Voz de Nazaré

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ARQUIDIOCESE

DE BELÉM O JORNAL CATÓLICO DA FAMÍLIA

PE. FLORENCE DUBOIS FUNDADOR

ANO CV - Nº 921 - PREÇO AVULSO: R$1,00

BELÉM, DE 27 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2020

www.fundacaonazare.com.br

Juntos vamos derrotar o vírus Unidos pela informação e pela responsabilidade

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OPINIÃO

BELÉM, DE 27 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2020

JOÃO CARLOS PEREIRA Jornalista e professor (jcparis1959@gmail.com)

PRIVILÉGIO DE SER CATÓLICO Esta semana, experimentei, pela primeira vez, assistir à Santa Missa pela televisão e muito agradeci a Deus por essa experiência. Normalmente eu tomava café na hora da missa das 7 e ficava na mesa até a hora da homilia. Depois, desligava a TV e ia trabalhar. No domingo, porém, consegui me concentrar e participar dignamente da Eucaristia.

Obrigado, Senhor, pela missa na TV Confesso que foi muito estranho me ajoelhar no chão, já que estava habituado ao acolchoado do genuflexório da Basílica. A missa pela televisão não guarda o mesmo clima da que é celebrada no templo, porque isso é impossível. Lá existe a comunhão dos irmãos, a assembleia do povo de Deus, dos que

se unem em volta do altar e vivem a emoção da comunidade. Em casa, era eu sozinho. Na hora da Consagração, fiz tudo como deve ser. Levantei no “Pai Nosso” e me ajoelhei durante a Comunhão. Comunguei espiritualmente e me senti em unidade com Cristo e com a

Igreja Universal. Recebi a bênção e voltei à vida, feliz por haver vivido a Eucaristia, como orienta a Santa Igreja. Sinto imensa falta de ir à Igreja e do cotidiano que o coronavirus impede de acontecer. Estou em casa, numa quarentena irritante, sem ver meus amigos, minha

agradecer. De dizer obrigado aos padres e seus auxiliares, que presidem a Eucaristia pela TV e pelas redes sociais para quem não pode sair de casa. De agradecer aos profissionais da comunicação, que saem de suas casas para colocar a missa no ar. Mas, sobretudo, a Deus, que nos permitiu viver esse momento a fim de que nos tornemos pessoas melhores.

família, meus colegas de trabalho. A vida estressante, dentro da casa, é, talvez, o menor dos problemas que estamos enfrentando. Todos sabem que isso vai passar, mas a pergunta é: quando isso vai passar e como chegaremos lá? A hora, porém, não é de reclamar, mas de

IVENS COIMBRA BRANDÃO Engenheiro civil e escritor (ivenscb@oi.com.br; ivenscb@gmail.com)

ENCONTRO FRATERNO

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e consultada a Bíblia, logo no início do Livro do Gênesis, encontramos a proposta do mal, induzindo Adão e Eva a desobedecerem a recomendação de Deus, sob a promessa de que se tornariam ‘como deuses’ (cf. Gn 3, 5). Tomando-se o Catecismo da Igreja Católica (CIC), encontramos explicitado, que o pecado original foi a desobediência, atitude que leva à

A desobediência do homem versus o invisível soberba. CIC §397-98). As realidades do mundo de hoje nos mostram que vem acontecendo uma verdadeira onda de ateísmo, atingindo em especial os jovens, em geral, que abdicam da existência do verdadeiro Deus, passando a eleger vários ‘deuses’, criando verdades relativas de acordo com as suas

O

lá, meu irmão e minha irmã. Em plena Quaresma somos surpreendidos por uma pandemia e isso tem afetado a vida em geral incluindo nossa vida religiosa. As funções as atividades catequéticas e pastorais foram suspensas. Também as funções religiosas foram afetadas: Missas, Batismos, Confissões suspensos. Vale recordar que em situações normais teríamos aquela bela movimentação nas paróquias em prol dos mutirões de confissões, a Via Sacra estaria sendo rezada em cada paróquia e comunidade, as procissões (Senhor Morto, Encontro) estariam sendo organizadas. A tradicional Procissão do Fogaréu (Goiás) com 275

conveniências. Tudo indica que vêem sendo influenciados por profissionais da educação, em especial os do ensino médio, ao invocarem ideologias centradas no ateísmo, como o iluminismo francês e o socialismo marxista. É o pecado original, hoje travestido de uma falsa liberdade. A soberba que se apo-

derou de Adão e Eva, continua a fascinar, levando homens e mulheres a se portarem ‘como deuses’. Protegidos por órgãos colegiados, decidem sobre a prática do aborto, sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo, insurgindo até mesmo sobre a formação das crianças nas escolas, acatando a ‘ideologia

ainda não conseguiram conter a brutal ameaça que vem ceifando milhares de vidas. Ou seja, aqueles que se julgam supremos, poderosos, capitulam diante do inimigo invisível. Ao celebrarmos a Páscoa do Senhor, reconheçamos que somos criaturas, submissos ao Criador, crendo em Jesus Cristo como a única Verdade (cf. Jo 14, 6).

de gênero’. Por vezes, o desvario os leva a proclamar: ‘Sou supremo’. No âmbito internacional, enquanto líderes de poderosas nações são capazes de, com um simples telefonema, incendiar o mundo, um ser invisível coloca a todos de joelhos. Assim, enquanto nações disputam a supremacia,

PROF. RICARDINO LASSADIER

havendo celebração eucarística a Igreja recomenda a realização da Liturgia da Palavra ou um tempo dedicado a oração (cf. CIC, 2183), que pode ser o Santo Terço diante de um oratório, em casa. Somado a essas opções temos a possibilidade de acompanhar a Santa Missa pela TV. Porém, não se deve acompanhar a Missa como se estivesse assistindo um filme. Deve-se cultivar espírito de devoção e respeito. Esses são algumas alternativas para mantermos a espiritualidade “aquecida” rumo à Páscoa de Nosso Senhor. Sigamos em frente pensando com a Igreja, servindo a Verdade. Fique com Nossa Senhora e São José.

Especialista em Filosofia e Especialista em Teologia

SERVINDO À VERDADE

Para mantermos a espiritualidade aquecida anos de tradição foi cancelada. Como Será (caso aconteça), o Sermão das Sete Palavras em nossa Arquidiocese? Diante desse quadro o que devemos fazer para nos mantermos numa tensão espiritualmente positiva rumo à Páscoa? Antes de qualquer coisa – eu refletia – é um modo de presentificação do deserto quaresmal. Somos chamados a uma atitude de retirantes. O Papa Francisco nos

disse: “A Quaresma é o tempo propicio para abrir espaço à Palavra de Deus. É o tempo para desligar a TV e abrir a Bíblia. É o tempo para desconectar do celular e se conectar com o Evangelho”. Sobre a impossibilidade de confessar? O Santo Padre, em homilia (20/03/2020): “Se não encontras um sacerdote para confessar fale a Deus. Ele é teu Pai, e diga a Ele a verdade: ‘Senhor, aprontei isso, isso... Perdoa-me’. E

peça perdão a Ele de todo o coração com um ato de contrição. Em seguida deve prometer a Deus: ‘Depois vou me confessar, mas me perdoa agora’. E imediatamente voltarás a Graça de Deus. Tu mesmo podes aproximar-te – como nos ensina o Catecismo – ao perdão de Deus se não tem à mão um sacerdote. Mas pensem um momento. E este é o momento oportuno. Um ato de contrição bem feito e assim nossa alma se tor-

nará branca como a neve”. O Papa se refere ao Ato de Contrição (cf. CIC, 145152). Ele denominou de “confissão espiritual”. Mas isso não significa a desvalorização do Sacramento ou dispensa do Sacramento, pois devemos assumir o compromisso de confessar o mais breve possível. E na impossibilidade de realizarmos o preceito dominical? Ora, o preceito dominical é o primeiro mandamento da Igreja (cf. CIC, 2042), porém, não

VOZ DE NAZARÉ: alterações no semanário arquidiocesano Prezados leitores, a partir destra edição estamos com alterações no Jornal Voz de Nazaré. Face à rotina modificada em todo o país e no mundo p e - rante a pandemia pelo corona vírus, a circulação de nosso jornal está comprometida, limitando a chegada

Fundado em 5 de julho de 1913 FUNDADOR Pe. Florence Dubois, barnabita

ARQUIDIOCESE DE BELÉM-PARÁ

PRESIDENTE Dom Alberto Taveira Corrêa Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará VICE-PRESIDENTE Antônio de Assis Ribeiro Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belém do Pará

dos exemplares nas nossas comunidades diocesanas. Entretanto, a sua leitura está garantida de maneira digital. Basta você acessar o site oficial da Fundação Nazaré de Comunicação (www.fundacaonazare. com.br). Clicar na aba “Voz de Nazaré”, e em seguida, “Voz Digital”. Dessa forma, você poderá fazer a leitura virtual do jornal por meio da plataforma Issu.

DIRETOR GERAL Padre Roberto Emílio Cavalli Junior DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO Marcos Aurélio de Oliveira DIRETOR DE COMUNICAÇÃO Mário Jorge Alves da Silva DIRETOR DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS Kleber Costa Vieira

Você também pode acompanhar o jornal pela página da Rede Nazaré de Comunicação no Facebook:/ FNCBelem. Através dessa rede social, você pode ficar por dentro de todas as notícias veiculadas no jornal, da mesma maneira que as recebe no exemplar impresso. Contando com a compreensão de todos, seguimos evangelizando em unidade e oração. Boa leitura, caríssimos irmãos!

COORDENAÇÃO Bernadete Costa (DRT 1326) CONSELHO DE PROGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO Padre Agostinho Filho de Souza Cruz Cônego Cláudio de Souza Barradas Alan Monteiro da Silva EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Sérgio Santos (DRT/PA 579) Assinaturas, distribuição, administração e redação Av. Gov. José Malcher, Ed. Paulo VI, 915 CEP: 66055-260

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- Nazaré, Belém - PA Tel.: (91) 4006-9200/ 4006-9209. Fax: (91) 4006-9227 Redação: (91) 4006-9200/ 4006-9238/ 4006-9239/ 4006-9244/ 4006-9245 Site: www.fundacaonazare.com.br E-mail: voz@fundacaonazare.com.br Um veículo da Fundação Nazaré de Comunicação CNPJ nº 83.369.470/0001-54 Impresso no parque gráfico de O Liberal

FUNDAÇÃO NAZARÉ DE COMUNICAÇÃO


ARCEBISPO

BELÉM, DE 27 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2020

DOM ALBERTO TAVEIRA CORRÊA

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Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará

CONVERSA COM MEU POVO

É

comum a exigência do direito de ir e vir, da parte de tantas pessoas, no conjunto da sociedade. De repente, somos constrangidos, pela situação alarmante de risco à saúde de todo o planeta, a nos recolhermos em nossas casas. Parece que este direito, considerado tão importante, nos foi tirado! É bom refletir sobre tal situação, quando nossas cidades de repente ficam vazias e silenciosas, com as famílias procurando o que fazer e como administrar o tempo das crianças, agora em casa dia e noite! Na Igreja há homens e mulheres que, por amor a Deus e a humanidade, escolheram a vida contemplativa nas muitas clausuras religiosas existentes, inclusive em nossa Arquidiocese. Quem vai ao

O isolamento social que é agora pedido redundará em bem para todos Carmelo, no município de Benevides, encontra irmãs jovens e outras menos jovens, todas sorridentes, felizes com a opção feita, atentas e orantes pela Igreja e pelo mundo, dispostas a atender as pessoas que a elas se dirigem, realizadas por terem feito uma escolha daquilo que foi a melhor parte, seguir o Senhor (Cf. Lc 10,38-42), tornar-se discípula, ser para-raios de oração em benefício da humanidade. Talvez alguém diga que vivem reclusas, mas não é verdade! Vivem em plena realização comunitária e religiosa! Jesus passou por uma trama de conspirações que o conduziram a ser preso e condenado à morte. Mesmo an-

O DIREITO de ir e vir

DIVULGAÇÃO

n"TODO aquele que é da verdade escuta a minha voz"

tes de ser apresentado às autoridades que decretaram sua condenação, o Senhor “virou o jogo”, demonstrando a realização do plano de amor do Pai acontecendo em sua vida: “É por isso que o Pai me ama: porque dou a minha vida. E assim, eu a recebo de novo. Ninguém me tira a vida, mas eu a dou por própria vontade. Eu tenho poder de dá-la, como tenho poder de recebê-la de novo. Tal é o encargo que recebi do meu Pai” (Jo 10,17-18). Mais adiante, apresentado a Pilatos, este “entrou, no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: ‘Tu és o Rei dos Judeus?’ Jesus respondeu: ‘Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te disseram isso de mim?’ Pilatos respondeu: Teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?’ Jesus respondeu: ‘O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, o meu reino não é daqui’. Pilatos disse: ‘Então, tu és rei?” Je-

sus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz’” (Cf. Jo 18,33-37). Aquele que primeiro era réu se transforma no verdadeiro juiz da história! Tudo muda, quando se decide a amar e entregar livremente a própria vida. A história da Igreja está repleta de situações nas quais acontece uma reviravolta do negativo para o positivo. E sabemos bem que a última palavra da história não será pronunciada pelo poder do mal, mas por Deus! Também as diversas calamidades pelas quais passou a humanidade foram superadas, como será superado, é o que esperamos, confiando em Deus, o quadro preocupante em que nos encontramos. É bom recordar que todas as medidas tomadas pelas autoridades sanitárias e governativas têm como fundamento o bem comum, o que pede nossa adesão plena e obediência estrita. O isolamento social que é

agora pedido redundará em bem para todos. Nenhum de nós queira se contrapor a tais medidas, sob pena de consequências drásticas para a saúde e a vida de todos. Trata-se de uma guerra contra um vírus, a ser vencida com a participação de todos! Como “virar o jogo”? Sem nos sentirmos constrangidos a ficar em casa, tomemos posse de tal situação, não permitindo que nos seja roubado o direito de ir e vir, mas vivendo bem as limitações impostas, com toda razão, por quem de direito. Que tal aproveitar o fato de as famílias terem mais tempo com os filhos, quando o ritmo frenético de trabalho e outras atividades fazem os pais terem pouco tempo com as crianças? E este pode ser um tempo privilegiado para valorizar as relações familiares, o diálogo, a oração, a leitura orante da Palavra de Deus, a lembrança da história familiar. Há quanto tempo sua família não faz uma oração em comum? Aquelas que o fazem, sabem os efeitos maravilhosos

da oração! Surge nestes dias no Setor Juventude da Arquidiocese de Belém, e que pode servir para todas as idades, uma proposta da experiência da caridade: elaboração de propostas virtuais de integração e solidariedade, pistas de ação de incentivo aos jovens neste tempo de ausência de aulas e de trabalho, atenção aos mais idosos e enfermos, propor através das redes sociais atividades lúdicas e pedagógicas para as crianças, manifestar atenção, mesmo à distância, aos atingidos pelo Covid-19, que esperam apoio, compaixão e gentileza, promover uma comunidade conectada, telefonar aos parentes, amigos e vizinhos, criar momentos de oração através dos meios de comunicação, sugerir bons filmes, fazer atividades físicas em casa. Não é menos importante o controle da ansiedade, evitando hiper informação. E se as pessoas tiverem medo, lembrem-se de outros momentos difíceis já superados. Além disso, é ato de caridade e de serviço

ao próximo que procuremos estar bem, pois nossa alegria e serenidade poderão contagiar positivamente mais do que o vírus! Confiemos nossas intenções a Nossa Senhora, com oração proposta pelo Papa Francisco: “Ó Maria, vós sempre brilhais em nosso caminho como sinal de salvação e esperança. Nós nos entregamos a vós, Saúde dos Enfermos, que na Cruz fostes associada à dor de Jesus, mantendo firme a vossa fé. Vós sabeis do que precisamos e temos a certeza de que garantireis, como em Caná da Galileia, que a alegria e a celebração possam retornar após este momento de provação. Ajudai-nos, Mãe do Divino Amor, a nos conformarmos com a vontade do Pai e a fazer o que Jesus nos disser. Ele que tomou sobre si nossos sofrimentos e tomou sobre si nossas dores para nos levar, através da Cruz, à alegria da Ressurreição. À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó virgem gloriosa e bendita. Amém”.

Esperamos, confiando em Deus

E este pode ser um tempo privilegiado para valorizar as relações familiares, o diálogo, a oração, a leitura da Palavra de Deus


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IGREJA

BELÉM, DE 27 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2020

Um paulista PARAENSE (III)

V

DIVULGAÇÃO

oltando ao segundo filme de longa-metragem de Líbero Luxardo, “Marajó: barreira do mar”, rodado em 1964, sobre o qual comecei a escrever em nossa edição passada: nele havia uma cena em que Lenira Guimarães, menina dos olhos de Líbero, deveria chorar e, não sabendo como, perguntou-me o que fazer para consegui-lo. Minha resposta: deixa comigo. Chegado o momento da filmagem, enquanto os técnicos preparavam seus instrumentos, chamei-a à parte, distrai-a e amassei

Mal chegamos à fazenda, Líbero mandou-me montar e cavalgar para treinar uma casca de laranja olhos adentro, com o que, sem querer, olha as lágrimas! Terminada a filmagem nesse dia, Líbero me falou: - Viu, Cláudio, como a Lenira chorou pra valer em cena? E ainda há quem diga, está-se a ver que injustamente, que ela não tem sensibilidade. E eu, cá com meus botões, rindo por dentro desbragadamente: - Só que a sensibilidade dela estava, pelo menos naquele momento, nas cascas de laranja. Em outra cena, ela aparece dentro de um lamaçal, enroscada numa jibóia.

Para me exercitar, em vez de me dirigir ao local da filmagem na carroça em que viria toda a equipe, fui antes andando. Míope como sou, - estava sem os óculos - passei por cima da tal jibóia atravessada na estrada, pensando que ela fosse o tronco de uma árvore. Ao passar por ela, a carroça atropelou-a matando-a. E ela foi aproveitada para a cena minutos depois. Assim, a cobra na qual Lenira estava enroscada e com a qual lutava tentando se

desvencilhar era uma cobra mortinha da silva. Mal chegamos à fazenda, Líbero mandou-me montar e cavalgar para treinar, pois a primeira cena a ser filmada seria o Raimundo, meu personagem, cavalgando-a à procura do gado. Tendo sabido que eu sempre tive pavor de cavalo, a caboclada marajoara, que adora se divertir à custa de quem é de Belém, trouxe-me um cavalo meio brabo que, tão logo me ajudaram a montá-lo, pois sozinho mais quando, desem-

bestou, atirando-me longe, ai meu bumbunzinho. Ao que eles na gozação: pra esse um aí só mesmo a égua oito. Ela era cega de um olho, tão mansinha que os vaqueiros costumavam só montar nela. A cena inicial, em que eu deveria cavalgá-la a galope, nem foi ela, nem fui eu, mas sim um outro cavalo e um caboclo do meu tope, com minha camisa de vaqueiro (depois olha o mau-cheiro) tudo filmado de longe e contra a luz. Personagens e seus in-

PADRE ROMEU FERREIRA Formado em Exegese pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (romeufsilva@gmail.com)

térpretes: Doutor Ernani, cientista interessado em descobrir antiguidades dos povos do Marajó: Luiz Mazzei, um dos atores vindos dos sules. Gringo, empregado do Doutor Ernani: Milton Vilar, também trazido das bandas de lá. Roberto, administrador da fazenda: Eduardo Abdelnor. Raimundo, cabloco ajudante de Roberto: Cláudio Barradas. Cecília, professorinha, namorado de Roberto: Lenira Guimarães. Tetê, moradora da casa grande: Maria Gracinda, vinda, salvo engano, do Rio de Janeiro, aparentada do Líbero. Marilda, também moradora da casa grande, por quem o caboclo Raimundo tinha uma queda: Zélia Porpino. Figurantes: alguns vaqueiros, os empregados da fazenda que moravam todos lá mesmo. Para terminar: a sinopse do filme, de autoria não sei de quem: Chega à fazenda Marajoara (a fazenda Livramento) no Marajó, o Doutor Ernani, cientista interessado na cerâmica dos antigos habitantes da ilha acompanhado de Gringo, seu empregado, para fazer pesquisas. Sua presença altera a rotina da Casa Grande, onde Tetê impõe seu estilo irreverente e Marilda vive em seu mundo de ilusões infantis. Ajudado pela professora Cecília, sua namorada, Roberto, administrador da fazenda, procura cercar o recém chegado de todo o conforto possível. Lá um dia, casualmente, Roberto encontra um muiraquitã, talismã do

amor e da felicidade, ao mesmo tempo em que há um atrito entre Gringo e Raimundo, que acabam se engalfinhando. Roberto corre a apartá-los e humilha Gringo na frente dos empregados da fazenda. Gringo jura vingança e tenta furtar o talismã de Roberto. Quando este sai pelos campos em busca do lendário búfalo das dunas que traz sofrimento e morte aos vaqueiros, Gringo atrai Cecília e tenta seduzi-la. Ao reagir, ela cai num lodaçal, sendo atacada por uma cobra. Ouvindo-lhe os gritos, Roberto apressa-se a salvála e, em seguida, parte atrás de Gringo, impingindo-lhe o merecido castigo. Não sei se o filme ainda existe ou se sua cópia se perdeu. Caso exista, deve fazer parte do acervo do Museu da Imagem e do Som. Por hoje é tudo. Cuidado com o coronavírus, minha gente. Shalom!

Segundo filme de longa-metragem de Líbero Luxardo

Não sei se o filme ainda existe ou se sua cópia se perdeu. Caso exista, deve fazer parte do acervo do Museu da Imagem e do Som

LITURGIA

HOMILIA DOMINICAL A) Texto: Jo 11,1-45 1

Havia um doente, Lázaro, de Betânia, o povoado de Maria e de Marta, sua irmã. 2Maria era aquela que ungira o Senhor com perfume e enxugara os pés dele com seus cabelos. O irmão dela, Lázaro, é que estava doente. 3As irmãs mandaram... dizer a Jesus: “Senhor, aquele que amas está doente”. 4...Jesus disse: “Esta doença não leva à morte; ela serve para... para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”. 5Jesus era muito amigo de Marta, de sua irmã Maria e de Lázaro. 6... Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde se encontrava. 7 ... disse aos discípulos: “Vamos de novo à Judeia”. 8Os discípulos ... : “Mestre, ainda há pouco os judeus queriam apedrejar-te, e agora vais outra vez para lá?” 9Jesus respondeu: “O dia não tem

doze horas? Se alguém caminha de dia, não tropeça... 10-11 Depois acrescentou: “O nosso amigo Lázaro dorme. Mas eu vou acordá-lo”. 12-14 Então Jesus disse abertamente: “Lázaro está morto. 15 Mas, por causa de vós, alegro-me por não ter estado lá, para que creais...” 16-20 Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa. 21... Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. 22 Mas mesmo assim,... o que pedires a Deus, ele to concederá”. 23 Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. 24 Disse Marta: “Eu sei... na ressurreição, no último dia”. 25 ... Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida... 26...Crês isto?” 27 ... ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que deve vir

ao mundo”. 28 Depois... ela foi chamar a sua irmã Maria, dizendo baixinho: “O mestre está ai e te chama”. 29 ...Maria ouviu isso, ... e foi ao encontro de Jesus. 30-32 ...caiu de joelhos diante dele e disse-lhe: “Senhor, se tivesses estado aqui, o meu irmão não teria morrido”. 33 Quando Jesus a viu chorar... 35 Jesus chorou. 36-39 Disse Jesus: “Tirai a pedra!” Marta...interveio: “Senhor, já cheira mal. Está morto há quatro dias”. 40 Jesus lhe respondeu: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” 41-43 Tendo dito isso, exclamou com voz forte: “Lázaro, vem para fora!” 44 O morto saiu... Jesus lhes disse: “Desatai-o e deixai-o caminhar!” 45 ...muitos judeus...e viram o que Jesus fizera creram nele. B) COMENTÁRIO

O tema principal é a fé

na pessoa de Jesus: “alegro-me por não ter estado lá, para que creais” (v 15); “Eu sou a ressurreição e a vida...Crês isto?” (v 27); “Sim Senhor, eu creio...” (v 27); “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?” (v 40); e conclui o texto: “viram o que Jesus fizera creram nele” (v 45). A confiança em Jesus é asseverada por ambas as irmãs de Lázaro: “Senhor, se tivesses estado aqui, o meu irmão não teria morrido” (v 21.32). E continua: Mas mesmo assim, o que pedires a Deus, ele to concederá (v 22). O pedido de Jesus a Deus; a fé em Jesus ultrapassa a realidade e o poder da morte! (v 40 ): Jesus é mais forte que a morte! A morte para Jesus é um simples sono. O poder de sua voz livra seu amigo e amigos das amarras da morte. Para tal, muitos e todos devemos crer nele (v 45), pois fomos libertos!

n 27/03 - SEXTA Cor: Roxo 1ª Leitura - Sb 2,1a.12-22 Salmo - Sl 33, 17-18. 19-20. 2l.23 Evangelho - Jo 7,1-2.10.25-30 n 28/03 - SÁBADO Cor: Roxo 1ª Leitura - Jr 11,18-20 Salmo - Sl 7, 2-3. 9bc-10. 11-12 Evangelho - Jo 7,40-53 n 29/03 - DOMINGO Cor: Roxo 1ª Leitura - Ez 37,12-14 Salmo - Sl 129, 1-2.3-4ab.5-6.7-8 2ª Leitura - Rm 8,8-11 Evangelho - Jo 11,1-45 n 30/03 - SEGUNDA Cor: Roxo 1ª Leitura - Dn 13,1-9.15-17.

19-30.33-62 Salmo - Sl 22, 1-3a. 3b-4. 5. 6 Evangelho - Jo 8,1-11 n 31/03 - TERÇA Cor: Roxo 1ª Leitura - Nm 21,4-9 Salmo - Sl 101, 2-3. 16-18. 19-21 Evangelho - Jo 8,21-30 n 01/04 - QUARTA Cor: Roxo 1ª Leitura - Dn 3,14-20.24. 49a.91-92.95 Salmo - Dn 3, 52. 53. 54. 55. 56 Evangelho - Jo 8,31-42 n 02/04 - QUINTA Cor: Roxo 1ª Leitura - Gn 17,3-9 Salmo - Sl 104, 4-5. 6-7. 8-9 Evangelho - Jo 8,51-59


5 BELÉM, DE 27 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2020

SETORJUVENTUDE

DOM ANTÔNIO DE ASSIS RIBEIRO Bispo Auxiliar de Belém (domantoniodeassis@arqbelem.org)

MUNDO JUVENIL E A FÉ CRISTÃ INTRODUÇÃO

O

mundo todo está vivendo um dos mais dramáticos efeitos da globalização: o ataque “covid-19”. Num mundo caracterizado por uma hiper-relacionalidade, não existe fronteiras absolutas para as culturas, ideias, estilos de vida, intercâmbios de bens e, também de males. Nenhum país é uma ilha! Vivemos hoje numa teia de relações globais. A “crise covid-19”, não está só assustando a humanidade por causa da sua proporção mundial, mas também porque está exigindo da mesma uma conversão profunda das relações

EM TEMPOS DE CRISE, GRANDES LIÇÕES: a dimensão socioafetiva e moral (parte 1)

das pessoas entre si, com o universo dos bens, com Deus e com a natureza. Dada a gravidade dessa doença com forte impacto sanitário, psicológico, econômico, político, científico, cultural, moral e religioso somos convidados a aproveitar essa oportunidade para muitas reflexões e lições de vida. Sim, somos convidados todos à reflexão sobre a nossa identidade, atitudes, comportamento e a assunção de compromisso sobre a qualidade do nosso universo de relacionamentos.

os países, uma das primeiras reflexões que brilha em nossa mente é aquela sobre a identidade humana. Afinal quem é o ser humano? Por que agora estamos acuados diante de um microrganismo? Por que a humanidade se sente por ele ameaçada e apavorada? Afirmou o filósofo Blaise Pascal: “O ser humano é um amontoado de grandezas e misérias”. De fato, somos todos cheios de potencialidades, conhecimentos, virtudes, desejos, sonhos, ideias, projetos, mas também nunca devemos esquecer que somos portadores do germe indestrutível da nossa criaturalidade. Quando a condição de criatura é esquecida pela humanidade, ela cai na tentação da autossuficiência e da prepotência. A covid-19 está convidando a humanidade a repensar a própria identidade. A crise de identidade é a mais profunda das crises. O coronavírus, um micróbio, de tamanho insignificante, nos convida a pensar nas nossas origens, na nossa pequenez, na nossa condição de carentes e frágeis. Por isso nos obriga a repensar todas as nossas formas de orgulho e prepotência científica, econômica, política, cultural. No livro do Apocalipse, aquele que vivia se ostentando com uma falsa identidade, que se ufanava de ser rico, poderoso e autossuficiente, recebe uma terrível reprimenda divina: “na verdade, és um desgraçado, miserável, pobre, cego e nu” (Ap 3,17).

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O exercício da sociabilidade e da afetividade deveriam sempre caracterizar as relações humanas

A grandeza humana prostrada ! Diante do medo, sofrimento e mortes em muitos

A quarentena familiar Outro significativo ponto de reflexão que devemos

fazer que brota da força do coronavírus, diz respeito às relações humanas. Por vocação o ser humano é socio-afetivo. O exercício da sociabilidade e da afetividade deveriam sempre caracterizar as relações humanas. Todavia, a atual doença nos impõe o duro exercício da “distância social” e, apesar disso, a estar todos em casa, em família, juntos, reunidos! A quarentena em família é um exercício quaresmal, uma vez que as relações familiares se tornaram profundamente líquidas, voláteis e evasivas, neste tempo doloroso somos convidados a revalorizar o estar juntos em família. A fragilidade das relações familiares não está no fator econômico, mas exatamente na dimensão socioafetiva. A frase que mais se repete por todos os lados nestas semanas é “fique em casa”. O ambiente familiar tornou-se a base da preservação da saúde e, consequentemente, do bem-estar social. O coronavírus veio acusar o mal da dispersão da família e proclamar para toda a humanidade que o lar é o nosso porto seguro. Quantas vezes você esteve com sua família perambulando, passeando ou se divertindo por diversos lugares, mas pouco conviveu? Não basta estar juntos ocasionalmente, é importante a convivência, a sensibilidade, o diálogo, a solidariedade, o senso de corresponsabilidade familiar. É exatamente essa experiência que muitas famílias estão experimentando atualmente. Não sabemos até

quando vai durar, mas vale a pena considerar o fato que diversas experiências, mesmo que se forçadas, estão reacendendo a beleza das relações familiares tais como, o encurtamento das distâncias entre as gerações (os mais jovens se tornando mais sensíveis aos idosos), os pais cumprindo o dever do acompanhamento do estudo de seus filhos e programando com eles atividades educativas; pais tomando a consciência da necessidade de impor uma programação interna na família definindo uma rotina para usufruírem da convivência e ainda a necessidade da manutenção da privacidade da família. Agora é perigoso deixar entrar qualquer um em nossa casa, porque pode estar contaminado. Quantas vezes as nossas famílias, com suas crianças, foram contaminadas e até envenenadas pelos vírus da imoralidade, da preguiça, da fuga da responsabilidade, bactérias do vício e fungos dos maus costumes que corroem a beleza da harmonia da família! O coronavírus nos impõe a retomada do preceito de Jesus: “vocês são todos irmãos” (Mt 23,8). Por isso devemos cuidar uns dos outros!

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A bondade do coração humano Outra dimensão de fundamental importância da crise covid-19 a qual somos chamados a refletir é aquela de caráter moral. A dimensão moral diz respeito à qualidade das nossas escolhas, atitudes e comportamento. Na adversidade das circunstân-

cias o nosso caráter é provado, as nossas virtudes ou defeitos são evidenciados; isso tanto em nível pessoal quanto comunitário. Em meio aos dramas é maravilhoso observarmos, por todos os lados, entre pessoas, instituições, empresas e países as mais variadas atitudes de solidariedade e compaixão. A boa samaritanidade é um natural desejo do coração humano! Recordemos alguns desses gestos de gratuidade que os noticiários já evidenciaram: o voluntariado de profissionais da área da saúde, psicólogos, defesa civil; jovens que se disponibilizam a fazer compras para idosos; professores colocando seus conhecimentos a serviços de estudantes, artistas promovendo shows pelas redes sociais etc. Países ajudando a outros com seus recursos técnicos, científicos e humanos. A humanidade é maravilhosa! Mas é bem verdade, nem todos percebem o tempo de penúria como oportunidade para se fazer o bem e crescer. Eis a ambiguidade do comportamento humano! A miséria humana também tem se manifestado de muitas formas: atitudes de egoísmo na compra de mercadorias (álcool gel, remédios, máscaras...), charlatanismo terapêutico, atentados contra a economia popular, desvios de recursos, populismo, falsas informações. Também faz parte da dimensão moral, por exemplo, a ignorância geradora da atitude de negligência no cuidado com a saúde pessoal e familiar, o descaso diante dos apelos das autoridades civis e sa-

FAMÍLIAS em conversa, celulares recolhidos! Em tempos de recolhimento pelo necessário isolamento social, devido à pandemia do corona vírus, a Igreja volta a sua atenção para a Igreja doméstica, assentada na casa de cada um, onde agora, pelas determinações das autoridades civis, todas as pessoas são instadas a permanecer em casa, o que propicia o contato mais próximo entre todos.

Recordamos um pedido do Papa Francisco, feito na sua oração do Angelus de 2019, na festa da Sagrada Família: as famílias devem retomar a comunicação dentro do lar, recolhendo o celular durante as refeições. Àquela ocasião, como agora, o Pontífice convocou os fiéis a melhorar a comunicação dentro de casa. Ele sugeriu que a família moderna siga o exemplo dos persona-

gens bíblicos Jesus, Maria e José, que se ajudavam mutuamente. “Você, em tua família, sabe se comunicar, ou é como aqueles jovens na mesa, cada um com o telefone celular, [que] estão [trocando mensagens] em chats? Naquela mesa parece um silêncio, como se estivessem na missa, mas não se comunicam. Devemos retomar a comunicação em família: os pais, os

pais com os filhos, com os avós, mas comunicarse, com os irmãos, entre eles. Essa é uma tarefa a ser feita hoje, precisamente”, conclamou. “Que a Sagrada Família possa ser modelo para nossas famílias, para que pais e filhos se apoiem mutuamente na adesão ao Evangelho, fundamento da santidade da família”, acrescenta o Papa, pedindo ao povo de Deus

que tenha como modelo a família de Jesus. Em 2017, o Papa havia criticado o uso de ce-

nitárias, a desatenção para com a questão preventiva, imprudência e indisciplina social. Todavia, na luta entre o bem e o mal, o Bem sempre é o vencedor, pois Deus é o bem supremo. Certo, porém, é que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (cf. Rm 8,28), porque sempre são otimistas e procuram apegar-se a promover o bem onde só parece haver desgraça! PARA A REFLEXÃO PESSOAL: Você concorda que a atual crise provocada pela covid-19 é uma oportunidade para a humanidade evoluir? Quais são as experiências mais significativas da quarentena familiar? Quais fragilidades e grandezas humanas você tem percebido nestes dias em nível pessoal e social?

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Conversão profunda das relações

A fragilidade das relações familiares não está no fator econômico, mas exatamente na dimensão socioafetiva lulares durante a Missa. Naquela ocasião, ele disse sentir-se triste quando fiéis e até bispos levantam o aparelho para fotografarem durante as celebrações religiosas. DIVULGAÇÃO


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FUNDAÇÃO NAZARÉ

BELÉM, DE 27 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2020

RÁDIO NAZARÉ

FAMÍLIA NAZARÉ

Missa pela FAMÍLIA Nazaré pela TV SEM encontro presencial, a celebração será pela TV Nazaré

A Rede Nazaré de Televisão transmitirá ao vivo a Missa pela Família Nazaré dia 3, primeira sextafeira do mês de abril. Assim, a Arquidiocese de Belém mantém o com-

promisso mensal de gratidão a Deus pelos benfeitores que fielmente ajudam a Fundação Nazaré de Comunicação. Devido à pandemia, a Missa não terá a presença dos fiéis na capela da Fundação Nazaré, assim como estará ausente o Movimento Arquidiocesano Terços dos Homens Mãe Rainha (MTHMR).

O Terço Mariano antes da celebração será exibida de forma gravada. Depois, às 15h, o cônego Sebastião Fialho presidirá a Missa. Benfeitor, sintonize a TV Nazaré no canal 30 (ou na sintonia da sua cidade) e continue nos ajudando. Graças a você nossas mídias seguem fazendo a evangelização arquidiocesana de Belém.

FM 91 .3 MHZ

n RÁDIO: ALTERAÇÃO NO RETIRO POPULAR Durante o período de contenção da pandemia pelo corona vírus, a Rádio Nazaré FM está com a programação alterada. O Retiro Popular 2020,

a emissora transmite em cadeia com a Rede Nazaré de Televisão a Santa Missa, de segunda a sexta, às 12, sábado, às 12h e 18h; e domingo, às 10h e 12h.

TV NAZARÉ CANAL 30.1

n DOM ALBERTO NA TV: "TEMPO DE PAZ!" A Rede Nazaré de Televisão é o veículo pelo qual Dom Alberto Taveira Corrêa, tem buscado fortalecer o seu rebanho na Arquidiocese de Belém. Sintonize o canal 30 (ou

Agenda dos Bispos Acompanhe nossos Bispos pela Rede Nazaré de Comunicação. Em conformidade com as determinações das autoridades médico-sanitárias, nossos pastores também cumprem as recomendaçoes do isolamento social para todos neste momento difícil. Por isso, até que tudo volte à normalidade e as autoridades instruam novas medidas de prevenção segura em relação à pandemia, a evangelização na Arquidiocese de Belém segue sendo realizada com auxílio dos nossos veículos de Comunicação oficiais. Siga-nos! Assim, a Igreja de Belém permanece unida a Deus pela força da oração e pela comunhão espiritual.

apresentado diariamente, agora é em dois horários: 8h e 20h. Seguindo as recomendações do Ministério da Saúde, e orientações da Arquidiocese de Belém,

a sintonia da sua cidade) e acompanhe as reflexões do Arcebispo Metropolitano de Belém pedindo aos fiéis que busquem a unidade com Deus para obter a paz necssária para este

tempo de pandemia. O programa "Para um tempo de paz" vai ao ar às terças e quintas-feiras, às 13h e 20h, e aos sábados e domingos ao longo da programação.

PORTAL NAZARÉ WWW. FUNDACAONAZARE. COM.BR

n PANDEMIA E FÉ: A IGREJA DE BELÉM NO PORTAL Na página da Rede Nazaré de Comunicação no Facebook:/FNCBelem você participa das celebrações eucarísticas, às 12h. No Portal Nazaré (www.fundacaonazare.com.br) você encontra várias informações sobre a Arquidiocese de Belém durante a situação de pandemia pelo coronavírus no Brasil e no mundo. O Portal Nazaré leva a você a programa-

ção em tempo real da TV Nazaré (Acesse a aba “TV Nazaré” – “Ao Vivo”) e ligue-se aos momentos oracionais e missas transmitidos pela TV. Além da programação da TV, acompanhe também a Rádio Nazaré FM, em tempo real. Clique na aba “Rádio Nazaré”- “Ao Vivo”). Permanecemos juntos em oração!

NOSSOS ANIVERSARIANTES Glafira Dias Gomes Graciete Carneiro Miranda Huberth Nazareno da Silva Oliveira Vera Lúcia Calandrine Azevedo Tereza Santa Brígida Moura Amélia Moreira Cabeça Antonio Maria Moura Sobral Casal Benjamim Alhades Sobrinho e Maria José Andre Angelina de Jesus Vianna Joana Ferreira Santana Maria Elizabeth de Lima Simões Nilza de Souza Ferreira Nilza Ferreira Santa Brígida Célia Maria Santos Rebouças Jose Antenor de Carvalho Neto Maria de Fátima Paulo Teles Maria do Carmo de Oliveira Alcântara Sandra de Jesus Leal Corrêa Maria do Socorro Gonçalves Martins de Barros Jozimar Lacerda Gomes Rosa Helena de Sousa e Sousa Augusto Cesar Silva da Anunciação Filho João Duarte Moraes Eugenia Porpino de Oliveira Tereza Bentes do Rosário Maria do Carmo da Silva Ribeiro Helena Monteiro Guimarães Elizabeth Amador Alves Gaby Maria das Dores Felix de Oliveira Jose Otávio Alves Maia

Maria Rita da Luz Freitas Alessandra Conceição Miranda Vieira Professor Francisco Poeta Ricardo Augusto S. de Campos Márcia Regina Cavalcante Vasconcelos Flaviane Cristina Araujo Iago Andre Benjor da Silva Adelaide da Costa Moraes Maria de Fátima de Sousa Joaquim Barbosa Margalho Maria Eunice Rodrigues dos Santos Olga Mara Damasceno de Vasconcelos Isouda Costa de Oliveira Contente Claudia Pinheiro dos Santos Pedro Jose Duarte Neto Heitor Costa Magalhães Maria de Lourdes de Souza Melo Any Lobão de Souza Maria de Nazaré Espírito Santo Teixeira (In Memorian) José C Mata Fonseca Paula Lima Tavares Raimundo Posidônio Carrera da Mata Maria Raimunda Agostinha de Oliveira Dione Lopes Oliveira Francisco Thiago Silva Lima Gloria Azevedo Catharina Ribeiro Costa Maria do Socorro Martins Amorim Elza Maria de Sousa Rabelo Maria Catarina Alho da Silva

Maria Catharina Alho da Silva Maria da Conceição Viana da Silva Margarida de Nazaré Ferreira Joelcio da Trindade Machado Maria de Fátima Nobre Vieira Doralice Cunha Palheta Cassandra Romeiro Jean Carlos de Vasconcelos Wallena Dias C. da Silva

Araci Madeira Machado Francisco de Assis Torres Raimunda Cinira dos Passos Nunes Elza Lias Monteiro Matos Maria Celeste da Silva Lourency Gaia dos Santos Paróquia Jesus Bom Samaritano (Especial) Amanda Moura D Elielson Luiz Soares

n NATALÍCIO DE PADRES E DIÁCONOS 27/03 - Pe. Frei Jonas Matheus Sousa da Silva 28/03 - Diác. João da Silva Teixeira 28/03 - Diác. João da Silva Teixeira 29/03 - Pe. Ivan Luiz Chudzik Santos 29/03 - Pe. Odorico Raffin 29/03 - Diác. José Otávio Alves Maia 31/03 - Mons. Raimundo Possidônio Carrera da Mata 01/04 - Pe. José Reinaldo Ferreira Nascimento 01/04 - Diác. Francisco do Nascimento Lima 02/04 - Padre Frei Benedito Rôxo de Melo 02/04 - Pe. Arnaldo Sodré 02/04 - Cônego Sílvio da Silva Trindade n ORDENAÇÃO DE PADRES E DIÁCONOS 28/03 - Pe. Manoel Abraão Farias Pinto 30/03 - Padre Pedro Júnior Pereira Vila Nova 31/03 - Padre Jonas da Silva Teixeira


BELÉM, DE 27 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2020

CADERNO DOIS

SUSPENSAS MISSAS PÚBLICAS NA ARQUIDIOCESE DE BELÉM Arcebispo Metropolitano, Dom Alberto, faz novas recomendações FOTOS: DIVULGAÇÃO

D

nDOM ALBERTO durante celebração na Residência Episcopal

om Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano, fez novas recomendações ao povo de Deus na Arquidiocese de Belém, considerando as diversas medidas de prevenção sanitária adotadas por autoridades civis e sanitárias em todo o mundo para conter a pandemia pelo coronavírus, em especial as que afetam o Estado do Pará. Assim sendo, a Arquidiocese de Belém torna público que, por determinação do Arcebispo Dom Alberto Taveira Corrêa, todas as celebrações públicas da Santa Missa estão sus-

COMUNICADO OFICIAL

Dada a evolução tão ameaçadora de todas as questões ligadas ao Corona vírus, considero que não podemos mais adiar decisões. Assim, ficam suspensas todas as celebrações públicas da Santa Missa a partir do sábado, dia 21 de março. Nas paróquias em que for possível celebrações da Missa aos domingos, com a restrição de público estabelecida pelas autoridades municipais e estaduais, preferivelmente em lugar aberto, estas podem acontecer e sejam feitas de forma simples e concisa, considerando as sugestões feitas anteriormente. Ficam suspensas até nova orientação todas as reuniões e demais atividades, inclusive a catequese e encontros de pastorais, grupos e movimentos. Recomenda-se, vivamente, que os idosos permaneçam em suas casas e não se dirijam às igrejas de forma alguma.

pensas desde sábado, dia 21 de março. O Arcebispo comunica também que estão suspensas até nova orientação, todas as reuniões e demais atividades diocesanas, inclusive a catequese, e encontros de pastorais, grupos e movimentos. É enfática também a orientação de Dom Alberto para que idosos e pessoas de risco. “recomenda-se, vivamente, que permaneçam em suas casas e não se dirijam às igrejas de forma alguma”. Leia aqui, na íntegra:

Teremos três missas diárias transmitidas pela TV Nazaré, celebradas em local reservado. Todas as pessoas se sintam dispensadas do preceito dominical, podendo acompanhar pelos meios de comunicação. De acordo com a CNBB, as igrejas permaneçam abertas, limpas e arejadas, para a oração do povo de Deus. A Comunicação feita pela Santa Sé vale para toda a Igreja, e, portanto, para nossa Arquidiocese. Belém, 20 de março de 2020. DOM ALBERTO TAVEIRA CORRÊA

Arcebispo Metropolitano de Santa Maria de Belém do Pará

ORIENTAÇÕES PARA A SEMANA SANTA

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Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos da Santa Sé, no Vaticano, expediu comunicado em 19 de março, orientando a Igreja em todo mundo a como proceder na Semana

Santa. O protocolo enfatiza “no tempo difícil devido à pandemia, considerando impedimento para celebrar a liturgia comunitariamente na igreja”. Documento instrui a correta forma de celebrar festividades pascais.

DECRETO

EM TEMPO DE COVID-19

Prot. N.153/20 No tempo difícil que estamos a viver, devido à pandemia de Covid-19, considerando o caso de impedimento para celebrar a liturgia comunitariamente na igreja, tal como os bispos o têm indicado para os territórios de sua competência, chegaram a esta Congregação consultas relativas às próximas festividades pascais. 1 – Sobre a data da Páscoa - Coração do ano litúrgico, a Páscoa não é uma festa como as outras: celebrada no arco de três dias, o Tríduo Pascal, precedida pela Quaresma e coroada pelo Pentecostes, não pode ser transferida. 2 – A Missa crismal. Avaliando o caso concreto nos diversos países, o Bispo tem a faculdade de a adiar para data posterior. 3 – Indicações para o Tríduo Pascal Onde a autoridade civil e eclesial impôs restrições, atenda-se ao que se segue em relação ao Tríduo Pascal. Os Bispos darão indicações, de acordo com a Conferência Episcopal, para que na Igreja Catedral e nas Igrejas paroquiais, mesmo sem a participação dos fiéis, o bispo e os párocos celebrem os mistérios litúrgicos do Tríduo Pascal, avisando os fiéis da hora de início de modo a que se possam unir em oração nas respectivas habitações. Neste caso são uma ajuda os meios de comunicação telemática em direto, não gravada. A Conferência Episcopal e cada Diocese não deixem de oferecer subsídios para ajudar a oração familiar e pessoal. Em Quinta-Feira Santa, nas Igrejas catedrais e paroquiais, na medida da real possibilidade estabelecida por quem de direito, os sacerdotes da paróquia podem concelebrar a Missa na Ceia do Senhor; concede-se a título excepcional a todos os sacerdotes a faculdade de celebrar neste dia, em lugar adequado, a Missa sem o povo. O lava-pés, já facultativo, omite-se. No termo da Missa na Ceia do Senhor, omite-se a procissão e o Santíssimo Sacramento guarda-se no Sacrário. Os sa-

cerdotes que não tenham a possibilidade de celebrar a Missa, em vez dela rezarão as Vésperas (cf. Liturgia Horarum). Em Sexta-Feira Santa, nas igrejas catedrais e paroquiais, na medida da real possibilidade estabelecida por quem de direito, o Bispo/o pároco celebra a Paixão do Senhor. Na oração universal, o Bispo Diocesano terá o cuidado de estabelecer uma intenção especial pelos doentes, pelos defuntos e pelos doridos que sofreram alguma perda (cf. Missal Romano, pág. 253, n. 12). Domingo de Páscoa. A Vigília Pascal celebra-se apenas nas igrejas catedrais e paroquiais, na medida da real possibilidade estabelecida por quem de direito. Para o “Início da vigília ou Lucernário” omite-se o acender do fogo, acende-se o círio e, omitindo a procissão, segue-se o precónio pascal (Exsultet). Segue-se a “Liturgia da Palavra”. Para a “Liturgia batismal”, apenas se renovam as promessas batismais (cf. Missal Romano, pág. 320, n. 46). Segue-se a “Liturgia eucarística”. Aqueles que não podem de modo nenhum unir-se à Vigília Pascal celebrada na igreja, rezam o Ofício de Leituras indicado para o Domingo de Páscoa (cf. Liturgia Horarum). Para os mosteiros, os seminários e as comunidades religiosas, o Bispo diocesano decidirá. As expressões de piedade popular e as procissões que enriquecem os dias da Semana Santa e do Tríduo Pascal, a juízo do Bispo diocesano poderão ser transferidas para outros dias convenientes, por ex., 14 e 15 de setembro. De mandato Summi Pontificis pro hoc tantum anno 2020 [Por mandato do Sumo Pontífice apenas para este ano de 2020]. Sede da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, 19 de março de 2020, solenidade de São José, Padroeiro da Igreja Universal. ROBERT CARD. SARAH

Prefeito ARTHUR ROCHE Arcebispo Secretário


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IGREJA

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PRECEITO DOMINICAL e a comunhão espiritual SAGRADO rito litúrgico da Missa é afetado no cotidiano dos fiéis, mas é possível manter-se unido a Cristo DIVULGAÇÃO

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n LONGE da Missa presencial, a comunhão espiritual

omunicado oficial da Arquidiocese de Belém, de 20 de março, considerou suspender todas as celebrações públicas da Santa Missa a partir do sábado, dia 21 de março. A determinação dá-se em atenção à “evolução tão ameaçadora de todas as questões ligadas ao Corona vírus’, diz um trecho do documento. O comunicado arquidiocesano a ratifica a participação dos fiéis na Santa Missa, porém, neste período de pandemia, a comunhão deve ser feita de forma espiritual. A instrução do Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, reforça a participação dos fiéis por meio das celebrações transmitidas pela mídia, enfatizando o esforço da Fundação Nazaré de Comunicação neste momento tão especial na vida do povo de Deus. “Teremos três missas diárias transmitidas pela Rede Nazaré de Televisão, celebradas em local reservado”. O preceito dominical também é tema no comunicado. O Arcebispo Dom Alberto destaca que “todas as pessoas se sintam dispensadas do preceito dominical, podendo acompanhar pelos meios de comunicação”.

O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no coração da vida da Igreja. O domingo, dia em que por tradição apostólica se celebra o Mistério Pascal, deve ser guardado em toda a Igreja como dia de festa de preceito por excelência.” (CIC 2177). Portanto, o católico tem a obrigação de participar da celebração dominical. Mas, em que consiste esta celebração? O mesmo Catecismo segue ensinando: Porém, ainda segundo o Catecismo, “os fiéis são obrigados a participar da Eucaristia nos dias de preceito, a não ser por motivos muito sérios (por exemplo, uma doença, cuidado com bebês) ou se forem dispensados pelo próprio pastor. Aqueles que, deliberadamente, faltam a esta obrigação, cometem pecado grave”. (CIC 2181). Este é o caso atual que a sociedade vem enfrentando por causa do Coronavírus (Covid-19). A orientação é de que a participação na Celebração Eucarística seja por meio das mídias, sejam as redes de televisão católicas ou mesmo as redes sociais das dioceses e paróquias.

A IMPORTÂNCIA DA COMUNHÃO ESPIRITUAL

A comunhão espiritual é o caminho para as pessoas que não podem recebê-la sacramentalmente na Missa. A comunhão espiritual é um ato de desejo interior, consciencioso e sério, de receber a Sagrada Comunhão e, mais especificamente, de unirse ao Senhor. Ela pode ser feita por palavras ou pensamentos interiores, os quais nos levam a uma íntima união com Cristo, e Jesus não deixará de nos conceder Suas copiosas bênçãos. Nos dias de hoje, pode-se fazer, com frequência, a comunhão espiritual como desejo de maior união e intimidade com Deus ao longo dos dias da nossa vida. Ela é e pode ser o único meio de união e intimidade com Deus para quem, por exemplo, não guardou uma hora de jejum eucarístico, vive numa situação de irregularidade perante a Igreja ou pratica outra religião. A comunhão espiritual é o caminho para as pessoas que não podem receber o Corpo de Cristo sacramentalmente na Missa, “mas podem recebê-lo espiritualmente

na hora santa, ao entrar em uma igreja, quando estiver em casa ou no trabalho, ou nas situações de dificuldade pelas quais passa na vida. ‘Senhor, que de Vós jamais me aparte’ (Jo 6,35), pois “quem come deste pão viverá eternamente” (Jo 6,58). É bom cultivar o desejo da plena união com Cristo por meio da prática da comunhão espiritual, recordada por João Paulo II e recomendada por santos mestres de vida espiritual (SC,55). Uma visita ao Santíssimo Sacramento é uma boa oportunidade para fazer essa comunhão. “Os fiéis devem ser ajudados na compreensão mais profunda do valor da participação ao sacrifício de Cristo na Missa, da comunhão espiritual, da oração, da meditação da Palavra de Deus, das obras de caridade e de justiça” (cf. Congregação para a Doutrina da Fé, Carta aos Bispos, 1994, n.6). ORAÇÃO DE COMUNHÃO ESPIRITUAL

Pode ser difícil para quem está em casa em quarentena (ou até mesmo em um hospital) ir à Missa no domingo. Você deseja muito receber Jesus na Eucaristia, mas é fisicamente incapaz de assistir à Santa Missa. Aqui está uma breve oração que reflete esse desejo de se unir a Deus de uma maneira especial.

“Ó meu divino Jesus, quão grande é meu desejo de receber Vosso corpo sagrado! Entrai agora em minha alma, ao menos através de uma comunhão espiritual! Ó Jesus, meu divino Salvador, salvaime. Ó meu Deus, eu entrego minha alma em Vossas mãos, recebei-a no seio da Vossa misericórdia. Amém.”

PPI SUSPENDE VISITAS DOMICILIARES A Pastoral da Pessoa Idosa (PPI) informa que até segunda ordem e, de acordo com as recomendações das autoridades oficiais do Brasil na contenção da pandemia pelo corona vírus, estão suspensas as visitas domiciliares a pessoas idosas por parte do dos agentes da pastoral. Os idosos são o público de maior risco suscetível à contaminação pelo novo corona vírus, conforme as autoridades sanitárias. Também estão suspensas a s capacitações para líderes voluntários da pastoral. Inclusive as capacitações e oficinas já programadas serão reagendadas. Ir. Maria Lúcia Rodrigues, coordenadora nacional da PPI, pede aos idosos que evitem o estado de pânico. A religiosa ressalta que a atenção maior deve ser no sentido de evitar a exposição dos idosos a situações que os coloque em risco. Dom José Antonio Peruzzo, presidente nacional da Pastoral, pede cautela. A PPI atende 170 mil pessoas idosas em visitas domiciliares e recomenda que essa situação seja vista com muito cuidado, reforçando que esse público preserve-se ao máximo da exposição ao contágio durante a pandemia.

EMAÚS PEDE DOAÇÕES O Movimento de Emaús, presente na Arquidiocese de Belém há quase 50 anos, entidade que trabalha com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social faz um apelo para manutenção dos seus serviços. Pela situação atual de crise que o mundo enfrenta a instituição faz um apelo para um apoio solidário e financeiro de amigos e sócios do Movimento. Para angariar recursos, o Movimento de Emaús disponibilizou quatro canais bancários para depósitos. Banco do Brasil (Agência: 1686-1; conta-corrente: 735789-3); Banpará: (Agência 0024; contacorrente: 301121-6); Santander (Agência:3214; conta-corrente: 130002365); e Caixa Econômica (Agência: 1578/003; contacorrente: 00000283-7).

MISSÃO BELÉM A Missão Belém que acolhe e cuida de pessoas em situação de rua, em decorrência da pandemia, está ultrapassando o seu limite de acolhimento, com mais de 300 pessoas, sendo 75 idosos. Nesse sentido solicita doações com urgência dos seguintes itens: caixas de luvas; máscaras; material de higiene pessoal; material de limpeza; curativos; alimentos; colchões; lençóis e toalhas. Contatos: (91) 98422-2207 e (91) 98209-4706.

BOA DICA n CAMINHAR JUNTOS - Reflexão e ação após o Sínodo dos Bispos sobre os jovens (Paulus, R$ 19,20)

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m Sínodo não é um evento, mas um processo. Reunidos com o Papa Francisco, no Vaticano, em outubro de 2018, os autores deste livro tiveram a oportunidade de levar para o coração da Igreja suas reflexões sobre muitos temas da juventude de hoje. E, mais do que isso, dispuseram-se a compreender melhor o que os outros participantes tinham a dizer. A breve coleção de artigos, reúnem-se pensamentos da maioria dos brasileiros presentes na Assembleia Sinodal sobre jovens, a fé e o discernimento vocacional. A intenção do autor é ajudar líderes leigos, bispos, padres, religiosos e os próprios jovens em suas reflexões pós-Sínodo. É preciso refletir sobre o que foi dito ali e praticar. n O PREÇO A PAGAR Por me tornar cristão (Paulinas, R$33,90)

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N J

estes dias, faleceram médicos, sacerdotes. Muitos enfermeiros foram infectados porque estavam a serviço dos doentes. Agradeço a Deus pelo exemplo de heroísmo que nos dão em assistir os doentes. Rezemos Juntos por eles e suas famílias. (24 de março) esus repete o mesmo a ti: “Coragem, estou próximo de ti, dá-Me espaço e a tua vida mudará!”. (23 de março)

utobiografia de Muhammad Moussaoui. Nascido no Iraque, no seio de rica e aristocrática família xiita, a vida do jovem parecia tranquila e bem encaminhada, até a convivência forçada com um cristão durante o serviço militar abala suas certezas sobre o Islamismo. Tocado pela leitura da Bíblia, até então desconhecida, e pela experiência de um sonho de natureza mística, Muhammad converte-se ao Cristianismo, o que significa arriscar tudo, até mesmo a vida. Após ser preso e torturado, foge com mulher e filhos para a Jordânia apoiado pela pequena comunidade cristã da qual consegue se aproximar. Em seu calvário até conseguir ser batizado e finalmente provar do pão da vida, jamais ousou pensar, no entanto, que seus próprios irmãos atentariam contra sua vida. A que ponto pode chegar a intolerância religiosa?


ARQUIDIOCESE

Caderno2

BELÉM, DE 27 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2020

DOM ALBERTO completa 10 anos à frente da Arquidiocese de Belém

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“VIM PARA ME ENTREGAR, dar minha vida para essa Igreja e quero fazê-lo até o meu último respiro nesta terra”.

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décimo e atual Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, completou no último dia 25, quarta-feira, uma década à frente da Arquidiocese de Belém em uma trajetória cheia de obras, inaugurações e eventos de grande relevância. A 25 de março de 2010, Solenidade da Anunciação do Senhor, durante Santa Missa na Sé, Dom Alberto tomou posse canonicamente como décimo Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará e o vigésimo Bispo desde a criação da circunscrição eclesiástica. Dom Alberto afirma que “o bispo é chamado pela graça de Deus através do ministério do Papa. Eu fui nomeado pelo papa Bento XVI para ser Arcebispo de Belém. Logo que cheguei aqui eu disse a várias pessoas e em entrevistas que eu vim para dar minha vida. Eu vim para Belém para viver aqui, entregar-me a serviço do povo de Deus”. A vivacidade da Igreja de Belém chamou a atenção do Arcebispo: “A Igreja de Belém através do seu laicato, do seu clero, sacerdotes, vida religiosa, tanta gente que trabalha

em nossa Igreja. Posso dizer que ela está atenta exatamente para responder as necessidades que são aquelas próprias da Igreja em nosso tempo. Dou graças a Deus e dou os parabéns a todas pessoas que têm contribuído com sua presença e com sua vida para nossa Igreja. Posso fazer uma avaliação francamente positiva, nós crescemos muito.” TESTEMUNHO DE VIDA CRISTÃ

Dom Alberto avalia que a interferência e presença da Igreja de Belém em sua vida e também da sua presença na vida na Igreja é ‘profunda’: “Vim para me entregar, dar minha vida para essa Igreja e quero fazê-lo até o meu último respiro nesta terra. E é claro que você cresce nisso, cresço por causa da graça de Deus, por causa das pessoas que dão testemunho de vida cristã, eu cresço e tenho a impressão de que minha contribuição também tem sido positiva para vida da Igreja”. Desde 2010 até o presente momento da Quaresma 2020, foi o Arcebispo que mais criou paróquias: trinta e duas, duas regiões episcopais e as

cinco áreas missionárias atuais (São Paulo Apóstolo, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Santíssima Trindade, São Clemente e São Francisco do Murinim). Para o Arcebispo, a criação de paróquias e áreas missionárias são iniciativas pastorais que significam um zelo que o Espírito Santo suscitou não só nele, mas em toda a Igreja de Belém: “Nós, antes mesmo da expressão ‘Igreja em saída’ que nasceu do Espírito Santo tocando o coração do nosso querido Papa Francisco, já tínhamos esse propósito de chegar aos confins da terra que, para nós, significa chegar até os últimos recantos da nossa arquidiocese. O nosso desejo é o de criar paróquias, áreas missionárias, trabalhar vocações, formar o laicato, criar um clima positivo de presença da igreja, ocupar o espaço para que o Evangelho chegue ao coração de todas as pessoas". Durante sua gestão, Dom Alberto criou o Seminário Redemptoris Mater, trouxe a Fazenda Esperança Nossa Senhora de Nazaré, para recuperação de dependentes químicos, o projeto Belém em Missão, a Faculdade Católica, res-

LUIZ ESTUMANO

n DOM ALBERTO uma trajetória cheia de obras, inaugurações e eventos

taurou o Cabido Catedral e, em agosto de 2016, presidiu o XVII Congresso Eucarístico Nacional. Enquanto Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira foi destacado para diversos cargos. Em 2012, na época Papa, Bento XVI, nomeou-o membro do Pontíficio Cor Unum, conhecido como “Conselho da Caridade do Papa”. É Assistente da Fraternidade das Comunidades de Vida e Aliança em nome do Dicastério Pontifício para os Leigos, Vida e Família; Membro da Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos da CNBB; Vice-Presiden-

te do CONSER Norte II da CNBB; Assistente Nacional da Renovação Carismática Católica em nome da CNBB. Dom Alberto é, ainda, Presidente do Instituto Dom Vicente Zico; Grão Chanceler da Faculdade Católica de Belém, Presidente da Fundação Nazaré de Comunicação, Presidente da Festa do Círio de Nazaré. Também apresenta os Programas Conversa com Meu Povo (TV Nazaré), Palavra de Vida Eterna (TV Nazaré e TV Canção Nova), A Voz do Pastor (Rádio Nazaré FM), além de ser articulista no Jornal Voz

de Nazaré, Jornal O Liberal; Jornal Diário do Pará, Portal da CNBB e escritor do livro Retiro Popular Quaresmal, há 27 anos, publicação anual pela Editora Canção Nova. Em mensagem ao seu rebanho, Dom Alberto convida: “Venham todos para a vida da Igreja. A igreja viva formada por todos nós, mesmo em tempos difíceis que estamos passando, temos a absoluta certeza que o Senhor nunca nos abandona. Então, perseverança, coragem, disposição, vontade de servir, participação, essa é a minha palavra a toda arquidiocese no dia de hoje”. DIVULGAÇÃO

VATICANO

O Papa sobre a pandemia: diante de Deus todos nós somos filhos, SAIREMOS DELA JUNTOS

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om informações Vatican News. “Aqui se chora e se sofre. Todos. Só podemos sair desta situação juntos, como uma humanidade inteira”. Portanto, devemos “olhar para o outro com espírito de solidariedade” e nos comportarmos de consequência. Foi o que disse Francisco numa conversa com o vaticanista do jornal italiano La Stampa, Domenico Agasso. Sobre este momento, o Papa diz que deve ser vivido “com penitência, compaixão e esperança. E humildade, porque muitas vezes esquecemos que na vida existem “áreas escuras”, os momentos escuros. Pensamos que eles só podem ocorrer a outras pessoas. Em vez disso, desta vez está escuro para todos, ninguém excluído. É marcado pela dor e pelas sombras que entraram na nossa casa. É uma situação diferente daquelas que vivemos. Tam-

bém porque ninguém se pode dar ao luxo de estar tranquilo, todos partilham estes dias difíceis”. A Quaresma, explica o Pontífice, “com a oração e o jejum, nos treina a olhar com solidariedade para os outros, especialmente para aqueles que sofrem”, esperando o brilho daquela luz que iluminará tudo e todos novamente”. Sobre o tema da oração, Francisco acrescenta: “Vem-me em mente os Apóstolos na tempestade que invocam Jesus: “Mestre, estamos nos afogando”. A oração faz-nos compreender a nossa vulnerabilidade. É o grito dos pobres, dos que estão se afundando, dos que se sentem em perigo, sozinhos. E numa situação difícil e desesperada, é importante saber que existe o Senhor a quem nos podemos agarrar”. E Deus “nos apoia de muitas maneiras”. Ele nos dá força e proximidade, como fez com os discí-

pulos que na tempestade pediam ajuda. Ou quando deu Sua mão a Pedro que estava se afogando”. O Papa não quer fazer distinções “entre crentes e não-crentes”. Somos todos humanos e, como homens, estamos todos no mesmo barco. E nenhuma coisa humana deve ser estranha para um cristão. Aqui choramos porque sofremos. Todos nós. Há em comum a humanidade e o sofrimento. Ajuda-nos a sinergia, a colaboração mútua, o senso de responsabilidade e o espírito de sacrifício que é gerado em tantos lugares. Não devemos fazer diferença entre crentes e não-crentes, vamos à raiz: a humanidade. Diante de Deus somos todos filhos”. Francisco falou então da solidão daqueles que morrem sem o conforto de seus familiares: “Nestes dias, contaramme uma história que me tocou e me entris-

n PAPA diz que momento deve ser vivido com penitência e esperança

teceu, também porque representa o que está ocorrendo nos hospitais. Uma senhora idosa compreendeu que estava morrendo e queria despedir-se dos seus entes queridos: a enfermeira pegou o celular e fez uma videochamada para a neta, assim a senhora idosa viu o rosto da neta e pôde partir com este consolo. É necessidade última ter uma mão que segura a sua mão, necessidade de um gesto final de companhia. E muitas enfermeiras e enfermeiros acompanham este desejo extremo com os ouvidos, escutando a dor da solidão, segurando a

mão. A dor daqueles que partiram sem se despedir torna-se uma ferida no coração daqueles que ficaram. Agradeço a todos estes enfermeiros e enfermeiras, médicos e voluntários que, apesar do cansaço extraordinário, se inclinam com paciência e bondade de coração, para suprir a ausência obrigada dos familiares”. Falando das consequências para o nosso futuro, o Papa disse que o que está acontecendo servirá para “lembrar aos homens de uma vez por todas que a humanidade é uma única comunidade”. E como é

importante, decisiva, a fraternidade universal. Devemos pensar que será um pouco, um pósguerra. Não haverá mais “o outro”, mas seremos “nós”. Porque nós só podemos sair desta situação juntos. Devemos olhar ainda mais para as raízes: os avós, os idosos. Construir uma verdadeira fraternidade entre nós. Recordar esta experiência difícil que todos nós vivemos juntos. E seguir em frente com esperança, que nunca decepciona. Estas serão as palavras-chave para recomeçar: raízes, memória, fraternidade e esperança”.


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Caderno2

EM NAZARÉ

BELÉM, DE 27 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2020

NAZARÉ EM DESTAQUE

PADRES BARNABITAS se unem em oração ao povo do mundo inteiro neste momento ROGANDO a intercessão de Maria Santíssima. Religiosos seguem recomendações das instituições oficiais de saúde DIVULGAÇÃO

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s Padres Barnabitas, que administram a Basílica Santuário de Nazaré, se unem em oração ao povo do mundo inteiro rogando a intercessão de Maria Santíssima neste momento de dificuldade. Seguindo as recomendações das instituições oficiais de saúde, as celebrações são realizadas na Capela junto nPADRES BARNABITAS em oração permanente à Basílica Santuário, e

transmitidasa vivo pelas redes sociais oficiais do Santuário da Rainha da Amazônia e, também, pela TV Nazaré. C o l a b o re c o m a s transmissões para que a evangelização consiga alcançar ainda mais filhos e filhas necessitados do alimento do evangelho. Sua doação com amor e fé será certamente reconhecida pelas mãos da Virgem de Nazaré.


Caderno2

ARQUIDIOCESE

BELÉM, DE 27 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2020

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#REZEMOSJUNTOS: a coragem da oração PAPA convoca o povo de Deus para rezar junto nesta sexta-feira, 27, às 14h

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Papa Francisco convoca todo povo de Deus para rezar juntos o Pai-Nosso na sexta-feira, 27 de março. O Pontífice aguarda os católicos para um momento de oração, com a concessão da bênção Urbi et Orbi. A oração em unidade com o Santo Padre será às 18h locais (14h em Brasília). Você pode acompanhar através do site Vatican News (https://www.vaticannews. va) e das redes sociais da Santa Sé, no Vaticano. Não esqueça da hashtag #RezemosJuntos A primeira oração do Papa pelos doentes de coronavírus foi no dia 26 de janeiro, no Angelus. Naquela ocasião, o Pontífice se dirigiu a toda comunidade chinesa onde, até aquele momento, o problema estava circunscrito àquele país asiático e havia provocado 56 vítimas. “Desejo também estar próximo e rezar pelas pessoas doentes por causa do

vírus que se difundiu na China. Que o Senhor acolha os mortos na sua paz, conforte as famílias e sustente o grande empenho da comunidade chinesa, já organizada para combater a epidemia.” O Brasil contou 2.281 casos confirmados até quartafeira, 25 de março, e a pandemia avança rapidamente pelo mundo com milhares de mortes. Portanto, o convite do Papa Francisco reveste-se de fundamental importância para todos. O Papa Francisco conduzirá o momento de oração do patamar da Basílica de São Pedro, com a Praça deserta. “Ouviremos a Palavra de Deus, elevaremos a nossa súplica, adoraremos o Santíssimo Sacramento, com o qual ao término darei a Bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo), à qual será unida a possibilidade de receber a Indulgência plenária”, explica o Santo Padre.

DIVULGAÇÃO

PROGRAME-SE!

Com a difusão do vírus, multiplicaram-se as iniciativas de oração do Papa Francisco: da transmissão ao vivo da missa na Casa Santa Marta, ao gesto de rezar diante de ícones de devoção do povo romano e a adesão a várias iniciativas locais. O Pontífice pediu a união de todos os cristãos de todo o mundo para rezarem juntos também na quarta-feira, 25

de março, festa da Anunciação do Senhor, a oração do Pai-Nosso ao meio-dia (8h em Brasília). A CORAGEM DA ORAÇÃO

Numa homilia de 12 de janeiro de 2018, o Pontífice recordou que, para rezar de verdade, o cristão precisa de “coragem” porque, fortalecido na sua fé, deve chegar até a desafiar o Senhor, encontrando sempre o modo de superar

as inevitáveis “dificuldades” sem duvidar. “A oração cristã — reiterou Francisco — nasce da fé em Jesus e com a fé vai sempre além das dificuldades.” “O Senhor nos disse: ‘Pedi e ser-vos-á dado’. Tomemos também esta palavra e tenhamos confiança, mas sempre com fé e pondo-nos em jogo.” Precisamente “esta é a coragem que tem a oração cristã: se uma oração não for corajosa não será cristã”.

PE. HELIO FRONCZAK heliofronczak@gmail.com

SÍNODO ARQUIDIOCESANO DE BELÉM

SÍNODO – REVISÃO DE PROGRAMA

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a segunda-feira passada, 23/março/2020, Dom Alberto publicou uma “mensagem pastoral” na qual estabelece orientações práticas para toda a nossa Arquidiocese. Uma delas é: “To-

das as Assembleias das Regiões e dos grupos, movimentos e setores de atividade pastoral relativas ao I Sínodo Arquidiocesano de Belém, assim como a realização de seu encerramento, terão seu programa revisto”. A gravidade do momento que o Brasil e o mundo estão vivendo exigem estas medidas que, certamente, causam grandes mudanças no cronograma estabelecido para a realização do I Sínodo Arquidiocesano. Apesar destes transtornos, a preparação do sínodo arquidiocesano continua, pois

o mesmo não está cancelado; apenas adiado. Como, então, continuar o processo sinodal? Em primeiro lugar, vamos continuar a recitar regularmente em nossas comunidades a “Oração para o primeiro Sínodo Arquidiocesano” para que o processo sinodal possa trazer bons resultados para a nossa caminhada pastoral. Em segundo lugar, embora adiadas as assembleias das regiões episcopais, é importante que tenhamos cuidado em não perder os passos já feitos. Cada “comissão sinodal paroquial” precisa recolher as respostas dos questionários de escuta que foram preparados, guardá-los cuidadosamente para, depois, no momento oportuno, serem retomados. Considerando as mudanças que nos foram impostas pela

pandemia mundial causada pelo corona-vírus podemos nos perguntar: o que Deus está nos pedindo, aqui e agora, com esta circunstância? Enquanto buscamos respostas e reflexões mais aprofundadas reporto aqui uma parte da mensagem pastoral de Dom Alberto, citada no início desta coluna: “Nos primórdios da

Igreja o distintivo dos cristãos sempre foi o amor recíproco. De fato, dizia-se deles: “Vejam como se amam e estão prontos a dar a vida uns pelos outros”. A humanidade está vivendo um momento em que podemos pôr em prática, mais do que nunca, essa norma de vida. A dor nos irmana e nos torna mais humanos. E hoje, nós temos um sofrimento comum a todos: a pandemia do corona-vírus. Em todos os pontos

do planeta estamos sob a mesma ameaça. A insegurança e o instinto de preservação podem nos tornar egoístas e individualistas. Porém, o que estamos vendo é a disseminação global da solidariedade, da ajuda e do apoio recíprocos, da disponibilidade em auxiliar os que mais precisam,

do amor fraterno que se revela em todos os lugares. É assim que venceremos essa ameaça, unidos, apoiando concretamente quem se encontra em dificuldade”.

PADRE NELLO RUFFALDI: um ano de falecimento LUIZ ESTUMANO

Em sua despedida ao padre Nello Ruffaldi, há um ano, o jornal “Porantim”, do Conselho Indigenista Missionário, deu-

lhe o título de “o missionário sem-fronteiras”. Nada mais apropriado. A personalidade irrequieta do missionário que, tão logo ordenado em seu país natal, já se perguntava: “e, por que não, ser missionário fora da Europa?”, marcou sua trajetória. Foram quase 50 anos desde esse momento, e o padre Nello veio viver o espírito missionário, com sua, digamos assim, base operacional no norte do Brasil, irradiando esse espírito para outras partes do território nacional, depois na América Latina, sempre mantendo

a ponte com sua amada Itália. Ele fez um grande trabalho de apoio às comunidades indígenas do Pará e Amapá; incentivando-os a buscar a proteção de suas terras, a construir suas escolas, a cuidar de sua saúde, a se organizar, a viver sua espiritualidade e teologia de acordo com sua cultura. Enfim, a ser protagonista de sua história, sua vida. Nesta missão, ao aprofundar e animar as diversas teologias índias, ele andou em quase todos os países da Pan- Amazônia e muitos estados do Brasil, espalhando a alegria do Evangelho

por onde andou com seu canto e risada, ternura e pressa em realizar o bem. O padre Nello fazia pontes, não muros. Estimulava a missão transfronteiriça e a união entre os povos indígenas. Era alguém que sabia da importância de se manter informado sobre tudo o que fosse importante para a promoção e defesa dos direitos indígenas, e desenvolveu vários meios de comunicação com essa finalidade. Exemplo de fé, de entrega à missão, de partilha, Nello Ruffaldi foi missionário até o último

suspiro, sempre encorajando e consolando os médicos, enfermeiros e doentes na UTI. Eledeixou sua marca. Faz falta, mas os amigos que ficamos entendemos que o Pai o chamou, para ajudar a olhar por nós, aqui. Queríamos celebrar este primeiro ano com uma bela Missa, mas em respeito à saúde de todos, ficaremos em casa e rezaremos e celebraremos no dia 28, estando unidos em espírito entre nós a ele no espírito de Jesus, pois ele é o Senhor, para a glória de Deus Pai!


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ARQUIDIOCESE

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BELÉM, DE 27 DE MARÇO A 2 DE ABRIL DE 2020

Área Missionária do PERPÉTUO SOCORRO ganha mais uma capela APÓS um ano e três meses de obra comunidade recebe a capela

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o início desse mês a A rq u i d i o c e s e de Belém, após um ano e três meses de construção, inaugurou no dia 7 de março a capela de Nossa Senhora Auxiliadora, integrante da Área Missionária de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro Canaã, em Marituba. A Santa Missa presidida por Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano, e concelebrada por Dom Antônio de Assis Ribeiro, Bispo Auxiliar, a primeira, contou com grande participação da assembleia. Com as Áreas Missionárias em expansão a Arquidiocese tem por objetivo alcançar pessoas e realidades que se encontram distante

da Igreja, para ninguém se sentir excluído e conheça o amor de Deus. As áreas missionárias, explicou certa vez Dom Alberto em seu artigo semanal, são uma resposta missionária da Arquidiocese: “Estamos criando novas áreas missionárias espaços de mais intensa evangelização e acompanhamento pastoral”. Para Dom Antônio o crescimento da Igreja nos novos territórios chamados áreas missionárias acontece de diversas formas, como por exemplo: fundação de comunidades e criação novas estruturas pastorais; o processo de formação de lideranças; investimento na formação de catequistas das próprias comunidades;

n OBRA capela Nossa Senhora Auxiliadora

FOTOS: DIVULGAÇÃO

n MISSA presidida por Dom Alberto e concelebrada por Dom Antônio

implantação das pastorais; promoção de atividades sociais, evitando o intimismo; promoção de movimentos, grupos, serviços eclesiais; e a promoção da cultura missionária, a dinâmica “Igreja em saída”. “As áreas missionárias são a consequência da urgência de evangelizar. A Igreja tem a missão de evangelizar uma vez que é animada pelo Espírito Santo que a faz sensível, deve estar atenta aos novos desafios da sua missão e sempre avançar. Essa foi a ordem que Jesus deu a Pedro tentado pelo cansaço e desânimo: ‘avance para água mais profundas’! (Lc 5,4)”, afirma Dom Antônio. Ele prossegue: “a área missionária é o útero de gestação de uma nova paróquia; uma nova paróquia em germinação

desperta e alimenta a missionariedade da Arquidiocese estimulando a solidariedade das paróquias, sacerdotes, diáconos, religiosos, seminaristas, consagrados, leigos em geral. Dinamismo eclesial No dia 6, Dom Alberto, manifestou a todos a alegria pelo autêntico dinamismo eclesial da comunidade da Área Missionária, onde há ministros e leigos comprometidos com as várias iniciativas pastorais. Como por exemplo, a Pastoral Catequética, Ministros de Eucaristia, Coroinhas, Movimentos do Terço das Mulheres e dos Homens e celebrações eucarísticas todos os domingos. A Capela de médio porte com capacidade para abrigar até duzentos e cinquenta pessoas, dedicada a Nossa Se-

nhora Auxiliadora. Na ocasião da bênção foi entronizada uma imagem da padroeira, que veio de Medelín, na Colômbia. Idealizada por Dom Antônio de Assis e projetada pelo engenheiro Oswaldo Marques, que também acompanhou a obra voluntariamente, a Capela é fruto de um mutirão de solidariedade e generosidade de muitas pessoas que doaram recursos materiais e financeiros para a sua construção. A capela foi dedicada a Nossa Senhora Auxiliadora e conta com uma maravilhosa imagem, em fibra de vidro, que veio de Medellín na Colômbia. Dom Antônio explica que o início da comunidade aconteceu com “uma capelinha coberta de lona e com poucas pessoas, mas a

semente da evangelização germinou, cresceu e está produzindo bons frutos.” Ele prossegue afirmando que “a animação da comunidade, do ponto de vista litúrgico e pastoral, tem contato com uma forte presença e contribuição das ex-alunas salesianas e também dos Salesianos cooperadores, bem como de outros de outras paróquias. Apesar de recente, a referida comunidade já conta com diversas atividades pastorais a saber: pastoral catequética, ministros de eucaristia, coroinhas, movimentos do Terço dos Homens, terço das mulheres e celebrações eucarísticas todos os domingos.” A Área Missionária Nossa Senhora do Perpétuo Socorro conta atualmente com oito comunidades católicas. A saber: Nossa Senhora do Perpétuo Socorro; São Francisco; São Judas Tadeu; Nossa Senhora Auxiliadora; Mãe Rainha (sem capela); São Vicente (sem capela); Nossa Senhora das Graças (sem capela); e Santo Antônio (sem capela). No dia da inauguração, também, foi anunciada que a partir do mês de abril se iniciará um novo empreendimento, a construção da Capela Nossa Senhora das Graças no mesmo bairro. Todas as novas doações serão em prol da nova comunidade.

ABERT lança plano de ações e campanha

no combate ao novo coronavírus Caro radiodifusor,

O momento é de muita atenção e cautela, mas também de ação. Os desdobramentos do novo coronavírus já começaram a ser sentidos mundialmente pelos vários setores da economia, e a radiodifusão brasileira, importante gerador de mão de obra direta e de qualidade, merece, mais uma vez, um olhar bastante cuidadoso de todos nós. Pandemias costumam gerar pânico generalizado, porém devemos continuar atuando com serenidade e foco para desempenhar, com destemor, o nosso principal papel: levar à população brasileira a informação precisa e apurada, reforçando nossa marca de responsabilidade e de credibilidade. Os trabalhos desenvolvidos pela ABERT em prol do rádio e da TV aberta brasileiros continuam de forma a garantir que o nosso setor se mantenha competitivo e forte, justamente no momento em que a sociedade brasileira mais necessita de nossos serviços. O governo federal já liberou recursos para ações de apoio à economia. Algumas medidas macroeconômicas beneficiarão a radiodifusão, como o diferimento do simples nacional e do FGTS por 3 meses, além da redução de 50% na contribuição para o sistema S, também por 3 meses. Mas precisamos avançar mais. Para isso, a ABERT desenvolveu uma série de medidas e ações complementares para atenuar uma possível crise no setor, com foco em nossa carga tributária, insumos e laboral. Algumas destas propostas, destaco, dada a urgência do momento, já foram antecipadas e apresentadas ao governo federal, como o pedido de isenção de tributos federais incidentes sobre a folha de pagamentos (PIS/COFINS, INSS, Sistema S) para as empresas de pequeno, médio e grande porte.

Conforme o avanço das medidas, a ABERT informará a todos os nossos associados. Por fim, informo que estamos lançando uma campanha em nível nacional, de combate à desinformação. O mote é “DESINFORMAÇÃO MATA” e, nesta primeira fase, busca demonstrar a união de nossos veículos no enfrentamento deste momento, sempre comprometidos com o fato e com a população, e convida o cidadão a consumir e compartilhar informação, jamais desinformação. Peço a todos que veiculem, o quanto for possível, o vídeo e o spot na programação de suas emissoras, além das suas redes sociais. Seguem abaixo os links do VT : VT para TV

https://we.tl/t-uiAriIXT5I

VT para redes sociais

https://we.tl/t-sbSgzRu6WS

Spot para rádio:

https://www.abert.org.br/web/videos/ALERTA_CORONAVIRUS.mp3 Temos confiança que superaremos as adversidades impostas pelo momento. Vamos em frente e contem sempre com a ABERT. PAULO TONET CAMARGO

Presidente


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