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DIÁRIO DE BORDO

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O streaming e a extinção dos aparelhos

A chegada do Xbox Cloud Gaming é mais um grande indício da mudança nas formas como nos divertimos em telas. Vamos revisar o que já aconteceu e tentar vislumbrar o que vem por aí.

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Se você já jogou algum videogame fora da era dos celulares deve ter em mente que havia, em geral, duas formas para isso: ter um console ou configurar um PC. De uma forma ou de outra, ele tinha que ter uma configuração de hardware compatível com a qualidade do jogo que você queria passar horas se entretendo. Com a chegada da internet mudou o fato de que alguns jogos precisariam de internet para experiências multiplayer. Agora, com o Xbox Cloud Gaming da Microsoft, tendo uma assinatura do serviço de streaming de jogos, você pode jogar qualquer videogame do catálogo em qualquer dispositivo com internet variando muito pouco o fato dele ter ou não um hardware compatível e desde que você disponha de uma boa internet. Caso não tenha ficado claro, é possível jogar um jogo de alto processamento, sem precisar de console ou um PC de última geração, com a mesma tecnologia que permite que você assista filmes e séries, ou seja, sem precisar fazer o download do conteúdo no aparelho.

Tudo isso é possível, claro, com a obrigatória conexão com a internet, que cada vez menos é opcional. Já estamos nos acostumando que assistir conteúdos via streaming tem maior qualidade de imagem, mais direito de escolha quanto aos horários, diversidade de opções, bem como, os serviços em geral sabem onde paramos para continuar a partir dali se precisarmos pausar. Netflix e seus concorrentes (uma lista grande que já não cabe aqui), YouTube, Spotify e tantos outros entraram na vida de quem gosta de escolha no entretenimento e invadindo o espaço antes dedicado à televisão e ao rádio. Mais que isso, compartilhando a informação do que você vem acompanhando com diversos dispositivos de forma que é possível começar em um e continuar em outro. Mas o que isso quer dizer em termos gerais? Vamos a alguns exercícios.

Quando surgiu o conceito de smart TV, a ideia de que poderia se navegar pela internet na tela da TV da sala pareceu estranha e desconfortável. Mas com cada vez mais serviços de streaming e necessidade recorrente de conectividade com a internet, a smart TV está cada vez mais relevante, especialmente com a possibilidade de que os games também vão usar o mesmo aparelho para isso. Pense um pouco: se tudo que é necessário é uma TV e internet, toda a estrutura da sala passa a mudar, uma vez que os dispositivos vão desaparecendo um a um. Talvez, ainda, seja possível projetar que só serão necessários dois dispositivos muito em breve: a smart TV e o smartphone – um para quando você está em casa, outro para quando você não está. Em outras palavras, o futuro do entretenimento streaming é cada vez mais software e cada vez menos hardware.

Claro que uma TV com resolução alta e um smartphone com resolução e bateria com boa duração ainda serão demandados, mas é evidente que os dispositivos anexos estão sumindo um a um. Basta lembrar dos aparelhos de videocassete, de DVD e mesmo aparelhos de som que ficavam no rack da sala. Com este avanço da Microsoft e os videogames rodando em qualquer dispositivo, pode ser que o próximo aparelho a ser aposentado seja o console (e, depois, seu rack).

HILARIO JUNIOR é Especialista em Cinema, Doutor em Comunicação e professor na Escola de Comunicação e Criatividade da Unochapecó.

conteúdo, clareza, concisão e humanidade

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