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O CINEMA PERSISTE Flash Vip. A Cinelo tem uma atuação muito presente em Chapecó, tendo participado da elaboração do Plano Municipal de Cultura. Como você vê o cenário de produções audiovisuais atualmente no Brasil, especificamente na nossa região – em especial neste ano pandêmico –, e o papel do Poder Público em incentivar e propiciar esse setor? Augusto Zeiser. Em um âmbito geral nacional, piorou muito desde 2016. A Ancine está praticamente paralisada de forma completa, o fomento ao grande cinema – principalmente longas-metragens – depende dela, e o que se viu desde então foi somente inoperância. A situação piorou ainda mais a partir de dezembro de 2019, que venceu a Lei do Audiovisual, que era a principal lei de incentivo para produção audiovisual no Brasil. A prorrogação da Lei foi aprovada pelo Congresso Nacional, mas não foi sancionada pelo presidente. Então, hoje, há grande dificulda-
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de de produção, principalmente, de longas-metragens no Brasil. O incentivo tem vindo de estados e municípios, mas ainda há muito a evoluir nestas instâncias. Hoje, Chapecó e a Região Oeste como um todo, vivem um aumento da sua produção, do desenvolvimento do cinema e do audiovisual, e isso só é possível devido à políticas públicas para arte e cultura. Apesar de haver mecanismos para esse financiamento, ainda necessitamos de maior constância e investimentos pensando sempre na realidade de mercado vivida naquele momento. A cada ano, a comunidade cultural tem que pressionar muito as instâncias governamentais para o lançamento de editais, daí geralmente o que vem são migalhas, que geram prêmios com valores defasados e, apesar disso, os artistas mostram resultados. Como exemplo, em novembro, tivemos filme chapecoense exibido na Coréia do Sul, em outras oportunidades já foram exibidos na Índia, Argentina, Peru, Uruguai. A arte viaja longe e leva o seu lugar junto com ela.
FOTOS ACERVO CINELO
PANDEMIA, MUDANÇAS POLÍTICAS E CORTES ORÇAMENTAIS DERAM UMA GUINADA NA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL BRASILEIRA. MAS A ARTE PERSISTE E AS PRODUÇÕES NÃO PARAM DE SER FEITAS. MESMO PERANTE AS DIFICULDADES, AS HISTÓRIAS NÃO DEIXAM DE SER CONTADAS, AGORA O NOVO DESAFIO É QUE ELAS TAMBÉM CHEGUEM AO PÚBLICO. NESTA EDIÇÃO, A FV CONVERSOU COM AUGUSTO ZEISER, COORDENADOR GERAL DA ASSOCIAÇÃO DE CINEMA E VÍDEO DE CHAPECÓ E REGIÃO – CINELO, INSTITUIÇÃO QUE HÁ 13 ANOS FOMENTA O SETOR NO OESTE CATARINENSE.