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Líderes forjados
para o agronegócio
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ires Galhardo tem 38 anos. Nasceu no bairro de Cangaíba, área típica de classe média baixa na zona Leste de São Paulo, a região mais populosa da cidade, onde residem 3,6 milhões de pessoas, ou 30% dos moradores da capital. Galhardo, que cresceu em uma região onde há 32 parques públicos, sendo que cinco deles estão entre as dez maiores áreas verdes da capital paulista, como o parque do Carmo, por exemplo, nunca teve nenhum pendor para atividades rurais. Sua essência sempre foi urbana e seus primeiros empregos foram na área industrial de grandes corporações. Isso, até o filho de um operador de máquinas e de uma dona de casa esbarrar com a possibilidade de trabalhar no agronegócio e se tornar um talento em ascensão. Desde setembro, Galhardo é o diretor de operações da Fibria (COO, na sigla em inglês), posto chave na empresa de celulose, com 18 mil funcinários,
controlada pelo grupo Votorantim e pela BNDESPar, braço de participações do BNDES, e que no ano passado faturou R$ 10,1 bilhões. Ele passou a comandar todo o manejo de plantio e de manutenção de uma área de 571 mil hectares de eucalipto, do total de 856 mil hectares da empresa. Também coordena a equipe de engenharia e todo o processamento industrial da celulose gerada por essas árvores. Nos próximos cinco anos, a possibilidade de Galhardo entrar na lista de candidatos ao cargo de CEO da Fibria, hoje sob o comando de Marcelo Castelli, 52 anos, é dada como certa. “A gente não planta somente árvores, a gente planta talentos. Eu tenho o desafio de promover a minha sucessão, levando as pessoas a cruzarem a ponte nos ritos de passagem de gestores para líderes que inspiram, porque eles devem ser a alma de uma corporação”, diz Castelli. “Eu me preparo porque gosto do caminho. Se chegar lá é porque fui aprendendo a liderar”, afirma Galhardo.
novo tempo: para a sua sucessão, Marcelo Castelli (à dir.), atual CEO da Fibria, busca por talentos que podem estar fora das ciências agrárias. Aires Galhardo, diretor de operações da empresa desde setembro, que é administrador, está no páreo
montagem sobre FOTO de Claudio Gatti e Karimpard
Um estudo exclusivo, realizado pela consultoria flow Executive finders em parceria com a dinheiro rural, mostra o tipo de gestor procurado pelas empresas de agronegócio e revela que o campo tEm, cada vez mais, atraído Profissionais de todas as áreas do conhecimento vera ondei
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Engajados e conectados com as demandas do agronegócio, setor que em 2015 apresentou um Produto Interno Bruto de R$ 1,2 trilhão, 21% do total do País, os dois executivos da Fibria fazem parte de um grupo de profissionais que não tiveram as suas carreiras embasadas nas ciências agrárias, como a medicina veterinária, a engenharia agronômica ou a zootecnia: Castelli é engenheiro mecânico, Galhardo é administrador de empresas. O espaço que ocupam hoje na companhia é reflexo das mudanças ocorridas agronegócio na última década. Profissionais de outros segmentos têm encontrado, cada vez mais, espaço para crescer nas empresas do setor. “Nesse momento, nós estamos precisando de matemáti-
Tem sucesso o profissional que consegue fazer uma análise do ambiente, aprender com quem já conhece o setor e implementar melhorias, adaptando seus conhecimentos e experiências à realidade do agronegócio” Trecho do documento Gestão de Líderes - Flow/Dinheiro Rural 38
cos”, diz Castelli. “As tecnologias para a agricultura de precisão, com o uso de drones nas lavouras, criaram a demanda por esse tipo de profissional.” Esse é apenas um dentre tantos casos mapeados pelo estudo Gestão de Líderes 2016, realizado pela consultoria Flow Executive Finders e a DINHEIRO RURAL. Pelo segundo ano consecutivo, essa parceria mostra o que pensam os líderes de empresas do agronegócio. Neste ano, os executivos falam sobre a contribuição dada ao setor por profissionais de outros segmentos da economia, como administração, direito e engenharias diversas. Até uma década atrás, o agronegócio não era propriamente o setor dos sonhos dos executivos para fazer carreira, embora represente uma fatia significativa das riquezas do País. Mas, com a estruturação de áreas de Recursos Humanos mais robustas, implementação de políticas mais atraentes de gestão de pessoas e a ajuda de consultorias, o agronegócio passou a ganhar notoriedade junto aos profissionais que participam de processos seletivos. O painel Gestão de Líderes 2016 ouviu 12 executivos que são
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O tema ‘gente’ é um dos vetores dos movimentos de transformação do agronegócio brasileiro. E as companhias estão dispostas a fazer o mercado saber disso” Trecho do documento Gestão de Líderes - Flow/Dinheiro Rural
em uma máquina 3D e, depois de usado, retorná-la a essa máquina para recriar outra vestimenta. “Há movimentos disruptivos por toda parte nos dias atuais e o agronegócio não está isolado”, afirma ele. “Por isso, hoje, as competências de um profissional são mais fluídas, mais difíceis de medir, embora um líder sempre será aquele com visão do negócio, Futuro: do ponto de vista Ernesto estratégico.” Pousada, Galhardo é jus- engenheiro mecânico e CEO tamente esse tipo da Ingredion, de profissional. escolheu o agronegócio Formado na apostando nas Fundação Getúlio suas inovações Vargas, em 1999, depois de ser estagiário na Johnson & Johnson, ele foi trabalhar na Ambev (na época ainda Brahma), por considerá-la mais agressiva em sua governança corporativa que o padrão de mercado. “Era mais o meu perfil, porque gosto de ser assertivo e direto quando tenho uma tarefa para executar”. Aliás, estudar administração também foi uma tática. Galhardo já havia feito um curso de processamento de dados e se considerava muito técnico nas decisões. “Pensei na administração como forma de aprender sobre as competências para as generalidades e isso foi muito útil”, diz ele. “Minha especialidade era solucionar problemas e, como queria crescer na carreira, nunca corri deles. Por isso comecei a me destacar na equipe. ” Ele permaneceu na Brahma, na época da transição para Ambev, por seis anos, na área de logística. Quando Galhardo se transferiu para a Fibria, há sete anos, ela ainda se chamava VCP. Um de seus controladores era o FOTO: FELIPE GABRIEL
tudo certo: Arlindo Moura (à esq.), CEO do grupo V-Agro, já escolheu o seu sucessor. Dentro de alguns anos, Cristiano Rodrigues, formado em direito, assume o cargo
referência em seus setores, para entender como a chegada desse grupo nas empresas vem impactando os modelos de negócio e de cultura adotados pelas organizações (leia os quadros ao longo da reportagem). Para Igor Shultz, diretor da Flow, a ideia foi mostrar como os líderes estão administrando os riscos do agronegócio que vão além de clima, fertilidade do solo, financiamento, crédito, meio ambiente e legislações. “As pessoas fazem muita diferença na política das empresas e hoje os líderes estão dispostos a correr mais riscos porque, com a diversificação de seus quadros, é possível entregar melhores resultados”, diz Shultz. “Vemos que os projetos diferenciados, que se destacam no mercado, aliam a tecnologia e a gestão das inteligências. Construir uma empresa implica em atrair boas pessoas.” No caso da Fibria, 25% das contratações são reservadas a profissionais de fora de seus quadros. “Lógico que contamos com uma forte política de formação e manutenção de talentos que se destacam dentro da empresa, mas não podemos prescindir do olhar diferente de quem vem de fora”, afirma Castelli. “O que temos como verdade é que o passado não garante o futuro. Somos uma empresa de excelência e o agronegócio ainda vai mudar muito, porque haverá novas demandas dos consumidores e isso exige profissionais mais exploradores”. Castelli dá como exemplo os novos usos para o eucalipto, como a roupa feita de celulose. Pode parecer um filme de ficção científica, mas, com a “internet das coisas”, conceito para a evolução tecnológica que vai conectar todos os objetos à nossa volta, será possível escolher um modelo de roupa, imprimi-lo
As empresas querem assim As características dos líderes que as organizações buscam É capaz de gerenciar à distância Ele não precisa ser especialista, mas passa a gerir especialistas O perfil técnico deu lugar ao perfil de negócio É tomador de risco e com capacidade para a ação É mais construtor do que mantenedor Está atento a novas ideias e oportunidades de inovação O poder de adaptação e a flexibilidade são qualidades desejadas Fonte: Dinheiro Rural/Flow
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capa empresário Antônio Ermírio de Moraes, que faleceu em 2014. “Confesso que não sabia nada de agronegócio, mas admirava Antônio Ermírio, um líder ético, sério e que fazia bem para o Brasil”, afirma ele. Galhardo foi trabalhar na área de logística e levou um susto com a complexidade das operações da companhia. “No primeiro dia de trabalho pensei que havia feito uma bobagem, porque o que vi era muito diferente do que eu fazia antes. Mas não tive medo.” Não desistir foi um empurrão de peso na carreira de Galhardo. Ele acaba de viajar para a Ásia e a Europa para se apresentar como o novo diretor de operações da Fibria. Esta é a sua primeira viagem internacional para visitar clientes da companhia, além de participar de feiras de negócios. “Depois da gestão, agora quero apurar minha visão de negócio.”
FOTO: Rodrigo Pazinato
com o consultor, a nova geração de presidentes e CEOs do agronegócio é mais tolerante a ideias diferentes. “Esses líderes funcionam como facilitadores e não se comportam mais Talentos além como os donos da verdade, ou seja, do agro não são mais as abelhas rainhas de colmeias.” É o que tem feito Arlindo Áreas de interesse das Moura, 67 anos, presidente do grupo empresas, junto com as engenharias agronômica, V-Agro, que está trocando de nome agrícola, florestal, além de para grupo Terra Santa e que cultiva zootecnia e medicina 180 mil hectares de soja, milho e algoveterinária dão no Centro-Oeste. O conselho de Administração de empresa administração do grupo, com capital Comunicação aberto na BMF&Bovespa e 1,1 mil funcionários, colocou nas mãos de Moura a Direito tarefa de fazer o seu sucessor no Engenharias diversas comando da empresa e de desafiá-lo na Economia função que exercerá. E Moura já fez a sua escolha: o próximo presidente da Matemática empresa será Cristiano Soares Marketing Rodrigues, formado em direito, 35 anos, atual diretor financeiro e de relaPsicologia ções com investidores. O desafio é FACILITADORES Para o agrônomo Fonte: Dinheiro Rural/Flow gigantesco, mas Rodrigues tem se Alexandre Moreno, da consultoria saído bem. Ele tem participado sozinho Syntese, especializado em treinamento de lideranças há 13 anos, a construção de carreiras tem a de reuniões do conselho de administração. No mês pasver com as habilidades de um profissional e é preciso sado, por exemplo, quando Moura precisou ir para a explorá-las de forma correta. “Há as habilidades técnicas Europa nos mesmos dias de agendamento dessas reunide uma área e há as habilidades de gestão do negócio”, ões, Rodrigues deu conta do recado. Resultado da fusão afirma Moreno. “A maneira de uma empresa treinar do grupo Maeda e da Brasil Ecodiesel, em 2010, a seus talentos precisa levar isso em conta.” De acordo V-Agro faturou R$ 859 milhões no ano passado e passa por um processo de recuperação de suas finanças. “O Cristiano Rodrigues era da área jurídica da Brasil Ecodiesel e há três anos assumiu a área financeira da V-Agro”, diz Moura. “Com desafios e liberdade para aprender, dentro de dois a três anos ele estará pronto para assumir o novo cargo.” O futuro presidente do agora grupo Terra Santa, que é carioca, filho de médicos e está na empresa há oito anos, diz que o agronegócio o atraiu por ser um setor no qual se pode aprender muito, que tem um dinamismo difícil de ser detectado em outros segmentos da economia e que apresenta desafios constantes e em série. “Nós fazemos 18 planejamentos de safra, antes de começar a plantar, porque tudo pode alterar um orçamento, do preço da semente a uma mudança climática repentina”, afirma Rodrigues. “Acho que para trabalhar no agronegócio é preciso ter flexibilidade e se adaptar à novo horizonte: Neusa realidade do campo.” Ele dá como exemplo um caso Duarte, diretora de RH da ocorrido no planejamento da safra 2016/2017. Em um Cargill para a América Latina, determinado dia, a equipe permaneceu por oito horas diz que a diversidade traz críticas construtivas e faz bem reunida para fechar os detalhes das tarefas a serem ao crescimento da empresa executadas. Mas, no dia seguinte, o planejamento precisou ser refeito porque houve mudanças significativas 40
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de tendência do preço das commodities na Bolsa de Chicago. “Nosso custeio de safra é de R$ 600 milhões por ano”, diz Rodrigues. “Então, é preciso que todos as lideranças, do mais alto cargo ao gerente de fazenda, trabalhem conectadas com essa realidade e estejam dispostas a igor schultz: mudar quantas vezes for necespara o diretor da sário.” Moura, que também pasFlow, os projetos sou por outros setores, como que se destacam no agronegócio têxtil, bens de capital e indústria aliam, com de máquinas, antes de se tornar maestria, a executivo do agronegócio, afirma tecnologia com a gestão das que aprender de forma didática inteligências faz parte da formação de líderes. “Não se pode parar de aprender e também não se pode atropelar os talentos da empresa nesse aprendizado, seja do especialista ou de quem vem de outra área. O exercício está no dia a dia e é uma escolha.” Para Dante Pozzi, 38 anos, diretor financeiro e administrativo do grupo Amaggi, que pertence à família do atual ministro da Agricultura e Pecuária, Blairo Maggi, sua carreira no agronegócio foi fruto de decisões estratégicas de aprendizado. Formado em administração de empresas e com mestrado em economia agrícola nos Estados Unidos, ele conta que mesmo tendo passado pelo mercado financeiro, nos bancos
Credit Suisse e Rabobank em São Paulo, optou por aceitar o cargo porque enxergou na Amaggi uma empresa em movimento, o que dá a um profissional a possibilidade da educação. “A Amaggi tem ambição de continuar crescendo, está no rumo certo e já é duas vezes Dante POzzi: o maior do que quando entrei, em administrador 2011, além de se internacionalifinanceiro do zar, com operações na Noruega, grupo Amaggi fez mestrado em por exemplo”, afirma Pozzi. economia “Por isso mudei de carreira, agrícola para mudei de emprego e de cidade investir em uma carreira no com toda a família, e deu agronegócio certo.” Na Amaggi, Pozzi passou a exercer o seu primeiro alto cargo executivo. Hoje, sob a sua liderança estão nove diretores e 148 funcionários, do total de cerca de 4,5 mil. No ano passado, a Amaggi faturou US$ 3,4 bilhões em suas quatro áreas de negócio: cultivo de grãos, trading, navegação e energia. Nos últimos tempos, em busca de talentos das mais diversas áreas, as empresas têm investido em modelos cada vez mais flexíveis de captação de profissionais. A americana Cargill, por exemplo, uma das maiores empresas de capital fechado do mundo e quarta maior exportadora de grãos e alimentos do Brasil, com faturamento de R$ 32,1 bilhões no ano passado, no País, tem um dos mais agressivos programas de formação e retenção de profissionais. Na captação de talentos de todas as áreas, seus programas de trainees chegam a ter cerca de mil candidatos por vaga. Neusa Duarte, diretora de RH para a América Latina, diz que a empresa tem implantado modelos de seleção que primam pela diversidade de
O discurso de que a próxima revolução do agronegócio é tecnológica permanece, porém, com um novo viés. O que se vê é, de fato, o uso de tecnologias sofisticadas não só em maquinário ou na produção de sementes, mas principalmente em processos de gestão.”
Fica comigo O que as empresas estão oferecendo para manter os seus talentos em casa
Trecho do documento Gestão de Líderes - Flow/Dinheiro Rural
Plano de carreira Pacote de remuneração atrativo Sistemas de avaliação de desempenho Rodadas de feedback Plano de desenvolvimento atrelado à mudança de comportamento Capacitação Crescimento por meritocracia Fonte: Dinheiro Rural/Flow
seu quadro de funcionários. “Puxar pela diversidade significa por foco fora da empresa e trazer olhares externos de gente que possa nos criticar”, afirma Duarte. Para ela, a imagem de que a agricultura não tem tecnologia está totalmente ultrapassada. “Os profissionais que nos procuram sabem que o setor é o que mais cresce na economia do País e que, embora os desafios sejam imensos, a possibilidade de fazer uma carreira vitoriosa é certa.”
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Na pequena ou média empresa do agronegócio há desafios, como sucessão familiar na avaliação de risco. Mas as grandes corporações do setor estão contribuindo para que elas possam aprimorar seus negócios, ao cobrar desses parceiros e fornecedores a adoção de políticas condizentes com a regulação do setor.” Trecho do documento Gestão de Líderes - Flow/Dinheiro Rural
FOTO: MarianoR
Simone Hamann Beier, diretora de RH da Cargill no Brasil, foi contratada em julho. Beier já passou por empresas como Gerdau, Goodyear, Kimberly Clark e Johnson&Johnson. “No processo seletivo ficou muito claro quais as demandas da Cargill”, diz ela. “Sei que vou em frente, porque no meu último emprego, de dez anos na Johnson&Johnson, consegui desenvolver uma visão da complexidade do mundo empresarial.” O executivo Ernesto Pousada, 49 anos, que há nove meses assumiu a presidência da Ingredion para a América Sul, afirma que o agronegócio ainda carrega um estereótipo do passado para os executivos que estão fora do setor. “Mas quem está dentro não vê um setor estancado. ” A multinacional americana Ingredion fatura US$ 5,5 bilhões por ano e é líder global na preparação de insumos à base de amido para a indústria de alimentos e bebidas. Pousada, que é engenheiro mecânico e que ficou por 16 anos na área de químicos da americana Dow e por 11 anos na área de celulose da Suzano, diz que foi para o setor de alimentos por causa do forte movimento em inovações dos últimos dez anos. “Fico empolgado com isso, porque é preciso olhar a tendência do consumo de alimentos para agregar valor à commodity. A tecnologia embarcada é gigantesca e ainda vai agregar muito mais”, afirma ele. A Ingredion possui 3,3 mil funcionários em nove fábricas na América do Sul, das quais quatro delas e um laboratório de pesquisa estão no Brasil, a serviço de empresas como Unilever, Nestlé e Danone. “Por isso, cultura de empresa é Foco: para o Futuro: agrônomo Alexandre Fialho, ter um resulAlexandre físico e CEO da tado sustenMoreno, consultoria tável, porque consultor de Filosofia carreira há 13 Organizacional, ninguém anos, a geração diz que hoje há busca por de novos líderes muitos talentos algo novo se vai mudar o em busca de não for para agronegócio novas posições melhorar.” 42
O LEGADO O que os executivos que vêm liderando os movimentos de transformação no agronegócio nos últimos anos deixariam como legado para o setor, caso saíssem hoje de suas posições? Confira o que eles responderam: Implementação de processos que suportam melhoria contínua Implementação de sistemas Gestão de custo Controle e análise para tomada de decisão Equipe forte, motivada e cativada pelo propósito do agronegócio Visão de longo prazo Disciplina financeira e operacional na busca por resultado Formação de pessoas Cultura de alta performance Clareza e honestidade nas relações Fonte: executivos ouvidos na pesquisa Dinheiro Rural/Flow, em ordem alfabética. Aires Galhardo, COO da Fibria; Alvim Jorge, Global Business Head for Agrochemical, da Oxiteno; Augusto Adami, diretor Sênior Nutrição e Saúde Animal da América Latina da DSM; Clarissa Grunberg, diretora RH da Nidera Sementes; Colin Butterfield, CEO da Radar; Cristiano Soares Rodrigues, CFO da Vanguarda Agro; Dante Pozzi, CFO da Ammagi; Ernesto Pousada, CEO da Ingredion; José Baptista, COO do Genesis Group; José Carlos Grubisich, CEO da Eldorado; Neusa Duarte, Diretora de Recursos Humanos para América Latina da Cargill; Rui Chammas, CEO da Biosev.
Moldadas nesse novo tempo, as empresas inovadoras – de celulose a fibras, de cana-de-açúcar a grãos, e insumos a tecnologias – estão cada vez mais interessadas em prospectar novos talentos. É o que prega o físico Alexandre Fialho, CEO da consultoria Filosofia Organizacional. “Essas empresas sabem que as perspectivas para o setor são positivas, porque, mesmo no atual quadro econômico ruim, a valorização do dólar não vai tirar a competitividade do agronegócio” (leia mais na pág. 24). Fialho afirma que, nesse momento, as empresas do setor não deveriam perder a oportunidade de atrair executivos de alta performance. “Vejo na área financeira, por exemplo, executivos propícios ao movimento”, diz ele. “Em todas as áreas, mesmo que as organizações não queiram perder seus talentos, estamos em uma época de excelentes profissionais dispostos a trocar de área de atuação.”
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