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LifeStyle
ELES & ELAS 284 . OUT. / NOVEMBRO 2014
LADY DI
18 anos depois MODA LISBOA Respira-se elegância OS ANOS DO YÉ-YÉ Revivalismos anos 60 DESTINOS DE ELEIÇÃO: Paris, Reiquiavique e São Petersburgo
O MAIS POSSÍVEL As melhores festas e eventos
JANAÍNA DE ARAÚJO
& Outubro / Novembro 2014
CARAS & COROAS: Princesa Diana | 6 CAPA: Janaína de Araújo | 14 FASHION: Choe | 20 RUBRICAS: Vitrine | 26 Belas Notícias | 56 Cartaz | 60 Cocktail de Notícias | 90 FASHION: Moda Lisboa | 37 BELEZA: Kioma | 48 DIVAS: Lauren Bacall | 50 FEIRA DAS ARTES: Saboias | 64 DESTINOS: Paris | 68 Islandia | 70 São Petersburgo | 74 SOCIEDADE: Outubro mês de vindimas | 80 O MAIS POSSÍVEL: As melhores festas e eventos | 82 SAÚDE E BEM ESTAR: O milagre da Aloe Vera | 92 Problemas de audição | 94 SPORTING LIFE: Cascais Billabong | 96 RUN FOR IT: Mercedes AMG GT | 98
Eles & Elas — Desde 1982 DIRETOR Maria da Luz de Bragança PRODUÇÃO César Soares EDITOR PROPRIETÁRIO Gabinete 1 Imprensa, Promoção, Relações Públicas, Lda Editor nº 211 326
DIREÇÃO, REDAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, PRODUÇÃO Rua de S. Bernardo, 27 - A 1200-823 Lisboa Tel.: 210 999 674 Fax: 210 964 972 PUBLICIDADE E-mail:gabinete1@gabinete1.pt GRAFISMO, PRODUÇÃO, FOTOCOMPOSIÇÃO
SELECÇÃO DE COR E MONTAGEM Gabinete 1 E-mail:gabinete1@gabinete1.pt www.gabinete1.pt IMPRESSÃO Gabinete 1 DISTRIBUIÇÃO Logista Alcochete Telefone: 21 926 78 00
Fax: 21 926 78 45 TIRAGEM MÉDIA 60.000 exemplares ISSN 0870-8932 Depósito Legal Nº 11035/86 Publicação registada na Direcção Geral da Comunicação Social com o nº 109 161 www.eleseelasmagazine.com ELES & ELAS | 3 www.facebook.com/revistaeleseelas
EDITORIAL
izia o poeta que o «mundo gira e avança» e é uma grande verdade, mas a roda da fortuna também gira: ricos que perdem a sua fortuna e pobres que se tornam ricos e poderosos. Nestes 33 anos da revista, vi pessoas surgirem na ribalta para logo desaparecerem pois no mundo dito do social a dança faz-se a grande ritmo, sendo tantas as caras que surgem como as que deixamos de ver… Logo a seguir à Revolução de Abril, assistimos a uma verdadeira hecatombe. Quem era quem? Nomes firmes da praça refugiam-se no estrangeiro ou no silêncio. Uma nova Ordem domina e tudo fica em banho-maria. Nos anos 80, as coisas começam a mudar. Surgem novos nomes que brilham nas festas. Esses, hoje acham-se o «status quo». Centro de mundos de fantasia. Mas Portugal voltou a dar uma reviravolta. Por cá, estamos a meia haste, mas de fora vêm-nos como o um paraíso. Num dos últimos números da revista começámos a secção «O Mundo em Portugal», onde damos a conhecer uma das novas caras vindas do estrangeiro que agora ajudam ao brilho de Lisboa. Desta feita decidimos dar a capa a uma outra personalidade estrangeira: uma brasileira que é uma explosão de alegria e que tem vindo, paulatinamente, a conquistar o coração dos portugueses. Trata-se da empresária Janaína de Araújo, ou Nina, como lhe chamam os amigos. Nesta edição quisemos ainda lembrar dois grandes nomes que recentemente nos deixaram: a felina diva do cinema Lauren Bacall e a inventora do «Prêt-a-porter» e figura por trás da casa Chloé, a francesa Gaby Aghion. Estivemos atentos às modas que por cá se fazem e elaboramos uma selecção do que melhor há para esta estação. De fora, Elas enviaram as suas reportagens: de Paris, Reiquiavique e São Petersburgo. E como gostamos de brilho, fizemos uma selecção do que de melhor aconteceu por cá e pelo estrangeiro recuperando a nossa secção de sucesso: O mais possível. E agora, queridos leitores, despeço-me que já estamos cheios de garra a preparar o novo número... ■
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17 curiosidades, 17 anos depois Passadas quase duas décadas, a Lady Di ainda se encontra nos corações de todos nós. Uma mulher extraordinária que teve uma vida cheia de altos e baixos, de glórias e desencantos, de amores e ódios. Relembremo-la com uma curiosidade sobre si por N.V.M. cada ano que passou. ➤
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A infância de Diana Spencer não foi muito feliz. A mãe abandona a família quando ela tinha apenas 8 anos. O pai, o 8º Conde Spencer, acabou por abrir um processo contra a ex-mulher, por adultério, solicitando a guarda dos filhos. ■
Numa carta escrita em Dezembro de 1978 (e leiloada em 2008), Diana de Gales revela à sua ama, Mary Clarke, que teria planeado, juntamente com os seus irmãos, Charles e Jane, casar a sua irmã mais velha, Sarah, com o príncipe Carlos. «Durante os últimos anos, Jane, Charles e eu estivemos a tentar casar Sarah com vários homens, mas falhamos sempre», relata a então adolescente, acrescentando que os irmãos pensaram «inclusive, no príncipe Carlos como um dos candidatos». ■ ➤
Tal como nos contos de fadas, Diana não se dá com a sua madrasta. O seu pai desposa Raine McCorquodale, filha da famosa escritora de livros românticos Barbara Cartland. Raine é considerada uma figura extravagante sempre imaculadamente penteada e vestida que foi acumulando títulos com os seus vários casamentos. Hoje, aos 85 anos, possui cinco títulos: Honorável Senhora Gerald Legge, Viscondessa Lewisham, Condessa de Dartmouth, Condessa Spencer e Condessa Jean-François de Chambrun. ■
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Conhece pessoalmente o Príncipe Charles em 1980, aos 19 anos de idade. Na época, era professora de jardim-de-infância e morava em Londres com três amigas. Embora fosse filha de nobres, ela trabalhou como uma mulher normal que procurava independência e realização pessoal. Entrou para a brigada da “fita de veludo encarnada”, uma associação para mulheres da alta sociedade que procuravam seguir padrões e valores bastante liberais, sendo conhecidas como “Sloane Rangers”. ■
Para o seu noivado, a Lady Di escolhe um deslumbrante anel da Garrard de 30 000 Libras(94 800 Libras, em valores actuais). A jóia consiste numa moldura de quatorze diamantes solitários que rodeiam uma safira azul Ceilão de 12 quilates montados em ouro branco de 18 quilates. Hoje, o anel ilumina o dedo anelar de Kate Middleton. ■
O seu casamento com o Príncipe Charles, em 29 de Julho de 1981, foi transmitido para 74 países e teve uma audiência de 750 milhões de espectadores no mundo. O seu funeral, 16 anos depois, foi visto por 2,5 mil milhões de pessoas. ■ ➤
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Charles e Diana não puderam dizer o famoso “Enfim, sós”. Passaram a lua-de-mel a bordo do iate real “Britannia”, numa viagem pelo mar Mediterrâneo. Estavam acompanhados de 21 oficiais e 256 marinheiros. ■
Enquanto mulher do Príncipe de Gales, Diana usava um brasão de armas que incluía o real brasão de armas do Reino Unido com um plano, um escudo e um letreiro do brasão de armas do principado de Gales (o brasão do Príncipe de Gales), juntando dois brasões em um escudo com o 1° e o 4° quarteis plano branco, e o 2° e o 3° quartéis suportando três douradas bandas entrelaçadas com três bandas sinistras em um fundo de cena vermelho desfigurado com três conchas (o brasão de armas do Conde Spencer, pai de Diana). Os guardiões foram um leão coroado dourado do Brasão de Armas Real e um grifo alado do brasão dos Spencer. O escudo teve a coroa do Príncipe de Gales. O seu lema era Dieu Defend le Droit (Deus defende o direito), também usado no brasão dos Spencer. Com o divórcio, Diana passou a usar o brasão da família Spencer coroado com uma pequena coroa real. ■
A princesa Diana tornou-se bastante conhecida por apoiar projetos de caridade, tanto antes como depois de seu divórcio. Foi madrinha de mais de cem instituições sociais e organizações de caridade e ajudava especialmente campanhas contra minas terrestres e combate ao SIDA. Foi presidente dos hospitais Great Ormond Street e Royal Marsden Hospital, localizados em Londres, ambos especializados no tratamento do cancro. Por seus trabalhos filantrópicos, Diana recebeu diversos prémios, entre eles o Nobel da Paz, pela sua participação na “Campanha Internacional para a Eliminação de Minas”. ■ ➤
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Um dos perfumes preferidos da princesa Diana era o Isis, de Jan Moran. A fragrância, criada especialmente para ela, foi desenvolvida em Inglaterra pelo perfumista William Owen III. O perfume é uma combinação de rosas brancas e violetas, flores da região onde Diana nasceu. ■
A princesa convidou Cindy Crawford para um jantar no Palácio de Buckingham de forma a agradar ao então ainda muito jovem Príncipe William, que nutria uma secreta paixoneta pela famosa modelo. ■
O “vestido Travolta”, desenhado por Victor Edelstein, é um dos vestidos mais famosos da princesa de Gales. Foi usado pela primeira vez num jantar de gala na Casa Branca, em Novembro de 1985. Fica conhecido com este nome pelas muito badaladas fotos da princesa a dançar com o actor durante o jantar. Pouco antes da sua morte, Diana pediu que o vestido fosse vendido em leilão para caridade. A empresária Maureen Dunkel adquiriu-o por 100 000 libras. ■ ➤
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A separação de Charles e Diana foi anunciada em Dezembro de 1992. Na prática, estavam separados desde 1987. Mas eles diziam não ter planos de se divorciar. O divórcio oficial só aconteceu a 28 de Agosto de 1996. ■
A 6 de Julho de 2004, a rainha Elizabeth II inaugurou uma fonte em homenagem à princesa. O memorial está localizado no Hyde Park, em Londres, Inglaterra. Foi a primeira vez que a família real e parentes de Diana se reuniram desde os funerais da princesa, na Catedral de Westminster, quando o irmão de Diana criticou a realeza pela maneira como a tratavam em vida. ■
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O escultor Bill Mitchell colocou em exposição em Londres, Inglaterra, em 24 de agosto de 2005 uma estátua da Princesa e de seu namorado Dodi Al Fayed em homenagem ao casal. A imagem foi feita em bronze e batizada de “Vítimas Inocentes” e encontra-se hoje nos armazéns Harrods, em Londres.
Pouco depois da sua morte, os portugueses queiseram prestar homenagem à princesa atribuindo o seu nome a uma avenida em Cascais.
Quando princesa Diana morreu a 31 de agosto de 1997, em Paris, deixou em testamento a maioria dos seus bens aos filhos, William e Harry, então com 15 e 12 anos, mas os executores testamentários impuseram uma cláusula a impor que aqueles só a recebessem na data em que completassem 30 anos. Diana deixou um conjunto de bens avaliados hoje em cerca de 20 milhões de libras (24,7 milhões de euros) a repartir, de forma igual, entre os seus dois filhos.
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CAPA
JANAÍNA
DE ARAÚJO Por: Nuno Vaz de Moura
«Não vim ao mundo para passar despercebida. Não pela minha aparência física, mas pelos meus actos, pela minha luta!» ➤
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JANAÍNA ARAÚJO
Uma explosão de alegria e boa disposição chegou a Portugal e logo conquistou a nossa sociedade. Who's that girl?, ouve-se em todas as festas do social onde Nina - como lhe chamam os amigos - surge sempre impecavelmente vestida. Reunimo-nos com esta brasileira de sucesso e a sua família nas magníficas instalações do Hotel Palácio, no Estoril.
C
omecemos, então, pelas origens. Sei que é brasileira, mas qual a sua terra de origem? Nasci em Santo Amaro do Sirinhaém, um município do estado de Pernambuco, Região Nordeste do Brasil. Uma zona muito bonita com praias de paraíso. Um lugar ideal para se crescer em contacto com a natureza e com a beleza que Deus criou. O nome do local é algo curioso. Sabe do seu significado? Para português de Portugal, é sim. A terra tem o nome do rio que por lá passa: o rio Sirinhaém. É uma terra que tem uma história já muito antiga, dos inícios do século XVII. Tinha lá os índios caetés, depois vieram os portugueses e até os holandeses. Mas na Guerra da Luz Divina mandámos os holandeses de volta lá para a Europa. Interessante. Cresceu e fez os seus estudo em Sirinhaém? O início dos estudos fi-los na terra onde nasci. Mas depois tive a oportunidade de ir estudar para um Colégio católico das irmãs cordimarianas: o Colégio de Nossa Senhora das Graças. A formação era boa mas muito rígida. Fiquei lá muito pouco tempo. Era já o meu temperamento rebelde. Porém nunca esqueci, nem esqueço, as tradições católicas. Depois dos estudos, começou logo a trabalhar? Não, porque casei muito novinha. Com o meu primeiro marido, Eduardo Costa, filho do então Presidente da Câmara de Porto de Galinhas. Conheci-o quando ainda tinha 16 anos e durante um ano ele cortejou-me. O meu pai era muito tradicional, muito severo. Não me deixava namorar. Só à distância. Mas um dia aconteceu.
Estava num bar, com umas amigas e o Eduardo apareceu. Ele viu-me e ganhou coragem para vir ter comigo. A partir daí a relação evolui até ao casamento. Como foi essa relação? Tive uma relação muito feliz com o Eduardo. Fomos abençoados com o nascimento do Eduardo Filho logo no primeiro ano. Foram momentos perfeitos, com muito amor e felicidade. Dedicava-me apenas a ser mãe e tinha duas amas para me ajudarem a cuidar do menino. Mas, com o tempo, comecei a querer algo mais. Ficar em casa não era para mim. Queria mais. Olhava-me no espelho e sentia falta de algo. Queria me identificar com algo. Fazer a minha carreira. E o que é que o seu marido pensava sobre isso? Infelizmente a nossa relação foi breve: durou apenas dois anos. Porque Deus quis o levar e fiquei viúva logo. Devem ter sido momentos difíceis. Acontecer tal fatalidade no momento em que a vida começava e com uma criança pequena. Eu tenho que me rir da minha má-sorte. Amanhã é outro dia. Por isso é que Deus existe. O que importa é o que está dentro de nós, a sensação que queremos causar, o que queremos dar ao Mundo. Não vim ao mundo para passar despercebida. Mas não pela minha aparência física, mas pelos meus actos, pela minha luta! E como superou esse momento difícil? Com o meu trabalho. Dediquei-me à vida política. Aí o mundo abriu-se para mim. Comecei a enxergar tudo com outros olhos. Já não era a menina protegida, mulher do filho do presidente da câmara. Agora tinha que ir à luta e conquistar o meu destino. Foram momentos muito duros, mas aí surgiu a Janaína Mulher, com M grande; uma fénix renascida das cinzas. Quanto tempo esteve na política? ➤
Agora tinha que ir à luta e conquistar o meu destino. Foram momentos muito duros, mas aí surgiu a Janaína Mulher, com M grande; uma fénix renascida das cinzas.
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➤ Estive na política durante 3 anos. Fui assessora parlamentar no partido PT, do Lula da Silva. Foi um trabalho intenso. Mas passado esse tempo voltei a olhar para mim e interrogar-me sobre quem era e o que queria fazer. Estava a ficar cansada. A política é muito cruel. E o que a fez mudar? Um homem chamado Vitor Ferreira que é hoje o meu marido. Um dia fui num restaurante com uns amigos em Porto de Galinhas. Entro no restaurante, vejo aquele homem, olhamo-nos nos olhos e foi um coup-de-foudre. Aquele sentimento assustou-me de início. Seria real? Seria o meu príncipe? Ele estava com mais três amigos no restaurante. Um deles, que acabou por ser o nosso padrinho de casamento, contou-me que o Vítor na altura disse: «Acabou de entrar a mulher da minha vida!» E assim surgiu um grande amor com aquele que é um grande pai, um grande marido. Mas o que aconteceu a seguir a esse encontro inusitado? Como evolui para um casamento? Foi muito engraçado. Ele voltou uma semana depois com um anel de noivado! Inventou uma história para se encontrar comigo. Eu estava muito ocupada com trabalho na altura e não queria ir. Ele insistiu muito e disse-me que queria me apresentar alguém. Fui ter com ele ao Aeroporto, com o meu irmão, e quando chego lá dou com ele junto à porta de embarque. Fiquei pasma! Não sabia o que pensar. Fomos até à praia que ficava perto do restaurante onde nos conhecemos e ele se ajoelha me mostra um anel de ouro branco e de ouro amarelo e me pede em casamento! Tinha apenas passado uma semana. Foi um grande momento com certeza. Foi sim. Mas eu estava com um certo medo. Foi tudo muito repentino e eu tinha um filho pequeno. Ele foi um querido. Quando me apresenta o anel de noivado, me dá também um colar único com um pingente especial com 3 partes e me diz que representava eu, o meu filho e ele. Eu arrisquei e aceitei. E assim nasceu a nossa história de amor. No dia seguinte ele foi falar com os meus pais. Conversaram e ficou tudo acertado. O Vítor estava de férias e teve que voltar para Portugal. Um mês depois estávamos juntos. Veio logo para Portugal de armas e bagagens? Vim sim. Foi um mergulho nesse grande amor. Cheguei em Novembro de 2001 para passar o Natal com ele e conhecer a família. Três meses celebrámos a união no Registo Civil. Eu não estava habituada ao frio e quis que o casamento na Igreja acontecesse no Verão. Acho mais bonito. E assim foi, nesse mesmo ano unimo-nos em matrimónio, diante Deus e a família, na Igreja do Convento dos Capuchos, na Caparica. Quer-nos falar um pouco sobre o seu marido? Quem é Vítor Ferreira?
O Vítor nasceu em Angola, na altura em que ainda era parte de Portugal. Veio para cá depois da Revolução de Abril. Por cá estudou e se formou e hoje é Engenheiro Informático numa empresa multinacional norte-americana. Por causa do trabalho está sempre em viagem pelo mundo inteiro. Trabalha muito mas gosta do que faz. É uma pessoa directa, que sabe o que quer! Como foi a adaptação da Janaína ao nosso país? No início achei o sotaque muito difícil. Custava-me perceber as pessoas. A família do Vítor ajudou-me muito nesse aspecto. Além disso tinha saído da minha zona de conforto e não tinha actividade profissional. Comecei a fazer pequenos trabalhos para estar ocupada. Entretanto um amigo do Vítor convida-me para coordenar um franchising espanhol na área da beleza. Apaixonei-me por esta área. Sempre tive muito cuidado com a aparência física mas então vi que podia ser a minha actividade profissional também. O franchising da primeira loja em Cascais cresceu e, em menos de três meses, abri o meu próprio negócio no Saldanha.
Se não fosse esse acolhimento tão sincero que tive dos portugueses, não tinha chegado onde cheguei.
Uma mulher de sucesso, portanto! E enquanto mãe? Para além do Eduardo já tem mais dois filhos com o Vítor, certo? Fale-nos um pouco deles. Certo. Do casamento com o Vítor nasceu o Bernardo que tem agora 8 anos e a Luz que fará 5 anos em Novembro. Quis manter a educação católica que tive e coloquei-os a estudar nos Salesianos do Estoril. Quanto ao Eduardo está a viver em Miami, onde estudou arquitectura e agora se prepara para abrir a sua própria empresa. Que planos para o futuro? Muitos! Sou uma mulher muito empreendedora. De momento recebi um convite da Universidade Lusófona para me lançar numa nova aventura. Vamos criar a Artstylingacademy, onde vamos apresentar novos conceitos de imagem, produção, consultadoria e couching. E, para terminar, qual a sua opinião dos portugueses e de Portugal? É um povo muito acolhedor! Se não fosse esse acolhimento tão sincero que tive dos portugueses, não tinha chegado onde cheguei. Tive a oportunidade de viajar muito e conheço muitos países mas acho que, sem dúvida, Portugal é o melhor país do mundo! n Créditos : Fotos : Maria Inês Styling : Artstylingacademy Cabelos : AbsolutLook Make-up : Carla Pinho
Agradecimentos : Hotel Palácio Estoril Dior/Lanvin para Loja das Meias Gant Man Gant Kids Sapataria Aldo ELES & ELAS | 19
FASHION
CHLOÉ A INVENÇÃO DO PRÊT-À-PORTER
S
e é uma das felizardas que tem peças da Chloé no seu guarda roupa então já sabe a capacidade que esta marca tem de transformar peças básicas em verdadeiras obras de arte do chic blasé. A roupa Chloé consegue aquele equílibrio difícil entre o “Mariarapaz” e o ultra-feminino. Conheçamos um pouco da sua história e de Gaby Aghion, o génio por detrás do nome. ➤
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Camiseiro em crepe de seda Outono-Inverno 1960 por Gaby Aghion
Top ananas Primavera-Ver達o 2001 por Stella McCartney
Jeans e saco Paddington Primavera-Ver達o 2004 por Phoebe Philo
Saco Camera Primavera-Ver達o 2004 por Phoebe Philo
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Vestido Violon Primavera-Verão 1983 por Karl Lagerfeld
A
marca surge em 1952 e revoluciona a forma como as mulheres se vestem quando, Gaby Aghion cunha o termo “prêt-à-porter”. Quando Gaby chega a Paris, em 1945, notou uma séria falha no mercado da moda: se por um lado havia muitos costureiros especializados, por outro não havia roupa já feita, de boa qualidade, que se pudesse comprar e levar logo para casa. Surge a ideia de criar a Chloé que desse às mulheres a possibilidade de se vestirem de forma simples e rápida, re-misturando peças e re-definindo o seu estilo pessoal. Ela nasce Gabrielle Hanoka, em Alexandria, onde o seu pai administrava uma fábrica de cigarros. Teve uma educação de estilo francês e vê pela primeira vez Paris com a idade de 18 anos como estudante, um ano antes do seu casamento com Raymond Aghion, que conheceu quando ambos estavam na escola. Ele vinha de uma família judia muito rica com convicções de esquerda que procurou o exílio político no Egipto, aquando o final da II Grande Guerra. A Paris do Pós-guerra era uma cidade boémia e artística onde a vida borbulhava na rive gauche. O casal Aghion conhece e dá-se com os grandes artistas do seu tempo: Picasso, Paul Éluard, Tristan Tzara, etc. A arte é paixão de ambos e Raymond abre uma galeria em 1956. Esta era também a altura da Alta-Costura, fortemente aopiada por novos investidores. Dior re-inventa a imagem da mulher do pós-guerra em fatos muito estruturados, com metros e metros de tecido e tomavam horas para serem feitos e vestidos e uma pequena fortuna para serem comprados. Poucas eram as mulheres que podiam aceder a estas peças de roupa e na rua o que mais se via eram cópias caseiras de mau corte e muito desconfortáveis. Gaby rejeitou essa linha tão formal equis criar roupas femininas, que tomassem em atenção as formas naturais do corpo da mulher, reduzindo o uso de tecido para que pudesse manter a qualidade: chamou-lhe ➤ ELES & ELAS | 23
Vestido Galaxie Primavera-Verão 1978 por Karl Lagerfeld
de prêt-à-porter de luxo. Únicas no seu tempo, eram roupas originais que as mulheres podiam ver (e comprar) nos cabides. Escolhido o nome Chloé a empresa estava pronta a nascer e crescer. A primeira colecção é feita em casa, no quarto da criada, com a ajuda de várias costureiras. Em 1953, junta forças com Jacques Lenoir que passaria a tratar do lado financeiro, enquanto ela toma conta do lado criativo. O primeiro desfile acontece em 1956, num pequeno-almoço no celebérrimo Café de Flore: o epicentro da jovem Paris intelectual. Tudo sobre Chloé parecia 20 anos mais jovem que as roupas das maisons de alta-costura: uma moda mais cerebral e com um sentido de humor. Moda “fresca como uma salada” era a filosofia principal de Aghion. A marca não tinha um estilo propriamente único e/ou original: funcionava mais como um “condensador” dos vários estilos em voga. Ao longo do tempo, Gaby foi convidando várias estilistas para colaborarem com a marca: Graziella Fontana, Maxime de la Falaise, Martine Sitbon, Stella McCartney, Phoebe Philo e actual Clare Waight Keller. Mas a sua grande descoberta foi um homem: o incontornável Karl Lagerfeld. Na altura apenas um jovem tímido, iria ser um dos maiores nomes da moda mundial e eleva a marca Chloé a novos patamares. O seu trabalho é visto nas colecções entre 1964 e 1983 e depois entre 1992 e 1997. A empresa é um enorme sucesso mas, na década de 80 passa por uma re-estruturação. Aghion vende a sua parte da empresa à então Dunhil (hoje Compagnie Financière Richemont SA) e retira-se da vida pública. Contudo, raramente falta a um desfile da marca que criou até este último Setembro quando falece, serenamente, no seu apartamento da Paris que amou. Entre os seus últimos pedidos deixa escrito que não deixassem que a sua morte atrazasse o desfile da colecção Primavera-Verão 2015. The show must go on! ■
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VITRINE
OS ANOS DO
YÉ-YÉ ESTÃO DE VOLTA! A tendência deste Inverno parece ser o regresso dos anos Ye-Ye. Os anos 60 de cabo a rabo. Todas as formas parecem estar lá: desde Mary Quant a Courrèges, das formas simples e andrógenas de Twiggy à sã loucura descontraída de Jane Birkin. Peles extravagantes, pallettes, óculos a tapar a cara, anything goes! Padrões vivos, blocos de cor marcantes dominam os tecidos. Não esquecer as carteiras bem estruturadas e de grandes proporções. ■ ➤
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No auge da Swinging London e da independência dos anos 60, Jane Birkin pisava, pela primeira vez, o palco aos 17 anos. Birkin viria a revolucionar a moda dos finais de 60 e tem o seu auge em 1969, em Paris, quando começa uma relação com Serge Gainsbourg. Costuma-se associar Jane como criadora do estilo boho-chic. Calças flare e o contrataste entre batas leves complementadas com um cachecol pesado e longo. Nos anos em que viveu com Serge em Paris, ela era vista andando nas ruas livremente em vestidos quase transparentes, sem soutien por baixo, mas com grandes berloques no pescoço. Antes de emprestar seu nome à famosa it-bag da Hermès, Jane contava apenas com uma simples cesta de cortiça no colo para carregar seus objetos pessoais. Jane ainda trouxe à tona várias peças esquecidas na época, como a blusa branca estilo romântico e a renda. Esse jeito provocante, sedutor e, ao mesmo tempo, descontraido de se vestir, fez com que a actriz se tornasse modelo de inspiração que ainda hoje marca a moda. ■
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GUCCI
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DIOR
LONGCHAMP
TOUS
GUCCI ELES & ELAS | 29
LONGCHAMP
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Twiggy, foi uma das modelos mais famosas dos anos 60 e ficou mundialmente conhecida pelo seu estilo andrógeno. Trabalhou com Mary Quant, que é creditada como a inventora da mini saia e do look “Chelsea”. Twiggy exibia sua silhueta magra em simples vestidos chamados de “Tubo” que tinham grandes golas (estilo Peter Pan), ou eram usados por cima de uma gola role. As cores predominantes eram rosa, amarelo, branco e vermelho, assim como as estampas xadrez e de listras. Twiggy também gostava de usar gravadas e chapéus masculinos com mini saia, às vezes com meia calça colorida. Botas na altura do joelho e mini saia era uma das suas combinações favoritas. A maquiagem é umas das marcar registradas de Twiggy. O estilo, também conhecido como MOD, fica nos olhos. Twiggy usava sombra de cor clara, como bege ou rosa nas pálpebras e uma sombra mais clara, como branca, na linha de baixo da sobrancelha. Nas pestanas, bastante máscara preta para dar volume aos vários pares de pestanas postiças. ■
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FENDI
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BOTTEGA VENETA GUCCI
DIOR
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JIMMY CHOO
NASHA MEKRAKSAVANICH TOUS
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SAINT LAURENT ROBERTO CAVALLI
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Manuela de Oliveira www.manueladeoliveira.com m@manueladeoliveira.com 229 738 128 / 917 581 219
FASHION
Com desejos de elegância espira-se elegância. A Moda Lisboa volta a acontecer para apresentar a produção nacional para a próxima estação.Foram muitos os nomes presentes e a tendência parece ser o branco, o negro e os tons neutros em padrões gráficos. Dois nomes, porém, conquistaram-nos: Carlos Gil e Miguel Vieira. Tinhamos desejos de elegância, de um certo ar suave e discreto, do retorno ao bom corte e à alta alfaiataria. Na próxima estação vamos passear para Mónaco... com moda portuguesa!
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贸tica
Rua Padre Am茅rico, 25-B - Telheiras 1600 - 864 Lisboa Telefone: 21 191 13 78
www.ritualvision.com Mail: geral@ritualvision.com
BELEZA
KIOMA
abre a sua primeira loja em Lisboa!
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Oceana Basílio, Alda Gomes, Isabel Figueira e Inês Folque
E
m Setembro a Kioma – Make Up & Perfumes inaugurou a sua primeira loja na capital. Situada na Avenida Almirante Reis, nº 59 B, a nova unidade comercial da Kioma é um espaço repleto de cor e aromas. Este evento contou com a presença das mais belas figuras públicas nacionais como Oceana Basílio, Alda Gomes, Isabel Figueira e Inês Folque. O ambiente musical ficou ao encargo da DJ Rita Mendes, que proporcionou uma atmosfera descontraída e bastante animada, tal como ela! Nesta inauguração esteve presente a maquilhadora pro-
fissional Sandra Arêzes que elucidou os convidados com vários truques e dicas de maquilhagem. O evento contou com a presença da Revista Eles & Elas entre outros meios de comunicação. Os presentes tornaram-se fãs do conceito e dos produtos low-cost da Kioma. Um espaço moderno, cosmopolita e com uma equipa fantástica espera pela sua visita! ■ Kioma Lisboa Av. Almirante Reis, nº 59 B – 1150-011 Lisboa geral@kioma.pt Telefone: +351 253 679 617 ELES & ELAS | 49
DIVAS
LAUREN BACALL Uma beleza felina por Nuno Vaz de Moura
Foi com pesar que nos despedimos da lenda Lauren Bacall no passado mês de Agosto. A atriz com mais de 60 anos de carreira foi merecedora de um Oscar Honorário em 2009 e protagonista de uma das mais bonitas histórias de amor de Hollywood. ➤
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B
etty Joan Perske aparece na capa da Harper’s Bazaar de 1 de Março de 1943, com apenas 18 anos, e capta prontamente a atenção de Slim Keith. Slim, mulher do realizador Howard Hawks, pediu ao marido que fizesse um teste de câmara com a jovem Betty. A beleza indiscutível e o olhar que lhe valeu a alcunha ‘The Look’ resultaram prontamente no seu primeiro trabalho como atriz em Ter Ou Não Ter de 1994, cuja personagem tinha e merecidamente a alcunha Slim. Foi neste primeiro contacto com o mundo do cinema que Betty, com a ajuda de Hawks, aprendeu a ser Lauren. Adota o nome de solteira da mãe Natalie Bacal, de quem era muito próxima e acrescenta-lhe um ‘l’ no final para o seu nome artístico. Assim nasce Lauren Bacall uma mulher de voz grave, segura de si, dura, sensual e cheia de personalidade. Foram estas características para além da beleza óbvia de Bacall que atraíram o já veterano de Hollywood, Humphrey Bogart. O protagonista de Casablanca, 25 anos mais velho que ‘Baby’, a alcunha que carinhosamente lhe deu, encontrou finalmente felicidade no casamento, em 1945. No ano seguinte, em 1946, fizeram o seu segundo filme como protagonistas The Big Sleep, nesta altura Bacall era já um ícone do famoso firmamento de Hollywood. Como conhecida workaholic que era trabalhou até o fim dos seus dias no cinema, televisão e teatro. Vivia para trabalhar, ➤
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Os momentos de idílio com o seu grande amor Humphrey Bogart
➤ pois era isso que a fazia feliz. Valeu-lhe o esforço quando em 2009 recebe o famoso Prémio Honorário dos Oscares da Academia pela longevidade da sua carreira como atriz. Alegrava-a saber que permanecia na memória, de que é relevante no mundo do cinema, quando era chamada para filmes como Pronta a Vestir (1994), The Mirror Has Two Faces (1996), Dogville (2003) e Birth (2004) por Robert Altman, Barbra Streisand, Lars Von Trier e Jonathan Glaser respetivamente, entre tantos outros. Para contrastar com o sucesso da sua vida profissional Bacall perdeu o, segundo a própria, amor da sua vida passados apenas 12 anos de casamento, quando Bogart faleceu em 1957 devido a um cancro na esófago. No seu funeral a atriz depositou um apito dentro do caixão do marido em referência a sua famosa fala em Ter Ou Não Ter , “You know how to whistle, don’t you? You just put your lips together and blow.” Desta bela história de amor nasceram em Janeiro
de 1949 e em Agosto de 1952, Steve e Leslie. Stephen era o nome de Bogart em Ter Ou Não Ter e Leslie foi dedicado a Leslie Howard, grande amigo de Bogart que o ajudou a lançar a sua carreira cinematográfica. Bacall volta a casar em 1961 com Jason Robards de quem se divorcia passados 8 anos em 1969. Robards era também um galardoado ator de Hollywood de quem teve Sam, o filho mais novo. Como quem sai aos seus não degenera e como uma madrinha como Katharine Hepburn, amiga íntima de Bacall, Sam Robards é um conhecido ator que tomou parte em filmes como A. I. Inteligência (2001) Artifical, Beleza Americana (1999) e Uma Casa, Uma Vida (2001). Na sua condição de ícone de cinema Betty, como era conhecida por aqueles que lhe eram mais queridos, fazia parte da formação inicial do famoso Rat Pack um grupo restrito de figuras relevantes e ativas no mundo do espetáculo na década de 50 do qual faziam parte Frank Sinatra, Joey Bishop, ➤ ELES & ELAS | 53
“You know how to whistle, don’t you? You just put your lips together and blow.” 54 | ELES & ELAS
Irving Paul Lazar, Judy Garland, Humphfrey Bogart entre outros. Para além do Oscar Honorário ganhou um Tony Award em 1970, pela participação no musical Applause e dois Globos de Ouro. Um como melhor atriz secundária em The Mirror Has Two Faces (1996) e o outro sendo o Prémio Cecil B. DeMille, dado anualmente a personalidades que se destacam no mundo do cinema, em 1993. Em 1960, ganhou a sua própria estrela no Hollywood Walk of Fame e 20 anos mais tarde a sua auto-biografia “By Myself ” ganhou um National Book Award em 1980. Para além de todos estes prémios e menções em canções e musicais como “Key Largo” e “Vogue” de Madonna, Bacall em conjunto com o Bogart deu nome a um distúrbio vocal resultante do excesso de uso das cordas vocais em quem fala em tons mais graves. Quando conheceu Hawks pela primeira vez Bacall foi rejeitada devido ao seu timbre, passou uma semana a afiná-lo e quando voltou a apresentar-se a Hawks tinha o tom grave que lhe conhecemos. O Síndrome Bogart-Bacall ou BBS é geralmente atribuído a mulheres que lutam pela igualdade num mundo mais masculino sendo Bacall uma representante desta luta. A lenda diz-nos adeus a 12 de Agosto, a 1 mês de celebrar o seu 90º aniversário, quando atacada por um acidente vascular cerebral. Viveu até o literal fim da sua vida no Edifício Dakota com vista para o Central Park, onde era vizinha de John Lennon e afirma ter ouvido o seu tiro fatal em 1980. Magnífica até o fim o ícone do cinema e da moda, em quem em conjunto com Veronica Lake, Julie London e Rita Hayworth foi inspirada a famosa personagem de Jessica Rabbit, deixa saudade e descendência que continuará a vingar no mundo das artes. n S.S.C.
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BELAS NOTÍCIAS NOVO DIADERMINE LIFT+ COLOR CORRECTION, FIRMEZA E CORREÇÃO DE COR NUM CREME DE DIA Diadermine, marca especialista em cuidados anti-idade com 110 anos de experiência dermatológica, apresenta o novo Diadermine Lift+ Color Correction, um creme de dia que reúne efeitos refirmantes e de correção de cor. O novo creme de dia possui uma fórmula que conjuga pigmentos rosados e vitamina C para transformar uma pele baça e com vermelhidão numa pele luminosa e uniforme, com Pro-Colagénio, que estimula as células a produzir os tipos de colagénio mais importantes para redensificar a estrutura da pele, melhorando a firmeza e proporcionando um efeito lifting duradouro. Os cremes de Correção de Cor, habitualmente designados por “cremes CC”, corrigem as imperfeições da tez dando um aspeto mais suave e uniforme à pele. Mas este creme vai mais longe ao combinar esses efeitos com os benefícios lifting, para uma pele mais firme, refrescada e radiante. O Creme de Dia Diadermine Lift+ Color Correction é o primeiro creme CC de Diadermine com efeito lifting. Os seus pigmentos rosados quebram e refletem a luz como um prisma, reduzindo eficazmente o aspeto baço e irregular da tez. A vitamina C presente na sua fórmula ajuda a combater manchas escuras e hiperpigmentação. Adicionalmente, a fórmula possui ativadores de colagénio que estimulam a produção de colagénio no interior da pele. A densidade da rede de colagénio aumenta e a elasticidade da pele é visivelmente melhorada, para um efeito lifting de longa duração. Aplicado todas as manhãs em movimentos circulares suaves é também ideal para aplicação antes da base. ■
LIFT CONTOUR ELIXIR FACE AND NECK BY SKEYNDOR: O SÉRUM REVOLUCIONÁRIO A Skeyndor aumentou a linha Global Lift [ProGEN-in] com o novo LIFT CONTOUR ELIXIR FACE AND NECK , um sérum revolucionário inspirado na mais recente pesquisa em terapias anti- envelhecimento como Progerina e Glicobiologia, que redefine os contornos faciais e rejuvenesce o rosto. Contém mais de 50% de ingredientes anti- envelhecimento e tem o triplo de substâncias ativas por gota relativamente a outros cremes de tratamento. Graças à sua grande riqueza em anti-envelhecimento, combina o poder de três séruns (efeito lifting, anti-envelhecimento e perlado) numa textura excecional. Esta combinação sem precedentes redefine os principais pontos dos contornos faciais, combate os sinais de envelhecimento visíveis e ajuda a corrigir o tom da pele graças ao seu efeito perlado. A pesquisa avançada da SKEYNDOR levou ao desenvolvimento da tecnologia exclusiva [ProGEN-in], especialmente desenvolvida para redefinir o contorno facial, recuperar o volume facial, e reduzir o queixo duplo. [ProGEN-in] reduz a progerina, um marcador do envelhecimento celular. A sua concentração no núcleo das células oferece uma estimativa da idade biológica. ■
CYCLO SYSTEM: O TRATAMENTO JUVENTUDE GLOBAL DO INSTITUT ESTHEDERM A linha Cyclo System da gama Time Cellular Care de INSTITUT ESTHEDERM é um tratamento específico para o envelhecimento hormonal, ideal para peles mais maduras que presentam falta de densidade. A linha Cyclo System de Institut Esthederm ajuda a preservar o capital juventude das peles maduras, +45 anos, que com a passagem do tempo ficam debilitadas e, como consequência, apresentam rugas, perda de densidade e de matéria, falta de hidratação, conforto e luminosidade. Com Cyclanol-Complexo ativo reconstituinte de juventude que confere à pele energia celular para reativar as funções vitais privadas do impulso hormonal. Assim, a pele recupera um novo ciclo de juventude, fica mais resistente e as rugas atenuadas. ■ 56 | ELES & ELAS
SARA MATOS TEM UM DARK ROMANCE
PERFECTIA - TECNOLOGIA GENÉTICA PARA UMA PELE SEM MANCHAS Anne Möller, especialista no desenvolvimento de produtos de beleza, baseados na tecnologia biocelular, aposta numa solução para uma das grandes preocupações cosméticas da mulher: a perda de uniformidade e o aparecimento de manchas. Perfectia é a nova linha de tratamento despigmentante baseada na tecnologia cosmética biocelular, que atua a partir da origem genética das manchas. Ao contrário de outros despigmentantes cuja ação se baseia em tratamentos esfoliantes com ativos ácidos, Perfectia atua sobre os mecanismos genéticos que intervêm no aparecimento das manchas e reeduca os genes das células. Reduz a melanogénese, evitando a formação de novas manchas e atenuando as existentes, proporcionando um tom uniforme à pele do rosto. ■
Determinada e enigmática, a atriz revelação da televisão nacional foi escolhida para dar vida à nova colecção de Nutrisse Ultra Color. Feliz com o seu novo visual, Sara Matos revela: “Sou uma mulher atenta às tendências, mas sem dúvida que o meu melhor acessório de Moda é o meu cabelo. Quando a Garnier me convidou a dar a cara pelo tom Dark Romance Castanho Violino 4.26, não hesitei em adoptar um tom que combina tão bem com as tendências deste Outono/Inverno”. O DARK ROMANCE combina paletes de tons ricos como verdes, violetas, preto, ameixa fundem-se em padrões florais. Combinado com silhuetas suaves, é o look MAIS FEMININO deste Outono. ■
SUBLIMAGE L'ESSENCE DE CHANEL Mais do que um soro, a Essência SUBLIMAGE tem o poder de desintoxicar e revitalizar a pele. O seu poder excepcional é originado pelo precioso activo central da sua fórmula. Nascida de um tesouro, a Flor de Ouro dos Himalaias: uma planta de propriedades extraordinárias, reconhecida por seus benefícios desintoxicantes. Purificada ao máximo graças ao Polifracionamento (criado sob medida por CHANEL), a Flor de Ouro dos Himalaias dá origem a uma sublime quintessência, pura e potente: o ativo Golden Champa PFA. Actua libertando as células das toxinas que causam o envelhecimento precoce, recuperando o seu estado de pureza original. Revitalizada, a pele fica pura como nunca, nova em folha. ■ ELES & ELAS | 57
ENDLESS EUPHORIA DE CALVIN KLEIN Um novo amanhecer, um novo começo, euphoria endless oferece uma sensualidade refrescante. O seu poder de sedução é ilimitado e infinitamente cativante. Uma fantasia provocadora transmitida pelos aromas da flor de cerejeira, violeta e bamboo. ■
LA PANTHERE DE CARTIER A pantera é o símbolo da feminilidade Cartier: divina, requintada e rebelde ao mesmo tempo. Numa palavra: livre. Livres para amar e viver a vida ao máximo, com paixão, olhos no olhos.A pantera inspirou pela primeira vez um perfume Cartier na década de 1980. A fragrância capturou o zeitgeist do seu tempo, mas estava a precisar de uma atualização, a silagem mais contemporâneo, um acordo quase paradoxal inexplorado: um floral feral. O perfumista Mathilde Laurent começou com uma gardénia. A partir desta flor fresca, propôs-se criar uma fragrância que deixaria puras, faixas hipnotizantes de uma cor empurrada para o seu limite animalesco. No coração da fragrância espreita a pantera, pronta para seduzir com a supremacia sensual de uma esteira cheia de sol. Este perfume floral feral ainda enreda com o charme de uma criatura mais irresistível, celebrada por escritores de Teofrasto de Dante para a atracção irresistível de seu perfume, o perfume mais sedutor do reino animal. ■
DAISY DREAM DE MARC JACOBS A nova variação do perfume Daisy, icónico pelo seu cheiro floral e vibrante, é o sucessor da fragrância Oh Lola, lançada em 2011. O criador convidou Sofia Coppola para dirigir a campanha da fragrância e Juergen Teller para fotografar as imagens da campanha, ainda não divulgadas. ■
EXTATIC BALMAIN Uma fragrância feminina cintilante, positivamente viciante, repleta de audácia e sensualidade.Extatic é a encarnação do Chic Balmain... Sofisticada, mas muito roqueira, que acompanha as tendências, com impertinência. “Extatic é a metáfora olfativa da mulher Balmain (...)” – Emilie Coppermann, perfumista.O espírito Balmain é personificado por Anna Selezneva, musa do diretor criativo Olivier Rusteing.Responsável pelo design Balmain desde 2011, Olivier vem desta forma confirmar a aposta da Casa num estilo Aristo-Rock. ■
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CARTAZ
~ LIVROS ~ Orlando Raimundo A ÚLTIMA DAMA DO ESTADO NOVO E OUTRAS HISTÓRIAS DO MARCELISMO D. Quixote Este ensaio biográfico escrito pelo jornalista Orlando Raimundo foi editado originalmente em 2003, foi agora amplamente revisto e aumentado, partilhando revelações que ajudam a entender melhor o que foi, afinal, o marcelismo. Porque se foi possível acompanhar a vida pública do então designado Presidente do Conselho durante o período mais negro da Guerra Colonial, a vida privada de Marcello Caetano permaneceu um mistério, ao ponto de a maioria dos portugueses só ter ouvido falar da sua mulher, Teresa de Barros, no dia do anúncio oficial da sua morte. O autor vem revelar aqui toda a vida do homem de Estado: as suas origens modestas, a ajuda dos amigos na sua formação, o núcleo de pressão que o levou ao poder, o drama vivido com a doença da mulher, a forma como a filha, Ana Maria Caetano, foi condenada a assumir o papel de primeira-dama – desistindo do casamento com Adriano Moreira, então um advogado de grande prestígio – e, por fim, as determinações frias e racionais sobre a questão colonial que acabaram por levar à queda do regime em 1974 e ao seu exílio no Brasil. ■
Paulo Pereira DECIFRAR A ARTE: AS ARTES ANTIGAS Círculo de Leitores Chega às bancas o volume dedicado às Artes Antigas da coleção Decifrar a Arte em Portugal do historiador Paulo Pereira. Num total de seis títulos – visitando seis períodos históricos da arte em Portugal – desta feita selecionam-se as 100 obras de arte que marcam e revelam a pré-história. As primeiras manifestações artísticas no território português remontam há cerca de 20 mil anos. Abordagem à arte rupestre paleolítica ou à arte rupestre dos vales dos rios com momentos de exceção como o megalitismo ou a Idade do Bronze. ■
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Haruki Murakami A PEREGRINAÇÃO DO RAPAZ SEM COR Casa das Letras Nos seus dias de adolescente, Tsukuru Tazaki gostava de ir sentar-se nas estações a ver passar os comboios. Agora, com 36 anos feitos, é engenheiro de profissão e projeta estações, mas nunca perdeu o hábito de ver chegar e partir os comboios. Lá está ele na estação central de Shinjuku, ao que dizem «a mais movimentada do mundo», incapaz de despregar os olhos daquele mar selvagem e turbulento «que nenhum profeta, por mais poderoso, seria capaz de dividir em dois». Leva uma existência pacífica, que talvez peque por ser demasiado solitária, para não dizer insípida, a condizer com a ausência de cor que caracteriza o seu nome. A entrada em cena de Sara, com o vestido verde-hortelã e os seus olhos brilhantes de curiosidade, vem mudar muita coisa na vida de Tsukuru. Acima de tudo, traz a lume uma história trágica, que a memória teima em não esquecer. Os quatro amigos de liceu, donos de personalidades diferentes e nomes coloridos, cortaram relações com ele sem lhe dar qualquer explicação. Profundamente ferido nos seus sentimentos, Tsukuru perdeu o gosto pela vida e esteve a um passo da morte. A páginas tantas, lá conseguiu não perder a carruagem. Com "Os Anos de Peregrinação" de Liszt nos ouvidos, regressa à cidade que o viu nascer e atravessa meio mundo, viajando até à Finlândia, em busca da amizade perdida. E de respostas para as perguntas que andam às voltas na sua cabeça e lhe queimam a língua. Será que o rapaz sem cor vai ser capaz de seguir em frente? Arranjará finalmente coragem para declarar de vez o seu amor por Sara? Uma inesquecível viagem pelo universo fascinante deste escritor japonês que chega a milhões de leitores espalhados pelo mundo inteiro. Um romance marcadamente intimista sobre a amizade, o amor e a solidão dos que ainda não encontraram o seu lugar no mundo. ■
Ricardo Raimundo OS MAUS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL Esfera dos Livros A história costuma exaltar os grandes nomes da nação, as figuras que marcaram uma época, os heróis que venceram batalhas e conquistaram novos mundos, os reis que serviram o nosso país com dedicação… Pois, ao longo destas páginas, o que vai encontrar são os maus da nossa história. Os reis cruéis de temperamento violento, os assassinos sem escrúpulos, os homens que a troco de uma vil recompensa não hesitaram em trair o país, as mulheres fatais que enfeitiçaram os homens de poder, levando-os à perdição, os ambiciosos e gananciosos que não olharam a meios para atingir os seus fins, e todo o tipo de gente de má rês… Ricardo Raimundo, autor de Os Escândalos da Monarquia Portuguesa e Vidas Surpreendentes, Mortes Insólitas da História de Portugal, volta a surpreender-nos com este livro original, onde ficamos a conhecer o outro lado de algumas das personagens marcantes da História da Portugal. O rei D. Pedro I tinha um génio violento, D. João II, o Príncipe Perfeito, tinha um lado negro, tendo assassinado, pelo seu próprio punho, o seu cunhado, irmão da rainha. Vasco da Gama levou o nome de Portugal ao outro lado do Mundo, mas os seus feitos violentos e personalidade colérica são pouco conhecidos. O infante D. Francisco, irmão do rei D. João V, era, segundo as crónicas, «um sujeito muito mau». Quem era a Megera de Queluz, perversa, ambiciosa e ninfomaníaca? Fernão de Magalhães pôs-se ao serviço de Espanha por apenas cem réis de diferença. Diogo Alves, o assassino do aqueduto, os regicidas Buíça e Costa e o temido João Brandão são alguns dos malfeitores que vai ficar a conhecer nas páginas deste livro surpreendente. ■
José Apezarena FELIPE E LETIZIA – A CONQUISTA DO TRONO Esfera dos Livros Uma «monarquia renovada, para um tempo novo» foi esta a promessa feita por Felipe de Borbón, no dia 19 de junho de 2014, ao ser coroado Felipe VI de Espanha, sucedendo ao seu pai Juan Carlos. Ao seu lado, como sempre, estava Letizia Ortiz, a nova rainha de Espanha. A mulher com quem escolheu casar há dez anos, desafiando tudo e todos. Começava a 22 de maio de 2004, data do matrimónio, a longa caminhada de Felipe e Letizia na conquista do trono espanhol. Muita coisa aconteceu ao longo destes dez anos. Episódios felizes, como o nascimento das suas duas filhas, Leonor e Sofía, outros mais polémicos que vieram demostrar a união deste casal e o seu total compromisso para com Espanha e os espanhóis. Letizia Ortiz, uma plebeia e ex-jornalista, esteve sempre no centro das atenções, viu os seus comportamentos, gestos e escolhas de vestuário serem analisados ao pormenor e, por vezes, violentamente, criticados. Juan Carlos, pai de Felipe e antigo rei esteve no centro de algumas polémicas e viu o seu estado de saúde comentado nos jornais. Mas o caso que abalou os alicerces da monarquia espanhola e promete marcar este início de reinado é, sem dúvida, o caso Urdangarin, que atinge a irmã Cristina e o cunhado do novo rei. A tudo isto, Filipe VI promete responder com a imagem de marca deste casal: rigor, empenho e honestidade. ■
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CARTAZ
~ ESPECTÁCULOS E EVENTOS ~ Twelfth Night (Noite de Reis) 31 de Outubro e 1 de Novembro (21h) e 2 de Novembro (16h) Pequeno Auditório, CCB Co-Produção CCB / LISBON PLAYERS Na mais perfeita das comédias de shakespeare, o sonho mescla-se com a realidade da vigília. O título da peça surge associado à folia festiva do duodécimo dia após o natal. O divertimento é nela produzido a partir dos jogos de engano e de máscara, em nome da pulsão amorosa. O espectáculo procura exponenciar o papel que a música aqui desempenha; até mesmo Viola, a figura central feminina, partilha o nome próprio com um instrumento musical. Feste, o bobo, o mais sagaz das personagens da peça, conduz-nos para o seu sonho encenado, no lugar ficcional de uma mediterrânica ilíria. E é também ele a figura metateatral por excelência, que nos torna cúmplices da ironia inventiva do bardo: «se isto fosse representado agora sobre um palco, eu poderia reprová-lo como sendo uma ficção improvável.» ■
Luis Represas com Cores 25 de Outubro, 21 h Grande auditório do CCB Depois de Olhos nos olhos, último disco de originais editado em 2008, luís represas apresenta-nos o seu mais recente trabalho, Cores. em 37 anos de uma carreira repleta de êxitos, luís represas guarda consigo um repertório invejável, uma história dentro de muitas estórias (entre as quais a sua participação no grupo icónico trovante, do início ao fim da vida deste) reflectidas em discos, composições e canções que se tornaram êxitos intemporais da música popular portuguesa. Neste concerto intimista e ao mesmo tempo transversal, luís represas será capaz de captar ainda mais o espírito que existe na sua relação com o público e nos anos que foram percorridos lado a lado. ■
WERTHER de Jules Massenet Direção musical: Cristóbal Soler; Encenação: Graham Vick 27 e 29 de Outubro, 5 e 7 de Novembro (20h); 1 de Novembro (16h) Teatro Nacional S. Carlos A ópera Werther foi composta após os grandes sucessos dos trabalhos de Massenet, Manon e Hérodiade, considerada pelos especialistas a partitura mais livre de convenções escrita pelo compositor. O libreto, da autoria de Édouard Blau, Paul Milliet e Georges Hartmann, é baseado na obra de Goethe, de 1774, Die Leiden des Jungen Werthers, que constituiria uma das personagens adotadas com bastante agrado pelo Romantismo. A ação de Werther desenrola-se em Frankfurt. Foi numa primavera, símbolo do amor e da natureza, que o jovem Werther conheceu Charlotte, resultando desse encontro uma paixão muito intensa. Apesar de tão nobres sentimentos os unirem, o seu amor era impossível, uma vez que Charlotte, no leito de morte da mãe, prometera casar com Albert. A temática do suicídio resultante do amor impossível, juntamente com a escrita musical fortemente marcada pelo uso da técnica do leitmotiv, traduz-se assim numa agradável combinação de fatores que tornam este trabalho numa ópera de culto. ■
LADY SARASHINA de Péter Eötvös Encenação: Rares Zaharia Maestro: Pedro Amaral 24 a 26 de Outubro (Sexta e Sábado às 21h00; Domingo às 17h30) Co-produção Metropolitana e São Luiz Teatro Municipal Sarashina é o nome pelo qual hoje conhecemos a dama de companhia da Corte Imperial do Japão, que viveu no século XI e deixou escrito um valioso diário de memórias. Aí relatou impressões da natureza, de lugares, de factos do quotidiano e reflexões acerca da vida e da morte. Foi nesse testemunho confessional que o compositor húngaro Peter Eötvös baseou esta ópera, estreada em 2008 pela Ópera Nacional de Lyon e que aqui se apresenta pela primeira vez em Portugal. Eötvös, porventura hoje em dia o compositor mais requisitado no panorama da cena lírica mundial, explana ao longo de nove quadros uma contagiante paleta de paisagens sonoras, carregadas de onirismo. Percorre a delicada fronteira entre o natural e o artificioso. O papel protagonista será interpretado por Julia Bauer, soprano alemã que, em 2014, se tem apresentado à frente de orquestras como a Filarmónica de Berlim e a Ópera de Estugarda. ■ 62 | ELES & ELAS
~ EXPOSIÇÕES ~ HORST: A PHOTOGRAPHER OF STYLE Até 5 de Janeiro Victoria and Albert Museum, Londres Se passar por Londres poderá ver a deslumbrante exposição retrospectiva da obra de Horst P. Horst (1906-99), um dos melhores fotógrafos de moda do séc. XX.Horst P. Horst (1906-1999) criou imagens que transcendem a moda e tempo. Ele era um mestre da luz, composição e ilusão atmosférica, que conjurou um mundo de sofisticação sensual. Em uma extraordinária carreira de sessenta anos, suas fotografias estampou as páginas da Vogue e Casa e Jardim sob a assinatura de um termo fotográfico 'Horst. Ele está a par de Irving Penn e Richard Avedon como um dos fotógrafos de moda e retrato pré-eminentes do séc. XX. Uma figura internacional, Horst trabalhou predominantemente em Paris e Nova York. Nascido na Alemanha, ele se tornou um cidadão americano em 1943, mudando seu sobrenome de Bohrmann para Horst. Sua gama extraordinária de trabalho fora do estúdio fotográfico transmite uma incansável curiosidade visual e ao longo da vida o desejo de novos desafios. A enorme coleção de gravuras, desenhos, cadernos, álbuns de recortes e letras que Horst cuidadosamente preservado ao longo de sua vida, ao lado de milhares de cópias nos arquivos da Condé Nast, testemunham seu talento virtuoso. ■ Paula Rego - Obras inéditas Até 8 nov/14 Galeria 111 No âmbito das comemorações dos cinquenta anos da Galeria 111, o espaço apresenta agora uma exposição de obras inéditas de Paula Rego, a artista portuguesa mais reconhecida, com quem trabalha há quarenta anos. Da exposição fazem parte dezoito desenhos a pastel dos finais dos anos 70, Pig’s Head, da fase do Espantalho, Fawn e Blind Sister, trabalhos de grande mestria com uma enorme intensidade dramática. ■
Splendor et Gloria - Cinco Joias Setecentistas de Exceção Até 4 jan/15 Museu Nacional de Arte Antiga Um dos mais ambiciosos projetos do MNAA, esta exposição ilustra o esplendor artístico da corte de Lisboa durante o século XVIII e espelha o protagonismo de vários artistas excecionais, como os arquite- tos João Frederico Ludovice e Mateus Vicente de Oliveira, o escul- tor Joaquim Machado de Castro ou os joalheiros da Coroa, Adão e Ambrósio Pollet. A Custódia da Bemposta, obra-prima da coleção do MNAA, a Custódia da Sé Patriarcal (Lisboa), o Resplendor do Senhor Jesus dos Passos (Lisboa), o Resplendor do Senhor Santo Cristo dos Milagres (Ponta Delgada) e o hábi- to grande das Três Ordens Militares (Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa) são as cinco peças de exceção, aqui reunidas pela primeira vez. A mostra visa consolidar os avanços da mais recente historiografia, já aborda- dos no quadro de “A Encomenda Prodigiosa. Da Patriarcal à Capela Real de São João Batista” (núcleo do Museu de São Roque), exposição que o MNAA e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa-Museu de São Roque organizaram em 2013. As exposições da Sala do Tecto Pintado – assim designada por ostentar parte da quadratura original realizada pelo pintor Ambrósio Pollet Vincenzo Bacherelli (1672-1745) – têm como alicer- Hábito grande das Três Ordens Militares - Lisboa, 1790 ce comum o estudo, a conservação e a valorização Ouro, prata, diamantes, rubis, das peças expostas e do acervo do MNAA. ■ esmeraldas, granada
Vasco Araújo - Re Cordum: Voltar ao Coração Até 22 nov/14 Galeria Banginski A exposição Re Cordum: Voltar ao Coração de Vasco Araújo apresenta obras que exploram relações de poder, dependência e submissão, quer enquadradas pelos contextos familiar e social, como sustentadas em noções de exotismo e alteridade. O título da exposição remete para a dupla valência da expressão latina Re Cordum, traduzindo-se por “regresso ao coração”, abrangendo ainda o sentido mais evidente de recordação, memória. Neste sentido, a voz apresenta-se como o meio pelo qual personagens e objectos materializam conflitos internos, reflectindo acerca da sua própria condição, nas relações consigo e com o Outro. A exposição parte assim de ficções despoletadas a partir da memória específica de cada personagem ou objecto, como nas composições formadas reproduções de retratos de Eduardo Malta, pintor vinculado à ideologia do Estado Novo, e retratista da sociedade próxima aos círculos de poder da época. Outros objectos compósitos incidem sobre a temática do exótico, sublinhando a contradição inerente às diferentes origens dos elementos que os compõem. ■ ELES & ELAS | 63
FEIRA DAS ARTES
História, poder e arte ecentemente esteve patente, no Museu de Arte Antiga, a Exposição “Os Saboias. REIS E MECENAS (Turim, 17301750)”, composta por mais de 100 obras de arte do século XVIII, provenientes de vários museus e residências reais italianas. Foi uma oportunidade única de conhecer um pouco mais sobre uma das mais importantes famílias reais da História europeia. Vejamos algumas das peças que estiveram presentes de forma a saber um pouco mais sobre esta poderosa dinastia.
A
Casa de Saboia foi a dinastia soberana do Ducado de Saboia - uma região que englobava partes do atual Nice e Piemonte, na Itália, e da actual Saboia, em França (da qual fazia parte a zona costeira do lago Lemano do actual Cantão de Vaud, na Suíça), e posteriormente, a família real do reino da Sardenha e do Reino da Itália. Inicialmente foram soberanos de um condado, a partir do século X, e detinham o título nobiliárquico de conde, sendo elevados a duques de Saboia em 1416, continuando a governar o mesmo território. De todas as famílias reais da Europa, apenas a casa de Saboia coloca questões em relação ao seu nome, pois não se lhe conhecem outros nomes que não seja o que faz referência à província da qual tinham Condado. Cerca de 64 | ELES & ELAS
um milénio separa o surgimento do primeiro Príncipe da Dinastia, Humberto das Mãos Brancas da abdicação forçada de Humberto II, Rei de Itália, em 1946, tornando-a numa das mais longas dinastias da monarquia europeia. Foram uma família ambiciosa que sempre esteve obcecada com a aquisição de melhores títulos: Conde de Maurienne, no séc. X; Conde de Saboia no séc. XII com o título vão, mas pretigiado, de Vigário Imperial; Duque de Saboia, a partir de 1416; Rei do Chipre e de Jerusalem a seguir ao casamento de Louis I com Ana de Lusignan; Rei da Sicília depois de 1713 e, três anos depois, Rei da Sardenha. Em 1861, Victor Emanuel II conquista o título máximo de Rei de Itália e o seu neto, Victor Emanuel III, a grandeza de Imperador da Etiópia, em 1936, após a conquista desse país pelas tropas fascistas. ➤
Giovanni Paolo Panini (Piacenza, 1691–Roma, 1765) Vista do Castelo de Rivoli do lado levante 1723-1725 Óleo sobre tela ELES & ELAS | 65
Vítor Amadeu de Saboia, duque de Saboia, com Marte de Francesco Antonio Mayerle (Praga, c. 1710–Vercelli, Piemonte, 1782). Óleo sobre tela
➤ A ambição desmesurada desta casa estava assente num facto práctico de especial importância: o monopólio da travessia dos Alpes ocidentais em detrimento da França e da Áustria. Por malabarismos políticos entre papas e Imperadores, a Casa de Saboia consegue tornar-se nos «Porteiros dos Alpes» o que lhes dava uma importância capital na geo-política europeia e os tornava alvo de constantes e aguerridas invasões sendo as mais graves a dos franceses no séc. XVII e a dos Alemães, aquando da II Grande Guerra Mundial. Como todas as famílias, a Saboia não conseguiu evitar as variações das competências, mas algumas constantes impuseram-se. A ambição familiar correspondeu, muitas vezes, a um grande desapego a nível pessoal: muitos príncipes preferiram não se casar, não reinar e manter uma vida santa e espartana em conventos. Dos vários que optaram pela vida monástica é de referir o Rei Carlos-Alberto que abdica em favor do seu filho, para seguir vida monástica no Porto, em Portugal. Outros houve, porém, que não conseguiram resistir aos encantos do charme feminino. Se bem que o frágil sexo pouco poder conseguiu junto destes homens e apenas uma ➤
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Brasão de armas dos Saboias
Manufatura Piemontesa Carrinho de Jardim para Criança Terceiro Quartel do Século XVIII Madeira entalhada e esculpida, lacada e pintada a óleo, veludo, bronze
mulher, Iolanda de França, consegui chegar a regente, após a morte de seu marido, o Rei Amadeu IX. As regras de sucessão dentro da família estavam bem demarcadas. Cabia ao primeiro varão herdar o trono. Essa regra foi confirmada três vezes seguidas na segunda metade do séc. XVIII, mas tanto antes como depois houve alguns solavancos na descendência indo a coroa sempre para o varão mais próximo. A casa de Saboia tem como divisa a palavra «FERT» que é, também, divisa da Ordem da Anunciada. Surgida por volta de 1390 a divisa continua ainda algo incompreensível. Várias hipóteses são propostas quanto ao seu significado. Poderá ser um anagrama latino, mas de que expressão? Alguns dos significados propostos são: «O seu valor defendeu Rhodes»; «Mantemo-nos pela religião e aliança»; «A mulher será a tua ruína»; ou ainda, segundo Guichenon, a expressão francesa algo divertida: «Frappez, entrez, rompez tout.» Quanto à exposição surgiu de um projeto realizado a partir dos acervos do Museo Civico d’Arte AnticaPalazzo Madama, da Galleria Sabauda e de vários outros museus e residências reais italianas. A mostra evoca o papel da cidade de Turim na primeira metade do século XVIII, enquanto capital do Reino do Piemonte e meta dos grandes artistas italianos e internacionais ao serviço das estratégias de poder da Casa de Saboia. As mais de cem obras procuravam evidenciar esse processo extraordinário e os contributos das mais importantes personalidades artísticas. Podemos testemunhar os ingredientes da construção sistemática de um cenário de primeira grandeza, que em muito ilumina (desde logo pelas autorias comuns) o ambiente contemporâneo da Corte de Lisboa, de que o Terramoto de 1755 para sempre nos privou. n
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DESTINOS
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Algumas das excelentes peças em exposição
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Paula Bobone com os antiquários George Welsh e Luísa Vinhais
s antiquários portugueses Jorge Welsh e Luísa Vinhais, internacionalmente reconhecidos e com galerias em Londres e em Lisboa, participaram na 27ª edição da Biennale des Antiquaires et de la Haute Joaillerie, conceituada feira de arte que teve lugar em Paris e encerrou há dias. São especialistas em obras de arte relacionada com a expansão marítima portuguesa e europeia, com grande relevância na porcelana da China de exportação. Trabalham nesta reconhecida especialidade de principio dos anos 90. Paula e Vasco Bobone habituais frequentadores destas manifestações culturais e históricas, por eles convidados, vieram encantados com a beleza e o acolhimento dos grandes antiquários representados no Grand Palais. Paula estudiosa do mundo da Alta Joalharia, como autora do livro Queridas Jóias deslumbrou-se com as colecções dos maiores joalheiro mundiais e particularmente fascinada com a decoração dos espaços da Chanel e de Dior. ■ ELES & ELAS | 69
DESTINOS
O frio da terra e o calor humano por: Pia Hýlen
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eis dias a explorar novas ideias e pensamentos sobre o mundo de amanhã e como os valores humanos sólidos podem sobreviver num cenário selvagem e cheio de contrastes. Pela minha actividade de psicóloga e psicanalista fui convidada para fazer parte de um Think Tank numa conferência da Nordic Summer University em Saudárkróks, na Islândia. Foi uma conferência sobre as dificuldades que a sociedade nos coloca nos dias de hoje e como nós, indivíduos, poderemos lidar com as constantes mudanças de valores e normas do mundo actual. A Islândia é uma pequena ilha a meio caminho do Pólo Norte – um dos covis dos famigerados Vikings e berço das sagas islândicas. É um lugar mágico com fontes de água quente que borbulham no meio do frio; cavalos que correm livres num cenário agreste onde, no Verão, o sol nunca se põe. Devido à sua localização na dorsal meso-atlântica, a Islândia tem uma grande atividade vulcânica e um importante gradiente geotérmico, o que afeta muito a sua paisagem. O interior é constituído principalmente por um planalto caracterizado por campos de areia, montanhas e glaciares. Aquecida 70 | ELES & ELAS
pela corrente do Golfo, a Islândia tem um clima temperado em relação à sua latitude e oferece um ambiente habitável.A Neste Verão, a fúria da erupção de um deles - o curioso Bardarbunga - fez com que grande parte da Europa se visse obrigada a cancelar os seus voos quando as cinzas tornaram o céu espesso e opaco. O poder terrível da Mãe Natureza está bem presnete nesta terra e lembra-nos que somos mais frágeis do que normalmente pensamos. Professores, académicos, artistas, directores de cinema e curadores de toda a Escandinávia, Estados Bálticos, Inglaterra, juntaram-se nesta que é a capital do mundo mais a Norte. Este ano, a Conferência da NSU tomou lugar o mais a Norte possível, num local onde o Sol nunca se põe. Durante o dia o Sol brilhava forte e à noite o céu enchia-se de reflexos rosas e púrpuras num fenómeno que apenas existe por estas bandas. Depois de já ter participado no Simpósio de Inverno que teve lugar em Copenhaga, o convite para participar nesta Conferência permitiu-me conhecer um pouco melhor a Islândia. Éramos cerca de 130 participantes, na maioria académicos, mas também pensadores e criadores independentes tinham ➤
Vista pamor창nica da noite de Ver찾o de Reiquiavique
Os famosos cavalos selvagens islandeses ELES & ELAS | 71
Pia Hylen no lounge do Hotel 101 ➤ sido convidados para a reflexão sobre o trabalho realizado ao longo do ano - a direção que as suas pesquisas estavam a tomar. Uma mostra dos seus pensamentos sobre como os valores de amanhã irão influenciar as nossas vidas - não tanto materialmente, nem politicamente, mas na escala de valor humano, numa escala diária de como os indivíduos percebem a si mesmos; e sobre as possibilidades que eles têm no mundo de hoje - possibilidades de ser indivíduos e viver uma vida de respeito e onde serão respeitados. Espero que em sociedades onde os valores básicos da família continuarão a ter importância. Após a chegada em Reiquiavique , por recomendação de um curador islandês, que estava a organizar uma exposição restrospectiva da pintura islândica dos últimos cinquenta anos, no Museu Nacional, fuqie no Hotel 101. Este é o mais sofisticado e moderno design hotel na cidade. O proprietário e designer Ingibjörg S. Pálmadóttir, usou linhas modernas, artesanato local, e uma paleta de preto, cinza e branco para transmitir um frieza nórdica pura. O estilo do bar livre, brilhante e masculino é uma mistura inovadora de mesas chinesas lacadas, blocos de madeira e cadeiras Eduardianas. Ao longo de todas as áreas públicas, o design monocromático de linhas claras serve para mostrar a colecção de arte de artistas islandeses. Após um longo voo é maravilhoso para descansar e tomar o tempo para se acostumar com esse habitat tão diferente. Toda a ilha é muito bonita e dramática - encantadora e verde com piscinas de água quente quase por todo o lado. Uma das principais atrações é a Lagoa Azul (Bláa lónið), famosa principalmente pelas suas propriedades terapêuticas. Podese nadar durante todo o ano nas piscinas por toda a ilha – as piscinas de água quente permitem uma natação do mais reconfortante possível. Os islandeses fazem valorizar este fenómeno natural. As piscinas quentes são omnipresentes e toda a gente nada contribuindo para um estilo de vida bastante saudável e uma salutar comunhão com a natureza. n
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Entrada do restaurante do Hotel 101
DESTINOS
na peugada de António Luís Vieira
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esta vez foi a convite da Marinha Russa que o Zé foi participar num congresso a ter lugar na « Joia da Coroa » da nação Soviética, São Petersburgo. Tivemos de viajar na Aeroflot e confesso que a experiência não foi gratificante. Hospedeiras de cara fechada, avião com interiores feios, um cheiro desagradável no ar e revistas... Só em Russo! Pela primeira vez na vida bati palmas mal o piloto tocou na pista, com a certeza absoluta de que tudo de mau que me pudesse vir a acontecer a partir daquele momento, nada poderia ser « tão péssimo », como lá nas alturas! Durante o voo, sentada ao meu lado viajou uma dentista que ao aterrarmos e ignorando todas as regras, passou o tempo a enviar e a receber mensagens no telemóvel. Por aí depreendi que o civismo não faz propriamente parte das regras daquela terra! Mas esta médica era uma mulher com bastante mundo. Contou-me que estava a regressar de férias na Irlanda, e disse-me fazer todos os anos estadias em locais de fala inglesa para se aperfeiçoar. Deu-me imensas dicas como proceder mal aterrássemos. Seguindo as suas suges74 | ELES & ELAS
tões, ainda dentro do aeroporto, numa agência, contratámos um taxi, mas isto foi uma operação dificílima visto que quase ninguém fala inglês e tudo se encontra escrito apenas em caracteres cirílicos. Portanto nada é fácil para um turista que chegue sem estar inserido num grupo previamente organizado. A quantia acordada com o taxista foi de 900 rublos. Quando o carro parou frente ao hotel demos uma nota de 1000 que o motorista meteu na algibeira sem se ralar com o troco, o que nos elucidou quanto a praticas locais! O hotel foi uma agradável surpresa. Creio que nunca estive num quarto tão impecavelmente limpo como aquele. Cama king size, muito espaço, tudo de qualidade superior, casa de banho confortabilíssima, uma maravilha. Logo nesse primeiro dia caminhámos até à Catedral de Santo Isaac e maravilhámo-nos não só com as vistas dos canais, como também pelo facto de já serem 23h00 e o Sol se manter alto, brilhante e imensamente quente. Jantámos num fantástico restaurante Georgiano e confesso que fiquei fã da comida dessa região. ➤
Museu Hermitage
➤ Como
estávamos completamente derrotados pelo cansaço acabámos por ir para a cama com sol a brilhar num fulgor inusitado para hora tão tardia. Na manhã seguinte mais uma vez o hotel me surpreendeu, devido à fabulosa sala de pequeno almoço, com vista deslumbrante sobre os canais e as cúpulas em cebola das várias Igrejas e palácios. Principalmente da mesanine para a qual se acedia por uma escada acrílica, a vista era um espanto. Mesa fartíssima, saborosa e um serviço impecável, supervisionado por uma senhora imponente de ar aristocrático e que mais tarde me disse chamar-se Olga e ser a diretora da escola de hotelaria. São Petersburgo é uma cidade plana, construída por Pedro o Grande, o Czar que tirou a Rússia da Idade Média e a modernizou. Este visionário para conseguir tão enorme empresa, viajou pela Europa e rodeou-se dos homens mais notáveis que foi encontrando nas suas viagens. Um deles foi o português António Luís Vieira que conheceu num estaleiro em Inglaterra. Acabou por fazer deste nosso compatriota seu colaborador durante muitos anos. Este português
«além de ser dos favoritos do Czar, ocupa os nobilíssimos cargos de Ajudante General desse Monarca, Capitão da sua Guarda, Brigadeiro, e Presidente da Suprema Chancellaria de Polícia de toda a Rússia, e está casado com huma irmaã do Principe de Mexicoff ». Quando o documento de que retirei este trecho foi escrito já Vieira se encontrava na Rússia há 25 anos! E foi este português quem ajudou Pedro a ser mesmo Grande. Pedro sentiu, tal como Putin sente hoje que a Rússia é um país fechado, acossado, sem portos de mar que não gelem. Portanto decidiu dotar a Rússia de uma marinha forte e nisto foi obviamente muito ajudado pelo nosso António Luís Vieira. Fortificaram o rio Neva, construíram navios, instruíram marinheiros, fundaram uma Marinha e foi isto que lhes permitiu derrotar a Suécia, a maior potência daquela região. Durante a, que ficou conhecida pela Grande Guerra do Norte, mais de «40.000 prisioneiros de guerra e camponeses Suecos ali trabalharam e ali pereceram tendo os seus ossos contribuído para os alicerces da cidade » que até aí era apenas um pântano lodoso e insalubre. Em 1709 deu-se a ➤ ELES & ELAS | 75
Palácio de Peterhof
primeira vitória Russa contra uma grande potência europeia. Por tudo isto se impunha uma visita nossa ao Almirantado, edifício emblemático e encimado por um catavento em forma de caravela, que foi durante todos os doze dias de estadia a estrela que me guiou nas muitas deambulações, sempre a pé, pela cidade. O Almirantado fica junto ao Neva, ao lado do descomunal Hermitage e quase em frente da fortaleza de São Pedro e São Paulo. Mal me aproximei da fortaleza a minha emoção disparou. Nem quero saber se foi um italiano ou um russo o autor de tal beleza, visto a assinatura estar lá, indelével. É uma fortaleza com a traça típica das nossas, das muitas construídas por Albuquerque e, portanto, para mim é visível a mão do nosso Vieira na sua construção. A visita ao Hermitage sem se ir inserido num grupo, por si só, daria um livro de várias páginas. Com os 30º que se faziam sentir, tivemos de suportar uma fila interminável. Quando já me encontrava quase desesperada chegámos a um ponto do percurso de onde finalmente avistávamos a entrada e vimos um placard que nos informava que daquela posição até à bilheteira, ainda nos restavam uns 40 minutos de espera! Mas não era a espera que me enraivecia, mas sim o facto de, mal eu descontraía um milésimo de segundo, haver logo alguém que, com a maior desfaçatez, me ultrapassava na fila. Aconteceu-me várias vezes e não era um, chegavam a ser famílias de cinco, que com todo o desplante e sem a mínima vergonha, me tripudiavam. Ensinaram-me, in loco, ao vivo e com muito suor, que trapaçar, fazer batota, é a glória nacional! Mas o meu marido perdoava tudo isto, posto que as russas (só as novinhas, as quarentonas já são umas matrioskas expiradas) são na verdade lindas e vestem-se logo de manhã tal como eu me arranjo para ir á Ópera. Portanto animavam os jardins e divertiam-lhe a vista. É uma cidade que merece ser visitada. Dizem os guias turísticos que foi nomeada em honra de São Pedro, santo que
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Cristina Malhão Pereira
guarda as chaves do Paraíso! O nosso hotel, próximo de Sennaya continuava a dar-me grande satisfação. Ao pequeno almoço cumprimentava a já minha amiga Olga e certo dia ela disse-me: - A senhora entra aqui todas as manhãs sempre a sorrir, é como uma rosa. Hoje sempre a sorrir e assim vestida, destaca, como uma flor neste pobre jardim! A que eu retorqui:- Sabe, o que eu mais ambicionava era ter o privilégio de escrever um livro sobre a sua vida. Sei que é filha de um alto funcionário e que nasceu na Sibéria, sei que vivendo todas as transformações que ao longo da sua vida foi presenciando, principalmente ➤
➤ num cargo importante num hotel de nomeada... Bom a sua vida dá por certo uma bela séria televisiva. Por sugestão da minha amiga Olga tratei de marcar uma visita a Helsinkia com a recepcionista do hotel. Tudo muito bem combinado teria de estar junto a determinado centro comercial, e às 23h00 de um Sábado, seria transportada num mini bus de que me deram as caraterísticas e matrícula. Veria a paisagem até ao destino uma vez que nunca se faz noite, visitaria a cidade a um Domingo, portanto sem trânsito, regressaria ao ponto de partida no mesmo dia. Tudo bem combinado com o meu hotel, desocupei o quarto ao meio-dia, deixei a bagagem guardada, deambulei pela cidade, pasmei na Nevsky, a artéria mais cosmopolita da Rússia, entrei nas Channel, nas Dior, nas Gucci, e quanto a Zaras vi tantas que lhes perdi o conto ! Fomos ao Palkin espreitar a mais refinada experiência gastronómica da cida-
de, - Five-course meal with five wines for 3,900 rublos- ! E mortos de cansaço, sempre a pé, com muitas paragens para bebidas e tapas, chegámos ao local combinado para a viagem. Vi lá uma carrinha da mesma marca e azul como me haviam dito, mas a matrícula não coincidia. Havia uma hospedeira que ia acomodando passageiros. Quando achei que já estava quase na hora da partida fui falar com a moça que claro só falava russo. Apontei para o símbolo da marca da carrinha, e sacudi a cabeça numa afirmativa, apontei para a cor e repeti os sinais, apontei para a matrícula e abanei a cabeça. Ela falou, falou, e eu fiquei no passeio pensando que ela me tivesse dito que a minha camioneta estava atrasada. Após quinze minutos de espera tornei a investir com a hospedeira. Foi chamar um russo, tipo mafioso, que começou por me mostrar a fileira de dentes em ouro, depois as fotos das filhas no telemóvel, depois fez uma chamada, e após ➤
Palácio de Santa Catarina ELES & ELAS | 77
Palácio de Santa Catarina vista dos jardins ➤ uma longa algaraviada passou-me o telemóvel.
Falei com uma moça que num perfeito inglês me explicou, tratando-me logo por Cristina, portanto sabendo muito bem qual o meu caso e qual o hotel que tinha feito a reserva, que a minha viagem era para o dia seguinte! Eu quase que desmaiei com a frustração. Mas e agora? Que é que eu faço a esta hora da noite, sem hotel, para onde é que eu me hei-de dirigir? – Blá… Blá… Blá -- Resultado, tivemos de regressar a pé para o nosso hotel, visto que àquela hora já não havia outros transportes e estávamos muito avisados que apanhar um táxi desconhecido, podia significar ser levados para um baldio, e abandonados sem documentos ou divisas! Chegámos ao hotel de madrugada e exaustos. Comecei por explicar que sabia muito bem que a culpa não era da recepcionista, mas sim dos irresponsáveis da agência de minibus. Pedi-lhes o meu quarto de volta. – Ah! Mas o hotel está cheio, portanto isso não é possível... mas por acaso temos um único quarto, de categoria igual ao seu, mas pelo qual irá ter de pagar… Quase o dobro. ! Imaginam a minha fúria? Barafustei mas tive de pagar e foi se quis um duche, um teto e cama! Mas turista, todos nós sabemos, só serve mesmo é para ser explorado. E claro que nenhuma destas más experiências me impediu de continuar a disfrutar da cidade e dos seus belos monumentos. Em 1724 outro português ilustre, o Padre Avelar, que fora enviado para assisitr à coroação de Catarina, visitou o nosso amigo Vieira e conta numa dada carta que Sua Majestade o Czar, Pedro o Grande, - «por duas vezes com hum dos seus hyacts me mandou accompanhar por elle a ver os jardins de Peteroff» . Claro que nós também lá tivemos de ir, mas juro que nunca fui tão mal tratada como desta vez para comprar um simples bilhete de hydrofoil. Na verdade o povo russo é simpático, principalmente as mulheres e estas são a grande maioria da população. Não sorriem, mas estão sempre atentas a todos os nossos movimentos e avisam-nos mal acham que nos enganámos no metro ou nos bus. Mas os funcionários públicos… bom isso é outra gente. São impossíveis,
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prepotentes e fazem-nos sentir que os estamos a incomodar. Mas não conseguiram fazer-me desistir de ir ver a maravilha que é este palácio construído no golfo da Finlândia. Também o achei com algumas semelhanças com Queluz, portanto a mão do nosso Vieira esteve presente. Aliás, como acho parecenças entre o arco do triunfo frente ao Hermitage e o nosso da Rua Augusta, embora salvaguardando as proporções, que na Rússia tudo é muito maior e mais faustoso. Mas do muito que presenciei nesta terra, o que mais impressão me fez foi ter lá passado o dia da Marinha Russa. Embora estivéssemos inseridos num mega congresso onde havia Turcos, Italianos, Ingleses, Malteses, Americanos etc. e tudo isto tenha sido organizado pela Marinha Russa… Não houve nem um convite para assistir aos festejos. O que como é lógico também não me impediu de os ir ver. Desde que saí do hotel comecei a ver famílias inteiras vestidas com camisolas azuis de riscas brancas. Avó, Mãe e bebé na cadeirinha, todos honrando a Marinha. Uma movimentação e animação incríveis por ruas e praças. Às portas dos botequins marinheiros envoltos na bandeira da Marinha, já perdidos de ébrios, celebravam. Comecei a ter certo receio. Gente vestindo camisolas de riscas conduzia carros, alguns de grande cilindrada, e andavam aos ziguezagues pelas ruas, desfilando a 200 à hora entre transeuntes. Uma alegria incrível e um sentimento de euforia tomava conta de uma multidão demasiado etilizada. Marinheiros fardados mergulhavam nos lagos públicos. Outros já encharcados abraçavam estátuas nos fontanários. Bom, não fiquei bem impressionada. Aliás, desde o primeiro dia que eu andava incomodada com os carros de muita potência, as motos artilhadas a acelerar o mais que podiam, debitando música aos berros, a passarem-me tangentes, tudo perante a impassividade dos polícias. Mas claro que nada disto me impediu de ter gostado muito desta aventura toda ou de comprar, claro que sim, um casaquito de vison ali pela chiquérrima Nevsky propesct. n Maria Cristina Malhão-Pereira
SOCIEDADE
OUTUBRO, MÊS DE VINDIMAS
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mês de Outubro é caracterizado por corresponder, nas zonas vinhateiras, à azáfama das vindimas. Para além do trabalho na apanha das uvas, as vindimas são motivo de confraternização entre as pessoas que nelas intervêem e até pretexto para festas nas quais a música desempenha um papel muito importante, destacando-se o acordeão como um dos instrumentos musicais mais associado às vindimas. A região do Douro é uma das mais importantes em termos de vindimas e das festas com elas relacionadas. As mais divertidas que tivémos ocorreram na Casa dos Viscondes da Várzea, um turismo rural inserido numa grande propriedade vinhateira, propriedade da família Cirne. Os anfitriões, Mané e Zé Pedro Cirne, são inexcedíveis no sentido de proporcionarem aos seus convidados e amigos uma extraordinária sensação de bem estar. A casa, que anteriormente havia pertencido à sua família, viria a mudar de donos e a acabar numa ruína. O citado casal Cirne que a conseguiu readquirir transformou paredes esventradas numa construção belíssima na qual seguiram de perto a traça original sendo, actualmente, uma referência na zona de Lamego. Há dois anos os Cirnes convidaram para as vindimas um enorme grupo que incluia Ana Costa Alves, Sloe Tot Everloo, José Luís Magalhães Pereira, António e Paulina Figueiredo, Lina e Rui Belo, Varna Gião, Piedade e Miguel Polignac de Barros e muitos outros. Um pouco mais afastada do Rio Douro situa-se a povoação de S. Cosmado, perto de Armamar, onde José Augusto Pinto da Silva recebe, durante o mês de Outubro, alguns dos seus amigos como Branquinha Pinto de Magalhães, Lalu Reymão Nogueira, Ana e Zé Mattos e Silva, entre outros. O anfitrião, tendo um barco atracado na marina do Pinhão, proporciona aos seus ami-
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gos magníficos passeios no Rio Douro, a montante e juzante do Pinhão. Nesta vila destaca-se o famoso Vintage House Hotel onde, há alguns anos, passámos um inesquecível fim de semana a convite da Revista Hotéis e Viagens e do seu director Armando Nuno Carneiro. Um óptimo jantar a que se seguiu uma divertídissima festa na qual se encontravam João Lagos, Isabel Quadros, Bébé e José Mesquita e muitos mais. Outro locais de referência na região duriense são as antigas quintas de Vale de Abraão e da Pacheca, outrora propriedades da família Serpa Pimentel e que, agora, se transformaram em unidades hoteleiras. Passámos excelentes épocas das vindimas nessas quintas recordando, nomeadamente, os passeios a pé pela mata de Vale de Abraão, conduzidos pelo tio Eduardo Serpa Pimentel, que nos contava como uma sua antepassada resolveu remover uma vinha para a substituir por frondosas árvores, muitas delas importadas. As cores de Outono das folhas dessas árvores é algo de inesquecível que ficará para sempre na memória daqueles que visitaram essas quintas, como Maria do Carmo Amorim, António Lino, Teresa Félix, José Manuel Caiado, Teresa Talone e Mário Gonzaga Ribeiro. Este, um conhecido campeão de monotáunica, levava consigo a reboque alguns barcos que permitiam a este grupo e aos seus anfitriões, Tricas e Zé Serpa Pimentel, fazer excelentes passeio no Douro, inclusivamente tendo participado na inauguração da eclusa da barragem da Régua. Na altura vivam naquela região Mafalda e Miguel Champalimaud, Rui Nunes de Matos, Luís Ferreira e muitos outros que se juntavam, frequentemente, ao grupo que vinha de Lisboa. Na altura, sem as actuais auto-estradas, o percurso Lisboa-Régua demorava mais de cinco horas. Os passeios turísticos não se limitavam ao Douro mas estendiam-se até locais históricos próximos, como a Torre de Ucanha, ➤
➤ o Mosteiro de Tarouca, Vila Real e a Serra do Alvão com as suas características habitações com telhado de colmo e uma das grandes atracções turísticas da região: a cascata denominada “Fisgas do Ermelo” na qual o Rio Olo brota do interior das rochas que enquadram esta paisagem magnífica. Outro local que visitávamos era a vila de Sabrosa a qual se arroga, a nosso ver indevidamente, de ser o local do nascimento do navegador Fernão de Magalhães. Nesta vila existe a suposta casa onde ele “nasceu”, um centro cultural com o seu nome, e os cartazes espalhados pela vila anunciam que nela nasceu o navegador que promoveu a primeira viagem de circum-navegação. Os defensores da tese de que o navegador teria nascido em Sabrosa afirmam que esse nascimento teria ocorrido na Casa da Pereira, na qual existe uma lápide que procura assinalar tal evento. Contudo, esquecem-se que a referida casa era propriedade de João da Silva Telles, o qual teria casado com uma Teresa de Magalhães, que é homónima duma irmã do navegador. Mesmo que essa Tersa de Magalhães fosse irmã do navegador (o que não está provado), dado que a família Magalhães só terá tido contacto com essa casa depois do referido casamento, não é provável que o navegador tivesse nascido numa casa que não pertencia à sua família, mas sim a um seu suposto futuro cunhado. Pensamos que o navegador terá nascido em Gaia, pelas seguintes razões: 1- num documento contratual elaborado em Valhadolid, em 23/02/1518, entre Fernão de Magalhães, Rui Faleiro e Juan de Aranda, ele apresenta-se “como sendo vizinho do Porto”; 2 - no seu testamento o navegador contempla apenas uma instituição em Portugal. Trata-se dum convento de freiras (os restantes três conventos por ele contemplados são todos em Espanha: um em Sevilha, outro em Aranda de Duero e outro em Barcelona), da região do Porto, que era um convento de Dominicanas que existia em Gaia e que tinha sido fundado por Maria Mendes Petite, que foi mãe de Pedro Coelho, um dos assassinos de D. Inês de Castro, convento que, à época, era designado por Convento de S. Domingos das Donas do Porto, sendo actualmente designado por Convento do Corpus Christi. Curiosamente, existe um texto referente a uma oferta em dinheiro, pelo Rei D. Afonso V, ao mesmo Convento de S. Domingos das Donas do Porto, o que confirma que esta seria, à época do navegador, a designação oficial do convento e que demonstra que a palavra “Porto” se aplicava, na época, não apenas à cidade em
si, mas também às zonas limítrofes, pelo que um convento em Gaia era designado como um convento no Porto. Assim, alguém que se designava como “vizinho do Porto”, como o navegador o fez, poderia sê-lo, tendo nascido ou habitando em Gaia; 3 - acresce que os pais do navegador (Rodrigo de Magalhães e Alda da Mesquita) tinham uma casa arrendada no Porto (na actual praça onde se localiza o Palácio da Bolsa) e propriedades em Gaia. Sendo esta localidade mais aprazível do que o Porto, por ser menos “urbana”, seria mais recomendável a uma parturiente ter o seu filho em Gaia e não no Porto. Mas, estranhamente, a vila de Sabrosa promove muito mais a imagem do célebre navegador do que o Porto ou Gaia. O mês de Outubro é também importante para o sector da construção que tem no Porto, na Exponor, uma das suas feiras mais emblemáticas: a “Concreta”. Frequentemente saímos da região das vindimas e deslocamo-nos ao Porto para promovermos palestras durante essa feira. Aproveitamos para nos encontrarmos com os nosso primos Leitão (Mia, Isabel, Olindo Zé e Carloto) que são todos residentes indefectíveis da Foz. O Carloto é até, actualmente, sócio dum muito acolhedor restaurante: o “Bar Tolo”. Perto deste seu restaurante existe um outro, o “Foz Velha” onde tivémos, há algum tempo, um agradável jantar promovido pela Chaine des Rotisseurs. n José Mattos e Silva
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O MAIS POSSÍVEL
O CCB recebeu a Gala dos Prémios Sofia, os nossos Oscares de cinema. Este ano o Sofia de melhor actriz foi para Rita Durão. Joaquim Leitão foi distinguido como o prémio de melhor realizador e o de melhor filme calhou a «A última vez que vi Macau» Não tendo o glamour do seu equivalente americano, o evento conseguiu ainda assim juntar uma série de caras bonitas! Parabéns a todos os vencedores! ■
O casamento do solteirão mais cobiçado de Hollywood com Amal Alamuddin encantou Veneza e o Mundo.eorge Clooney, 53 anos, e Amal Alamuddin, 36 anos, já são marido e mulher. O actor e a advogada de origem libanesa uniram-se em matrimónio numa cerimónia privada que decorreu no Hotel Aman, em Veneza. Esta é a a primeira união para a advogada, e a segunda para o ator que já foi casado com a actriz Talia Balsam. Para o grande dia, o casal contou com a presença de familiares e amigos, entre eles algumas celebridades como Matt Damon, Luciana Barroso, Cindy Crawford, Rande Gerber, Bono e Anna Wintour, que foram transportados para o local da cerimónia em aquatáxis. 82 | ELES & ELAS
O VERA World Fine Art Festival aconteceu na Cordoaria Nacional, com a participação de 80 artistas de todo o mundo. Após 7 edições de sucesso na Rússia, o VERA World Fine Art Festival chegou a Lisboa para o maior e mais importante acontecimento dedicado à celebração e democratização da arte contemporânea em Portugal. O evento, com organização da Fundação World Without Borders e curadoria de Margarida Prieto, contou com os artistas portugueses João Feijó, Luis Noronha Costa, Homem Cardoso, Vasco Bobone, Sandra Baía, Mathhias Cotren e Diogo Navarro. À exposição na Cordoaria seguiu-se a entrega dos prémios numa refinada Gala no Salão Preto e Prata do casino do Estoril. Um must! ■
A querida Cláudia Jacques organiza agora uns divertidos almoços de negócios no elegante hotel Infante Sagres, no Porto. O evento acontece uma vez por mês e conta com a presença das grande empresárias do Norte e não só. Vai um pulinho ao Porto? ■
O Estoril viu-se iluminado de realeza, celebridades e caras bonitas. Os príncipes Michael de Kent, primos da rainha Isabel II de Inglaterra, presidiram ao Le Bal de la Riviera, que decorreu no Casino Estoril. O baile foi idealizado pelo príncipe Charles-Philipp e d’Orléans, marido da duquesa Diana de Cadaval. Cerca de 350 personalidade dos quatro cantos do Mundo e de Portugal reuniram-se numa elegante soirée, cujas receitas reverteram a favor da Cruz Vermelha Portuguesa. O rei Faud II do Egipo, as princesas Gabriela de Saboia, Léa da Bélgica e Elisabeth da Jugoslávia, Beatrice de Bourbon e Duas Sicílias, o príncipe Michael da Jugoslávia, o grão-duque George da Rússia e Melanie de Massy, prima do príncipe Alberto do Mónaco. O espaço foi decorado por Dino Gonçalves sob o tema La Savane Floride.
A Estufa Fria foi palco do faustoso casamento de Nady Ferreira - uma das caras mais conhecidas da Televisão Pública de Angola – com o empresário Miguel Ribeiro. A cerimónia foi presenciada por cerca de 400 convidados, entre os quais várias figuras da sociedade portuguesa do mundo da televisão, da moda e do desporto, como Jesualdo e Zulmira Ferreira, José Alberto Carvalho e Margarida Mercês de Mello. Nós não poderíamos deixar de estar presentes para congratular os noivos. ■ ELES & ELAS | 83
Realizada na presença de Sua Serena Alteza o príncipe e a princesa de Mónaco, a Gala retornou a Los Angeles pela primeira vez em quase três décadas. Este anos os Princess Grace Awards homenagearam Dick Van Dyke . Continuando o legado da princesa Grace (Kelly) e o desejo do Mónaco de sustentar a excelência artística nos Estados Unidos, o programa tem apoiado cerca de 700 artistas emergentes com recursos superiores a 10 milhões de dólares. Este ano, a Fundação reconheceeu 20 artistas, em teatro, dança e cinema, com bolsas de estudo e bolsas de estudo. Dick Van Dyke recebeu o Prémio Príncipe Rainier III, pelo seu trabalho cinematográfico, juntamente com o seu empenho na manutenção de programas de artes em escolas públicas e ajuda a indivíduos em risco. A juntar às boas notícias, o Principiado anunciou oficialmente a gravidez de Charlene e são gémeos! Oh la la! ■
Estamos em maré de Prémios! A ABC, em Espanha, fez a sua 94º Edição dos Prémios Internacionais de Jornalismo "Mariano de Cavia", "Luca de Tena" e "Mingote”. A entregá-los estiveram SSAARR Felipe VI e Letizia. A rainha foi o centro das atenções com o seu fenomenal vestido Carolina Herrera. ■
Este é o ano da Angelina Jolie. Depois do casamento de sonho com Brad Pitt eis que agora vê reconhecido o seu trabalho humanitário. A actriz, que é embaixadora da ONU, foi ao Palácio de Buckingham, residência oficial da monarquia inglesa, para receber o título de Dama Honorária das mãos da SARI Elisabete II. A insígnia, da ordem de São Michel e São George, é dada para civis por seus serviços pelo mundo fora. ■ 84 | ELES & ELAS
Maria da Luz de Bragança apaga as velas do elegante bolo de aniversário
E agora parabéns à nossa directora que festejou o seu aniversário com Patrick Daget. Um Ele e uma Ela nascidos no mesmo ano e no mesmo dia! Entre amigos o jantar foi animado pelo grupo “ Tabus” uma das referências nacionais ➤
Patrick Daget e Maria da Luz de Bragança
Mafalda Arnauth e Maria da Luz de Bragança ELES & ELAS | 85
Os anos 60 com os Tabus
Mafalda Arnauth
➤ do rock português dos anos 60. Todos cantaram John Lennon com o “Imagine all the People” e gritaram canções do Zeca Afonso. Mafalda Arnauth e Patrick brindaram-nos com as lindíssimas canções de Piaf e Aznavour e é claro que não poderia faltar o nosso Fado como só a Mafalda sabe sentir e interpretar. ■
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Maria da Luz de Bragança e Helena Daget
AS BODAS DE OURO DOS REIS DA GRÉCIA
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uas Majestades o Rei Constantino eva Rainha Anne-Marie da Grécia comemoraram o seu quinquagésimo ano de casamento. Foi um casamento longo e bem-sucedido para o casal, que suportou o tumulto da política grega nos anos 1960 e passou mais de quatro décadas no exílio. Apesar dos desafios que enfrentam, eles têm uma família grande e feliz, e na última década têm desfrutado de uma vida tranquila com a companhia de seus filhos e netos.O casal tem cinco filhos - Princesa Alexia, o Príncipe Pavlos, Príncipe Nikolaos, a princesa Theodora e o Príncipe Philippos - e nove netos. O Rei Constantino II da Grécia tinha 24 anos e a Princesa Anne-Marie da Dinamarca tinha acabado de fazer 18 anos quando se casaram. Constantino II tinha Rei Constantino II da Grécia e Princesa Anne-Marie da Dinamarca subido ao trono grego apenas seis meses antes, quando o seu pai morreu de forma inesperada, e Anne-Marie, a filha mais nova do rei Frederico IX da Dinamarca, tinha acabado de completar os seus estudos. O seu casamento viu o maior encontro da realeza Atenas já viu e foi reportado pela imprensa mundial. Foram para o exílio após golpe de Estado de 1967 e, após a abolição oficial da monarquia grega, em 1974, tomam residência em Inglaterra. Depois de anos de disputas com governos gregos sucessivas e um terno bem sucedido trouxe para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, o rei e a rainha já visitou a Grécia muitas vezes desde o início da década de 2000, incluindo a participação nos Jogos Olímpicos de 2004 em Atenas. A partir de 2014, o ex-rei e da rainha dos Helenos voltaram a viver permanentemente na Grécia. As celebrações foram seguidas de um jantar deslumbrante para a família no Museu da Acrópole - o museu arqueológico focado nas conclusões do sítio arqueológico da Acrópole de Atenas. ■ ➤
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Alexander, Príncipe da Yugoslavia e Katherine, Princesa da Grécia
Infanta Helena de Espanha
O magnífico xaile da Infanta Helena causou sensação
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Rainha Anne-Marie da Grécia, Rei Constantine II da Grécia, Príncipe Pavlos da Grécia, Princesa Marie-Chantal da Grécia, Princesa Alexia da Grécia, Carlos Morales, Princesa Theodora da Grécia e o Príncipe Philippos da Grécia
Princesa Marie-Chantal da Grécia e Príncipe Pavlos da Grécia
Rainha Margrethe II da Dinamarca e a Princesa Benedikte da Dinamarca
Rainha Sofia de Espanha e Princesa Irene da Grécia ELES & ELAS | 89
COCKTAIL DE NOTÍCIAS
O MELHOR ENTRETENIMENTO EM QUALQUER MOMENTO E EM QUALQUER LUGAR COM O SMARTPHONE ACER LIQUID Z500 Ouvir música, ver filmes ou capturar fotos – o Liquid Z500 oferece-lhe um mundo inteiro de entretenimento. As nossas vidas são atarefadas e repletas de surpresas. Claro que o nosso smartphone precisa de nos acompanhar! Desejemos ouvir música enquanto pedalamos ou assistir a um vídeo durante a viagem de avião – é indiferente. O Acer Liquid Z500 da Acer está pronto para o entreter durante cada momento da sua vida. Reencontrar velho amigos, o próximo grande evento familiar ou apenas um pôr-do-sol perfeito – existem imensas situações que justificam ter a câmara do seu smartphone sempre pronta. E a câmara do Liquid Z500 não o desapontará: uma câmara brilhante e um ecrã HD de 5 polegadas com tecnologia IPS e contraste de 900:1 para garantir que as suas memórias ficam tão boas em imagem como na vida real. E a câmara de 8MP com focagem automática e abertura f/2.0 oferece a melhor qualidade em cenários com pouca luz. O Acer Bright Magic fornece fotos com pouca luz ainda melhores ao aumentar o brilho e reduzir o ruído simultaneamente. A propósito de looks: o Liquid Z500 apresenta um perfil fino e suave para uma utilização prolongada. O smartphone possui apenas 8,65mm de espessura. O design elegante é a cereja no topo do bolo e está disponível em três cores: Titanium Black, Sandy Silver e Aquamarine Green. ■ HIGHLAND QUEEN SILVER EDITION: 120 ANOS DE HISTÓRIA EM EDIÇÃO LIMITADA Para celebrar os 120 anos da Highland Queen, foi produzida uma edição exclusiva e limitada deste whisky de qualidade excecional e emblema do verdadeiro espírito escocês que chega ao mercado português pela mão da OnWine Distribuição Nacional.No rótulo ostenta a data histórica de 1561, em que a rainha Mary da Escócia descobre as terras onde posteriormente seria produzido este whisky. Uma edição muito limitada – em Portugal estarão disponíveis apenas 100 garrafas - que traduz o carácter e personalidade fortes da marca, com uma profundidade incansável no sabor dos maltes. Highland Queen Silver Edition foi produzido a partir de uma seleção de maltes do ano de 1982, de qualidade superior, enriquecidos com whisky de 1978 e 1979. A alta percentagem de maltes utilizados, uma das características mais apreciadas na Highland Queen, é evidenciada nesta edição especial (mais de 75%), o que lhe confere um carácter poderoso e consistência no sabor. Este blend foi envelhecido em cascos de xerez, uma tradição forte dos século XX na indústria do whisky escocês, e deixado a maturar por mais 6 meses. O resultado é um whisky com um nariz doce com notas de caramelo de manteiga, couro, especiarias e toques de canela e maçã. Na boca é excecionalmente suave e sofisticado, evidenciando notas de fumo e um subtil sabor de crumble de maçã e canela. O final é longo e elegante. ■
AZAMOR: A AUTENTICIDADE DO ALENTEJO EM TINTOS DE ELEIÇÃO Nascidos numa das regiões mais altas do Alentejo, os vinhos Azamor herdam as caraterísticas únicas do terroir onde são concebidos. Um produtor dedicado a produzir apenas tintos de eleição que desafiam os sentidos pela sua complexidade fora de série e qualidade superior, com destaque para o topo de gama ICON d’AZAMOR 2004 que conta agora dez anos de história em garrafa. Foi pelas mãos de Alison Luiz Gomes, de nacionalidade inglesa, e Joaquim Luiz Gomes, que o “projeto boutique” Azamor, como gostam de lhe chamar, ganhou vida. O nome, inspirado na cidade marroquina Az-Zammur, que em português significa as oliveiras, confere-lhe um lado misterioso e cativante que se estende aos seus próprios vinhos. Vinhos com perfil intenso e maduro que combinam de forma harmoniosa a autenticidade e tipicidade da região com a contemporaneidade e inovação das adegas. Esta filosofia arrojada assumida pelo produtor começa na vinha, com a produção de castas tradicionais portuguesas (Touriga Nacional, Touriga Franca, Trincadeira) e castas internacionais (Syrah, Merlot, Petit Verdot e Alicante Bouschet). O resultado são vinhos complexos mas elegantes, que surpreendem e desafiam até os verdadeiros conhecedores. ■
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TOPÁZIO APRESENTA JARRA ALL STYLES BY TONI GRILO A jarra All Styles tem a assinatura de Toni Grilo e encerra em si a intemporalidade da marca. O diretor criativo da Topázio eternizou o património da marca centenária numa peça apenas. All Styles é uma história contada em múltiplos capítulos, já que cada alça tem um estilo próprio, de distintos momentos da história da Topázio e, naturalmente, do mundo. “All Styles é uma peça moderna, mas que proporciona uma viagem pelas tendências que influenciaram a Topázio, desde as peças mais ancestrais aos estilos mais atuais. Procurei transmitir o trabalho e o rigor dos artesãos da Topázio numa peça contemporânea e versátil”, explica Toni Grilo. A peça está disponível em dois tamanhos, com acabamento em prata ou em ouro. ■
CHOPARD - COLEÇÃO IMPERIALE ELEGÂNCIA SOBERBA Com detalhes majestosos e refinados: a coleção de relógios Imperiale é um dos grandes clássicos da Chopard. Inspirada na história e na grandeza do Império Romano, a coleção Imperiale foi reinventada de acordo com a elegância contemporânea. Para este Natal, a coleção surge entre o brilho e a suavidade das cores pastel, o poder das suas linhas esculturais irradia novas cores e um mostrador madrepérola.
PEKAN JEWELLERY: INSPIRED BY NATURE A nova coleção da Pekan Jewellery é elegante, sofisticada e com tonalidades fortes, para realçar a beleza natural da mulher e criar o look perfeito. A natureza é uma das fontes de inspiração das novas propostas, entre as quais estão os brincos e medalha “Ingrid”, que se destacam pela vivacidade e requinte do jade. A pedra é subtilmente esculpida para um efeito orgânico, a que acresce um apontamento em forma de folha, cravada a zircónias. Os detalhes em prata e ouro dão o toque final de elegância. ■
A MELHOR SOLUÇÃO PARA OS DIAS CINZENTOS É A NOVA COLEÇÃO DA TOUS. A Linha SUL está repleta de cor em qualquer momento. Uma coleção criativa que combina pérolas e gemas. Se forem combinadas com outras joias todo o look brilhará de outra forma! Conceito pack: Com inspiração nos colares de pérolas clássicos apresenta-se uma coleção muito versátil “do it yourself ”. Couro, ouro/prata para combinar conforme a preferência com pedras preciosas, pérolas, argolas ou cruzes. Joias criadas em prata de primeira lei vermeil, combinadas com pérolas cultivadas de água doce e pedras preciosas hidrotermais: rubi, quartzo verde e quartzo azul. ■ ELES & ELAS | 91
SAÚDE E BEM ESTAR
O MILAGRE DA ALOE VERA Os estudiosos acreditam que a origem da Aloe se deu em África, sendo actualmente encontrada com facilidade em qualquer lugar de nosso planeta. É geralmente chamada de planta milagrosa sendo as suas propriedades benéficas conhecidas há já mais de 4000 anos. Hoje são incontáveis os produtos, sejam medicinais ou cosméticos, que a utilizam na sua composição.
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Aloe Vera, conhecida também como a “planta da imortalidade”, e “lírio do deserto”, também já foi muito utilizada por civilizações antigas. A babosa era transportada pelos soldados do exército de Alexandre o Grande para ser utilizada como medicamento de primeiro socorros. Aplicada em ferimentos nas batalhas, acelerava em muito o processo de cicatrização. Existem também registros da Aloe sendo utilizada como medicamento na frota de Cristóvão Colombo e em outras das Grandes Navegações. As rainhas egípcias Nefertiti e Cleópatra elogiaram grandiosamente o Aloe como sendo o melhor tratamento de beleza A Aloe Vera, assim como outras plantas pertencentes à família das suculentas, é capaz de sobreviver em climas
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áridos e desérticos por ter desenvolvido uma engenhosa técnica de armazenamento de água. Ela atua como um reservatório vivo do precioso líquido. Contudo, o líquido armazenado por estas plantas é mais do que simples água, mas de fato um gel composto de gliconutrientes de cadeia longa, denominados polissacarídeos. Existem 200 espécies de Aloe mas poucas com propriedades benéficas à saúde. A Aloe Vera Barbadensis (Miller), a qual é também conhecida como Aloe Vera (Linne), é de todas a mais potente. O seu gel natural é o tesouro da Aloe. Nele estão contidas incontáveis propriedades medicinais. Este gel tem em sua composição determinados compostos que atuam fornecendo à planta uma rápida capacidade de cicatrização e regeneração, pois quando qualquer ruptura ou corte de sua folha acontece o gel sela quase que instantaneamente ➤
o ferimento para evitar que a umidade de seu interior seja evaporada e toda a planta se desidrate. Este mesmo atributo de cicatrização e regeneração acelerada é transmitido àqueles que fazem uso do gel, tanto interno quanto tópico, no tratamento de úlceras ou cortes de todos os tipos. O conteúdo de polissacarídeos presente no gel tem forte propriedade antiviral, bactericida e fungicida, que actua protegendo o conteúdo de seu gel densamente nutritivo e hidratante dos sedentos micro predadores do deserto. Além de conter água e propriedades regenerativas, este gel é composto de centenas de fito químicos que concedem notáveis efeitos medicinais aos humanos que o ingerem. Muitos especialistas afirmam que cerca de 60% dos princípios ativos sintéticos encontrados nos medicamentos sintéticos de farmácia encontram-se em versão orgânica e superior no gel da Aloe. Por este motivo, diversas empresas ao redor do mundo empenharam-se em criar linhas de produtos como o suco de Aloe Vera. O efeito da folha na prevenção e tratamento de sintomas diversos é potente, real e cientificamente comprovado por centenas de estudos. A empresa portuguesa SANO decidiu apostar nas benesses deste milagre da natureza em dois dos seus produtos mais populares. Com o SANO, juntaram igualmente as propriedades benéficas e naturais da cânfora, do mentol e do eucalipto, para encontrarem a solução ideal no alívio de dores musculares. O Puro Extrato de Alóes DOUTOR RESULTA é feito com o gel interior da folha sem casca. É um suplemento alimentar com funções depurativas e propriedades antioxidantes. Uma forma natural de limpar o organismo prevenindo os problemas do cólon, aumentando as defesas naturais do organismo e contribuindo para o bem-estar geral. ■
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www.sano.pt
(+351) 249 10 50 81
Eldon do Valle, casado, pai de dois filhos, Paulista encontrou em Portugal o seu El Dorado. Em plena crise, e mesmo depois de um sobressalto, consegue lançar uma empresa de crescente sucesso de produtos naturais feitos em Portugal. Uma empresa familiar, nascida de uma vontade de ajudar as pessoas e conquistar o sucesso. Nas suas palavras: « Vencemos na crise e isso com muito trabalho e a ajuda de Deus!» Quando é que surge a sua empresa? Estive ligado a uma empresa, cá em Portugal, durante dez anos. Findo esse período quiz lançar-me num negócio que fosse meu. Fiz uma primeira tentativa, em 2009, onde não fui bem sucedido porque acontece justamente quando se dá o momento da crise. Mantive o primeiro negócio ainda durante um ano, mas decidi avançar para outro. Fiz uma prospecção e comecei a notar que o mercado dito de «saúde e bem-estar» estava bastante forte. Houve o receio de enfretar os gigantes da cosmética, mas reparei que havia uma lacuna nesse mercado: os produtos naturais voltados para o público sénior. Comecei a pesquisar produtos para esse público-alvo, tendo em conta que o público sénior tem capital. Queria algo que fosse ao encontro das necessidades e que o público começasse a comprar rapidamente. E qual era a principal necessidade do público sénior? Reparei que uma grande questão do público sénior são as dores. Quis encontrar um produto que ajudasse neste aspecto. O objectivo era encontrar um creme, um cosmético natural, que aliviasse as dores. Encontramos um laboratório português que desenvolveu a forma perfeita para nós e lançámos o produto que se tornou no nossa estrela: o SANO. Como surgiram os novos produtos? Tivemos um muito bom feed-back e os clientes começaram a contactar-nos com sugestões de novos produtos para as suas necessidades. Foram eles que ditaram as regras e o surgimento dos nossos produtos. Como define a SANO? A SANO nasceu para ajudar as pessoas. A nossa missão é levar saúde e bem-estar a todos os povos, tribos, línguas e nações. Proporcionando aos nossos clientes e amigos, fácil acesso a produtos inovadores, eficazes e altamente qualificados. . O sucesso dos produtos aconteceu com uma comunicação boca-a-boca. Os nossos clientes foram recomendando-os aos amigos e familiares. Os nossos embaixadores são os nossos clientes! ■ ELES & ELAS | 93
SAÚDE E BEM ESTAR
JOVENS E CRIANÇAS SOFREM COM PROBLEMAS DE AUDIÇÃO Perda auditiva afeta cerca de um milhão de portugueses A realidade portuguesa não deixa margem para dúvidas. Existem cerca de um milhão de pessoas com perda auditiva e, em média, o tempo entre o aparecimento dos primeiros sintomas e a decisão de procurar ajuda especializada ronda os sete anos. O problema pode acontecer em qualquer altura da vida, com igual incidência em homens e mulheres, sendo que a maior parte das pessoas vai perdendo a audição de forma gradual à medida que a idade vai avançando, o que explica a elevada incidência do problema na população mais sénior.
População jovem em risco Não é apenas a população sénior que sofre de problemas auditivos. De acordo com um estudo da Universidade de Telavive, um em cada quatro adolescentes corre o risco de sofrer de perda auditiva precoce como consequência da exposição a ruídos de elevada intensidade, como nas discotecas, nos concertos ou devido ao uso contínuo de auscultadores. A repetição destes comportamentos ao longo do tempo pode originar perda auditiva. Também as crianças podem ser vítimas. De acordo com os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência da perda auditiva infantil é de 1,7%, existindo 32 milhões de crianças e adolescentes em todo o mundo, com idade igual ou inferior a 15 anos que sofrem de algum grau de perda auditiva. São vários os fatores que podem causar dificuldades auditivas nestas idades. Muitas vezes, as crianças adquirem este problema à nascença, sendo-lhes diagnosticado um grau de perda auditiva significativo devido a complicações genéticas, mas em muitos dos casos este problema surge após sofrerem de algumas doenças infantis, como é o caso das otites, papeira, rubéola, sarampo ou meningite. “A perda auditiva infantil afeta não só a criança, mas também os pais que, por falta de informação, não sabem como agir quando confrontados com o problema. Para a criança, esta dificuldade interfere no desenvolvimento da fala, o que implica problemas futuros a nível social, emocional e cognitivo. Quanto mais cedo for detetada a surdez nas crianças, mais fácil será a avaliação das medidas adequadas para que se desenvolva com normalidade. Caso não seja diagnosticado atempadamente o problema de audição, devem ser encontradas soluções para que a criança tenha uma vida estável”, comenta Dulce Martins Paiva, diretora geral da GAES – Centros Auditivos-
Alimentação assume papel de destaque contra a perda auditiva Apesar de todos os fatores já mencionados, existem formas de recuperar desta perda e a alimentação pode ser uma delas. De acordo com um estudo da American Academy of Otolaryngology, a ingestão de ácido fólico em alimentos e suplementos alimentares em homens acima dos 60 anos reduz em 20 por cento o risco de perda de audição. Um estudo da Universidade de Sydney serviu para confirmar que comer peixe pelo menos duas vezes por semana reduz o risco de problemas auditivos em 42 por cento em pessoas com mais de 50 anos. Uma dieta saudável, com certos nutrientes e vitaminas, ajuda a reduzir e atrasar a perda de audição. Num problema sem cura direta, a prevenção assume um papel fundamental, e a alimentação é um remédio diário para evitar problemas futuros. Noutra vertente, os aparelhos auditivos também podem ser a solução. Segundo dados divulgados pela Widex – Centros Auditivos, utilizar aparelhos auditivos pode mesmo desacelerar a deterioração da audição, mas os benefícios da utilização destes aparelhos predem-se com a sociabilidade do doente auditivo. De acordo com os mesmos dados, cerca de 70 por cento dos utilizadores sentem que as relações com os seus familiares e amigos melhoraram após o início da utilização dos mesmos aparelhos. n
Destaque: Uma dieta saudável, com certos nutrientes e vitaminas, ajuda a reduzir e atrasar a perda de audição Por Catarina Ballestero, Saúde Notícias
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SPORTING LIFE
CASCAIS BILLABONG A praia do Guincho foi novamente o cenário para o desenrolar do evento Prime do Cascais Billabong Foto: Pedro Mestre
A
prova ficou marcada pela prestação de Zé Ferreira, único surfista português teve presença no Round 3. Estas vitórias já garantiram a entrada no TOP 100, cumprindo assim o seu principal objectivo. Tiago Pires, o único surfista português pertencente ao circuito mundial de surf da ASP, não se conseguiu encontrar com as difíceis condições do mar da Praia do Guincho e acabou por ser eliminado pelo francês Marc Lacomare e o australiano Dion Atkinson . Os destaques internacionais vão para o surfista brasileiro Adriano De Souza, atual nº 8 do ranking da
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ASP que conseguiu um dos resultados mais altos numa onda de 9.50 pontos em 10 possíveis. O brasileiro abriu o Round 2 deixando a fasquia bem elevada para os outros atletas da etapa. “ Nesta fase do Prime, chegando ao fim do ano, toda a gente precisa de pontos e quer garantir lugar no CT para o próximo ano.” Disse Adriano. “ Estou a surfar tranquilamente, sem essa pressão de garantia de permanência no CT. Este evento para mim é uma boa oportunidade para surfar e para me divertir. As ondas têm estado enormes aqui e cada vez que entro no mar tenho tido a sorte de apanhar boas ondas e espero que assim continue até ao fim do evento!” concluiu o atleta. ■ ➤
RUN FOR IT
Mercedes AMG GT
O
Mercedes-AMG GT é o segundo veículo desportivo desenvolvido em exclusivo pela Mercedes-AMG. O seu conceito de motor central à frente e a construção leve em alumínio constituem a base de uma experiência de condução extremamente dinâmica. O novo motor V8 biturbo de 4,0 litros da AMG, sublinha o desempenho de condução característico da AMG. O primeiro motor de um veículo desportivo com turbocompressores montados internamente ('hot inside V') e lubrificação de cárter seco está configurado com duas potências: GT com 340 kW (462 cv) e GT S com 375 kW (510 cv). O novo GT combina dinâmica de condução e desempenho de competição de primeira classe com sentido prático para o dia-a-dia e uma
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eficiência que estabelece novos padrões no segmento. O novo GT tem tudo o que se espera de um autêntico veículo desportivo da Mercedes-AMG – desde o seu estilo característico, passando pela tecnologia de um puro-sangue até à distribuição ideal de peso. A peça central do MercedesAMG GT, o novo motor V8 biturbo de 4,0 litros, responde instantaneamente com a sua elevada potência, logo a partir de baixas rotações, oferecendo sempre um desempenho extraordinário. Os valores de topo, tais como 3,8 segundos dos zero aos 100 km/h e a velocidade máxima de 310 km/h, combinados com uma dinâmica de condução extraordinária, transformam-se em voltas extremamente rápidas num circuito de competição. ■