Eles & Elas 278

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& LifeStyle

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Decoração

Novas tendências ELES & ELAS 278 . OUT./NOVEMBRO 2013

MODA Lisboa

ANA RITA CLARA Estreia em “Sei lá”

Top Model aos 80 anos JÓIAS E CERIMÓNIAS REAIS

C’EST LA RENTRÉE !

ALTA COSTURA - OUTONO/INVERNO



& Novembro 2013

CAPA: C'est la rentrée | 5 MODA: Amanda Lear - Aos 80 anos | 14 El Corte Inglés | 40 Moda Lisboa | 44 CARAS E COROAS: Batizado real do Princípe George | 20 PRÍNCIPES: União de Clara e Félix | 22 JÓIAS: Tiaras - halos de fama e poder | 27 ENTREVISTA: Ana Rita Clara | 34

RUBRICAS: Belas Notícias - Cocktail de Notícias - Shopping | 38 Cartaz das artes e do espetáculo por Isabel Miranda | 66 ATELIER DE ALTA COSTURA: Luzia Nascimento | 52 DESTINOS: Paula Bobone em Macau | 60 FEIRA DAS ARTES: Exposição de fotografias no Sofitel | 64 AMBIENTES & DESIGN: Papéis de parede - Novas tendências por José Robalo | 70 EVENTOS: Quinta do Roseiral | 72 PREMIÉRÈ: Chaîne des Rôtisseurs | 75 HIPISMO: Campeonatos na S.H.P. | 78 CPCO - dos iniciados aos séniores | 80 SOCIEDADE: Colares de Pérolas | 84 Vida nocturna do passado | 86 PARABÉNS: Bodas de algodão em Matosinhos | 88 CAUSAS: Chá de Beneficência da Liga Rainha Maria Pia | 92 LEITURAS: "As senhoras de Espanha" | 94 PERCURSO: Diana Pereira | 96 RUN FOR IT: Novo Mercedes CLA | 98 Eles & Elas — Desde 1982 DIRETOR Maria da Luz de Bragança PRODUÇÃO César Soares EDITOR PROPRIETÁRIO Gabinete 1 Imprensa, Promoção, Relações Públicas, Lda Editor nº 211 326

DIREÇÃO, REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, PRODUÇÃO Rua de S. Bernardo, 27 - A 1200-823 Lisboa Tel.: 210 999 674 Fax: 210 964 972 PUBLICIDADE E-mail:gabinete1@gabinete1.pt GRAFISMO, PRODUÇÃO, FOTOCOMPOSIÇÃO

SELECÇÃO DE COR E MONTAGEM Gabinete 1 E-mail:gabinete1@gabinete1.pt www.gabinete1.pt IMPRESSÃO Gabinete 1 DISTRIBUIÇÃO Logista Alcochete Telefone: 21 926 78 00

Fax: 21 926 78 45 TIRAGEM MÉDIA 60.000 exemplares ISSN 0870-8932 Depósito Legal Nº 11035/86 Publicação registada na Direcção Geral da Comunicação Social com o nº 109 161 www.eleseelasmagazine.com ELES & ELAS | 3 www.facebook.com/revistaeleseelas


EDITORIAL

O Outono de uma Rosa

E

ra Domingo, o dia que eu tinha marcado para vos escrever. Sentada na varanda de casa apreciava algumas das ofertas divinas: o dia de sol, um ar fresco e o vislumbrar do rio e do Castelo de São Jorge. Estamos no Outono, aquele mês em que a esperança não pode faltar. O espírito do Verão e de férias vai terminando para recomeçar o trabalho a sério tentando vencer qualquer obstáculo a caminho do prémio merecido. Olhei o livro que fui buscar para colocar o papel onde vos ia escrever sobre o espírito da rentrée e deparei com o título: “O livro do Bem Estar”, de Rosa Lobato de Faria. Terá sido por acaso que esta edição de 2004 me veio hoje parar às mãos? Entretida folheie-o rapidamente e encontrei umas imagens lindíssimas. Curiosa, olhei algumas linhas e deparei com um texto limpo e pleno de saber que cito: “O livro é tantos livros quanto os seus leitores. O livro é a viagem, a evasão, o caminho da nossa própria alma. Ler é ler-se. Os livros acumulam-se nas estantes, nas cadeiras, no chão, mas nunca nos parecem suficientes. Há sempre livros para ler, para reler, para consultar. Às vezes sorriem-nos da prateleira, convidam-nos a abri-los, dão-nos recados como mensageiros indirectos. Os olhos mastigam, o cérebro digere, o coração sacia-se. Que bom saber ler. Que bom poder ler. Uma casa sem livros é uma casa sem alma.” continuei a leitura e vejo-me a transcrever esta poesia…

Primeiro, a tua mão sobre o meu seio. Depois o pé, o meu sobre o teu pé. Logo o roçar urgente do joelho e o ventre, mais à frente na maré. É a onda o ombro que se instala. E a linha do dorso que se inscreve. A mão agora impõe, já não embala. Mas o beijo…é carícia, de tão leve.

Então já a maré subiu de vez é todo o mar que inunda a nossa cama. Afogados de amor e de nudez somos a maré alta de quem ama.

Por fim, o sono, calmo, que não é senão ternura, intimidade, enleio: O corpo roda, quer mais pele, mais quente. o meu pé descansando no teu pé A boca exige, quer mais sal, mais morno. a tua mão dormindo no meu seio Já não há gesto que senão invente ímpeto que não ache um abandono. 4 | ELES & ELAS

Eram tantas frases e pensamentos da Rosa que mereceriam a vossa atenção que multiplicariam muitas páginas desta revista… Realmente nunca tinha lido a Rosa Lobato de Faria, mas prometo que quando tiver uns momentos para mim vou procurar mais dos seus livros para os ler. Neste momento estou a recordar com saudade, aquelas tardes que há anos passámos juntas e me ajudaste a fazer o guião e os textos “O julgamento do Amor”, d’Ela e d’Ele interpretados pelo Victor de Sousa e Célia David, para apresentação do espectáculo e troféus entregues no 4º aniversário desta revista. Tanto mudou… Tu partiste mas afinal estarás muito tempo entre nós. Também em tua homenagem que escreveste sobre o Outono, a beleza do pavão e o cheiro da terra, termino transcrevendo: “O embrulho num cone de jornal, para não arrefecerem, tem o cunho das coisas simples. Das coisas simples e boas. A infância fará sentido e Lisboa será Lisboa, enquanto houver um canto de jardim rodeado de crianças, aureolado pelo fumo das brasas, envolto no cheiro inconfundível do Outono, o velho, o antigo o eterno vendedor de castanhas”. “Que luxo caprichoso o do pavão que abre o seu leque como um sol nascente e nos deslumbra com as suas penas, feitas da mesma seda com que Deus tece as asas dos anjos!”. “Baixei-me para pegar num torrão de terra negra e húmida, levei-a ao rosto, fechei os olhos e inalei. Pensei que era assim que deviam cheirar as mãos de Deus quando amassou o barro para moldar o homem”. “Saudemos a arte, a mais transcendente de todas as conquistas da Humanidade!” Obrigado Rosa, hoje recordei que os escritores ficam vivos muito, muito tempo! ■

As citações de Rosa Lobato de Faria foram retiradas de “O livro do Bem Estar” das colecções Unibanco – edição de 2004. Direcção do projecto: João Xara Brasil e Coordenação do projecto de Luisa Patrício.


C'EST LA RENTRÉE!

Este Outono quer-se em

Black Gold Tan Ungaro

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tempo mais frio não pode ser desculpa para que não se sinta sumptuosa. É altura de apostar no trio prefeito: black, gold & tan (preto, dourado e bege). Com estas três cores conseguirá um look opulento porém refinado, que chamará à atenção pela sua riqueza sem se tornar ostentatório. Se receia cair num estilo demasiado BCBG (bon chique, bon genre) poderá sempre acrescentar um toque de loucura e irreverência nos acessórios ou optar por um corte mais atrevido e inesperado. Procurámos nas colecções haute couture de inúmeros criadores as melhores peças e juntámos-lhes os mais conseguidos acessórios. Trouxemos as melhores joias para completar o ensemble. Ficam as nossas sugestões. Respire e inspire-se!

Gaultier

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Valentino 6 | ELES & ELAS


Carrie black Suede BAG Ungaro

Montblanc

Valentino

Ungaro

Montblanc

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Gaston-Collection Tote-Gaspar

Ungaro

Gaultier

Bee Brooch Chopard

Gaultier

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Mala Jewel Amber Carolina Herrera


Chopard

Gaultier

Turtle Ring Chopard

Ungaro Gaultier ELES & ELAS | 9


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Valentino

Valentino

Valentino

Valentino


David Rosas

Colar Carolina Herrera

Ungaro

Ungaro

Ungaro

Capas iPhone Carolina Herrera ELES & ELAS | 11


Ungaro

Valentino

Dior

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Valentino

Gaultier

Ungaro

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AMANDA LEAR Top Model aos 80 anos por Nuno Vaz de Moura

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udo à volta de Amanda Lear é um mistério, uma personagem cheia de contradições que tem fascinado o Mundo durante décadas. Há quanto tempo precisamente não o sabemos. Como também não sabemos bem quais as suas origens. Tanto ela própria, como os amigos e os inimigos, dão diferentes dados: a sua mãe era inglesa, francesa, vietnamita ou chinesa e o seu pai era inglês, russo, francês ou indonésio. Ela pode ter nascido em Hanoi, em 1939, ou Hong Kong em 1941 ou, mais provavelmente, num local menos exótico muitos anos antes. Tudo são brumas, e até hoje é uma questão de conjectura saber sequer se nasceu menino ou menina... ➤

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Amanda Lear em 2013 ELES & ELAS | 15


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pril Ashley, um transexual que tinha sido marinheiro em Liverpool, há muito reivindica que trabalhou com Lear, no Cabaret parisiense de travestis «Le Carrousel», nos anos 50. Amanda seria Alain Tapp a trabalhar com o nome artístico de Peki d'Oslo. De acordo com Ashley, foi aí que o pintor Salvador Dalí conhece Amanda, em 1959, começando uma relação de anos. Terá sido Dalí a pagar a operação, em Casablanca, na famosa clínica do Dr. Badou. Amanda desmente, mas vai dando respostas diversas, alimentando o mistério. Segundo a Diva, foi o guitarrista dos Rolling Stones, Brian Jones, que a apresentou a Dalí em 1965, quando se mudou de França para Inglaterra, onde tudo estava a acontecer. A «Swinging London» passou a ser o palco das loucuras de Amanda. Mantém uma dupla relação com Brian Jones (que dá origem à irónica música «Miss Amanda Jones») e, na época estival, refugia-se na casa de Dalí, em Cadaqués que a toma como modelo para inúmeros quadros como «O Sonho de Hypnos» ou «A Vénus das Peles». Figura constante das colunas sociais, frequenta as festas mais badaladas e muda de amantes frequentemente. Estes sempre ricos e famosos. Depois de Brian Jones, mantém uma relação com o cantor Bryan Ferry que, em 1973, a coloca na capa do álbum «For your pleasure» do seu grupo Roxy Music. A foto irá causar um enorme fascínio num outro grande cantor: David Bowie. Bowie, já casado, apaixona-se por Amanda e impulsiona a sua carreira na música. Ela estava já cansada da sua carreira de modelo para nomes como Mary Quant ou Chantelle. ➤ Com Salvador Dalí no baile de Truman Capote

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Com Jean Paul Gaultier em 2012


Anos 60

Anos 70

Em 2010 Anos 80

Anos 90

Finais anos 90

E a emergência da cultura punk em Londres desgostava-a. Escolhe o estilo "Disco Sound" do qual virá a tornar-se o maior expoente. O seu primeiro álbum «I am a Photograph» que alude à famosa foto, é inteiramente financiado por Bowie. A relação entre ambos mantém-se durante quase uma década, e a sua carreira musical conhece um grande sucesso por toda a Europa continental. A sua voz grave lembra a de Marlene Dietrich e a sua imensa sensualidade adapta-se perfeitamente ao espírito do tempo dos anos 70 e do amor livre. Decide surgir nua na revista "Playboy" para, segundo ela, terminar os rumores quanto ao seu sexo. Em Itália, apresenta um talk-show ao mesmo tempo que continua a publicar álbum atrás de álbum e passando de amante a amante. Só nos finais dos anos 70 decide casar-se. O escolhido é o antigo produtor musical e aristocrata Alain-Philippe Malagnac d'Argens. A cerimónia decorre em Las Vegas e tem como testemunhas Twiggy e Sacha Distel. Estranhamente, a cerimónia é financiada por um outro aristocrata, Roger Peyrefitte, um conhecido escritor, defensor dos direitos homossexuais e amigo íntimo de Alain-Philippe. Bowie, entristecido com o fim da relação, escreve a música «Sorrow» e convida-a a fazer parte do vídeo. Lear e Malagnac d'Argens mudam-se, em 1985, para a pequena vila de Saint-Etienne-du-Grés. O casal passa a viver uma vida de algum recato, mas Amanda continuará indómita. ➤

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Paris Fashion Week Womenswear Spring/Summer 2013 Jean Paul Gaultier - Runway 18 | ELES & ELAS


Capa do

albúm "F or Your P

leasure"

Em 2013

Apresenta inúmeros programas de televisão, tanto em Itália como na Alemanha, e continua a sua carreira musical. Nos finais dos anos 90, altura em que a sua carreira musical conhece um certo declínio, inicia-se no mundo do cinema. Em 1998, filma "Bimboland", um filme francês com Gérard Depardieu. Durante as filmagens conhece o jovem modelo italiano Nicolò Casini com quem mantém uma relação. Desengane-se, porém, quem pensar que Amanda é mais uma «loura burra». Para além de falar fluentemente quatro línguas é conhecida pelas suas respostas rápidas e certeiras. Por esta altura escreve a sua biografia e recebe vários convites para a tornar num filme. Um episódio irá levar a que tal não acontecesse. Para fazer a sua personagem foi convidada a super modelo Cláudia Schiffer e ambas vão a um programa de televisão falar do filme. Cláudia, querendo ser simpática, afirma algo como «Gostei muito da sua biografia. Quem é que a escreveu para si?». Ao que Amanda retorque: «Fui eu que a escrevi, minha querida. E quem é que a leu para si?» Estava terminada a parceria e o filme não acontece.

No início do novo milénio uma tragédia acontece. A sua casa pega fogo, em condições ainda por explicar, e arde completamente. Dentro encontravam-se o seu marido, AlainPhilippe, com o seu jovem amigo de vinte anos, Didier Dieufis, que havia contratado para tratar dos gatos. Ambos perecem no fogo junto com todos os bens e a colecção de arte. Amanda não se deixa abater e a sua carreira conhece novo alento. Lança novos álbuns que conhecem um significativo sucesso e continua a participar em inúmeros programas de televisão. Em 2005, recebe a Ordre des Arts et des Lettres atribuída pelo Ministro da Cultura Renaud Donnedieu de Vabres. O mundo da moda recupera-a e passa modelos para Thierry Mugler e Jean Paul Gaultier. A sua constante re-invenção continua: pinta e começa a fazer teatro. A par de várias exposições de arte, este ano estreou, em Paris, a peça «Divina», onde interpreta a personagem principal. E é assim que nós a vemos: simplesmente divina! n ELES & ELAS | 19


CARAS & COROAS

GEORGE ALEXANDER LOUIS, PRÍNCIPE DE CAMBRIGDE Batizado reúne quatro gerações da família real, incluindo três herdeiros à coroa

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príncipe George, com três meses e terceiro na sucessão ao trono de Inglaterra, foi batizado com água do rio Jordão, numa cerimónia que os pais, William e Catherine, fizeram questão que fosse íntima, contrariando assim o protocolo. ➤

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oram apenas 22 os convidados, incluindo a bisavó, a rainha Isabel II, de 87 anos, Filipe de Edimburgo e a duquesa da Cornualha, os Middleton e alguns familiares de ambas as famílias, que estiveram presentes na capela do palácio de Saint James, em Londres, local simbólico para William, por ter sido o local onde foi velado o corpo de sua mãe, a princesa de Gales. Além dos pais, irmãos e irmã de William e Catherine, a lista dos "privilegiados" incluiu,obviamente, os sete padrinhos e madrinhas do pequeno George, amigos de infância ou da Universidade dos pais. Uns dos sinais mais evidentes de rutura foi a escolha de Zara Tindall, prima de William, como a única madrinha de sangue real. Mas vamos lá a saber quem foram os sete padrinhos. Emilia Jardine-Paterson (amiga de sempre de Kate), William van Cutsem (amigo de infância de William), Oliver Baker (companheiro de Universidade do duque de Cambridge), Zara Tindall (prima de William e único membro da realeza no meio dos "sete especiais", Jamie Lowther-Pinkerton, Hugh Grosvenor e Julia Samuel. Para espanto dos ingleses, o príncipe Harry não constou da convocatória dos tutores. Do mesmo modo, também os irmãos de Kate, Pippa e James, estiveram ausentes do grupo, talvez pela proximidade familiar existente com o pequeno George. Apesar da cerimónia ser privada, câmaras e paparazzi não faltaram, nem junto à capela como nas entradas do palácio, para além de dezenas de jornalistas e centenas de súbditos britânicos, ansiosos por ver o pequeno príncipe, os duques de Cambridge e a rainha. E por falar em rainha, uma curiosidade. Isabel II esteve acompanhada na cerimónia por três gerações de futuros monarcas: o filho mais

velho, Carlos, o neto William e o bisneto George. A cerimónia foi celebrada (como é tradição na família real britânica) pelo arcebispo de Cantuária, Justin Welby, chefe espiritual dos anglicanos. O pequeno George, que não chorou nem uma vez durante a cerimónia, usou um vestido de cetim branco e rendas, uma réplica do vestido usado, em 1841, pela filha mais velha da rainha Vitória. Depois da cerimónia religiosa, teve lugar uma receção íntima em Clarence House, a residência, em Londres, do príncipe Carlos e Camilla. Os convidados saborearam o bolo de batizado que, como é habitual no Reino Unido, foi um dos pisos do bolo de casamento dos duques de Cambridge. O batizado foi descrito pelo porta-voz da casa real como “um assunto íntimo de família”. E pela primeira vez, foram emitidas moedas de ouro para assinalar um batizado real, concretamente 22 exemplares, de 59 mil euros cada. O pequeno príncipe, terceiro na sucessão à coroa britânica, nunca passará por algumas vicissitudes que seu pai e seu tio, Harry, sofreram na pele. É que tanto William como Kate são muito ciosos da sua privacidade e irão, por certo, velar para que William (cuja projeção pública será inevitável) consiga crescer e desenvolver-se de forma pacífica e normal. George, a quem alguns jornalistas estrangeiros não se inibiram de chamar “o príncipe nómada”, uma vez que, desde o seu nascimento percorreu vários espaços diferentes (da maternidade para o palácio de Kensington e daí para Anmer Hall e Escócia), pode, de momento, ser um bébé como todos os outros. Será mais tarde que os holofotes da opinião pública estarão assentes sobre o pequeno príncipe, a quem, para já, interessa mais ser acarinhado pelos pais! n Maria Dulce Varela

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PRÍNCIPES

CLARA E FÉLIX

por Nuno Vaz de Moura

A união da nova “velha” Europa O Príncipe Félix, o segundo na linha de sucessão à coroa luxemburguesa uniu o seu destino à plebeia Clara Lademacher, filha do magnata alemão das telecomunicações Hartmut Lademacher. A festa foi dupla com união civil e casamento religioso na mesma semana. Quanto à lua de mel... é segredo.

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élix Léopold Marie Guillaume é o segundo filho de Henri, Grão-duque de Luxemburgo, e de Maria Teresa, Grã-duquesa de Luxemburgo e detém os títulos de Príncipe de Luxemburgo e Príncipe de Nassau e Parma. Nasceu na Maternité Grande-Duchesse Charlotte, no Luxemburgo a 3 de Junho de 1984 e completou os seus estudos no seu país natal onde frequentou a escola Lorentzweiler, a Escole Privada Notre Dame (Hagia Sophia) e, em seguida, a Escola Americana do Luxemburgo. Em 1998, parte para a Suiça para estudar no Collège Alpin International Beau Soleil em Villars-sur-Ollon. É nessa altura que conhece aquela que haveria de ser a sua mulher: Clara de Lademacher. Segue para a Royal Military Academy Sandhurst na GrãBretanha, em 2003, mas teve que deixar prematuramente por razões de saúde. Dedica o próximo ano a experimentar diversas áreas de estudo, tais como ciência política, comunicação e psicologia, levando-o a frequentar escolas de renome na Inglaterra e, em seguida, na Bélgica. Ele também trabalhou como estagiário em várias empresas privadas, a fim de ampliar a sua experiência profissional. Em 2005, entra para o Departamento de Marketing e Relações Públicas de uma empresa suíça de renome, que é especializada na organização de eventos desportivos e culturais com a qual continua a trabalhar como consultor independente. Sendo bem versado em questões metafísicas e antropológicas e, mais especificamente, noções de ética no campo das biotecnologias, em Outubro de 2009, decide terminar a sua educação em Roma, na área da Bioética, onde conclui o seu mestrado. Desde o colégio suíço que o percurso académico e profissional de Clara será muito idêntico ao de Félix. Em ➤ 22 | ELES & ELAS


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1. Felix Lademacher, Príncipe Sebastien, Princessa Tessy, Príncipe Louis do Luxemburgo, Princessa Stephanie e Prince Guillaume do Luxemburgo, Princess Alexandra, Hartmut Lademacher, Gabriele Lademacher-Schneider, os Noivos Grand Duchess Maria Teresa e Grand Duke Henri do Luxemburgo ➤ 2003, inicia os estudos em comunicação internacional na Universidade Americana de Paris. Tendo obtido seu diploma de graduação, Lademacher trabalhou na Condé Nast Publications em Nova York e Munique. Tal como Félix decide seguir a sua formação em Bioética e obtém um mestrado, no Ateneu Pontíficio Regina Apostolorum, com a distinção summa cum laude. O tema da sua dissertação é a avaliação bioética de consentimento para a doação de órgãos. Enquanto estudava trabalhou no departamento de bioética e direitos humanos da UNESCO, dedicando-se à pesquisa, coordenação de eventos e comunicação. O percurso e interesses em comum marcou a união deste casal. Mas de onde veio esta plebeia que conquista o coração do Príncipe luxemburguês? Clara nasceu a 21 de Março de 1985, em Filderstadt, na Alemanha, filha de Hartmut e Gabriele Lademacher. Seu pai é o fundador da LHS Telekommunikation, dono de castelos na Croácia e Saint-Tropez e com uma fortuna avaliada em cerca de 600 milhões de euros. Clara e seu irmão mais velho - que, curiosamente, também se chama Félix - cresceram em Usingen. Com onze anos de idade, Clara vai com a família para Atlanta só retornando à Alemanha em 1999. Aí estuda no Lademacher Frankfurt International School, antes de se matricular no colégio suíço onde viria a conhecer o seu futuro marido. ➤

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Foto de família real

relação entre os dois manteve-se sempre muito discreta e longe dos olhares do público. Timidamente o casal começa a ser visto junto em cerimónias oficiais como no casamento do primo do príncipe Félix, o Arquiduque da Áustria, que teve lugar em Washington em Setembro de 2012. No mês seguinte, assistem ao casamento do seu irmão mais velho, o Príncipe Guilherme, mas não foram autorizados a sentar-se juntos na cerimónia. A 13 de Dezembro, a Grande Casa Ducal confirma o noivado e Lademacher é apresentada à imprensa, no Château de Berg, no final desse mesmo mês.

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A oficialização da união foi feita com pompa e circunstância em duas magníficas cerimónias. Primeiro houve a união civil que teve lugar, no dia 17 de Setembro, na cidade de Königstein im Taunus, na Alemanha. Seguiuse a tradição de oficializar o acto no local de residência da noiva. Clara vestia um elegante vestido "peplum" branco desenhado pelo estilista holandês Jan Taminau, complementado com uns brincos com águas-marinhas e o obrigatório bouquet com rosas e hortênsias brancas. O Príncipe levou um fato escuro com a tradicional gravata laranja da família Nasau Orange. A jovialidade e sentido de humor do casal ficou registado no divertido veículo ➤


➤ que os levou após a cerimónia: um minúsculo BMW Isetta 300 encarnado! Quatro dias depois, realizou-se a cerimónia religiosa na antiga Basílica Sainte-Marie-Madeleine na cidade francesa de Saint-Maxim-La-Sainte-Baum. A igreja, que começou a ser construída em 1295, é um dos exemplos mais importantes do estilo gótico provençal e suficientemente grande para albergar os cerca de 350 convidados. A versão intimista e despojada da união civil foi aqui contrastada por uma cerimónia grandiosa e opulenta. A noiva vestiu um sumptuoso modelo do estilista libanês Elie Saab em seda creme todo bordado a motivos florais com renda chantilly e fio de prata. Pequenas pérolas e cristais davam um brilho adicional à criação. O longo véu em tule de seda marfim era bordado com motivos florais perfeitamente combinados com o padrão do vestido. A cauda do vestido e o véu tinham cerca de três metros de comprimento. A nova princesa do Luxemburgo escolheu a maior das duas tiaras florais da Colecção Grã-Ducal. Pouco se sabe

da peça, apenas que data do segunda metade do século XIX. É vista em muito poucas ocasiões, a última das vezes por ocasião do Jantar Pré-Casamento do Grã-Duque Hereditário Guillaume com a Condessa Stéphanie de Lannoy. Nessa altura, adornou a cabeça da agora GrãDuquesa Hereditária. No entanto Clara, é de facto a quinta noiva da Família Grã-Ducal a escolher esta tiara para um dia tão especial. Entre os convidados encontrava-se a fina flor da nobreza europeia numa lista demasiado extensa para citarmos aqui. Os populares puderam assistir ao desfile da entrada dos noivos e convidados de um casamento que une sangue azul com plebeu. À saída da igreja, Clara já não era mais uma Lademacher, mas sim Princesa do Luxemburgo, de Nassau e Bourbon-Parma, sendo agora intitulada de Sua Alteza. Quando à lua-de-mel desconhece-se o destino. Como afirmou o Príncipe Félix: "É tradição na nossa família que o destino da lua de mel seja uma surpresa para a noiva, só revelado no último minuto antes da partida..." Resta-nos especular e sonhar. Algum palpite? n

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JÓIAS REAIS

Tiaras halos de fama e poder

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por Nuno Vaz de Moura

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om a enorme quantidade de cerimónias reais que ocorreram nos últimos tempos, temos visto uma grande quantidade de tiaras a adornarem os cabelos de Rainhas, Princesas, Duquesas e demais realeza. Fizemos a nossa selecção para vos dar a conhecer alguns dos mais belos exemplos. ➤

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riginalmente, uma tiara era uma coroa alta, muitas vezes com a forma de um cilindro que estreita na parte superior, feita de tecido ou couro e ricamente ornamentada. Foi usada pelos reis e imperadores de alguns povos antigos na Anatólia e Mesopotâmia, nomeadamente os Hititas. A Igreja Católica Romana adoptou a tiara como símbolo da autoridade papal que foi evoluindo até se transformar num adorno alto, em forma de colmeia com três tiaras inclusas e encimado por uma cruz. Após o Concílio Vaticano II, a tiara papal deixou de ser usada. Enquanto a tiara papal é um tipo de coroa, as tiaras usadas pelas rainhas e senhoras da nobreza não indicam qualquer posição específica. São apenas peças de joalharia para adorno e tomam também, por vezes, o nome de diademas. Alguns autores dizem que os diademas diferem das tiaras por darem a volta completa à cabeça mas, de forma geral, a regra não é aplicada. Sendo as mais famosas as pertencentes às colecções reais, existem também magníficos exemplos de famílias abastadas que as adquiriam para o dia de casamento ou para cerimónias de grande solenidade.

1. Diadema da Arquiduquesa Valéria da Austria

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uando a Arquiduquesa Maria Valéria Erzherzogin von Österreich casa, em 1890, não leva sobre o véu uma tiara, mas apenas uma ramo de murta. Sendo de uma das famílias mais ricas e poderosas da Europa, filha do Imperador Francisco José da Áustria e de Elisabete da Baviera, dita Sissi, tal causou espanto. Uns anos mais tarde, o seu pai encomenda um magnífico exemplar ao joalheiro Theodor Köchert. O resultado final foi uma obra composta por três placas abertas, tendo cada conjunto uma pérola natural em forma de gota e cercadura com diamantes em corte antigo e uma fita envolvente também em diamantes. Estas partes destacam-se para formar três broches. Esta histórica tiara de diamantes e pérolas foi vendida, pelos seus descendentes em 2005 e encontra-se no Museu de Catar.

2. Tiara Meia-Noite

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sta tiara foi desenhada por Charlotte Lynggaard da empresa Lynggaard Ole, um joalheiro da corte real dinamarquesa. Foi criada especialmente para uma exposição no Palácio Real de Amalienborg, em 2009, que combinava tiaras antigas com desenhos modernos, incluindo uma selecção de peças da família real dinamarquesa. Depois de vê-la na exposição, a Princesa Maria da Suécia usou a tiara para as celebrações do 75º aniversário do Príncipe Henrique em Junho de 2009. Após esta data estabeleceu-se um acordo: a princesa não tinha que comprar

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a tiara e o joalheiro mantinha a propriedade da mesma, mas não a venderia e garantia-lhe os direitos exclusivos de uso. A experimentação com materiais não-tradicionais por si só mostra que esta não é uma tiara normal. É composta por 31 botões florais criados com mais de 1.300 diamantes em corte brilhante, pequenas pedras semipreciosas e polidas definidas numa estrutura de folhas e ramos, lavrados à mão, em ouro branco e rosa e prata oxidada preta. As cores, luz e efeitos de sombra lembram, um céu estrelado de luar à meia-noite.

3. Tiara Bourbon-Parma de Chaumet

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oseph Chaumet foi o mestre incontestado das jóias Belle-Époque e criou esta rebuscada peça, em 1919, para o Duque de Doudeauville oferecer à sua filha Hedwige de La Rochefoucauld aquando do seu casamento com o Príncipe Prince Sixtus of Bourbon-Parma, filho de Robert I de Parma e Maria Antónia de Portugal. A peça tem uma base que alterna em tamanhos de pinças de diamantes com um topo em bicos de diamantes em corte pêra. Hoje, a jóia encontra-se em poder da Casa Chaumet e tem aparecido em anúncios, editoriais de moda e em filmes de Hollywood. Para quem viu «Diários de uma Princesa» com Anne Hathaway, saiba que era esta valiosa tiara que estava sobre a sua cabeça.

4. Tiara da Grande Duquesa Vladimir

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Grande Duquesa Vladimir, também conhecida por Grande Duquesa Maria Pavlovna da Rússia, era a tia do Czar Nicolau II. Era famosa pela sua deslumbrante colecção de jóias sendo a tiara um dos epítomes. A peça foi concebida pelo Joalheiro da Casa Real Russa Bollin, em 1874. O artista concebe um desenho de quinze círculos interligados de diamantes de onde pendem originalmente 15 pérolas, sendo encimado por um laço de diamantes. A tiara escapa aos saques da Revolução Russa e é herdada pela sua filha, Princesa Nicholas da Grécia que a venderá, em 1921 à Rainha Maria de Inglaterra. Nesta mesma altura, a Rainha Maria acabava de receber um espólio de esmeraldas da Corte Real Indiana que manda colocar na tiara. Após a sua morte, a peça é herdada pela Rainha Elisabete II que a tem usado em várias ocasiões oficiais, ora com as pérolas, ora com as esmeraldas ou na sua versão mais simples. ➤


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Princesa Catarina. É composta por onze esmeraldas colombianas extremamente raras pesando mais de 550 quilates tendo sido recentemente adquirida num leilão da Sotheby, em Genebra, pelo incrível valor de 12 milhões de euros.

7. Tiara Oceano

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tiara foi criada para Charlene Wittstock por Van Cleef & Arpels, o joalheiro que tem estado associado à família Grimaldi desde os tempos de Grace Kelly. Foi encomendada, como presente de casamento, pelo príncipe Albert do Mónaco. Para simbolizar a natureza marítima de Mónaco e a carreira de Charlote enquanto nadadora olímpica, foi concebido um desenho que a imita as ondas do mar e as suas cores, em safira e diamante. A peça pode ser usada como tiara ou colar, mas até ao momento, Charlene optou sempre pela segunda versão.

5. Tiara Spencer

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8. Tiara Bandeau Cartier

6. Tiara de esmeraldas da Princesa Catarina Henckel von Donnersmarck

9. Tiara Mellerio dos Orange

tiara tornou-se conhecida por ter adornado a cabeça da princesa Diana. É uma peça compósita, em diamantes sobre prata, que foi criada ao longo dos anos. Tem partes mais antigas do séc. XVIII, mas o centro foi um presente de casamento de Lady Sarah Spencer a Cynthia, viscondessa Althorpe e avó de Diana. Foi de novo remontada e pediram a Garrard que criasse mais quatro elementos a condizer que foram acrescentados em 1937. Foi usada por Lady Diana Spencer quando se casou com o Príncipe de Gales, em 1981 e, posteriormente, por Victoria Lockwood quando se casou com o nono conde de Spenser, em 1989.

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credita-se que esta tiara foi encomendada algures pelo início do séc. XX à Casa Chaumet por Guido Count von Henckek, Príncipe Infante von Donnersmarck, para oferecer à sua segunda mulher, a

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riginalmente pertença da Rainha Elisabete dos Belgas, a tiara foi criada pela casa Cartier em 1910. Passa para a posse do Rei Leopoldo III em 1965 e deste opara o seu filho que a cede à sua primeira mulher a Princesa Astrid. A princesa Lilian, segunda mulher do rei, volta a vendê-la à Casa Cartier. A peça é feita em diamantes montados sobre platina, num estilo Belle Epoque típico desta casa de joalherios. Dizse bandeau porque é para ser usada sobre a testa e não sobre o cabelo.

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sta tiara passou por inúmeras alterações sendo o desenho original de Oscar Masin que trabalhava para os Joalheiros Mellerio. Foi oferecida, como parte de um parure, pelo Rei Guilherme III à sua mulher Rainha Emma em 1881. É composta por 31 safiras ➤


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de Cachemira e 655 diuamantes, com corte brilhante, das minas da África do Sul. Distingue-se por ser montada com a técnica pampille en tremblant, característica de Masin, que consiste em colocar pequenos diamantes sobre molas de forma a reverberarem. Em 1928, a peça foi completamente remodelada pelos joalheiros Van Kempen en Vos substituindo a antiga base em ouro por uma de platina. A Rainha Beatriz usou-a em várias ocasiões mas veio agora à ribalta, aquando da investidura do Rei Guilherme, a adornar os cabelos da nova Rainha Máxima.

10. Tiara das Meninas do Reino Unido e Irlanda

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sta será a tiara mais conhecida do mundo. Foi oferecida à futura Rainha Maria, como presente de casamento, em 1893. A jóia, toda em diamantes, foi adquirida ao joalheiro Garrard, por um comité organizado pela Lady Eve Greville. Em 1947, Maria deu a tiara de sua neta, a futura Rainha Elisabete II, também como presente de casamento. O seu desenho consiste numa série de festões de diamantes encimados por nove grandes pérolas orientais e montado sobre uma base bandeau com pinças em losango entre duas bandas simples de diamantes. A Rainha Elisabete II costuma usar a tiara sem o bandeau e, por vezes, sem as pérolas. Um retrato da rainha usando a tiara, desenhado por Arnold Machin, aparece nas moedas e selos da Commonwealth.

11. Tiara Fabergé de diamantes da Imperatriz Josefina

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famosa Casa Fabergé fez poucas tiaras e daí a raridade desta magnífica peça que teve a sua história ligada a várias casas reais. A maior parte dos diamantes que compõem a peça foram presentes do Czar Alexandre I à Imperatriz Josefina de Bonaparte, já depois do divórcio com Napoleão. Os diamantes são mais tarde herdados pelo seu filho Eugène, Duque de Leuchtenberg que, por volta de 1890, pede a Fabergé que os monte numa tiara. Mas após a I Grande Guerra Mundial, a família Leuchtenberg vende a tiara à Família Real dos belgas e acaba por ser herdada pelo Príncipe Charles Théodore, Conde de Flandres. Quando este morre deixa-a em testamento à sua irmã, Maria José de Sabóia, a deposta Rainha de Itália. Da mãe passa para a filha, a princesa Maria Gabriela de Sabóia que a coloca em leilão na Christie's, em Londres. É licitada por cerca de dois milhões de euros pela Arthur and Dorothy McFerrin Foundation e encontra-se hoje no Houston Museum of Natural Science.

12. Diadema das estrelas da Rainha Maria Pia de Sabóia.

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s tiaras com estrelas estiveram muito em voga no séc. XIX existindo muitos exemplares. Um dos melhores pertenceu à Rainha Maria Pia. Esta tiara (que usualmente se designa diadema) foi encomendada ➤ ELES & ELAS | 31


➤ pelo Rei D. Luis I de Portugal, juntamente com um colar, ao Joalheiro Real Estevão de Sousa. Este fez uma peça composta por estrelas de diamantes, assentes numa armação, que faz com as estrelas sejam sensíveis ao movimento. A maior gema da tiara é um diamante rosa conhecido como o Diamante da Maria Pia. Após a proclamação da República em Portugal em 1910, as jóias da Colecção Real passaram para o Governo e, actualmente, esta peça faz parte da Colecção de Joalharia do Palácio Nacional da Ajuda.

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13. Tiara Bragança

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ambém chamada de Tiara Brasileira, a jóia foi fabricada no século XVIII e modernizada em 1820, quando foi dada como presente de casamento a Dona Amélia de Leuchenberg, segunda mulher de D. Pedro I do Brasil (e IV de Portugal). Com a sua morte, a peça foi herdada pela sua irmã Josefina, então rainha da Suécia, razão pela qual hoje a peça é património da Casa Real de Bernardotte, sendo somente a Rainha Sílvia que a pode usar. A Tiara Bragança tem cerca de uma centena de diamantes em corte brilhante sobre uma base de ouro e prata, e mede 12,5 cm de altura por 50 cm de largura.

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14. Tiara das águas-marinhas do Brasil

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a sua coroação, em 1953, foram oferecidos, pelo presidente do Brasil Getúlio Vargas, à rainha Elisabete II, um colar de diamantes com grandes pedras águas-marinhas e um par de brincos a condizer. Mais tarde, o Brasil oferece também uma pulseira. A Rainha ordenou ao Joalheiro Real Garrard completar o parure com uma tiara. A peça resultou numa criação maravilhosa. Inicialmente, a tiara era composta por três pedras rectangulares verticais (destacáveis para uso como broches), montadas sobre um bandeau de platina simples. A água-marinha central, que supera em tamanho e beleza todas as outras pedras desse conjunto, foi oferecida pelo governador de São Paulo em 1968 e acrescentada à peça em 1971. A jóia é um símbolo de amizade entre o Brasil e o Reino Unido e usada em cerimónias oficiais que envolvam estas duas nações.

15. Tiara Cartier de águas-marinhas

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ano de 1937 foi o melhor para a execução de tiaras. Com a coroação do Rei Jorge VI de Inglaterra houve várias festividades solenes que exigiam novas roupas e novas jóias. A casa Cartier de Londres concebeu 27 tiaras sendo este um dos exemplos mais bem conseguidos. Trata-se de uma peça com um desenho muito geométrico, em estilo Art Déco, ➤

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➤ composta por 146 águas-marinhas e 136 diamantes montados sobre platina. O motivo central pode ser removido e usado como alfinete de dama. A peça encontra-se actualmente na colecção da Fundação Cartier.

16. Tiara do Parure da Rainha Desidéria

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m parure é um conjunto de vários itens de jóias correspondentes, que ganhou popularidade na Europa do século XVIII, mas que raramente inclui uma tiara. Este, em particular, é constituído por tiara, colar, broche, dois braceletes e um par de brincos, tudo em malaquita esculpida montada sobre ouro. Os camafeus esculpidos nas pedras representam cenas da mitologia clássica como era habitual no período neoclássico. A tiara que tem a marca SP, o que sugere ter sido criada pelo joalheiro Simon Petitaeau, por volta de 1820-1830. O parure originalmente pertencia à Rainha Desidéria da Suécia e da Noruega e daí a sua designação. Após a morte da rainha, entrou na posse de Josephine de Leuchtenberg, mulher do único filho de Desideria, Oscar I da Suécia. A próxima menção da jóia pode ser encontrada no inventário de Sofia de Nassau, mulher de Oscar II da Suécia. Após a morte de Sofia, em 1913, os seus herdeiros decidiram doar o conjunto para o Museu Nórdico.

17. Tiara Cartier da Rainha Victória Eugénia

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15 rainha Victória Eugénia de Espanha, nascida Princesa de Batteberg e neta da Rainha Victória de Inglaterra. A tiara é-lhe oferecida aquando do seu casamento com o Rei Afonso XIII de Espanha, em 1906. Inicialmente, a peça trazia mais uma grande pérola no topo que podia ser substída por outras pedras preciosas e, por vezes, a rainha usava-a com uma esmeralda. Mudou depois de mãos, aquando o exílio da família real em 1931, passando pelas mãos da Infanta Maria Cristina, Condessa de Marone e acabando propriedade da Rainha Sofia que agora a usa em várias ocasiões solenes. Em 2010, enfeitou o véu de casamento da Princesa Victória mas mantém-se em poder da rainha. n

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sta tiara é composta por arabescos de diamantes que rodeiam oito grandes pérolas e foi desenhada pela célebre casa Cartier. Foi pertença da

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ENTREVISTA

ANA RITA CLARA Por Nuno Vaz de Moura

Genuína, transparente e espontânea

A apresentadora do programa Mais Mulher e embaixadora da Laço acabou de gravar o filme inspirado na obra de Margarida Rebelo Pinto «Sei Lá». A Eles & Elas foi conversar com esta fascinante mulher que nos falou da sua carreira, dos seus sonhos e dos seus projectos.

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omecemos pelo início. Fale-nos um pouco das suas origens, da sua educação, de como foi o percurso. Sou de S. João da Madeira; do Norte, claro está. Tenho em mim

essa faceta. ...e essa garra do Norte também. Dizem que sim. Eu sinto-a todos os dias na vontade de construir sempre. Tenho uma grande paixão e ligação ao Norte. Mas contudo, Lisboa conseguiu cativar-me e contagiar-me. Tanto é que já cá estou acerca de dez anos. Fui uma adolescente e uma jovem mulher muito determinada e independente. Comecei por abraçar a moda ao mesmo tempo que acabava o liceu; o teatro ao mesmo tempo que me formava em Sociologia, na Universidade do Minho; a experiência da televisão enquanto me ➤

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ANA RITA CLARA

➤ tornava assessora de cultura em vários projectos sociológicos. Até que depois, terminadas essas experiências um pouco por todo o país, aos 21 anos surge um convite que acabou por ser determinante para a minha ligação à televisão. Durante a faculdade já tinha tido a oportunidade de experienciar televisão, tendo sido inscrita pela mãe que desde cedo viu em mim algumas ca-

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pacidades comunicativas. Eu, com 4 ou 5 anos de idade imitava já as apresentadoras de televisão. Aos 19 anos, vim fazer um casting à SIC Radical e percebi, que havia ali um caso sério de namoro com a televisão pela forma como me senti tão confortável de imediato. Para o programa Curto Circuito, certo? Sim, procuravam jovens apresentadoras e correu ➤


muito bem. Regressei para terminar a minha formação. E só depois, quando terminei o curso, surge então o convite que lhe falava, para apresentar o talk-show XPTO, um programa em directo, no canal que na altura se chamava NTV e agora RTPN. E a partir daí nunca mais parei! Recebi depois, em 2005, o convite para a SIC. Ao integrar a SIC e todos os programas que fui integrando nesses anos, fui revelando determinação e uma postura de versatilidade que me permitiram trabalhar em todos os braços deste canal. Quando vim para o canal fui logo convidada para ser o rosto do Rock in Rio Lisboa. Acabo por estar sempre nos directos em simultâneo para os vários canais da SIC. Os programas em directos costumam ser os mais difíceis e sobretudo para alguém assim tão jovem. Foi lançada aos leões. Eu sou uma apaixonada por directos. São muito estimulantes e desafiantes. Gosto muito de desafios. Esta atitude permitiu-me crescer um pouco todos os dias e abraçar diversos projectos. Recebi felizmente, por parte do canal, a oportunidade de demonstrar a minha maturidade e segurança para fazer determinados formatos, até que surge aquela novidade na altura que foi o Mais Mulher. Que tem sido um sucesso, já na sua sexta temporada. Uma caminhada muito feliz. Fico muito orgulhosa de ter sido o único programa do canal, a ter sido nomeado como o melhor talk-show e a minha nomeação para melhor apresentadora deixou-me, naturalmente, muito feliz. O que é que, a seu ver, a distingue das outras apresentadoras? O que diria que é mais seu? Isso é difícil de responder... É sempre complicado falarmos de nós próprios. Sou genuína, transparente e espontânea. Gosto, verdadeiramente de ouvir as pessoas e acredito numa televisão de proximidade. O Mais Mulher é um programa onde eu pude ter a oportunidade de demonstrar aquilo que eu queria. Nós podemos ter até potencial, talento e tendência para algo, mas se não tivermos o espaço e o palco para poder mostrar como se quer comunicar torna-se muito difícil. Foi aqui um encontro muito feliz entre o querer comunicar desta forma solta e ter a permissão para isso. Num formato que é para todos e num canal que já é para todos. E o programa vai crescendo todos os dias e tenho tido muito retorno por parte do público. Não me sinto, contudo uma vedeta e evito o distanciamento. Quero ter um registo de simplicidade, próximo das pessoas. Sempre me pareceu que a Ana transmitia esse sentimento. E também um certo altruísmo. A beneficência e o dar a cara a causas sempre foi uma constante na sua carreira, como o caso da Laço. Já há quatro anos que me encontro ligada à Laço, a associação para a prevenção, diagnóstico e tratamento do cancro da mama. Mas também a outras. E tem sido um prazer estar próxima dessas causas e gostaria no futuro de fazer muito mais. Sou muito sensível às questões fe-

mininas, às questões dos direitos das mulheres. Penso que o programa Mais Mulher cumpre um papel no que diz respeito à auto-estima, à valorização da mulher. Ainda existe muita coisa a mudar na forma de estar das mulheres. Gosto da ideia de mulheres poderosas e acredito que o Mundo ficaria melhor se as mulheres também se sentissem melhor. Falemos do seu novo projecto, essa passagem para o cinema. Acabou agora mesmo as gravações do filme «Sei Lá» baseado na obra homónima de Margarida Rebelo Pinto. Foi uma viagem única que me permitiu perceber que a representação era algo muito presente no meu sangue e que também quero abraçar. Houve alterações no texto para se adaptar aos novos tempos mas mantém-se a estória inicial. Desempenho o papel da Luísa, uma personagem muito intensa e muito presente na trama da estória. Foi um prazer fazer esta personagem. Somos diferentes em muitas coisas e próximas em outras. Existem muitas coincidências com esta Luísa: parecia que ela estava à minha espera. Por exemplo, o carro que a Luísa conduz é igual ao meu, na vida real e a casa onde vive é uma casa que eu própria quis muito ver porque estava encantada com aquele espaço. Há muitos pormenores aqui à volta que nos permite perceber que às vezes a vida oferece-nos as coisas no momento certo. Mas o mais importante foi o privilégio de trabalhar com o realizador Joaquim Leitão, que é genial e com todo o elenco que me recebeu de uma forma única. E para o futuro, o que podemos esperar da Ana? Estou num momento em que me sinto muito confortável com o Mais Mulher, que é um programa com que me identifico e onde eu posso ser mais e dar mais às pessoas. Mas, como qualquer outro profissional, estou a aguardar novos projectos e novos desafios dentro do canal para poder crescer cada vez mais. A sua carreira tem sido muito intensa e começou muito jovem. Há algum sonho que ainda esteja por realizar? Há vários! Sou uma sonhadora e uma lutadora determinada. Quero contagiar o mundo com essa energia. A nível pessoal quero conhecer mais mundo. Sonho em conhecer o Cambodja e o Laos a pé com mochila às costas. Quero ver a Índia, conhecer novas culturas e absorver novos conhecimentos. Preciso muito disso: de verificar que o Mundo não se encerra nas nossas casas, nem sequer nos nossos pensamentos. Enquanto mulher também me faltam realizar muitas etapas. Quero muito ser mãe e ter uma família muito grande. Mas tudo com o seu tempo. Para terminar, tem algum role model, alguém que lhe sirva de referência? Para mim a família é muito importante e, correndo o risco de parecer cliché, tenho que dizer que é a minha mãe. Tenho uma grande inspiração na força da minha mãe. É uma pessoa muito presente, mas que me deu sempre a liberdade e o apoio para lutar pelos meus ideais. n ELES & ELAS | 37


BELAS NOTÍCIAS ALISADOR ÓPTICO INSTANTÂNEO DA GARNIER Está no mercado um corrector preenchedor instantâneo que lhe permite atenuar visivelmente rugas, poros, brilhos e irregularidades. Um verdadeiro item mágico, este Alisador Óptico que, em cinco segundos actua no seu rosto deixando-o mais jovem. Tudo graças à tecnologia do elastómetro de silicone que permite difundir a luz ao mesmo tempo que esbate as imperfeições na superfície da pele. Aplique-o de manhã, após os cuidados diários da sua pele e da aplicação do seu creme diário hidratante, se for o Ultra Lift da Garnier, melhor serão resultados. ■

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EL CORTE INGLÉS apresenta Colecção Moda Outono/Inverno

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El Corte Inglés de Lisboa apresentou a nova colecção de Outono/Inverno onde participaram algumas das mais conhecidas marcas e estilistas nacionais e internacionais. Para este desfile, o El Corte Inglés, com a colaboração de Vicky Fernandes, convidou uma assistência de luxo, tendo estado presente várias figuras púbicas, tais como: Rosalina Machado, Margarida Mercês de Mello, Ana Salazar, Marianela Mirpuri, Serenella Andrade, Jô Caneças, Paula Bobone, Isabel Angelino, Cláudia Borges, Naima Mingas, Cila do Carmo, Sílvia Rizzo, Ana Marques, Luísa Mirpuri, Raquel Loureiro, José Moutinho, Helena Isabel, João Rolo, Sofia Aparício, Zulmira Ferreira, Adriane Garcia, Sérgio Praia, Dino Alves, Duarte Síopa, Cinha Jardim, Juliana Cavalcanti, Marina Cruz, Raquel Rocheta, Cristina Santos Silva, Pedro Crispim, Elsa Gervásio, Mónica Sintra, etc… Sob a coordenação de Paulo Gomes desfilaram marcas como Hoss Intropia, BDBA, Roberto Verino, Decenio, Ralph Lauren, Armani, Lanidor, Karen Millen, Ted Baker, Gant, Tommy Hilfigger, French Connection, Fátima Lopes, Escada, Calvin Klein, Adolfo Dominguez, Amitié, entre muitas outras… n ➤

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1. Raquel Rocheta 2. Paula Bobone 3. Raquel Loureiro 4. Margarida Mercês de Melo, Susana Santos e Cristina Esteves 5. Ana Palmeira 6. Serenela Andrade e sua filha 7. Isabel Angelino e Angelo Rebelo 8. Teresa Arriaga 9. Jô Caneças, Claúdio Ramos, Mónica Sintra e Paula Bobone 10. Ana Ferreira 11. Isabel Palmela e Vicky Fernandes 12. Claúdio Ramos 13. Maria José Galvão de Sousa, Isabel Pinto Coelho e José Moutinho

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FASHION

MODA LISBOA Primavera/Verão 2014

Tendências para a próxima estação quente

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por Roman Émil

s principais criadores da moda nacional desfilaram as suas colecções Primavera/Verão 2014 na Semana de Moda de Lisboa com o tema Ever.Now. Na 41.ª edição do evento, os estilistas prometeram um Verão fresco e rico em tendências. Notou-se uma aderência maior às saias curtas e às calças para elas, e o reforço do preto e do branco enquanto cores dominantes. Nuno Baltazar é um bom exemplo cuja colecção Primavera/Verão 2014 destaca o poder do preto e do branco para melhor exaltar a beleza feminina. Com o mesmo propósito, designers como Luís Buchinho, ➤ Cia Maritima 44 | ELES & ELAS


Kamil Sobczyk

Dino Alves ELES & ELAS | 45


Lidija Kolovrat

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Lidija Kolovrat


Ricardo Andrez Ricardo Andrez ELES & ELAS | 47


deram mais importância aos pastéis. Buchinho seguiu um caminho muito pessoal, e inspirado nos próprios “sketchbooks”, nos desenhos e no seu processo de criação deu vida à colecção “A Página em Branco”, sempre na busca da perfeição em coordenados com formas assimétricas. Outros como Lidija Kolovrat exploraram padrões coloridos em peças com silhuetas fluidas e naturalistas, com drapeados inesperados em cortes diagonais e aberturas no corpo. Kolovrat voltou em grande com a colecção “Thank You” que inspirada nos “Lusíadas” abrange vários estilos, «do descontraído, ao vestuário quotidiano e do elegante ao excêntrico». E se Aleksandar Protic, desta vez optou por omitir o branco, Os Burgueses foram os únicos que se arriscaram em apostar numa colecção multicolorida com a ausência do preto. Como o próprio mote indica: “LICENSE TO GO BANANAS”, - as estampas de fruta tornam-se tendência de moda na criação de Os Burgueses. Também para os dias com mais sol, Cia. Marítima desfilou peças de praia com padrões com riscas e florais. A cor também marcou o trabalho de Ricardo Preto que trouxe para a passerelle a transparência, igualmente acentuada nas peças de Marques’ Almeida. Durante os três dias de desfiles alguns designers mantiveram-se fiéis aos seus estilos, dando continuidade às ideias das colecções anteriores. Bons exemplos são Alexandra Moura que apresentou peças frescas e leves com silhuetas simples, tubulares e com linhas rectas, características ao vestuário clássico e contemporâneo, e Miguel Vieira, que mais uma vez vestiu a temporada quente com tons alegres. Outros, como Dino Alves apostaram em temas novos. O criador contrariou a realidade 3D com a colecção “2D”. Num comunicado explicou que com a evolução ➤

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Dino Alves

Luis Buchinho


Alexandra Moura

Alexandra Moura ELES & ELAS | 49


Nuno Gama

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Ricardo Preto


tecnológica o efeito tridimensional torna-se cada vez mais comum e isto incentivou – o criar uma colecção que mostrasse peças «que surgem a partir de um plano e parecem embutidas no mesmo a duas dimensões, desenvolvidas a partir desse mesmo princípio», pelo que muitos dos coordenados têm uma estrutura geométrica marcada. Parecem quadrados e rectângulos ornamentados com elementos gráficos. Já Luís Carvalho, apresentou a colecção veranil “SHELTER” que trouxe na moda uma combinação do clássico e do descontraído. Para os homens, em especial, destacaram-se as colecções com uma gama de cores escuras, em contraste com o branco, alguns padrões coloridos e os azuis. O look desportivo esteve no seu augue e as bermudas prometem ser um trend masculino popular no próximo Verão. Ricardo Andrez com a colecção “Infinity”, dedicada ao homem com um estilo de vida saudável, em movimento, e com influências urbanwear, é prova disto! Andrez apostou nos padrões geométricos e na transparência, nos efeitos XL, na dualidade entre o preto e o branco e trouxe de volta as redes. Também, o criador de moda convidado KAMIL SOBCZYK, apresentou a colecção desportiva “YEAGER”, inspirada no desejo de explorar e pisar terrenos desconhecidos. «A inspiração, neste caso, conduziu-me entre tons claros de azul e safira, cinzas, detalhes brilhantes e néon, dando à coleção um caráter desportivo», que vai ao encontro da tendência do Santuário Urbano, afirmou Sobczyk. Evidenciou-se ainda Nuno Gama que teve como referência os elementos da cultura nacional. O estilista homenageou uma das maiores heranças culturais, a original cerâmica portuguesa na colecção “Mosaik” que é dedicada ao homem contemporâneo, em peças de roupa com uma vertente mais clássica e outra mais descontraída. Estas foram algumas das tendências que mais destaque tiveram nos desfiles da edição Ever.Now da Semana de Moda de Lisboa. n

Os Burgueses

Aleksandar Protic

Fotografias: ModaLisboa / Rui Vasco

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ATELIER DE ALTA COSTURA

LUZIA NASCIMENTO A Moda é a sua vida

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oi ela a responsável pelo “look” de Maria da Luz Bragança, no último aniversário da revista. Uma criação que muito a satisfez e que considerou como um desafio muito interessante. Empreendedora, apaixonada pela Moda, não apostou nos grandes desfiles da moda nacional, antes optou por se dedicar, de forma mais pessoal, às suas criações. Ela é Luzia Nascimento, uma referência na alta costura portuguesa

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oda a sua vida gira em volta da moda, de uma forma mais personalizada, em que dá um toque muito pessoal a todas as coleções que saem do seu “atelier”. “As minhas criações evidenciam todo um trabalho meticuloso, em que procuro salientar a distinção e a elegância que eu acho importantes para qualquer senhora elegante” diz, à Eles & Elas, Luzia Nascimento. Gostávamos de conhecer um pouco do seu percurso e assim, a estilista vai contando alguns passos da sua vida. “Comecei muito nova neste mundo da moda. Veja só que, com apenas 16 anos, eu já tinha um “atelier” com duas costureiras. E quatro anos depois, já formada na área do “design” e confeção, encontrei-me a dirigir duas lojas de roupa de criança, responsável por todas as criações das coleções”. A sua vocação era mesmo a Moda. E foi por isso que, anos mais tarde, resolveu apostar num novo segmento – a roupa de senhora. Uma nova aposta, em que a sua criatividade e inovação se viriam a evidenciar, revelando uma nova faceta da estilista, a que se dedicou de corpo e alma, como não podia deixar de ser. Mas Luzia Nascimento tinha mesmo que 52 | ELES & ELAS

ser diferente. Como? “Recusei-me sempre a criar de forma massificada. Sempre achei que a forma personalizada, o toque feminino e o próprio atendimento teriam que ser algo que me tornaria diferente dos outros criadores. E nunca me arrependi. Mantive-me sempre atenta à evolução da Moda, mas dei-lhe sempre um toque de criatividade, procurando tornar as minhas coleções diferentes”. A verdade é que as suas criações aliam as últimas evoluções da moda com um toque clássico e profundamente elegante. “Nada é fácil na vida e penso que o sucesso que a vida me tem proporcionado é fruto de muito trabalho, muito amor por uma arte que eu sempre soube que fazia parte intrínseca da minha vida”, frisa a nossa entrevistada, que não esquece que o sucesso também se deve a uma óptima equipa de profissionais por que se tem feito rodear. Como boa profissional que é, Luzia Nascimento não tem esquecido a necessidade de se actualizar, através de cursos de “design” e confeção. Os seus dias são, naturalmente, agitados, mas são também muito gratificantes, dado que tem conseguido estabelecer uma rede segura de clientes, alguns já de muitos anos. Com alguma graça, adianta que “os ➤


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➤ clientes têm surgido um pouco através do sistema do passa palavra e assim, cada vez tenho mais clientes, as amigas trazem outras amigas e por aí fora”. Grandes desfiles não faz mais, foi uma decisão que tomou há já algum tempo, porque o que mais gosta de fazer são os desfiles privados, o tal atendimento personalizado que é uma espécie de imagem de marca. “Obviamente que estou atenta a todas as novas tendências, mentiria se dissesse o contrário. Esta consulta, digamos que é o complemento da minha criatividade. Viajo muito, estou sempre numa fase de aprendizagem, de crescimento. Qualquer estilista deve funcionar desta maneira, não pode estagnar, parar no tempo. Tenho que confessar que, muitas vezes, me interrogo aonde vou buscar tantas ideias novas. Um hábito meu é o de trazer sempre comigo um bloco de notas e à medida que tenho uma ideia, vou tomando nota. Assim não corro o risco de a perder”. Como o seu trabalho não estava virado para a produção em massa, a crise não tem afetado, de modo muito premente, a vida profissional de Luzia Nascimento. Com clientes certas, com profissionais competentes a seu lado, a estilista continua imparável, sempre motivada e sempre apoiada pela família e amigos, que lhe asseguram o equilíbrio emocional necessário para seguir em frente. n

Texto Maria Dulce Varela

luzianascimento.26@gmail.com Rua Ferragial, nº 26 R/c Esq. - 1200-183 Lisboa Tel.: 21 347 92 55 / 91 974 71 35 54 | ELES & ELAS



SHOPPING

DIVINE GOODS A estação Fall/Winter já chegou e, com ela vieram os tons, cheiros, cores e os inevitáveis dias de chuva e bem mais fresquinhos. Para estar de acordo com o mood da época escolhemos alguns itens para Eles e para Elas, que vão marcar a diferença no seu look. O tweed, as flores, os dourados, os print animals ou os aromas mais quentes, sensuais e cores densas vão marcar o ritmo dos seus dias, por isso espreite as nossas sugestões e tome nota. ➤

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Para ela 1. Pulseiras de ouro e diamantes Hermés e brincos Jósephine Chaumet 2. Bag e luvas Carolina Herrera 3. Eau de Parfum Valentina Assolut de Valentino 4. Relógios L.U.C Chopard 5. Óculos Flash by Jimmy Choo 6. Outfit de Nuno Velez e loafers Stella Mccartney 7. Relógio Player da Nixon e Vestido Guess 8. Blush Diorific e Baton Rouge Dior 9. Eau de Parfum Sì by Giorgio Armani 10. Mala Iron Fox da Furla e Botas Licorice Snap by Clarks 11. Brincos/ bracelete Chopard e Óculos Lace Dolce & Gabanna 12. Óculos Dior Promesse 13. Clutch e pulseira Parfois 14. Bolsa Ipad da Rimowa e saia Mango; 15. Colar Bulgari e brincos Chaumet 16. Relógio One e clutch Guess 17. Cocktail spotlight push-up bra e hipstring e beauty sensation panty da Triumph 18. Eau de Parfum Intense by Dolce&Gabanna e relógio Miss Dandy Chaumet 19. Sneakers by Stella Maccartney para Adidas e Bag Loewe

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Para ele 1. Bollinger Rose, edição especial 2. Relógio Chronomat Blackbird da Breitling 3. Eau de toillete Brit-Rhytm da Burberrys; 4. Óculos de sol Tonino da Lamborghini 5. Bag Wester collection by Carolina Herrera 6. Parker Gant e camisa Red Tab Levi’s 7. Calças Mango e Cardigan Hackett London 8. Botões de Punho by Carolina Herrera 9. Relógio Emporio Armani 10. Sapatos Clarks e óculos Saint Laurent 11. Polluver Vneck da Hackett London 12. Eau de Parfum Dior Homme 13. Smartphone LG G2 14. Vinho tinto Herdade do Mouchão 15. Relógio Regent black Nixon 16. Óculos Gucci 17. Botas Alaric Dkode 18. Eau de Parfum Oud Noir da Versace 19. Óculos neve by Carrera

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DESTINOS

E SE FÔSSEMOS A MACAU? Por Paula Bobone

Vista torre de Macau

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Casino de Lisboa


critério de escolha dum destino de viagem tem a ver com o sonho. Quem viaja como turista ou passeante revela o seu grau cultural conforme o destino por que opta. México, Caraíbas, Miami, Dubai, Brasil etc. Todos os destinos têm o seu interesse conforme a maneira de serem visitados e se realizam o tal sonho. Andava a sonhar com Macau e lá fui, integrando um grupo de amigos, numa organização do Grémio Literário. Começámos por percorrer as mais apelativas cidades chinesas e concluímos o itinerário em Macau. Não podia ter sido mais interessante este passeio, em todas as perspectivas, cultura, divertimento, gastronomia e memorável convívio. Macau que visitara há mais de 30 anos, na passagem para um congresso no Japão, foi a maior surpresa. Entretanto este território já independente e sob a bandeira chinesa, classificado pela Unesco como Património da Humanidade, já não era nada do que eu visitara há tantos anos. O crescimento da cidade em todas as dimensões, respeita o legado histórico arquitectónico português e proporciona uma visão única de passado e futuro. Curiosamente passam agora os 500 anos da chegada dos portugueses à China, diga-se que Jorge Alvares chegou a Macau em 1513, no tempo em que ainda se andava de barcos à vela. Os edifícios dos tempos em que por lá nos instalámos, quando era uma modesta vila de pescadores chamada Ou Mun, muito assediada como toda a costa chinesa pela pirataria japonesa, holandesa e eoutros, revelam bem a função e a boa aceitação que os nossos homens de então tiveram da parte dos Imperadores da China, pois nessa data, ➤

Sinalética portugu

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➤ mais propriamente em 1553, comerciantes, marinheiros e frades deram inicio a instalações, tendo chegado a altura de edificarem magníficas igrejas e alguns edifícios interessantes que ainda hoje perduram sem colidir com templos e construções do gosto oriental. Muito pelo contrário. A curiosa e única herança patrimonial resulta justamente da mistura de gostos e costumes numa coabitação diria mágica, bem preservada, recebendo um crescimento veloz da Cidade, cada vez mais próspera e desenvolvida. São notáveis a Sede da Região de Macau, Palácio do Cônsul de Portugal, Igreja de Santo Agostinho, Casa do Mandarim, Teatro D. Pedro V, Gruta de Camões, Igreja de Santo António, Club Militar, Templo de A Má, Santa casa da Misericórdia, Igreja de São Domingos, Templo de Na Tcha, Antigo Leal Senado, Farol da Guia, Ruinas da Igreja de São Paulo. Praças, ruas, recantos, vistas para o mar, com nomes inscritos em português e chinês, são testemunho dum fenómeno intercultural extraordinário que me comoveu. Poucos meses depois, a convite do Turismo de Macau partiamos de novo para Macau para que o Vasco desse inicio a mais um livro de aguarelas, bem ao seu estilo, que reproduziu as mais belas vistas da cidade, a que chamou Tesouros de Macau. Foi um sucesso. Vasco Bobone culminou a sua apreciável carreira de pintor de aguarelas da melhor forma. Nesta viagem, agora de trabalho com o objectivo de fazer o levantamento artístico das belezas locais, não puderam escapar as passagens pelos novos edifícios que entretanto se expandiram: hotéis de alto luxo, casinos e um comércio de topo de gama. Todo um mundo que vibra, se entranha e emociona, principalmente a nós ➤

Igreja de S. Vicente

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ulo as da Igreja de S. Pa

Casino "The Venetian"

➤ de alma lusitana quando sentimos que sempre é possível viajar no tempo, melhor, no tempo português. Dentro de dias, as 40 aguarelas serão apresentadas ao público de Macau pela conceituada Fundação Rui Cunha. Esta Exposição culminará o processo criativo da interpretação artística que se impunha a quem estudou e ama a história de Macau. n

Paula e Vasco Bobone

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FEIRA DAS ARTES

Estrelas do cinema

em fotografia no Sofitel Lisbon Liberdade

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Sofitel Lisbon Liberdade inaugurou recentemente a exposição internacional de fotografia «On-Set / Off-Set – Des instants de Cinéma», que contou com a presença do fotógrafo Alain Loison e Agnès Jaoui, famosa actriz, realizadora e cantora francesa, entre outras personalidades. Até final de Dezembro de 2013, estarão patentes cenas intensas de actores internacionais, casais lendários nos mais célebres filmes, e também momentos raros dos bastidores de ensaios e gravações, protagonizados por caras emblemáticas do mundo cinematográfico como George Clooney, Johnny Depp, Brigitte Bardot, Jean-Paul Belmondo, Serge Gainsbourg, Jane Birkin, entre outros. ■ ➤

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1.Dominic Arel e Agnès Jaoui 2. Chef Daniel Schlaipfer - AdLib Restaurante (Sofitel) 3. Helena Pedro Nunes e Alain Loison

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~ LIVROS ~ ATLAS DO CORPO E DA IMAGINAÇÃO GONÇALO M. TAVARES Caminho Gonçalo M. Tavares apresenta-nos um livro que atravessa a literatura, o pensamento e as artes (dança, teatro, cinema, etc) passando pela imagem e por temas como os da identidade, tecnologia, morte e ligações amorosas, cidade, racionalidade e loucura, alimentação e desejo. É um livro para ler e para ser visto e é também, de certa maneira, uma narrativa – com imagens que cruzam, com o texto, os temas centrais da modernidade. Neste “Atlas” o autor revisita ainda a obra de alguns dos mais importantes pensadores contemporâneos, partindo de Bachelard e Wittgenstein, passando depois por Foucault, Hannah Arendt, Roland Barthes ou Vergílio Ferreira entre outros. n NENHUMA VIDA URBANO TAVARES RODRIGUES D. Quixote O último livro que Urbano T. Rodrigues escreveu em vida, ao qual chamou de “Romancce breve”. Numa edição que inclui reproduções de páginas de manuscritos da obra, em 14 curtos capítulos deparamo-nos com algumas histórias e muitos lugares que têm como fio condutor um homem: Tiago Manuel. Tornou-se uma “figura lendária no seu Alentejo e na Lisboa que tanto amou e até por essa Europa das suas lutas e nas Américas por onde peregrinou e deixou mistério, rastos de sonho e amor”, segundo palavras do autor. n

O TÍMIDO E AS MULHERES PEPETELA D. Quixote Com a sua habitual mestria, Pepetela volta a surpreender-nos com este romance onde nos apresenta três personagens centrais: Heitor, Marisa e Lucrécio, assim como um rol de outras personagens que dão vida e nos conduzem por uma cidade que fervilha no seu caos e vivências. Onde homens se apaixonam, sonham e desesperam, procuram novos caminhos, novas soluções. Um desenho imparcial e objectivo da actual sociedade angolana, fruto de muitas mutações culturais e políticas das últimas décadas. n SONO HARUKI MURAKAMI Casa das Letras Pela chancela da Casa das Letras chega a Portugal mais um livro deste autor, que tem vários publicados no nosso País. “Sono” é uma intrigante e perigosa história que tem como protagonista uma mulher que, Murakami imaginou e que de um dia para o outro deixou de conseguir dormir. Pela calada da noite, enquanto o marido e o filho dormem o sono dos justos, ela começa uma segunda vida. E, de um momento para o outro, as noites tornam-se de longe mais interessantes do que os dias… mas também, escusado será dizer, mais perigosas. n

“THE CHANGING LIGHTS” STACEY KENT Warner O décimo trabalho de estúdio da cantora de jazz norte-americana, que passou por cá em digressão com “The Changing Lights” revela, mais uma vez a grande voz de Stacey comparada ao estilo das grandes vozes como Billie Holiday e Ella Fitzgerald e canta as palavras de forma subtil e clara, tal como Nat King Cole. Neste álbum as normas incluem “Sorriso”, de Charlie Chaplin, Tom Jobim, Vinicius De Moraes e Gene Lees “essa loucura feliz” de Jobim e Newton Mendonça de “One Note Samba”, que apresenta Tomlinson na flauta. Kent e Tomlinson criam versões que são facilmente reconhecíveis e apreciadas por todos num desempenho de pura beleza. n

~ MÚSICA ~

(R)EVOLUÇÃO AMOR ELECTRO Valentim de Carvalho Os Amor Electro que se afirmaram como um dos grupos mais personalizados e carismáticos da nova música portuguesa, após o lançamento de “Cai o Carmo e a Trindade” regressam com novo álbum (R)evolução. A banda de Marisa Liz, Tiago Pais Dias, Ricardo Vasconcelos e Rui Rechena aventuram-se por territórios, ainda não explorados sem perder o som que os caracteriza, em que o cruzamento entre a música tradicional portuguesa e a pop electrónica, voltam a marcar presença nas 10 canções originais que compõem o álbum. Exemplo disso é o single “A nossa Casa” que já toca nas rádios assim como duas versões para “No teu Poema” de José Luiz Tinoco e “Adeus Tristeza” de Fernando Tordo. n 66 | ELES & ELAS

“CLOSER TO THE TRUTH” CHER Warner Bros A cada trabalho Cher reeiventa-se e após 12 anos de interregno, a cantora-actriz vem com tudo talvez para chegar mais “Closer to the Truth” , que vai incluir uma tournée a “Dressed to Kill” que poderá ou não passar pela Europa. O albúm inclui temas de Timbaland, Cher entre outros e tem como single de apresentação “Woman’s World”, denotando-se as notas pop com os ritmos também dançantes ao qual Cher nos foi habituando, principalmente no último trabalho. n


~ TEATRO ~

NOITE DAS TRÍBADES 18 DE OUTUBRO A 17 DE NOVEMBRO CLUBE DA ESTEFÂNIA

A peça “Noite das Tríbades” de Per Olov Enquist, volta a estar em cena, agora no mítico Clube da Estefânia e pela égide da Escola de Mulheres. O enredo da história a que o autor denominou de comédia em 1889 passa-se durante um ensaio de “A Mais Forte” de Strindberg, num teatro transformado em armazém de cervejas na Dinamarca. Siri Von Essen, de quem está divorciado, resolve voltar ao teatro, e com a sua actual companheira, Marie Caroline David e o actor Viggo Schiwe, que interpretou o papel de João na Menina Júlia, tentam montar o espectáculo. Strindberg vai assistir ao ensaio e o resultado é um confronto violento, durante o qual são debatidas apaixonadamente as questões do Género e da Arte, ajudando-nos a compreender a personagem fascinante de Strindberg e, consequentemente a sua obra. O texto de Enquist encontra-se actual e os problemas de então, são os mesmos de hoje com o confronto Homem/Mulher, em que o tema fundamental é o cerco terrível de uma sociedade injusta e que anula os seres humanos, os põe uns contra os outros, torna-os infelizes ou agressivos. n A GRANDE ESTREIA A PARTIR DE 16 DE OUTUBRO TEATRO TIVOLI BBVA

O MELHOR DE LA FÉRIA 3 DE OUTUBRO A 17 DE NOVEMBRO RIVOLI TEATRO MUNICIPAL

Quando o protagonista de uma peça (completamente inexperiente) é o filho do produtor é caso para dizer, que uma grande cunha pode ser meio caminho para um enorme... fracasso e uma noite de gargalhadas. A Grande Estreia é uma comédia cheia de pequenos e grandes enganos, onde tudo corre mal. Encarnados em Ana Bola, Pedro Diogo, Maria Henrique, Victor de Sousa, João Maria Pinto, Miguel Damião e Alexandra Rosa veremos o canastrão, a diva, o principiante e uma pequena trupe de falhados que deambulam pelo palco numa sucessão de equívocos a que não conseguem por termo. Escrita por Danielle Navarro e Patrick Haudecoeur, A Grande Estreia recebeu o Prémio Molière para a Melhor Comédia de 2011. n

Em cena e porque o público do norte assim o exigiu, um grandioso espectáculo de La Féria que revisita grandes momentos ao mundo dos musicais que o mesmo já levou aos palcos nacionais: “Passa por Mim no Rossio”, “Amália”, “My Fair Lady” ou “Música no Coração” assim como outros projectos que pretende encenar : “O Fantasma da Ópera”, “Mamma Mia” e “Evita”. O “O Melhor de La Féria” alia o espectacular dos musicais mais internacionais, com o humor e a crítica da Revista à portuguesa juntando em palco, a magnífica Alexandra ao lado do grande cantor João Salgueiro. n

DÁ TEMPO AO TEMPO 31 OUTUBRO UNIVERSAL PICTURES

~ CINEMA ~

Um cómico e dramático filme ao qual já nos habitou Richard Curtis, realizador de “Quatro Casamentos e um Funeral” ou “Nothing Hill”. A história é sobre um jovem, Tim Lake que descobre que tem um poder especial… Após mais uma insatisfatória festa de Ano Novo, o pai revela-lhe que os homens da sua família sempre tiveram a capacidade de viajar no tempo. Tim não tem o poder de alterar a história, mas consegue conduzir o que sucede na sua vida, decidindo tornar o seu mundo um lugar melhor e arranja uma namorada. Infelizmente as coisas nem sempre são tão fáceis e são grandes os limites para o que se consegue com as viagens no tempo, assim como os perigos. n CAPITÃO PHILLIPS 24 OUTUBRO COLUMBIA TRISTAR Tom Hanks regressa em mais um drama, baseado numa história real onde encarna o Capitão Phillips, de Paul Greengrass . O filme representa a visão multi-facetada da captura, em 2009, do porta-contentores norte-americano Maersk Alabama por piratas da Somália e é simultaneamente, uma emocionante aventura e um complexo retrato dos inúmeros efeitos da globalização. A dramática e intensa relação entre o comandante do Alabama, o Capitão Richard Phillips (Tom Hanks), e Muse (Barkhad Abdi), o chefe Somali, que o tem como refém e o ataque ao navio desarmado de Phillips, são o pano de fundo deste filme onde o inevitável confronto a centenas de milhas da costa Somali tomou espaço, e onde ambos serão confrontados com forças alheias ao seu controlo. n

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CARTAZ

by Isabel Miranda

~ ESPECTÁCULOS E EVENTOS ~

MONSTER HIGH EXPERIENCE DE 5 OUTUBRO A 5 JANEIRO PAVILHÃO DE PORTUGAL Monster High Experience é uma exposição horripilante, repleta de assustadoras experiências, assombrosas sensações, fantasmagóricas emoções e que engloba, ainda, uma exposição única das famosas monstrinhas. No Pavilhão de Portugal, leve o seu filho, sobrinhos ou netos e juntos embarquem no mundo Monster High para verem de pertos as personagens preferidas das crianças. Poderão dançar, cantar, brincar e muito mais em momentos únicos nunca antes possíveis. No final, da visita partilhem os desejos mais secretos na Parede dos Desejos! n LISBON & ESTORIL FILM FESTIVAL 8 A 18 NOVEMBRO CENTRO CONGRESSOS ESTORIL Está aí mais uma edição do importante LEFFEST, que entre Lisboa e o Estoril divide a panóplia de eventos culturais ( música, dança, literatura e artes plásticas) que compõem este reconhecido Festival de Cinema. De entre a programação podem-se destacar homenagens, retrospectivas, Cinemart e ainda algumas séries.Mais de 200 convidados e figuras mediáticas vão marcar presença tais como: Paul Auster e a filha Sophie Auster, Gérard Depardieu que vem à apresentação do filme “Cadências Obstinadas” de Fanny Ardant em antestreia mundial, do qual faz parte do elenco, Paul Giamatti um habitué. Do mundo da realização marcam presença Abdellatif Kechiche vencedor da Palma de Ouro, Cannes 2013, Roman Coppola que vem apresentar o seu segundo filme “A Glimpse Inside the Mind of Charles Swan III” ou realizador francês Alain Guiraudie, um dos homenageados este ano pelo LEFFEST. Na lista de eventos, há ainda espaço para concertos de Yasmine Hamdan, de Sophie Auster e de Piotr Anderszewski, a exposição de um original de Vhils (feito a pensar no festival) e um espetáculo de Blanca Li, “Robot!” a finalizar o evento. n VODAFONE MEXEFEST 2013 29 E 30 DE NOVEMBRO A 6ª edição do festival mais cool trará o melhor da música contemporânea aos vários espaços da Avenida da Liberdade e áreas envolventes. Sabendo, como sempre, dar nota distinta aos projectos que inovam, surpreendem e que, nas bocas do mundo alternativo, ocupam os lugares mais altos da competência, o Vodafone Mexefest, durante duas noites, promete apresentar nomes de qualidade inegável, assim como em outras ocasiões, catapultar alguns deles para um reconhecimento que ultrapasse as fronteiras do festival. Confirmados estão já: The Legendary Tigerman; Márcia convida Samuel Úria, António Zambujo; Moonface, Moullinex, Mr. Mitsuhirato entre outros sonantes. n

LUÍS DE MATOS|CHAOS 9-23 NOVEMBRO C.C OLGA CADAVAL E ACADEMIA ALMADENSE O recentemente galardoado Luís de Matos, com o prémio “The Devant Award” atribuído pelo the Magic Circle, o one man show português está na estrada com o seu espectáculo de magia. Em “Luis de Matos Chaos” os mais estranhos elementos interagem de forma mágica e surpreendente. Saramago disse um dia que o “caos” é uma ordem por decifrar. Neste espectáculo o “decifrar” não é uma opção. Os 90 minutos de duração são, uma combinação única da imaginação colectiva de todos que nele participam, uma colecção de mistérios tornados realidade em cada representação. Ilusão ou realidade?...descobra-o em família. n

ORQUESTRA METROPOLITANA DE LISBOA-TEMPORADA 2013-2014 NOVEMBRO/DEZEMBRO PALÁCIO FOZ, TEATRO THALIA E CCB A actividade artística da Metropolitana em 2013/14 desdobra-se em três eixos de programação, estando cada um deles associado a uma zona da cidade de Lisboa, e a um espaço de performance particular. Teremos o eixo Barroco- fundamentalmente centrado na música de Corelli à família Bach, a temporada Clássica – com epicentro no classicismo vienense, de Haydn a Schubert, e raras incursões pelo Romantismo e pelo século XX e a temporada Moderna. Dos vários concertos programados destacamos para os próximos tempos: dia 7 Dezembro 3xBach com o solista Nuno Inácio no Palácio Foz e Beethoven/Knecht: Pastorais a 21 Dezembro no Thalia. n

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LAGO DOS CISNES COLISEU DO PORTO E TIVOLI BBVA O bailado o Lago dos Cisnes, regressa em tournée numa nova produção 2013 – interpretado pela Russian Classical Ballet, liderada por Evgeniya Bespalova. Uma narrativa encantadora com sumptuosos cenários, maravilhosos figurinos e um deslumbrante leque de melodias que compõem esta grande obra-prima do ballet clássico.A técnica e beleza deste bailado narra a história de um príncipe que procura a mulher ideal e vê na figura do cisne a suavidade e o encanto feminino, que o deixam loucamente apaixonado. Mas, na verdade, o cisne é a transfiguração de uma bela princesa encantada, um tema de verdadeira poética romântica. Um espectáculo que não vai querer perder! n

CARTIER, O ESTILO E A HISTÓRIA 4 DE DEZEMBRO A 16 FEVEREIRO GRAND PALAIS Numa escapadinha a Paris para as feiras ou compras de Natal, faça uma incursão pela exposição da grande casa de jóias Cartier, que estará patente na Sala de Honra do Grand Palais. Ofoscada pelo nome e o brilho dos diamantes, a história complexa e abundante da prestigiada marca é pouco conhecida. As suas criações, o classicismo de “Joalheiro de Reis”, bem como suas invenções mais radicais do estilo moderno, entre a geometria e o exótico mostram um testemunho apaixonado, sobre a evolução dos gostos e códigos sociais. Com jóias, relógios ou itens práticos e refinados a marca soube atrair as mais elegantes personalidades do séc.XX e, contínua a captar a atenção de outras. n

~ EXPOSIÇÕES ~ LOURDES CASTRO NO D. MARIA II 15 OUT A 29 DEZEMBRO TEATRO NACIONAL D. MARIA II

DOM CARLOS 150 ANOS 17 DE OUTUBRO A 31 DE DEZEMBRO PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA

Uma amostra em tapeçarias das obras-pintura da artista plástica madeirense Lourdes Castro, está em exibição no salão nobre do TNDMII até final de Dezembro. Aí e na Tribuna de Honra estão expostos trabalhos da década de 80 da artista transpostas para as tapeçarias de Portalegre, numa produção em larga escala, realizadas manualmente assim como obras de artistas portugueses pertencentes ao grupo KWY (acrónimo de Ká Wamos Yndo), que com ela conviveram em Paris durante 1958 até 1969, casos de José Escada, João Vieira, Costa Pinheiro e Gonçalo Duarte. Os trabalhos expostos revelam “um ecrã de sombras” como a mesma referiu, isto é, um reflexo do mundo que a rodeia: a natureza, os amigos, os objectos dilectos ou os ambientes de eleição e que podemos visionar numa das idas ao teatro. n

No âmbito da celebração dos 150 anos do nascimento de D. Carlos, está patente na sala verde do PNA, a exposição “Evocar Dom Carlos” onde estarão expostos 150 objectos que remetem-nos para a infância e juventude do monarca. Incluído na exibição está um berço de D. Carlos restaurado. O programa incluí ainda, uma conferência sobre o que não sabemos do último monarca português e a 14 de Novembro ocorrerá outra relativa à conservação e restauro do berço. n

~ CONCERTOS ~ BLASTED MECHANISM| MISTY FEST 12 E 13 NOVEMBRO CASA DA MÚSICA E CCB No âmbito do Misty Fest a decorrer em Novembro, e para celebrar os quase 20 anos de um dos projectos mais dinâmicos da década de 90, da música portuguesa a banda de Guitshu, Valdjiu, Ary, Zymon, Winga e Fred Stone apresentam-se no Misty, com muitos dos seus clássicos sob uma nova luz. Na bagagem, os Blasted Mechanism trarão os melhores momentos de um Best Of que resume uma carreira singular que gerou no nosso país, um culto fervoroso e o que os próprios descrevem, como uma verdadeira comunidade orientada para questões filosóficas e espirituais profundas, mas também sintonizada numa ideia muito própria de celebração. n

THE BRIT FLOYD 22 NOVEMBRO MEO ARENA Os míticos ingleses Pink Floyd, agora homenageados e revisitados por The Brit Floyd, que recriam de forma irrepreensível os clássicos maiores de David Gilmour, Roger Waters, Rick Wright, Nick Mason e Syd Barrett. O Meo Arena receberá a digressão, “P-U-L-S-E 2013”, o maior espectáculo até à data do colectivo liderado pelo músico Damian Darlington. No concerto desfilarão os temas mais relevantes e amados de cinco álbuns: “The Dark Side of the Moon”, “Wish You Were Here”, “The Wall”, “The Division Bell” e “Animals”. n ELES & ELAS | 69


AMBIENTES & DESIGN

´ DE PAREDE PAPEIS Novas tendências

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uem não se lembra de ter em casa dos pais uma sala, a entrada, o quarto e mesmo algumas vezes a casa de banho revestida com papel de parede? Bom, eu lembro-me bem, e gostava imenso. Lembro-me tão bem que com o que sobrou de um quarto de arrumos forramos a porta do frigorífico… Muitas vezes os padrões eram bastante expressivos, os floreados e os desenhos geométricos respondiam a uma tendência, entretanto foram quase desaparecendo, para hoje regressar em força. Actualmente, as novas tecnologias permitem criar desenhos com uma qualidade de acabamentos e de impressão impensável nos anos 70, 80 e até mesmo 90. Sendo assim, a indústria do papel de parede esta em alta, fazendo apelo até a designers de moda conceituados para lançar colecções, como é o caso de Christian Lacroix. Existem para todos os gostos e a todos os preços, nunca esquecendo que muitas vezes o barato sai caro e que, como tudo, se deve usar sempre com adequada atenção. Atenção essa que se deve ter sempre também na aplicação, de preferência solicitar sempre um aplicador de papel recomendado. Outra atenção que se deve ter sempre é se o papel tem desenhos pois o chamado rappel (onde os desenhos unem) pode ser muito distante e aí perder-se imenso no rolo, que de uma forma geral é de 10mL por 50cm ou 60cm. Se o rappel for todos os 40 ou 50cm, muito facilmente podemos perder uma grande parte do rolo. Podemos utilizar papel de parede com motivos maiores numa entrada? Podemos, pois sendo uma zona de passagem não cansa tanto. Podemos dar um pouco mais de liberdade nos desenhos, sem nunca ir para motivos muito fortes.  Podemos utilizar papel de parede diferentes numa sala? Podemos, desde que os desenhos não se choquem. O ideal ➤ 

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José Robalo

Criador de tendências e ambiente, José Robalo nasceu no Alentejo e tem viajado pelo Mundo à procura de inspirações. Elabora projectos de interiores no seu atelier em Lisboa, o «Seis ao Quadrado», onde funciona igualmente a loja. Tem projectos efectuados em Lisboa, Porto e Angola. SEIS AO QUADRADO, Av. 5 de Outubro, n.51. Lisboa


➤ é colocar um riscado e um mais ousado. Alguns editores fazem na apresentação das suas colecções os chamados coordenados, e assim não se corre o risco de nos enganarmos.  Podemos misturar pintura com papel de parede? Podemos sim. Como mencionado no parágrafo anterior alguns editores até aconselham esse procedimento; poupando-se, assim, papel e tornando a parede mais exclusiva.  Existem tendências de estação para o papel de parede? Existem sim. No entanto temos que ter em conta que quando se coloca um papel de parede, salvo raras excepções, não é para mudar na estação seguinte. Por isso temos que ter mais em conta todo o restante da decoração e não a estação.  Ainda se usa papel de parede por trás da cabeceira da cama? Ainda. É realmente uma tendência que veio para ficar, tornando o quarto mais acolhedor e personalizado, muitas vezes substituindo a cabeceira de cama, e facilitando também a decoração dessa parede muitas vezes tão mal decorada. E não me querendo alongar mais, já sabem, utilizem papel de parede este ano. Com as novas colecções que foram saindo, temos muito dourado, muitos floridos e muitas riscas novamente. Agora cabe-lhe a si, a boa escolha… ou caso tenha dúvidas, escolha um especialista para a ajudar, o papel de parede é um pormenor, mas como todos os pormenores, irá fazer com toda a certeza a diferença! n

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EVENTOS

QUINTA DO ROSEIRAL um ponto de referência

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li para os lados da Ericeira, perto da praia de Ribeira d'Ilhas, encontra-se um paraíso perdido: a Quinta do Roseiral. O espaço, que se espande por 21 hectares de natureza numa zona particularmente encantadora entre o campo e o mar, surge após cerca de três anos intensos de construção, acabamento e decoração. E há precisamente nove anos, a Quinta do Roseiral começa a realizar eventos. A Ana e o José Batalha proprietários do espaço e de uma agência de Marketing e Eventos, a Local Marketing, aplicaram todo o seu savoir-faire na criação deste inovador conceito. Perguntados sobre o que distingue a Quinta do Roseiral das demais ofertas existentes, o casal responde: «Achámos que fa-

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zia falta em Portugal um empreendimento dedicado exclusivamente a eventos de média e grande dimensão, num segmento de qualidade de topo, que pudesse oferecer aos clientes um serviço completo, "chave-na-mão", de elevadíssima qualidade, libertando-os do fardo de ter que contratar uma empresa para o planeamento e supervisão, outra para o espaço, outra para o catering, outra para a decoração, outra para a animação, etc.» O esforço e a paixão do casal é intoxicante e já recolheram os frutos da sua dedicação. A Quinta do Roseiral é, há seis anos, a única entidade do sector da Restauração e Eventos em Portugal, distinguida com a Certificação Internacional de Qualidade e Segurança Alimentar ISO 22000. Cada evento é único sendo planeado, acompanhado, produzido e implementado de forma absolutamente personalizada. ➤


➤ Fomos muito bem recebidos, no átrio, onde imediatamente um exército de empregados se disponibilizou para nos servir bebidas de boas vindas. A animar estavam artistas do Chapitô, divertindo-nos com andas e panos artísticos verticais enquanto a banda de Jazz de Eliane Costa, criava um ambiente perfeito. Por entre uns copos e a troca de palavras com amigos, seguimos para o grande salão, onde mesas divinamente decoradas, nos esperavam. Seguiu-se o repasto que consistia numa ementa bem escolhida e melhor servida. Começamos com um Queijo Chévre derretido em barquinho de massa fillo, couve marinada e chutney de manga e tomate. Seguidamente, vieram os Lombos de Bacalhau com batatinha a murro, miga crocante de espinafres com broa de milho e molho de Queijo da Serra com frutos secos. A terminar, um "Petit Gâteau" em sopa de frutos silvestres e tropicais e sorvete de Manga. Os pratos sucederam-se com uma precisão suíça: todos os convivas eram servidos ao mesmo tempo e ninguém teve que esperar. A atenção e dedicação dos empregados fez que nunca um copo ficasse vazio durante o banquete. Para nos entreter e deleitar, a cantora lírica Lisa Veiga deslumbrou com as suas árias de óperas conhecidas. Findo o jantar ainda houve tempo para dar um pé de dança no salão contíguo, beber mais um copo e conversar com os convidados. A noite passou-se num instante, como num sonho, e voltámos para Lisboa com o pensamento já na nossa próxima visita. n Contactos: Quinta do Roseiral, Estrada de Sto Isidoro, 2655 Ericeira Telef.: 918784954, 918784955, 932436356 E-mail: geral@quintadoroseiral.com site: www.quintadoroseiral.com

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1. Cantora lirica Lisa Veiga 2. Ana e José Batalha 3. A nossa Directora 4. Secretária de Embaixada da Tunisia e seu Marido com Maria da Luz de Bragança e Nuno Vaz de Moura ELES & ELAS | 73



PRÉMIÈRE

CHAÎNE DES RÔTISSEURS

Grand Chapitre Internacional 2013 – 40º Aniversário

“Gala anual no Ritz”

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o mais importante acontecimento anual das atividades internacionais da Associação, permitindo o natural crescimento do movimento gastronómico sem fins lucrativos. Imediatamente após o ato público das entronizações de novos Membros e condecorações dos que mais se distinguiram durante o ano transato, teve lugar o habitual Cocktail seguido do Jantar gastronómico e Baile de Gala no Salão Nobre. Este ano, em parte devido às celebrações do 40º aniversário da presença da Chaîne em Portugal, estiveram presentes cerca de 45 estrangeiros, em representação oficial de vários países, alguns bem distantes como Angola, Brasil, China, Austrália, Malásia, Canadá, USA, Suíça, Bélgica, Áustria, Itália, França, Alemanha, Inglaterra, Escócia, o que torna esta Associação gastronómica num elemento proactivo de grande importância para o incremento turístico de Portugal. Com mais de 25.000 associados, a Chaîne des Rôtisseurs é uma organização gastronómica internacional pública, implantada em 80 países e ➤ ELES & ELAS | 75


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1. S.A.R. Príncipe Charles-Philippe d´Orléans, Duque d´Anjou, S.A.R. Princesa d´Orléans, Duquesa d´Anjou e Cadaval, Aníbal Soares (Presidente da Chaîne des Rôtisseurs - Portugal) Elizabeth Brown, George Brown (Presidente da Chaîne des Rôtisseurs Estados Unidos) 2. Rudolf Schaller e Manuel Enes 3. Margarida Ruas, Professor Silvestre Fonseca, Carmo Franco de Mello e Gilda Paredes Alves 4. Júlio dos Santos e Estela dos Santos 5. Embaixatriz da Suíça Nicoletta Schnyder von Wartensee, S.A.R. Príncipe Charles-Philippe d´Orléans, Duque d´Anjou, Helga Hankenne

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agrupando entusiastas que comungam os mesmos valores de qualidade, fine dining, de encorajamento das artes culinárias e prazeres da mesa. A caraterística que distingue a Chaîne de todas as outras associações gastronómicas traduz-se pela união entre amadores e profissionais, de todas as partes do mundo, independentemente de serem Hoteleiros, Restauradores, Chefs, Sommeliers, através do prazer da grande cozinha. Cada evento da Chaîne contribui para a “Escola de Gastronomia” sita em Évora, instituição de ensino profissional para jovens carenciados, integralmente financiada pela Chaîne des Rôtisseurs, sob o Alto Patrocínio de SAR Príncipe Charles-Philippe d’Orléans, Duque d’Anjou e SAR Princesa d’Orléans, Duquesa d’Anjou e Cadaval associados de Honra da Chaîne. n

6. Vista geral do Salão Nobre do Hotel Ritz 7. Fernando Messias e Sofia Messias 8. Embaixador da Suíça, Lorenzo Schnyder von Wartensee 9. Duquesa de Cadaval eAníbal Soares (Presidente da Chaîne des Rôtisseurs – Portugal)

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HIPISMO

SOCIEDADE HÍPICA

Cavalos Novos, Taças da Juventude e Amazonas

Hugo Carvalho e "Shutty" - Campeão 4 anos

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omo é habitual todos os anos em Outubro, desenrolam-se na Sociedade Hípica Portuguesa os Campeonatos de Cavalos Novos e as Taças da SHP de Juventude e Amazonas. Os Campeonatos de Cavalos Novos de 4, 5, 6 e 7 anos, são provas onde os cavalos dentro da mesma idade disputam entre si o título do melhor cavalo do ano em Portugal. Ao longo da época, os cavaleiros têm de se qualificar em diversas provas destinadas aos Cavalos Novos por forma a poderem participar no Campeonato (que podemos considerar como uma final). Chegando a Outubro temos então a derradeira prova onde estes jovens animais têm de dar tudo por tudo para poderem fazer o seu melhor e chegar a Campeão da sua idade. No desenrolar destes 3 dias, acontece variadíssimas vezes, chegarmos à ultima prova (final) e termos vários conjuntos (cavaleiro e cavalo) em igualdade de pontos. Nesse momento, existe um desempate que, como o nome indica desempata-se os cavalos com a mesma pontuação, em que nesta prova o mais rápido e com menos pontos é o derradeiro vencedor! Existem países onde nestes campeonatos apenas podem participar os cavalos nascidos nesse mesmo país, em Portugal isso ➤ 78 | ELES & ELAS

Hugo Cardoso Tavares e "D Pomme du Parisol" - Campeão 5 anos


Ivan Camargo e "Calabria" - Campeão 6 anos

Pódio Iniciados

Pódio Amazonas

Pódio Juvenis

Pódio Júniores

➤ não acontece portanto a condição é somente ter a idade correspondente ao campeonato e ter conseguido o apuramento. Contudo, existe um prémio entregue pela Associação Portuguesa de Criadores de Raças Selectas ao melhor cavalo de 4 e 5 anos nascido em Portugal e registado nesta associação. O Hipismo em Portugal tem crescido a um ritmo galopante e assim tem evoluído positivamente a qualidade dos cavalos em terras Lusas. A Sociedade Hípica Portuguesa muito tem contribuído para o desenvolvimento do desporto equestre e dos jovens, e como tal faz questão de todos os anos ter a sua própria Taça da Juventude. Esta é já uma prova com bastante reconhecimento e importância para estas jovens promessas, onde o Hipódromo do Campo Grande é o palco de grandes competições e alegrias. Também neste fim-de-semana, disputou-se ainda a Taça das Amazonas sendo esta a única prova onde aepnas as senhoras competem entre si. Este ano e à semelhança de outros, esta Taça foi muito renhida, tivemos oportunidade de ver as cavaleiras mais competitivas a nível nacional contando com um desempate final entre três Amazonas. Neste desempate quem surpreendeu foi Margarida Fontan Macias, a mais jovem das três que mostrou a sua garra ao conseguir ser mais rápida que as suas muito competitivas concorrentes Inês Jervell Faria Mello (2º) e Felipa Xara Brasil (3º). Para o próximo ano contaremos com mais uma edição destes campeonatos, esperando sempre mais e melhor. n Miguel Costa Dias

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HIPISMO

CAMPEONATOS DE PORTUGAL Dos inciados aos séniores

António Vozone

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um fim-de-semana repleto de emoções, os cavaleiros mais jovens com apenas 8 anos de idade até aos mais experientes, disputaram o título do melhor cavaleiro 2013 no seu respectivo escalão. Este ano, foi uma vez mais a Sociedade Hípica Portuguesa a receber os melhores cavaleiros de todas as idades… O Hipódromo do Campo Grande, tem já uma enorme tradição nos eventos hípicos de maior renome e importância tanto a nível nacional como internacional. Com dezenas de cavaleiros presentes em cada escalão, foi disputado o campeonato de saltos de Obstáculos em 3 dias de competições, em que os cavaleiros e as suas montadas tiveram de dar o seu melhor para chegarem à final com o mínimo de pontos possível, ou seja, sem derrubar qualquer obstáculo, sem fazer nenhuma recusa e não excedendo o tempo concedido para a sua prova. Aos 49 anos, o cavaleiro Olímpico em Atlanta (1996) António Vozone, sagrou-se tri-campeão de Portugal de Saltos de Obstáculos este ano. ➤

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Jo Séniores


Desta vez montando “Lacy Woman”, uma égua alemã de raça Holsteiner com 14 anos de idade. No pódio deste disputadíssimo campeonato de Seniores, para além de António Vozone na posição mais alta, tivemos a oportunidade de apreciar as prestações do jovem Ricardo Gil Santos que com apenas 25 anos de idade sagrou-se vice-campeão com a sua também jovem égua nascida em Portugal “Vénus C” (11 anos), conseguiu provar a sua raça e força de vencer alcançando assim o honroso 2º lugar. Em terceiro e levando para casa a medalha de bronze ficou Alexandre Mascarenhas de Lemos, um cavaleiro muito experiente e dedicado, montando “Wannahave”. Paralelamente com o Campeonato de Portugal do Cavaleiro de Obstáculos (Seniores), realizaram-se também os campeonatos para os mais jovens nos seus escalões. A partir dos 8 anos e até aos 11 os nossos jovens competem nos campeonatos de Pré-Iniciados e Iniciados, sendo a diferença entre estes, a dificuldade, e assim os jovens com menos experiência poderem ter oportunidade de disputar também o seu campeonato. Em pré-iniciados, o pódio foi formado por Beatriz Matos Órfão e o seu cavalo “Oslo” atingindo o lugar de campeã, seguindo-se a jovem Mariana Mendes Pires com “Trinidad”. Já nos Iniciados Simão Mesquita e “Sury” levaram a medalha de ouro. Nos Pré-Juvenis e Juvenis, em que os cavaleiros têm idades compreendidas entre os 12 e os 14 anos, colocaram-se na primeira categoria como campeões Sidney Rous e “Lucullus dês Hayettes”. Já nos Juvenis, Maria Teresa Teixeira renovou o título de campeã montando “Lambada XVIII”. Esta jovem e dotada cavaleira com apenas 14 anos de idade que nos presenteou com três títulos de campeã nacional, um como vice-campeã e 3 prestações nos Campeonatos da Europa, honrando as cores da nossa bandeira. Também nesta categoria, colocaram-se ainda em segundo e terceiro Magda Morgado Soares e “BB da Famaguda” e Nuno Tiago Gomes com “Pantaro”, respectivamente, tendo também estes dois representado as cores nacionais em Campeonatos da Europa. Entre os 14 e os 18 anos temos as categorias de Pré-Juniores e de Juniores, em que Sofia Guedes Alves sagrou-se campeã nacional de Pré-Juniores montando “X Saphira”, classificando-se imediatamente a seguir Vicente Xara-Brasil e a égua “Malice de B´Neville”. Este ano no campeonato de Juniores foi Joana Rios de Oliveira nas rédeas de “Ballybur Don Clover”, uma exímia amazona que se sagrou ➤

Iniciados

Joana Rios

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Maria Teresa Teixeira

Juvenis 82 | ELES & ELAS

➤ finalmente campeã (uma vez que nem sempre a sorte a acompanhou nos campeonatos nacionais tendo alcançado inúmeros títulos como vice-campeã e terceiros lugares). Esta talentosa jovem já nos tem enchido de orgulho por cinco vezes em campeonatos da Europa, bem como os restantes classificados do pódio com diversas representações nas mesmas competições. Falamos de Tomás Matos Nunes com “Vin Rouge” que se sagrou vice-campeão nacional de Juniores e do terceiro lugar, membro da TMN Dream Team Francisco Mendes Rosa montando “D Marinero”. No mais alto escalão da Juventude terminando aos 21 anos, destacou-se Ivo Carvalho e “Corrabe” vencendo o Campeonato Nacional de Jovens Cavaleiros. A terminar a série de Campeonatos de Salto de Obstáculos, é de evidenciar a crescente qualidade e perfeccionismo de tantos jovens que se apresentam cada vez melhor e ao mais alto nível nacional e internacional. A Europa começa a tomar atenção aos nossos cavaleiros e nós a “temer” cada vez menos a presença dos maiores nomes da equitação mundial. n

Miguel Costa Dias



SOCIEDADE

COLARES DE PÉROLAS

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Começam as Danças

m 1833, no Teatro Bayard, em Nova Iorque, realizavam-se convívios de jovens para socializar e dançar, vestidos a rigor. Muitas festas se davam então em torno dos grupos de milionários, nomeadamente os Astor. Os comportamentos nessa época eram codificados para receber, principalmente em casa, com enorme planeamento. Não havia descontração, mas formalidade. Os convites eram feitos com antecedência de maneira a dar tempo à preparação das roupas. Davam-se bailes temáticos, chamados então Costume Balls. O primeiro de que há registo nos Estados Unidos aconteceu em 1829. Todos queriam vestir bem, adequadamente à situação, também porque comparecia a imprensa: era o caso do New York Herald, que muita cobertura dava aos eventos da vida social e funcionava como espelho da alta burguesia. Surge um primeiro cronista social, James Gordon Bennett, que narrava os escândalos que se iam forjando. Desse contexto resultou uma cultura snobe e de ostentação. Os Astor recebiam como ninguém na sua magnífica mansão, também com festas temáticas. A família Brevoort deu em 1840 célebres mascaradas, com muitos convidados. Nessa altura afirmou-se uma aristocracia genuinamente americana, que se definia por ter herdado riqueza. Em nada tinha a ver com as complicadas

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e muito diferentes questões dos títulos e do sangue, caracaterizadoras da nobreza europeia que era para a sociedade americana o ponto de partida histórico e a referência. Outra anfitriã poderosa em Nova Iorque, era Alva Vanderbilt. Tinha uma filha, Consuelo, e foi através de grandiosas festas que a introduziu nos mais conceituados meios sociais. Alva tinha porém uma rival, de igual estatuto, Caroline Astor, cujo marido fundara o grupo dos “Four Hundred”. Certa ocasião, Alva, ao dar uma festa para 1200 convidados da proeminente sociedade americana, não convidou a jovem Astor. Foi um dos maiores escândalos da denominada “Gilded Age” de Nova Iorque. Nos Estados Unidos, os grandes nomes eram os do dinheiro. Quanto mais dinheiro se possuía, melhor era considerada a estirpe. Foi esse o caso dos Vanderbilt e dos J.P. Morgan, entre outros patriarcas dessas famílias de referência de toda uma nova sociedade, também reforçavam a fama por meio desses grandes bailes que organizavam. Caso marcante foi o de McAllister que, em 1892, em combinação com Astor, deu como determinado que a alta sociedade seria constituída por 400 nomes, os tais “ Fourhundred”, número de eleição para darem um famoso Baile, que passou a ser anual e onde aparecia o Quem é Quem de Nova Iorque. Deste modo se iniciou a Idade de Ouro de Nova Iorque, sujeita a ditadores ➤


sociais, que assim manifestavam o culto da personalidade e projectavam o poder que o dinheiro lhes conferia. Tudo passava por ter entrada nos Bailes dos Astor ou outros dos citados. Os Quatrocentos, passaram, assim, a ser um número mágico. Os bailes eram acontecimentos sociais da vida pública porque vinham nos jornais mais importantes. Ficou também em registo o opulento Baile de Máscaras dado em 1905 pelo milionário dos Seguros, James Hazen Hyde, no Sherry’s Hall, em honra da conhecida Madame Régane. Esta apareceu na sala da festa, vestida de cortesã, sentada num trono transportado por quatro homens de raça núbia. O dono da casa, James Hyde, apareceu primorosamente vestido de macaco. Foi muito falada esta originalidade. A decoração do ambiente era toda inspirada em Versalhes, do tempo de Luís XIV. Não faltou champagne nem danças até de madrugada. Eram os já mencionados “Costume Balls.” Até que a certa altura as coisas se alteraram, em virtude do eclodir da primeira Grande Guerra. Entretanto, não deixarão ainda de se registar, das festas do panorama social, dois casos dignos de nota: das duas fabulosas herdeiras, uma a Poor little rich girl, Barbara Hutton e a outra, Doris Duke. Não só davam grandes festas, nas suas mansões em Park Avenue, como iniciaram uma nova era de saídas a clubes para dançar, ao fim da tarde e noite e ir a cocktails. Essa foi uma total inovação. Começaram também a frequentar locais de moda em sítios públicos. Foi uma alteração dos modos de sociabilidade, diferente da tradição de festejar em casa. Fazia parte desse grupo inovador embora também conservador no estatuto tradicional, o lendário casal Zelda e Scott Fitzgerald, conhecido autor do romance The Great Gatsby, igualmente conhecido através do cinema como vimos recentemente. Esta obra narra magistralmente o papel das grandes festas mundanas e da frequência de luxuosos clubes privados, como motor de ascensão social das figuras das classes endinheiradas neste país, quando a riqueza era o principal ideal americano, na Idade

do Jazz. Os Cocktails foram muito popularizados inicialmente em Hollywood, entrando posteriormente na moda em Paris, Londres e um pouco por toda a parte. Era a uma hora do dia em que se mudava o “dress code”, para o qual muito contribuíram os mais famosos costureiros franceses, como Chanel, Yves Saint Laurent e tantos outros, como o norte-americano Halston. E sempre nos Estados Unidos, com os tempos, as coisas foram mudando. Surgiram novas danças, “jazz,” “cheek to cheek”,”foxtrot”, “maxixe” e o tango, que se tornaram populares. Homem que soubesse essas danças transformava-se em objecto de desejo para muitas situações de convites para festas. Simultaneamente e com elas relacionado surgiram, como era de esperar, Clubs , Bares e depois Discotecas, sendo os mais reputados em Nova Iorque, os do Hotel Waldorf Astoria e os do Empire State Building. Juntamente com o impacto das já reputadas revistas de sociedade, inaugurou-se uma nova época. Foi o berço da Café Society que se dedicava, além das festas, ao desporto, toda a espécie de lazer e vivia muito em clubes exclusivos, reservados a membros. Teve uma projecção social significativa como referência de estilos de vida. Irei proximamente abordar como as coisas se passavam entre nós e estou em processo de ouvir amigos da minha geração com mais experiência e memória que eu. Não podia deixar porém de transmitir aos meus leitores quais as raízes deste apreciável fenómeno que tem evoluído de maneira tão interessante, acompanhando o processo histórico. Aproveito para esclarecer que para mais este COLAR DE PÉROLAS recorri à investigação que tanto gosto me deu fazer, para o meu último livro publicado EVENTOLOGIA sobre a história e a organização de festas. n Paula Bobone ELES & ELAS | 85


SOCIEDADE

A VIDA NOCTURNA DO PASSADO No nosso texto anterior falámos da vida nocturna do Algarve. Vamos hoje relembrar memórias da “noite” que existiu no Distrito de Lisboa, na segunda metade do século XX. Começamos por abordar a “noite” frequentada pela elite social da época. Até aos anos 60 a vida nocturna centrava-se Rosarinho e Toy Piano, Zé Mattos e Silva, João em alguns restaurantes onde, depois do jantar, se dançava ao som de conjuntos musicais, sendo que um dos mais famosos foi o de Mário Simões que actuava no “Mónaco”, em Caxias, restaurante que manteve esta tradição por várias décadas.

Burnay e Mitó Costa Quinta. No Carnaval surgiam programas alternativos como as célebres festas de Filipe Trigoso na Quinta da Terrugem, em Caxias, e as da “Ronda” onde actuava, ao vivo, o célebre Thilo’s Combo.

Os Anos 60 deram início às denominadas Os Anos 70 viram surgir, em Cascais, o “Palm “discotecas” onde se dançava, não com música ao vivo mas sim com discos que iam sendo manipulados pelos “disc jockeys”, designados abreviadamente por “DJs”. Apareceram em Cascais locais como o “Caixote” e o “Caveau” (este mais tarde viria a mudar o nome para “Bizarro”) onde dançaram Marta Bleck, João Graça, Xinca Ramos Jorge, Ana Nobre Guedes, Mariazinha Anahory, Belicha e Teresa Costa Lobo, Francisco Pinto Balsemão, Belucha e Luís Vasconcelos, João Braga, Teresa Talone, Picuxa Freitas, Carlos Monjardino, Zé Faria Ribeiro, Miguel Rau e Ninó Andrade, entre muitos outros. No Estoril surgiu o “Fisher’s” (que anos mais tarde mudaria o nome para “Frolic”) e, em Lisboa, o “Caruncho” e o “Relógio” por onde passaram, nomeadamente, Luísa e Carlos Martins, Fernando Serpa Pimentel, Zé Mattos e Silva, Becas Guimarães, Dadinha Monteiro Grilo, Ana e Maria João Ramos Pinto, Beca e João Magalhães Pereira, Luísa e Teresa Vilarinho e muitos mais. Depois aparecem o “Ad Lib” e o “Pop” onde apareciam, entre outros, Rucas e João de Castro, Pedro Almeida, Yaka Salgueiro, Guigas Garrido de Sousa, Tricas Cabral, Rosário Lino, Diogo Saraiva e Sousa, Jaime Anahory, Marta Leitão, Mafalda e Maria João Vieira da Rocha, Pedro Pais Ramos e Branquinha Pinto de Magalhães. Em Sesimbra o “Forno” era frequentado por Guga Macedo Santos, Francisco Oliveira Martins, Marta e Guida Spratley, Teresa Ávila de Melo,

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Beach” onde evoluiram, com frequência, Ana Barradas, Manu e Binha d’Orey Rolo, Duarte Ramalho Ortigão, Zé Mattos e Silva e Frederico Posser de Andrade e o “Van Gogo” por onde passaram, nomeadamente, Biza Pyrrait, Tá Manel Almeida Araújo, Aida e João Mexia de Almeida, Luísa Mendes de Almeida, Luís Pedro Mourisca, Carmen Gonzalez, José Branquinho da Fonseca, Luísa Maia Loureiro, Néné e Luís das Neves, Jorge Figueiredo, Jesus e Leonor Beltrão e Moena Monte Real. Em Lisboa o “Relógio” deu lugar ao “Stone’s” por onde evoluiram, entre outros, Manecas Mocelek, Miguel Polignac de Barros, Jorge Caiado, Teresa Cupertino, Vicky Mendonça, Nai Amado,Teresa e José Manuel Sousa Dias, Carlota e Manuel Vinhas, Ana Amorim, Eduardo Rocha, Chico Deslandes, Nuno Fernandes Thomaz, Zinha Parreira do Amaral, Lalu Costa Lobo, Carlota Almeida Fernandes, Guida Bivar, Carlinhos Cazal-Ribeiro, António Ribeiro da Cunha, Mafalda Mello, Nico Vilhena, Fernando Figueiredo, José Maria Ribeiro da Cunha, Luís Lima e Zé Tó Reymão Nogueira. No Carnaval, para além das festas da “Ronda”, onde se viam Rita e Mário Andrea, Concha Duque de Morais, Pedro Cassiano Neves, Jorge Botelho Moniz, Mané e João Baptista da Silva, Pina Braga, João Figueiredo e muitos mais, havia as célebres festas do Hotel Londres onde pontificavam Bu e Luja Sampaio e Melo, Tó Mattos e Silva, Ana Barradas, Zé Mattos e Silva, Miguel ➤


➤ Martinha, João Alarcão, Helena e João Barros,

Zé Lencastre Leitão, António Lobo Antunes e Carlinhos Vasconcelos. Espaços como o “Caixote”, o “Caveau” e o “Caruncho”, entretanto desapareceram.

Os Anos 80 assistiram ao aparecimento duma faixa etária mais jovem no “Stone’s” personificada por Aninhas e Eduardo Anahory, Luís Barbosa, Lopo Sacadura Botte, Verinha Ricciardi, Tuntas Pinto Gonçalves, Fernando Castro Sola, Jorge Brito e Abreu, Caetano Cunha Reis,Vera e Madalena Ribeiro da Cunha. Iniciou-se a moda de realizar festas de anos nas discotecas como, por exemplo, a dos 44 anos de Zé Mattos e Silva no “Stone’s”. Entretanto surgiu, em Lisboa, o “Banana Power” do qual Tomás Taveira foi um dos sócios e onde apareciam, nomeadamente, Paula e João Saraiva e Sousa, Isabel Brito e Cunha, Isabel Lobo, Rosarinho Pinto de Magalhães, Carmo Cabrita, Luísa e José Mesquita, Cinha e Raul Leitão, Teresa e João Pedro Campos Henriques, Macário Dinis e Nuno Bonneville. Com a sua larga experiência de empresário da noite algarvia José Manuel Trigo abriu, em Lisboa, um “T-Clube”, nas magníficas instalações do Espelho de Água e repetiu o sucesso que vinha conhecendo na Quinta do Lago, sendo frequentemente visitado por Xaxão e Zé Luís Pinto Basto, Mané e José Pedro Cyrne, Graça e João Braamcamp Sobral, Toni Abecassis, Teresa Félix, Ana e Zé Mattos e Silva, Pilar Olazabal, Teresa e Maria Emília Arriaga, Ana Poppe, António Ponces de Carvalho, Maria do Céu Ferreira, Francisco Calheiros, Assunção e Tó Mattos e Silva. Entretanto o “Pop” dava lugar à “Primorosa de Alvalade” onde evoluíram nomes como Zé Tó Uva, Luísa e António Brito e Cunha, Luísa e Fernando Figueiredo, Carlos Paço d’Arcos, Manuela e João de Deus Pinheiro, Nônô e Ina Amaral Neto, Fernanda e Zézé Marques da Silva, Cristina e Jaime Lacerda, Luísa e Pedro Emauz, entre muitos outros. Os Anos 90 viram surgir outras discotecas em Lisboa que tiveram algum sucesso, embora de curta duração: o “Rampoldi” (onde Manecas Mocelek era o anfitrião) e o “Springfellows” (para cuja inauguração José Manuel Simões convidou vários elementos da “movida” madrilena). Em Cascais surgiram novos espaços como o “Rolls” e, em Lisboa, continuaram activos locais como o “Stone’s”, o “T-Clube”, o “Ad Lib” e a “Primorosa de Alvalade”. Ressurgiu a moda de efectuar festas de anos no Restaurante

“Mónaco”, como foram os casos das festas que comemoraram os 50 anos, em conjunto, de Rosarinho Nunes de Carvalho e de Néné Neves, bem como os 50 anos de Zé Mattos e Silva. Começaram a aparecer espaços alternativos como o “Lux” e a “Kapital”, em Lisboa e, em Cascais, o “News” e o “Coconuts”.

A primeira década do século XXI as-

sistiu ao encerramento de algumas discotecas emblemáticas, como foram os casos do “Palm Beach” e, mais recentemente, do “Van Gogo” e do “Rolls”, todos em Cascais, e do “T-Clube” e do “Stone’s”, em Lisboa. Nesta cidade surgiram novos locais como o “Skone’s” (sob a direcção de António Thomaz e, no qual, Ana Mattos e Silva comemorou os seus 60 anos depois de ter convidado os seus amigos para um jantar no “Kais”), o “Twin’s” (este localizado onde antes existira o “Banana Power”) e o “Urban Beach”. Contudo, a anterior “movida” lisboeta, que estivera no auge na segunda metade do século XX (e que, entretanto, passou a ser constituída por sexagenários), foi progressivamente deixando de frequentar estes novos espaços. Paralelamente a estes locais de carácter eminentemente social, coexistiram os locais do chamado “bas fond”. Espaços como o “Nina”, o “Bico Dourado”, o “Maxime”, a “Cave”, o “Hipopótamo”, a “Cova da Onça” e o “Elefante Branco” (alguns entretanto já desaparecidos) eram os sítios onde, segundo um dito humorístico, se encontravam “os meninos maus das famílias boas, com as meninas boas das famílias más”. n José Mattos e Silva ELES & ELAS | 87


PARABÉNS

RACHEL CRIVELLI E CARLOS MAGALHÃES Bodas de Algodão em Matosinhos

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iz a tradição que no primeiro ano de casamento se celebram as bodas de algodão porque é quando o casal se começa a preocupar com o enxoval que realmente precisa. Rachel Crivelli e Carlos Magalhães decidiram comemorar a data com uma festa dupla: escolheram a data de aniversário de Carlos para reunirem amigos e família numa deslumbrante festa em Matosinhos, no conhecido restaurante gerido por Zélia Brito, que abriu nessa noite para receber os convidados Por entre manjares e bebidas que correram soltas, teve como ponto alto o cabaret inspirado no Moulin Rouge, apresentado pelos artistas Dayani Rangel e Ludwig Rangel e com o convidado especial, o cantor Marcus. ➤

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1. Adolfo e Ana Monteiro 2. Jorge e Ercília Passos com Carlos Magalhães 3. Rosa Maria e Eugénio Campos 4. Ana Magalhães, filha de Carlos com amigos 5. Carlos e Lili Caneças com amigos ELES & ELAS | 89


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arcaram presença na festa a Lili Caneças, Marcus, Eugénio Campos e Rosa Maria, Inês Pereira, Ricardo Capelas, Gonçalves Pereira, Sérgio Crivelli entre várias figuras de destaque do mundo da advocacia e da magistratura. A festa foi rija, bem à moda do Norte, com os convidados a divertirem-se até altas horas da madrugada. A Eles & Elas deseja os parabéns a este tão especial casal e esperemos estar cá para celebrar convosco as bodas de ouro! n

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17 6. Teresa Vidal, Araújo Ramos, Lili Caneças e Carlos Pacheco 7. António Magalhães, Diogo Magalhães (filho de Carlos) e Jacinta Cunha 8. Carlos com sua filha, Carolina 9. José e Carolina Cunha 10. Carlos com sua irmã Darcilia 11. Sérgio e Luzia Crivelli 12. Armando Botelho e Jovinca 13. Inês Pereira 14. Gonçalves Pereira e Paula 15. Actuação de Marcus 16. Lili Caneças e amigos da aniversariante 17. Mafalda e Diogo 90 | ELES & ELAS



CAUSAS

Solidariedade juntou várias personalidades 1

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Sheraton Porto foi o local de eleição para receber mais uma edição do Chá de Beneficência da Liga Rainha Maria Pia. Nesta ação que reuniu vários quadrantes sociais de diversos pontos do país, foi uma iniciativa repleta de gente bonita e sobretudo generosa com esta causa. Em simultâneo, decorreu um Desfile da Estilista Elsa Barreto e de Hav-vaH Jewelry by Eva Marquez. Esta iniciativa é relevante para a recolha de fundos que vão dar resposta a um conjunto de pedidos das crianças carenciadas e seus familiares assistidos na Ala Pediátrica do Centro Hospitalar do Porto. Os pedidos estão relacionados com alimentação, medicação, suplementos alimentares, transportes para deslocação ao hospital e/ou domicílio, vestuário, calçado, material lúdico, estadia de familiares das crianças internadas na “Casa das Famílias”, apoio no Departamento de Pedopsiquiatria e Centro Integrado de Cirurgia de Ambulatório. Sendo a Liga uma instituição privada de solidariedade social e utilidade pública, que não usufrui de qualquer apoio governamental, está dependente das receitas que advêm da sociedade civil, que são o seu incondicional e único apoio. “Os pedidos são muitos e a fase económica que o País atravessa torna-se complicada, mas graças ao apoio da sociedade civil temos conseguido contornar as inúmeras dificuldades”, reforça Maria Clara Gomes, que também exemplifica o papel da Comunicação Social nesta causa: “tem contribuído de uma forma extraordinária na divulgação das nossas ações”. ■ 92 | ELES & ELAS

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1. Estilista Elsa Barreto com algumas das manequins que participaram no Desfile 2. Andreia Santos, Vítor Baía e Maria Clara Gomes 3. Anabela Teixeira, Maria José Nunes, Carla Azevedo, Albina Silva, Ângela Sá e Mara Cruz 4. Aurora Marques e Ana Póvoas 5. Alexandra Ribeirinho Soares e Fernanda Fidalgo



LEITURAS

“AS SENHORAS” DE ESPANHA vistas por um “outsider” Andrew Morton, o controverso biógrafo, que nos ofereceu, por exemplo, o livro que retratava a não menos polémica Diana de Gales, veio agora até ao país vizinho para conhecer a realidade das quatro senhoras, que são parte integrante da família real espanhola. Numa altura em que as coisas não estão nada pacíficas em relação aos Borbón, e em que Letizia ameaça tornar-se a salvadora da realeza, mesmo contra a vontade de Don Juan Carlos.

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onvidado por uma editora espanhola, que pretendia que ele publicasse um livro em que, de forma desapaixonada, desse um olhar mais refrescante sobre a família real espanhola, Andrew Morton não dececionou ninguém e fala-nos do debate que se vive actualmente em Espanha, face aos escândalos sucessivos, que incluem o próprio rei, a infanta Cristina e Inãki Urdangarín. Um momento em que a monarquia corre o sério risco de ser posta em questão e em que Letizia, quase vista, desde início, como proscrita, parece ser agora a salvação da monarquia! Uma abordagem provocadora, assim ele afirma, controversa, mas que pretende explicar qual a influência que as mulheres têm tido nos últimos anos na casa Borbón. Comecemos então pela rainha Sofia, de quem Andrew Morton afirma que vive para o dever, ela que casou por obrigação do seu dever oficial enquanto princesa grega (terá amado Juan Carlos, mas o rei não a poupou a desgostos), e que continua a sacrificar-se pelo país que a acolheu há tantos anos. Uma mulher que, só há pouco tempo, quando o rei teve o acidente de caça no Bostwana (onde estava acompanhado por uma senhora), resolveu manifestar o seu desagrado, ainda que discretamente. Sofia é, na opinião de Morton, uma mulher muito independente e solitária, cuja vida tem sido marcada pelas traições do rei. Mas Sofia de Espanha tem conseguido sempre manter a sua popularidade em alta! Nos antípodas da rainha está a princesa das Astúrias, que fascinou o jornalista e escritor. Um interesse que tem a ver com o percurso de Letizia, uma mulher inteligente, ambiciosa, divorciada de um escritor de esquerda, o impacto que a sua entrada na casa real espanhola provocou, o seu gosto pela vida e a sua ambição de vir a ser a futura rainha de Espanha, coisa que não parece agradar ao rei, que tem pedido ao filho, Felipe, para “por a mulher na ordem”. Diz-se que Letizia terá casado por ambição, Andrew Morton acha

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que foi por amor. E mais, acha que ela está a viver agora um “mau conto de fadas”, em que a sua relação com Felipe parece estar a atravessar um mau momento. Por amor casou, sem dúvida, a infanta Cristina, que começou o romance com Iñaki de forma complicada, estando ambos em relações diferentes, que romperam para se unir num casamento que, pelo menos para a infanta, lhe está a trazer dores de cabeça. Cristina, diz o escritor, está “a ser vítima” da sua enorme paixão por Iñaki. Diz Morton, no seu livro “Ladies de Espanha”, que Cristina é uma mulher muito interessante e cuja atividade profissional tem sido subestimada. E chama a atenção para o facto de Cristina ter vindo a defender o marido, com todas as suas forças, no caso Nóos, o que tem vindo a provocar-lhe já grandes dissabores. Mais do que membro da realeza, ela é, para Morton, uma mulher apaixonada. A infanta Elena não despertou grande paixão a Morton. Ele acha que também ela casou por amor, mas que é uma princesa que prefere um estilo de vida comum aos luxos palacianos. A rutura do casamento com Jaime de Marichalar pôs fim a um casamento (o primeiro divórcio da filha de um monarca espanhol reinante) que tinha a morte anunciada de há muito tempo a esta parte. Em todo o caso, talvez pela sua simplicidade, Elena é a figura mais querida da casa Borbón e dela se diz que é “a mais real dos membros da realeza”. E é, sem dúvida, a mais próxima do pai. Mas o livro de Andrew Morton não se limita a falar de Sofia, Letizia, Elena e Cristina. Ele enquadra-as na actualidade espanhola, nos problemas que têm vindo a assolar a casa real e no futuro da monarquia. Um livro que vale a pena ler, uma vez que Morton também analisa um mundo em que os antigos valores aristocráticos são postos, constantemente, em causa em benefício do amor e da felicidade pessoal. Texto Maria Dulce Varela



PERCURSO

DIANA

PEREIRA

Modelo e empresária

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iana Pereira é mais do que apenas um modelo. Esta nativa de carneiro, mostra a força e garra do seu signo na forma como abraça inúmeros projectos. Saltou para a ribalta quando tinha apenas 14 anos e ganha o prestigiado título Supermodel of the World de 1997, no qual concorria com 50 candidatas internacionais. A carreira teria que esperar ainda uns anos, já que a sua tenra idade leva-a, com o paio dos pais, a recusar o prémio de 250 mil euros que que implicava a obrigação de morar dois anos em Nova York. As saudades da família iriam ser demasiado grandes para Diana. Actualmente, além de modelo, dá os primeiros passos no mundo empresarial com o Bar47, no centro de Lisboa. Para essa empreitada, a modelo associou-se a dois amigos de infância e à também modelo e amiga Liliana Aguiar. Adepta dos desportos, Diana é aficionada por Body Combat e chegou a disputar provas de todo-terreno e ralis. É mãe desde 2008, com o nascimento de Mel, fruto da sua ligação com piloto de automóveis Tiago Monteiro. n Foto: Carlos Teixeira

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COCKTAIL DE NOTÍCIAS OLIVIER AVENIDA COM NOVAS PROPOSTAS NA SEASON O espaço de Olivier, na Avenida mais central da nossa cidade abriu a Season, com novas propostas num ambiente único e aprazível. O Gin & Cocktail Bar by Olivier apresenta Gin’s Premiuns e uma carta de cocktails ótimos e requintados, num espaço elegante, com som ambiente de um DJ, mas onde mesmo assim se consegue conversar e sabe bem estar. De quinta a Sábado disfrute deste espaço, onde pode descobrir novos sabores, perder-se em animadas conversas ou ter encontros inesperados. Aos Domingos das 12h30 até às 16h delicie-se sem pressas com o Brunch Olivier num Buffet, onde poderá encontrar uma selecção de especialidades dos vários restaurantes: Pastéis de Nata e pão do Honra, Sushi e Sashimi Yakuza, carnes laminadas, sobremesas, panquecas, sumos de fruta variados e muito mais. A escolha é sua, agora desfrute dela! ■

EMBAIXADA: NOVO ESPAÇO COMERCIAL NO PRÍNCIPE REAL Sob o impulso da Eastbank, empresa imobiliária que tem apostado na reabilitação e inovação de alguns espaços e edifícios abandonados de Lisboa, abriu ao público em Setembro a Embaixada. É um novo espaço comercial constituído por 15 lojas que são âncoras para revitalizar a zona do Príncipe Real. Situado no Palacete Ribeiro da Cunha nele encontrará lojas dedicados à moda, cultura e lifestyle assim como, um espaço para desfrutar de um snack ou refeição. As primeiras marcas nacionais e internacionais que aí poderá encontrar são a Organii BeBé, Paez, Boa Safra, Storytailors, Urze, O da Joana, Sal, Moleskine, Intemporal, VLA records, Amélie au Théâtre, Linkstore, Menina e Moça, Temporary Brand, Organii e Organii Lounge, Pavão, Shoes Closet e o restaurante Le Jardin. Além da área comercial, o espaço vai contar com eventos culturais e exposições temporárias de artistas, como é o caso de José Guimarães. ■

KOHTA CREATIVE STUDIO A partir de Novembro, o Porto conta com as mais variadas soluções apresentadas no showroom e estúdio do Kohta Creative Studio, no âmbito da inovação artística e do design. Composto por um colectivo multidisciplinar foi criado, com o intuito de desenvolver projectos artísticos que transformem e revolucionem a arte. Como o nome indica, “Kohta”, palavra finlandesa para a vontade do colectivo na concepção do “ponto” de partida, para a concretização de projectos de qualidade e valor. ■

DELL NA VANGUARDA DA TECNOLOGIA COM O XPS18

SPOOKS A MARCA DA MODA EQUESTRE

Elevando a fasquia na tecnologia a Dell lançou recentemente o XPS 18, com design inovador que alcança a combinação perfeita de peso, ecrã de grande dimensão e desempenho, num modelo fino, elegante e altamente móvel. Com um enorme ecrã HD de 18,4 polegadas, e funcionalidades tácteis, o XPS 18 abre novas possibilidades em multimédia e jogos em casa para famílias, sendo ainda fácil de utilizar devido ao seu peso surpreendentemente leve. O XPS consegue equilibrar o entretenimento móvel e a produtividade de um desktop, ao mesmo tempo que redefine totalmente aquilo que acreditamos ser possível de fazer com um PC. Pensado para todos é o computador mais fino, leve e mais portátel All-in-One do mundo. ■

Chegou a Portugal pela mão da Rigoleto, a prestigiada marca alemã de roupa equestre Spooks. O lançamento decorreu no Restaurante do Jockey, no Hipódromo do Campo Grande onde durante o cocktail, se realizou uma passagem de modelos da SPOOKS feita com cavaleiras muito aplaudidas e não por, manequins profissionais que encheram de boa disposição todos os convidados. Contou ainda com a participação de José Cid que presenteou os presentes com algumas músicas relacionadas com a sua paixão pelos cavalos. A Spooks, uma das mais famosas marcas do mundo equestre, entra no mercado português com o objectivo de modernizar a tradição da equitação, com modelos de casacos e coletes para aquecer todas as jovens e senhoras do nosso país. ■ ELES & ELAS | 97


RUN FOR IT

MERCEDES-BENZ CLA Define um novo segmento

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om o lançamento do CLA, a Mercedes-Benz cria um novo segmento de mercado. Dotado de inúmeros argumentos, o novo CLA recorre a uma aerodinâmica de referência mundial, fruto do formato Coupé extremamente vanguardista. Sendo um inovador Coupé de quatro portas, o CLA é um fiel seguidor da filosofia do CLS. O CLA apresenta-se equipado de série com o sistema Collision Prevention Assist, que, a partir dos 7 km/h, tem a capacidade de alertar o condutor para a existência de um obstáculo, e de dar início a um eficaz processo de travagem assim que o condutor pressiona os travões. Fazendo jus à sua conceção desportiva, o CLA está disponível com motores sobrealimentados de elevado binário, com potências até 211 cv (155 kW), suspensão desportiva e tração integral 4MATIC. Os destaques tecnológicos deste

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novo ícone do design englobam um novo recorde mundial em aerodinâmica para modelos de produção em série, bem como diversos sistemas de assistência à condução. Este sistema de assistência orientado por radar proporciona ao condutor uma série de avisos visuais e acústicos, alertando-o para a existência de obstáculos, e prepara a ativação do Brake Assist para uma travagem de alta precisão. O processo de travagem é iniciado assim que o condutor pressiona energicamente o pedal do travão. Quando é identificado o perigo iminente de colisão, o Collision Prevention Assist calcula a potência de travagem ideal para evitar o acidente, e aproveita da melhor maneira possível a distância disponível à frente do veículo. Contudo, no CLA, o Collision Prevention Assist é ainda mais eficaz na prevenção das colisões traseiras, graças a uma nova característica, pois está ativo a partir dos 7 km/h (anteriormente, o sistema funcionava apenas a mais de 30 km/h). ■




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