Jornal o Aprendiz - Dezembro - 2014

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Amor Ágape oda dificuldade e controvérsia sobre o amor e a quem amar, dá-se primeiramente pela dificuldade de def inir o amor. No dicionário e em textos filosóficos encontramos no mínimo quatro definições:

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a) Amor Eros: amor erótico, atração baseada em sentimentos sexuais. b) Amor Storgé: afeição especialmente para com a família e entre seus membros. c) Amor Philos: fraterno ou recíproco, amor condicional, do

tipo "você me faz bem, que eu faço bem para você". d) Amor Ágape: um amor traduzido pelo comportamento e pela escolha, amor incondicional, baseado no nosso comportamento independente do comportamento do outro.

"O amor é o que o amor faz" Os sentimentos podem ser a linguagem do amor ou a expressão do amor, mas não são o amor... Aos inimigos não dedicamos bons sentimentos, ou sentimentos de amor, mas nosso

comportamento deve conter todas as qualidades do comportamento amoroso, independente do comportamento do outro, pois afinal, nós é que pretendemos ser amoroso, agindo dessa forma por que somos assim. Desta forma, se somos amorosos é impossível não amar nossos inimigos, pois mesmo não tendo bons sentimentos por ele, o nosso comportamento é aquilo que somos. Todos os grandes lideres da humanidade, citando apenas alguns da historia recente; Gandhi, Mandela, Madre Teresa de Calcutá, Zilda Arns e Irmã Dulce (brasileiras), Martin Luther King...amaram seu povo e seus ideais. "Não tenho necessariamente que gostar de meus jogadores e sócios, mas como líder devo amá-los. O amor é lealdade, o amor é trabalho de equipe, o amor respeita a individualidade e a dignidade. Esta é a força de qualquer organização". Vince Lombardi Amar os inimigos é somente manter bem nosso comportamento, mesmo que a outra pessoa não o faça, pois o erro do outro não justifica o nosso. (Estudo do Trabalho de J. C. Hunter) Colaboração: Regina Prado Numeróloga, especialista em caminhos de cura e escritora (16) 3101-7401 facebook.com/ heyokahcv


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De malas prontas a viagem

enho e sempre tive a convicção de que esta vida aqui é uma estação de uma longa viagem de origem e destino desconhecidos; mas todas as vidas: a minha, a sua, a de todos, passam pelo mesmo caminho, que leva ao crescimento humano. Tem quem queira passar voando pela estrada. Tem quem queira interrompê-la abruptamente. Tem quem passe alheio a tudo, até mesmo à vida. Esse aí não vive na verdade. Passa o tempo inteiro da viagem sentado a beira do caminho. Sem aprender, sem progredi, sem crescer. Não viaja, nem vive, só sobrevive. Para alguns a viagem é curta. Nem chega a desembarcar, embarca de volta. Para outros a viagem é longa! Há quem leve na bagagem experiências ruim e aprenda com elas. Outras bagagens as experiências ruins, que se transformam em peso, pesam muito, viram mágoa e se transformam em doença. Na minha bagagem, as experiências ruins transformam em aprendizado. Isso as torna le-

ves. Na minha estrada observo cada pedrinha do caminho. O sol, a chuva, as folhas, as plantas, animais. Sou feliz por viver, por respirar, andar, enxergar, poder falar, ter corpo perfeito, cérebro que funciona, mente que trabalha. Observo especialmen-

porta se vou virar o ano dormindo. Só não posso dormir por mais um ano. Fechar os olhos aos meus objetivos, às minhas metas, ao meu melhoramento. Se eu fizer isso não será um ano novo. Não será nada além de "mais um novo ano velho".

te o ser humano e suas diversas vestes. Não as do corpo porque são irrelevantes, mas as da alma. A veste da cultura pode encobrir uma personalidade bronca, rude, vazia, egoísta. O ouro, a riqueza. Em contrapartida a veste da simplicidade pode encobrir um espírito de um estado de nobreza irretocável, sutil, de uma elevação indescritível. Fim de ano é tempo de repensar. Reavaliar o que foi feito durante um ano inteiro e sobre o que se pretende mudar. Ano novo é hora de novos sonhos, novas auto-propostas. Nem o cenário nem o figurino são essenciais. São meros detalhes. Não im-

Fecho o ano agradecendo. Agradecendo a chance de existir, de respirar, andar, enxergar. Ter tido o privilégio de ser trazida a terra pelos meus anjos: pai e mãe. Ter uma família especial, ter tido uma infância de sonhos e oportunidade de aprendizado de vida, de valor imensurável. Oportunidade de ter saúde bastante para dar vida à

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outra vida. Oportunidade de trabalho, sob todos os ângulos. Pela oportunidade da queda que ensina a levantar. Pela oportunidade dos enganos, para aprimorar escolhas. Pela tentativa constante e incansável de manter mãos e coração limpos. Pela presença de pessoas que me amam e a quem amo também. E o presente de amigos "presentes", os mais distantes, os de sempre e os que chegaram de surpresa. Estou pronta para me revisar, me reavaliar. Estou de malas prontas. Faça as malas você também. Deixe pra traz o que você não conseguiu melhorar. Melhore-se, melhore a vida de quem puder. Melhore o seu jeito de olhar e agir com o outro, com o mundo. SIGA EM FRENTE E BOA VIAGEM! Colaboração: Dra. Maria do Vale Oba Especialista em Acupuntura (16) 3234-3862 | 991965217 | 3904-8414 mariaoba@hotmail.com

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A Mensagem do N

Natal é uma das comemorações mais populares da cultura ocidental. Dependendo do nível em que essa comemoração é feita a mensagem do Natal assume diferentes matizes. Em sua origem ela era eminentemente religiosa. Com o tempo, especialmente no último século, aspectos comerciais passaram a ter uma crescente primazia sobre a fundamentação histórico/religiosa da comemoração do nascimento do Cristo. Sabemos, porém, que a natureza divina, escondida no âmago de todos os seres e de todas as coisas, aproveita todas as ocasiões para se manifestar, ainda que timidamente, como ocorre nas festividades natalinas tradicionais. Em meio a todas as festas e comilanças costumeiras da 'ceia de Natal', algu-

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mas qualidades divinas se fazem sentir: (1) a generosidade na troca de presentes; (2) o acolhimento de parentes e amigos, mesmo aqueles um tanto distanciados; e (3) a alegria generalizada dos participantes. Assim, para a grande maioria da população, a mensagem do Natal é de que a comemoração do nascimento do Filho de Deus é motivo de regozijo para todos, ainda que a razão para a alegria nem sempre seja entendida profundamente pelos participantes. O segundo nível da mensagem do Natal é o entendimento do significado oculto na simbologia em que o nascimento do Deus criança é apresentado no relato evangélico e na iconografia cristã. Vejamos o significado dos principais símbolos natalinos. O nascimento do Filho de Deus é anunciado à Maria, pelo Arcanjo Gabriel. O Arcanjo da Anunciação representa o espírito recôndito no homem. Maria representa a inteligência divina, a alma em cada ser humano. Somente ela é capaz de ouvir a voz do espírito

supremo que vive no interior dos interiores. O nascimento do Cristo infante representa o despertar do amor divino e da intuição. Como esse nascimento é inteiramente espiritual e transcende os planos materiais, ele é realmente imaculado. Por outro lado, no sentido astrológico, por ocasião do solstício de inverno, o sol nasce no horizonte no Signo de Virgem. Esse é outro signif icado do nascimento virginal de Cristo e de outros salvadores do mundo que são apresentados como nascendo nesta data. José, o esposo de Maria, representa a mente formal, lógica do ser humano. Assim, os dois formam um par que abrange os dois aspectos da mente, concreta e abstrata. A mente formal, ainda que valiosa e imprescindível para nossa vida terrena, é incapaz de gerar a intuição. Portanto, José não é apresentado como sendo o 'pai' de Cristo, mas sim o seu padrasto. Os insights intuitivos (Cristo) nascem na mente abstrata (Maria), mas devem ser apresentados ao mundo pela mente formal (José), que re-

veste com palavras e conceitos a experiência iluminada interior. Belém, onde Cristo teria nascido, pode ser considerada como representando a humanidade, tanto em seu sentido espiritual como no material. A estalagem, onde o casal inicialmente busca abrigo, representa o lugar onde os interesses materiais pessoais são expressos. Consequentemente, é dito no relato evangélico que ela estava 'cheia'. Num paralelo apropriado, a mente 'cheia' de pensamentos e apegos materiais não oferece as condições necessárias para que a luz interior possa surgir. O maravilhoso nascimento da consciência crística não pode ocorrer na mente mundana, dominada pela busca dos prazeres pessoais e pelo atributo da possessividade. Portanto, o casal é encaminhado para o estábulo, simbolizando a mais completa humildade e distanciamento dos interesses do mundo. A manjedoura representa o corpo etérico, a fonte de vida e nutrição para o corpo do divino Ser que ali será colocado. Os pastores na icono-

grafia não cuidam de animais, mas sim de almas. São os Irmãos mais Velhos da Humanidade que guiam aqueles que estão prontos para a grande transformação, descrita como o nascimento do Cristo. Os magos dirigem-se ao local do evento guiados por uma estrela, que simboliza a Luz do Iniciador Uno de nosso planeta, responsável pela aceitação e capacitação dos novos Iniciados. Eles representam a tríplice natureza superior do discípulo que está sendo iniciado, referida como atma, buddhi e manas, em sânscrito. Os presentes que conferem ao divino infante: ouro, incenso e mirra, representam a vontade espiritual, o amor/sabedoria e a inteligência superior. Com esses "presentes" o Iniciado, agora Cristif icado, pode atuar no mundo tornando-se um auxiliar dos Grandes Seres no grande plano de salvação da humanidade. Até mesmo os animais que se encontram no estábulo têm um significado simbólico. As vacas e ovelhas representam a natureza animal do homem, com

seus desejos e paixões. Porém, na alegoria bíblica, esses animais são inteiramente domesticados, ou seja, superaram seu estado selvagem e agora servem docilmente seu divino Senhor. Outro aspecto da mensagem do Natal é de que esse evento não foi restrito no tempo e

no espaço ao Cristo histórico. Muito pelo contrário, o propósito do relato é estender um convite permanente a todo aquele que for tocado por seu simbolismo, para se preparar para o nascimento do Cristo em seu próprio coração.


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Natal Esse 'convite' já foi aludido por um profundo místico alemão, que escreveu, sob o pseudônimo de Angelus Sillesius, uma mensagem que até hoje ecoa nos corações das almas maduras: "Ainda que Cristo venha a nascer mil vezes em Belém, mas não em teu coração,

Para anúnciar continuarás triste e miserável. A cruz do Gólgota contemplas em vão, a menos que ela seja erguida em teu coração." O conhecimento teórico do significado simbólico da iconografia bíblica do nascimento de Cristo tem como propósito nos incentivar a trazer esse conhecimento para a nossa experiência prática. Assim como nossa fome física é estimulada pela visão de um lauto banquete e reforçada pelo aroma dos diferentes pratos, a fome só será saciada se tivermos a determinação de 'pagar o preço' para nos sentarmos à mesa do banquete. Nesse caso, o preço simbólico é a renúncia do mundo terreno, expressa por Jesus como "Não a minha, mas a Tua vontade seja feita, Senhor". O amor e a entrega a Deus são as duas pernas simbóli-

cas com que o místico caminha resolutamente rumo a sua meta de união com Deus. Portanto, o terceiro nível da mensagem do Natal implica em nossa transformação de pessoas que meramente 'assistem' às comemorações de mais um aniversário do nascimento do Cristo histórico, em discípulos determinados em se tornarem participantes ativos do eterno drama encenado. O nascimento do Cristo não mais será visto como algo ocorrendo no exterior, mas como a coroação de nosso propósito de vida, o nascimento de Cristo em nosso coração. Com isso 'entraremos na corrente', como dizem nossos irmãos do oriente, e teremos a garantia de 'alcançarmos a outra margem', quando então nos tornaremos 'ho-

mens justos, alçados à medida da estatura da Plenitude de Cristo'. A mensagem do Natal é atemporal. Ressoa eternamente em nossos corações. Cabe a cada um de nós decidir em que nível de mensagem queremos nos sintonizar. Que a Luz de Cristo ilumine nossos corações, que a Energia do Pai nos dê força e determinação para trilharmos a Senda até sua gloriosa meta final e que a inteligência da Divina Mãe nos guie para que possamos superar todos os obstáculos que continuarão a surgir ao longo do caminho. Um abraço fraterno Colaboração: Raul Branco Membro da Sociedade Teosófica e autor de vários livros sobre a tradição cristã

LIVRO

Os Ensinamentos de Jesus e a Tradição Esotérica Cristã Autor: Raul Branco Muitos cristãos estão despertando para a realidade de que seguir Jesus é mais do que meramente 'crer' e ir à missa aos domingos. Isso explica por que neste momento de grandes mudanças muitos cristãos sinceros estão buscando suas respostas nas tradições do Budismo, do Yoga, do Vedanta e da Teosofia. Este livro examina as fontes da tradição esotérica cristã, incluindo os evangelhos canônicos, os documentos apócrifos, a tradição oral, a vida dos místicos e os grupos esotéricos. Porém, a principal fonte de referência foi a própria Bíblia, na qual as joias preciosas da espiritualidade cristã encontram-se veladas pela linguagem sagrada da alegoria. Para que o devoto possa desvelar esses ensinamentos esotéricos, são apresentadas quatro chaves milenares para a interpretação das alegorias e dos símbolos da Bíblia. A ênfase do livro, no entanto, é a parte prática: o método de 'renascimento' ensinado por Jesus, a transformação da mente. O ponto alto são os doze instrumentos para a transformação interior, 'as chaves do Reino dos Céus'. Para completar, é apresentada uma síntese do caminho espiritual na tradição cristã, incluindo uma interpretação esotérica da vida do Cristo como símbolo dos grandes marcos do Caminho. Paginas: 400 - Editora Teosófica

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Círculos que se encerram, círculos que se iniciam... Mandalando a vida

hega dezembro e com ele o fim de mais um ciclo ou de um círculo de doze meses, um ano se encerra. E como o tempo não para, não nos dá tré-

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gua, logo vem Janeiro e um novo início. E entre Dezembros e Janeiros vamos levando nossas vidas adiante. Para este momento eu gostaria de convidar os leitores a uma reflexão mandálica. Temos vivido momentos tão turbulentos ao nosso redor que mal conseguimos nos aperceber que tudo passa. Afinal, "a vida vem ondas, tudo passa, tudo passará e nada do que foi será do jeito que foi há um segundo atrás". Se em

Dezembro podemos fazer nossos balanços e em Janeiro podemos, imbuídos da possibilidade de um novo começo,

ta de pessoas a quem somos gratos? E para Janeiro podemos deixar para procurar aquelas pessoas que foram im-

recomeçar e nos corrigir para melhorarmos. Para este tempo de balanços eu sugiro a reflexão com base naquilo que somos gratos. Que tal elaborarmos uma lis-

portantes em nossas vidas e a quem não atribuímos ou reconhecemos sua presença em nossos caminhos. Convido todos para mandalar suas vidas e suas pessoas

queridas. Agradeço a todos os leitores que ao longo deste último ano acompanharam minhas publicações neste espaço, que me escreveram, por todas as trocas que tivemos. Agradeço a todos os meus professores que ao longo dos últimos anos estiveram comigo me ensinando sobre Mandalas e de forma mais especial à minha sempre primeira professora de Mandalas, que me passou com muita generosidade os fundamentos de muito do que sei, Adriana Leonel Strambi. Estendo esta gratidão a todos os outros artistas e psicoterapeutas que com paci-

ência e sabedoria se empenharam em ampliar minha formação através dos seus ensinamentos: Luciana Strambi, Ubirajara Júnior, Renata Leite, Roque Pandini, Leonardo Varisco e Julia Valiente (Argentina), Sebastian Rebazza (Perú), Patrick Duval (França), Marina Afanasieva (Istambul), Mary Porto, Virginia Fernandes, Patricia Widmer (São Paulo) e Rhama Pellege. E receba, você também, Luís de Araújo, meu carinho e gratidão pela oportunidade de estar aqui e gentileza de sempre. A todos, meu carinho. Paz e luz neste fim de ciclo e início do próximo!

Colaboração: Marina Elisa Costa Baptista Filósofa e Mandalista - (16) 3630-4459 | 99753-6949 mecbaptista@yahoo.com.br www.facebook.com/MandalasPorMarinaElisaGaleria


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Luz e sombra

eu coração anseia Luz, enquanto o quarto de despejo sombrio já não aguenta mais tanto lixo ali depositado. Falar sobre as porcarias da gente não é confortável. Pior é sentir esses caroços indigestos que passeiam na corrente sanguínea. Começo o dia examinando meu sono fugidio, o que aconteceu comigo ontem à noite. Por que dormi mal? Os que me lêem sabem que o hoje está impregnado da convivência mecânica, do saber-escola, do consumismo escravizante, da fé encartilhada que sustenta os autores que falam com os anjos. Revistas especializadas revelam o sucesso da robótica, como viver mais de cem anos, o que são biomas artificiais, eles nos livrarão do desertoArmagedon? Converso com a Dra. Y, ela recomenda que é preciso estocar água mineral. Ela, a água já escasseia. Em dez exercícios use o cérebro quântico para manter a eficiência máxima do corpo. Conheça os segredos do DNA. Um receituário contra o apocalipse não

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tem fim. Salvar o corpo físico é a palavra de ordem. A ânsia do homem do século XXI de conhecer os 90% do cérebro para vencer a morte não é a parte idealizada entre ciência e espiritualidade para eternizar o corpo físico, isso será possível um dia? De repente paro de ler. Constato em mim duas testemunhas irmãs gêmeas. Elas trilham caminhos diferentes. Uma busca fora tudo que os olhos podem enxergar, as mãos podem tocar, o olfato e o paladar podem usufruir. Por que continuo insatisfeito? Vou à psicanálise. Ela me diz que é possível descobrir dentro de mim uma compreensão pela qual poderei fazer uma síntese aproximada e ser feliz. Adequar-me como um estranho no ninho sem sentir dor e extirpar aqueles pesadelos que me atormentam nas noites de insônia deixarão de existir. De repente, sinto que a adequação dos psicanalistas se mistura na emoção como saída clínica honrosa e a pílula mais moderna contra a normose do mundo. Entender a dor, projeções e racionalizar feridos, tudo de mal que me fizer e ao outro, daqui para frente estou livre da culpa. Se a outra me agride é problema dela, não preciso procurá-la, ela que venha até mim quando sentir que errou. Se achar que amo alguém, quando sentir que o desamor se insta-

lou sobre nós também não é problema meu, preciso amar sem cobrança, pois isso é dar liberdade à outra parte. Nem Robin Williams

olhe para o que se passa dentro de mim. Insiste no perdão ao outro quando piso na bola. Induz-me a agradecer tudo que sou e recebo

aguentou estar na vida depois que saiu do script e da vestimenta de robô. A Testemunha nº 1 me habita de binóculos e toda parafernália científica da mensuração, a mestra das planilhas. Quanto a Testemunha nº 2 ela insiste que

do mundo circundante. Afirma que o meu achismo sobre a existência é voraz e carente, me faz sentir sempre em déficit nas coisas que o mundo me dá, e eu não percebo o quanto recebo a cada segundo. É preciso agradecer sempre. Diz-me que procu-

re a luz que me clareia e sempre habitou no coração. Entretanto, algo me diz que se eu abrir meus porões sombrios esses mascarados não fugirão totalmente e o único jeito de expulsa-los é aumentar o facho de luz. Enquanto a Testemunha n.1 vive entre microscópios e telescópios e medições criando estatísticas sem fim, a Testemunha n. 2 vive num atelier de pintura. Sonha que talvez um dia o coração de El Grecco ostentará a luz e a força de um Van Gogh, sem

nenhuma adequação artificial, sem nenhum programa de comunicação não-violenta, apenas com o toque do Amor Incomensurável. O quê fazer? Por enquanto nada. Nesse instante apenas sentir a sabedoria nos versos de Alberto Caeiro, que dizem: "Creio no mundo como num malmequer, porque o vejo. Mas não penso nele porque pensar é não compreender". "O mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo". "Amar é a eterna inocência, E a única inocência é não pensar".

Colaboração: Marcos Zeri Ferreira Membro do Grupo de Estudos Teosóficos Ahimsa (16) 3237-3696 ferreirajoias@terra.com.br

Revista dos Vegetarianos - Edição 96 Por: R$ 11,90 A receita certa para você se desintoxicar em 7 dias - Médicos indicam o que comer, o que evitar e as atitudes que você deve assumir para deixar seu corpo livre de toxinas e muito mais resistente a doenças. O poder do vinagre - Ele é rico em vitamina C, ajuda na digestão e faz toda a diferença na salada. Romã - Rica em antioxidantes, uma fruta boa até contra o colesterol. Como variar sua alimentação - 10 alternativas para montar o cardápio do dia a dia. 7 receitas para banquetes - Saborosas e com uma apresentação diferenciada para agradar os convidados. Grátis nesta edição: Um guia para você entender porque deve preferir os orgânicos. http://www.europanet.com.br/site/ index.php?cat_id=935


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