ReHabitar

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habitar


er ratibah


ÍNDICE

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1. introdução -reabitar -via laietana 2. intervenção -localização -problemas 3. desenvolvimento -proporção entre actividades -interacção interior/exterior -plaza ramon berenguer 4. conclusão


REABITAR Este documento surge no contexto da disciplina optativa “rehabitar, la casa y la calle”, pertencente ao programa de titulação em arquitectura da ETSAB-Escola Tècnica Superior d’Arquitectura de Barcelona. Por reabitar entendesse a capacidade de voltar a habitar algo, mantendo ou não o uso antecessor, não se trata de uma reabilitação no sentido de corrigir patologias físicoconstrutivas mas sim transformar as características espaciofuncionais que tornam os edifícios, ruas e praças obsoletos. Conseguindo com o mínimo de mudanças o máximo de resultado. O objectivo do trabalho consiste em apresentar uma proposta de novo uso para um espaço da Via Laietana de Barcelona, intervindo na rua e nos edifícios.

reabitar verbo transitivo, habitar de novo (de re-+habitar) reprefixo que exprime a ideia de repetição, intensidade, reciprocidade e movimento para trás (do lat. re-, «id.») habitar verbo transitivo 1. residir ou viver em, morar em 2. ocupar; povoar 3. estar em 4. frequentar verbo intransitivo estar domiciliado, residir, morar (do lat. habitáre, «id.») * dicionário da língua portuguesa, porto editora trienal de lisboa, 2007 -intervenções na cidade -antiga fábrica de gás da matinha -doca do jardim do tabaco


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ortofotomapa de barcelona


imagens da construção da via laietana

VIA LAIETANA HISTORIA

A construção da Via Laietana teve inicio em 1907, com o objectivo de articular o eixample com a zona portuária. Na realidade o inicio da construção foi uma altura de demolições, uma vez que o traçado desta via, vai sobrepor-se à malha existente. Foi uma intervenção de grande envergadura que contemplou também a construção da linha de metropolitano, tendo sido concluída em 1926. USOS

A Via Laietana encontrasse bastante “desequilibrada” a nível de usos, o sector terciário controla a quase totalidade dos edifícios, e uma boa parte das plantas comerciais encontram-se ocupadas com agências bancárias. Estes dois fenómenos condicionam fortemente a vivência da rua, fazendo com que fora dos horários laborais esta apenas sirva como artéria de comunicação, perdendo a humanidade que caracteriza qualquer Rua.

localização

entidade

localização

entidade

Via Laietana, 13

Deutsche Bank

Palza Antoni Maura, 6

Caixa Catalunha

Via Laietana, 20

La Caixa

Via Laietana, 39

Caixa Enginyers

Via Laietana, 27

Banesto

Via Laietana, 47

Sabadell Atlantico

Via Laietana, 30

Bancaja

Via Laietana, 54

Caja Madrid

Via Laietana, 33

Banco Popular

Via Laietana, 56

La Caixa

Via Laietana, 36

BBVA

Via Laietana, 64

Caja Madrid

Levantamento das entidades bancarias presentes na Via Laietana


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esquema cheio vazio da via laietana


Fotografia da Via Laietana

Fotografia do nº2-3 da Plaza del Ángel

Fotografia do nº1 da Plaza de Ramon Berenguer el Grand

Fotografia da Via Laietana

LOCALIZAÇÃO O espaço escolhido para desenvolver proposta é constituído por dois edifícios, o nº1 da Plaza de Ramon Berenguer el Grand e o nº2-3 da Plaza del Ángel, e respectiva área envolvente que inclui as duas praças. Considerou-se este um bom caso a desenvolver pela sua posição privilegiada dentro do conjunto da Via Laietana (proximidade do Ayuntamento, mercado de Sta. Catarina, Catedral, etc.) e óptima acessibilidades (proximidade do metro e outros sistemas de transporte). A situação particular dos dois edifícios abrirem as suas fachadas principais para as praças dando à Via Laietana alçados laterais também nos pareceu ter algum potencial de desenvolvimento.


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esquema cheio vazio da via laietana


Plaza del Ángel

PROBLEMAS Foram detectados três problemas distintos na zona seleccionada, alguns deles são recorrentes em toda a Via Laietana pelo que ao serem discutidos neste caso de estudo podem ser extrapolados a outras situações similares. 1) A desajustada proporção entre actividades é um dos factores que se considera prejudicial, por conduzir esta rua a uma situação de abandono fora do horário laboral. A quase ausência de usos complementares trabalho/habitação, escritórios/comércio não favorece o dinamismo urbano que esta rua poderia ter, passando muitas vezes a ser encarada apenas como um canal de passagem. 2) O corte interior/exterior presente no piso térreo é outro dos factores de agravamento do estado actual da Via Laietana, as entidades bancárias são em grande parte as responsáveis, existem 12


Plaza de Ramon Berenguer el Grand

agências distribuídas nos escassos 1100m desta via. Estas agências procuram assegurar a sua privacidade ocultando a sua actividade interior, não tendo em conta o efeito negativo que produzem ao criar longos troços de fachada sem qualquer interactividade com os transeuntes.

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Via Laietana

3) A Plaza de Ramon Berenguer el Grand também apresenta problemas, a sua fraca acessibilidade condiciona o seu bom funcionamento, uma vez que está transformada numa bolha com apenas dois pontos de acesso que servem melhor os turistas que aguardam os autocarros que os habitantes e trabalhadores da zona.


Planta actual do piso nobre

Planta actual do piso tipo


1º PROBLEMA - parte1 Proporção entre actividades

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A relação desproporcionada entre edifícios de escritório e de habitação leva a uma desertificação da Via Laietana e dos seus espaços adjacentes a determinados horas do dia, é sobretudo notório durante a noite e ao fim de semana, quando os escritórios não estão a trabalhar. Durante o dia há grande fluxo de turistas, mas continua a ser notória a fraca interacção entre quem passa na rua e quem fica nos edifícios, que se limita às suas actividades laborais e não se relaciona com a rua.


Sala

Quarto

Quarto

Cozinha

Sala

Sala

Cozinha

Cozinha

Quarto

IS

IS

Sala

Cozinha

IS

IS

Cozinha

Cozinha

IS

Sala

Quarto

Quarto

Quarto

Sala

Quarto

Planta proposta para o piso nobre

IS

Planta proposta para o piso tipo


1º PROPOSTA - parte1 Sala

Cozinha

IS

Sala

IS

Cozinha

Quarto

Quarto

Proporção entre actividades

Devolvendo os escritórios do nº1 da Plaza de Ramon Berenguer el Grand ao seu uso original de habitação procura-se conseguir um maior equilíbrio de actividades. Através de pequenas alterações à planta original é possível organizar o espaço em apartamentos com poucas assoalhadas, mais adaptados às necessidades actuais. Ao atrair mais residentes para a zona também o comércio local será afectado, tendo maior procura.

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Quarto


Fotografias: vรฃos do 1ยบpiso

Planta actual do 1ยบpiso


1º PROBLEMA - parte2 Proporção entre actividades

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“O que acontece quando uma mãe de família não consegue ter um espaço na sua própria casa? O que ocorre quando a avó vem passar uns dias a nossa casa ou quando já não pode viver sozinha? E se o namorado da nossa filha vem estudar para a cidade? Que acontece quando precisamos de trabalhar em casa sem que nos perturbem?” Ou necessitamos de um espaço para guardar todos os nossos livros que já não cabem em casa? Ou queremos ter um atelier de pintura? O que acontece quando o filho mais velho precisa de um local para morar? Ou precisamos de um espaço para receber os amigos?


Esquema de habitação satélite

Planta proposta para o 1ºpiso


1º PROPOSTA - parte2 Proporção entre actividades

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Propõe-se a criação de um piso de habitações satélite ao nível do 1º piso (entresolo), por se tratar do piso menos nobre de todos e o mais pequeno, sendo facilmente transformado em habitações satélite para os moradores dos pisos superiores. Assim estes poderão usufruir de um espaço personalizado ao seu gosto ou necessidades à distância de uns pisos. “É como se estivessem em casa sem realmente estar” A introdução deste conceito exponencia os fluxos dentro do edifício e situações de encontro entre os moradores.


otografias: vãos dos edificios em análisa

Vins i caves La Catedral

Movistar

Aureo & Calicó

Planta actual do piso térreo

Movistar

Banesto


2º PROBLEMA

Fraca interacção interior/exterior

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No conjunto dos edifícios escolhidas para intervir a planta baixa encontra-se dividida em 4 espaços, pertencendo o maior à Movistar que ocupa cerca de 300m2, seguido do Banesto, uma loja de vinhos e um antiquário com 150, 105 e 90m2 respectivamente. Considera-se preocupante neste conjunto a forma como a Movistar e a loja de vinhos lidam com a Carrer de la Tapineria, ignorando completamente a sua existência, tendo os vãos que para lá se direccionam completamente fechados. Também o Banesto negligencia a relação com o exterior, tendo 5 dos 6 vãos que lhe correspondem encerrados ao exterior através de telas, o único vão que conserva aberto é o da entrada.


Planta proposta para o piso tĂŠrreo


2º PROPOSTA

Fraca interacção interior/exterior A proposta apresentada ganha força através da combinação de diversos factores com que nos deparámos, sendo eles: - subaproveitamento da loja da Movistar (apenas 1/3 da loja se encontra em funcionamento) - número de agências bancárias presentes na Via Laietana, 12 ao todo - proximidade de outro balcão do Banesto (8minutos a pé, na Avenida Marques de l’Argentera, 3) - fácil adaptabilidade da loja de vinhos e do antiquário ao modelo proposto Pretende-se transformar o piso térreo dos dois edifícios intervencionados num único, criando uma tipologia de mercado / espaço público com uma forte permeabilidade e relação interior exterior. Um espaço deste tipo poderia usufruir também dos espaços exteriores das duas praças que lhe são contíguas.

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Fotografias: mercados


Fotografias: Plaza de Ramon Berenguer el Grand

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Esquema de mobilidade: Plaza de Ramon Berenguer el Grand


3º PROBLEMA

Plaza de Ramon Berenguer el Grand

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O elevado número de barreiras que se encontram nesta praça é algo difícil de compreender, a procura do nível original da antiga muralha romana, por si só não é suficiente para justificar a deformação do espaço público imposto à cidade (descontinuidade da Carrer de la Tapineria obrigando os transeuntes a contornar a Plaza de Ramon Berenguer el Grand pela Via Laietana). Existe também uma vedação que para além de não permitir aproximar da muralha, ainda corta a percepção visual da sua base.


Fotografia: Piazza del Campo

Esquema de mobilidade proposta: Plaza de Ramon Berenguer el Grand

Esquema de mobilidade: Piazza del Campo


esquemas interpretativos: Piazza del Campo

3º PROPOSTA

Plaza de Ramon Berenguer el Grand

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A última proposta consiste na manipulação da topografia da praça de forma a criar um espaço mais funcional, desde logo que permita passar a Carrer de la Tapineria sem ter de contornar a Plaza de Ramon Berenguer el Grand pela Via Laietana, criando assim um percurso paralelo desviado do fluxo automóvel mais intenso da Via Laietana. A Piazza del Campo em Siena, uma das mais conhecidas do Mundo, é apresentada como referência pela forma exemplar como lida com a topografia, unindo cotas distintas sem provocar quebras bruscas significativas.


PROPOSTAS Concluindo, pretende-se com este conjunto de ideias potenciar o aumento da vivência da Via Laietana utilizando estes dois edifícios como exemplo da capacidade de pequenas transformações, eliminarem deficiências de carácter espacio-funcional. As tipologias de habitação e comércio diferentes das já existentes, adaptadas às necessidades das pessoas e ao local dotam esta proposta de uma grande singularidade no conjunto. Através de um pequeno mercado ao nível térreo unem-se as duas praças adjacentes aos edifícios criando um percurso fluido entre elas. Procurando integrar este conjunto habitacional na cidade e na vida que deve caracterizar qualquer espaço urbano.


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re habitar

Escola Tècnica Superior d’Arquitectura de Barcelona Rehabitar, la casa y la calle | 2010/2011 Docente: Xavier Monteys Roig

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Paulo Fontainha | Pedro Lages


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