Energy Security Fact Sheet: com o apoio de
Angola
Strategic Insight: desenvolvimento energético é crucial para a diversificação económica e industrial INDICE DE SEGURANÇA ENERGÉTICA C Pontos fortes: Disponibilidade energética elevada, de fontes fósseis e renováveis
Escala ISE: 90-100: A+
Melhoria gradual na eficiência energética
80-89: A
Pontos fracos:
70-79: B
Necessidade de reforço das redes energéticas de distribuição de eletricidade
50-69: C
Necessidade de diversificação e modernização energética
0-24: E
25-49: D
Índice de Segurança Energética Angola 2011-2014 Indicadores
Disponibilidade de recursos energéticos
Eficiência Energética
Acessibilidade Energética
Sustentabilidade Ambiental
Dimensão Intensidade Intensidade carbónica do energética no sector PIB energético
Segurança Energética
Autosuficiência energética
Energia primária renovável
População com acesso à eletricidade
Utilização de Combustíveis modernos
2011
100
62
38
40
40
75
71
2012
100
62
38
39
50
80
71
2013
100
62
38
39
50
75
71
2014
100
62
38
39
50
75
71
Média 2010-2013 p/ dimensão
81
39
48
Índice de Segurança Energética
Eletricidade Verde
61 63 62 62 62=C
74
Índice de Segurança Energética: fontes estatísticas Dimensões
Disponibilidade de recursos
Acessibilidade
Energia primária População com renovável (EPR/ acesso à eletricidaTEP) de (%)
Eficiência energética
Utilização de Combustíveis modernos (%)
Sustentabilidade
Intensidade Eletricidade Intensidade energética no carbónica do Verde (TER/ sector energético PIB (TEP/PIB) TPE, %) (CO2/TEP)
Indicadores
Auto-suficiência energética (TPE/ TEP)
2011
6
62%
38%
39,6
0,4
1,09
71%
2012
6,2
62%
38%
38,9
0,26
1,12
71%
2013
6,1
62%
38%
38,8
0,25
1,15
71%
2014
6,3
62%
38%
39 0,25 1,15 CO2 / TEP = Dióxido de Carbono / Total Energia Primária
71%
TPE/TEP= Total Produção Energética / Total Energia Primária EPR / TEP = Energia Primária Renovável / Total Energia Primária
TER / TPE = Total Eletricidade Renovável / Total Produção Elétrica
TEP / PIB = Total Energia Primária / Produto Interno Bruto
Fontes: Agência Internacional de Energia, 2014; Banco Mundial, 2015; REN21 2015
energy security fact sheet Angola Rotas marítimas e perfil da exportação do Petróleo Angolano Grau de Risco Político de Angola como fornecedor energético: 2,10 (Moderado) Escala:
8% EUA
19% Europa
0– Nulo 1—Baixo 2—Moderado 3—Elevado Fonte: Cálculos realizados com base no Worlwide Governance Indicators do Banco Mundial , 2014
49% China
Principais zonas e infra-estruturas energéticas de Angola
Angola, país costeiro da África Ocidental subsaariana, é um dos mais importantes produtores africanos de segurança energética para a economia global. Com efeito, é o segundo maior produtor petrolífero da África Ocidental, com cerca 1756 milhões de barris diários. O país também encontra-se listado entre as 10 maiores novas descobertas de petróleo e gás da última década, segundo os dados do IHS Group, antevendo o potencial de exploração e produção (E&P) nas águas profundas do pré -sal angolano, o qual detém potenciais características similares ao do brasileiro. E conforme se pode verificar no mapa ao lado, a formação geológica do pré-sal da África Ocidental situa-se na sua grande maioria no offshore angolano. Portanto, a indústria petrolífera de deep-offshore é crucial não só para Angola consolidar o seu papel de potência energética regional da África Ocidental, como também para gerar dinâmicas industriais de diversificação económica no segmento da construção naval aplicada a estas operações. Uma nota adicional para a importância estratégica da afirmação de Angola como exportador de Gás Natural Liquequeito (GNL) para a diversificação das suas exportações energéticas e comércio marítimo de energia.
Fonte: World Energy Outlook, AIE, 2014 Reservas
Produção
Provadas
Posição no Ranking Mundial
Posição no Ranking Mundial
9,1 Mbbl
18º
1756 mb/d
16º
Recurso Petróleo
Fontes: Energy Information Administration, 2015; World Energy Outlook, 2014
Produção prevista em 2020: 2000 mb/d
Produção prevista em 2030: 1,600 mb/d
energy security fact sheet Angola Análise Angola demonstra um desempenho no Índice de Segurança Energética (ISE) de Grau C (score 62), sendo a inexistência de dependência energética e as elevadas percentagens de energia primária renovável e de eletricidade verde os principais contribuidores para este resultado. É de frisar a melhoria na eficiência energética da economia verificada a partir de 2011, um sinal de início da modernização dos seus sistemas energéticos. Com efeito, o governo angolano tem desenvolvido uma série de iniciativas recentes para debelar estas fragilidades, para não só melhorar a distribuição e a estabilidade do sistema elétrico nas zonas urbanas, como também no aproveitamento das energias renováveis para abastecimento energético das populações localizadas no interior do país. Contudo, o país enfrenta importantes desafios na sua sustentabilidade enquanto força relevante na segurança energética para a economia global. Conforme demonstra o fenómeno do petróleo e gás não-convencional dos EUA, o poder energético no século XXI não assenta apenas na existência do recurso: é igualmente estratégico o capital humano e a inovação tecnológica para o extrair de forma eficiente e segura. Por isso, para que o papel de Angola na segurança energética global se consolide e aumente, é necessário que o país participe ativamente em outras partes da cadeia de valor do sector petrolífero, criando dinâmicas aceleradoras da industrialização e da diversificação da sua economia. Sobretudo para mitigar os choques económicos gerados pela volatilidade do preço do petróleo, como podemos verificar na fase que estamos actualmente a presenciar.
Recomendações de política Tendo em conta o perfil energético da economia angolana, para que esta consiga reforçar de forma inteligente a sua segurança energética, propõe-se as seguintes linhas de política:
Introdução de tecnologias avançadas na utilização da energia primária renovável (na sua maioria, material lenhoso e biomassa), para aumentar a eficiência do sistema energético sem agravar a sua intensidade carbónica nem a intensidade energética da economia. Por exemplo, na iniciativa Aldeia Solar (instalação de painéis solares nos pequenos povoados) estudar a introdução de sistemas descentralizados de produção de energia eléctrica híbridos, em que se utilize biomassa (lenha e resíduos agrícolas). Esta iniciativa também pode servir de fornecimento energético para instalação de novas indústrias.
Fomentar a produção de biocombustíveis sustentáveis para consumo interno e exportação, criando emprego sustentado a nível local, bem como estudar formas de utilização racional do gás natural
Melhorar as infra-estruturas de acesso e distribuição de serviços energéticos, sendo possível neste domínio estabelecer iniciativas de cooperação técnico-científica no âmbito da CPLP e com os EUA
Manter e aumentar a prospeção para a Exploração&Produção (E&P) de hidrocarbonetos não convencionais (deep offshore, shale gas, oil shale) em território nacional, sobretudo no pré-sal angolano, fomentando projetos de cooperação técnico-científica (formação avançada e I&D) nestes domínios com países da CPLP (p.e. Brasil, Portugal, Moçambique e TimorLeste) e EUA
ENERGY SECURITY INSIGHT Angola necessita de desenvolver as suas redes e capacidades tecnológicas energéticas não só para desbravar a fronteira do pré-sal do seu offshore, como também para diversificar as fontes de energia utilizadas, os destinos das suas exportações energéticas e gerar dinâmicas industriais sustentáveis que suportem a diversificação da sua economia. No médiolongo prazo, a manutenção do seu estatuto como potência energética da África Ocidental depende deste factor estratégico, o qual está muito assente na formação de capital humano qualificado. Neste âmbito, é instrumental a dinamização da cooperação científica e tecnológica no âmbito da CPLP e com os EUA.