Gestão no Agronegócio

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Gestão no agronegócio NOVEMBRO | 2016

EM PARCERIA COM

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GESTão no agronegócio: principais movimentos de transformação no setor


Coordenação Igor Schultz e Thiago Pimenta Sócios da FLOW Executive Finders

Projeto e produção editorial TECERE | Gestão da Comunicação Projeto gráfico TH Studio

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GESTão no agronegócio: principais movimentos de transformação no setor


INTRODUÇÃO visão de líderes sobre os principais movimentos de transformação no agronegócio.

Apesar de apresentar crescimento mesmo nos momentos de instabilidade econômica do país e de representar uma parcela significativa no PIB nacional, o agronegócio nunca foi, propriamente, o setor dos sonhos dos executivos para fazer carreira. A não ser os profissionais que já buscaram formação para estar na área, os outros não têm, em geral, o nome de uma empresa do agronegócio na lista das desejadas para trabalhar. Não que as companhias do setor não tenham estrutura gerencial para atrair líderes. É que, além de estarem no segmento B2B, elas não se colocam à mostra no mercado executivo com a devida intensidade. Com a estruturação de áreas de Recursos Humanos mais robustas, implementação de políticas de gestão de pessoas

mais atraentes e com a ajuda de consultorias de hunting, como a FLOW Executive Finders, que tem levado a agenda positiva do setor para as lideranças que participam dos processos seletivos, o agronegócio vem ganhando notoriedade junto aos executivos. A ponto de atrair, há pouco mais de cinco anos, profissionais altamente qualificados, formados em outros mercados, com experiências em setores sem nenhuma ligação com o agronegócio. Esses executivos, que passaram por outras culturas e vivências empresariais, estão provocando transformações e agregando valor nas companhias do agronegócio. A FLOW, mais uma vez em parceria com a revista Dinheiro Rural (o primeiro projeto foi publicado em novembro de 2015), ouviu 12 desses profissionais, justamente para entender como a chegada deles nas empresas vem impactando os

modelos de negócio e de cultura adotados pelas organizações. Todos estão em cadeiras de diretoria ou c-level, em empresas de grande porte, e já começam a colher os resultados de um trabalho pautado na busca pela eficiência, aplicação de tecnologia intensiva, melhoria de processos, gestão de custos, implementação de políticas de compliance e governança, gestão de risco e, o que é ainda mais relevante, na contribuição para a profissionalização da gestão das empresas de menor porte da cadeia produtiva. Claro que ainda há um longo caminho a percorrer. Mas o fato é que o agronegócio cada vez mais deixa de ser um setor conservador e, com a ajuda de líderes de alto de desempenho, está aberto a mudanças, conforme as informações compartilhadas a seguir.

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MOVIMENTOS DE TRANSFORMAÇÃO E DESAFIOS O primeiro ponto a ser destacado da conversa com os executivos é, justamente, o movimento de transformação que eles estão liderando e vivenciando. A premissa é sempre a gestão focada em resultado. A busca por eficiência leva à implementação de um novo modelo de negócio que valoriza a prevenção e gestão de risco. E não são apenas os riscos financeiros, decorrentes de operações com variáveis muitas vezes incontroláveis, como o clima. Trata-se de gerenciar os riscos de forma mais sistêmica, levando em consideração fatores que envolvem, por exemplo, meio ambiente, comunidades, legislação. O olhar também nos indicadores externos demonstra

o grau de maturidade que a gestão dessas companhias vem adquirindo. E há um esforço constante para que o controle desses indicadores seja feito por todos dentro da empresa, mesmo aqueles que estão no campo – e não só pelos gestores e líderes, alocados nos escritórios dos grandes centros. Diante disso, uma das prioridades dos executivos é a adoção de práticas de gestão de pessoas para promover um ambiente de engajamento, no qual todos – do líder ao operador de máquina – se sintam parte do negócio e possam, assim, buscar produtividade e eficiência. Isso faz, inclusive, com que a área de Recursos Humanos tenha um papel fundamental nos movimentos de transformação,

além de colocar as pessoas como protagonistas das mudanças. Este cenário releva a mudança de mentalidade do setor, que, antes, apostava quase que exclusivamente na tecnologia para garantir competitividade e rentabilidade. Hoje, as lideranças e os empreendedores do agronegócio estão mais conscientes da importância de atrair e reter talentos com alto desempenho, principalmente para dentro dos escritórios. Nas operações no campo, o setor sempre contou com os melhores profissionais técnicos. Agora, é o momento de ter os melhores gestores, com formações variadas e voltados a planejamento, à estratégia e à sustentabilidade do negócio. NOVEMBRO | 2016

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ATRAÇÃO E RETENÇÃO Para atrair e reter os melhores profissionais, as empresas do agronegócio estão apostando na estruturação de práticas e políticas de Recursos Humanos, como plano de carreira, pacote de remuneração atrativo, sistemas de avaliação de desempenho, rodadas de feedback, plano de desenvolvimento atrelado à mudança de comportamento, capacitação, meritocracia. A sofisticação da área de gestão de pessoas ou já está incorporada à gestão do negócio ou está em fase avançada de implementação dentro das empresas. O fato é que o tema “gente” é um dos vetores dos movimentos de transformação do agronegócio brasileiro. E as companhias estão dispostas a fazer o mercado saber disso. 7

Quase todas investem em programas de trainee e fazem um trabalho forte de aproximação com universidades, em busca de jovens talentos em áreas como matemática, engenharia, administração de empresas, economia. Ou seja, a prospecção vai muito além dos estudantes de engenharia agronômica, agrícola, florestal ou medicina veterinária. As empresas também estão otimistas com a possibilidade de os talentos da casa atraírem os talentos do mercado, em uma espécie de corrente do bem, na qual gente boa atrai gente boa. Aliado a isso, os executivos estão trabalhando na construção de uma cultura forte para que as organizações cresçam de forma perene e sejam capazes de seduzir os melhores profissionais.

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Melhores práticas de gestão de pessoas estão sendo incorporadas à gestão do negócio no agro.


PERFIL DO LÍDER A prioridade é a contratação de gestores que saibam formar bons times para gerenciar a distância, dada a descentralização das operações do agronegócio. Os novos líderes deixam de ser especialistas e passam a gerir especialistas. São eles que farão os processos funcionarem do topo à base da hierarquia das organizações. É por isso que o perfil técnico deu lugar ao perfil de negócio. O mercado quer o profissional tomador de risco e com capacidade para a ação. É alguém muito mais construtor do que mantenedor, com habilidade para lidar com mudanças e transitar com

desenvoltura tanto em um ambiente complexo de mercado financeiro internacional quanto junto a operadores de máquinas. Alguém atento a novas ideias e que enxergue oportunidades para inovação. Adaptabilidade e flexibilidade foram duas características citadas quase que unanimemente pelos executivos ouvidos para a elaboração deste paper. Tem sucesso o profissional que consegue fazer uma análise do ambiente, aprender com quem já conhece o setor e implementar melhorias, adaptando seus conhecimentos e experiências à realidade do agronegócio.

É neste momento que se dá a transformação, com melhoria de processo, uso de tecnologia de ponta e adoção de práticas inovadoras. Neste novo cenário, informações relevantes sobre o negócio são geradas e disponibilizadas aos líderes, que devem ter, além de habilidades para implementar mudanças, a capacidade de fazer diagnósticos precisos sobre a empresa e o mercado no qual ela está inserida. Este é um terreno fértil para influenciar as pessoas a atuarem nas políticas e nos processos organizacionais, gerando diferenciais competitivos.

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TECNOLOGIAS E INOVAÇÃO O discurso de que a próxima revolução do agronegócio é tecnológica permanece, porém, com um novo viés. O que se vê é, de fato, o uso de tecnologias sofisticadas não só em maquinário ou na produção de sementes, mas principalmente em processos de gestão. Quem consegue integrar a tecnologia a políticas de gestão de negócios e de pessoas, realmente, tem um projeto diferenciado. Há desde uso de drones para mapear fazendas antes de arrendá-las até o desenvolvimento de tecnologias próprias, como um aplicativo que gera laudos de classificação de sementes, é usado como

canal de comunicação com os profissionais de campo e, ainda, é uma ferramenta de gestão da produtividade. Sistemas também foram criados para apoiar o trabalho de precificação de produtos e serviços ou operações de hedge. A tecnologia, que já vinha, sendo fortemente empregada no campo para aumentar a produtividade, agora está também nas áreas administrativas das grandes empresas. A expectativa é que este cenário migre gradativamente para as organizações de menor porte, tornando-as mais profissionalizadas e

competitivas. No que depender das grandes companhias, é só uma questão de tempo para que a cadeia produtiva tenha uma visão de negócio cada vez mais apurada. O mercado já percebeu que a inovação se dá à medida que se estabelece a colaboração entre vários agentes da cadeia. Ou seja, há uma consciência cada vez maior por parte das lideranças do agronegócio de que a inovação não é um processo interiorizado, mas colaborativo e com a participação de diferentes stakeholders, incluindo universidades, fornecedores, produtores e até mesmo a concorrência.

No agronegócio, inovação deixa de ser um processo interiorizado e passa a ser colaborativo, com a participação de vários stakeholders.

COMPLIANCE E GOVERNANÇA Quando se trata da pequena ou média empresa do agronegócio, ainda há desafios, como sucessão familiar, avaliação e gestão de risco. Mas as grandes corporações estão contribuindo para que as menores possam aprimorar seus negócios, levando até elas capacitação e tecnologia. Além disso, as grandes organizações, ao seguirem as regras de compliance, passam a exigir de parceiros e fornecedores a adoção de políticas condizentes com a regulação do setor.

Não só há a preocupação de se adaptar às regras que regem o setor para garantir as práticas de compliance no negócio, como também o início de um movimento no qual o mercado se organiza para pleitear mudanças necessárias para que o agronegócio brasileiro se torne mais competitivo. O foco é tentar se livrar da burocracia e de inseguranças jurídicas, como lacunas não resolvidas no código ambiental, regras fundiárias com interpretações difusas,

legislação trabalhista que não atende às necessidades das fazendas, só para citar alguns exemplos. Quem vê de fora, muitas vezes, parte da premissa de que o mercado é desregulado e informal. No entanto, a tentativa de se enquadrar às regras de compliance e às práticas de governança corporativa é coletiva. As empresas que fazem parte desse grupo devem se tornar referência e levar o setor a um nível mais elevado, no que se refere à gestão empresarial. NOVEMBRO | 2016

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O LEGADO O que esses executivos que vêm liderando os movimentos de transformação no agronegócio nos últimos anos deixariam como legado para o setor, caso saíssem hoje de suas posições? Certamente é a quebra do status quo. Eles próprios responderam a esta pergunta, com destaque para as seguintes realizações: • Implementação de processos que suportam melhoria contínua • Implementação de sistemas • Gestão de custo • Controle e análise para tomada de decisão • Equipe forte, motivada e cativada pelo propósito do agronegócio • Visão de longo prazo • Disciplina financeira e operacional na busca por resultado • Formação de pessoas • Cultura de alta performance • Clareza e honestidade nas relações Ao que consta, os alicerces são sólidos e o caminho é promissor. A gestão e os seus resultados fazem jus à potência do agronegócio brasileiro, elevando o setor ao patamar que ele merece, o da competitividade global.

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Sobre a FLOW Executive Finders A FLOW é uma consultoria de seleção de executivos que atua com uma nova abordagem no mercado. O método criado e aplicado pela FLOW permite às empresas não só a redução significativa mas a compreensão do risco financeiro da contratação errada. Ele também leva o candidato a ter mais embasamento para uma correta tomada de decisão de carreira. Há ainda outras vantagens comprovadas com a aplicação do método FLOW nos processos seletivos. Entre elas, estão

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redução do ciclo do próprio processo e do prazo de fechamento da vaga, redução do número de candidatos entrevistados pelo cliente e da taxa de reposição dos profissionais contratados, além do alto desempenho do profissional selecionado e consequente melhora dos resultados do negócio. É com este modelo que a consultoria tem alcançado um índice de 80% de recorrência dos clientes ativos e vem redefinido o mercado de hunting no Brasil.

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