou pela Cyrela Brazil Realty. Os preços citados nesta edição estão sujeitos a alterações sem aviso prévio.

penas o fato de ser o feliz morador de um empreendimento Cyrela Brazil Realty já define você, leitor,como alguém que realmente sabe viver.É natural portanto que chegue às suas mãos a primeira edição da nova revista Cyrela. Após dez anos de circulação, nossa publicação passa por uma radical reforma gráfica e estrutural. Ganha vigor jornalístico e editorial em 112 páginas. Se aprofunda na tarefa de oferecer um conteúdo divertido, bonito, inteligente, detalhista e confiável, feito por um time de jornalistas, colunistas, designers e fotógrafos de primeiro time. Afinal, a Cyrela carrega a brava missão de ser o arauto da mais admirada e respeitada organização do setor de construção civil do Brasil.Mais ainda,de ter como leitores a população mais sofisticada e culturalmente exigente do país. Em breves pinceladas,vejamos.Entre 1991 e junho de 2005,a empresa incorporou,em São Paulo e no Rio de Janeiro,cerca de 122 edifícios residenciais e salas comerciais.O foco dos empreendimentos da Cyrela Brazil Realty concentra-se nas áreas urbanas nobres de São Paulo e do Rio de Janeiro,que juntas representam 10% da população do país e detêm mais de 15% da produção de sua riqueza.Em São Paulo,a Cyrela detém a liderança no setor residencial com participação em torno de 10% do market share.No Rio de Janeiro, um mercado também competitivo,porém mais concentrado,a parceria da Cyrela com a RJZ garantiu o primeiro lugar em 2004,com uma fatia de 24% do mercado. O mesmo padrão de exigência e sucesso vale para os edifícios comerciais Cyrela.Situados nos bairros de maior efervescência de negócios de São Paulo, classificados como Triple A,concentram-se no eixo das avenidas Brigadeiro Faria Lima e Juscelino Kubitschek. Esbanjam padrão construtivo no acabamento e na aplicação de tecnologia avançadíssima.Seus clientes são as grandes empresas brasileiras e multinacionais. A nova revista Cyrela não poderia fazer menos. Nessa primeira edição, abraçamos a onda patriótica que paira sobre cada cidadão verde e amarelo e conseguimos uma entrevista exclusiva com aquele que mandará nos nervos e nos corações do país nos próximos três meses – Carlos Alberto Parreira. Garimpamos objetos de decoração e design especialíssimos e capturamos das escrivaninhas de Sig Bergamin e Débora Aguiar idéias para servir de inspiração ao decorador diletante em você.Visitamos o atelier da designer de móveis Claudia Moreira Salles e passeamos com Emanoel Araújo. Fomos ver de perto o belo trabalho que a TIM vem desenvolvendo com crianças desfavorecidas dentro do magnífico Auditório Ibirapuera.E ainda tivemos tempo de escolher a dedo o melhor em luxo,livros,cinema,moda,hotéis e viagem – nesta edição, um roteiro pela estonteante Adriatic Highway. Em três meses,estaremos de volta.Até lá,aproveite cada detalhe deste exemplar.

MARIELLA LAZARETTI



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Sumário | REVISTA CYRELA • ANO I • N0 1 |

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Grande Estilo

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O SPA ITALIANO PREFERIDO DE JULIA ROBERTS E A SÃO PAULO NOTURNA DE EDUARDO MUYLAERT

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Muitos Mimos

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OS MÓVEIS INSPIRADOS EM JOAQUIM TENREIRO E FLÁVIO DE CARVALHO E A CADEIRA FEITA EM RIPAS DE MADEIRA PELOS IRMÃOS CAMPANA

30 |

Tecnopop

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NITIDEZ EM 50 POLEGADAS, iPOD EM ALTO E BOM SOM, E OUTROS LUXOS DA TECNOLOGIA

34 |

Ponto de Fuga

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DE CARRO PELAS MARGENS DO MAR ADRIÁTICO, ENTRE A ITÁLIA E A ALBÂNIA

44 |

Hotéis

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AS INOVAÇÕES DO PUERTA AMÉRICA, EM MIAMI E UM ROTEIRO DO LUXO EM PARIS

Saladeestar |

SEGUNDO HOMEM MAIS IMPORTANTE DO PAÍS ESTE ANO, CARLOS ALBERTO PARREIRA FALA DA EMOÇÃO (E DA PRESSÃO) DE COMANDAR O FUTEBOL BRASILEIRO NA ALEMANHA


50 |

Espaço e Idéias

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SIG BERGAMIN, DÉBORA AGUIAR, DANIELLE PARREIRA E FLÁVIA SANTORO ABREM SEUS PROJETOS QUE SÃO PURA INSPIRAÇÃO

64 |

Closet

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A MODA DO PRETO, DE VOLTA EM GRANDE ESTILO, PARA UM OUTONO CLÁSSICO

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Eu Prefiro

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A SÃO PAULO DE RAÍZES DO ARTISTA PLÁSTICO EMANOEL ARAÚJO

72 |

Esboço

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CLAUDIA MOREIRA SALLES E SEUS MÓVEIS ELEGANTES COMO AS PEÇAS CLÁSSICAS

80 |

Garfo e Taça

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OS VINHOS ESSENCIAIS PARA QUEM QUER MONTAR UMA ADEGA EM CASA

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Social Já

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA PERIFERIA FORMAM UMA BANDA SINFÔNICA NO AUDITÓRIO DO IBIRAPUERA

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Caravelas

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MOZART AO VIVO, O LEGADO MUSICAL DE OS MUTANTES E OBRAS DA COLEÇÃO DE CHATÔ

102 |

Cyrela

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TECNOLOGIA A PROVA NO FARIA LIMA SQUARE, IMÓVEIS PARA QUEM QUER MORAR PERTO DO TRABALHO E A VILA MADALENA, O BAIRRO MAIS BOÊMIO E CULTURAL DE SÃO PAULO

C O L U N I S TA S 32 • 100 • 114 •

PERSPECTIVA . BERNARD GONTIER RECORDA A SELEÇÃO CANARINHO PONTO DE VISTA . A ETIQUETA DE VIZINHANÇA, POR ALICE CARTA PONTO FINAL . A AVENTURA DE UM NOVO APARTAMENTO


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LUXOS, COMPORTAMENTO E ARTE

S A Ú D E

O SPA DOS BONITÕES o ponto mais privilegiado da Ilha de Capri, em Anacapri,o Capri Beauty Farm,um dos mais modernos e luxuosos spas do mundo,virou o point das estrelas que buscam momentos de relaxamento.Whitney Houston,Julia Roberts e Harrison Ford já passaram por lá,e prometem voltar. Dirigido por Francesco Canonaco,médico especialista em Ciência Alimentar,Imunologia e Medicina Estética,o spa oferece tratamentos únicos e patenteados que combatem celulite,envelhecimento,tensão muscular,rugas e gordura localizada.O “Leg School”,por exemplo,é um programa criado especialmente para combater as varizes da perna,a partir de um tratamento baseado na aplicação de água e barro.Mas não é um barro

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qualquer. Este é rico em componentes vasoativos que melhoram o sistema linfático,a circulação nos vasos sanguíneos,o metabolismo e a elasticidade da pele.Já para quem deseja adquirir um maravilhoso bronzeado mediterrâneo,o“Sun Peel” é um programa baseado na combinação de esfoliamento químico com essência de ervas e óleos,estimulando a produção da elastina,colágeno e melanina. Além de relaxar e cuidar da beleza,o visitante ainda pode desfrutar da culinária do estrelado L’Olivo,que oferece três pratos que vão de 800 a 1.500 calorias, também criados pelo Professor Francesco Canonaco.A dieta é baseada na tradicional culinária mediterrânea,balanceada com cereais,vegetais,azeite,peixes.

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JULIA ROBERTS (ABAIXO, À ESQ.) É ADEPTA DO TRATAMENTO À BASE DE APLICAÇÃO DE ÁGUA E BARRO

PARA INFORMAÇÕES: (11) 3819 1952 | MARKETING@GPMARKETING.COM.BR


D E S I G N

OBRAS QUE ACENDEM

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MODA, ARTE LUXOS, COMPORTAMENTO E COMPORTAMENTO E ARTE

rtista multifacetado, o paulistano José Marton inaugura seu novo show room em São Paulo. Isso depois de ter a honra de ser dos seis brasileiros na exposição “Talents à la Carte”,na Maison & Objet, do Salon International de la Mode–Maison, no Ano do Brasil na França,em 2005.Entre as peças à venda na nova loja estão exemplares da série Entrelinhas, cujas luminárias aprontam travessuras (foto). Essa série conceitual de luminárias utiliza acrílico listrado,uma técnica criada por ele que remete à estamparia.Os produtos são fabricados a partir de padronagens exclusivas e permitem várias utilizações.É o caso da luminária listrada que,acesa,se torna quadriculada.Todas as peças têm tiragem limitada. PREÇOS MÉDIOS: MESA DE CENTRO DE MADEIRA, ACRÍLICO E LÂMPADAS: R$ 8.617 LUMINÁRIA DE ACRÍLICO COM LÂMPADA: R$ 1.502

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TELAS DE PORTOCARRERO, VICTOR MANUEL E JOSE BEDIA: DO MODERNISMO DOS ANOS 20 À ARTE CONTEMPORÂNEA

ALÉM DO REALISMO SOCIALISTA 10

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o contrário do que ocorre com sua música,seus charutos e seu rum,a ilha de Fidel Castro raramente é reconhecida pela pintura que produz. Uma exceção das artes visuais daquele país talvez seja a produção fotográfica de Alberto Korda,autor do mais conhecido retrato de Che Guevara.Pois essa situação muda quando se visita a exposição Arte de Cuba,que permanece até 23 de abril no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo (Rua Álvares Penteado 112, Centro).“Os artistas cubanos adotam diversas estratégias, do humor à ironia e à crítica mais radical.Tudo é indagado,desde a memória pessoal até as estratégias do poder,em obras que se caracterizam por uma acentuada densidade conceitual”,explica a curadora da exposição, Ania Rodríguez. Estão expostas 117 obras assinadas por 61 artistas, do surgimento e consolidação da arte moderna nas primeiras décadas do século,passando pelos movimentos abstratos,as mudanças introduzidas pela revolução nos anos 60 e 70, e a renovação e experimentação características dos 80 até a atualidade.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

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LUXOS, COMPORTAMENTO E ARTE

UM ANDAR É TORTO, OUTRO É TODO BRANCO E FELPUDO E HÁ AINDA MESAS E CADEIRAS FEITAS EM RESINA (ACIMA, À DIR.), BANHEIRAS DE INOX...

HOTEL PUERTA AMERICA | AV. AMÉRICA, 41, TEL. (34) 917445400, WWW.HOTELPUERTAMERICA.COM

SONHOS DELIRANTES

quartos com iluminação variando do amarelo-limão ao azul-celeste. Nada disso é muito prático.“Para as camareiras, é um pesadelo”, confessa uma gerente.“Em cada andar as coisas são dispostas de modo diferente”. Alguns quartos são mais escuros que matinê de boate, enquanto noutros a cadeira da escrivaninha é tão pesada e baixa que só o Magic Jonhson poderia sentar-se ali para trabalhar no laptop. Mas para quem curte design passar a noite no Puerta América é como ter um museu para si – divertidíssimo, no mínimo. Só hóspedes podem visitar todos os 19 andares, pingando de um em um via elevador-falante.

H O T E L

Conceitos de pernas para o ar,para agradar quem quer novidade

xistem aqueles hotéis que conhecemos, com uma cama retangular encostada contra uma parede,cômodas com abajures,escrivaninha,pia,privada e chuveiro no banheiro (pagando mais, incluem sofás, lareira e luxos afins). E existem aqueles que viram essa fórmula de pernas para o ar.É o caso do Puerta América,inaugurado em 2005 em Madri. O piso do quarto andar, para absoluto desespero dos hóspedes, é torto. Já o do primeiro andar é felpudo e branco-neve; outro, usa a resina sintética para fazer as vezes de mesa ou cadeira.Algumas banheiras são de inox,outras de madeira e formatos de cama variam do redondo ao trapezóide. Essas e outras doidices saíram da imaginação dos 19 arquitetos-estrela convidados para decorar o hotel.Rédeas e orçamentos soltos,eles puseram as mãos à obra com o entusiasmo de crianças desacompanhadas num parque de diversões. O francês Jean Nouvel criou a fachada furta-cor estampada com trechos de poesia.Pesos-pesados da arquitetura mundial,como o japonês Arata Isozaki,o inglês Norman Foster e o israelita Ron Arad,buscaram usar materiais dos mais improváveis,resultando,por exemplo,num longo corredor de madeira laqueada vermelho-sangue, um andar forrado quase completamente por chapas de inox, e uma profusão de espelhos, paredes transparentes e

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A boa notícia é que qualquer um pode jantar – e muito bem – no restaurante Lágrimas Negras,que fica no lobby.Uma brigada eficientíssima serve pratos como risoto de lagosta ou um moderno leitão à pururuca num ambiente chique sem esnobismo (longas cortinas de couro,luminárias oversize, sofás bordados, etc). O sommelier, considerado o melhor de Madri, capricha na oferta de vinhos em taça, como o ótimo Domínio de Tares Cepas Viejas, uma barganha a E5,50. Louças, copos e guardanapos são de primeiríssima e a comida,primorosa. Por Alexandra Forbes



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LUXOS, COMPORTAMENTO E ARTE

como se de repente traços e formas se confundissem. Pessoas e coisas adormecem e sobrevivem juntas, no silêncio da noite e na abstração inflexiva de cada um.A paulicéia desvairada nem parece tão desvairada assim nas fotos do advogado (por formação) e fotógrafo (por paixão) Eduardo Muylaert.Ele próprio é tão cosmopolita quanto os ambientes que gosta de esmiuçar com sua câmera: as grandes capitais.Tudo começou nos idos de 1970,em Paris.“Na verdade,o que eu faço é um hobby,o que não significa que seja uma brincadeira”,explica o artista que um dia já exerceu,com toda a racionalidade que hoje parece avessa à sua produção, o cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo. Apaixonado pela capital paulista,onde mora atualmente, Muylaert inaugurou na Pinacoteca do Estado a mostra “Boa Noite Paulicéia!”,com fotos em preto e branco e direção de Marcelo Araújo.A exposição,em cartaz até 14 de maio, é uma seqüência do seu trabalho de percorrer cidades,como Salvador,Nova Iorque,Veneza,Paris e Milão,revelando-as a partir de recortes inesperados e às vezes misteriosos.“Eu costumo trabalhar com o abstrato”,conta.“Penso que nosso diaa-dia é tão racional que só a fotografia pode me ajudar a entender melhor meu trabalho.”Fotógrafo aplicado que é,Muylaert já expôs na Alemanha, França, Paraguai e Brasil. Pela exposição da Pinacoteca, recebeu elogios dos poetas Arnaldo Antunes, Régis Bonvicino, Paulo Bomfim e do sociólogo José de Souza Martins,só para citar os mais ilustres.

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Intrépido fotógrafo da alma urbana,Eduardo Muylaert mostra,na Pinacoteca de São Paulo, porque gosta de cidades

ABSTRAÇÃO DA CIDADE

AS IMAGENS DE EDUARDO PARECEM REMETER AO PRINCÍPIO DA FOTOGRAFIA: ENTRADA RÁPIDA DE LUZ DENTRO DE UMA CAIXA ESCURA QUE CAPTURA A IMAGEM DE FORA — METÁFORA DA MEMÓRIA.

ARNALDO ANTUNES

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MUITOS MIMOS

PEÇAS PARA QUEM NÃO ABRE MÃO DO ESTILO

OUSADIA MODERNISTA

O artista plástico Flávio de Carvalho deixou sua marca para além da segunda geração de modernistas de São Paulo. Essa poltrona, por exemplo, foi inspirada em sua ousadia. Tem composição de tiras de couro e estrutura metálica e está à venda na Firma Casa. Comprimento 78cm – Altura: 74cm – Profundidade: 72cm

R $ 3 . 0 0 0 |

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COMO NA DÉCADA DE 40 Produção do designer Porfírio Valladares, a Chaise Joaquim, à venda na Dpot, tem conforto garantido pela ergonomia do desenho. O nome da peça revela a inspiração na tendência inaugurada na década de 40 por Joaquim Tenreiro, artesão português considerado o pai do mobiliário brasileiro. Faz uso de sobras de madeira compensada, o que ressalta seu aspecto ecológico. Altura: 70cm - Largura: 66cm - Profundidade: 1,57m

R $ 5 . 3 8 5 |

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EXÓTICA

Feita em bambu, a cadeira Treliça faz parte de um projeto da designer Cecilia Dale em trazer coleções do Vietnã, Filipinas e Myanmar (ex-Birmânia). Um luxo internacional (e baratíssimo)! Altura: 35 cm - Largura: 73 cm - Profundidade: 45 cm

R $ 5 9 |

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PUFE RECICLADO Esta peça da Futon Company é revestida em fibra de bananeira reciclada, trançada a mão por comunidades de artesãos. Quando tingida, recebe a cor com urdume de algodão, de forma totalmente artesanal. Altura: 36 cm – Diâmetro: 60 cm WWW.FUTON-COMPANY.COM.BR

FAVELA CHIQUE

Peça feita em ripas de madeira, a Cadeira Favela é mais um achado dos irmãos Campana. Está mais do que explicado porque Fernando e Humberto são referências do design brasileiro no exterior, sobretudo em Milão, onde estrearam. À venda na Firma Casa. | Profundidade 63cm – Comprimento 61cm – Altura 75cm

R $ 8 . 9 4 7 |

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

R $ 5 1 5 |


MUITOS MIMOS

PEÇAS PARA QUEM NÃO ABRE MÃO DO ESTILO

COMO NO JAPÃO

A mesa Tókio é feita em MDF revestida de resina poliéster. Tem a assinatura de Silvio Romero, designer que desponta com peças que nascem do compensado de madeira e ganham toques de ousadia com aço inox, vidro e outros materiais. | Altura: 74cm – Largura: 1,50m - Profundidade: 1,50m

R $ 6 . 3 5 2 |

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QUAL VOCÊ PREFERE? Essa peça de Fernando Jaeger foi produzida com madeira maciça de reflorestamento. Seduz pelo revestimento, que está disponível em mais de 100 opções entre veludos, camurças, jacquards, sedas, linhos, tecnomax, canelados, couro natural e couro sintético. | Altura: 78cm – Largura: 80cm – Profundidade: 66 cm

R $ 9 0 5 EM COURO SINTÉTICO

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ECOLOGIA E CULTURA Feito em madeira e couro, o biombo Apiaka está disponível em cores e tamanhos variados. Integra a coleção ecológica do Empório Beraldin, com materiais que resgatam as raízes da cultura brasileira. Espessura: 4cm - Largura: 50cm - Altura: 1,8m

R $ 5 . 1 6 3 WWW.EMPORIOBERALDIN.COM

NOVAS COMPOSIÇÕES

Gaveteiro em couro com base de alumínio, pertence à coleção do Empório Beraldin. Faz parte das novas propostas da marca que valorizam o artesanato brasileiro com a utilização de novas composições, texturas e revestimentos. | Comprimento: 50cm – Largura: 40cm – Altura: 1,35m

R $ 5 . 8 7 7

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ELEGÂNCIA ILUMINADA Peça em linhas fluídas e elegantes para iluminação indireta, a Spun Light T2 Pr, à venda na Dominici, traz em sua essência a simplicidade. A estrutura da luminária é em alumínio pintado, com difusor interno em vidro prensado. Ideal para lâmpadas incandescentes de até 150W. Diâmetro: 45cm - Altura: 68cm

R $ 5 . 9 8 8 WWW.DOMINICI.COM.BR


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COMANDANTE

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CORAÇÕE POR RICARDO CASTILHO | FOTOS EGBERTO NOGUEIRA

Carlos Alberto Parreira,técnico da seleção brasileira de futebol,fala de convocações, táticas e do desafio de levar o Brasil ao sexto título de campeão mundial de futebol

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os próximos meses,Carlos Alberto Parreira vai dividir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o posto de homem mais importante do Brasil. Quem acompanha de perto o mundo dos esportes sabe que não há exagero na afirmação.Nascemos para ser o país do futebol e a cobrança sobre Parreira é imensurável.Até o início do ano,praticamente todo mundo que teve contato com o treinador fazia questão de sugerir algum jogador para ser convocado.Hoje,para sua alegria,as mensagem são apenas de carinho,com singelos desejos de boa sorte. A marcação sobre o treinador é muito dura.De um lado está a imprensa esportiva,que adora fingir não entender seus critérios de convocação e está sempre pronta para atacar seu estilo de jogo, considerado excessivamente de resultados, nem sempre um espetáculo. Uma das poucas exceções é o ex-jogador Tostão, colunista do jornal Folha de S.Paulo,que escreveu:“Temos de respeitar as escolhas do Parreira.Ele não pode mudar os nomes pelos últimos jogos,nem pelos melhores momentos”.Do outro está a pressão de torcedores que,no caso brasileiro,não se dão por satisfeitos com um segundo lugar.Mas Parreira tira tudo de letra.Profissional dos mais tarimbados,ele é um dos mais completos,inteligentes e competentes personagens do chamado mundo do futebol,um recordista em participações em mundiais.


Saladeestar Com o Brasil,foi campeão como preparador físico do timaço de 1970 e,como treinador,em 1994.Ele já esteve também com o Brasil em 1974,com a seleção do Kwait em 1982 – com ela foi campeão das taças da Ásia e do Golfo,dos Emirados Árabes em 1990 e,em 1998,com a seleção da Arábia Saudita.Em 2006,portanto,vai para sua sétima Copa do Mundo. É,ao lado de Luiz Felipe Scolari – campeão do mundo em 2002 e,atualmente, no comando da seleção de Portugal – o melhor treinador do país. E, para isso, não precisa colocar terno e gravata e usar linguagem empolada. Ele é um profundo conhecedor e estudioso do futebol. Foi em seu apartamento na Barra da Tijuca,no Rio de Janeiro,repleto de quadros de artistas brasileiros contemporâneos,porcelana chinesa,tapetes persas e,acredite,nada que lembre futebol,que Parreira concedeu a seguinte entrevista.

Em 1994, tínhamos uma pressão de 24 anos. Agora, quando deveria haver um relaxamento, isso não existe 22 23

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Cyrella – Como foi sua entrada no mundo do futebol? Parreira – Foi muito bem planejada desde o início,nada foi por acaso.Eu fiz Educação Física e fui para o futebol porque eu queria ser preparador físico.Com 15 anos,eu sabia o que queria ser e fui em busca da minha vocação.Nessa idade,eu via o Paulo Amaral treinando o Garrincha,o Pelé,e coloquei na cabeça que era o que queria fazer.Estudei, me formei,fui preparador físico do Vasco da Gama e cheguei à seleção brasileira em 1970. E como chegou a técnico? Isso já foi meio por acaso.Eu nunca pensei em ser técnico de futebol,foram me empurrando. Comecei dirigindo a seleção de Gana.Depois,passei cinco anos no Fluminense,primeiro como preparador físico e,eventualmente,dirigindo o time entre a dispensa de um técnico e a contratação de outro.Isso foi indo até 1975,quando fui campeão carioca com o Fluminense. Não parei mais.Fui ser assistente do Zagalo na Seleção do Kwait,assumi seu lugar quando ele voltou ao Brasil e a classifiquei para a Copa de 1982.Foi o grande salto da minha carreira. Qual a principal diferença entre o seu atual momento, e o da Copa de 1994, quando o Brasil estava na fila há 24 anos? A ansiedade é a mesma,a cobrança é a mesma.A pressão nunca é menor.Sempre há um fato novo e,dessa vez,segundo a imprensa e os torcedores,o Brasil é favorito.Isso nos coloca em uma posição de mais responsabilidade.Precisamos aprender a conviver com isso. Não existe favoritismo.A Alemanha é tão favorita quanto o Brasil.Há pelo menos dez seleções que podem ganhar o mundial.Dentro do campo é tudo igual.Não há favoritismo. Você acredita na tese defendida por alguns que o Brasil pode ser prejudicado pela arbitragem, para não disparar no número de títulos? Isso é bobagem. Primeiro, o nosso presidente [Ricardo Teixeira] faz parte da comissão de arbitragem.Também é muito difícil um juiz apitar de uma maneira incorreta na frente da televisão e de todo mundo. O Brasil tem que ganhar dentro do campo. Se preocupar em jogar bola. Você, na hierarquia do poder, é o segundo homem mais forte do país. Isso o incomoda? Calma,apenas em época de Copa do Mundo.A visibilidade e a responsabilidade são muito grandes. Em 1994, tínhamos uma pressão de 24 anos. Não é mensurável, mas é subjetiva.Aonde a seleção ia era aquela angústia,tinha uma vontade muito grande.Agora,que deveria haver um relaxamento,isso não existe.Todo mundo só fala no hexa.


Inclusive o Bono, vocalista do grupo irlandês U2. Pois é,todo mundo gosta e admira o futebol brasileiro,mas não podemos entrar nessa.A nossa grande Copa é fora do campo. Preparar a cabeça dos jogadores,trabalhar a cabeça.Dentro do campo,a gente pode perder,mas nossa chance é muito grande. Se a gente conseguir ganhar fora do campo,vai ser muito mais fácil dentro. Você e o Zagallo não discordam nunca? Nem sobre jogadores? Já discordamos muito.Não pode ter dois treinadores.O Zagallo é um assessor de luxo.Eu sou um privilegiado em contar com ele do meu lado.É uma pessoa muito importante.Converso muito com ele. Quantas pessoas no mundo podem ter esse privilégio de ter o Zagallo ao lado. Temos uma parceria de 36 anos.Isso dá certo entre a gente, não vai dar certo com mais ninguém,é muito difícil,ainda mais em um ambiente de muita vaidade.Isso só dá certo quando as pessoas se gostam, se respeitam e tem admiração umas pelas outras.É impossível que a gente concorde nos 23 nomes.No final,prevalece a minha opinião e acabou. Você lê os cadernos de esportes dos jornais? Todos não. É impossível. Leio o do Globo todos os dias e os demais esporadicamente. E mesas redondas sobre futebol, você assiste? Muito pouco.São muitos programas.

“EU E O ZAGALLO JÁ DISCORDAMOS MUITO, NÃO PODE HAVER DOIS TREINADORES. MAS QUANTAS PESSOAS NO MUNDO PODEM TER O PRIVILÉGIO DE TER UM ZAGALLO DO LADO”


Saladeestar Mas tem algum colunista, crítico de futebol que você respeita? Tem gente bem intencionada e também aqueles que são sempre contra.Não vou citar nomes.Eu sempre uso a frase do ex-presidente americano John Fitzgerald Kennedy. Quando perguntaram se ele sabia a fórmula infalível do sucesso,ele disse que não,“mas que ele sabia a fórmula infalível do fracasso, que era querer agradar a todos”.Até por uma questão de filosofia,o jornalista defende um jogador.Mas há outros interesses em jogo. No final,você tem que seguir o seu caminho.Só tivemos sucesso em 1994,porque seguimos nossas convicções.Se eu fosse dar ouvido para tudo o que escreviam e falavam,eu mudava o time toda semana,todo dia.Eles nunca se dão ao trabalho de compilar o que falam,né? Eu posso citar trinta jogadores que todo mundo considerava craque e que,no final de dez anos,sumiram e nunca jogaram na seleção brasileira.A diferença é que a imprensa esportiva não tem minhas responsabilidades nem precisa tomar decisões.

Não tenho nada contra o Ceni. A pergunta é: vale a pena levar três goleiros veteranos para a Copa? 24

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Você costuma escutar outros treinadores? Porque, em entrevistas, vários ficam sugerindo nomes. O Leão, por exemplo, disse que se fosse com ele, convocaria os goleiros Marcos, Dida e Rogério Ceni. A imprensa paulista também faz pressão para a convocação do Rogério. O Rogério Ceni,a gente conhece.Ele já esteve na seleção com outros treinadores e mesmo comigo.É um jogador conhecido.A pergunta é:até onde vale a pena você levar três goleiros veteranos para uma Copa? Fazendo um retrospecto de todas as 17 Copas que o país disputou, só uma vez o Brasil usou dois goleiros. Isso é coisa que ninguém se preocupa em ver,mas falar um monte de blá,blá,blá.Foi em 1966 quando,contra Portugal,foram trocados oito jogadores.Isso é significativo.Só uma vez em 17 Copas se usou dois goleiros.Para que levar três goleiros experientes,se você sabe que dificilmente nenhum dos três estará no próximo mundial? Por isso,é interessante levar dois veteranos e um mais jovem,para que ganhe experiência. Você não tem nenhum problema com o Ceni? Não,não tenho nada.Respeito,o acho um bom goleiro,mas eu prefiro levar o Marcos e o Dida.Um está na seleção há muito tempo.É titular do Milan há quatro anos.O outro foi pentacampeão,um dos melhores goleiros da Copa.Então,o treinador também tem o direito de ter as suas razões e eu não vou abrir mão disso. Futebol é histórico ou é momento? Por exemplo, o Cafu foi operado recentemente… [irritado] Vamos falar genericamente,não vou falar de jogador por jogador. É experiência ou momento? Se um jogador estiver fazendo cinco gols por jogo,você o convoca no lugar do Ronaldinho ou do Adriano? Claro que não. Esse negócio de momento é muito relativo. Jogador de seleção é uma média do que ele fez em muitos anos.O Dida é titular do Milan,já participou de duas Copas do mundo.O Cafu tem 150 jogos com a seleção,três finais de Copa do Mundo.Experiência pesa muito.Mas isso não significa que não há renovação.Dos convocados,50% já estiveram em uma Copa e o restante,não.Tem jogador que vai para o exterior e continua mostrando bom futebol. Outros vão, voltam


e começam a arrasar por aqui,mas na verdade fracassaram lá fora.Isso pesa. O futebol é tão importante no país que influencia fortemente a política. Você acha que o resultado na Alemanha pode ajudar a definir as eleições presidenciais desse ano? A gente confunde muito as coisas.Não vai melhorar a violência nem a fome. Já participei de dois momentos, em 1970 e 1994. O Brasil continuou sem hospitais, sem escola, com violência. Se fosse melhorar, hoje estaríamos vivendo numa Suécia. O Brasil não melhorou em nada,só piorou.Não tem nada que ver política com futebol. Em 1994, você tinha o Dunga como uma espécie de espelho da seleção, raçudo e determinado. Para essa Copa, você já tem o jogador que pode exercer esse papel? Temos alguns jogadores.Igual ao Dunga, não.Agora, nós temos o Cafu, que é diferente do Dunga, mas igualmente respeitado pelo passado, por tudo o que fez,pelo exemplo que é,de profissional e de jogador.O Cafu é um jogador que a gente conta.Torcemos pela sua recuperação, é importantíssimo. O cara foi campeão no Roma e no Milan.Quantos jogadores mundiais têm esse currículo? Foi campeão mundial pelo São Paulo,e campeão brasileiro pelo Palmeiras.Ele tem uma história bonita.Isso pesa.Se ele vai jogar os sete jogos é outra história,mas que precisa estar presente, isso faz com que o grupo se fortaleça.

“O PIOR MOMENTO FOI ANTES DO MUNDIAL DE 1994, O POVO ESTAVA REVOLTADO E, EM TODO LUGAR, ERA SÓ XINGAMENTO” (RECORDA A MÁ FASE A FRENTE DA SELEÇÃO)


Saladeestar Na Copa passada, você passou por momentos difíceis. A cotovelada do Leonardo no jogo contra os EUA, a má fase do Raí, controlar o Romário. Enfim, como é segurar as barras de uma Copa do Mundo?

Esse ano, você espera repetir o mesmo clima de 1994?

O importante é conseguir manter a cal-

Esse é o meu desafio e a única maneira do Brasil ganhar a Copa.Temos que formar um

ma.O Romário não deu trabalho na Copa do Mundo.A força coletiva tem quer ser muito boa,positiva,e era assim em 1994.O Romário foi perfeito.O Raí,não. Ele caiu de forma, saiu do São Paulo, foi para o Paris Saint Germain, não tirou férias. Saiu de forma exatamente no ano da Copa.Mas,mesmo assim,ele começou como capitão no primeiro jogo. Só saiu do time no terceiro jogo. Já o caso do Leonardo,faz parte do jogo e se resolve com muita conversa.

grupo consistente,otimista,de amizade,que as pessoas se respeitem e que a equipe seja mais importante do que os valores individuais. Qual foi a pior manifestação de torcedores que você já enfrentou? O pior momento foi antes do mundial de 1994. O povo estava revoltado e em todo lugar era só xingamento. Em Minas, o Brasil ganhando por 4 a zero e a torcida xingando o tempo todo.Em São Paulo,foram onze mil pessoas a um treino onde se ouviam xingamentos aos cariocas. Foi o pior momento. E a de carinho? São várias.Mesmo em 1994,nunca andei com seguranças.Na rua,só me paravam para pedir esse ou aquele jogador. Depois da conquista de uma Copa América, o Zagallo proferiu a célebre frase: “Vocês vão ter que me engolir”. Em algum momento, você já pensou em desabafar de tal maneira? Não,eu nunca vou dar cartaz para o inimigo.Quando acabou a disputa dos pênaltis na Copa de 1994,por um segundo eu pensei: e agora? Agora,eu vou é comemorar,curtir a vitória.Alívio.Deixa aqueles que criticaram.O que não é bom,deletamos. Você dorme bem antes de uma partida decisiva? A gente sempre fica preocupado,focado.O fato de estar no futebol há 38 anos,me dá certa segurança.Durmo,mas pensando na partida. Você consegue diferenciar a emoção de ser campeão com um clube como o Corinthians e com a seleção brasileira? É difícil você mensurar a emoção,não dá para mensurar a felicidade.Todo o título é muito importante,mas fiquei muito feliz em ser campeão com o Corinthians.Mas poucas pessoas podem bater a mão no peito e ser campeão com a seleção brasileira.E eu já fui duas vezes.

Poucas pessoas podem bater a mão no peito por ser campeão... eu já fui duas vezes 26

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Saladeestar O Zagallo tem uma superstição com o número 13. Você tem alguma? Eu não tenho,mas gosto muito do número sete.Tenho muitas coincidências boas com o número sete.Eu nasci em 43,no dia 27.O Adriano foi campeão da Copa América e fez sete gols no sétimo jogo e com a camisa sete.O Bebeto usava a camisa sete.O Brasil começou a treinar no dia 17 de maio para a Copa de 1994,foram sete jogos,o últi-

Quais seus artistas preferidos?

mo no dia sete de julho.É um monte de sete.

Gosto muito do Romanelli,que foi o meu professor,do Manuel Santiago,o grande

Você acha que será um problema enfrentar o Felipão na Copa? Não,não vai ser não.Vou até torcer para que isso ocorra,porque só pode acontecer na semifinal ou na final,sinal de que as duas seleções foram muito bem.Quando chegar a hora,cada um faz a sua parte.Respeito,gosto dele,sou amigo dele. O que você faz para fugir das neuras do futebol, além de pintar? Gosto muito do mar.Tenho uma casa em Angra,vou para lá,mergulho,me faz um bem danado.Também gosto de colecionar arte brasileira. Qual o momento ideal para pintar? Quando você está no dolce far niente.No atual momento não dá,a cabeça precisa estar zerada.

Gosto do número sete. Nasci em 43, no dia 27. E, em 1994, foram sete jogos, o último no dia 17 de julho

impressionista brasileiro,de Portinari,de Claude Monet.Toda vez que vou a Paris, visito o museu d’Orsay,que possui grande acervo dos impressionistas.Adoro Monet,Van Gogh,Renoir. O que você pretende fazer depois da Copa? Tem muita coisa acontecendo,mas estou focado na Copa, quero vencer e depois decidir o que vou fazer.Resolverei com calma. É possível ficar amigo dos jogadores? Não vou citar nomes,mas tenho sim amigos jogadores,uns cinco ou seis.Com a turma da Copa de 1994,mantenho um bom relacionamento. Você consegue dar conselhos financeiros ou dicas culturais aos jogadores? Não,infelizmente não.Esse assunto não é dos mais apropriados,senão depois alguém vai falar que a gente quer se intrometer na vida do cara,isso e aquilo.Eles têm os seus gurus.Alguns se dão muito bem, outros já se deram muito mal. Só acho que de algum modo eles deveriam ser preparados para gerir o seu dinheiro.Nos últimos anos,felizmente,a maioria tem gerenciado bem o que ganham. E, com a netinha, você é um avô babão? Totalmente.A Letícia,como o próprio nome diz,é a que traz felicidade,alegria.Corro atrás dela,sento no chão,brinco para valer.Ela só trouxe felicidade para a gente.



TECNO

POP

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O QUE HÁ DE NOVO EM TECNOLOGIA

TELÃO EM CASA Você não assistirá TV como antes.É que a Samsung acaba de lançar no Brasil seu novo modelo de plasma,PL42S5S Wide Screen,de 42 polegadas.A novidade possui a exclusiva tecnologia 13 bits, capaz de gerar até 549,7 bilhões de cores,o mais alto índice do mercado.Outro destaque é que a TV já está preparada para receber sinais transmitidos digitalmente,como TV digital e DVD de alta definição.

Na internet: www.samsung.com.br Preço médio: R$ 10.499,00


2 EXCLUSIVIDADE E SEGURANÇA

Essa é uma novidade para quem leva a sério o conceito de notebook personalizado. A nova linha Rocky,da LG,possui um dispositivo de identificação digital do proprietário. Ou seja,só o dono tem acesso.

A TV DOS JETSONS Esse é um lançamento digno da família Jetson.A LG acaba de trazer para o Brasil o refrigerador multifuncional LR262TDT, que possui um televisor LCD de 13 polegadas acoplado e um filtro de água na porta.

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Na internet: www.lge.com.br Preço médio: R$ 10.000

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EXCELÊNCIA DIGITAL Já está disponível no Brasil a nova Sony CyberShot DSC-T9.A novidade vem equipada com estabilização da imagem ótica,um recurso que reduz as manchas na foto mesmo com o movimento da mão.Além disso,tem alta sensibilidade à luz,que atenua os borrões resultantes de pouca iluminação.

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iPOD EM ALTO E BOM SOM Depois da Clone,a Apple anuncia exclusivo sistema de falantes para seu iPod,o iPod Hi-Fi. A novidade promete uma acústica que minimiza a vibração e melhora a qualidade do som.

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Na internet: www.apple.com Preço médio: R$ 1.599


Perspectiva

CATIÇA, PIPOCA E FERVOR BERNARD GONTIER É ESCRITOR, AUTOR DA BIOGRAFIA DE EMERSON FITTPALDI (EMMO), DO LIVRO DE CRÔNICAS “PARADO NO TEMPO” E DO ROMANCE “OS DETALHES DA HISTÓRIA”

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utro dia estava lendo em um livro muito bom, cujo título agora me escapa, o trecho de uma carta do grande pensador paulistano Mário de Andrade. Já adianto que nem de longe o tema era futebol.E aqui vai o trecho:“De que maneira nós podemos concorrer para a grandeza da humanidade? Sendo franceses ou alemães? Não,por que isto já está na civilização.O nosso contingente tem de ser brasileiro.O dia em que nós formos inteiramente brasileiros...”.Pronto.Agora todos somos 1. Ou 11. E parece que foi ontem.Toda aquela onda emocional,que vem lá de trás,embalada por cânticos,ídolos e esperanças,que une as classes,as crenças,as idades e as cores de todo aquele ou aquela,que tem na sua pasta de documentos,e no íntimo de seu coração,a certeza e a identidade de ser brasileiro.Hoje em dia,quem se lembra daquele refrão:“...a copa do mundo é nossa,com brasileiro,não há quem possa....”? Aliás, se pensarmos bem, nada mais atual. Depois dessa veio a inesquecível, a unânime na lembrança de todos que a presenciaram, a Copa de 70. Sem falar no jingle de então: “90 milhões em ação, salve a seleção...”. E a Seleção Canarinho, que há algum tempo ostentava este carinhoso apelido,ganhou da BBC de Londres a tarja de Time do Século.Portentoso e não menos legítimo aval. 1998: a sala cheia de gente,pipoca pra todo lado,um bando de amigos se cotizou pra alugar um telão do tamanho de um outdoor, e eu ainda por cima mandei fazer uma camiseta especialmente para o evento: tinha no peito a bandeira da França estampada,sobreposta pelo símbolo do super-homem em verde-amarelo.Todo mundo achou bacana no começo do jogo.Todo mundo queria me linchar no fim do jogo.A culpa foi dessa camiseta, gritavam! Fui pra janela fumar um cigarro, que por sinal tinha um gosto amargo, que por sinal a cada baforada me parecia o resumo das copas da minha vida e as emoções em cada uma embutida. São nossas todos elas,em cada jogada,em cada pulo no sofá.E tem gente que ajoelha no tapete da sala e reza;tem outros que se aproximam da TV e murmuram “catiça” quando o adversário entra na nossa área.Uns vão ao banheiro a cada 5 minutos.Sem falar nos berros na janela,a carreata entre brados, acenos, buzinas,confraternizações com estranhos nos botecos e nos clubes. E, curiosamente, nesse instante parece que ninguém é estranho, isso tudo – e muito mais – é nosso. É um direito adquirido mais forte que papel timbrado e escritura lavrada em cartório.São nossos os risos,os sorrisos e as gargalhadas,os eternos suspiros de alívio (ufa!,essa foi por pouco) e o status de pentacampeão, por hora, inigualável e conquistado no talento e na raça. Pra terminar, um amigo outro dia comentou: lembra da Copa de 70, cada vez que a gente fazia gol os jogadores se abraçavam, todos juntos, perfazendo assim um grande abraço? Lembro, disse eu, e enquanto a imagem percorria a mente, meus olhos ficaram aí um tanto molhados.



Pontodefuga

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Deixe-se levar pelo azul profundo do mar e pelos encantos de uma

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ROTA

DO ADRIÁTICO

paisagem milenar neste road movie que começa na Itália e termina na Albânia

Pegue a Adriatic Highway... P O R

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G U I M A R Ã E S


Pontodefuga ABAIXO, OS ESCUDOS AZULEJADOS DOS REINOS DA CROÁCIA E DA DALMÁCIA, NO TELHADO DA CATEDRAL DE SAINT MARK, EM ZAGREB, E UM DOS EXTREMOS DA FORTIFICAÇÃO: A FORTALEZA LOVRIJENAC.

squeça a Rota 66! Ainda que os rolos de feno correndo ao vento e o vermelho intenso do deserto americano tenham dominado a paisagem hollywoodiana, experimente partir em busca do inesperado em outras paragens. Neste caso, o coração da antiga Iugoslávia, onde fica a Adriatic Highway, a estrada que liga a Itália à Albânia. A melhor opção é percorrer o trecho croata, conhecido como Adriatic Road (ou Jadranska Magistrala), que liga Zagreb, a capital do país, à belíssima Dubrovnik, na fronteira com a antiga Sérvia. Dentro de alguns anos, graças a um projeto da União Européia em fase de implementação, será possível chegar à Grécia, passando pela Turquia e por Montenegro — uma razão perfeita para voltar. Entrecortada por costões rochosos,a estrada se dobra em curvas dramáticas,incrustadas em penhascos cuja vista alterna o azul intenso do Mar Adriático com os tons amanteigados da areia das praias e ilhas. O contraste dos telhados vermelhos com a cor do oceano ao pôr-do-sol compensa o nervosismo que a ousadia dos motoristas croatas provoca no percurso.A cidade velha, fortificada, é um dos lugares protegidos pela Unesco,que a declarou patrimônio da humanidade.Foi fundada no século VII e é circundada por uma muralha,construída com as pedras avermelhadas da região. Partindo do Brasil, o ideal é voar até Zagreb e de lá partir em direção ao ex-

E

DUBROVNIK VISTA DE SUA MURALHA DE 25M DE ALTURA, CONSTRUÍDA NO SÉC VII.

tremo sul do país.Vale dedicar um dia a conhecer a capital, tomando o funicular até a cidade velha, para desfrutar o charme de sua arquitetura e tomar contato com formas de arte tradicionais, como as pinturas que emolduram o telhado da Catedral de Saint Mark. Dali vá em direção à região da Istria, onde estão situadas as principais vinícolas,como nas localidades de Rijeka, Vela Luka e Pula. A influência do do-

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mínio romano se faz perceber em toda parte,com destaque para as ruínas do velho coliseu que podem ser encontradas em Pula e para o palácio do imperador Diocleciano,em Split — localizada na região sul,também conhecida como Dalmácia. A uma hora de Split, no sentido para Dubrovnik, está a Riviera Makarska,nas Montanhas Biokovo,que foi convertida em parque nacional — uma boa opção de parada para quem aprecia caminhar.

ROVINJ É UM DOS DESTINOS PREFERIDOS DOS VELEJADORES. COM DOIS PORTOS E CERCADA DE PEQUENAS ILHAS, ABRIGA O PRIMEIRO GRANDE HOTEL DO PAÍS, O CENTAR A onipresença do Adriático provê frutos do mar em abundância.Há excelentes restaurantes de comida local.A cozinha é essencialmente mediterrânea,carregada nos azeites e escoltada por vinhos de excelente qualidade,todos de produção local. A alta temporada acontece durante o verão europeu,que vai de maio a setembro.Julho e agosto são os meses de maior movimento e setembro é o período ideal para quem prefere evitar os inconvenientes do pico da estação,quando praias e marinas ficam superlotadas. Os esportes náuticos são grandes atrações. Os mergulhos podem variar de cinco a 45 m de profundidade e incluem o arquipélago Pakleni Otoci,famoso pelas raras gorgônias,que são corais de tons violáceos muito intensos,únicos no planeta.


Pontodefuga FACHADA DO TEATRO NACIONAL NA CAPITAL, ZAGREB

TERRA DE ILHAS A Croácia se declarou república independente pouco antes do cessar-fogo da Guerra da Bósnia,em 1995.É lá que hoje você pode realizar a fantasia de levar alguém para uma ilha deserta,sem ter que gastar muito,com a vantagem de poder fugir para as cidades quando se cansar do isolamento. Com duas vezes o tamanho da Bélgica e uma população de aproximadamente cinco milhões de habitantes,este país em formato de península faz fronteira,ao norte,com a Eslovênia e com a Hungria;ao sul,com a Iugoslávia e,a leste,com a Bósnia-Herzegovina. Apenas 66 das 1185 ilhas são habitadas,mas todas elas estão abertas à visitação.Para quem está em busca de um refúgio com agito noturno, o destino ideal é o arquipélago de Krk.Ilhas intocadas como Plavnik, Kormat, Galun e Prvicand Zec são verdadeiros oásis de paz e tranqüilidade,aos quais a loucura das grandes cidades não pôde chegar.A surpresa fica por conta da ponte,

CASAL EM TRAJES FOLCLÓRICOS ASSA PÃO SEGUINDO UM MÉTODO TRADICIONAL DE COZIMENTO COM CINZAS, CHAMADO DE PEKA

que conecta o arquipélago ao continente, diminuindo a distância que separa as ilhas das cidades de Baska, Malinska, Ornisalj, Njivice, Krk e Punat, onde as festas invadem a noite em bares e danceterias ao ar livre,cheias de gente bonita,bronzeada e de cabeça fresca. O humor e clima da população insular é bem mais relaxado que o das cidades costeiras e definido por um termo local que equivale a preguiça:"fjaka".Brac,

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Pontodefuga

DETALHE DA ENSEADA DE BRAC, NA REGIÃO DE SPLIT: A MAIOR DAS ILHAS CROATAS.

Hvar, Korcula e Lastovo são os destinos mais procurados, também conhecidos como “os quatro dálmatas”,acessíveis por barco e também por balsas.Brac é famosa pelos olivais e as pedras brancas que são a base de suas construções.Hvar,cuja paisagem dominada por plantações de lavanda remete ao litoral italiano,foi eleita pela revista americana Condé Nast Traveller como uma das

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No adriático, uma ilha deserta é um sonho possível


SERVIÇOS ONDE FICAR | Em Zagreb, Hotel Palace Localizado num palácio em estilo Belle Époque, lhe permitirá reviver a nostalgia dos loucos anos 20, a preços mais convidativos que nos hotéis das grandes cadeias internacionais Strossmayerov, trg 10 / +385 1 275 611 www.palace.hr

Em Split, Hotel Park Com vista para a Baía de Bacvica, foi reformado em 2002 Splitska, 1 / +385 21 406 400 www.hotelpark-split.hr Em Bol, Villa Giardino Um endereço de charme, situado numa ruela próxima ao porto. Os quartos se abrem para um lindo jardim, onde é servido o café da manhã. Novi Put, 2 / +385 21 635 286 Em Korcula, Hotel Korcula O Hotel só foi inaugurado em 1912, mas o prédio é de 1872. Seu grande terraço sobre o mar, à sombra de palmeiras, é tão imperdível quanto seus quartos com vista para o grande oceano. Setaliste Frana Krssinica, 12 / +385 20 711 078 www.korcula-croatia.com/hotel-korcula-korcula-croatia.htm

EM SENTIDO HORÁRIO: A PONTE QUE LIGA O ARQUIPÉLAFO DE KRK AO CONTINENTE; EM SPLIT, CAFÉ OCUPA PÁTIO DO ANTIGO PALÁCIO DO IMPERADOR DIOCLECIANO (243-313 DC); RUÍNAS DO ANFITEATRO EM PULA

ilhas mais idílicas do planeta.Korcula,a terceira,é coberta por coníferas e há quem afirme que ali nasceu Marco Polo.Em Lastovo vê-se o modo de vida tradicional de uma população dedicada à pesca e à viticultura,que viveu isolada por mais de 40 anos – entre 1945 e 1989, a ilha foi convertida em base naval da armada iugoslava. Para aqueles que não abrem mão do conforto,melhor rumar para as Ilhas Brijuni.São 14 ao todo, espalhadas por sete quilômetros de fauna e flora espetaculares.Além das praias,existem florestas de carvalhos seculares e impressionantes olivais,entremeados por monumentos históricos.Dentre eles,as ruínas de um castelo romano. Em meio a tantas ilhas rochosas e recortadas por agudas escarpas, Susak é uma das raras praias onde a areia impera soberana. Essa mesma areia confere um sabor único aos vinhos produzidos com as uvas cultivadas nas extensas parreiras do local, marcado pelas construções do século XII.

INFORMAÇÕES ÚTEIS Não há vôos diretos do Brasil para Zagreb. É preciso comprar bilhetes combinados para grandes capitais européias, a partir das quais existem vôos diários e regulares para a Croácia. A Air France oferece boas opções no Brasil, tanto por venda direta quanto por meio de agências de turismo. Operadoras de viagem de aventura oferecem pacotes com escaladas, pesca esportiva, caça e exploração de cavernas para os que desejem explorar a região montanhosa, ao sul do país. A mais conhecida delas é a Adriatica (www.adriatica.net). Outras referências estão no site do Ministério do Turismo (www.croatia.hr). Portadores de passaporte brasileiro não precisam de visto, podendo permanecer pelo período máximo de 90 dias. A estrada ainda guarda como herança do conflito alguns campos minados ativos. Portanto, é importante, ao efetuar o aluguel do carro, checar os pontos a serem evitados. O planejamento pode ser auxiliado pelo site oficial do sistema rodoviário, que além de excelente fonte de consulta oferece calculadora de distâncias, de gastos com pedágio e guias para o viajante. Anote: www.hac.hr.

Em Dubrovnik, Pucic Palace É a única opção na Cidade Velha e fica a apenas 30 metros da catedral. Sua escadaria cinematográfica é apenas um dos seus inúmeros atributos de charme. Ulica od Puca, 1 / +385 20 326 200 www.thepucicpalace.com RESTAURANTES Em Zagreb, Pod Grickim Topom Fica no alto do centenário funicular e oferece um belo panorama da cidade, cenário ideal para saborear os bons vinhos de Primosten locais, acompanhados dos pratos de inspiração clássica que compõem o seu cardápio Zakamardijeve stube, 5 / +385 1 483 3607 Em Split, Zlana Vrata O significado de seu nome, porta dourada, indica a sua localização: numa das entradas no Palácio de Diocleciano (a principal atração da cidade). Diokleciana, 7 / +385 21 345 015 Em Bol, Ribarska Kucica Os saborosíssimos peixes são a grande atração deste local que fica entre o porto e um convento dominicado e que tem nas sardinhas grelhadas a sua especialidade. É também bastante frequentado pelos habitantes locais, o que é sempre um importante selo de qualidade. Hrvatshik Domobrana, 13 / +385 21 742 036 Em Korcula, Adio Mare Bem no meio do velho vilarejo, este restaurante é um convite à celebração da culinária tradicional. Prove a pasticada, um cozido de carne com cebolas e uvas passas, acompanhando-a do vinho da região, denominado Dingac. Svetog Roka / +385 20 711 253 Em Dubrovnik, Proto Tradicionalíssimo, aplica os mandamentos da culinária francesa na confecção de pratos regionais, cujo sabor é intensificado por generosas porções de alho. Siroka ulica, 1 / +385 20 23 234 Roteiros de aventura Consulte a maior operadora local, a Adriatica, que oferece opções como escalada, pesca esportiva, caça e exploração de cavernas para os que desejam explorar a sua região montanhosa. www.adriatica.net Para os motoristas O planejamento da viagem — crucial devido à herança deixada pela guerra na forma de campos minados ativos — pode ser auxiliado pelo site oficial do sistema rodoviário, que além de excelente fonte de consulta oferece calculadora de distâncias, de gastos com pedágio e guias para o viajante. www.hac.hr


Hotéis

MADRI CLÁSSICO Charme aristocrático,compras e serviço nota 10

ocê deve pronunciar“Vila Maina”para o motorista de táxi,se quiser chegar ao clássico hotel Villa Magna Park Hyatt.Este é o nome pelo qual o hotel Hyatt é mais conhecido em Madri.Está Instalado onde durante séculos reinou o Palácio de Larios,pertencente a uma família nobre espanhola.Ali chegando,você se sentirá amparado pelo ar aristocrático do hall,pelo mobiliário elegante e pelo serviço nota 10 da rede Hyatt. Respire tranqüilo,você está em boas mãos:nos sorrisos,na eficiência,na impecabilidade dos quartos,nos detalhes das frutas e docinhos no criado-mudo.Entre as vantagens de se hospedar no Villa Magna está o fato do hotel estar ao lado do magazine El Corte Inglés. Há uma ligação para seu prédio por dentro do hotel.Basta atravessar um jardim de inverno envidraçado e cai-se bem no meio do setor de sapatos femininos.Um sonho! O hotel está no coração de Madri, entre o Paseo de la Castellana e a Calle Serrano. As suítes são espaçosas e iluminadas, com banheiros extraordinários forrados em mármore,com sauna e banheira.Para reuniões de negócios,há a facilidade de inúmeros salões. No enorme hall do piso térreo, um piano e uma champanheria, podem ser fundamentais para um bom começo de noite. Um ponto notável do hotel é seu restaurante,tocado pelo chef francês David Millet. Em uma cidade (e em um país) que se ufana de sua culinária e é hoje a vanguarda no mundo,ser francês e ao mesmo tempo ter seu trabalho admirado por espanhóis é algo raro.Millet foi discípulo do chef Jacques Le Divellec,em cujo restaurante 2 estrelas Michelin,o Le Divellec,chegou a chefe de cozinha em 1999.Sua cozinha prima pela perfeita união entre técnicas e apuro franceses e a sensualidade mediterrânea.

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VILLA MAGNA PARK HYATT Paseo de La Castellana, 22 Madri, Espanha. Serviços especiais: internet wireless, telefones digitais com possibilidades de videoconferência e linha extra de fax. Preços: diárias a partir de E$ 300 o casal Contatos pelo tel. (34)915. 871.234 \ fax: (34)914.312.286 www.madrid.park.hyatt.com



Hotéis

O QUARTIER MAIS DESCOLADO De chocolates a perfumes sob medida,o roteiro do luxo e da vanguarda por quem lássico e chique como uma pérola,o hotel Le Meurice,há seis anos comprado pelo Dorchester Group,figura por quase dois séculos entre os hotéis mais elegantes do mundo.Além de funcionar em um palácio ricamente decorado possui dois atributos únicos: tem em sua cobertura uma vista de 360 graus de Paris e está em uma das mais privilegiadas localizações da cidade. De suas janelas, na Rue de Rivoli, 228, pode-se ver o Jardin des Tulleries e o Museu do Louvre à esquerda e a Torre Eiffel,à direita.Está a poucos passos da avenida dos Champs-Elysées, da Òpera,da Place Vendôme e das boutiques mais elegantes da Rue Saint-Honoré. No entanto, a revista Cyrela quis oferecer um roteiro outstanding,elaborado por quem conhece o riscado da cidade. Pegamos,então,o caderninho de anotações de Sabine Freese,diretora dos concierges do Hotel Meurice que guarda os

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endereços mais descolados das redondezas.Vale lembrar que um movimento de grifes de vanguarda vem tomando conta da região,desde que a famosa loja Colette instalou-se na área.De pérolas negras, peles, baús e malas antigas de couro, caixinhas de música, acessórios para jardinagem até as grifes mais tradicionais e clássicas,tudo que retrata o chique estilo parisiense está na agenda pessoal de Sabine.Agora,com você.

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DE PARIS

conhece a cidade como a palma da m達o


Hotéis 1 | L’ECLAIREUR: 29, RUE DE VALOIS

A Bretana é distribuidora de peles Valen-

dos à mão.Aí,claro,leve suas compras pa-

Uma butique de moda situada no cora-

tino,Genny,e Birger Christensen.

ra casa em uma divertida bolsa Galliano

ção de Paris.Oferece pérolas negras do Taiti, sofisticadas cerâmicas, artigos de

11 | VANESSA BRUNO: 12, RUE DE CASTIGLIONE

“Gazette”– um sinal definitivo de cumplicidade nos segredos très chique de Paris.

decoração e uma infinidade de acessó-

Os provadores são iluminados por mi-

rios.Representa a linha de vários desig-

núsculos candelabros na badalada bu-

16 | DIDIER/ANGELO: PASSAGE DE 2 PALILLONS,

ners,como Martin Margiela,Comme des

tique Vanessa Bruno,com as últimas ten-

5, RUE DES PETITS-CHAMPS

Garçons,Dries Van Noten...

dências da moda e acessórios. Deixar Paris sem uma bolsa de paetês assinada pela designer francesa,é pecado. 12 E 13 | MARIA LUISA: RUE DU MONT-THABOR - 2, RUE CAMBON Vanguardista da moda parisiense,a designer argentina Maria Luisa selecionou os melhores designers da atualidade.As suas quatro butiques na rue du Mont-Thabor e rue Cambon trazem moda masculina,calçados Manolo Blahnik com desenhos exclusivos e lançamentos de jovens estilistas.De quebra,uma assessora de compras pessoal pode trazer uma amostra das peças diretamente ao Hotel Le Meurice.

A cada coleção pret-a-porter,os dois estilistas celebram o preto clássico com um toque da cor da estação tanto na coleção feminina como na masculina e linha de acessórios.A loja em si tem paredes laqueadas em preto,carpete de veludo e lustro de cristal que remete aos antigos salões parisienses. 19 | STEPHANIE SAUNIER: 24, PLACE VENDÔME Enquanto alguns acreditam que a alta costura está morta, uma jovem estilista está resgatando as suas raízes com vestidos noturnos que lembram borboletas voando.Com certeza um talento digno de ser incluído em seu caderninho de incríveis e imaginosos talentos.

14 | JOHN GALLIANO: 384, RUE SAINT-HONORÉ Assinado por Jean-Michel Willmotte,a butique de dois andares em vidro de John Galliano oferece um mix de designs do estilista com a sua linha de lingerie,aces-

22 | BACCARAT: 17, RUE DE LA PAIX Eis aí o sinônimo de cristal. Entre e admire as modernas linhas das coleções de jóias e acessórios,como os imperdíveis pingentes em forma de coração no

sórios e velas criadas com Diptyque.Não perca os trocadores forrados em couro texturizado-crocodilo,e os banheiros decorados com magníficos painéis borda-

mais puro vermelho Baccarat.

2 | MARCEL MARONGIU: 203, RUE SAINT-HONORÉ Mãe sueca, pai francês, avô italiano...Opostos e contrastes como o velho e o novo, passado e futuro, rural versus urbano,rústico-refinado,nervoso-romântico...Isso tudo é transformado em produtos úteis e simples.Seja a linha prêt-à-porter,a de lingerie,acessórios ou de artigos domésticos (porcelana,almofadas,tecidos xadrez etc...) há sempre algo para lá de divertido nesta preciosidade de loja. 4 | DIANE VON FURSTENBERG: 14, RUE D’ALGER AVon Furstenberg é creditada a invenção do vestido wrap.Um exemplo desta criação se encontra exposto no Metropolitan Museum of Art em NovaYork,um testemunho da sua importante influência na moda feminina,em particular a partir de 1970. 8 | BRETANA: 362, SAINT-HONORÉ Bretana Haute-Fourrure em Paris é o lugar para se explorar o design,fazer alterações,limpar,e armazenar peles finas.

24 | MINA POE: 19, RUE DUPONT A badalada loja de Mina d’Ornano de Art Deco oferece acessórios feitos à mão como coloridas bolsas de couro forradas com seda pintada,cachecóis de fita de seda trançada,e anéis em vidro de Murano que lembram pequenos animais marinhos. 25 | ATELIER DU BRACELET PARISIEN: 7, RUE SAINT-HYACINTHE Relógios de pulso customizados, assim como cintos e outros pequenos objetos em couro em qualquer cor ou tamanho.

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26 | GOYARD: 233, RUE SAINT-HONORÉ Pare e confira o que faz do legendário estilista desde 1854 uma unanimidade em baús, bagagem e bolsas de couro adornadas com chiques monogramas pintados à mão. 27 | CADOULLE: 255, RUE SAINT-HONORÉ Uma confecção tradicional e única.Fundada por Hermine Cadoulle,introduziu o primeiro sutiã em 1889 e desde então continua a embelezar as mulheres.Verdadeiras obras de arte. Não deixe de agendar a sua visita.

lugar mágico onde podemos sonhar com sapatos de contos de fada. 36 | STYL’HONORÉ: 1, RUE DU MARCHÉ SAINT-HONORÉ Tintas especiais para qualquer tipo de caneta.Mont-Blanc,Parker,Sheaffer,Waterman. 39 | GUERLAIN: 2, PLACE VENDÔME Fundada em 1828, a Guerlain além de ser uma das mais antigas casas de perfumes,também oferece produtos de beleza do mais alto padrão.

sinatura de Dominique Ropion,conhecido pela criação de Ysatis e Very Irresistible para Givenchy,e Dune para Dior. 48 | BABY TUILERIES: 326, RUE SAINT-HONORÉ Luxuosas roupas infantis para crianças de 0-12 anos,com assinaturas Dior,Burberry,Christian Lacroix. 49 | AU NAIN BLEU: 408, RUE SAINT-HONORÉ Au Nain Bleu vende brinquedos há 169 anos. Três pisos repletos de maravilhas para fazer o“dia perfeito”de qualquer criança.

29 | HELLER: 259, RUE SAINT-HONORÉ Uma tradicional “maroquinerie,” – loja especializada em luxuosos artigos de couro.A família Heller cria, modela e confecciona à mão uma coleção completa de malas para viagem produzidas com materiais de primeiríssima.

40 | MAITRE PARFUMEUR & GANTIER: 5, RUE DE CAPUCINES Uma grande seleção de perfumaria perfeita para qualquer ocasião, além de aromas para residências que criam ambientes sofisticados.

31 | MASSARO: 2, RUE DE LA PAIX No mesmo endereço desde 1894, Mas-

42 | MAISON JEAN PATOU: 5, RUE DE CASTIGLIONE Seu mostruário de perfumes vem em copos

saro confecciona sapatos e botas à mão com as mesmas técnicas por mais de 100 anos.Karl Lagerfeld e a maison Coco Chanel são alguns de seus clientes.

Baccarat.Suba ao grand salon e conheça as fragrâncias customizadas de J.M.Duriez.

32 | PIERRE HARDY: 157, GALERIE DE VALOIS Calçados lindos e surpreendentes. Em uma palavra: fabuloso!

agora oferecem velas com os melhores ingredientes, concentração excepcional e cera mineral.

35 | MICHEL PERRY: 243, RUE SAINT-HONORÉ

46 | FREDERIC MALLE: 2, RUE MONT-THABOR

67 | CHRISTOFLE: 24, RUE DE LA PAIX Christofle,fundada em 1830 é sinônimo de prata: talheres,vasos,estojos para ci-

Uma loja encantada que nos eleva a um

Sua mais recente fragrância tem a as-

garros,caixas porta-jóias,e muito mais.

45 | THE DIFFERENT COMPAGNY: 55, RUE SAINTE ANNE Além de seus deliciosos perfumes,eles

54 | JEAN-PAUL HÉVIN: 231, RUE SAINT-HONORÉ Eleito o melhor biscoito de amêndoa de Paris, Jean-Paul Hévin oferece sofisticados e deliciosos chocolates. O salão de chá no primeiro andar é uma ótima pedida para uma refeição saudável e balanceada. 65 | LE PRINCE JARDINIER: 37, RUE DE VALOIS Apelidado “o príncipe jardineiro”, o bem-trajado Louis_Albert de Broglie oferece utensílios, roupas e acessórios para a prática da jardinagem, além de raras orquídeas, sementes, gravuras e conservas.


Espaçoeidéias

OUSADIA NOS DETALHES

Veja o que Sig Bergamin é capaz de

ão tente definir Sig Bergamin em um único conceito porque,simplesmente,seu trabalho não cabe em definições.Com 25 anos de carreira,ele é um dos mais célebres,inventivos e admirados arquitetos do país.Seus projetos apresentam idéias tão inovadoras que ele mesmo costuma dizer que obedece a“um estilo somatório de ecletismo, diversidades étnicas, humor e versatilidades”. Em resumo, ele é a criatividade em pessoa.Sabe como ninguém mesclar o erudito com o contemporâneo,o sóbrio com o ousado. Quando senta para pensar um projeto residencial, gosta de“viajar no roteiro dos sonhos do cliente”, sem esquecer o que a atmosfera daquele lugar pede.

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fazer quando tem em mãos o apartamento de um colecionador de arte

SALA DE JANTAR, COM AS PAREDES REVESTIDAS DE TECIDO FRANCÊS E UM LUSTRE BACCARAT EM DESTAQUE


Espaçoeidéias POLTRONA FORRADA COM VELUDO FRANCÊS E O VESTIDO DE NAZARETH PACHECO (À DIR.) E COLEÇÃO DE MINI ESCULTURAS NA MESA DE CENTRO (ABAIXO À DIR.): UM LIVING DECORADO COM OBRAS DE ARTE

Foi assim com o apartamento de três andares (que ilustra essas páginas), pensado para ser o refúgio de descanso e lazer de um colecionador de arte. Depois de um longo ano entre pranchetas,obras e acabamento,eis o resultado: uma casa aconchegante,mesmo estando cercada de peças raras e caras por todos os lados.“O proprietário foi comprando o que gostaria de expor ao longo do período de produção”,conta.“Por isso,pensei num projeto neutro, que desse espaço para o que estaria por vir.” A sala de jantar, por exemplo, foi pensada em função do magnífico lustre Baccarat. Mais que isso, só uma mesa em tampão de vidro,desenhada pelo próprio Sig, com capacidade para doze cadeiras, e as paredes em cor coral, revestidas com adamascado de linho Pierre Frey – um tecido francês. No home theater,uma brincadeira visual que ressalta a veia bem-humorada do arquiteto:uma enorme fotografia de uma estante em tamanho original,ou seja,4m por 3m.O retrato é de Nelson Leirner. No mesmo ambiente,uma mesa Saarinen e uma cadeira Cesca, tudo comprado na loja Forma, de São Paulo. E quando não se espera mais nenhuma surpresa da sala reservada para os momentos de lazer da família,eis que surge,lá no cantinho,a tela“Fragmentos do corpo humano”,de Leda Catunda.

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FOTOGRAFIA DE UMA ESTANTE EM TAMANHO ORIGINAL, FEITA POR NELSON LEIRNER: PITADA DE BOM HUMOR NO HOME THEATER


Espaçoeidéias O living bem poderia ter o clima austero de uma galeria de arte, tamanha a quantidade de peças raras expostas.Mas não.Sig conseguiu manter a leveza e até uma certa informalidade nos ambientes decorados com quadros de Volpi,Antonio Bandeira,Hércules Barsotti e uma escultura de parede assinada por Valdécio Caldas. E se a riqueza se esconde mesmo nos pormenores,espere até ver o vestido de Nazareth Pacheco,exposto numa espécie de cabide de acrílico,que faz par com uma poltrona forrada em veludo francês Colony.Ousadia nos mínimos detalhes,bem aos moldes de Sig Bergamin.

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NA SALA PRINCIPAL, QUADROS DE VOLPI E ANTONIO BANDEIRA (ABAIXO) E UM CANTINHO RESERVADO PARA A TELA DE LEDA CATUNDA NO HOME THEATER (À DIR.)



Espaçoeidéias

UM LUGAR PARA RELAXAR

Marrocos,Turquia ou Alhambra...tudo é inspiração para ébora Aguiar é daquelas arquitetas que imprimem seu estilo seja no projeto de um lavabo ou de uma mansão.Para ela,não existe proposta que não mereça dedicação,estudos e muitas referências.Formada em 1989 pela Faculdade de Arquitetura da Mackenzie, de São Paulo, Débora assina projetos no Brasil e nos Estados Unidos.Mais de uma vez,foi convocada para dar o tom em imóveis de famílias paulistanas, localizados em Miami. De cinco anos para cá, outro trabalho vem ganhando a preferência da paulistana: a coordenação e consultoria de empreendimentos imobiliários.É nessas oportunidades que ela dá asas à imaginação,sem medo de errar. No projeto das áreas sociais do edifício Çiragan,da Cyrela,Débora buscou inspiração no Oriente árabe, na Turquia, Marrocos e Alhambra. Todas as portas foram alargadas e ganharam contornos árabes nos moldes das feitas em madeira de cedro, marca registrada dos castelos de Marrakesh.A piscina obedeceu a mesma inspiração, com piso de pastilhas bicolores, numa clara referência ao Oriente. O projeto de um loft desse mesmo prédio,pensado para uma pessoa solteira ou um casal sem filhos, manteve a mesma linha. No ambiente destinado aos encontros com os amigos, o destaque é a mesa retangular, com capacidade para até seis pessoas e,detalhe,sem cabeceira.Um convite para uma refeição longa e descompromissada.“A mesa tem uma altura normal, mas veja como a composição com bancos e futons dá um ar mais aconchegante e confortável”,diz.Até parece que se trata de uma mesa de altura diferenciada, dessas que exigem que você sente na altura do chão. A sala em questão tem 105 m2 e um aproveitamento perfeito. Entre as paredes de mármore travertino romano bruto está o home office.“Nada

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JANELAS E PORTAIS COM CONTORNOS ÁRABES, NOS MOLDES DAS FEITAS EM MADEIRA DE CEDRO NO MARROCOS: ARES DO ORIENTE NA ÁREA SOCIAL DE UM EDIFÍCIO

Débora Aguiar,uma arquiteta que preza pelo conforto


Espaçoeidéias

NO PROJETO DE UM LOFT, COZINHA COM PAREDES REVESTIDAS DE MADEIRA (À DIR.) E SALA COM DIVISÓRIA DE MÁRMORE SEPARANDO O AMBIENTE DE TRABALHO (ABAIXO)

NUM LOFT PARA UM CASAL SEM FILHOS (ABAIXO),

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mais prático do que ter um cantinho para o computador sempre à mão”, explica.“Mas também não queria isolar a área de trabalho do resto da sala.” A solução então foi fazer essa separação parcial, que mantém o escritório interligado do resto da loft, mas protegido dos ruídos de uma cena familiar. Neste imóvel,as paredes da cozinha ganharam revestimento de madeira.Como se trata de um loft, o pé direito é bem mais alto.A utilização da madeira, como explica Débora,ajuda acusticamente o espaço,evitando eco,o que pode ocorrer em lugares altos e com pisos frios como nesse caso.“É bom lembrar que espaços altos e com chão de pedra podem se tornar frios e menos aconchegantes”,conta.“A madeira quebra esse aspecto.” A mesma lógica serviu na concepção das divisórias utilizadas como uma divisão entre a cozinha e o resto do apartamento,que é todo integrado.“Como trabalhamos o conceito de loft, projetei uma divisória vazada de madeira para isolar um pouco mais a área da cozinha,mas sem perder a referência visual.” O mesmo capricho pela integração dos ambientes definiu o projeto da varanda. Débora quis fazer dessa área externa um espaço multifuncional,onde há uma extensão do apartamento na hora de receber os amigos,além de ser um local para relaxa-

ESPAÇOS INTEGRADOS E POUCAS DIVISÓRIAS

mento, arejado e aconchegante para uma refeição. O clima oriental foi ressaltado com a mesa baixa,com futons no lugar das cadeiras.Para garantir privacidade, essa mesa é amparada por um biombo baixo que faz o anteparo com o guarda-corpo do terraço e está cercado por plantas,vasos,velas,além de uma mini bica d água, peça típica dos locais de relaxamento.“O fato de projetarmos um loft sem crianças nos deu oportunidade de priorizarmos a sensação de espaço amplo, mesmo dentro do apartamento.” E nada poderia definir melhor o trabalho de Débora: espaço,aconchego e ousadia.


famosos,talento para a inovação

Espaçoeidéias

DE VOLTA AOS 70

Dani Parreira e Flávia Santoro têm,mais que sobrenomes POR PEDRO ULSEN

célebre filósofo Walter Benjamin, nascido em Berlim no final do século 19, dizia que um homem moderno é aquele aberto a novas experiências.Esse conceito se aplica sem restrições à decoradora carioca Dani Parreira – sim,ela é filha do técnico da nossa seleção hexa,opa,pentacampeã.Danielle costuma dizer que seu trabalho se pauta pela liberdade em misturar estilos e procurar novas tendências.Junto com sua sócia, a também carioca Flávia Santoro - irmã do ator Rodrigo Santoro –,ela não se prende à fama,apresenta decorações inovadoras e,sobretudo,diversificadas. Danielle é decoradora por formação.Há cinco anos,finalizou o curso de composição de interiores na Universidade Santa Úrsula,no Rio de Janeiro.Ela e Flávia mantêm um escritório na capital fluminense.“A gente gosta mesmo é de usar o contemporâneo,o que está começando,e inovar em propostas a cada cliente.”Se isso significa abrir mão de um estilo próprio? Danielle contesta sem hesitar:“a gente gosta muito de todos os estilos,isso é importante.Não nos prendemos a um aspecto porque,no fundo,conseguimos valorizar todos”.Para se manter sempre atualizada,Elas participam constantemente de eventos da área.Costumam ir a São Paulo em busca de novos livros de decoração e sempre vão a mostras para verificar as tendências, no Brasil ou fora do país.

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FOTO: EGBERTO NOGUEIRA

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SALA DE CINEMA COM DESTAQUE NO CONTRASTE DO PRETO NO BRANCO: ACONCHEGO MODERNO


Espaçoeidéias GOSTO ESPECIAL Dani Parreira afirma que, além de se preocupar com a inovação e com a diversificação das formas e conteúdos, tem um gosto especial em decorar com produtos naturais.“Quando pensamos em paredes e tetos, gostamos de utilizar muita palha,bambu,couro e outros materiais orgânicos”,conta.“Já com relação ao piso, preferimos o mármore, porque ele remete ao clássico.” Foi com esse espírito que as decoradoras do Rio de Janeiro projetaram uma sala de cinema na mostra de decoração Mastercasa, realizada em Itaipava (RJ). “Nesse caso, fizemos um projeto com muito contraste entre preto e branco, com uma parede cor de berinjela”, explica.A idéia era que essa fosse uma sala de projeção residencial,daí a disposi-

A gente gosta de todos os estilos, isso é importante DANI PARREIRA

ção dos móveis de forma mais aconchegante,de maneira a aproximar os espectadores. A inspiração dos anos 70 também é inegável. Já a parede cor de berinjela ressalta uma outra preferência da dupla pelas cores acentuadas.“Gostamos de quebrar a sobriedade com um tom marcante”,explica.A regra vale para qualquer ambiente.O lavabo projetado para um apartamento moderno por exemplo,ganhou uma parede de mosaico.“Entre todos os tons,o verde é nosso favorito.”A paixão por essa cor é tanta que,nas casas das duas decoradoras,uma das paredes é,invariavelmente,verde.As sócias Danielle e Flávia trabalham agora na decoração de um espaço de descanso dentro do teatro Solar Botafogo,no Rio.Trata-se de um cyber lounge,uma sala de espera para quem vai ao teatro.O que estar por vir? “Por ser um ambiente mais tranqüilo,mais calmo,propusemos tons mais escuros,puxados para o preto.” LAVABO COM APLICAÇÃO DE MOSAICO: TUDO PARA QUEBRAR A SOBRIEDADE

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MODA: USE SEM MODERAÇÃO

Um visual vitoriano

ELA USA VESTIDO CLUBE CHOCOLATE, SAPATO LENNY & CIA E ANEL E BRINCOS VIVARA

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ias quentes, noites frias. O outono nos convida para uma taça de vinho, com o classicismo dos calendários europeus. Antes do cobertor, um passeio por uma cidade mais recatada e chique,que pede looks vitorianos e românticos como folhas que se desprendem das árvores.A nova estação pede peças modernas,como sempre,mas dessa vez gaste um pouco mais de tempo em frente do espelho em busca do sofisticado. A alfaiataria chega com força total. São ternos para homens,ternos para mulheres. Brindemos a volta glamourosa do preto.A cor infalível surge em vários tecidos,prevalecendo o poder de inovar.Dos mais leves e soltos,como seda e renda,aos mais encorpados e confortáveis como veludo,risca de giz e o clássico tecido de alfaiataria.Também os cortes das peças abandonam de uma vez o convencional.Ombros e pernas à mostra são apenas uma prévia do quão longe você pode chegar.

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FOTOS: PRISCILA PRADE - WWW.PRISCILAPRADE.COM.BR | COORDENAÇÃO E EDIÇÃO DE MODA: LUANA PRADE - WWW.LUANAPRADE.COM.BR | MAQUIAGEM E CABELO: ANDRE BRAGA - AG FIRST

romântico para saudar a chegada do Outono

QUE VENHA

O FRIO


Closet

MODA: USE SEM MODERAÇÃO

ELE VESTE CAMISA, TERNO E GRAVATA VERSACE ELA USA MACACÃO RISCA DE GIZ CORPOREUM, ANEL H. STERN E BRINCOS VIVARA

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Um brinde à volta glamourosa do preto ELE VESTE CAMISA E JAQUETA ZOOMP E CALÇA SOCIAL TNG

ELA USA VESTIDO COM TOP BORDADO E CASACO ALPHORRIA E BRINCOS H. STERN


Closet

MODA: USE SEM MODERAÇÃO

ELA USA VESTIDO ESTAMPADO TOMARA QUE CAIA E ECHARPE CORPOREUM, PULSEIRA E COLAR H. STERN E BRINCOS VIVARA | ELE VESTE TERNO, CAMISA E GRAVATA TNG. SAPATO SOCIAL HUGO BOSS

ELA VESTE CAMISA,BERMUDA E BLAZER MARIA BONITA, SCARPIN LENNY & CIA E ANEL H STERN ELE VESTE CAMISA, CALÇA E CASACO TOMMY HILFIGER E SAPATO SOCIAL DONADELLI

ELE VESTE MALHA VERSUS, CALÇA SOCIAL E BLAZER VERSACE E RELÓGIO TOMMY HILFIGER PARA VIVARA

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VESTIDO, CAMISA E BLAZER CLUBE CHOCOLATE E SANDÁLIA CARMEM STEFFENS

AGRADECIMENTOS | CLUBE CHOCOLATE: (11) 3084- 1500 • CARMEN STEFFENS : (11) 3022- 5476 • VERSACE : (11) 3088- 8588 • MARIA BONITA: (11) 3082- 6649 TOMMY HILFIGER: (11) 3064- 0953 • TNG : (11) 3083- 7350 • VERSUS: (11) 3088- 8588 • ZOOMP: (11) 3064- 1556 • COVEN: (31) 3273- 5055• HUGO BOSS:(11)3081-8833 DONADELLI: (16) 3713-3466 • LENNY & CIA: (11) 3034 -0315 • VIVARA : (11) 3097-9898 • H STERN: 0800 227 442 • ALPHORRIA: (31) 3291-1121 • CORPOREUM: (11) 3842-5337


Euprefiro...

MINHA SÃO PAULO

O artista plástico Emanoel Araújo elege os pontos da cidade que melhor descrevem sua personalidade

TEM RAIZ

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dias de lazer,passeia pelo Bexiga.E assim o artista plástico Emanoel Araújo vem se transformando,ao longo das últimas décadas, em um autêntico baiano de São Paulo. Ele veio da Bahia para a capital paulista na década de 60. Aqui marcou seu nome na paisagem urbana com a reforma da Pinacoteca do Estado.Morador do centro,não aceita a preferência de alguns paulistanos que preferem morar em bairros distantes como Morumbi,“onde tudo está por se criar”.“Prefiro coisas estabelecidas, como essa arquitetura já inserida na história urbana da cidade”,conta o fundador e diretor do Museu Afro Brasil.“Gosto de me identificar com essas origens.”

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EMANOEL ARAÚJO, EM FRENTE À OBRA DO MUSEU AFRO BRASIL: GOSTO PELA IDENTIFICAÇÃO COM AS ORIGENS

FOTO: TADEU BRUNELLI

a janela de sua casa,ele descortina a Praça da República.Da mesa de trabalho, o Parque Ibirapuera. Nos


anos que vou por lá.Adoro os profiteroles, mas os tenho evitado depois de ter sofrido um infarto.Ando controlando a alimentação. Freqüento ainda o Restaurante do

EU PREFIRO...

MAM,aqui no Parque do Ibirapuera.A Figueira Rubayat tem aquele ambiente gostoso.Vou ao Antiquárius e ao Bela Sintra,ambos de comida portuguesa espiritual.Também gosto muito da comida japonesa do Koyama,na Treze de Maio,e do Cacciatore, também no Bexiga.Outro italiano que freqüento é o Don Carlini,que fica na Mooca,

nos fins de semana em meu ateliê.É uma

um bairro com características muito especiais de velhas fábricas e de moradores que

área encravada no Centro, com fácil acesso para a avenida Paulista,mas que

resistem,em suas casinhas,aos avanços urbanos de outros recantos.Essa área,entre a Mooca e o Parque Dom Pedro, é muito interessante.Veja, por exemplo, o Belo Palá-

conserva um jeito pacato de cidade do

cio das Indústrias, a Casa das Retortas e o Quartel, maravilhas arquitetônicas aban-

interior,ainda com muitas casinhas da colonização italiana.Está mais pobre e um pouco deteriorado, mas conserva certo charme multicultural,além de uma Escola de Samba,a Vai-Vai. 2. UMA PRAÇA | a da República,onde moro.Tenho à frente o antigo colégio Caetano de Campos, do grande arquiteto Ramos de Azevedo, e o abandonado Edifício Éster,obra-prima da arquitetura paulistana da década de 1930, dos arquitetos Vital Brasil e Adhemar Marinho.E pensar que essa arquitetura já foi exposta no MoMa, em 1945, como demonstração da modernidade de São Paulo. É de estarrecer que esteja abandonada...Tudo passa pela Praça da República: os movimentos de greve,manifestações de professores,a Parada Gay, a Corrida de São Silvestre... É a rota natural de São Paulo. Assim como o Parque do Ibirapuera, onde trabalho e faço caminhadas, de duas

donadas que,certamente,teriam um destino nobre em qualquer lugar do mundo. 5. ROUPAS | ternos, só faço com meu alfaiate,Seu Jorge,no Centro.Tenho também os camiseiros Michel e Augusto. No dia-a-dia, visto Richards, Zara e Banana Republica. Às vezes, (Ermenegildo) Zegna e Caramelo (européia). Sapatos, uso muito os espanhóis da Camper e os da marca portuguesa Lisbonense,que costumo trazer de alguma viagem que faço a Portugal ou Espanha. 6. CINEMA | as salas do Reserva Cultural, na Paulista. Lá, faço parte da comissão selecionadora de filmes. 7. LIVROS | leio vários ao mesmo tempo.Os títulos,em geral,são de arte,para pesquisas em relação às minhas curadorias.Na cabeceira,tenho“Folhas de Relva”,de Walt Whitman,para deixar a cabeça voar na grande eloqüência do poeta norte-americano.“Duelos no Serpentário”é um outro que estou lendo; uma antologia de polêmicas intelectuais entre 1850 e 1950,organizada pelo talentoso poeta carioca Alexei Bueno e pelo editor George Ermakoff..

horas, todas as manhãs. 3. FEIRA DE ARTE | a Feira do Bexiga, aos domingos.Sempre encontro alguma coisa interessante nas minhas garimpagens.Ultimamente,tenho me interessado por coisas ou objetos para o Museu, livros e revistas da década de 40,como exemplares de O Cruzeiro. Quando tenho tempo e posso, ou quando tenho algum amigo de fora,vou à feira de arte do Masp,também aos domingos,ou na Benedito Calixto,aos sábados. 4. RESTAURANTE | La Casserole. Os garçons já me conhecem, pelos muitos

FOTOS: DIVULGAÇÃO

1. UM BAIRRO | o Bexiga, onde trabalho

1.

DETALHES DO RESERVA CULTURAL (ACIMA) E DO RESTAURANTE DO MAM (AO LADO): PARADAS OBRIGATÓRIAS EM SÃO PAULO


Esboços

C L A U D I A

M O R E I R A

S A L L E S

A BELEZA DAS FORMAS EXATAS

Claudia Moreira Salles desenha móveis que combinam rigor, leveza e POR CELSO MASSON

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MÁRCIA MINILO

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ma cadeira e uma estante feitas de papelão foram alguns dos primeiros móveis saídos da prancheta de Claudia Moreira Salles. O ano era 1977 e ela estagiava no Instituto de Desenho Industrial do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro,projetando o mobiliário de escolas,creches,bibliotecas e até albergues – caso das peças de papelão que lhe dariam o segundo lugar em um concurso promovido pela Câmara Americana de Comércio. Passadas quase três décadas,muita coisa mudou na carreira dessa elegante carioca radicada em São Paulo.As formas que ela desenha,sempre pondo a madeira em destaque,hoje fascinam a clientela exclusivíssima de lojas como a Colombo La Famiglia,de Zurique,a Espasso,de Nova York,e a S.L.Diffusion, de Paris.Ainda assim, há algo em suas peças que remete aos descartáveis móveis projetados no final anos 70: a leveza das linhas, a economia de material e a preocupação com o conforto ditam cada uma de suas criações. A obra de Claudia a coloca entre as grandes damas do design mundial – e se diferencia das principais tendências contemporâneas exatamente por ter a cara do Brasil. Ela usa e abusa de madeiras como o freijó e a sucupira da Amazônia, dando a esses materiais uma delicadeza impressionante. E, o que é melhor, sem obrigar ninguém a sentar de mal jeito.“É um desrespeito usar o design de móveis para fazer exclusivamente arte, sem levar em conta a função do objeto. Uma cadeira é feita para sentar. Quem não quiser que seja assim, que vá fazer escultura”, diz Claudia.


CRISTIANO MASCARO

aconchego, celebrando madeiras nativas do Brasil

MÁRCIA MINILO

ACIMA, BIBLIOTECA COM MESA E CADEIRAS DESENHADAS POR CLAUDIA. AO LADO, OS RASCUNHOS QUE LEVARAM AO BANCO KIP, PEÇA QUE É A SÍNTESE DE SEU ESTILO, EM SUCUPIRA MACIÇA


Esboço

SEM DESPERDÍCIO A primeira encomenda recebida de um cliente (uma marquesa batizada Dueto) foi concebida em imbuia,madeira escura que havia caído em desuso nos anos 80 mas que trazia um certo aconchego de “casa de avó”.A peça marcou também o início de sua ligação com a mar-

Seus móveis têm a perene elegância dos clássicos

cenaria de Etel Carmona,que desde 1991 produz boa parte dos móveis que Claudia desenha.De 2000 para cá,ambas trabalham com madeiras certificadas do Acre.Ainda que não seja propriamente uma militante do manejo sustentável (técnica de extração de madeira que causa menor dano às florestas) a designer trabalha principalmente com ma-

CRISTIANO MASCARO

ZUENIR VENTURA

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MÁRCIA MINILO

CROQUIS E DETALHES DOS RODÍZIOS INSPIRADOS NAS PEÇAS INDUSTRIAIS DA ITALIANA GAE AULENTI, ABAIXO E À ESQUERDA, AMBIENTES COM POLTRONAS, MESAS E CADEIRAS DE CLAUDIA

do, mas ainda é difícil trabalhar com 100% de segurança”, explica. Uma vez que consciência ecológica não é apenas um modismo, mas uma obrigação

ROMULO FIALDINI

deiras de reflorestamento como a teca, árvore de origem asiática que vem sendo produzida em larga escala no Brasil. Outro material usado em suas criações é o MDF (sigla para medium density fiberboard), feito a partir da aglutinação de fibras de madeiras como pinus e de resinas sintéticas."Uso bastante MDF na estrutura das peças,folheando a superfície com chapas muito finas de outra madeira",explica.O fato de Claudia não usar apenas madeira certificada não significa que suas peças,produzidas de forma artesanal em marcenarias categorizadas do Espírito Santo e de São Paulo, possam ser consideradas ecologicamente incorretas."Cabe a mim,como designer, fazer a minha parte pelo meio ambiente,o que consiste tanto na busca de matéria-prima quanto na economia de material em meus projetos",sintetiza.“Em mercados como o europeu, para onde eu exporto,a certificação é exigida.No Brasil,o manejo ecológico está crescen-


O BANCO JANGADA, DE 2000, ANO EM QUE A DESIGNER PASSOU A TRABALHAR COM MADEIRA CERTIFICADA DE ETEL CARMONA, EXTRAÍDA NO ACRE

MÁRCIA MINILO

Esboço CARRINHO DE CHÁ RETRÁTIL DA LINHA NÔMADE., DE 1993. ABAIXO, MESA DE JANTAR FRESTA, FEITA EM MDF E COM O TAMPO FOLHEADO PARA MINIMIZAR O USO DE MADEIRA

em seu ofício,Claudia busca no próprio desenho das peças um uso racional da madeira,sem desperdício e sem exageros:“O importante,a meu ver,é que haja um uso responsável do material”. A inspiração para o desenho de seus móveis pode tanto vir da arte popular, como foi o caso da escultura em madeira de um leão deitado que a levou a desenhar um banco, quanto do design italiano,como atestam os rodízios usados em sua linha Nômade, que remetem ao trabalho de Gae Aulenti.Seja qual for o ponto de partida,o segredo que torna suas peças tão singulares está,em grande parte,no emprego original das madeiras que Claudia escolhe.Uma delas,chamada louro-faia,traz pintas irregulares lembrando a da pele de um felino,o que cria uma superfície instigante visualmente.

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“VAI COM AS OUTRAS” Sejam de madeira ou de aço,as peças de Claudia têm quase sempre um caráter lúdico, guardando alguma surpresa divertida.São articulações,fundos falsos e até“brinquedos”embutidos nos móveis. É assim com a mesa Vai com as outras. Seu tampo,um sanduíche de vidro,traz no miolo bolinhas de metal que se deslocam formando desenhos abstratos conforme se move um ímã sobre a superfície.“Os móveis de Claudia têm a busca da forma essencial,só que sem negar a possibilidade dos detalhes. São quietos e ao mesmo tempo expressam uma graça espirituosa. São leves e simultaneamente transmitem a solidez e o‘peso’dos móveis antigos”,descreve com precisão Adélia Borges,diretora do Museu da Casa Brasileira,no livro Claudia Moreira Salles – Designer (Editora BEI, São Paulo,



CRISTIANO MASCARO

Esboço 2005).Pode-se dizer ainda que a obra de

Claudia está para o mobiliário assim como a de seus cunhados João e Walter Moreira Salles está para o cinema: arrebata sem se prender a modismos,à novidade e à pirotecnia.Na opinião de um de seus fãs famosos,o escritor Zuenir Ventura,Claudia nunca se deslumbrou com as novidades:"A linguagem de seus móveis tem a clareza,a economia e a perene elegância dos clássicos", define. Sergio Rodrigues, arquiteto que se consagrou também no design moveleiro, vai além do elogio,assegurando que as peças de Claudia são verdadeiros objetos de desejo:"Ela continua produzindo modelos de grande gabarito, não só para Etel, como para clientes particulares, e impressionando pessoas de gosto e proprietários de galeria que se esforçam para possuir seus móveis". É, em resumo, um trabalho denso e atemporal. ACIMA, MESA CUBOS LIBRES, FEITA POR ENCOMENDA PARA CASA DE FAZENDA PROJETADA POR RICARDO LEGORRETA. A POLTRONA SUZI TEM ENCOSTO TRANÇADO

ADE D I C I L SIMP ERÊNrCaçãIoA, coEassCinaOprojetosnddime ednetcoo Çiragarne, tdua-

pree l, sob laudia óveis, C parando no em eríodo colonia . Para que m r a h n p tá pre ça os”, diz iro do e dese Além d um loft que es biliário brasile misturar estil o que cada pe ão e r o e S e d “ d mo o Eu adoro o m mbém gosto eciso entend r exageros. “ ó a Cyrela. culo XVIII. E ta undo ela, é pr bretudo, evit oerente dos m o g e c é s e p s , s o a e ã o , ç d e in s a n b e o iz d uncio s proporçõ uma organ Claudia com ou de f a r u t a a mis , observar permitem a rtamento, ganh a os que r a signific s critérios que ão”. Em seu ap a família, outr s favoritos, Se ar d ç r o it a e s v s r vário dos na deco eis herdado seus design aneira de e o: v r m s veis usa ua autoria, mó s assinadas po nto à melhor ível bom-sen la d ças de s , claro, criaçõe Tenreiro. Qu a o imprescin ‘brigam’ visua d e e im amigos igues e Joaqu udia recomen . Há formas qu ”, resume. la r m C d im a o , s t s o R le a ã ç p io a g ecora ão subjetiv que se com d a n s gafe onia não é t nulam e as a “A harm utras que se o , e ment

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Garfo e taça

GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA

ADEGA BEM ABASTECIDA

FOTO: ALEXANDRE ANES

O MELHOR DA

Cada dia mais gente opta por ter sua própria adega doméstica. 80 81 C Y R E L A


cada vez mais fácil comprar bons vinhos em lojas especializadas e supermercados.A oferta e a importação não param de crescer e,além disso,nossa indústria nacional está cada vez mais forte. Para aqueles que já estão no estágio de comprar garrafas para montar uma adega em casa,vale a pena observar algumas regras.

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As adegas climatizadas são aliadas importantes para a guarda dos vinhos.Elas mantêm a bebida na temperatura certa e ajudam a conservar por mais tempo suas qualidades,retardando o envelhecimento da bebida.A Art des Caves é uma das melhores empresas do setor na fabricação dessas adegas.Antes de se decidir pela compra,porém,lembre-se que seu gosto pela bebida só tende a crescer e escolher um modelo pequeno nem sempre é boa solução no curto prazo.Pense no número de garrafas que consome e em quantas pretende investir. Diversidade.Nada de investir em um só tipo,região ou qualidade de uva.O mundo dos vinhos é tão rico, que o gostoso é fazer descobertas. Pense em 55% de tintos; 30% de brancos e 15% entre espumantes e Porto. Se,pelo menos por enquanto,sua opção não for por uma adega,saiba que vinhos não gostam de muitas mudanças e variações de temperatura.Escolha um canto da casa livre da ação direta do calor e mantenha suas garrafas deitadas.A cozinha,pelas variações de temperatura, não é o lugar adequado. Antes de servir os brancos e os espumantes, o ideal é colocá-los em um balde com gelo por cerca de 30 minutos. Os tintos, um pouco menos,por volta de 12 minutos,apenas para serem refrescados. Faça o mesmo com o Porto e mais:se tiver um decanter ou uma jarra de vidro ou cristal,passe o líquido para ela.O vinho vai abrir e se mostrar muito mais agradável. O copo certo faz a diferença.A bebida servida em taças de cristal bojudas e mais fechadas na ponta e com pé são as ideais. Segurando pelo pé,você não esquenta a bebida;e o formato permite difundir e segurar os aromas, ajudando na conservação da mesma.

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VINHOS PARA SUA ADEGA PINTAS, DOURO, PORTUGAL – importado pela Mistral (tel. 11/3372-3400). Tinto de bom corpo, com muita fruta e elegância. US$ 139,50 ALION, RIBERA DEL DUERO, ESPANHA (MISTRAL) – Um dos melhores vinhos da Espanha, mostra constância em todas as suas safras. US$ 99,50 SOL DE SOL, TRAIGUEM, CHILE – Wine House (tel. 11/3704-7313). Um dos grandes brancos da atualidade, com grande complexidade. R$ 167 AFINCADO MALBEC , MENDOZA, ARGENTINA – LVMH (tel. 11/3062-8388). Vinho da casa Terrazas, uma das mais importantes da Argentina. Vigoroso, com muita fruta, taninos bem resolvidos e grande final. R$ 259 PIO CESARE ORNATO, BAROLO, ITÁLIA – Decanter (tel. 47/3326-0111). O Barolo é conhecido como o Rei dos vinhos. Delicioso, merece ser conhecido por todos os apreciadores. US$ 153.80 AMAYNA PINOT NOIR, SAN ANTONIO, CHILE – (Mistral). Vinho elegante, que mostra as principais características da Pinot Noir. Complexo e muito gostoso. US$ 39 PAÇO DO CONDE RESERVA, ALENTEJO, PORTUGAL – Lusitana (tel. 11/5054-2032) – ótimo para ser degustado agora, ainda vai evoluir e dar mais prazer na degustação. R$ 93,12 ROSSO SANGERVASIO, TOSCANA, ITÁLIA – Wine House. Mistura das uvas Sangiovese e Cabernet Sauvignon que resultou em um vinho gostoso, jovem, fácil de agradar. R$ 64 ORZADA CARIGNAN ODJFELL, CHILE – World Wine (tel. 11/3315-7477). Uva originária da região francesa do Languedoc e que no Chile mostra bons resultados. Esse Orzada é imperdível. R$ 75 HERDADE PORTO DA BOUGA, ALENTEJO, PORTUGAL. – Adega Alentejana (tel. 11/50445760). Mistura deliciosa das castas Aragonez, Trincadeira, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet. Vinho redondo, com taninos macios e longo final. R$ 58

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Mas para tirar maior proveito da bebida,fique atento a algumas questões


Garfo e taça O MELHOR DA

GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA

TIRAMISÙ 6 PORÇÕES Pão-de-ló; 120 g de açúcar refinado 120 g de farinha de trigo 5 ovos inteiros 50 cm de papel-manteiga 1 Preaqueça o forno a 180 °C. 2 Na batedeira, monte as claras em neve com metade do açúcar (em picos firmes). Reserve. 3 Também na batedeira, bata as gemas com a outra metade do açúcar até que a mistura fique fofa e clara. 4 A essa mistura de gemas, acrescente as claras em neve, misturando delicadamente com uma espátula. 5 Adicione a farinha de trigo, peneirando-a. Misture de novo, delicadamente. 6 Forre uma fôrma (aproximadamente 30 cm x 40 cm) com o papel-manteiga e espalhe a massa do pão-de-ló, deixando-a com a espessura de 0,5 cm a 1 cm. 7 Leve a assar por 8 a 10 minutos, até que a superfície doure levemente. 8 Retire do forno, deixe esfriar, e corte com aro de 8 cm. Deve render 12 unidades.

FOTO: ANTÓNIO RODRIGUES

XAROPE DE CAFÉ 30 g de acúcar refinado 200 ml de café bem forte 90 ml de vinho Marsala seco 1 Faça 200 ml de café bem forte. *(De preferência, expresso). 2 Adoce o café e deixe esfriar. Só aí deve-se adicionar o vinho Marsala seco. Reserve.

SEMPRE NA MODA s cardápios brasileiros vivem mostrando e apostando em novas sobremesas.A cada temporada uma delas brilha.Algumas, porém, viram ícones e se mostram intocáveis.É o caso do italiano tiramissù,uma tentadora mistura de queijo mascarpone,café e outros ingredientes,receita que reproduzimos ao lado.A criação é de Mauro Maia,do restaurante paulistano Supra.

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CREME DE MASCARPONE 55 g de açúcar refinado; 15 ml de água 80 g de creme de leite fresco; 3 gemas de ovos; 165 g de queijo mascarpone italiano 1 Faça uma calda com a água e o açúcar, até que atinja 115 °C (ponto de fio). 2 Bata as gemas até que fiquem claras e fofas. Adicione a calda a 115 °C (ponto de fio) pelas bordas do bowl da batedeira. Deixe bater até que a mistura esfrie completamente e a mistura fique bem clara e fofa. 3 Também na batedeira, bata levemente o queijo mascarpone para amolecê-lo. Adicione o creme de leite fresco, aumente a velocidade e bata até que atinja a consistência de picos médios/firmes. 4 Com uma espátula, mescle as duas misturas anteriores delicadamente, de forma a atingir um creme leve. DECORAÇÃO E MONTAGEM Chocolate em pó a gosto; 6 Physalis MONTAGEM 1 Dentro de aros com a mesma largura daquele usado para cortar o pão-de-ló, monte cada tiramisù, iniciando com uma fatia de pão-de-ló, umedecendoos com o xarope de café e alternando com o creme de mascarpone, de forma a acabar com o creme. Mantenha sempre a mesma proporção entre as camadas. 2 Leve à geladeira por 6 horas para que fiquem firmes. 3 Na hora de servir, polvilhe o chocolate em pó com uma peneira sobre cada tiramisù e a superfície dos pratos, retire os aros e enfeite com uma Physalis. 4 Obs.: Essa montagem é uma sugestão de apresentação. Pode-se montar o tiramisù numa travessa, cortando-o na hora do serviço, com faca e espátula, ou mesmo com aros de vários formatos.


ARGENTINO NA ESPANHA em só da genialidade de Ferran Adriá e de seus compatriotas vive a culinária espanhola.O argentino Estania Carenzo, chef do Sudestada, meteu sua colher na gastronomia do país e em grande estilo. Para se diferenciar de vez,apostou suas fichas na cozinha instigante do sudeste asiático,abrangendo os sabores do Vietnã, Tailândia e Malásia. O local é minúsculo, simples e muito ruidoso, mas quando os perfumados e “quentes” pratos começam a chegar, o silêncio é de reverência. O gasto médio, com vinhos, fica na casa dos 40 euros. Modesto Lafuente, 64, Madrid, tel: 91 533 4154

FOTO: DIVULGAÇÃO

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DIFERENTE E COMPLETA importadora Zahil,uma das mais tradicionais e sérias do mercado nacional,acaba de abrir sua primeira loja Wine House em São Paulo.Instalada em uma espaçosa e charmosa casa no bairro do Itaim,inova em seu layout. O cliente seleciona os vinhos em uma espécie de expositor, onde consta uma pequena ficha técnica sobre cada um deles. Em seguida, as garrafas selecionadas são retiradas da adega climatizada,onde ficam guardados em temperatura constante de 17 graus.No final da loja há um espaço com jardim,destinado para cursos e degustações. Avenida São Gabriel, 201 - cj 1003, Tel.: (11) 3704-7313

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TALITA, 15 ANOS, UMA DAS 117 ALUNAS DO INSTITUTO MÚSICA PARA TODOS: ”MEU FUTURO ESTÁ AQUI”

Uma banda sinfônica formada só por crianças

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NOTAS PARA TODAS AS CORES

em realidade o sonho de um futuro na música erudita

POR CELSO MASSON | FOTOS EGBERTO NOGUEIRA

e adolescentes da periferia de São Paulo transforma

om sua arquitetura geometricamente angulosa, que contrasta com a abóbada da vizinha Oca, o Auditório Ibirapuera já seria um magnífico presente para os paulistanos ainda que se limitasse à sua proposta original,ou seja,a de ser uma sala de concerto dentro do mais charmoso parque da cidade.Mas ele é muito mais que isso.Em seu subsolo,além dos camarins de praxe,há uma biblioteca,onze salas de aula,um espaço para ensaios coletivos e uma área de convivência. Uma escola de música bem escondida, mas pronta para revelar grandes talentos. Quem a freqüenta não são moradores das redondezas do Ibirapuera.É gente que vem de longe – e que corre atrás de um sonho. São 117 os alunos que freqüentam os cursos oferecidos gratuitamente na escola que faz parte do Instituto Música para Todos,entidade criada a partir de uma iniciativa da TIM Brasil. Presidida

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pelo publicitário Mario Cohen, o instituto conta com um conselho nobre: o maestro Jamil Maluf,o crítico Zuza Homem de Mello e o empresário Salomão Scwartzman. Esses jovens da periferia paulistana, com idades entre 9 e 18 anos,foram selecionados a partir de oficinas realizadas em escolas da rede pública,das quais participaram mais de 5


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mil estudantes de bairros carentes.Hoje, eles têm acesso a professores qualificados,instrumentos recém adquiridos, recebem uma cesta de alimentação e ajuda financeira de R$ 140 mensais (restrita aos que já completaram 15 anos) para que não precisem buscar outro trabalho. O sonho que eles estão conseguindo realizar é o de seguir uma carreira na música sinfônica.

DO RAP PARA OS CONCERTOS “A música é uma linguagem usada por todos os povos para superar barreiras e diferenças. E nenhum povo domina essa linguagem com tanto talento quanto o povo brasileiro.” A afirmação é de Mario Cesar Pereira de Araujo,presidente da TIM Brasil,e foi feita em setembro de 2005,época em que a empresa inaugurou o Auditório Ibirapuera – um belo projeto de Oscar Niemeyer que ficara engavetado por 50 anos até ser construído e doado pela TIM à Prefeitura de São Paulo,a um custo de R$ 29 milhões. O investimento consolida o trabalho social da empresa, que teve início assim que ela pôs os pés no Brasil.

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AS FLAUTAS EM AÇÃO EM UMA AULA COLETIVA E AS CURVAS QUE NIEMEYER DESENHOU PARA O INTERIOR DO AUDITÓRIO, COM UMA ESCULTURA SUSPENSA DE TOMIE OTHAKE AO FUNDO: ESTÍMULO À CRIATIVIDADE

Foi em abril de 2003 que o projeto TIM Música nas Escolas saiu do papel. Iniciado em São Paulo e estendido para Porto Alegre, Salvador, Recife, Belém, Rio de Janeiro e Ribeirão Preto, ele beneficia 12.500 estudantes e seus familiares. Nas oficinas que percorrem as escolas da rede pública semanalmente, os alunos têm aulas de instrumentos, história da música, canto e expressão corporal. Mas o que as deixa realmente gratificados é a oportunidade de mostrar seus talentos em apresentações nas suas comunidades. Em São Paulo, como a TIM é gestora do Auditório Ibirapuera,o projeto saiu das escolas para ganhar um espaço autônomo,levando junto o grupo de alunos que mais se destacou nas oficinas de musicalização. Foi assim com Ramon Sousa do Nascimento,de 12 anos.Ele reuniu um grupo de amigos para “inventar um rap”em uma das apresentações na escola em que estuda,no bairro do Campo Limpo,em São Paulo.“A professora gostou e me indicou para um teste”,diz. “Desde que eu tive contato com a música instrumental,estou mais interessado nela do que no rap”,afirma Ramon,que já escolheu seu instrumento favorito,o sax contralto.


O PALCO QUE DÁ PARA O PARQUE, (ACIMA). A “LABAREDA” QUE SE ERGUE LOGO NA FACHADA (À ESQ.) E UM DOS ALUNOS DA ESCOLA TOCANDO BOMBARDINO: COMUNHÃO DE TALENTOS


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O desafio é respeitar a cultura que os alunos trazem e introduzir outra, a clássica MAESTRO JOEL BARBOSA

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A TARDE CAI NO IBIRAPUERA ENQUANTO O MAESTRO JOEL (ABAIXO) INCENTIVA RAMON E SEUS COLEGAS

Para aprender música na escola do Auditório Ibirapuera,Ramon precisou demonstrar algumas aptidões básicas.A coordenação do curso escolheu o método criado por Carl Orff (compositor famoso pela peça Carmina Burana), uma técnica de iniciação musical que usa xilofones para que os aspirantes expressem sua musicalidade e possam ser avaliados segundo certos parâmetros como ritmo, percepção e simetria.Também foi levado em conta o interesse do aluno por música e,claro,o apoio da família. Mas não basta ter apenas talento musical. A equipe da TIM monitora o desempenho escolar em avaliações preenchidas pelos professores da escola em que o aluno está matriculado.A assiduidade também conta pontos.

ALÉM DOS SONS No início de fevereiro deste ano, cada um dos 117 alunos teve de escolher seu instrumento favorito. Como o objetivo do projeto é formar uma banda sinfônica, a maior oferta é de instrumentos de sopro,como saxofones,trompas,oboés e clarinetas, já que numa formação desse tipo não há violinos, por exemplo. Os alunos foram então levados a um conservatório onde puderam ver músicos já experientes em ação. Após ouvir diferentes sons, entender como é a embocadura e o manejo das chaves de cada instrumento, fizeram suas escolhas. Em caso de empate (muita gente prefere o saxofone ao fagote, por exemplo), o critério adotado é um teste de habilidade técnica. A escola conta hoje com dez professores e um maestro que cuida das atividades coletivas.“Quando há oportunidade,a gente procura fazer com que os alunos interajam com os músicos que se apresentam no Auditório”, explica a coordenadora pedagógica Fabiana Marchesi. Ela destaca que, além da música em si, os alunos aprendem outros ofícios ligados à atividade,como iluminação,cenotécnica e até a serem “mestres de cerimônia”, anunciando as atrações principais dos espetáculos que ocorrem no Auditório. Para isso, precisam estudar um pouco sobre a obra da-



Social

Na escola descobri o quanto gosto de música erudita RAMON DO NASCIMENTO

quele artista, ler críticas, ouvir gravações e assim desenvolver uma cultura musical mais ampla.O Instituto Música para Todos pretende, dentro do possível,contratar os alunos formados na escola,além de encaminhá-los para programas de aperfeiçoamento e até para vagas em outras empresas. Para o maestro Joel Barbosa, encarregado de coordenar os ensaios em grupo, o grande desafio de lidar com alunos de comunidades carentes é “conseguir ensiná-los de maneira a respeitar a cultura que eles trazem e,ao mesmo tempo, introduzir uma cultura nova para eles, que é a da música erudita”. A julgar pelo entusiasmo da estudante Talita Pereira de Freitas, de 15 anos,esse objetivo está sendo alcançado.“Eu não conhecia música erudita, só ouvia o que toca em rádio, música mais comercial.Agora,meu gosto é mais eclético”, define.Talita demonstrou interesse por flauta, sax e piano, e conta com o estímulo dos pais, que apóiam seu aprendizado.“Agora eu pretendo construir meu futuro na música”.

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C a r a v e l a NAVEGUE PELA CULTURA: LIVROS, CINEMA, TEATRO, EXPOSIÇÕES...

WOLFGANG EM ÓLEO DE 1.763 ATRIBUÍDO A LORENZONI: TRAJE DE GALA AINDA MENINO

HÁ 250 ANOS NASCIA MOZART, UM PRODÍGIO AINDA 92 93 C Y R E L A


udo já se disse sobre Wolfgang Amadeus Mozart (17561791), o compositor clássico por excelência, ponto máximo de uma arte em sua mais absoluta perfeição formal. Existem cerca de 7.500 livros que falam de sua vida e mais de 20 mil artigos dedicados a desvendar os encantos de suas composições. Mas foi graças a um filme, Amadeus (de Milos Forman, 1984), que ele chegou ao grande público contemporâneo. Dois séculos e meio após seu nascimento, há novas chances para se compreender o porquê do fascínio que ele continua exercendo. Mesmo tendo atingido seu ápice estético com a música vocal, Mozart escreveu concertos que, segundo o pianista Marcelo Bratke, “funcionam como uma espécie de diário íntimo e abstrato”. Sem a presença do teatro, eles ilustram, melhor do que outras obras, os diversos períodos vividos pelo compositor. “É como se traçassem uma linha da vida através da música, pois cada um deles faz transparecer uma época específica. O concerto Jeunne Homme, por exemplo, traz o frescor da juventude. Já as cores noturnas do Concerto em Dó Menor n0 24 lembram as harmonias da ópera Don Giovanni”, diz o pianista brasileiro radicado em Londres. PARA OUVIR EM CASA Mozart Jubilee Edition Volume 1 Deutsche Grammophon Coleção com 3 CDs duplos: Sinfonias, com a Orquestra Sinfônica de Viena sob o comando do maestro Ferenc Fricsay; Concertos para Piano, apresentando solistas femininas, como Clara Haskil e Annie Fischer; e Música de Câmara, com os Quartetos Amadeus e Loewenguth.

NA MENINICE, UM JOVEM ATORMENTADO PELO ESTRELATO E UM MITO

QUE SOBREVIVE POR SUA OBRA TÃO INTENSA QUANTO SUA BIOGRAFIA

GÊNIOS

MAIS PRECOCE DOS O

T

CONCERTOS

MOZART AO VIVO Destaques da programação 2006

Sala São Paulo - Praça Júlio Prestes, s/no, Luz (11) 3337-5414 Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo 1o de abril: Serenata no 11 em Mi b maior, KV 375 John Neschling, regente Arnaldo Cohen, piano 07 a 09 de setembro: Sinfonia no 29 em Lá maior, KV 201 Alain Lombard, regente Freddy Kempf, piano Sociedade de Cultura Artística Rua Nestor Pestana, 196, Centro (11) 3258-3344 22 de junho: Quartetos para Cordas KV 590 Alban Berg Quartet


C a r a v e l a POP

ODE UMAUGE SOPRO

MÚSICA

NAVEGUE PELA CULTURA: LIVROS, CINEMA, TEATRO, EXPOSIÇÕES...

GRAVACÃO HISTÓRICA DE JOHN COLTRANE CELEBRA A CRIATIVIDADE DO IMPROVISO

MÚSICA

O LEGADO MUSICAL DA BANDA MAIS INVENTIVA DO BRASIL, AGORA EM CDS REMASTERIZADOS

MUTANTES DE A A Z

JAZZ

O saxofonista John Coltrane (19261967) marcou a história do jazz por ter modificado radicalmente e em um curto espaço de tempo sua maneira de tocar. Das interpretações tradicionais de fins dos anos 50, ele avançou para a mais pura liberdade de improvisação que caracterizaria o jazz criativo (e nem sempre fácil de apreciar) da década seguinte. Gravado ao vivo em 1965, o álbum duplo Live at the Half Note – One Down, One Up, capta um desses momentos mágicos, em que o sopro atinge o auge de sua expressão.

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O tempo passa, o gosto musical muda, mas aquele som originalíssimo criado por Rita Lee, Sérgio Dias e Arnaldo Baptista mantém o mesmo frescor que trazia na virada para a década de 1970. A prova pode ser conferida nas recentes reedições em CD de sete discos da banda: Os Mutantes (1968), Mutantes (1969), Tecnicolor (1970), A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970), Jardim Elétrico (1971), Os Mutantes e seus Cometas no País dos Baurets (1972) e O A e o Z (gravado em 1973 e lançado só em 1992). Desta vez, todo o material foi remasterizado, garantindo um som impecável às gravações.


INSPIRADO POR BUDA

CINEMA

AO CONTAR UMA HISTÓRIA DE CARMA, VINGANÇA E REDENÇÃO, O DIRETOR BUTANÊS NETEN CHOKLING RINPOCHE RECORRE A UM BANQUETE VISUAL À MODA DE AKIRA KUROSAWA E ZHANG YI

Novecentos anos após sua morte, o poeta visionário e mago Milarepa permanece entre as mais reverenciadas figuras tibetanas. Nascido em uma rica família de mercadores do século 11 e batizado com o nome Thöpaga, esse predestinado perde o pai ainda menino e tem sua fortuna roubada pelo tio. Nove anos depois, sua mãe o encaminha para uma escola de magia negra, onde Thögapa adquiria as habilidades necessárias para destruir o tio usurpador. Mesmo iniciado na magia negra, ele acaba aprendendo com um monge budista o quanto a vingança é fútil, e segue uma nova jornada para superar seu carma ruim. Este é só o começo da história contada em Milarepa, filme dirigido por Neten Chokling Rinpoche, um lama nascido no Butão em 1973 e treinado na tradição clássica do budismo tibetano. Atualmente, Rinpoche (nome que significa “precioso” e que foi acrescentado após ele ter sido entronado como lama) divide seu tempo entre dois mosteiros, um na Índia (onde Milarepa foi rodado) e outro no Tibete. Seu filme de estréia foi exibido no Festival de Berlim, ocasião em que ele declarou suas modestas ambições como cineasta: “Se e este filme inspirar uma única pessoas a ser mais compreensiva, tolerante e paciente com as outras, estarei mais que feliz. Sob a ótica budista, este é o presente mais precioso que eu posso oferecer ao mundo”. Milarepa ainda não tem data para estrear no Brasil.


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UM DISCÍPULO DE CHATÔ

MOSTRA NA GALERIA DO SESI REVELA OLHAR REFINADO SOBRE MESTRES BRASILEIROS E INTERNACIONAIS TELAS DE DI CAVALCANTI (AO LADO) E PORTINARI (ABAIXO). GRAVURA DE JOAN MIRÓ E ESCULTURA DE MÁRIO CRAVO FILHO

EXPOSIÇÃO

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O poeta e jornalista pernambucano Odorico Tavares (1912-1980) tinha 29 anos quando assumiu a direção do grupo de empresas que compunham o braço baiano dos Diários Associados, o império de comunicação construído por Assis Chateaubriand. Como se sabe, Chatô montou a maior coleção de arte de seu tempo no Brasil (só superada décadas mais tarde pela de Roberto Marinho) e ensinou a seus comandados não só um estilo próprio de produzir notícias mas também o gosto pela pintura e escultura. Seguindo o exemplo do patrão, Odorico Tavares desenvolveu um olhar refinado para as artes plásticas. Sua casa em Salvador foi ao longo dos anos reunindo mobiliário dos século 18 e 19, peças de imaginária religiosa do período barroco e um impressionante acervo de telas assinadas por artistas brasileiros do primeiríssimo time – além de alguns exemplares de Picasso, Miró e Matisse. As 200 obras mais relevantes de seu acervo podem ser vistas em São Paulo até o dia 30 de abril na Galeria do Sesi (Av. Paulista, 1313) na exuberante mostra Odorico Tavares: a minha casa baiana – sonhos e desejos de um colecionador, com curadoria do artista baiano Emanoel Araújo. Tratase de uma exposição complexa: “Ela narra a trajetória do personagem e não mostra apenas os Pancetti, Di Cavalcanti e Portinari, mas envolve poesia, literatura e fatos políticos e históricos da Bahia entre os anos de 40 e 70”, explica o curador.



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BRASILEIRAS GUERREIRAS DA PAZ O Projeto 1000 Mulheres nasceu na Suíça com a ambição de mapear 153 países e neles identificar as líderes sociais engajadas na luta por um mundo mais justo. Do total de 1000 nomes, ao Brasil coube uma cota de 52, proporcional à sua população. Uma garimpagem por todos os estados revelou um país pouco conhecido, em que a ação feminina tão vibrante quanto comovente.

MARCA D’ÁGUA

JOSEPH BRODSKY TRADUÇÃO: JÚLIO CASTAÑON GUIMARÃES COSAC & NAIFY, 96 PÁGINAS, R$ 38 98

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LIVROS

CONTOS BRASILEIROS DE FUTEBOL

CLARA CHARF (ORGANIZAÇÃO) CONTEXTO, 224 PÁGINAS, R$ 29

Depois de passar 17 invernos de férias em Veneza, Joseph Brodsky a vê “em preto-e-branco, como convém a algo que emerge da literatura ou do inverno”. Repleta de imagens formadas por associações bastante livres, a cidade aparece ora transfigurada em uma gigantesca orquestra, ora na leoa que protege o filhote. Como uma versão pessoal do paraíso para Brodsky, sua Veneza é um lugar que nos faz sentir que nem tudo está acabado – e que há sempre esperança.

CYRO DE MATTOS (ORGANIZAÇÃO) LGE EDITORA, 156 PÁGINAS, R$ 30

Craques do conto brasileiro falam de dramas e paixões que o futebol proporciona, com o estádio cheio ou na pelada, na jogada suja do cartola, nos lances cujos minutos fazem as horas do mundo. Falam sobre a disputa na vida e no campo, revelam o futebol embaralhando-se num jogo encoberto de amor e vingança. São 19 autores reunidos, que cobrem desde a conquista do primeiro mundial para o Brasil, em 1958, até os dribles dos meninos de rua.



Pontodevista A ARTE DE CONVIVER

OS CACOS E O FAISÃO

É PROMOTER E EMPRESÁRIA CULTURAL DAS MAIS RESPEITADAS DO PAÍS E AUTORA DO LIVRO “NINGUÉM É PERFEITO, MAS PODE MELHORAR”

m qualquer situação é importante lançarmos mão das boas maneiras.A vida em apartamentos é talvez onde este mandamento deva ser exercitado com mais tenacidade.Afinal,estamos todos uns sobre os outros,elegantemente estabelecidos, mas vivendo juntos num mesmo espaço vertical. Sempre vivi em casas, mas adorei quando me mudei para um apartamento. Nunca questionei as possibilidades aprazíveis de se conviver com outras pessoas,encontrando-as nos elevadores nas garagens ou nas reuniões de síndico.Mas sei que tem gente que não gosta desta eterna confraternização. Compreendo, mas acho chato. Veja bem,o que custa ser gentil com seu vizinho? De uma coisa todo mundo que convive gosta:simpatia.Por que não ser agradável? Não precisa se estender em altas conversas,mas falar do tempo,do belo colar que ela pode estar usando...Não tira pedaço de ninguém e afina seu entrosamento no prédio. Há etiqueta para tudo.Com a síndica,por exemplo.Meu Deus,que conversas cacetes os síndicos têm! Síndicos são,geralmente,o sinônimo de dor de cabeça,tarefas e gastos. Mas quem se habilita a ser síndico é antes de tudo um bravo.Eu por exemplo,em todos os Natais,não esqueço de mandar um presente para minha síndica.Também é preciso ter classe e tolerância no caso de reformas.Tanto quem faz quanto quem as sofre enquanto vizinha.Quem faz,deve se mancar completamente quanto a marteladas e barulho nos fins de semana ou altas horas da madrugada como 8 da manhã.Nem todo mundo acha normal levantar às 5h30,correr quilômetros no quarteirão e sair para o escritório antes das 8.Há quem,como eu,inicie seu dia calmamente,faça seu pilates em domicílio e queira que o dia comece em ritmo Mahatma Ghandi. Ninguém gosta das marteladas em cima da sua cabeça, mas o que fazer? Para mim aconteceu algo desagradável,que vou contar para vocês.Marilia Gabriela mora no mesmo prédio que eu. No hall de entrada do meu apartamento eu tinha uma coleção de pratos Companhia Das Índias deslumbrante.Ela comprou mais um andar e resolveu unir um ao outro.Portanto vocês podem imaginar a quebradeira.Um dia ao entrar,qual não foi a minha surpresa ao ver três pratos despedaçados no chão.Coloquei todos num saquinho, e ao me deitar, pensei, o que adianta chatear a Marilia? Nem se ela quiser me comprar novos vai poder,pois são antigos.Ela vai ficar atrapalhada,os pedreiros vão levar uma bronca e eu de qualquer jeito jamais terei estes pratos de volta. Guardei os cacos,porque não tive coragem emocional para livrar-me deles.E depois de dois anos,passeando por Angra dos Reis deparei com uma senhora que fazia pratos de cimento adornados com cacos de porcelana antigos.Seu trabalho era um luxo e servia-me como uma luva! Ela utilizou meus cacos e fez peças diferentes e criativas. Todos que visitam minha casa de praia perguntam aonde arranjei pratos tão lindos.Sem querer valeu a pena.

Então vamos lá:nem é preciso ser simpático para se viver civilizadamente em um prédio;basta ser educado.Etiqueta é abrir a porta do elevador e deixar as pessoas mais velhas passarem primeiro.É estacionar bem bonitinho na sua vaga e não perder tempo discutindo esse assunto.É explorar toda a experiência de boas maneiras que se adquire morando aqui ou em qualquer outro país.Aliás, falando de qualquer país,estive em um jantar num apartamento lindíssimo em Paris na casa de uma amiga íntima,e vejam o que aconteceu. Sentamos 10 pessoas para um jantar meio formal. Na hora da copeira servir o faisão,ela tropeça e se esparrama pelo chão com a bandeja e tudo.Começaram a limpar o chão e pegar pedaços espalhados de faisão pela sala. Passam 5 minutos e a mesma copeira entra com um faisão perfeito e começa a servir a todos.Eu não queria acreditar e olhava para minha amiga que também tinha um olhar incrédulo. O jantar correu muito bem,e quando todos foram embora soubemos pela magnífica copeira que ela era amiga da copeira do andar de baixo que também estava servindo um jantar com faisão. Até hoje acho que foi servido um picadinho de faisão no outro jantar. Bom,e para finalizar,acho que hoje em dia se voltasse a viver em uma casa me sentiria bem sozinha e negligenciada,sem a ajuda pontual do porteiro Joãozinho para me abrir o portão e receber os visitantes.

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ALICE CARTA



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oi-se o tempo em que vidros espelhados e elevador inteligente eram os maiores sinônimos de um prédio moderno.Um empreendimento que de fato prima pela tecnologia precisa agora obedecer a uma série de critérios que já viraram até objeto de pesquisa na na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo-USP. “Desde 2004, trabalhamos com uma lista de atributos que nos ajuda a qualificar uma construção”,explica o professor Cláudio Alencar,coordenador do Grupo Real Estate de Análise de Mercado da USP. Dos 30 edifícios analisados nos últimos anos, apenas cinco conseguiram a classificação “Triple A”,a mais alta no quesito tecnologia. Um deles é o Faria Lima Square, empreendimento da Cyrela,previsto para ficar pronto em junho de 2006. A modernidade no Faria Lima Square começa pela automação no controle de energia elétrica,ar-condicionado e infra-estrutura.“Essa automação será essencial,nas ações preventivas e corretivas,além de otimizar os gastos com energia”,explica Hilton Rejman,gerente de projetos da Cyrela Brazil Realty. Esse sistema poderá eleger a fonte de energia para o sistema de ar-condicionado central, podendo ser eletricidade, gás ou diesel,dependendo do que

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TECNOLOGIA A TODA PROVA

Faria Lima Square, empreendimento da Cyrela Brazil Realty, é o

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mais moderno prédio de escritórios de São Paulo


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representar maior economia naquele período.Ou seja,todas essas inovações tendem a reduzir, e muito, o custo de condomínio.O professor Cláudio Alencar calcula que um prédio tecnologicamente avançado, com a classificação “Triple A”chega a ter 20% de redução nos custos de condomínio. Os escritórios também foram pensados de forma diferenciada,com grandes lajes sem pilares,o que permite qualquer layout.O sistema de elevador segue o critério de chamada antecipada,em que o usuário digita o andar desejado e o equipamento indica qual elevador deve ser utilizado.O espaço no Faria Lima Square é outro importante diferencial. São 11 andares e aproximadamente 17 mil metros quadrados de área privativa. O número de vagas disponível por andar chega a 54.“Também projetamos para o empreendimento um grande diferencial, um elevador que chega até o nível do heliponto”,afirma Rejman. PERSPECTIVA DO LOBBY DO FARIA LIMA SQUARE: AUTOMAÇÃO DO SISTEMA DE AR-CONDICIONADO AOS ELEVADORES

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VISTA AÉREA DA REGIÃO DA NOVA FARIA LIMA (ACIMA) E PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TIPO DO EDIFÍCIO (ABAIXO): ESPAÇOS SEM PILARES

Não é a primeira vez que um empreendimento da Cyrela conquista a classificação “Triple A”. Em 2003, o Faria Lima Financial Center também foi analisado pela equipe da Poli-USP e conseguiu esta classificação. Buscar novas tecnologias, aliás, é a meta de trabalho do departamento de novos projetos da Cyrela. “Nossa idéia é que um empreendimento supere o outro em inovação”,diz Rejman,que faz surpresa pelo que está por vir na nova aposta da empresa,o The City,empreendimento que será lançado em 2007.

SERVIÇOS O Edifício Faria Lima Square fica na avenida Brigadeiro Faria Lima, 3.624 – São Paulo. O terreno do empreendimento é de 18.395 metros quadrados, com 105 metros de frente e mais de 70 metros para a rua Leopoldo Couto de Magalhães Jr, com acesso também pela rua Lopes Neto. Quem assina a arquitetura do prédio é o escritório Collaço & Monteiro. Nos 14 pavimentos, as áreas para escritórios podem variar de 1.372 metros quadrados a 1.671 metros quadrados cada. O projeto ainda prevê auditório, com salas de reunião, cinco subsolos para estacionamento, com 558 vagas no total e 14 elevadores. A fachada revestida em granito, vidro verde laminado de 11 mm e caixilhos de alumínio bronze, garantem conforto térmico e acústico ao empreendimento. Mais informações no www.cyrela.com.br Tel: (11) 4502-3303


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UMA VILA DE VANGUARDA administrador de empresas Rodrigo Mendes Duarte,de 33 anos,costuma dizer que só não nasceu na Vila Madalena, mas, de resto, todos os momentos importantes de sua vida passaram, de uma maneira ou de outra, pelo bairro. Foi entre as ruas Wisard e a Inácio Pereira da Rocha que ele estudou, fez os amigos de hoje, conheceu a esposa e descobriu sua vocação profissional. “Morei minha infância e adolescência no Alto de Pinheiros, estudei no Hugo Sarmento, no Oswald de Andrade e, depois, fiz faculdade na USP”, diz. “Minha referência de lugar familiar, onde me sinto em casa, sempre foi a vila.” Rodrigo mora, atualmente, no Campo Belo, mas está prestes a dar um passo decisivo: comprou um apartamento no edifício Sarau,lançamento da Cyrela,que fica no número 771 da Fradique Coutinho. “Mais que tudo quero voltar para o lugar que me identifico, onde pretendo ter filhos e construir meu futuro.” Conta a história que a Vila Madalena nasceu Vila dos Farrapos. Era,como oficialmente é até hoje,uma parte de Pinheiros,delimitada (vejam só!) pela várzea do Rio Pinheiros. Era o refúgio de indígenas que abandonaram a parte central da cidade depois da instalação dos jesuítas, em 1554. Imagine que os religiosos montaram uma estrutura de catequese em Pinheiros, com a intenção de estarem mais próximos dos índios de Vila dos Farrapos. Já no início do século,contam os moradores mais antigos,um português comprou boa parte das terras, onde fundou o Sítio do Rio Verde.As três filhas desse dono de terras deram nome às vilas fundadas depois:Vila Ida,Vila Beatriz e Vila Madalena.

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O astral contemporâneo do bairro veio depois,nos anos 70,quando estudantes da USP alugavam casas na região e montavam espécies de repúblicas. A efervescência cultural foi uma conseqüência natural.A partir dos anos 80,os bares começaram a surgir e o clima de festa ficou completo. Caso raro em São Paulo,a chegada de novos moradores não feriu a atmosfera de interior que ainda hoje paira na vila. Ao contrário,esse processo de modernização ocorreu de forma pacífica. Nos

anos 90,artistas,fotógrafos e designers montaram seus ateliês por ali,completando o ar de vanguarda. Para conhecer a Vila Madalena,é preciso se permitir o acaso, se perdendo pelas ruas e becos do bairro, parando onde der vontade para um café ou uma comprinha.Como diz o jornalista,pintor e crítico de música Enio Squeff,autor de “Vila Madalena – crônica histórica e sentimental”(Editora Boitempo,208 páginas),a Vila é para ser experimentada,intensamente experimentada.

FOTOS: TADEU BRUNELLI

De aldeia indígena a cenário cultural paulistano,eis a Vila Madalena

DETALHE DA LIVRARIA DA VILA (ACIMA À ESQ.), BECOS GRAFITADOS E VISTA DE UMA DAS PRAÇAS DO BAIRRO (À DIR.): CLIMA DE INTERIOR, RITMO DE CIDADE


Cyrela FOTOS: TADEU BRUNELLI

AQUI OS ÚLTIMOS LANÇAMENTOS

DÉLI PARIS Rua Harmonia, 484. Tel.: (11) 3816-5911 É um misto de café e padaria,mas também serve refeições deliciosas.O responsável pelas receitas de sotaque francês é o chef Remy Belin. Na lista dos itens que não podem ficar de fora de uma degustação estão os pães de nozes,de azeitona e campanha,feito com farinha integral,além das tortinhas de maçã,framboesa com amêndoas, chocolate e banana, creme de laranja. Se nada disso animar,pare ao menos para curtir as mesinhas na calçada,onde é possível acompanhar o movimento da vila.

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DOCES DE LAURA

SACOLÃO DA VILA

Rua Aspicuelta, 27. Tel.: (11) 3811-9669 Não é exagero dizer que a torta de pecan dessa simples e charmosa doceria é a mais saborosa da cidade.Então, se você se perder com os olhos na vitrine de doces (o que é algo absolutamente natural!),comece por essa. E, depois, continue a extravagância com as tortas de chocolates, os brigadeiros, o pudim de claras...

Rua Medeiros de Albuquerque, 352. Tel.: (11) 3813-0614/3642. Ícone de ambiente despojado,o sacolão já foi até cenário de novela da TV Globo. Ali convivem pacificamente bancas de frutas,um restaurante japonês,outro baiano e uma irresistível banca de pastel.A Pastelaria Hiroy está na praça do sacolão há dez anos.Não deixe de provar dos pastéis com combinações especiais como o de escarola com queijo e atum com queijo.

MAGMA

DEPÓSITO SANTA FÉ

Rua Aspicuelta, 227. Tel.: (11) 3816-5816 Aqui está um exemplo do conceito moderno de oásis.No meio da agitação da cidade, um lugar para relaxar, com opções de massagens e terapias alternativas para todos os gostos e bolsos.Aproveite para admirar a arquitetura do local, inspirada nas tradicionais vilas italianas.

Rua Aspicuelta, 58. Tel.: (11) 3031-2270 Móveis originais, com uma proposta inovadora de ambientação com estilo, são a marca dessa loja. Com serviço de pronta-entrega,a casa dispõe de arte nativa, objetos importados, velas,teares,painéis e estofados,além do mobiliário de madeira.


MORAR BEM É ESSENCIAL

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O Sarau Pinheiros,empreendimento lançado pela Cyrela,une o conceito de bem-estar,conforto e localização para quem não abre mão de se sentir no centro do mundo.Entre a Vila Madalena e Pinheiros,na Fradique Coutinho,o prédio tem projeto arquitetônico assinado pelo escritório de Marcio Curi e Azevedo Antunes.A guarita e o portão compõem com gradil de vidro e alumínio,dando vista ao jardim com vegetação tropical.O salão de festas com espaço gourmet foi projetado pela arquiteta Janaína Leibovitch e está integrado à praça de apoio, ideal para eventos informais e descontraídos.São três opções de apartamentos:com quatro dormitórios (uma suíte e 120 m2), com três dormitórios (uma suíte e 120m2) e com três dormitórios (uma suíte, home office e 120m2).Escolha o seu! Mais informações no www.cyrela.com.br/sarau Rua Fradique Coutinho, 771 - (11) 3819-1665


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POR UMA VIDA DE

CAMINHADAS

Morar perto do trabalho é a opção para quem sabe valorizar seu tempo uma capital como São Paulo ou Rio de Janeiro,não é muito difícil imaginar uma pessoa que gaste duas horas por dia se deslocando de casa para o trabalho,e do trabalho para casa. No meio da rotina, esse tempo pode até passar despercebido, camuflado de costume.Mas em um ano,essas duas horas de trânsito de segunda a sexta-feira significam 480 horas,ou seja,20 dias de sua vida parado num carro. Não é de estranhar, portanto, que tanta gente prefira definir sua vida pessoal em função do local de trabalho. Estar a poucos minutos do escritório é, na mais descompromissada das hipóteses,um luxo necessário para quem faz questão de manter a qualidade de vida,independente do tamanho da cidade onde se mora. O administrador de empresas Maximiliano de Lacerda sabe bem o que isso significa.Há pouco mais de um ano, ele resolveu que já era momento de otimizar seu dia,o que significava passar menos tempo no trânsito entre a casa e o trabalho,que fica na região da Paulista. A solução foi trocar de bairro. E ele que chegava a gastar 1h20 no trânsito cada dia passou a morar a cinco

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tes centros administrativos e financeiros de São Paulo, ela chegava a gastar 40 minutos.Isso porque Angélica conseguiu alterar sua hora de entrada e saída do trabalho,para evitar os horários de pico.“Claro que a mudança melhorou a minha vida,o trânsito é imprevisível.” A virada começou quando ela alugou um apartamento próximo ao escritório.“É um imóvel menor, estou longe da família,mas ir andando para os compromissos profissionais é uma conquista que não tem preço.” Angélica se prepara agora para comprar um imóvel no bairro.“Não abro mão desse conforto nunca mais.”

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minutos do escritório.“Tudo mudou depois que me mudei”, diz entusiasmado.“A minha vida passou a ter mais qualidade: e já não me estresso no trânsito.”Atividades que pareciam um sonho impossível entraram na rotina do pernambucano,que agora freqüenta academia de ginástica todos os dias e faz cursos de idiomas duas vezes por semana.“Mas o melhor de tudo é poder tomar meu café da manhã sossegado.” Virada maior teve a psicóloga Angélica Teixeira.Durante mais de dois anos, ela morou na zona Norte,trabalhando na zona Sul. De sua casa até o escritório na Berrini, um dos mais importan-

HUMANARI Rua Guararapes, 2073 Essa é a opção para quem busca localização numa atmosfera cosmopolita.Bem ao lado da Berrini,o prédio tem projeto arquitetônico de Itamar Berezin. Num terreno de 8.200 metros quadrados,quem morar por aqui vai dispor de espaço de lazer incomparável, com home theater, sauna com ducha e sala de descanso,sala de massagem,spa,fitness center,piscina coberta e aquecida com raia de 25 metros, jardim descoberto, salão de festas adulto, salão de festas infantil, churrasqueira,além de um ambiente arborizado com praça de jabuticabeiras e playground.Há opções de apartamentos de 2 e 3 dormitórios,com 111 m2 e 145 m2. Na internet: www.cyrela.com.br/humanari tel: (11) 5507-7996


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Rua Sansão Alves dos Santos, 343 - (11) 5505.2625 O Mandarim surge como a novidade imobiliária que consegue traduzir a multiplicidade de estilos e de pessoas cosmopolitas de São Paulo. Trata-se de uma torre de 40 andares que combinou design de vanguarda,equipamentos voltados ao bem-estar e toques orientais na área de lazer.Há opções de apartamentos com um dormitório (de 46,5 m2 a 53 m2),de dois dormitórios (com uma suíte e de 75 m2), três dormitórios (duas suítes e 108 m2),além dos lofts (com 108 m2 e 139 m2) e a cobertura duplex (com duas suítes e 202 m2). Mais informações no www.cyrela.com.br/mandarim Serviços by Facilities. Disponíveis unidades de 75 m2 privativos.

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MANDARIM

ÇIRAGAN Alameda Ministro Rocha Azevedo, 38 - (11) 3251.3400 O fusion é o conceito mais moderno de tendências imobiliárias.Localizado no berço da cena contemporânea de São Paulo,esse empreendimento une imóveis residenciais e comerciais, tendo em volta um espaço verde pensado para recuperar o verdadeiro sentido do convívio e apreciação da natureza.Na cobertura,uma piscina de borda infinita dá o toque de sofisticação.Há várias opções de apartamentos: com dois dormitórios (77 m2),ou com um dormitório (50m2 e 55 m2),com três dormitórios (de 118 m2 e de 126m2) e o duplex (com um dormitório,duas vagas de garagem e área que pode variar de 74m2 a 224 m2).Ainda há a opção de lofts com 82 m2 a 187 m2 privativos,todos com duas vagas de garagem.Ao lado,e a poucos passos,está o Çiragan Office,com 48 escritórios com espaços flexíveis,podendo ter até 640m2 privativos,em 12 pavimentos e com terraços que variam de 132 m2 a 166 m2. O design arrojado impera nas áreas de convívio,tanto no Çiragan Home,como Çiragan Office. Mais informações no www.cyrela.com.br/ciragan | Serviços by Facilities



PontoFinal DUDA, MARIBEL E MERCEDES LUSA SILVESTRE É PUBLICITÁRIO EM HORÁRIO COMERCIAL E ROTEIRISTA DE CINEMA DEPOIS QUE AS CRIANÇAS VÃO DORMIR. PASSOU RECENTEMENTE POR UMA REFORMA MONSTRO EM SUA CASA.

aí que o Duda e a Maribel compraram um apê lindo,modernoso,bem pensadinho, invocado. O preço cabia no bolso, os móveis cabiam na casa. Haveria espaço de sobra para filhos e amigos de filhos correrem. Haveria espaços vazios para preencher com móveis novos, badulaques de feiras, trocinhos comprados no mercado de pulga. Resumindo: a Maribel ia ter o que fazer,ah,se ia. Apê com gente morando.Uma inquilina que,mesmo depois de ter sido avisada para ir empacotando as coisas,fez cara de quem não entendeu e se fincou mais ainda na casa.No que o Duda imediatamente ligou pro advogado.Que é isso? Comprou o apartamento e não pode ir morar lá,onde já se viu.Só que a inquilina não era inquilina.Era comodatária; morava de favor.Pior,não tinha assinado um pedaço de guardanapo que fosse concordando com regras básicas de civilidade, regras da relação dono da casa/ mulher que morava de favor.E o Duda aguentando a situação toda,a mulher não queria sair,o financiamento,os planos de reforma,e ainda por cima a Maribel,que queria tirar aquela bandida de lá na unha. Seis meses depois, a mulher saiu, eles entraram. Lembra da vontade da Maribel de empanturrar os espaços vazios da casa com achados do mercado de pulgas ? Pois bem: as pulgas estavam lá;só faltava o mercado.Começaram a reforma.Derruba parede,muda porta de lugar,troca taco do quarto.E daí você me fala: pronto,acabou o terror.Nada. Porque a Maribel encasquetou de mudar uma janela de lugar, e ali naquele bairro não pode relar na fachada de um imóvel que a Associação dos Moradores cai de pau. Mudaram a janela,tiveram que desmudar,imagina só o estado do Duda. E ainda outro problema.Na ponta do lápis,existia um vão de trinta dias entre a data de entrega do apartamento onde eles estavam morando e o fim das obras do apartamento onde eles iam morar.A Maribel achou que dava pra adiantar a obra.E contratou mais uma penca de pedreiros,tudo sustentado pelo Duda,pobre Duda. Então um dia o Duda foi visitar a reforma.Pó pra tudo quanto é lado,pedra espalhada,um caos.E me chega um pedreiro com uma chave na mão.É sua,seu Duda ? Achamos ali enterrada na varanda,no meio do piso.O Duda guardou no bolso.Era uma chave antiga,de ferro,chave de Mercedes.Viu a obra,deu umas ordens,desesperou mais um tanto,e foi comer um sanduíche.Rapidinho. Já ia voltando pro carro no estacionamento do fast food quando viu uma Mercedes linda,daquelas de colecionador,branquinha,chapa preta,conversível,maravilha.Sabe esses que a frente era com farolzão quadrado ? O Duda olhou pro carro, a chave no bolso.Ele pegou na mão.Será que o acaso ia pagar todo o sofrimento com um presente desses,será que alguém lá em cima tinha intercedido em seu favor ? Deu uma olhada ao redor,e se sentindo um adolescente,andou até o Mercedes.Pegou a chave.Mirou no fecho da porta.Enfiou.E girou pra abrir o carro.

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Claro que não serviu. Mas já pensou ?

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