ESI FLAD agosto 2017

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Energy Security Insight Agosto 2017

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Petróleo «a duas velocidades» coloca em risco segurança energética global Guiné Equatorial avança com primeiro FLNG de África Curso de eficiência energética da NATO disponível em e -learning

Energias renováveis aumentam peso económico

Intensidade carbónica da energia cai nos EUA

com o apoio de

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Petróleo «a duas velocidades» coloca em risco segurança energética global

Convencional

Shale

Fonte: http://www.freepik.com/free-vector/oil-industry-drilling-refining-process-petroleum-transportation-icons-set-with-oilman-and-pump-flat-isolated-vector-illustration_1158626.htm

A

s descobertas globais de petróleo caíram para um nível recorde em 2016 ao passo que as empresas continuaram a cortar custos. Segundo a Agência Internacional de Energia, os projetos de petróleo convencional estiveram no seu nível mais baixo em mais de 70 anos e é expectável que esta tendência se mantenha em 2017.

De acordo com aquela organização, as descobertas de petróleo decresceram para 2,4 mil milhões de barris em 2016, comparado com uma média anual de 9 mil milhões de barris nos últimos 15 anos. Além disso, o volume de recursos convencionais em fase de desenvolvimento caíram para 4,7 mil milhões de barris, um valor 30% mais baixo do que no ano transato, ao passo que o número de projetos que recebeu uma decisão final de investimento caiu para o nível mais baixo desde 1940. Este rápido declínio na atividade no sector de petróleo convencional é o resultado do reduzido investimento gerado pelos baixos preços do crude. É uma preocupação adicional, a prazo, para a segurança energética global numa era de crescentes riscos geopolíticos em alguns países produtores cruciais, como a Venezuela. Por sua vez, a queda do petróleo convencional contrasta com a resiliência da indústria shale dos EUA. Não só investimento e a produção subiu, como também os custos de produção caíram 50% desde 2014. Por exemplo, na Permian Basin, segundo os dados da Rystad Energy, o valor de breakeven do barril caiu para $32/bbl. O crescimento na produção shale dos EUA é fundamental no preenchimento da baixa atividade da indústria de petróleo convencional. Shale do EUA cresce apesar dos cortes de produção da OPEP A produção shale nos EUA iniciou uma curva de retoma, apesar dos cortes na produção da OPEP. Segundo a Rystad Energy, a produção aumentou de 8,9 para para 9,3 milhões de bbl/d entre novembro de 2016 e Maio de 2017. Antes do corte da OPEP, a produção petrolífera dos EUA tinha diminuído 700 mil barris por dia, de um pico de 9,6 milhões bbl em 2015. Com efeito, segundo a mesma organização, os investidores injetaram mais de 100 mil milhões de dólares na indústria shale, com um aumento da atividade de perfuração em 60% comparada com 2016, e com um crescimento de 30% nos poços completados (finalizados).


A produção convencional situa-se em baixos níveis históricos, mas há um crescimento elevado na indústria shale dos EUA De acordo com a Rystad Energy, é expectável que em 2016 se assista ao aumento de 50% nos investimento na indústria shale. A produção convencional de crude de 69 milhões de barris/dia (mb/d) representa a maior fatia do output global de petróleo de 85 mb/d. Para além desta via de fornecimento, existem 6,5 mb/d que advêm da produção de líquidos dos campos shale, e o restante é composto por outros líquidos de gás natural e fontes não convencionais de petróleo como as areias betuminosas e o petróleo pesado. Com a procura global na perspectiva de crescimento de 1,2 mb/d nos próximos 5 anos, a AIE tem vindo a alertar que este continuado desinvestimento levará, a prazo, a uma escassez no abastecimento. É expectável que a despesa na exploração, no geral, caia outra vez em 2017 pelo terceiro ano consecutivo, sendo ainda mais baixo do que os níveis de 2014. Ou seja, o mundo está perante um mercado petrolífero a duas velocidades: a atividade convencional em baixos níveis históricos e um crescimento sem paralelo na indústria shale dos EUA. A questão que se coloca é se a nova produção norte-americana é capaz de compensar a queda do crescimento nos outros mercadosfonte de petróleo. Segundo as previsões A produção de líquidos dos campos de produção shale nos EUA deverá expandir para 2,3 mb/d para 2022 aos preços correntes. E quanto ao sector da produção em offshore, que representa um terço da produção mundial de crude, sendo um componente crucial da segurança energética global, o impacto da depressão de preços tem sido significativo. Em 2016, apenas 13% dos recursos convencionais colocados em desenvolvimento foram offshore, comparado com mais de 40% em média entre 2000 e 2015. Por exemplo, segundo a AIE, os investimentos em petróleo no Mar do Norte caíram para menos de 25 mil milhões de dólares em 2016, cerca de metade do valor de 2014. Em simultâneo, na mesma região, o valor de investimento em projetos de geração eólica offshore duplicou, para 20 mil milhões de dólares. Sinais dos tempos?

Guiné Equatorial avança com primeiro FLNG de África

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Fonte: http://seafarersrights.org/wp/wp-content/uploads/2015/07/b1ed1babf9.jpeg

Unidade Flutuante de Liquefação de Gás (FLNG) Fortuna ao largo da Guiné Equatorial vai avançar. É um projeto com a participação do governo da Guiné Equatorial, da Ophir Energy, da One LNG e da GEPetrol. A decisão final de investimento é esperada no segundo semestre de 2017. O total de investimento será de 2 mil milhões de dólares e é perspetivada uma produção de 2,2 a 2,5 milhões de toneladas/ano para uma duração de produção entre 15 a 20 anos, a qual irá monetizar uma reserva de 2,6 tcf.


Curso de eficiência energética da NATO disponível em e-learning

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Centro de Excelência em Segurança Energética (ENSEC) da NATO organizou um curso designado «Advanced Net Zero Energy, Water and Waste», o qual versou não só sobre a eficiência da utilização da energia e da água, mas também sobre a valorização dos resíduos nas estruturas militares. O curso foi organizado conjuntamente pelo US Army Corps of engineers - Engineer Research and Development Center e o with German MoD infrastructure. Os recursos educativo estão disponíveis em https://enseccoe.org/en/ resources/225/videos/advandced-net-zeroenergy-water-and-waste-training-course-20

Energias renováveis aumentam peso económico

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indústria de energia avançada vale 1,4 triliões de dólares na economia global, ou seja, quase o dobro da dimensão do sector da aviação mundial e quase igual ao do sector têxtil. Segundo o estudo da associação empresarial Navigant Research for Advanced Energy Economy (AEE), é um aumento de 7% face a 2015. A indústria de energia avançada é definida como o conjunto de fontes energéticas, tecnologias e serviços limpos, acessíveis e seguros. Está a crescer mais rápido que a economia global: 7% contra 3,1%. Já criou 3,3 milhões de empregos só nos EUA, o equivalente aos empregos na área do retalho e o dobro dos postos de trabalho na área da construção.

Intensidade carbónica da energia cai nos EUA

O

sector industrial nos EUA foi aquele que emitiu menos CO2 por unidade de energia primária consumida em 2016, com 44kg de dióxido de carbono por milhão de btu (british termal units - kg CO2/MMBtu), segundo a Energy Information Administration. O sector de produção elétrica também caiu para 48 kg CO2/MMBtu. A razão destas descidas prende-se com a substituição do fuel e do carvão por fontes energéticas de baixo carbono, como o gás natural e energias renováveis, sobretudo vento e sol.


Energy Security Insight Agosto 2017

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