Revista Just For - 11

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PUBLISHED JUST FOR ANO 3 - EDIÇÃO 11 2013

ARTE NA

CABEÇA

• QUEM É THÉO CARIAS AUTOR DE ARRANJOS E LOOKS POÉTICOS COMO ESTE

• A festa de Ducasse no Le Louis XV • Vivendo com charme no Copan • 40 filmes fundamentais em sua vida • Mythos, o maior iate da Riva • Hotéis imperdíveis hoje e sempre • Urbanismo: nossos meninos verdes

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EDITORIAL

MARIA CANABAL: festa mega em Mônaco com Alain Ducasse

Esta revista é uma publicação da 4 Capas Conteúdo distribuída via correio exclusivamente aos moradores da Vila Nova Conceição e Jardins VENDA PROIBIDA

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KARIN DAUCH: móveis brasileiros ganham espaço internacional PÁGINA 24

Diretor Executivo – Georges Schnyder georges@4capas.com.br Diretora Editorial – Mariella Lazaretti mariella@4capas.com.br Diretores de Arte – Ana Lucia Caldas - analucia@4capas.com.br Fabio Santos - arte@4capas.com.br COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: Ana Paula Kuntz, Camila Duarte, Karin Dauch, Lusa Silvestre, Maria Canabal, Flavia Pegorin (texto); Calu Machado, Virginia Rollison, Debby Gram, Ricardo D´Angelo (fotos); Patrícia Calazans (revisão) Projeto Gráfico: 4 Capas Conteúdo Rua Andrade Fernandes, 283 CEP 05449-050, São Paulo, SP Telefax: (11) 3023-5509 E-mail: 4capas@4capas.com.br

DEBBY GRAM: cliques de delicadeza e dedicação CAPA

MI CASA, TU CASA Não há lugar como nosso lar. Nada é mais personalizado, customizado nos mínimos detalhes, do que a casa onde se vive. E essa edição da JUST for bate à sua porta cheia de assuntos que flanam pelo universo da arquitetura, decoração e bem-viver. Visitamos o caloroso e surpreendente apartamento do casal de chefs de cozinha Janaína e Jefferson Rueda, no edifício Copan e entendemos uma nova maneira de se ver e viver no Centro de São Paulo. A maior cidade do país, mesmo cheia de problemas no espaço urbano, oferece hoje diversas iniciativas para solucioná-los. E de forma sustentável, o que é mais importante. Na reportagem da página 52 mostramos alguns deles, como a Praça Victor Civita, em Pinheiros, e o Parque da Juventude, em Santana. Do lado de dentro, é com você. Quem gosta de decoração não pode deixar de conferir os objetos e designers premiados na última edição do Prêmio Museu da Casa Brasileira, na página 18. Tampouco deixar de conhecer o trabalho de Carlos Junqueira (página 24), que, com sua loja Espasso, apresentou aos Estados Unidos e agora a Londres uma seleta coleção de móveis brasileiros com pedigree. Nossa capa, inclusive, tem uma pegada subliminar de decoração. Não dá vontade de enfeitar a sala com essa dríade adornada por um exuberante arranjo de flores? Esse é um dos trabalhos do maquiador Théo Carias, que realiza com a mesma destreza incríveis projetos de artes plásticas e body art (página 36). Há ainda os lugares espertos que você pode conhecer pelo mundo. É o caso dos spas Yelospa e Cornelia (página 22), além da coleção de hotéis selecionados pela redação, que são obrigatoriedade de visita para os amantes da vida perfeita. E como a roda gira e a volta ao lar é nosso porto seguro, fizemos uma lista de filmes fundamentais para serem assistidos na vida. A maior alegria vai ser preencher suas lacunas cinematográficas, sem pressa, naqueles dias em que tudo o que a gente mais quer é ficar em casa. Aproveite! E boa leitura.

PARA ANUNCIAR

Tel. +5511 3815-1557 Diretor Executivo – Doron Sadka Cel. +5511 8366-1444 doron@mundoa.com.br Produção Gráfica – Doron Central de Compras Gráficas, tel. +5511 3813-9799 doroncentral@uol.com.br

JUST for: Quem recebe não divulga. Quem lê, enriquece. CALU MACHADO: detalhes da vida no Copan PÁGINA 44

IMPRESSÃO E ACABAMENTO Van Moorsel Gráfica e Editora A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas não listadas no expediente não estão autorizadas a falar em nome da revista ou a retirar qualquer tipo de material sem prévia autorização emitida por carta timbrada da redação.

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JUST IN CASE Caso você queira alterar seu nome, seu endereço, dar sugestões, manifestar-se ou deixar de receber esta publicação, entre em contato com justfor@4capas.com.br

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Shopping JK Iguatemi (11) 3152.6660 Shopping Iguatemi (11) 3032.8905 Shopping Market Place (11) 5181.5450

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SUMÁRIO

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10. TENTAÇÕES TOPS – o maior iate Riva, o tênis premiado da Porsche e a edição limitada de charutos e relógio da Hublot

14. JUST TO KNOW LANÇAMENTOS – diversão hightech para adultos em Dubai e móveis com design premiado em São Paulo

20. ÍCONE REINVENTADOS – as novidades dos hotéis Marina, no Leblon, e dos nova-iorquinos Yelospa e Cornelia Spa

24. JUST WHERE BRASIL LÁ FORA – as lojas Espasso, nos Estados Unidos e Inglaterra, reúnem o melhor do mobiliário nacional

28. JUST TRAVEL SELEÇÃO CAMPEÃ – uma lista com os hotéis premiados nos melhores guias de viagem

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34. TECNO VIDA FÁCIL – localizador de objetos, câmera fotográfica com foco automático e moto não poluente

36. PERFIL MAKE UP – Théo Carias, um multiartista que transita entre a arte e a maquiagem, pró beleza feminina

40. VIAGEM ALEMANHA – roteiro para dar uma nova chance ao vinho germânico

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44. JUST HOME SAMPA CENTRAL – Jeffinho e Janaína escolheram o Copan para morar e o Centro para viver

48. ESTILO DE VIDA HORIZONTE LIVRE – vistas amplas valorizam os imóveis e elevam a sensação de morar bem

52. ESPAÇO URBANO SUSTENTABILIDADE – projetos de arquitetura que transformam a cidade em um mundo melhor

60. JUST WHO LE LOUIS XV – Alain Ducasse comemora o aniversário do restaurante mais luxuoso do mundo com 240 cozinheiros badalados na cozinha

66. GASTRONOMIA EMPÓRIO CHIQUE - O Eataly, de NY, vende tudo o que há de mais típico na cozinha italiana, com muito charme

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70. CINEMA

NUNCA É TARDE – os filmes que você, de uma vez por todas, tem de acrescentar à lista de assistidos

78. CALENDÁRIO ANOTE - shows e exposições nas principais capitais do mundo

82. CLICK PONTO DE VISTA – a arquitetura capturada pelo olhar de Armando Vernaglia Jr.

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Por ana paula kuntz

tentações

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GiGante dos mares A marca italiana de iates Riva acaba de lançar o maior barco de seus 170 anos de história. Com 122 pés (ou 37 metros de comprimento), o Mythos é também o seu primeiro iate de alumínio. A embarcação, construída no porto de Ancona, acomoda até 10 passageiros e cinco tripulantes. Item que não poderia faltar em um barco de luxo, a piscina com jacuzzi fica na parte mais alta do deck, onde os navegantes podem tomar sol e sentir o vento no rosto enquanto o iate atinge 50 quilômetros por hora. www.riva-yacht.com

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tentações Porsche a seus Pés A parceria entre a montadora de automóveis Porsche e a marca esportiva Adidas foi premiada como a mais bem-sucedida de 2012 no quesito calçados pelo Plus X Award, prêmio europeu que elege as melhores inovações em tecnologia e estilo de vida. O resultado é a linha Adidas Porsche Design Sport Line, da qual faz parte o tênis Bounce:S³, com apenas 500 pares à venda. O modelo tem molas metálicas e alavancas na sola para aumentar a propulsão e é feito de uma malha bastante elástica que mantém os pés frescos. Preço: US$ 400. www.adidas.com.br

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hora do charuto A relojoaria Hublot lançou a edição especial King Power “Arturo Fuente”, em tributo ao centenário dos charutos Opus X, produzidos na República Dominicana e tidos como os mais raros do mundo. A versão em ouro do relógio tem apenas 100 peças, enquanto a de cerâmica conta com 200 unidades. Preço sob consulta. www.hublot.com/pt_PT/new

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POR ANA PAULA KUNTZ

JUST TO KNOW

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OS ADULTOS SE DIVERTEM

BIG BOYS TOYS: A FEIRA DE LUXO E TECNOLOGIA NOS EMIRADOS QUE FAZ O PÚBLICO MASCULINO GARGALHAR COMO GAROTOS GASTANDO COMO GENTE GRANDE

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ma feira de brinquedos para gente grande. E rica. Essa é a proposta do Big Boys Toys – The Ultimate Playground, evento organizado nos Emirados Árabes para lançar produtos de luxo e alta tecnologia para pura diversão de homens dispostos a investir em seus momentos de folga, como investem na bolsa de valores. Na quarta edição, realizada de 31 de janeiro a 2 de fevereiro de 2013, no hotel Atlantis The Palm, em Dubai, 40 mil visitantes esboçam o seguinte perfil: 70% do sexo masculino, 60% com idade entre 25 e 44 anos. A eles serão apresentadas novidades como um automóvel Bentley revestido de diamantes, produzido pela Luxury Refinish, marca alemã que detém a patente da técnica de aplicação do chamado diamond coating em, praticamente, qualquer objeto. De carros a futebol, é também ali que big boys conseguem coisas prosaicas como camarotes e cadeiras cativas no estádio do time inglês Arsenal. Veja alguns destaques.

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GATO DE BOTAS Conhecido como Bouncing ou Powerbocking, esse novo esporte é perfeito para quem quer chegar rápido e com muita emoção. O esporte se baseia nos calçados criados pela alemã Bouce LE. Como a bota de sete léguas do Gato, o “atleta” pode andar, correr, dar altos pulos e piruetas. O fabricante garante que, com um pouco de prática, qualquer um consegue saltos de três metros de altura ou passos de seis metros de largura e que os mais craques conseguem correr a 35 quilômetros por hora. Recomenda-se uso de equipamentos de proteção, embora digam que não é mais perigoso, por exemplo, que andar de skate.

MOTO-LUZ A motocicleta elétrica Xenon foi produzida pela Evolve Electric Bikes, empresa americana especializada em motocicletas movidas à bateria de íon-lítio, que é recarregada em pouco mais de três horas e tem autonomia que permite percorrer 160 quilômetros. As rodas emolduradas com luzes de neon azul, assim como o design inspirado no filme Tron, são resultado do trabalho dos irmãos da Parker Brothers Choppers. Ela atinge 160 quilômetros por hora e custa cerca de 55 mil dólares.

LABUTA RELAX A estação de trabalho projetada pela canadense MWE Lab faz sua parte no ideal de toda pessoa: trabalhar com prazer. Com capacidade para até três monitores de 27 polegadas, o Emperor 200 é uma poltrona reclinável, com estrutura em alumínio e aço inoxidável, acabamento em pintura automotiva e estofamento em couro italiano. O painel de controle tátil com tela de 10 polegadas pode ser configurado para operar com sistema Windows ou Mac OS. Há ainda um sistema de ventilação integrado. Custa a partir de 49 mil dólares.

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ALTO E BOM SOM A empresa sueca SW Speakers, especialista em alto-falante, começou a estudar o design deste alto-falante em 2000, tendo como objetivo nada aquém da perfeição. E assim chegou-se ao Magic Flute, equipamento que elimina o máximo possível de ruídos, difrações e reflexos em um ambiente fechado.

VENDO BATMAN NO RETROVISOR A inglesa Trident Sports Cars lança o Iceni, um carro esportivo de dois assentos. Com chassi de aço inoxidável, motor turbo diesel V8 e 430 cavalos de potência, consegue atingir velocidade de mais de 300 quilômetros por hora. E ainda é econômico: a uma velocidade constante de 100 quilômetros por hora, é possível percorrer mais de 3200 quilômetros com um único tanque de combustível. Há pacotes de upgrade que elevam a potência do motor para 660 cavalos, tornando-o mais poderoso que modelos como a McLaren Mercedes SLR 722, a Lamborghini Reventon e a Ferrari FF. Batman que se cuide!

COBERTURA DE DIAMANTE A empresa suíça Luxury Refinish deu um jeito de fazer o “melhor amigo das mulheres” ser motivo de cobiça também entre os big boys. Com uma técnica patenteada que produz revestimentos com microdiamantes aplicáveis a quase todos os tipos de superfície, plana ou curva, a LR oferece a chance de se ter um jato particular reluzindo de diamantes pelos céus.

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Mesa DINN, vencedora da categoria mobiliário

PRÊMIO DE DESIGN VALORIZA MÓVEIS QUE PRIMAM PELA SIMPLICIDADE, PROMOVEM A CALMA

POR ANA PAULA KUNTZ

JUST TO KNOW

E COLABORAM COM AS RELAÇÕES AFETIVAS

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que pode haver de genial nessa mesa? De autoria do arquiteto catarinense Jader Almeida, a mesa DINN materializa um pensamento do arquiteto holandês Rem Koolhaas, que diz “o mínimo é o máximo travestido”. Ela foi o objeto vencedor da categoria mobiliário do 26° Prêmio Museu da Casa Brasileira, concedido às melhores inovações do design e da arquitetura, cuja seleção privilegia originalidade, inovação tecnológica, viabilidade industrial e proteção ambiental. Jader, que vem marcando presença nesse pódio desde 2008 e coleciona prêmios internacionais, tem apenas 31 anos. “Simples é o oposto de simplório. Leonardo Da Vinci disse que a simplicidade é o grau máximo da sofisticação’”, diz Jader. “Procuro aplicar sempre o exercício de subtrair elementos ao invés de adicionar”, afirma ele. Produzida pela empresa Sollos, a

Jader Almeida: “O bom design é honesto e simples”

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Poltrona Alice, segundo lugar

Gangorra Momento, recebeu a Menção Honrosa

mesa prima pela espantosa leveza visual, apesar de ter quase três metros de comprimento. Suas linhas minimalistas interferem pouco na ambientação e ampliam as possibilidades de escolha do modelo das 14 cadeiras que cabem ao seu redor. A simplicidade elegante, e o que ela pode melhorar e acalmar a vida das pessoas esteve presente em todas as soluções premiadas. O segundo lugar, que ficou dividido entre Marcus Ferreira, autor da Poltrona Alice, produzida por Aristeu Pires & Cia e Decameron, e Paulo Alves, autor do Banco Charlotte, produzido pela Marcenaria São Paulo, fortalece a ideia de beleza e utilidade a serviço de uma vida menos ordinária. No caso da poltrona premiada, feita em madeira de Jequitibá e estofada com lona de caminhão reciclada e recheada de plumas de ganso, a intenção é favorecer um ambiente e uma atitude despojados. “O assento é baixo e fundo e convida ao relaxamento. Dificilmente uma pessoa que se sente nela vai resistir em dar um sorriso. E se quiser se colocar em posição de briga, de discussão, vai ter dificuldades”, ri Marcus Ferreira.

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AS TENDÊNCIAS

O orgânico - aquele Fator X que nos coloca em sintonia com a natureza, o semelhante e nossas emoções - está contido nas peças preferidas pelo juri. Paulo Alves trilhou o caminho das práticas sustentáveis na produção ao utilizar madeira maciça de Cumaru e de Eucalipto de reflorestamento certificado pela FSC - Forest Stewardship Council, que promove o manejo florestal responsável. E a menção honrosa ficou para a bela gangorra da dupla Rodrigo Calixto e Guilherme Sass. A explicação para essa escolha foi, entre itens mais específicos, que ela “... propõe o resgate da memória afetiva e convida crianças e adultos a brincar”. Simples assim.

Banco Charlotte, segundo lugar

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faz parte do show os hotéis marina, na orla do leblon, são tradição para quem vê de fora e deleite para quem os frequenta por dentro

por ana paula kuntz

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hotel

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ão é possível pensar na orla do Leblon sem que o simpático edifício coroado com letras vermelhas garrafais do hotel Marina Palace entre em nosso imaginário. Ele está ali há 31 anos, e como um silencioso ator coadjuvante faz par com a paisagem de morros que protagoniza o espetáculo da Cidade Maravilhosa. Só que já há algum tempo são dois. Dois irmãos coadjuvantes. O irmão mais novo, descolado e moderno, o Marina All Suites, fica ao lado e é o preferido das personalidades que querem usufruir do bairro mais maneiro do Rio de Janeiro, por sua vocação discreta de abraçar e conduzir famosos ao convívio real do dia a dia carioca. Ali moram muitos artistas e vive-se na tranquilidade de ruazinhas que lembram uma cidade do interior, com gaiolas domésticas penduradas nas árvores e bares tradicionais à distância de uma caminhada do hotel. Desse modo, quem escolhe os “Irmãos Marina”, de sobrenome Werneck (a família que administra a rede hoteleira, cujo nome se dá pela proximidade do mar), está querendo um tratamento mais sereno e afetuoso em sua estada, mesmo que seja a trabalho. Em 2007, o Marina Palace passou por uma reforma assinada pelo arquiteto André Piva, um dos queridos da Casa Cor Rio, e ganhou nove andares executivos, equipados com business center. Aí definiu-se o perfil de cada um. Se o irmão mais velho fosse gente, poderia ser o homem de negócios ou, quiçá, o engenheiro da família, mas daqueles com vocação para esporte nas horas vagas. Afinal, em seu Bar da Praia, sushis em minipranchas de surf e sanduíches em réplicas de raquetes de frescobol são disputados pela moçada depois da praia. No imóvel ao lado, em 1999, foi inaugurado o Marina All Suites. Com apenas 39 suítes, foi idealizado para agradar ao público mais moderninho das artes, do design ao cinema, da moda à música. Os quartos são de madeira clara, despojados e elegantes. A banda Black Eyed Peas ficou lá quando veio ao Brasil. Assim como Lenny Kravitz, a modelo Gisele Bündchen, o fotógrafo

Mario Testino e os atores Arnold Schwarzenegger, Matt Dillon e Gael Garcia Bernal. “Estou no melhor lugar que alguém poderia estar no Rio de Janeiro”, disse a chef americana Alice Waters, que se hospedou no Marina All Suites em novembro passado. Discreta e avessa a badalações, Alice queria descansar após emendar o gigantesco evento Terra Madre, do Movimento Slow Food, da qual é vice-presidente, em Turim, com a Semana Mesa SP, maior evento de enogastronomia do país, que aconteceu em São Paulo. Ela era vista todos os dias, indo a feiras, mercados e caminhando pela praia e redondezas do Leblon como se vivesse lá há tempos. O Marina All Suites tem o charme do irmão mais novo que aderiu a detalhes adicionais. Os uniformes da brigada, por exemplo, foram desenhados pelo estilista Carlos Tufvesson. Foi o primeiro hotel do Rio a unir os conceitos de butique e design. Sua suíte Diamante, com 60 m², tem vista panorâmica e decoração assinada pelo arquiteto

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Pedro Paranaguá. O Bar d´Hôtel fica na lateral, em uma área agradável à beira da calçada, de onde se pode ver o belo pôr do sol. Em 2010, um investimento de R$ 500 mil bancou o projeto de remoçamento assinado pela arquiteta Beatrice Goldfeld, com iluminação de Maneco Quinderé. Da parte gastronômica dos dois hotéis, quem cuida é Maria Victoria Oliveira, chef convidada em 2010 para repaginar os cardápios. Privilegiando ingredientes nacionais e orgânicos, e de preferência que estejam na safra, no melhor estilo Slow Food, ela propõe uma cozinha de emoções com delícias como a “tigelinha de cogumelos selvagens” , os “camarões em crosta de coco e castanha de caju ou o “arroz de pato e cogumelos na cerveja”. “Por ser um lugar de encontros, quis criar um cardápio despretensioso, no qual os sabores de infância sejam reconhecidos de forma reconfortante”, afirma a chef. Tudo a ver com a vocação carinhosa dos Irmãos Marina. www.marinaallsuites.com.br

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Nova geração: as suítes Master Club Floor (acima) e Cristal - a maior, com 93 m², decorada por André piva - e a piscina sobre a calçada fazem parte do Marina All Suites, o “irmão mais novo” do Marina palace

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POR KARIN DAUCH

DOIS CLÁSSICOS SPAS

ÍCONE

NOVA-IORQUINOS SE REINVENTAM

Novo endereço: filial no Itaim deve ser inaugurada em abril

VOCÊ VAI DORMIR... I nspirado no conceito de que sonhar é preciso e principalmente de forma consciente, o Yelospa criou um ambiente tão aconchegante que seus clientes são encorajados, literalmente, a dormir. Nas cabines de tratamento, chamadas de Yelocabs (referência aos táxis amarelos de Nova York, onde o spa foi concebido e completamente renovado há alguns meses), cadeiras reclinadas confortáveis como um abraço delineiam e emolduram o corpo. “A ideia é proporcionar um ângulo antigravidade para aliviar o peso e fornecer o encaixe ideal que remeta o cliente à sensação de estar dentro do útero”, explica Nicolas Ronco, fundador do Yelospa, cujo nome, para um vendedor de bons sonos, poderia comprovar a ideia de que nada nesta vida é aleatório. “Queremos oferecer aquele sentimento de segurança que proporciona o mais puro relaxamento”, explica. Durante frequentes viagens à Asia, quando trabalhava no mercado financeiro, Nicolas se deparou com a arte de alcançar o equilíbrio interior através da reflexologia e terapias de sono no Japão. As diversas formas da cultura oriental em lidar com o estresse urbano fascinaram o então banqueiro, que decidiu trazer a sabedoria milenar à agitada Nova York. A fórmula que criou em sua nova carreira deu tão certo que a Yelospa está abrindo sua segunda filial dentro de alguns meses com um cardápio ainda maior de tratamentos antiestresse. E para o prazer (e bem-estar geral) do leitor, a nova localização é justamente aqui em São Paulo, no Itaim. O novo spa, na rua Pais de Araújo, promete levar paulistanos nervosinhos ao estado de nirvana dentro de um “ambiente-quimera”, a marca registrada da Yelospa, a partir de abril de 2013. www.yelonyc.com

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Mimos: livros de arte, acesso ao café Boulud e rodadas de champanhe como chá das 5

CAVIAR, CHAMPANHE E OXIGÊNIO

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Cornelia Spa foi um dos precursores do conceito oásis urbano de bem-estar quando abriu, há sete anos, na 5ª Avenida, em Nova York. Quando fechou suas portas em 2009, deixou sua clientela fiel de madames abastadas e bem tratadas da Upper East Side muito deprimida. A partir deste mês, o spa reabre suas portas numa versão mais petite, situada no elegante townhouse que abriga o The Surrey, o único hotel Relaix & Chateau de Manhattan. Os tratamentos, se não forem eficientes, são ao menos poéticos, como a “revitalização de caviar e oxigênio” ou o “brilho de açúcar de madrepérola e champanhe.” Os cremes de beleza são da própria linha Cornelia, fabricados com produtos botânicos coletados ao redor do mundo. A elegância e detalhes do ambiente clean aconchegante, como livros de arte na sala

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de relaxamento, contribuem para deixar os clientes à vontade. O charme do Cornelia Spa está justamente na atenção e cuidados extras, como uma toalha quente aromatizada com óleo de gengibre oferecida antes do sorbet de laranja após a massagem, ou um cupcake de limão após uma limpeza de pele. E os mimos luxuosos não param por aí. Todo dia às 17 horas, em vez do chá, é professado o ritual chamado de “rodada de champanhe”. Como se não bastassem todos os agrados, os clientes do spa ganham acesso ao terraço exclusivo para hóspedes na cobertura do hotel, que serve lanches light preparados no Café Boulud. www.cornelia.com

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BRASIL

ABRE ESPASSO

A LOJA DO EMPRESÁRIO CARLOS JUNQUEIRA, REÚNE E VENDE LÁ FORA O TRABALHO DOS PRINCIPAIS DESIGNERS

POR KARIN DAUCH

BRASILEIROS DE MÓVEIS

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Espasso conquistou o título de primeira e única loja fora do Brasil a comercializar exclusivamente móveis nacionais no exterior. Há uma década que ninguém desbanca seu pioneirismo na divulgação do que há de melhor no design modernista e contemporâneo. Há um mês, a Espasso abriu sua terceira loja, em Londres, num charmoso townhouse ocupando mais de 200 metros quadrados com móveis clássicos e contemporâneos assinados por Sergio Rodrigues, Jorge Salszupin, Carlos Motta, Arthur Casas, peças de Etel Carmona, Claudia Moreira Salles, entre outros talentos nacionais. A matriz, em Nova York, foi fundada em 2002 e a expansão em Los Angeles aconteceu logo em 2004. A força por trás desse sucesso é seu fundador Carlos Junqueira, um paulista que, com sua curadoria seletiva e minuciosa, tornou-se o embaixador-mor do design brasileiro mundo afora. Com ar de galeria, a Espasso também organiza animados eventos com artistas de todo o país, com o objetivo de mostrar ao resto do mundo que o Brasil está muito, mas muito além da tosca imagem “futebol, praia e carnaval”. Just For conversou com Carlos na sua loja em Tribeca, o bairro bacana de Manhattan.

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Just For: O que você tinha em mente quando abriu a primeira loja Espasso, há 10 anos?

JF: Quando você abriu em 2002, existiu uma estranheza do público?

Carlos Junqueira: Minha ideia foi introduzir a história do design brasileiro do século XX além fronteiras, reunindo referências para mostrar como a produção nacional evoluiu para o contemporâneo, com produção de alto nível. Queria mostrar coisas inovadoras e únicas de nosso design como uma cadeira desenhada por Arthur Casas ou Isay Weinfeld. Isso é algo inédito nos Estados Unidos. Temos um conteúdo que nesse país ninguém conhecia. Aqui, apresentamos o design brasileiro por meio de uma linha do tempo que começa nos anos 1930. Até pouco tempo atrás, muita gente não conhecia, por exemplo, o trabalho de Sergio Rodrigues. Isso está mudando. Aos que tomaram conhecimento, ele é uma referência. A Espasso é hoje um ponto de referência do designer brasileiro fora do Brasil, porque temos os móveis que no contexto histórico têm maior relevância.

CJ: De certa forma sim. O público não conhecia e perguntava como era possível ninguém nunca ter ouvido falar da cadeira “dinamarquesa” do Jorge Zalszupim, que é simplesmente maravilhosa. Ou, por exemplo, o espanto dos próprios profissionais do ramo de decoração não conhecerem a cadeira “mole”, um ícone modernista do Sergio Rodrigues, que está com 85 anos.

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JF: Você acha que com a Espasso o público mudou a percepção em relação ao design brasileiro? CJ: Eu acho que o brasileiro dá mais valor ao que vem de fora do que à riqueza daquilo que ele mesmo tem. O trabalho dos designers brasileiros começou a ser muito mais reconhecido pelo público geral, modéstia

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à parte, depois que começamos a divulgar aqui fora. Claro que sempre existiram os conhecedores que apreciam Carlos Motta, Claudia Moreira Salles, Sergio Rodrigues, mas nesse caso me refiro à grande maioria que começou a dar certa importância aos designers brasileiros depois de terem visto os trabalhos deles apresentados aqui. JF: A maioria dos seus clientes são brasileiros ou americanos? CJ: Americanos, com certeza. Agora começamos a ver um grande volume de estrangeiros vindo pra cá, europeus, canadenses e russos, porque somos sempre mencionados em guias de viagem que falam de design, como os da Wallpaper ou da Louis Vuitton. Exportamos para o mundo inteiro. JF: Quem exatamente são seus clientes e qual o maior diferencial entre o brasileiro e o estrangeiro quando vêm aqui? CJ: Nossa clientela é praticamente composta de arquitetos e decoradores. As pessoas que passam pela rua entram na loja por acaso, veem algo que gostam e sempre acabam trazendo o arquiteto para dar opinião. A diferença dos profissionais brasileiros é que, hoje em dia, eles já conhecem o produto no Brasil, o que facilita para eles entenderem as propostas. O americano ainda está no

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processo de aprendizado, se familiarizando. A decisão final é sempre muito subjetiva, e vai do gosto pessoal, tanto faz se brasileiro ou estrangeiro. Ela não é baseada no nome do designer, mas na peça em si, mesmo quando um nome é mais conhecido do que outro. Ultimamente, temos recebido mais e mais colecionadores. Pessoas que conhecem os nomes do design moderno e contemporâneo e que estão levando essas peças para casas de leilões, como a Sotheby’s, Christie’s e Phillips de Pury. JF: Sempre foi intencional que a Espasso parecesse mais uma galeria do que uma loja? CJ: Sim, dentro do nicho da arquitetura e do design, a ideia é mostrar tudo o que o Brasil tem de bom, e que o pessoal de fora não conhece. Já trouxemos vários artistas aqui para tocar música, como Seu Jorge, Crioulo e Marcelo Bratke. Há alguns meses, exibimos o filme Xingu. O espaço aqui é realmente um lugar bacana para apresentar novidades da cultura brasileira, pois tudo isso se inter-relaciona com arquitetura e design. Eu procuro fazer esses eventos justamente para quebrar a percepção de que somos uma loja apenas interessada no lado comercial. A intenção desses eventos é criar um clima gostoso onde as pessoas possam interagir e conversar. Muitas vezes, nesse ambiente elas acabam se interessando por algo bacana que o Brasil tem a oferecer.

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A intenção com a arte que expomos nas paredes, músicos que trazemos e eventos que organizamos é agregar valor ao produto que estamos introduzindo num mercado que ainda não conhece as coisas boas do Brasil. JF: A Espasso abriu sua primeira filial em Londres há dois meses. O mercado europeu é diferente ou você expõe as mesmas peças que nas lojas de Nova York e Los Angeles? CJ: No momento ainda estamos passando pelo processo de aprendizado e observação. Mas a maior diferença entre os Estados Unidos e a Europa é a adaptação à escala, que lá é bem menor. Uma mesa de 20 metros não cabe na escada das residências europeias, por exemplo. JF: A crise americana afetou as vendas? CJ: Sem dúvida. O ano de 2008 foi difícil e passamos por um período bastante complicado. O país ainda está se recuperando, lentamente melhorando. Como o mercado imobiliário em geral não está indo tão bem, automaticamente, móveis acabam sofrendo a mesma sina. No entanto, nos mantivemos firmes durante toda a crise, nunca paramos de fazer eventos, investir na nossa marca, que se faz graças à criatividade dos 20 designers que representamos.

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JF: Além de móveis, que são objetos grandes e mais caros (as poltronas custam entre 5 e 12 mil dólares), vocês vendem algo menor e economicamente mais acessível? CJ: Eu acredito que design deve ser acessível a todos. Hoje somos uma loja exclusiva, mas minha filosofia é que o público geral apreciador de design também deveria ter nossas coisas. Muitos dos designers criam desejando que suas peças sejam acessíveis a um público maior, não somente para os mais ricos. Indo nessa direção, acabamos de inaugurar nossa loja virtual há duas semanas. No site vendemos acessórios e peças desenhadas pelos mesmos designers que representamos com os móveis, além de outros muito talentosos. A loja online é financeiramente muito mais viável. Pode-se comprar um saleiro bacana, uma bandeja legal. Alguém que não necessariamente tenha um arquiteto, mas que queira investir em alto design sem gastar vários mil dólares. Outra iniciativa é a produção local de móveis, aqui mesmo, nos Estados Unidos. Além de baixar o custo, é muito mais sustentável. Carlos Motta já produz a cadeira Astúrias na Califórnia com redwood, uma madeira local e ecológica. www.espasso.com

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JUST TRAVEL

FIZEMOS O TRABALHO DURO: SELECIONAMOS ENTRE OS HOTÉIS PREMIADOS DE 2012 OS MAIS CHARMOSOS, SUSTENTÁVEIS, BELOS E EXCLUSIVOS AO REDOR DO MUNDO. A VOCÊ, CABE A PARTE FÁCIL: TICAR NOSSA LISTA!

VALEM A

viaGeM poR ANA PAULA KUNTZ

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e

ntre os vários prêmios que elegem o melhor da hotelaria, um dos mais importantes é o do guia Fodor’s. Fundada pelo húngaro Eugene Fodor em 1949, em Paris, a marca tornou-se referência em dicas de turismo e uma honraria para os que são listados entre os 100 melhores do ano. A seleção de 2012, caprichosamente deixada para ser revelada no fim do ano, foi divulgada em novembro último. Como nós da Just adoramos listas, resolvemos não ficar apenas com uma impressão. Fizemos o trabalho braçal para você e selecionamos comparativamente, entre os mais bacanas guias anuais, os hoteis ao redor do mundo que realmente valem a pena entrar para sua desire list 2013. Seguimos os trendsetters de arquitetura, decoração, design, filosofia e estilo. Além disso, também preferimos, entre dois, os hotéis abertos em 2012. Chegamos então a essa seleção de ouro. “Valorizamos aqueles que oferecem experiências inovadoras, como os serviços de concierge impecáveis do Hub Porteño, em Buenos Aires, que antes da chegada já prepara recomendações de viagem customizadas para cada hóspede”, afirma a diretora executiva editorial da Fodor’s Travel, Anabella Bowen. Bem, aqui está. O difícil nós fizemos. A melhor parte, que é a experiência prática, fica para você. Programe suas férias e veja quantos deles consegue visitar a partir de agora até nossa lista do ano que vem.

TreehoTel • Suécia Cubos de madeira, alumínio e vidro estão literalmente nas alturas nesse refúgio da Lapônia. São 24 aposentos, um diferente do outro (com nomes como O Ninho de Pássaros, O Ovni e A Cabana), em meio a uma floresta quase intocada. A paz e a serenidade são oferecidas como diferencial para coroar a experiência de ser acolhido nos braços da Mãe Natureza com todo o conforto e a tecnologia da urbanidade. www.treehotel.se Diária: a partir de US$ 700

Soneva Gili by Six SenSeS • MaldivaS Ser ecológico e chique é a proposta desse hotel, que tem 45 casas sobre a água construídas com material sustentável, dois restaurantes e uma adega subterrânea, quadras de tênis e centro de mergulho. O detalhe decisivo para o prêmio, chamado ”fator x”, é o capricho arquitetônico de proporcionar a todas as “vilas” visão de 360 graus para o mar, inclusive durante o banho, já que os quartos têm deck e chuveiro ao ar livre. www.sixsenses.com/soneva-gili Diária: a partir de US$ 1100

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JUST TRAVEL

The ouT nyc • nova york Entre tantos gay friendly, esse é o primeiro hotel a levantar a bandeira hetero friendly – quer dizer, um hotel gay sem preconceitos, que convida os heteros ao convívio. Estranho mundo novo....Construído num antigo galpão de estacionamento, esse resort urbano tem Spa, academia de ginástica, restaurante e um clube noturno administrado por experts da animadíssima balada gay nova-iorquina. Há intenção de se fazer um museu gay na área. www.theoutnyc.com Diária: a partir de US$ 200

MaShpi lodGe • equador Inaugurado em abril de 2012, o hotel fica em uma área de conservação ambiental. Feito basicamente de vidro e aço, propõe uma imersão no ecossistema selvagem, desfrutando de comodidades e gastronomia de primeira classe. Tendo a sustentabilidade como principal compromisso, as instalações estão sendo preparadas para, em 2013, funcionarem totalmente com energia hidrelétrica. www.mashpilodge.com/en Pacote de duas noites com refeições e passeios: a partir US$ 1250

parroT cay • TurcaS e caicoS Nesse território britânico na região das Bahamas, o mar azul anil e as areias brancas já valeriam a viagem. O hotel fica em uma ilha particular a 35 minutos de barco da ilha principal. São 72 acomodações recém-reformadas, com enxovais de 1000 fios imaculadamente brancos. O chef espanhol Daniel Moran dá a linha do cardápio mediterrâneo, em que prevalecem pratos com frutos do mar frescos. No COMO Shambhala Spa há dezenas de opções de tratamentos holísticos, aulas de yoga, pilates e meditação. www.parrotcay.como.bz. Diária: a partir de US$ 450

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Taj FalaknuMa palace • Índia O palácio em estilo italiano-vitoriano foi moradia dos monarcas Nizams da cidade de Hyderabad, uma dinastia com mais de 400 anos de tradição. Inaugurado como hotel em 2010, depois de uma reforma multimilionária que durou cerca de 10 anos, o palácio resplandece com todo o glamour original do século XIX. A riqueza elegante e a história permeiam os 60 quartos e as áreas comuns, como a biblioteca, a sala de chá, os dois restaurantes, o lounge para fumar narguilé, a piscina e o spa. www.tajhotels.com. Diária: a partir de US$ 450

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JUST TRAVEL ViAgEm

inTerconTinenTal dananG Sun peninSula reSorT • vieTnã O designer e arquiteto Bill Bensley passou seis anos estudando a combinação ideal entre arquitetura contemporânea e tradição vietnamita até lançar, em junho de 2012, esse hotel de vanguarda à beira-mar. Um dos destaques são as cabines suspensas, onde os hóspedes podem apreciar os pratos preparados pelo chef francês Michel Roux, um três estrelas Michelin.

pRêmio FodoR’S

www.ichotelsgroup.com/intercontinental Diária: a partir de US$ 250

corinThia hoTel london • inGlaTerra Próximo ao Parlamento, o hotel tem 294 acomodações decoradas em estilo contemporâneo. O spa é enorme, ocupa quatro andares e tem piscina, sauna, academia, salão de beleza, tudo com decoração supermoderna e acabamento em mármore preto da Tunísia. As áreas comuns chamam a atenção pelo amplo pé-direito. Móveis em couro, detalhes em vidro e flores frescas compõem um ambiente chique mesmo para quem só está de passagem pelo hall. www.corinthia.com Diária: a partir de US$ 500

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SinGiTa GruMeTi reServeS • Tanzânia Em uma área com praticamente o tamanho da cidade de São Paulo, de propriedade do bilionário norte-americano Paul Tudor Jones II (entre os 340 homens mais ricos do mundo no segundo a Forbes), o hotel se divide em quatro núcleos. O Sasakwa Lodge, com nove “cabanas”, é o mais luxuoso, com quartos decorados em estilo colonial da savana. O Sabora Tented Camp segue uma linha beduína-camping-chique. O Faru Faru Lodge possui nove casas de pedra próximas ao rio Grumeti l. Desde de 2011, o hotel organiza também um acampamento móvel, com supervisão do grupo de design sul-africano Cecile & Boyd’s. www.singita.com Diária: a partir de US$ 900

hub porTeño • arGenTina A promessa é fazer o hóspede se sentir um nativo. Instalado na Recoleta, o hotel reproduz uma residência de alto padrão e conta com os mais descolados insiders de Buenos Aires para organizar os passeios dos visitantes – até os iPad’s são carregados com informações e aplicativos que atendam os interesses particulares de cada hóspede. www.hubporteno.com Diária: a partir de US$ 300

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POR CAMILA DUARTE

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TRANSFORMER PHONE A fabricante de computadores Asus lança a sua segunda versão de Padfone, um smartphone híbrido, que ao ser encaixado em uma extensão pode ser usado como tablete. O aparelho possui tela de 4,7 polegadas, mas, conectado à extensão, a tela é expandida para 10.1 polegadas com resolução de 1280 X 800 pixels. O aparelho vem com o sistema operacional Android, câmeras fotográficas traseira e frontal e pode ser encontrado com as opções de 16, 32 e 64 GB de armazenamento. O smartphone e a extensão custam US$ 930, US$ 1.040 e US$1.170, conforme a capacidade de memória. www.asus.com

A PÍLULA DA MÚSICA MOTO VERDE A Zero, fabricante americana de motocicletas elétricas, fundada por Neal Saiki, ex-engenheiro da Nasa, acaba de lançar a Zero S, ideal para andar na cidade. Movida à bateria, não tem escapamento e se desloca sem poluir o ar. A recarga leva uma hora, em tomadas de 110 ou 220 volts e dá autonomia para rodar até 220 quilômetros, com potência para chegar a 157 quilômetros por hora. Um aplicativo permite que o motociclista verifique o estado da bateria e faça ajustes para melhorar a performance da máquina. Preço: US$ 15.995. www.zeromotorcycles.com

O dispositivo Pill é uma caixa de som portátil e wireless em formato de pílula, desenhado para aperfeiçoar a qualidade do áudio e maximizar o volume. Tem capacidade de conexão bluetooth via NFC, que permite uma rápida sincronização com equipamentos de música, quatro alto-falantes e bateria com durabilidade de sete horas. Estão disponíveis nas cores branca, preta e vermelha. US$ 199,95. www.beatsbydre.com

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MUDE O FOCO

ULTRABOOK NACIONAL

LOCALIZADOR DE OBJETOS

A Qbex, fabricante brasileira de desktops e portáteis, lança o Ultrabook UX640. Entre as principais características estão a tela de 14 polegadas touch screen, acabamento em alumínio, conexão HDMI, webcam de 1.0 megapixel e bateria com duração de até seis horas. Já vem com o Windows 8 de fábrica. A Qbex é a primeira fornecedora nacional homologada pela Intel para produzir ultrabooks e conta com capacidade de produção de 50 mil notebooks e ultrabooks por mês. A partir de R$ 1.999,99. www.qbex.com.br

Para quem vive perdendo objetos pela casa ou morre de ansiedade esperando a mala na esteira do aeroporto, a solução pode estar em um aparelho do tamanho de uma moeda. O Stick-N-Find é um dispositivo que se comunica com um aplicativo, a ser instalado no celular, e informa a distância a que se encontra do dono. Outra funcionalidade possível é controlar quando um objeto se afasta por uma distância maior do que a configurada. Um único celular pode controlar até 20 dispositivos e com raio de ação de 30 metros e conexão via bluetooth. A cartela com 20 unidades será comercializada por US$ 49,95. www.sticknfind.com

Um clique sem preocupação com o foco ou com o ângulo. Para tirar uma boa foto com a Lytro, basta apontá-la para a direção que deseja apertar o botão. O foco e o ângulo ficam por conta dela, pois a câmera tem uma tecnologia que permite, ao visualizar a foto, alterar foco, zoom e perspectiva, revelando detalhes que antes poderiam passar despercebidos. Há dois modelos: um com capacidade de armazenamento de oito gigabytes ou 350 fotos, e outro de 16 gigabytes ou 700 fotos. À venda por US$ 399 e US$ 499, respectivamente. www.lytro.com

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CABEÇAS SEM POR ANA PAULA KUNTZ FOTOS: DEBBY GRAM • MODELO: SARAH ROSNER (AGÊNCIA WAY)

FRONTEIRAS

NA CONCEPÇÃO DO ARTISTA THÉO CARIAS, A MAQUIAGEM NÃO É FEITA APENAS DE BATOM, BLUSH E RÍMEL

Uma alma livre e criativa é inerente a todo artista. Mas o maquiador Théo Carias é mais que isso:

Criador e criatura: Théo durante o making of da capa. Ao lado, produções extravagantes que usam acessórios e materiais como massa de modelar (foto central)

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é um destemido. Em suas mãos, qualquer material ganha forma e utilidade na composição de um look, seja para uma maquiagem ou na decoração de um ambiente. Sim, ele trafega nessas áreas com a mesma desenvoltura e habilidade. Seu mais novo projeto utiliza massinhas de modelar e lantejoulas como elementos de uma maquiagem tridimensional. Com isso, ele arquiteta fisionomias, pensando nas cores, formas, texturas e composições de luz e sombra para finalizar sua obra de arte. Nascido em Fortaleza, Théo extravasou seu dom criativo pela primeira vez criando 12 óculos feitos a partir de armações antigas para um desfile de moda. Suas peças foram vistas pelo estilista Lino Villaventura, que o convidou para outros trabalhos – e assim Théo deixou seu ofício burocrático no cartório para entrar no glamoroso e árduo mundo fashion. Antes de se mudar para São Paulo, ele passou uma temporada de um ano e meio na Itália. Em Elba, no final

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dos anos 1990, auge das festas rave, Théo sacudiu a ilha com um trabalho de pintura corporal em dançarinos que animavam – e coloriam – as baladas. Daí para o trabalho de body art foi um pulo. Nessa especialidade, além de tintas, Théo usa outros materiais para “decorar” corpos. Recentemente, cobriu com 2.500 gotas de cristais partes-chaves da escultural atriz Deborah Secco para um ensaio da revista Corpo a Corpo. E, por incrível que pareça, ele bebe na fonte do clássico. “Prefiro não ver a tendência do momento e buscar referências em livros de arte. Para mim, o que importa é a beleza, um conceito atemporal”, afirma. Flores frescas. Ele as trabalha como um ourives. Os arranjos volumosos que adornam as cabeças de mulheres angelicais – como essa que ilustra nossa capa – também se tornaram obsessão das noivas exigentes da high society. E o mais notável é que os arranjos da mão e da cabeça podem fazer composé com os arranjos das mesas do salão de festas do casamento. E da igreja. à frente de sua bancada, onde há cerca de 40 pincéis e sombras de todos os pantones, Théo diz: “Adoro atender noivas. Elas vêm cheias de expectativas, fazemos vários testes e vemos o que funciona melhor.” Equilibrado e com bom senso para discernir o que dá resultado nas passarelas e o que serve para o convencional, ele explica que sempre orienta seus clientes a optarem pelo clássico. “No casamento, muita coisa pode passar despercebida, menos a imagem da noiva. Ela fica na memória dos convidados, nos registros de fotografia e vídeo, por isso não pode ser um make up datado.” Theo também pode ser uma ferramenta para as mulheres no dia a dia. E no que há de mais básico - no design de sobrancelhas, outra de suas especialidades. “Para as mulheres que não usam maquiagem no dia a dia, ter uma sobrancelha impecável é essencial.” Se ele diz, é melhor seguir. Um artista para muitas artes: à direita, body art feito com a atriz Deborah Secco; à esquerda, maquiagem na atriz Carolina Ferraz, e, acima, o resultado da produção de ensaio para revista de noivas

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Serviço: Oh! Théo Beauty&Co. Alameda Lorena, 1257, casa 4 – Jardins Tel: (11) 3062-3150 e 3062-3616 www.theocarias.com.br blogtheocarias.com

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just where

Ale Ro PARA

AnhA ânticos POr MARTA BARBOSA*

UM ROTEIRO POR SEIS CIDADES PRODUTORAS DE VINHO, PARA CONHECER RÓTULOS QUE TALVEZ VOCÊ NUNCA TENHA A CHANCE DE PROVAR POR AQUI

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würzburg

Praça do Mercado, no centro de Würzburg: cidade reconstruída após bombardeio inglês, em 1945

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garrafa azul foi um trauma que o brasileiro custa a esquecer. Eram anos 1990 quando o Liebfraumilch, aquele vinho branco açucarado e enjoativo, desembarcou aos rodos no país. Para iniciantes, foi um começo traumático. A má fama da garrafa azul rodou o mundo e forçou muito empenho dos produtores alemães em mostrar suas preciosidades. Mas a verdade é que as joias vinícolas da Alemanha são mesmo exclusividade de quem está lá ou visita o país. Com produções minúsculas, a maioria centralizada em cooperativas que decidem tudo – da casta a ser cultivada à hora de colher –, dificilmente os bons vinhos alemães chegarão ao Brasil. Simples assim: quer descobrir os melhores rótulos de lá, comece a planejar uma viagem. São 13 as regiões vinícolas da Alemanha, sendo Rheinhessen a maior de todas, seguida de Pfalz e Baden. A principal casta cultivada é a Riesling, dominante em 22% das plantações, mas também há muita devoção pelo cultivo de Müller-Thurgau, Silvaner (todas brancas), além de Spätburgunder (Pinot Noir), Dornfelder e Portugieser (tintas). Há vários roteiros pensados para o turismo enófilo, a exemplo da “rota romântica”. Sob esse selo estão hotéis, restaurantes e lojas especializadas, formando uma sugestão de viagem para encantar casais apaixonados e solitários amantes da bebida. A reportagem de Prazeres da Mesa seguiu essa trilha, com direito a muitos brindes, vistas de tirar o fôlego e a companhia de um povo simpático e festeiro, que se orgulha em erguer a taça para um brinde pela vida.

Província da Baixa Francônia, Würzburg é a porta de entrada da “rota romântica do vinho”. Aqui são 135.000 habitantes, sendo 20.000 estudantes. Com um importante centro universitário, estudo é um valor de que os locais se orgulham – três prêmios Nobel (Física, Química e Medicina) saíram daqui. Os moradores também se orgulham da orquestra, do grupo de teatro, do balé, da ópera – todos mantidos com dinheiro público – e do vinho, claro. Como em outras regiões da Alemanha, a maior parte da produção aqui está nas mãos da Igreja católica, que mantém vinhedos e bodegas. Das cinco maiores vinícolas do país, três estão na cidade que foi completamente destruída por bombardeio inglês durante a Segunda Guerra Mundial. Na noite de 16 de março de 1945, bombas incendiárias mataram 5.000 pessoas e transformaram em poeira o que hoje é a parte antiga da cidade. Um alívio é se juntar aos locais para tomar vinho na Ponte Velha, vendo o entardecer às margens do Rio Main, e observar tudo de pé e em paz novamente. Uma vez em Würzburg, procure um “ratskeller” – como são chamados os porões das prefeituras onde funcionam restaurantes de qualidade. Ou pare onde tiver a placa “weinstuben” – numa tradução livre: “lugar para tomar vinho”. E é isso. O Juliusspital Weinstuben é um charme. O lugar pertence a uma das maiores produtoras de vinho da Alemanha (que dá nome ao local), uma fundação criada em 1576 que também administra hospital, asilo, escola de enfermagem, inúmeras fazendas e ainda faz vinho bom. O Würzburger Abtsleite Silvaner 2011 tem a mineralidade que marca os vinhos desse terroir, com uma acentuada nota de anis. Do Iphöfer Müller-Thurgau Kabinett Trocken 2011 sobressaem aromas de flores e cítricos. Na boca, ressaltam notas de laranja e limão. Fresco e de perfil mais gastronômico, vai bem com pike-perch, um peixe local bastante popular, ou com pfifferlinge, um tipo de cogumelo rosado e de sabor suave, abundantes nos meses de setembro e outubro. Antes de dizer adeus, reserve uma manhã para conhecer o Palácio da Residência. Construído entre 1720 e 1744 à imagem de Versailles, é considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Mas é no porão que está a maior preciosidade: uma adega pertencente ao estado alemão, construída entre 1719 e 1724. Ali repousam em tanques de carvalho e em garrafas safras de Silvaner, Riesling e Müller-Thurgau, além de Pinot Noir e Domina. Não espere encontrar um rótulo da casa no Brasil. Como estatal, novos mercados não é uma preocupação da Staatlicher Hofkeller. “Se for ao Brasil, não vou querer tomar um vinho da Alemanha”, diz Jochem Gummersbach, para explicar por que não pensa em vender para a América do Sul. “Sessenta por cento de nossa produção vendemos dentro da Alemanha.”

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Nesse pequeno povoado moram 5.000 pessoas – todas têm alguma relação com o vinho. São 6.000 hectares de vinhedos, divididos em pequenas e familiares adegas. Mais uma

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just where Abaixo, lazer na ensolarada Würzburg, onde estão três das cinco maiores vinícolas do país. À direita, o Palácio da Residência, que abriga uma adega do estado alemão

sommerach

O rio que atravessa Sommerach é o mesmo Main, mas ali a população se orgulha de ser a margem mais ensolarada. Os produtores de vinho estão organizados em cooperativas. A Wienreich (vinho rico, numa tradução livre) é a mais antiga da Francônia, fundada em 1901. Começou com apenas 15 famílias, hoje reúne 90 em 200 hectares de vinhas. O solo é peculiar, formado por calcário, sedimento e areia – uma conjunção que conserva bem o calor, o que é bom, mas que também não retém a água. Por isso, as vinhas precisam dispor de irrigação artificial com gotejamento. Em Sommerach está a maior região irrigada artificialmente do norte da Europa. São 22 hectares. No sistema de cooperativa, os produtores entregam as uvas, e a vinificação ocorre sob a supervisão do enólogo Herr Glaser. Dos rótulos degustados, ponto para o Frizzante Valentin, sem açúcar residual, seco, com notas de laranja e limão na boca. O Winzer Sommerach Silvaner 2011 tem o frescor e a mineralidade típicas dessa casta. Amarelo-pálido, tem nota de maçã na boca. O Weinreich E1NS 2010 é um ótimo exemplar da Blauer Silvaner, ou Silvaner Azul. De cor amarelo-vibrante, é exuberante nas notas florais e damasco.

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beckstein

Nesse vilarejo está a terceira mais antiga vinícola do estado de Baden-Württemberg. Trata-se da Cooperativa Becksteiner, que reúne 500 produtores (mais que sua população, que é de 360 pessoas) de 21 comunidades vizinhas e que foi fundada em 1894. Dos 22 tipos de vinhos fabricados pela empresa, apenas nove são tintos. O encanto de Beckstein é a possibilidade de se hospedar no meio das vinhas. O hotel Weingut Benz foi inaugurado em 2012 e está localizado entre as plantações e o armazém de estocagem de uvas da cooperativa. Uma característica daquele terroir é uma camada de solo calcário muito poroso, o que garante vinhos mais frutados. Entre as vinhas se alternam fileiras de grama e de solo pedregoso, pensado para manter a umidade. Não se surpreenda com as imagens de santo em meio às plantas – é só mais um sinal de quanto Igreja e vinho se interseccionam na Alemanha. Entre os rótulos, destaque para o Becksteiner Winzer 2010, um dos poucos da região vendidos com rolha de cortiça, algo bastante em desuso no país. Esse tinto é um exemplar da Tauberschwarz, uva autóctone com mais de 300 anos de história, hoje produzida em apenas duas localidades do país. Em 1965, essa casta poderia ter sido dizimada com a Phylloxera, não fosse o trabalho do casal Weinstein e Silvia Vogtlin. Eles guardaram algumas mostras, recuperaram as plantas e, depois de dez anos, conseguiram expandir a produção e vê-la praticamente normalizada. Um alívio para os que apreciam essa casta tinta menos tânica, mais ao gosto do alemão.

* A reportagem viajou a convite do Centro de Turismo Alemão – DZT e Lufthansa.

prova da estreita relação entre religião e vinho, ali está a Igreja Maria do Vinhedo. O caminho até a construção do século XII não podia ser mais romântico, cercado de pastos e vinhas. O programa ali é caminhar pelas montanhas, aproveitando a vista do Rio Main, quem sabe com uma tacinha de Federweier – como os alemães chamam a bebida originada do primeiro mosto do vinho, antes mesmo da fermentação. De cor turva e com sedimentos, é muito doce, do tipo ame ou odeie. Volkach é um charme. Pequena e organizada, tem bons restaurantes, como o do Romantik Hotel, em que a boa cozinha local ganha versões de chef. Ótima oportunidade de provar alguns dos rótulos da família Müller, cuja adega está a poucas casas dali. Rainer divide com os filhos Christian e Toni a tarefa de vinificação, tendo formado a quarta geração dos Müller na atividade. São 25 hectares, de onde saem 200.000 garrafas ao ano – 80% de brancos. “Vendemos para países da Europa e para o Japão, mas não temos produção que justifique uma operação com o Brasil”, diz Christian. Dos vinhedos saem exemplares de Silvaner, Riesling e Müller-Thurgau, vendidos na garrafa tradicional da Francônia, chamada bocksbeutel, de formato redondo e vidro verde-escuro. A colheita é manual, e a vinificação ocorre em tonéis de carvalho alemão, usados por até três anos. “Esse carvalho confere notas menos doces que o americano”, diz Rainer. Ao menos dois rótulos da casa merecem atenção. O Max Müller I – Silvaner 2011 tem cor amarelo-pálido, um nariz fraco, mas surpreende em boca pelo belo buquê floral. O Spätburgunder Reserve 2011 é elaborado com Pinot Noir (que na Alemanha é chamada Spätburgunder), tem agradável toffee no nariz, taninos equilibrados e notas de caramelo na boca.

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hagnau

stuttgart

Capital de Baden-Württemberg, Stuttgart não chega a ser bucólica, nem pequena. Conhecida por ter dois gigantes da indústria automobilística (Porsche e Mercedes-Benz, que tem um museu no local), a cidade tem quase 600.000 habitantes e uma grande festa da cerveja, a Canstatter Volksfest, que acontece no final de setembro. Não se engane, esse também é um lugar de vinho. O consumo não é pequeno: enquanto na Alemanha se bebem 25 litros de vinho por ano per capita, em Stuttgart esse número chega a 40 litros por ano. São 430 hectares de vinhas, de onde saem 9 milhões de litros de vinho anuais, com uma particularidade: mais tinto que branco. Dessa região vêm 60% da produção de tinto do país. A melhor forma de conhecer os rótulos provenientes das margens do Rio Neckar é visitar o pequeno Museu da Vinicultura, no bairro Uhlbach. Reaberto após uma ampla reforma em agosto de 2012, abriga logo na entrada um bar onde é possível provar duas dezenas de vinhos, com preços que variam de 2,30 a 5 euros a taça. As uvas típicas de Stuttgart são Riesling (branca) e, entre as tintas, Trollinger e Lemberger. Curiosa é a casta local Kerner, cujas primeiras amostras remontam ao século VIII.

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Mais ao sul da Alemanha, Hagnau, em Bodensee, é um dos berços da produção de uva no país. Registros apontam o cultivo de Elbling em 1568. A casta já não existe, mas estão na memória da população local os vinhos brancos com muita mineralidade que resultavam de sua vinificação. Às margens do Lago Constança, fronteira com Áustria e Suíça, a cidade é minúscula (com uma população de 1.500 pessoas, sendo 230.000 nos meses de verão) e quase todos têm alguma relação com a produção de vinho. São 145 hectares de vinhedos, nos quais 60 famílias dedicam a vida ao cultivo das cepas. Há apenas uma cooperativa em Hagnau, criada em 1981, que dita todos os processos no campo, dos tipos de uva que podem ser plantados ao momento de colher. “Só podemos iniciar a colheita com a autorização da cooperativa”, afirma Roseli Berga, brasileira de Itapiranga, Santa Catarina, e moradora da região há mais de dez anos, onde planta uva com o marido alemão. Para ter uma ideia do rigor na padronização, em Hagnau não tem Riesling, a uva mais emblemática da Alemanha. A prioridade são castas com melhor resultado no terroir, como Müller-Thurgau e Pinot Noir. “Aqui, não precisamos de irrigação artificial, o que nos orgulha muito porque acreditamos que essa tecnologia traz prejuízo ao solo”, diz Anita Schmidt, enóloga-chefe da cooperativa de Hagnau. Em taça, o esforço em criar padrões de cultivo resulta em vinhos de qualidade. Exemplo: Hagnau am Bodense 2011, um branco produzido a partir de Müller-Thurgau com 12,5% de álcool, notas cítricas no nariz e frutas amarelas realçadas em boca. Outro destaque é o Spätlese Burgstall Premium 2010, um belo corte de Pinot Blanc e Pinot Gris, com 11,5% de álcool. No nariz, notas de tostados e nuts, com final médio, bom corpo e potente sabor de noz-moscada. Muito gastronômico, pede a companhia de peixe, de preferência o fenchel, o mais abundante no Lago Constança.

À esquerda, Festival do Vinho toma o Court Garden, durante o verão. Acima, vista do Rio Main, em Würzburg, que corta boa parte das cidades do roteiro romântico e irriga muitas das vinhas

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por ana paula kuntz fotos calu machado

just home

super o casal de chefs janaína e jefferson rueda, dois dos milhares de moradores do copan, contam as delícias de viver no centro de são paulo

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Na década de 1960, viver No ceNtro de São Paulo era privilégio da classe endinheirada. O bairro nobre da época tinha os imóveis com o metro quadrado mais caro da cidade, especialmente os do edifício Copan – encomenda da Companhia Pan-americana de Hotéis (daí ter sido batizado com esse nome) –, projetado por Oscar Niemeyer. Mas esse é um edifício de altos e baixos, assim como o Centro. A princípio, o empreendimento, que seria inaugurado para comemorar os 400 anos da cidade, teria dois prédios interligados por uma marquise: um residencial de 30 andares e um hotel com 600 suítes. No meio do caminho, os investidores quebraram e, quando chegou o aniversário de São Paulo, em 1954, a obra estava no terceiro andar, a parte hoteleira ti-

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nha sido deixada de lado e Niemeyer havia passado o bastão da construção para o arquiteto Carlos Lemos. A obra – com 35 andares (incluindo três subsolos), 115 metros de altura e sinuosa fachada de 45 mil metros quadrados, 1.160 apartamentos distribuídos em seis blocos, 20 elevadores, mas apenas 221 vagas de garagem – só foi entregue em 1966. E foi então que a prestigiosa Avenida Ipiranga, no número 200, passou a ser endereço de gente de status, de diretores de banco a artistas de renome. O pintor Di Cavalcanti, o cantor Cauby Peixoto, o ator Paulo Autran e o arquiteto Paulo Mendes da Rocha foram alguns dos moradores famosos do Copan. Bem, muitos habitantes nunca abriram mão de viver lá, outros novos nomes chegaram. Talvez a permanência e chegada mais festejada nos últimos

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anos tenha sido a do casal de chefs Janaína e Jefferson Rueda. Ela é dona do mais badalado bar-restaurante do centro da cidade, o Dona Onça. Ele é o chef do Attimo, restaurante cuja abertura agitou São Paulo no ano passado. Lá o casal vive com os filhos, João Pedro e Joaquim, em um apartamento de 198 metros quadrados há seis anos. A vista é fantástica, a decoração calorosa e cheia de adaptações, digamos, divertidas. Antes de mudarem para o apartamento, Janaína e Jefferson investiram numa bruta reforma. Por quê? Tarefas simples, como instalar uma tomada para ligar a adega, exigiu rasgar toda uma parede para puxar a fiação. E com 400 quilos de concreto por metro quadrado, todo o edifício exige sangue, suor, lágrimas e muita britadeira para ser modificado. “Foi uma operação de guerra. As paredes são tão resistentes que não conseguimos pendurar quadros, deixamos todos no chão”, diz Janaína. Para instalar a estante de madeira de demolição encomendada por Jefferson para fazer seu “armazém” foi preciso criar um suporte para nivelar a parede que a sustenta. “Não há móvel que se encaixe, é tudo torto. Coisas de Niemeyer”, diz Jefferson. Por ser um prédio antigo, também foi preciso rever os encanamentos e trocar todo o piso, o que levou Janaína a aproveitar para colocar cerâmica Brennand no chão da cozinha, o lugar mais valorizado e frequentado da casa. Se hoje o centro da cidade passou a receber pessoas mais seletas, intelectuais e grã-finos, a “culpa” é de Janaína e do Dona Onça, no térreo do Copan, onde filas se instalam nos fins de semana em busca do frango com quiabo, da polenta, dos pasteis e de outras iguarias da cozinha paulista. Outro condômino famoso que levou luzes para o prédio é o estilista Walério Araújo, e dizem que até a Virgem Maria esteve por lá dia desses, visitando uma moradora que decidiu sair pregando com um alto-falante pelos corredores. Janaína observa que, antes de abrir o bar, a maioria das pessoas que passava no local eram arquitetos ou curiosos em ver a obra de Niemeyer. Graças ao Dona Onça, agora ali se vê de tudo. “É tanto movimento que gente faz piada, dizendo que tem rico querendo brincar de pobre, porque vemos até madame sentada na calçada esperando por uma mesa”, diz. A frequência é democrática, com gente de todos os tipos coabitando em convivência pacífica. “Acho o maior barato quando tem políticos de nível presidencial e travestis sentados lado a lado.” Jefferson acrescenta que ali só não há espaço para o tédio. “Aqui não tem depressão. Hoje mesmo fui à padaria e tinha um sujeito andando pela calçada de sunga e mão na cintura. Já comecei o dia rindo”, diz. Para o casal, o melhor de morar no Centro é não precisar de carro. Numa realidade em que o paulistano chega a enfrentar mais de 200 quilômetros de congestionamento, luxo é andar com as próprias pernas. Eles conseguem fazer tudo o que precisam a pé e, quando muito, aproveitam as estações de metrô ali por perto para irem a outros bairros. “Para mim, há duas São Paulo: uma para cá e outra para lá da Avenida apaixonados e felizes: o casal ama viver no centro por causa da vizinhança eclética e da facilidade de andar a pé ou de metrô, podendo dispensar o carro

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adaptações: ao lado, a estante que precisou de suporte para se acomodar à parede curva e o quadro posto no chão, sobre o piso de cerâmica Brennand. abaixo, a integração das duas salas com a cozinha, a parte da casa onde o casal mais gosta de ficar

Paulista. Confesso que quando nos chamam para fazer um programa na parte de lá bate uma preguiça...”, diz Jefferson, que como bom interiorano de São José do Rio Pardo detesta o trânsito da capital. E diz que se sentem seguros. “Há bastante policiamento e iluminação. Não acho que aqui seja mais perigoso do que qualquer outro bairro da cidade”.

UM MONUMENTO COM ALMA

Mas com apartamentos que variam de 29 a 214 metros quadrados, o Copan nem sempre ofereceu boa rabada com caipirinha aos seus condôminos. Historicamente, sempre funcionou como uma miniatura de São Paulo, com gente de todas as classes sociais e interesses. Na década de 1980, a decadência bateu à sua porta e se instalou. E a maior estrutura de concreto armado do Brasil, considerado o maior edifício residencial da América Latina, era vista como um cortiço onde se protagonizavam “barracos” entre seus habitantes, dos quais sobravam gritarias e arremesso de móveis e eletrodomésticos. Geralmente esses teatros da vida como ela é vinham do bloco B, o pobretão do edifício, onde estão empilhados 448 quitinetes e 192 apartamentos de quarto e sala conjugados. A baderna amenizou nos anos 1990, com a eleição de um novo síndico e o início de projetos e parcerias público-privadas para a revitalização do Centro, que está novamente em alta. A Praça Roosevelt, entre as ruas Consolação e Augusta, é o exemplo mais recente: em outubro de 2012, foi entregue a reforma que contou com a instalação de nova iluminação, sanitários, área para brincar com cachorros, floriculturas e ainda 260 árvores, com guarita para vigia da Guarda

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Civil e da Polícia Militar. Janaína vivenciou essa transição. Na década de 1980, frequentava a praça em companhia de sua turma “street”, da qual fazia parte o skatista Beto or Die, o “rei da Roosevelt”. Filha de uma costureira, então dona de uma confecção de roupas de couro, ela fazia as entregas para a mãe, percorrendo a pé todo o Velho Centro. Seu pai trabalhava no Museu do Disco, na rua 24 de maio. “Assim fui conhecendo cada esquina e criando um amor incondicional pela região”, diz ela.

DURO NA qUEDA

E esse amor lhe rendeu alegrias e também tostões. Uma coisa de que os proprietários de apartamento no Copan não podem reclamar é de valorização imobiliária. De acordo com o índice FipeZap, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, o valor médio do metro quadrado no Centro é 5,5 mil reais. No Copan, a valor sobe para 7 mil reais. Em 2011, esse valor era de 4,7 mil reais e, em 2012, 3,6 mil reais. Basicamente, houve 100% de valorização em dois anos. Mesmo assim, o casal Rueda logo se mudará dali. Os planos são ir para um apartamento com o dobro do tamanho, cerca de 400 metros quadrados, a alguns quarteirões, na Avenida São Luís. Mas livrar-se do apartamento do Copan, nem pensar. A ideia é transformar o lar atual em uma hospedaria para receber chefs que vêm de fora de São Paulo. “Como temos uma cozinha industrial, integrada com a sala, vamos alugar para os profissionais da gastronomia, que poderão ficar aqui testando receitas, preparando mise en place, recebendo a imprensa e desfrutando da localização privilegiada”, afirma Janaína.

falta alguma coisa? a lacuna que há nos andares 15 e 23 deve-se à ausência do brise-soleil (lâminas horizontais que aparam os raios solares), por uma decisão estética de oscar niemeyer. conforme comentou o arquiteto carlos lemos, que tocou a obra, niemeyer teria dito que assim queria porque ficava bonito, e quem morasse nesses andares que providenciasse cortinas.

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ESTILO DE VIDA

VALE A

QUANTO Camarote: na região do Parque do Ibirapuera, a paisagem à noite é um show de luzes

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A VISTA

POR ANA PAULA KUNTZ FOTOS CALU MACHADO E RICARDO D´ÂNGELO

ÀS VEZES, O QUE MAIS IMPORTA NA HORA DE COMPRAR SUA CASA NÃO ESTÁ NA COMPETÊNCIA DOS ARQUITETOS, MAS EM UM PRIVILÉGIO CADA VEZ MAIS RARO EM SÃO PAULO: OLHAR LONGE

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ESTILO DE VIDA

TUDO O QUE ESTÁ NO PROJETO DE UM CONDOMÍNIO RESIDENCIAL - número de suítes, tamanho da varanda, estilo da cozinha, opções da área de lazer e por aí vai – pode não valer nada se as janelas derem de cara para uma paisagem feia. Através das esquadrias, o que se deseja é observar o futuro, a expectativa, o além, delineados pela oscilante linha de um horizonte amplo ou uma larga área verde. Conforme explica o corretor Eduardo Campos, da Pronto! Imóveis, o cliente chega a desistir do negócio diante de uma vista desenxabida. Ou, no outro extremo, abrir mão de algumas exigências para privilegiar uma paisagem encantadora. “O prioritário é a localização, depois vêm o número de dormitórios e vagas na garagem. Na sequência, os clientes querem uma bela vista. É um fator psicológico determinante, pois a pessoa pode entrar num apartamento todo quebrado, em reforma, e querer morar lá porque gostou do que viu pela janela.” Um imóvel com esse privilégio pode, inclusive, valer mais. Uma unidade do 15° andar de um prédio de 22 pavimentos na

rua Divino Salvador, em Moema, por exemplo, tem a seus pés uma praça densamente arborizada. Só por conta disso, pode valer de 5% a 10% mais que seus vizinhos virados para o lado oposto, chegando a custar mais de dois milhões de reais. Apesar de mais caros, apartamentos com vista ficam pouco tempo desocupados. “Temos uma máxima: vista vende”, completa a arquiteta Luciane Amarante, gestora de relacionamento da imobiliária VNC. “Todos gostam dessa contemplação, é uma atividade que tranquiliza e por isso tem forte apelo quando se trata de escolher um lugar para morar.” Em outras palavras, é o suprassumo da qualidade de vida. E do estilo de vida também. Afinal, há vistas para todos os gostos: em direção à natureza para quem gosta de acordar com os passarinhos, ao pôr do sol para quem quer fazer happy hour na própria varanda, e ainda para o skyline urbano todo iluminado, para aqueles que curtem a vibe noturna. Na Vila Olímpia, o apartamento no 20° andar de um edifício na rua Nova Independência, com vista para a Marginal Pinheiros, é um camarote para o show de luzes da cidade, que custa 17 mil reais. O metro quadrado, claro.

Oásis verde: em Moema, praça valoriza o visual

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OS MENINOS DO

por ANA PAULA KUNTZ

DEDO VERDE

espaço urbano

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CONHEÇA OS ARQUITETOS QUE CONSEGUIRAM A PERFEITA SIMBIOSE ENTRE CONCRETO E SUSTENTABILIDADE, COM INOVAÇÃO, EXCELÊNCIA E CONFORTO PARA QUEM USA FaZEr Um caNtEiriNho É vÁLiDo No QUiNtaL DE caSa. Quando o assunto são prédios comerciais ou espaços públicos, isso é quase jogar a sustentabilidade na lata do lixo. Em obras de grandes proporções, os investimentos devem garantir esse conceito em seu grau máximo. Isso é, na esfera da arquitetura, “ser sustentável” engloba, além da formação de áreas verdes, a instalação de sistemas de eficiência energética que aproveitem a energia do vento ou do sol, usar madeiras certificadas nas edificações, reaproveitar a água da chuva. No mínimo. Mas tem mais: esses projetos devem também promover espaços de convivência entre o homem e a natureza, gerando integração social, estímulo da cultura e da preservação patrimonial. Em São Paulo, a cidade mais poluída do país, há exemplos da arquitetura verde de alto nível que mostram a preocupação em renovar o modo de vida do paulistano e têm capacidade de solucionar com brilhantismo os problemas de poluição – visual, sonora e comportamental – que mancham a imagem da cidade. “O arquiteto precisa criar condições de sustentabilidade que se mantenham com o uso do espaço, integrando interesses ambientais, sociais, econômicos e até educativos”, afirma a arquiteta Adriana Levisky. É dela o projeto da Praça Victor Civita, em Pinheiros. Fruto de uma parceria público-privada entre a Editora Abril e a Prefeitura, o espaço

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praça victor civita

onde havia um incinerador de resíduos farmacêuticos foi transformado em um museu aberto da sustentabilidade. “Buscamos referências na legislação alemã, pois isso nunca havia sido feito no Brasil. E concluímos que, em vez de remover o solo contaminado – que seria como passar a batata quente – deveríamos criar uma solução para conviver com ele.” Assim, foi elaborado um deck de madeira certificada sustentado por uma base metálica de aço reciclado, a um metro do chão, para que os transeuntes passeiem por ali sem contato com o solo intoxicado. Ao longo dessa passarela, nas áreas de plantio crescem plantas que são fonte de bioenergia, como beterraba, milho, mamona e algodão. “Foi uma montagem limpa, que não gerou entulho nem resíduo de obras, e ainda preservou o passado do terreno, para que as pessoas conheçam e reflitam sobre o que aconteceu ali”, diz Adriana. Para ela, é fundamental que as pessoas vivenciem a sustentabilidade. “Do contrário, por melhor que seja o projeto, não vale nada. É como ter um carro de corrida e não saber dirigi-lo. Puro fetiche.”

O QUE É O terreno de 13,6 mil metros quadrados, em Pinheiros, abrigava um incinerador de lixo que deixou o solo intoxicado. A recuperação do espaço foi uma parceria entre a Editora Abril e a Prefeitura de São Paulo, que transformou o espaço em um museu a céu aberto com objetivo de conscientizar a população sobre as temáticas ambientais, de responsabilidade social e urbana. Além do caminho suspenso – uma plataforma de madeira sustentada por uma estrutura de aço elevada – há áreas de plantio e palco para apresentações culturais.

SINAL VERDE O contato com solo contaminado poderia intoxicar as pessoas. Mas, em vez de transferir o problema, a solução foi fazer a passarela suspensa.

QUEM FEZ Levisky Arquitetos | Estratégia Urbana, escritório que pauta seus projetos no princípio do desenvolvimento urbano, valorizando a mobilidade e estimulando o deslocamento a pé.

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PARQUE DA JUVENTUDE

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O QUE É Instalado onde era a Penitenciária do Carandiru, o parque transformou a aura do terreno no bairro de Santana, que agora recebe, em seus 95 mil metros quadrados de área verde, com alamedas, jardins, bosques, árvores ornamentais e frutíferas, jovens que praticam esporte, especialmente futebol e skate, e também a turma intelectual na Biblioteca São Paulo. O prédio de dois andares tem mais de 30 mil livros e 100 computadores com acesso à internet, com facilidades inclusive para deficientes visuais.

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SINAL VERDE A varanda da biblioteca tem vista para a área arborizada e é decorada com pufes confortáveis e coloridos que convidam o público a se entregar à cultura, em forma de livro, vídeo e música.

QUEM FEZ

Aflalo & Gasperini Arquitetos, fundado em 1962 por, na época, três trintões, o escritório ainda mantém o espírito jovem com capacidade para interpretar o que quer a moçada de hoje. Lugares que promovem o entretenimento, como o espaço Credicard Hall, em São Paulo, e o ATL Hall, no Rio de Janeiro, também são de sua autoria.

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O QUE É Encravado na Vila Madalena, o prédio de três andares e 1.100 metros quadrados foi projetado para se manter como um organismo vivo, que respira e se modifica dia a dia. Essa “poesia” se realiza da seguinte forma: nas paredes externas, feitas de concreto orgânico, material bem poroso, crescem plantas em todas as faces do edifício, formando um ecossistema alimentado por um sistema de irrigação que reaproveita a água da chuva. O encanamento visível, inclusive, remete ao sistema nervoso do corpo humano.

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QUEM FEZ Tryptique Architecture é uma firma franco-brasileira com escritório em São Paulo e em Paris e pegada experimental. A agência criada por Grégory Bousquet, Carolina Bueno, Guillaume Sibaud e Olivier Raffaelli já participou da Bienal de Veneza, da exposição Habiter em Paris e La Plateforme, em Rennes. Em 2012, concluirá em Paris a sede do Inpi (Institut National de la Propriété Industrielle).

SINAL VERDE As aberturas para integrar o interior e o exterior são verdadeiros portais. Sobre a laje do bloco anterior há uma cobertura vegetal, e sobre a posterior, uma casa de pássaros. Entre os blocos, uma praça interna se abre como uma clareira e serve como local comunitário, de encontros.

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MÓDULO ALTO DE PINHEIROS

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O QUE É Edifício comercial, numa esquina do bairro Alto de Pinheiros, tem lofts de 70 a 228 metros quadrados. Possui estrutura metálica e cobertura de telhas de aço e vãos livres que chegam a até 12 metros. Na fachada, um gradil metálico sustenta, por meio de ganchos, mais de 30 jardineiras - peças pré-fabricadas de concreto com sistema de irrigação. A maior parte da fachada é transparente, e todos os andares têm pé-direito duplo e varandas privativas para reuniões ao ar livre.

QUEM FEZ

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SINAL VERDE O condomínio não possui muros e é rodeado por cercas metálicas, com vegetação.
A receptividade vai além dos limites da propriedade, pois na calçada há banquinhos em meio ao jardim aberto a todos os passantes.

O projeto é da RoccoVidal P+W, que passou a ter esse nome em 2012 quando uniu-se à Perkins+Will, empresa norte-americana conhecida por seus projetos inovadores e sustentáveis, formada por equipe multidisciplinar de arquitetura e design, voltada tanto a edificações quanto interiores. A obra foi realizada pela Engeform.

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JUST WHO

a Place du Casino, em frente à entrada do Hotel de Paris, em novembro passado, os manobristas interpretavam um número de balé de braços dados a faiscantes carros de luxo. Subindo uns poucos degraus da entrada surgia o esplêndido hall adornado por afrescos espetaculares. Lá, a estátua equestre de Luis XIV mantinha o joelho de uma das patas previsivelmente polido, sinal de uma tradição que perdura desde o século XIX: a de tocar a estátua nesse ponto para ter sorte no jogo. À direita, divisava-se a entrada do restaurante Le Louis XV, iluminado e mais brilhante que nunca - tratava-se do aniversariante da noite; motivo de toda a pompa e atenção do inabalável chef Alain Ducasse e de todo um público seletíssimo convidado para o acontecimento. Ali estava o homem cuja obsessão pelo perfeccionismo, um verdadeiro pleonasmo da exigência, levou-o a fazer e manter por 25 anos o Le Louis XV no pedestal de restaurante mais luxuoso do mundo. Prosseguindo. À esquerda, o célebre bar americano, onde toda Mônaco marca presença, via em vez de ser visto. O primeiro contato, os primeiros sorrisos; a cortesia extraordinária do diretor do hotel, que fazia questão de cumprimentar pessoalmente cada hóspede, especialmente os que vinham ao Hotel de Paris pela primeira vez: a magia subia como champanhe; o Hotel de Paris regia sua orquestra sinfônica de maneira particular para cada hóspede. Móveis preciosos, mármores, cúpulas de vidro da Belle Époque, peças de porcelana do século XIX, telas antigas, espelhos venezianos, banheiros reais: ali exprime-se o conceito de luxo em sua mais alta expressão. Vinte e cinco anos depois do encontro de Ducasse com Mônaco, o chef decidiu comemorar a data do que define como um acontecimento mágico e fundamental em sua vida. E Ducasse não é de fazer pouco: chamou seus colaboradores, amigos e companheiros de ofício do mundo todo. A alta sociedade dos chefs do planeta estava lá ao seu dispor: René Redzepi (Noma, Dinamarca), Alex Atala (D.O.M., Brasil), Joan Roca (El Celler de Can Roca, Espanha), Magnus Nilsson (Fäviken, Suécia), Pierre Troisgros (Maison Troisgros, França), Quique Dacosta (Quique Dacosta, Espanha), Pascal Barbot (L’Astrance, França), Daniel Patterson (COI, EUA), Andoni Luis Aduriz (Mugaritz, Espanha), Anne-Sophie Pic (Maison Pic, França), Nadia Santini (Dal Pescatore, Itália), David Chang (Momofuku, EUA), Massimo Bottura (Osteria Francescana, Itália), Tetsuya Wakuda (Tetsuya, Austrália), Elena Arzak (Arzak, Espanha) Joël Robuchon (França)... No total, mais de 240 compareceram, enfileirando 300 estrelas Michelin em seu céu de brigadeiro.

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Foram três dias de festividades em momentos às vezes descontraídos. Para a manhã do dia 18, Ducasse organizou um mercado efêmero para o qual convidou seus fornecedores, agricultores, pescadores e artesãos, com a intenção de alardear o esplendor do terroir mediterrâneo. O almoço foi servido nos balcões do mercado improvisado. E isso era apenas a introdução ao tema que o menu, guardado a sete chaves até o momento de ser servido, enfatizaria a seguir.

A CEIA

Os produtos foram colhidos algumas horas antes. O chef queria o melhor da terra em sua forma mais pura, sem atalhos. O trabalho dos agricultores tinha de ser prolongado; os sabores preservados. Daí vem a filosofia e parte da fama de Ducasse. Sua mesa brilha com o verdadeiro sabor das frutas maturadas ao sol e dos vegetais crescidos na terra limpa e vizinha; dos dourados, pargos e polvos capturados nas redes de Gérard Ri-

DESAFIO: ALCANÇAR ESTRELAS O pleonasmo da exigência olha para trás e vê o desafio vencido. Era maio de 1987 quando o chef abriu o Louis XV. O Príncipe Rainier II havia depositado sua confiança nesse jovem chef de 30 anos, conferindo-lhe uma missão específica: transformar o Louis XV no primeiro restaurante de hotel a receber três estrelas Michelin. Também deu um prazo específico para a façanha: quatro anos. Era tudo o que nosso obcecado mais podia desejar – um desafio. Trinta e três meses depois, a missão já tinha sido cumprida. Ducasse fala do passado e da cozinha daquela época: “Já estávamos muito atentos aos terroirs da região e seus produtos. Era uma pequena revolução no mundo da alta gastronomia. Agora, nossa cozinha é ainda mais pura. Usamos poucas gorduras, pouco sal. A técnica está a serviço dos produtos”.

naldi, um dos últimos pescadores de Mônaco. Nos fins de semana, ele esquadrinha mercados de Nice e da vizinha Itália em busca dos melhores produtos dos Alpes Marítimos e do Piemonte; vistoria os mercados da Cours Saleya, em Nice, para encontrar o coalho de ovelha e os queijos de cabra, o aipo e os feijões brancos das colinas de Lantosque. Em Ventimiglia e San Remo, abastece-se de verduras para as saladas silvestres, de ervas frescas, camarões do Golfo de Gênova, alcachofras e farinha de castanha. “Nada me dá mais prazer do que a mudança de estações e a expectativa dos produtos que virão: as favas e os ensopados em fevereiro, a caça e os cogumelos no outono, os cítricos do inverno”, diz. Como contraponto a todo luxo, a cozinha de Louis XV deriva da raiz camponesa e caracteriza-se por uma exigência que dispensa quantidade e variedade em benefício da qualidade. Essa

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No jantar, sua mensagem em porções miraculosas de sabor, delicadeza e respeito à natureza calaram fundo todos os jovens e ambiciosos chefs presentes

Pureza à mesa: o evento durou três dias e teve almoço servido no mercado e jantar de gala no salão do restaurante, sempre privilegiando produtos regionais

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JUST WHO UM TOQUE DE HISTÓRIA simplicidade oculta a complexidade da execução que luta por reter o controle total sobre o frescor e sabor das matérias-primas brutas. Por isso, tudo é feito dentro do restaurante. A cada ano, cerca de quatro toneladas e meia de chocolate cru são trabalhadas pelo seu mestre-chocolateiro. É a imagem da Provença, uma cozinha da terra, do azeite e da produção maternal, verdadeira – o exato oposto de uma cozinha de tendência. “Um restaurante sempre será um teatro”, diz Alain Ducasse. A ceia de gala teve uma coreografia digna de Lyle Beniga. Os gestos, suaves, fizeram honra à gastronomia francesa. Os pratos tinham adornos de peixes, executados pelo artista Jean-Pierre Guilleron, com a técnica japonesa gyotaku. Ducasse, que já foi tido como timoneiro do foie gras e da trufa, vê-se mais natural. “Essa é a cozinha da verdade, da diversidade e do compartilhamento. Ela mostra que todos podem encontrar um lugar onde deitar suas raízes.” No jantar, sua mensagem em porções miraculosas de sabor, delicadeza e respeito à natureza calaram fundo todos os jovens e ambiciosos chefs presentes. Tudo ficará gravado para sempre na memória dos convidados como uma virada na página da história gastronômica. Para muito melhor.

RENÉ REDZEPI, Dinamarca

ANDONI LUIS ADURIZ, Espanha

“Servir um jantar perfeito para 400 pessoas foi tão impressionante quanto as palavras de Ducasse. Ele falou que nossa missão como chefs é respeitar o planeta.“

“É um momento histórico. É um privilégio estar aqui. Estou rodeado por meus mitos, dos chefs que li nos livros, de chefs inacessíveis, semideuses da cozinha”.

QUIQUE DACOSTA, Espanha

ELENA ARZAK, Espanha

O MENU

“Ducasse reuniu 250 chefs, mas acima de tudo juntou-nos. Não há nenhum limite, nenhum ranking ou listas. Há felicidade, criatividade. É um momento único.”

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O Hotel de Paris foi erguido em 1864 no planalto árido de Spellugues, quando o cassino Monte Carlo mal começava a tomar forma. A recém-construída casa de jogos em estilo Belle Époque era então o pináculo das enormes expectativas depositadas no lugar. Com o apoio do príncipe Carlos III, o multimilionário François Blanc lançou-se num desafio desproporcional: transformar um pedaço de terra seco que só dava limoeiros e oliveiras em uma meca do jogo e do excesso. O resultado superou todas as expectativas. Para os jogadores que vinham de todas as partes da Europa conhecerem a nova cara do principado, Blanc mandou construir o Hôoel de Paris usando como modelo o Grand Hotel do Boulevard des Capucines, em Paris. Na visão de Blanc, a elite internacional se encontraria em seus salões: reis, príncipes, chefes de estado, ministros, oligarquias governamentais, industriais, das ciências e das artes. Essa ambição do milionário deu início à epopeia jet-set do Hotel de Paris, que segue viva, enriquecida por um destino mais que novelesco e que fez esse palácio entrar nas páginas da história do Principado de Mônaco.

VERDURAS CRUAS DA HORTA, COLORIDAS E CROCANTES Verduras laminadas evocavam a abundância do mercado da Riviera: trompetas de Albenga, abobrinhas, cenouras, rabanetes vermelhos e negros, beterrabas, aipo, erva-doce, alcachofras, nabo branco, alface, chicória, endívias vermelhas, salsa. Para acompanhar, pesto de azeitonas.

“Eu gosto da maneira de cozinhar do Ducasse, sua obsessão pelo produto e pelo produtor. Tudo o que aprendo me ajuda muito na minha carreira.”

COUVERT MEDITERRÂNEO Uma coreografia divina depositava em cada mesa um quarteto de pãezinhos. Focaccia, tabatière, baguette e pão preto acompanhados de um pratinho de azeite de oliva de montanha recém-prensado. Jovem, ardente e opaco.

CAMARÃO DE SAN REMO, GELATINA E CAVIAR Provenientes da pesca artesanal do Golfo de Gênova, camarões marinados com uma nota discreta de limão de Menton. Chegaram sobre um leito de coral com gelatina sabor de mar e a força aromática do caviar do rio Amour. Pequenos casulos dourados, firmes e com sabor de amêndoas.

TOM AIKENS, Reino Unido “Único. Realmente algo muito especial. Inesquecível”.

BRETT GRAHAM, Reino Unido “Apenas um chef no mundo pode fazer isso.”

TRIGO SILVESTRE DE HAUTE-PROVENCE, ALCACHOFRAS ESPINHOSAS E TRUFA DE ALBA Com sabor primitivo, o cereal dourado mescla-se com a delicadeza da alcachofra e da trufa branca. Servidos em um prato fundo com colher, é um gesto à comida da infância.

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Os convocados: abaixo, a equipe composta por representantes de diferentes gerações e nacionalidades. Ao lado, o mestre discursando

CLAUDE BOSI, Reino Unido

“Isto é magia. O poder de convocatória a este nível só Ducasse tem. A qualidade de tudo é extrema, e sua generosidade, única. Foi meu professor. Parabéns pelos últimos 25 anos.”

PESCADO DE PESCA LOCAL E CALDO DE SABORES MARINHOS Filés de salmão vermelho, dourado, Saint-Pierre, polvo... Tudo regado com um caldo de pescado de arrecifes com açafrão. A pesca local compareceu à festa com toda força de sua simplicidade. Um prato cheio de sol, o tempero mais apreciado por aqui.

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TORTINHA DE CAÇA E ACELGAS DO PAÍS, SALADA DE TRUFA E MOLHO DE ENSOPADO A tortinha, fina e crocante, concentrava sabores selvagens. No recheio, a caça desfiada se mesclava às acelgas. O molho foi extraído de um caldo feito dos ossos e engrossado com miúdos. A salada foi temperada com vinagrete de trufa.

ALEX ATALA, Brasil

“Impressionou-me muito vê-lo como um defensor do planeta. Ducasse representou sempre a cozinha do caviar, foie gras e trufas. Hoje, falamos da natureza, de limitar as gorduras, usar pouco sal, dar nobreza a produtos humildes, mas milenares.”

COOKPOT DE MAÇÃ E MARMELO COM SORVETE DE LEITE DE ROCAGEL O marmelo silvestre da Provença e as fatias de maçã foram intercaladas em um cookpot. Em uma tacinha pequena, o sorvete de leite da fazenda da princesa Grace em Rocagel chega à mesa com um pontinho sagaz de sal.

HARMONIA ETÍLICA. Na larga tradição de alianças e combinações dos vinhos, vieram a calhar os anos de experiência e dedicação de Gérard Margeon, chef sommelier de todos os restaurantes de Alain Ducasse, e Noël Bajor, chef sommelier do Louis XV. Eles escolheram para a ceia garrafas de vinícolas e enotecas de poucos produtores, uma seleção especial. Reservas preciosas. Cada uma expressando a paciência, o trabalho e o talento de seus produtores: Dom Pérignon Vintage Rosé 2000, Dom Pérignon Vintage Rosé 1995, Dom Pérignon Oenothèque Vintage 1993, “Y” 2009, Château Cheval Blanc 2004, Saint-Emilion, Premier Grand Cru Classé A, Château d’Yquem 1988 e conhaque Hennessy Paradis Impérial Rare.

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gastronomia

Conheça o eataly, o megaempreendimento do

paraíso dos

Chef mario Batali que levou a alma italiana

ItálIamaníacos direto para o Coração de nova york

por flavia pegorin, de nova york fotos virginia rollison

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asta farinha de trigo de boa qualidade, sal, água e talvez ovos – transformar tudo isso em longos fios de massa, picar um bom punhado de tomates refogados em azeite e temperos, espalhar parmigiano ralado por cima. A comida italiana é basicamente isso. Mas o renomado chef Mario Batali acrescentou um galpão de 5.000 metros quadrados, gôndolas de todos os ingredientes e utensílios possíveis, 80.000 visitantes a cada fim de semana e criou seu templo de adoração ao gênero culinário que o fez famoso. Os discípulos da cozinha italiana, a partir de então, devem peregrinar de tempos em tempos para aproveitar o Eataly. A casa é tida como a maior do mundo servindo comida artesanal e no comércio em geral de artigos com inspiração na Itália. O misto de mercado com restaurante foi aberto no centro de Nova York em agosto de 2010 como fruto da colaboração entre Batali e seus sócios, Lydia e Joe Bastianich. Oscar Farinetti, fundador do Eataly que funciona desde 2007 na cidade italiana de Turim, também meteu sua colher na casa nova-iorquina para dar ao então “posto avançado” o charme e o tempero original do País da Bota. De fato, hoje o Eataly de New York não é mais “posto avançado” coisa nenhuma. Quem chega desavisado à porta do empreendimento encravado bem em frente ao Flatiron Building, em plena Fifth Avenue, fica pasmo logo de cara com a área que equivale a um campo de futebol de prate-

leiras e mais prateleiras de artigos culinários. Para dar sequência ao choque, vale dizer que são sete restaurantes internos servindo receitas variadas, cada um em seu papel; há ainda um café, uma loja de vinhos, uma padaria, uma área de doceria, diversas barracas menores e, ao lado do prédio, mas com entrada separada, um centro educacional de gastronomia. Sendo amante da cozinha italiana, difícil ter algo que não se encontre ali. São carnes de todo tipo alinhadas lindamente em um balcão – com um açougueiro sempre disposto não apenas a tirar dúvidas, mas a explicar a procedência e sugerir uma receita ou outra. No setor de queijos, frutas e vegetais frescos, cenas de encher os olhos e dar água na boca. E são ainda dezenas de corredores com massas e ingredientes para prepará-las com toda sorte de molhos e

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gastronomia

abra a boca e feche os olhos: pelo paladar, os visitantes são levados a uma viagem sensorial bom típicamente italiana

acompanhamentos. Pensou na costa da Itália e se lembrou dos pescados? Tem também – uma gôndola gigantesca repleta de tudo o que as águas podem oferecer. Nem é preciso dizer que é possível, com um pouco de apetite, passar o dia todo no Eataly. Essa foi justamente a intenção de Mario Batali e seus parceiros: que, depois de experimentar uma pizza borbulhante feita no forno a lenha ou um prato de massa, carne ou peixe, o visitante passasse então às sobremesas artesanais, um café ou chá, com biscotti para arrematar. Mais tarde, se ainda for capaz de caminhar, o cliente pode escolher uma seleção de utensílios domésticos importados da Itália e de outras partes do mundo (das formas aos cutelos e panelas) e também adquirir livros. E massas secas, enlatados, molhos, azeites e todo o necessário para continuar em domicílio o festival de comilança. A outra intenção de Mario Batali foi que o Eataly se tornasse a Meca da cozinha e dos ideais da culiná-

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ria italiana em plena Manhattan. Acertou em cheio. A ilha e seus arredores, que congregam uma grande família de descendentes de imigrantes vindos da Itália no início do século passado, abraçaram a casa com toda a vontade. Não existe horário em que o Eataly esteja calminho. É como chegar à casa da nonna sempre ao meio-dia de domingo, quando a horda ensandecida por comida e bebida acaba de pôr a mesa. Na época da inauguração do espaço, essa loucura foi apontada por muitos críticos gastronômicos. Mas a onda passou – a das críticas ruins, não a das filas. Elas, aliás, costumam ser longas, com mesas levando no mínimo 40 minutos para ser liberadas. O que não se vê, curiosamente, são reclamações: o tempo voa quando há tanto o que ver e provar. E não tem um bambino aborrecido pela espera porque, depois de deixar o nome na lista, dá para fazer um giro pelas áreas de compras e experimentar um quitute ou outro, ou clicar uma infinidade de fotos até dar o tempo solicitado. Tempo bem recheado.

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Para todos os gostos: são sete restaurantes, cada um com uma especialidade, que vão da pizza à cerveja

sendo amante da cozinha italiana, difícil ter algo que não se encontre ali Segundo seus idealizadores, o Eataly pode aparentar ser essa bagunça italiana, mas na verdade existe ali, isso sim, uma alma muito regrada. A filosofia que comanda as cozinhas da casa com mão de ferro é oferecer iguarias artesanais com qualidade, adquiridas de fornecedores que prezam a sustentabilidade e que tenham preço justo. Os sete restaurantes, dá para notar e provar, respeitam tudo isso – cada um na sua especialidade. No Manzo, o mais pomposo, têm lugar as pessoas mais dispostas a uma refeição italiana tradicional e completa, com entrada, primeiro prato e segundo prato (sendo que este último pode muito bem ser a excepcional bisteca grelhada). No La Pizza & La Pasta, é difícil ignorar as redondas tipicamente napolitanas – mas, se tiver essa coragem, a lasanha ao pesto pode ser uma bela troca. Fora essas delícias mais características e óbvias, optar por uma mesa do Le Verdure pode surpreender – como ao provar os antepastos, as saladas ou a batata assada com tomate, mussarela e pecorino. Ou no Il Pesce, experimentando um delicioso polvo marinado ou frutos do mar fritos ao modo da Ligúria. O visitante também não perde se entrar na extensa fila do La Birreria, localizado em um jardim no telhado, para degustar cervejas artesanais e as porções do cardápio (as bebidas da cervejaria local do Eataly sempre na temperatura

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perfeita e os beliscos sempre frescos, como o presunto cru do Alto-Adige, região ao norte da Itália). Preservar a autenticidade da Itália parece ser mesmo importante na casa. No Lavazza Café, é um italiano quem dá as cartas – Luca Montersino, confeiteiro de experiência que prepara diariamente os sorvetes e os pequenos doces para acompanhar a saideira. No açougue, outro italiano, Sergio Capaldo, é o responsável por cruzar os Estados Unidos (do Estado de Montana ao Kansas) escolhendo fornecedores com os melhores cortes e que produzam de modo semelhante ao que se vê na Europa. Marco Michaelis, que comanda a fabricação das massas, é filho de Egidio, que faz o mesmo trabalho no Eataly de Turim, enquanto Fiorenzo Giolito controla o setor de queijos e o pai do próprio Mario Batali fornece os embutidos da casa. No Eataly, a obsessão por acertar na comida é tamanha que existe até um cargo de vegetarin butcher, algo como um açougueiro dos vegetais. Mas essa é a função da americana Jennifer Rubbel – que não é italiana, mas é igualmente fanática pelo papel de mostrar aos funcionários como despelar um tomate ou abrir uma alcachofra. Tudo para trazer a Itália até o centro da metrópole em sua melhor e mais saborosa forma.

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CINEMA POR ANA PAULA KUNTZ

OS FILMES QUE VOCÊ PRECISA VER EM 2013

SAI ANO, ENTRA ANO E VOCÊ SEMPRE ACABA COM ALGUMA MANCHA NO SEU CURRÍCULO CINEMATOGRÁFICO. É UM PODEROSO CHEFÃO QUE VOCÊ NÃO VIU AQUI, UM CIDADE DE DEUS QUE FICOU FALTANDO ALI. POIS BEM: A LISTA A SEGUIR TEM ALGUNS DOS CLÁSSICOS QUE VOCÊ PRECISA VER ANTES DE 2014 ESTOURAR POR LUSA SILVESTRE

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1925 1) O Encouraçado Potemkin Serguei Eisenstein Conta a história de um levante de marinheiros em 1925. Várias cenas históricas aqui para serem vistas: o close do pedaço de carne cheio de minhocas (e que serviu de inspiração para uma cena do filme Estômago) e a famosa cena da escadaria (inspiração para outra cena, de Os Intocáveis).

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2) Limite Mário Peixoto O segundo longametragem da história do Brasil é tão cultuado que virou mito. Primeiro, porque ficou sumido 80 anos. E depois, porque dizem - o diretor Mário Peixoto era um dândi que apenas queria gastar dinheiro. Contratou um bom câmera, Edgar Brasil - e ele sim é o verdadeiro gênio por trás de tudo. O mistério é um excelente afrodisíaco. 3) Tempos Modernos Charles Chaplin O último filme mudo de Chaplin, quando todo mundo estava falando pelos cotovelos na telona. Duas coisas lendárias: a música Smile, do próprio Chaplin, e aquela famosa cena do Carlitos dentro de uma máquina apanhando das imensas engrenagens. Fofoca: a atriz principal era dançarina do estúdio antes deste filme.

4) E o Vento Levou Victor Fleming “Jamais passarei fome de novo”, brada Scarlett O’Hara depois de ouvir o estômago roncar pela sexta vez. Clássico dos clássicos, é uma linda história de amor entre Clark Gable e Vivien Leigh durante a Guerra Civil Americana. Pena que é comprido pacas: quatro horas de duração. Melhor fazer como nas compras do Natal e dividir em duas vezes. Foi o primeiro grande filme colorido da história. 5) Cidadão Kane Orson Wells Um filme cheio de mistérios. Primeiro: que catso é “Rosebud”, que o protagonista geme o tempo todo? Segundo: Kane é mesmo inspirado em William Randolph Hearst, o dono do castelo de mesmo nome - hoje atração turística na Califórnia? Terceiro (e não estou falando só do peso): por que Orson Wells nunca mais foi o mesmo? 6) Casablanca Michael Curtiz Casablanca tem Bogart na sua melhor fase canastrão, tem Ingrid Bergman, tem despedida no aeroporto, tem You must remember this. O que não tem é a famosa frase “Play it again, Sam”. Repare como Bogart fica do lado esquerdo da tela o filme todo, enquanto Ingrid Bergman só aparece do lado direito. Era intencional, para mostrar como eles se completavam.

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7) Gilda Charles Vidor Gilda tem mais ou menos a mesma história que Casablanca. Mas o Marrocos (Casablanca) é mais esquisito que a Argentina (Gilda). Talvez por isso que Casablanca tenha feito mais sucesso. Gilda é Rita Hayworth, e ela cantando “Put the blame on Mame”, tirando as luvinhas, é megassensual. Frase histórica: “Jamais haverá mulher como Gilda”. 8) A Felicidade Não se Compra - Frank Capra Os americanos perderam um pouco o rumo da comédia com o cinema falado. Daí Frank Capra trouxe a luz. O filme é sobre um sujeito que está pensando em se suicidar por causa de um problema financeiro. E daí aparece um anjo para ajudar. O FBI abriu investigacão por achar que o filme criticava os bancos e o sistema capitalista em geral. Os investigadores não tinham o que fazer, realmente.

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9) Hamlet Laurence Olivier Tem muita gente que acha que Shakespeare foi o maior escritor de língua inglesa que existiu. E tem gente que acha que ele sequer existiu. De qualquer modo, o filme está aí, existe e é necessário. Veja por dois motivos: a) Sir Laurence Olivier, que virou Sir por causa de Shakespeare; e b) o filme foi gravado em um castelo de verdade. Imagine você morando ali, maior mordomia. Mas sem fantasma.

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10) Cantando na Chuva Stanley Donen A história: durante o nascimento do filme falado, alguns atores sofrem por não ter a mínima condição de usar a própria voz esganiçada. Se você achava que só Michael Jackson era bom de dança, espere pra ver Gene Kelly. Foi restaurado recentemente e está mais colorido que a Lady Gaga. É talvez o único musical que não aborrece. Canções clássicas: Singing in The Rain e Make’Em Laugh. 11) O Sétimo Selo Igmar Bergman Ah, Bergman. Todo cinéfilo tem que saber que Bergman existiu, principalmente para dizer “não gostei”. Bergman curte investigar a natureza humana, como se cinema fosse consultório de psico. Neste filme, temos a famosa sequência da morte jogando xadrez com um camponês. Se pintar preguiça, use o fast forward sem dó.

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12) As Noites de Cabíria Federico Fellini Fellini tem duas fases: o realismo, mais antiga (fase do Cabíria), e o Teatro do Absurdo, já nos anos 70. O realismo é mais fácil para mortais, como eu e você, entenderem. Giulietta Masina, mulher do próprio Fellini, é Cabíria - uma prostituta que procura o verdadeiro amor Roma adentro. O pôster virou febre nas paredes de cafeteria pelo mundo. Suave diversão. 13) Gata em Teto de Zinco Quente Richard Brooks Tennessee Williams, o escritor, gostava de um melodrama familiar. Noiva apaixonada pelo cunhado, irmãos que se detestam, doenças terminais, bem clima de novelão das oito. Paul Newman fica de pijaminha azul o filme todo enquanto rola “D.R.” com uma Liz Taylor bem menos casadoira que no fim da carreira. Essencial. 14) Quanto Mais Quente Melhor Bill Wilder Junto com Capra, o diretor Bill Wilder é o criador da moderna comédia americana. Sobre a história: Tony Curtis e Jack Lemmon são dois músicos que se complicam sem querer com a Máfia. Daí fogem fantasiados de mulher. E assim, vestidos, entram em uma banda só de garotas, cuja estrela principal é Marilyn Monroe de camisola preta. Uia!

15) Acossado Jean Luc Godard A Nouvelle Vague nasceu com esse filme. Para quem não sabe: Nouvelle Vague é igual a histórias de gente de verdade mais inovações técnicas. Jean Paul Belmondo é um marginal que flana charmosamente por Paris, pendurado em uma americana, enquanto a polícia o caça. As meninas vão suspirar, os homens vão imitar.

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16) Psicose Alfred Hitchcock Uma mulher rouba o chefe e foge. Na fuga, vai dormir no motel do assassino. Repare como Hitchcock consegue passar a aflição do personagem na famosa cena da banheira. Enquanto a mocinha é esfaqueada, são mais de 70 takes em 1 minuto e meio. Depois, quando ela é retirada da banheira, temos somente quatro takes em dois minutos. É o personagem se acalmando depois de ter matado. Gênio. 17) Bonequinha de Luxo Blake Edwards Botando os pingos nos “is”, sem moralismos: é a história de uma prostituta chique e simpática personificada na icônica figura de Audrey Hepburn. E vamos combinar que Audrey, comendo brioches em frente à Tiffany’s de Nova York é chique pacas, imagem clássica da iconografia moderna. História de Truman Capote, aquele esquisitão.

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CINEMA

1962 18) Lolita Stanley Kubrick O romance mais importante de Nabokov, sobre um professor que se apaixona por uma menina de 13 anos. E é do Stanley Kubrick, que gostava de um escandalozinho. Peter Sellers, que depois foi o Inspetor Clouseau, rouba o filme. Mesmo sendo em preto e branco é super-sensual.

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19) Deus e o Diabo na Terra do Sol Glauber Rocha Numa época em que o cinema brasileiro buscava entender se era arte ou entretenimento, Glauber apareceu defendendo e mostrando que era arte. Isso prejudicou a imagem de Glauber hoje em dia, porque as pessoas acabam achando que ele é chato. Neste filme, tem tiroteio, perseguição, jagunço, enfim: Glauber não merece a má fama de sujeito cabeça que tem. Não por causa deste filme. 20) São Paulo S.A. Sérgio Person Sérgio Person se foi cedo, deixando uma obra curta e as filhas Marina e Domingas. Aqui ele discute a eterna briga entre ganhar dinheiro e as próprias convicções éticas. Pouco assistido fora da USP, começa pelo fim, volta ao começo, corta pro fim de novo - coisa que o Tarantino faz hoje como ninguém. Aproveite para ver como Walmor Chagas era antes de ficar grisalho.

21) A Primeira Noite de Um Homem Blake Edwards Clássico: Dustin Hoffman tem uma queda pela coroa Anne Bancroft e espera que ela colabore para que perca a virgindade. Comédia leve e ao mesmo tempo superanacrônica, bem típica da época da virada dos anos caretas para os anos bem loucos. A famosa música Mrs. Robinson, de Simon & Garfunkel, vem daqui.

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22) Butch Cassidy & Sundance Kid George Roy Hill Dois fora da lei (Paul Newman e Robert Redford) saem roubando bancos e espalhando charme até que a batata assa - e eles fogem para Bolívia. Tem a famosa Raindrops keep fallin’ on my head, com a trinca amorosa (sim, são em três) andando de bicicleta pelo jardim. Cena final apoteótica. Sai tiro pra tudo quanto é lado. 23) O Poderoso Chefão Francis Ford Coppola Maior filme de todos os tempos. Ponto. Marlon Brando, já consagrado, não só aceitou fazer um teste como meteu algodões na boca para ganhar o papel, com certeza. E tem mais: Al Pacino novinho, tiroteios, personagem inspirado em Frank Sinatra, a cena da cabeça do cavalo, etc. e tal. E a continuação consegue ser tão boa quanto o primeiro da série, fato raro. Mesmo o terceiro não faz vergonha.

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24) O Exorcista William Friedkin A história até que é manjada: um demônio assume o corpo de uma garota (Linda Blair) e um padre aparece para livrá-la do “Coisa Ruim”. Mesmo assim, meio clichê, é um terror de primeira. Linda Blair acabou com alguns problemas depois. Primeiro, vazou que ela era dublada em algumas cenas do filme. Depois, ela acabou se envolvendo com drogas. Pode se dizer que foi um papel amaldiçoado.

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25) Taxi Driver Martin Scorcese Robert De Niro, novinho, é um ex-fuzileiro naval que vira motorista de táxi e se apaixona por Cybill Shepperd. Niro chegou a trabalhar 12 horas por dia de taxista e estudou doenças mentais para fazer o papel. Frase famosa: “Are you talking to me?” Mas tem que ser dita na frente de um espelho. 26) Chinatown Roman Polanski Temos um filme policial ambientado na Los Angeles de 1937, sedenta por água. Parece coisa de mundo sustentável, né? Tem de tudo: revólveres, esquisitices familiares, traições conjugais, o pacote completo. Depois deste filme, Polanski foi pego na cama com uma menor de 13 anos - e se mandou dos EUA. Não pode entrar lá até hoje.

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27) Star Wars George Lucas Em duas palavras: Darth Vader. Ah, posso escrever mais? Então vou dizer que foi o filme que reinventou os efeitos especiais, que o roteiro abusava dos mitos gregos, que a Princesa Léia atiçou os hormônios de toda uma geração e que Star Wars descobriu o licensing. E George Lucas ficou rico. 28) Noivo Nervoso, Noiva Neurótica Woody Allen Dava pra fazer uma lista só com Woody Allen. Mas vamos ficar neste aqui. O filme ganhou Oscar de roteiro, filme, diretor e atriz principal. Isso fala por si só. Frase memorável: “Não critique a masturbação: é fazer amor com a pessoa que você mais gosta”. Outro filme imperdível do Woody: Manhattan. Outro? Poderosa Afrodite. Mais? 29 ) Touro Indomável Martin Scorcese Outro da dupla Scorcese - Niro, como Taxi Driver. Robert De Niro arrebatou Hollywood ao engordar 25 quilos para fazer o papel do pugilista Jake LaMotta. Oscar para o gorducho. Menção honrosa a Joe Pesci, um dos melhores intérpretes de mafioso que existem. Cuidado: é violento pacas. E branco e preto. E tem que ver.

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CINEMA

1985 30) De Volta para o Futuro Robert Zemeckis Sensacional aventura sci-fi cheia de reviravoltas. Programaço para ver com a família, eleita uma das melhores franquias em 100 anos de cinema. Curiosidade: o carro DeLorean do filme foi escolhido por ter as portas abertas para cima. Assim, as pessoas de 1985 poderiam achar que o carro era uma nave espacial.

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31) Os Intocáveis Brian De Palma Refilmagem de uma série dos anos 50, é um filme que resolveu uma injustiça histórica ao dar Oscar de coadjuvante para Sean Connery, o melhor 007 de todos. Um dos filmes de máfia que seu vídeo tem que ter, com Robert De Niro no papel de Al Capone. Nem Kevin Costner conseguiu estragar. 32) O Silêncio dos Inocentes Jonathan Demme Thriller policial com um toque de terror, daqueles de arranhar os braços da cadeira. Jodie Foster, novata no FBI, tem que encarar Anthony Hopkins - um dos maiores vilões da história, segundo o American Film Institute. Oscar de melhor ator para ele e para ela. Uma produção muito cuidadosa. Por exemplo: as larvas usadas na produção (sim, tem larvas!) voaram de primeira classe para as filmagens.

33) Forrest Gump Robert Zemeckis Fábula moderna que mostra um personagem limítrofe, meio idiota, mas que estava sempre por perto dos maiores acontecimentos americanos. Oscar para Tom Hanks, que, ao ganhar o prêmio, se tornou o primeiro a beliscar a estatueta duas vezes seguidas desde Spencer Tracy (1938-39). 34) Pulp Fiction Quentin Tarantino Tarantino ganhou Cannes com Cães de Aluguel e assombrou o mundo. Daí ele veio em seguida com Pulp Fiction - e ganhou Oscar de roteiro. Além do humor, da violência estética, da narrativa não linear, Pulp Fiction ainda merece uma salva de palmas por resgatar do limbo o querido John Travolta, que também foi indicado ao Oscar pelo mesmo filme. 35) Fargo Irmãos Coen O elenco é talentoso, o lugar onde o crime acontece é excêntrico (neve pra todos os lados) e o roteiro é realmente muito original. Mas não se engane: apesar de aparecerem os créditos “baseado numa história real”, no começo do filme, é tudo invenção. Os irmãos Coen só queriam que as pessoas acreditassem mais ainda naquela história absurda.

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38) Snatch - Porcos e Diamantes Guy Ritchie Guy Ritchie reinventa o gênero Roubo a Banco Inglês com uma linguagem bem pop. Brad Pitt se ofereceu para fazer o papel de boxeador cigano e - pasme! - o diretor recusou. Só o contratou depois que ele provou que conseguiria fazer o sotaque londrino que o papel pedia. Aliás, uma das melhores coisas do filme - o sotaque de Brad Pitt. 39) Cidade de Deus Fernando Meirelles Provavelmente o maior filme brasileiro de todos os tempos. Eleito um dos 100 melhores filmes da história pelos próprios americanos. E filmado na favela, com atores da favela - o que acabou sendo uma tendência depois: a busca por gente amadora, sem formação nem vícios os “não-atores.” Coisa que, aliás, irrita muito os atores de verdade. Não está aqui quem falou.

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36) O Resgate do Soldado Ryan Steven Spielberg Clássico de Guerra é básico em qualquer lista. E Private Ryan é Spielberg. Mais ainda: nenhum outro filme antes dele tinha mostrado os horrores da guerra com tanto realismo. Spielberg leva o assunto a sério: para que os atores realmente sentissem raiva do Ryan, o soldado a ser resgatado, o diretor separou todo mundo do ator que faria o papel Matt Damon. 37) O Sexto Sentido M. Night Shyamalan Bruce Willis é um psicólogo que vai tratar de um menino que vê gente morta (Aliás, a frase “I see dead people” é considerada uma das 50 melhores falas do cinema). Uma das coisas legais do filme é exatamente tentar evitar acertar o final antes da hora, pra não estragar a surpresa.

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40) Sangue Negro P.T Anderson P.T Anderson (de Magnólia) é considerado um dos mais talentosos da sua geração. Daniel Day Lewis é daqueles atores que aprende aramaico antigo para fazer um personagem. O resultado é um épico grandioso, como os épicos têm que ser, a respeito da descoberta de petróleo nos Estados Unidos. Uma versão moderna de Assim Caminha a Humanidade - o filme com Rock Hudson, de 1956, não a música de Lulu Santos.

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POR CAMILA DUARTE

CALENDÁRIO

PARIS

ATÉ 10 DE FEV BUENOS AIRES 21 DE DEZ

NOVA YORK

ATÉ 25 DE FEV

ÁGUA, AR E FOGO O Museu de Arte latino-americano de Buenos Aires apresenta a exposição Protografías, do artista colombiano Oscar Muñoz. Organizada pelo Museu de Arte do Banco da República (MABR), em Bogotá, com curadoria de José Roca e Mary Wills do museu, a exposição apresenta 70 obras, entre desenhos, esculturas, instalações, fotografias e vídeos mais representativos dos seus 40 anos de carreira. “O uso de elementos-chave, tais como água, ar e fogo, em várias de suas obras, referemse a processos, ciclos e manifestações transcendentais da existência, vida e morte”, explicam os curadores. De quinta a segunda-feira, das 12h às 20h; às quartas, até às 21h. O museu está fechado às terças. As entradas custam 30 pesos. Malba - Avenida Figueroa Alcorta, 3415 www.malba.org.ar

MADRI 16 DE JAN

ATÉ 20 DE MAI

BELO E NATURAL A mostra Robert Adams: el lugar donde vivimos. Una selección retrospectiva de fotografias apresenta imagens do relacionamento do fotógrafo e a vida americana, baseada na beleza da humanidade e sua comunicação com o mundo natural. De terça a sábado, das 10h às 21h; aos domingos, até às 19h. As entradas custam 6 euros. Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia - Calle Santa Isabel, 52 www.museoreinasofia.es

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PRECIOSO TEMPO

18 DE JAN

5 DE MAI CLIQUES HISTÓRICOS

We Went Back: Photographs from Europe 1933–1956 é uma exposição restrospectiva que traça o desenvolvimento da carreira do fotojornalista David Seymour. Mais conhecido pelo pseudônimo Chim, o fotógrafo deu início à carreira em 1933, dando foco aos acontecimentos políticos europeus para revistas de esquerda, em Paris. Ficam em exposição no International Center of Photography (IMS) 120 obras originais que retratam acontecimentos históricos políticos, culturais e da luta antifascista para a reconstrução de países devastados pela Segunda Guerra Mundial. Terças, quartas, sábados e domingos, das 10h às 18h; quintas e sextas, até às 20h. Ingressos por US$ 14. IMS - 1133 Avenue of the Americas at 43rd Street www.icp.org

O museu Les Arts Décoratifs recebe a exposição L’Art de la Haute Joaillerie, uma retrospectiva em comemoração aos 106 anos da joalheria Van Cleef & Arpels. Estão à mostra 400 peças, documentos e desenhos que contam a história das joias da grife. Entre os destaques está o primeiro colar em forma de zíper, criado em 1938 para a duquesa de Windsor, e também a técnica serti mystérieux, patenteada pela joalheria, pela qual as pedras são cravejadas sem que o metal apareça, como na peça abaixo. As entradas custam 18 euros. O museu fica aberto de terça a sábado, das 11h às 18h; às quintas, até às 21h. Les Arts Décoratifs - 107, rue de Rivoli www.lesartsdecoratifs.fr e www.artdelahautejoaillerie-vancleefarpels.com

RIO DE JANEIRO

ATÉ 13 DE FEV

SUL-AFRICANO MULTIMÍDIA A exposição Fortuna, do artista sul-africano William Kentridge, está recheada com 38 desenhos, 27 filmes e animações, 184 gravuras e 10 esculturas produzidas pelo artista desde 1989 e colocará em evidência o processo de criação pouco convencional do artista. De terça-feira a domingo, das 11h às 20h. As visitas guiadas pelas exposições são realizadas de terça a sexta-feira, às 17h. Entrada gratuita. IMS - Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea www.cultura.rj.gov.br

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MONTREAL

26 DE FEV RIO DE JANEIRO

ATÉ 17 DE FEV

NOVOS PARÂMETROS A Galeria Laura Alvim recebe a exposição Individual, da artista plástica Fernanda Gomes. Sob a curadoria do crítico Fernando Cocchiarale, a mostra reúne pequenos objetos do dia a dia. Há mais de 20 anos, a artista carioca vem construindo uma obra singular, inclassificável dentro dos parâmetros tradicionais das artes visuais. Fernanda realizou mostras individuais e coletivas em países da Europa, nos Estados Unidos, México, Austrália, Nova Zelândia e Japão. Participou das bienais internacionais de São Paulo, Istambul, Sidney e Veneza. De terça-feira a domingo, das 13h às 21h. Galeria Lauro Alvim Av. Vieira Souto, 176, Ipanema www.cultura.rj.gov.br

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DE VOLTA PARA CASA

MADRI

A pianista e cantora jazzista Diana Krall se apresenta em casa, no mês de fevereiro. O show da canadense em Montreal será no Place des Arts, com a turnê do álbum “Glad Rag Doll”. O repertório é pautado na música norte-americana nos anos 20 e 30, mas Diana não vai deixar de cantar seus maiores sucessos Stepping Out e Quiet Nights na companhia de um piano e um quarteto de cordas. O show começa às 20h e as entradas custam entre 68 e 108 dólares canadenses.

ATÉ 3 DE MAR

Place des Arts - 175 Rue SainteCatherine, Ouest, Quebec www.dianakrall.com

SÃO PAULO

27 DE FEV

PINTURAS PRECOCES São 90 pinturas e desenhos do artista londrino Antoon Van Dyck, um dos mais importantes pintores do século XVII e o principal da corte real de Carlos I da Inglaterra. Esta é a primeira exposição do artista realizada na Espanha e está focada em seu trabalho inicial, quando tinha apenas 14 anos, no momento de sua partida da Antuérpia para a Itália, em outubro de 1621. De segunda a sexta-feira, das 10h às 20h; aos sábados e domingos, até às 19h. Entradas por 12 euros. Museo Nacional del Prado Calle Ruiz de Alarcón 23 www.museodelprado.es

ELTON NO BRASIL O cantor, compositor e pianista britânico Elton John se apresenta no Jockey Club, durante o festival de música Open Sounds, em fevereiro. O repertório faz parte da turnê 40th anniversary of the Rocket Man, em comemoração aos anos de carreira e aos 450 milhões de discos vendidos. Ele foi, por seis vezes, ganhador do Grammy e premiado com o Oscar (pela trilha do filme O Rei Leão, 1994), o Globo de Ouro e o Tony (prêmio da Broadway). Os ingressos custam entre R$ 250 e R$ 1.000, pelo site www.livepass.com.br. Jockey Club - Av. Lineu de Paula Machado, 1263 www.xyzlive.com.br

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CALENDÁRIO

NOVA YORK

ATÉ 17 DE MAR

EM BUSCA DA VERDADE A exposição Matisse: In Search of True Painting reúne 49 obras de cores vibrantes que apresentam o método de trabalho adotado pelo artista francês. As telas estão expostas lado a lado, em pares ou trios, em processos evolutivos da pintura para comparar efeitos, testar cores e composições. Entradas custam US$ 25. De terça a quinta-feira; às sextas e sábados, das 9h30 às 21h; aos domingos, de 9h30 às 17h30. Metropolitan Museum of Art - 5th Avenue at 82nd Street. www.metmuseum.org

PARIS

ATÉ 25 DE MAR DALÍ VAI A PARIS

Em cartaz no museu Le Centre Pompidou, em Paris, a exposição traz 200 obras entre pinturas, esculturas, desenhos e instalações de vídeo, que fazem uma retrospectiva do trabalho do artista surrealista espanhol. Esta é a maior mostra das obras de Salvador Dalí realizada nos últimos 30 anos. Das 11h às 21h; às sextas e sábados, até às 23h. O museu não abre às terças. Entradas por 13 euros. Le Centre Pompidou - Place Beaubourg www.centrepompidou.fr

SÃO PAULO

6 DE ABR TRADIÇÃO DO ROCK A banda de rock Foreigner se apresenta nos palcos do HSBC Arena. Universalmente conhecida pelos clássicos como Want to Know What Love Is, Cold As Ice, a banda americana já vendeu mais de 70 milhões de discos. Foreigner vem em turnê ao Brasil para apresentar seu décimo álbum, “Can’t Slow Down”. O show começa às 22h e os ingressos custam entre R$ 280 e R$ 380 no site www.ingressorapido.com HSBC Brasil - Rua Bragança Paulista, 1281 - Chácara Santo Antônio www.foreigneronline.com

SÃO PAULO

28 DE MAR A 14 DE ABR

O REI VEM AO BRASIL O musical da Broadway, da adaptação do filme O Rei Leão, estreia em março, no Teatro Renault (antigo Teatro Abril), em São Paulo. Dirigido por Julie Taymor, a produção estreou em 1997 e já passou por 15 países. No Brasil, Gilberto Gil será o responsável pelas adaptações das músicas de Elton John e Tim Rice, produzidas para o filme. O espetáculo terá sete apresentações semanais, de quarta-feira a domingo. Os ingressos custam entre R$ 50 e R$ 280 pelo site www.ticketsforfun.com.br. Teatro Renault - Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 411, Centro www.oreileaoomusical.com.br

NOVA YORK

12 E 13 DE ABR ACORDES LONDRINOS EM NY Em 2013, o músico inglês Eric Clapton completa 50 anos de carreira com uma turnê mundial e se apresenta em Nova York no Crossroads Guitar Festival 2013. Os ingressos custam entre US$ 90,60 e US$ 542. Às 19h30. Madison Square Garden - 4 Pennsylvania Plaza www.thegarden.com

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RIO DE JANEIRO

ATÉ 14 DE ABR A ARTE DA JOIA A joalheira artística Clementina Duarte tem suas obras em exposição no Centro Cultural Banco do Brasil. A mostra apresenta uma coleção de joias confeccionadas pela designer desde a década de 1960. Suas criações são inspiradas na arquitetura brasileira barroca e moderna, como as curvas de Oscar Niemeyer, nos temas geométricos e da natureza. A coleção está em exibição na Galeria de Valores do CCBB, que fica aberta de terçafeira a domingo, das 9h às 21h. A entrada é gratuita. Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro - Rua Primeiro de Março, 66, Centro www.bb.com.br

NOVA YORK

2, 3 E 4 DE MAIO LENDA NA PONTA DOS PÉS Os gestos graciosos e os trajes magníficos do Royal Ballet of Cambodia fazem parte das apresentações da temporada 2013 Winter/Spring da Brooklyn Academy of Music (BAM). O espetáculo apresenta Apsa Mera, uma das lendas associadas às origens do povo Khmer, incorporando valores tradicionais de respeito e espiritualidade dos cambojanos. As entradas custam entre US$ 16 e US$ 45 e as apresentações começam às 19h30. BAM - Peter Jay Sharp Building, 30 Lafayette Avenue - Brooklyn www.bam.org

SÃO PAULO

ATÉ 30 DE JUL

VIAGEM DE UM SUÍÇO SIDNEY

29 DE ABR

OZZY E COMPANHIA A banda de heavy-metal formada por Ozzy Osbourne, em 1969, Black Sabbath se apresenta em Sidney, no Allphones Arena, em divulgação do álbum “Iron Man: The Best of Black Sabbath”. Apesar de uma associação com o ocultismo e temas de terror, Black Sabbath também compôs canções que lidam com a instabilidade social, a corrupção política, os perigos do abuso de drogas. O show é às 19h. Allphones Arena - Olympic Boulevard www.blacksabbath.com

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O Museu de Arte Contemporânea (MAC) recebe a exposição Folhas de Viagem, que exibe trabalhos da artista francesa Laura Martin, dos brasileiros Bartolomeo Gelpi, Gustavo von Ha e do coletivo MOMA/V-DOC. Para selecionar as obras em exposição, foi tomado como ponto de partida a vinda do escritor suíço Blaise Cendrars ao Brasil, em 1924. Na ocasião, ele se relacionou com diversos artistas e escritores do Modernismo brasileiro, como Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade, e a publicação do volume Feuilles de Route. 1. Le Formose. Às terças e quintas-feiras, das 10h às 20h; às quartas, sextas e finais de semana, até às 18h. Entrada gratuita. MAC USP Cidade Universitária Rua da Praça do Relógio, 160 www.mac.usp.br

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CliCk

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ArmAndo VernAgliA Jr

Apesar de inanimada, a arquitetura faz belas poses. Mas um olhar apurado como este consegue encontrar entre as linhas e formas figuras e composições intrigantes. Com 16 anos de carreira na fotografia, seu trabalho é mais influenciado por cineastas, arquitetos e pintores do que por outros fotógrafos. Assim, ele busca nessa mescla de artes trazer algo diferente para a fotografia, culminando em um estilo minimalista e geométrico, limpo e detalhista. www.vernaglia.com.br. Twitter - @VernagliaJr

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