Índice de Segurança Energética FLAD – Nota Metodológica
No domínio da energia, a autonomia pode ser entendida como a capacidade de um Estado alcançar e garantir de forma segura o fornecimento de energia, na sua maioria, com base em recursos endógenos, estando assim em associação com o conceito utilizado nalgumas teses de natureza geopolítica que é o da autarcia1. Além disso, essa autonomia energética tem de ser sustentável, ou seja, a satisfação das necessidades do presente não pode colocar em causa o cumprimento das necessidades das gerações futuras. Sendo assim, no plano energético, podemos avançar com o conceito de autonomia energética sustentável, isto é, um Estado deter a capacidade de ser autónomo energeticamente baseado na eficiência do consumo energético e num portefólio energético com uma forte base de fontes renováveis, de forma a gerar o menor impacto ambiental possível. Desta forma, numa vertente da análise quantitativa da segurança energética, o Programa Segurança Energética FLAD desenvolveu o Índice de Segurança Energética (ISE). O ISE indica qual o grau de sustentabilidade da autonomia energética de um Estado. Iremos agora explicar a composição e a forma de cálculo do ISE. O ISE é um índice composto que relacionará o desempenho alcançado em cinco dimensões, que se interpenetram, com influência na sustentabilidade energética, nas vertentes económica, ambiental e de dependência externa, a saber: Dimensão Disponibilidade de Recursos (DR)
A Auto-suficiência Energética (AE): a auto-suficiência energética mede a quantidade de energia produzida por unidade de PIB gerada (Eurostat , IEA).
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Autarcia, é uma sociedade que se basta a si própria em termos económicos. Tem implícita a ideia de que um país deve produzir tudo aquilo de que necessita para consumir, não ficando dependente das importações. Elliot, Florence. Dicionário de política. Lisboa, Publicações D. Quixote, 2.ª ed., 1977; Segundo o pensamento da escola alemã (Haushofer e Ludendorff, por exemplo) no pós 1ª Guerra Mundial, a Autarcia correspondia à necessidade de poder fazer face, utilizando os seus recursos, a uma situação eventual de «fortaleza sitiada». DIAS, Carlos Manuel Mendes. Geopolítica: Teorização Clássica e Ensinamentos, Prefácio, 2005.