Fazendo uma apresentação oral

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Mauro Arruda Carmen Barreira-Nielsen

1ª Edição Oficina de Letras Editora Vitória - ES 2008

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Mauro Arruda Villas Bôas Filho Carmen Barreira-Nielsen Projeto Gráfico e Diagramação: Estúdio F. - Maurílio de Queiroz - estudio@forjador.com.br (27) 3228-6066 / (27) 8818-4966

Revisão de Texto: Marisa Amaral Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) (Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)

A779f

Arruda, Mauro. Fazendo uma apresentação oral / Mauro Arruda, Carmen Barreira-Nielsen. - Vitória, ES : Oficina de Letras, 2008. 97 p. : il. ; 21 cm. – (Facilitando ; n.5)

Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-89858-34-2 1. Exposição oral. 2. Comunicação oral. 3. Fala em público.

4. Voz. I. Barreira-Nielsen, Carmen. II. Título.

CDU: 808.51

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou duplicada sem autorização expressa dos autores e do editor. E-mail do autor: mauroarruda.villasboas@gmail.com OFICINA DE LETRAS Editora. Rua Alberto Torres, 933 - Jucutuquara 29040-700 - Vitória - ES Tel.: (27) 3222-6955 E-mail: oficina@deletras.com.br Impresso no Brasil - Julho de 2008

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Sumário Apresentação ................................................7 1 Preparando uma apresentação oral..................................11 2 FORMAS DA APRESENTAÇÃO ORAL MAIS COMUNS...................................15 3 PLANEJAMENTO DA APRESENTAÇÃO ORAL: DIMINUINDO RISCOS...................................21 4 USANDO RECURSOS AUDIOVISUAIS E MICROFONES: PRENDENDO A ATENÇÃO DOS OUVINTES.............................37 5 A VOZ – UM DIFERENCIAL IMPORTANTE EM NOSSAS APRESENTAÇÕES ORAIS...............................53 6 COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL, VERBAL E O DISCURSO.................................75 7 FINALIZANDO..............................................93 5


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apresentação

A apresentação oral é uma das atividades mais presentes, ao longo de nossas vidas, nos vários eventos de que participamos, como nos relacionamentos escolares, profissionais ou sociais. Afinal, qual de vocês, leitores, ainda não teve a oportunidade de apresentar um trabalho escolar a pedido de um professor ou mesmo saudar um amigo em público, durante uma festa de aniversário, por exemplo?

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Apesar de tal importância, este assunto não tem merecido a devida atenção no nosso cotidiano universitário. É comum observar alunos ao término de seus cursos, durante a apresentação dos seus Trabalhos de Conclusão de Curso, os conhecidos TCC´s, não demonstrarem conhecimentos mínimos sobre como dominar saberes e técnicas básicas diante de uma apresentação oral. Considerando-se que a escola é a ante-sala deste futuro profissional, deduz-se que tal situação deve perdurar neste novo ambiente. Isto sem mencionar as dificuldades e relutância que muitos têm em falar poucas palavras em uma simples festa familiar, mesmo tratandose de uma simples homenagem que se queira prestar a um tio querido, por exemplo, que depois de muitos anos morando no exterior resolve nos visitar. Pensando em melhor preparar nossos estudantes e mesmo outros interessados para saber conduzir uma boa apresentação oral, a coleção FACILITANDO promove o lançamento deste seu quarto número, Fazendo uma Apresentação Oral. O texto que trata da obra tem o cuidado de utilizar uma linguagem simples e de fá-

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cil assimilação por parte dos leitores interessados. Ideal para os iniciantes em trabalhos desta natureza ou mesmo para aqueles que já possuem alguma prática e queiram rever alguns pontos que julguem importantes para melhorar seus desempenhos nestas situações. Para este último grupo recomendamos que se atentem, principalmente, para o capítulo cinco, no qual a Profa. Dra. Carmem Barreira traz informações valiosas sobre os cuidados que devemos ter com este ferramental tão importante, inclusive para professores, que é a nossa VOZ. Os conteúdos selecionados para compor este texto foram distribuídos em seis capítulos. O primeiro deles trata de nos indicar como se dá o início de uma apresentação oral, ou seja, informa-nos que, além do assunto que irá ser apresentado, teremos que decidir, sozinhos ou com orientação de quem nos solicitou tal apresentação, que formato iremos adotar para fazê-la. Ela poderá ser realizada em forma de um seminário, de uma palestra, entre outros. Saber as características destas formas, bem como desenvolvê-las a contento é

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o que pretende mostrar o capítulo dois do nosso livro. No terceiro capítulo, vamos ver a importância e como devemos proceder para o planejamento de nossa apresentação, fator fundamental para que ela seja bem sucedida. Saber utilizar os recursos oferecidos no campo das técnicas audiovisuais, como o uso de microfones para melhor prender a atenção de nossos ouvintes é o assunto tratado no quarto capítulo da obra. O quinto capítulo, como já adiantamos, trata de uma questão de grande importância não só na hora em que o apresentador estiver em ação frente ao seu auditório, como também para auxiliá-lo a cuidar de algo muito precioso para a sua saúde: a própria voz. Finalmente, o sexto capítulo cuida de discutir a questão da composição de uma mensagem, bem como nos mostrar os cuidados que devemos tomar para produzi-la, transformando-a em uma comunicação eficaz. Boa leitura!

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1 preparando uma apresentação oral

A apresentação oral é uma das atividades mais presentes nos eventos escolares, empresariais ou mesmo sociais. Independente do local ou da finalidade da mensagem transmitida, o responsável por esta atividade sempre terá a intenção de desenvolvê-la de forma adequada para o público de seu interesse. Como

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veremos nesta nossa conversa, sem uma preparação prévia de sua fala e dos demais recursos que serão utilizados nesta empreitada, dificilmente alcançará o sucesso esperado. Neste trabalho, vamos nos preparar para fazer uma apresentação bem sucedida, discutindo desde seu planejamento, passando pela utilização de recursos audiovisuais e completando com a elaboração de um discurso apropriado para quando estivermos em frente ao nosso público ouvinte.

Por onde começar No dia a dia escolar ou das demais organizações, quando solicitada uma apresentação oral de um assunto qualquer, costuma-se especificar qual deverá ser a formatação utilizada pelo apresentador para essa exposição. Assim, após conhecer o que vai ser apresentado, o solicitante complementa: “este assunto vai ser exposto dentro de um seminário” ou “faremos uma palestra para expor tal tema” e assim por diante.

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Esta informação vai nos possibilitar saber com antecedência, entre outras coisas, qual é o tipo de público e o grau de sua participação no evento de que estaremos participando. Como veremos ao longo deste trabalho, dependendo do tipo de sua formatação, os demais participantes poderão ter uma participação mais ou menos ativa. Por exemplo: num painel, após a discussão do assunto em pauta pelos painelistas, ele é debatido pelo plenário. Já no caso de uma apresentação de um Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, os professores que compõem a banca são os únicos que podem interpelar o apresentador. Os demais presentes não são autorizados a se manifestar nesta oportunidade, apenas assistem ao que está sendo apresentado, sem interferência. Entretanto, apesar desta restrição sobre o número reduzido de debatedores, sabemos, por outro lado, que vamos ser exigidos com muito mais propriedade e profundidade pelos componentes da banca examinadora, dada a natureza do trabalho que estaremos apresentando.

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Finalmente, a definição da forma de apresentação é importante para podermos planejar a seleção do material para leitura, a metodologia utilizada para a apresentação, o nosso papel frente ao professor ou outro solicitante e também para determinar se vamos trabalhar sozinhos ou em grupos e o papel dos demais participantes do evento. As formas das apresentações orais, geralmente utilizadas na vida escolar ou mesmo em outras organizações, são descritas a seguir.

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2 FORMAS DA APRESENTAÇÃO ORAL MAIS COMUNS

PALESTRA É a forma mais simples e tradicional nas apresentações orais. O palestrante discorre sobre o tema selecionado e os demais participantes se expressam, ao final, fazendo perguntas.

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PAINEL O painel é uma reunião em que os componentes de uma mesa, composta por especialistas ou personalidades, apresentam seus pontos de vista a respeito de um tema a fim de serem debatidos pelo plenário. Numa sala de aula o professor, caso queira que seus alunos debatam um assunto ou tema por meio de um painel, deverá, após essa escolha, nomear um grupo de alunos que, depois de estudá-lo, passa a ser considerado como “especialista” no assunto e vai expor suas idéias e opiniões a respeito. Suas respostas e conclusões nem sempre serão congruentes. Após as exposições individuais dos painelistas, o assunto é debatido pelo plenário, ou seja, seus demais colegas de classe. Normalmente o professor faz o papel de coordenador e moderador dos trabalhos. Poderá, também, nomear um aluno para desempenhar tais atividades.

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SEMINÁRIO O termo seminário surgiu na universidade, apesar de seu uso estar muito ligado, hoje em dia, a atividades de treinamento empresarial, afastando-se muitas vezes de suas características originais. Pode ser apresentado por uma única pessoa ou por um grupo. O professor, geralmente, faz o papel de coordenador e de moderador dos trabalhos. Uma das características principais do seminário é a sua conotação com o método científico de pesquisa. Assim, espera-se que os seus apresentadores estudem exaustivamente o tema escolhido, pois uma de suas principais finalidades é justamente introduzir o estudante na análise sistêmica de fatos, estruturandoos adequadamente para uma apresentação clara e documentada.

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WORKSHOP O workshop, também conhecido como oficina ou laboratório, procura traduzir, de alguma forma, as atividades dos locais de trabalho e sua natureza é eminentemente prática. O motivo principal da discussão direciona-se a algum tipo de problema comum que interessa a todos os participantes. Assim, o professor selecionará um assunto qualquer de interesse geral para ser debatido e os alunos, após estudos individuais ou em pequenos grupos, discutem seus resultados em plenário.

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ESTUDO DE CASO Estudo de caso, ou o método do caso, é uma técnica de aprendizagem baseada na resolução de casos descritos e acontecidos em alguma organização real e que possa facilitar, aos alunos, o entendimento dos tópicos que correspondam à matéria transmitida pelo professor. A resolução do caso geralmente é feita por um grupo de alunos, sendo nomeado um coordenador que ficará encarregado de distribuir o trabalho para o grupo. Ao final da resolução do caso, os alunos são convidados a exporem e debaterem suas conclusões com os demais colegas.

DEFESA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TCC Neste caso, o apresentador deverá expor seu trabalho acadêmico realizado ao término de seu curso, geralmente em forma de monografia ou estudo de caso, a uma banca de professores especialistas, defendendo

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seus pontos de vista e as conclusões apresentadas. O conteúdo e a formatação do trabalho são conhecidos previamente pela banca examinadora, que o argüirá sobre algumas de suas partes, caso julgue necessário. Ao final da apresentação do trabalho ela poderá ficar, ou não, satisfeita com as respostas de eventuais dúvidas e perguntas formuladas por seus representantes e respondidas pelo aluno durante este processo. Após os julgamentos de praxe sobre o trabalho apresentado, a banca se reúne e emite suas avaliações e pareceres, quando aprovam com ou sem restrições ou, mesmo, reprovam o trabalho apresentado. Além dessas formas utilizadas para conduzir as apresentações orais, existem outras, como simpósio, conferências e a mesa redonda.

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3 PLANEJAMENTO DA APRESENTAÇÃO ORAL: DIMINUINDO RISCOS

O planejamento é uma atividade que nos possibilita antever e prever as ações que precisaremos tomar no momento presente para que possamos realizar um evento numa data futura. Estas ações, apesar de não garantirem seu êxito total, sem dúvida alguma, aumentam consideravelmente as chances para que isto ocorra.

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Para desenvolver um bom planejamento de uma apresentação oral, precisaremos conhecer, além de seu formato, conforme já vimos no tópico anterior, os seguintes dados e informações: 1. Objetivos do trabalho 2. Identificação do universo-alvo 3. Conteúdo programático 4. Duração do evento 5. Local do evento 6. Materiais de apoio (recursos audiovisuais)

Objetivos do trabalho Após a seleção do formato da apresentação que iremos proceder, devem ser estabelecidos os objetivos do trabalho, a partir de algumas respostas que daremos a uma ou mais das perguntas abaixo: Qual é a mensagem que nosso ouvinte espera ouvir?

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Qual é o conhecimento que o professor ou outro solicitante de nossa apresentação espera que seja acrescentado para o grupo de ouvintes? Assim, por exemplo, se a nossa apresentação for ser desenvolvida em forma de uma palestra, o objetivo que queremos alcançar, caso entendamos que a segunda pergunta seja pertinente para este nosso caso, – Qual é o conhecimento que o solicitante de nossa apresentação espera que seja acrescentado para o grupo de ouvintes? -, o objetivo poderá ser: ampliar o conhecimento dos alunos do último período de engenharia a respeito das linhas de crédito disponíveis nos bancos oficiais para o financiamento de novos negócios voltados para recém formados. Neste caso, este objetivo poderá ser válido caso sejamos convidados, por exemplo, como representante de um órgão de financiamento, a fazer uma palestra sobre este assunto aos universitários que estejam concluindo um curso de engenharia e desejem saber acerca das possibilidades de financiamento para abrirem seus próprios negócios e das linhas

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de financiamento de que possam lançar mão quando da conclusão de seus cursos nesta área. Respondida esta questão inicial, formularemos respostas para outras perguntas que facilitem o alcance de nossos objetivos. Por exemplo: Quais habilidades devemos desenvolver para fazer uma apresentação bem sucedida? Que dados e informações precisaremos estudar para atingir os objetivos propostos? Voltando ao objetivo traçado para a nossa palestra aos alunos do último período de engenharia, veremos que um ponto importante é o levantamento junto aos bancos oficiais das linhas de créditos disponíveis, prazo de financiamento, custos financeiros, tempo de carência para o primeiro pagamento e assim por diante. Neste caso, nossa preocupação maior é com a segunda pergunta feita, sem esquecer, no entanto, que não poderemos deixar de refletir sobre quais habilidades deveremos desenvolver para o sucesso da apresentação. Como po-

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demos observar, a reflexão sobre estas duas perguntas é muito importante em todas as nossas exposições orais.

Identificação do público-alvo Identificar nosso público-alvo é outro aspecto importante quando estamos planejando nosso evento. Neste caso, procuraremos responder às seguintes perguntas: Quantas pessoas vão assistir à explanação? Quantos grupos vão participar do evento? Qual é o nível de conhecimento dos participantes sobre o assunto a ser apresentado?

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Será necessário expor algum pré-requisito para facilitar uma melhor compreensão do assunto discutido? Respondendo a estas perguntas, estaremos projetando o perfil do nosso ouvinte, além de poder estimar o espaço físico e outras providências pertinentes. Com estas informações em mão poderemos, antecipadamente, adequar o discurso às expectativas do público ouvinte.

Conteúdo programático Em função dos objetivos e identificação do nosso universo-alvo, faremos o planejamento e a seleção do conteúdo programático que iremos desenvolver durante a nossa apresentação oral. É recomendável dividi-la em introdução, desenvolvimento e conclusão.

Introdução Nesta etapa, apresente o tema, oriente e contextualize sua fala ao seu público-alvo, informando-o sobre

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os caminhos que serão percorridos neste evento. Na introdução está implícita a promessa do que iremos desenvolver, considerar e concluir o trabalho que iremos abordar. Nesta fase, seu objetivo deve ser conquistar a simpatia e a atenção dos ouvintes e prepará-los para receber sua mensagem com interesse.

Desenvolvimento Durante esta etapa, iremos expor os argumentos que podem nos ajudar a defender nossos pontos de vista. Faça isto de forma ordenada, começando pelo histórico do assunto a ser tratado. Procure situá-lo no tempo e no espaço onde aconteceu ou esteja acontecendo. Lembre-se de que o seu público precisa ficar mais bem informado sobre o assunto que vai ser tratado por você. Caso seja necessário, faça uma breve apresentação de alguns conceitos teóricos correspondentes, passando pela metodologia que você utilizou para levantar os dados utilizados no trabalho para, finalmente, apresentar o assunto tratado, assim como os resultados alcançados, não se esquecendo de apontar as fontes de onde foram

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tiradas as informações utilizadas na sua apresentação. Não se esqueça: os resultados de seu trabalho, sem dúvida, são a parte mais importante de sua exposição. Os ouvintes estão ávidos para saber exatamente esta informação: qual é o resultado disto tudo? É bom se preparar neste momento para as perguntas, que certamente ocorrerão no momento apropriado, sobre como você conseguiu chegar até ele.

Conclusão Esta última etapa resume o que foi desenvolvido e realça a idéia principal. Uma boa atitude é fazer uma recapitulação das partes essenciais da mensagem, procurando levar seus ouvintes a refletir, ou mesmo agir na direção do assunto que foi apresentado.

Duração do evento Esta é uma das informações importantes para que possamos planejar e ter sucesso nos resultados de nossa

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apresentação oral. É muito desagradável o coordenador do evento, seja um professor ou outra pessoa qualquer, chamar a atenção do apresentador por ter ultrapassado o tempo previamente combinado para o desenvolvimento do evento. Nossa sugestão é que o tempo de apresentação não deva exceder a quarenta e cinco minutos. Além desse período, corre-se o risco de perder a atenção dos ouvintes e o trabalho ficar prejudicado. Seja bem rigoroso quanto ao cumprimento do horário combinado para a apresentação do trabalho, começo, duração e fim do evento.

Local do evento Completando as informações vistas até aqui, em relação ao local do evento o apresentador poderá, antecipadamente, ter condições de prepará-lo da forma mais conveniente para dar suporte à apresentação. Entre outros pontos é importante planejar: a disposição física do espaço onde ficarão os ouvintes, como são a ventila-

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ção e iluminação do local, a limpeza e a organização, os equipamentos audiovisuais disponíveis para utilização e a qualidade da acústica, entre outros. Estes itens, quando observados e recebendo atenção com antecedência, vão contribuir para que nossos ouvintes não só valorizem nossa preocupação com seu bem estar, como também aumentará a disposição do público em nos ouvir e se interessar pelo assunto de que nossa apresentação oral irá tratar. Comece a praticar e prestar atenção nestes detalhes, mesmo que a apresentação esteja sendo realizada em sua sala de aula. Na primeira oportunidade que tiver, siga estes ensinamentos. Veja a diferença que isto vai causar na apresentação e na recepção ao seu trabalho. Você pode utilizar um roteiro como esse a seguir, para poder checar e organizar os aspectos físicos de sua apresentação.

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Exemplo de roteiro para organização dos aspectos físicos Local da reunião materiais didáticos/ audiovisuais pessoal

ITEM

RESPONSÁVEL

PROVIDENCIAR

DATA-LIMITE

1. Local Espaço adequado Limpeza Arrumação das cadeiras Serviços de conveniência (água, w.c., etc.) 2. Materiais Didáticos

Cópias para participantes 3. Audiovisuais Cartazes Flirp-chart Transparências/ slides Filmes Retroprojetor/datashow Vídeo Quadro-negro Quadro-branco 4. Apresentador Vestuário Cuidados pessoais

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Apresentação pessoal Este é um detalhe que merece atenção na hora em que você estiver planejando sua apresentação. Não se esqueça de que o apresentador será observado em todos os aspectos pelos seus ouvintes. Entre eles, a sua apresentação pessoal é um dos que causam grande impacto na platéia presente. Sem dúvida alguma ela exercerá um peso não desprezível no convencimento do seu auditório. Assim, mesmo que você esteja entre colegas de escola ou de trabalho, procure ponderar qual é a roupa mais conveniente para se apresentar frente ao seu público e que poderá influenciá-lo positivamente. Outra coisa: a escola é o local onde podemos errar, sem maiores problemas. Procure usar este espaço como uma forma de treinamento para se preparar, não só para esta oportunidade como para outras, que podem ser apresentações em um clube ou no local de trabalho. Com uma vantagem: na escola você pode errar e, no máximo, receber alguma observação menos favorável por parte do professor ou de seus colegas.

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Fora desta comunidade, as conseqüências podem ser mais drásticas. Caso esteja fazendo uma apresentação em seu local de trabalho, é o seu ganha-pão que poderá estar em jogo! Assim, é preferível, sempre que tiver oportunidade, apresentar-se na escola e atentar para as observações e críticas feitas pelo seu professor e pelos colegas de turma. Elas são muito úteis para você se preparar melhor! Para isto, não tente fugir das ocasiões que surgirem para a apresentação de seus trabalhos em sala de aula. Quanto mais você participar mais preparado ficará para se apresentar aos mais diferentes públicos.

Materiais de apoio O leque de materiais de apoio disponível para alguém que vá fazer uma apresentação oral é bem amplo. Vai desde um simples quadro-negro até um sofisticado projetor acoplado a um computador. Assim, após uma reflexão sobre a forma de apresentação do trabalho que apresentaremos ao público ouvinte, o local escolhido,

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entre outros itens, teremos que planejar os materiais de apoio que utilizaremos. Um exame cuidadoso vai nos indicar, por exemplo, as vantagens de utilizar um ou vários cartazes, filme ou transparência e assim por diante. Uma boa iniciativa após a seleção destes materiais é verificarmos, com antecedência, como está o funcionamento e mesmo o acabamento daquilo que foi preparado para dar suporte ao evento. Nada mais desagradável ao apresentador e, principalmente, aos ouvintes, do que um equipamento que não funcione ou um cartaz com letras não legíveis, etc. Portanto, muita atenção a estes aspectos. É bom lembrar que não basta apenas planejar e selecionar adequadamente os materiais de apoio. É importante sabermos como devem ser utilizados adequadamente. Este será o assunto do próximo capítulo deste trabalho, no qual falaremos de alguns aspectos da utilização das técnicas audiovisuais e microfones, procurando enfatizar a importância que estes procedimentos demandam.

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Roteiro para um planejamento eficaz de uma apresentação oral Exemplo de Roteiro para o Planejamento da Apresentação Oral Seminário:

Data e hora de início:

Assunto:

No. de participantes:

Responsáveis:

Local da Apresentação:

ITEM

RESPONSÁVEL

INÍCIO

TÉRMINO

OBSERVAÇÕES

1. Reunião inicial 2. Levantamento de bibliografia 3. Nomear responsáveis pelos tópicos a serem apresentados 4. Material didático a ser distribuído 5. Material audiovisual 6. Aspectos físicos 7. Preparação dos relatórios

8. Preparação do “discurso” 9. Ensaio geral da apresentação.

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4 USANDO RECURSOS AUDIOVISUAIS E MICROFONES: PRENDENDO A ATENÇÃO DOS OUVINTES

Muito bem! Após o planejamento exaustivo dos itens vistos até aqui, veremos a seguir a importância de como desenvolver algumas técnicas que nos auxiliem na utilização de equipamentos desta natureza, assim como na preparação dos materiais utilizados por alguns destes recursos.

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Recursos audiovisuais Estes recursos vão auxiliar os ouvintes a ampliarem a compreensão e retenção, por maior tempo, de algumas informações importantes transmitidas pelo apresentador. Eles também ajudam o apresentador a coordenar e reforçar os pontos que merecem maior destaque na sua apresentação. Um apresentador de um trabalho acadêmico-científico, por exemplo, poderá dar um destaque diferenciado na apresentação dos resultados de suas pesquisas, visto que, geralmente, esta é a parte mais relevante de seus trabalhos. Assim como um gerente de vendas poderá evidenciar com maior destaque as vendas de um produto que mais lhe interessa naquele momento. Ao mesmo tempo em que estes recursos podem nos ajudar, por outro lado podem nos atrapalhar e prejudicar nossa apresentação, caso não sejam selecionados e utilizados com habilidade.

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Para uma melhor compreensão deste assunto, vamos falar um pouco sobre o uso correto de recursos, assim como de algumas características daqueles mais importantes. Atente-se aos seguintes itens: 1. quando usar um recurso visual; 2. como produzir um visual; 3. recursos visuais mais utilizados; 4. cuidados na localização de retroprojetor no local onde vai ser usado este tipo de recurso.

Quando usar um recurso visual Acreditar que um recurso visual sempre será obrigatório numa apresentação oral não corresponde à realidade. Utilizá-lo somente para ilustrar ou tornar nossa exposição mais atraente ou mesmo utilizá-lo como um simples roteiro para nossa orientação certamente não é a melhor forma de explorar esta forma de recurso. Ao pensarmos na utilização de um recurso visual, devemos sempre nos lembrar que o apresentador é a parte mais importante da exposição. Portanto, aquele não

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poderá suplantar a importância deste último. A decisão pelo uso de recursos visuais deverá ser tomada após analisar com detalhes o conteúdo e a seqüência da fala, refletindo sobre quais são seus objetivos: • estabelecer comparações numéricas; • expor dados ou séries estatísticas; • evidenciar informações consideradas essenciais; • expor dados técnicos ou científicos; • esclarecer conceitos, procedimentos e idéias; • facilitar e orientar o raciocínio; • possibilitar a visualização de objetos; • estabelecer relacionamentos; • apresentar organogramas, fluxogramas.

Como produzir um bom visual Ao preparar um recurso visual para a sua apresentação, é importante que ele seja apropriado às circunstâncias envolvidas neste evento. Facilite sua localização para que seja visível a todos os ouvintes, além de ser esclarecedor sobre o assunto a ser tratado. Assim, não se esqueça de preparar um recurso claro, limpo e bonito.

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Algumas regras para a produção de um bom visual 1. Título - esclarecedor, simples e de poucas palavras; localizá-lo na parte superior do visual 2. Legendas - facilitar a compreensão dos gráficos, tabelas, etc. 3. Letras legíveis - evitar letras pequenas que dificultem a leitura pelo público. Escolher letras grandes que possam ser lidas por todos os presentes no evento. Procurar usar no máximo três tamanhos de letras em cada visual, o que o uniformizará, facilitando sua compreensão e maior rapidez na sua leitura. 4. Frases curtas – desde que representem uma idéia completa, tornarão o visual mais eficiente. Procure limitar a frase, no máximo, a seis ou sete palavras. 5. Número de linhas – limitar em seis ou sete linhas, em caso de o formato do visual ser horizontal. Caso ele seja verticalizado, limitá-lo a oito ou nove linhas. Use cores. Ajudam a destacar os

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dados mais importantes, além de criar contrastes que facilitam a compreensão. Mas não abuse do número de cores, isso prejudicará a compreensão e a estética. 6. Uma idéia em cada visual – esta atitude vai ajudar na melhor orientação e na concentração do público.

Tipos de um visual Um visual utilizado numa apresentação oral pode ser de vários tipos. Os mais comuns são: • Tabelas • Gráficos de barra • Gráfico setorial (tipo pizza) • Gráfico de linhas • Mapa • Fluxograma • Desenho

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Tabela

Grรกfico setorial (tipo pizza)

Grรกficos de barra

Grรกfico de linhas

Fluxograma

Mapa

Desenho

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Cuidados especiais no preparo dos visuais: Destacar especialmente os títulos, pois ao adotar tal cuidado seus ouvintes saberão do que se trata, não precisarão ficar perguntando ao colega do lado. A informação deve ser perfeitamente legível para todos. A visibilidade deve merecer sempre a sua atenção. Em uma apresentação ou palestra, facilite o entendimento de todo o seu conteúdo. Caso contrário, providencie legendas. Geralmente são necessárias para os gráficos, diagramas, etc. Quanto às cores, muitas vezes são essenciais à clareza e para dar ênfase aos itens apresentados. Não se esqueça de usar e abusar da simplicidade. Para isto, use ilustrações e símbolos. Procure transformar os parágrafos em frases simples. Feito isto, transforme-as em pequenas expressões e palavras-chaves. Disposição normal da imagem: para melhor visibilidade, os títulos deverão ficar na parte superior e os dados na altura de 2/3.

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Algumas sugestões para a preparação de visuais em forma gráfica, escrita, mapas, etc.

Visual - Título Caracteres nítidos e breves. Quanto maior o tipo de letra, melhor.

Visual - Apresentação Caracteres grandes, não muito cheios, com 12 ou menos palavras.

Visual - Tabulação Especialmente utilizados para apresentações financeiras. Deve ser o mais simplificado possível, de preferência com caracteres grandes.

Gráficos de linhas ou montanhas Indicado para mostrar mudanças ou tendências. Deverá ser restrito a 6 linhas, e de preferência com caracteres grandes. Gráficos de barras Deverá limitar-se a 5 colunas. Poderá ser sobreposto para efeito de comparação ou projeção. Visual - Mapa Para facilitar a visualização. Uma determinada parte do mapa deverá ser de vista explodida. Gráfico setorial Deverá limitar-se a 6 setores. Poderá ser vista explodida, com mais de um círculo, para efeito comparativo.

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Principais recursos audiovisuais Os principais recursos audiovisuais utilizados nas apresentações orais são: • Quadros – de giz ou de pincel • Cartaz • Flip chart Cartaz

• Folheto • Modelos e objetos • Retroprojetor • Vídeo • Painel de projeção (datashow)

Quadro de pincel

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Retroprojetor

Modelo

Flip Chart

Datashow

Folheto

VĂ­deo

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Cuidados importantes na utilização destes recursos: 1. Quadros e flip chart • Quando estiver escrevendo, procure não falar. Fale antes ou depois. • Escreva colocando o corpo de lado. • Escolha uma cor de giz ou de pincel que se destaque adequadamente. • Caso o expositor tenha escrito previamente algumas informações (flip chart ou cartaz), aponte o indicador ao elemento informado, comece a falar e só depois deverá retirar o indicador do quadro. • Nunca fique olhando para o quadro. Olhe apenas o suficiente para ler alguma informação e volte a falar para o auditório.

2. Aparelhos de projeção – retroprojetor, projetor de slide ou filmes, datashow

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• Observe a iluminação: o ambiente não deve ser muito escuro a ponto de o auditório não ver quem esteja falando, nem tão claro que não se possam observar as figuras. • Siga as mesmas indicações fornecidas para a utilização dos quadros, flip chart e cartazes quanto à forma de se comunicar com o público. • Prepare-se previamente para apresentar os “slides” na hora certa. • Na utilização do retroprojetor, procure trocar você mesmo a transparência ou slide, evitando o desencontro de informações e tornando a apresentação mais personalizada. Garanta a boa qualidade da imagem, certificando-se de que as áreas de projeção dos aparelhos estejam completamente limpas. • Os filmes, assim como a projeção de slides, são muito ricos e também constituem uma forma de melhor atingir o objetivo que o comunicador deseja.

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• Se o filme servir como preparação do auditório, passe-o no início. Se tiver a finalidade de provar o assunto a ser apresentado, deverá ser exibido depois de sua exposição verbal. • Qualquer um desses recursos utilizados por você num trabalho que envolva comunicação oral deverá ser preparado de acordo com certos critérios que garantam boa qualidade. A clareza e a limpeza devem ser a principal preocupação. Para o sucesso de uma apresentação oral, é fundamental que o comunicador tenha sempre os efeitos ou impactos que deseja causar aos ouvintes. Cabe a ele, então, utilizar o recurso visual que melhor se enquadre dentro de seu objetivo. Quanto maior a mobilização causada por um trabalho maiores serão, certamente, o sucesso e a aceitação dele. Portanto, lembre-se: a apresentação deve ser feita para o público e nunca para o próprio apresentador.

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Usando microfones Eventualmente em nossas apresentações orais precisaremos utilizar este aparelho. Apesar da simplicidade desta operação, é interessante para o apresentador conhecer alguns cuidados que precisa tomar para utilizálo corretamente. Existem, basicamente, três tipos de microfones: • de lapela • pedestal • mesa

Microfone de Lapela 1. Deve ser colocado na parte superior do peito. 2. Enquanto estiver falando, não mexa no fio. 3. Cuidado para não fazer comentários inconvenientes, porque uma vez preso na roupa, reproduz todo som produzido à sua volta. 4. Não esqueça o microfone quando sair do local de onde estiver falando (tribuna, mesa, etc.)

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Microfone de Mesa e de Pedestal 1. Verifique o mecanismo da haste. 2. Teste a sensibilidade do microfone para saber qual é a distância de que deverá falar. 3. Deixe o microfone uns dois centímetros abaixo do queixo.

Microfone de Mesa

4. Não segure a haste. Sempre olhe por cima do microfone. Se precisar, gire o corpo e não o microfone. 5. Fale em tom de voz normal.

Microfone de Pedestal

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5 A VOZ – UM DIFERENCIAL IMPORTANTE EM NOSSAS APRESENTAÇõES ORAIS

Apesar de esta característica exclusiva dos humanos que chamamos de voz ser uma das principais ferramentas de trabalho na comunicação entre as pessoas, poucas vezes temos idéia de tudo aquilo que ela representa para nós ao longo de nossa vida. Geralmente só nos damos conta de sua importância quando percebemos

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nossas dificuldades ou mesmo de outras pessoas que, por um motivo ou outro, ao utilizarem este recurso, percebem que sua voz se mostra muito baixa ou muito alta, ou passam a notar que ela está sendo atacada por algum tipo de rouquidão, começam a “comer as palavras” e assim por diante. Nestes momentos, não é incomum que as pessoas envolvidas por estes tipos de desvios em suas falas passem a ficar preocupadas com estes fatos. Não temos a pretensão de tirar todas as suas dúvidas sobre os problemas que possam surgir com esta questão. Nossa intenção é esclarecer aos nossos leitores as questões mais comuns que possam ocorrer com a sua voz e que, de uma forma ou de outra, estejam prejudicando seu desempenho, além dos prejuízos que possam estar acarretando para sua saúde. Caso você perceba que estas informações não são suficientes para ajudálo na resolução de possíveis problemas vocais no seu dia a dia, nossa recomendação é que procure o auxílio de um profissional de saúde com formação em otorrinolaringologia e/ou em fonoaudiologia.

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Nossa voz é uma das expressões mais fortes da personalidade humana. Ela é uma das principais responsáveis pela transmissão de nossos pensamentos, possibilitando a garantia de inter-relacionamento com nossos semelhantes. É por meio da voz que nossos interlocutores podem decifrar nosso estado emocional de maneira perceptiva e relacionar, além das condições físicas, nossas condições psicológicas ligadas aos aspectos emocionais, extrapolando, e muito, o simples contexto da fala. Um exemplo que pode nos ajudar a entender melhor o exposto no parágrafo anterior pode ser notado quando falamos com alguém ao telefone. Ao mesmo tempo em que estamos nos comunicando com uma determinada pessoa, começamos a construir uma imagem mental dela. Apesar de o falante estar longe de nossos olhos, criamos uma série de impressões sobre ele só de ouvirmos sua voz, percebendo se ele é agressivo, submisso, educado, “grosso” e aí por diante. Apesar das discussões que podem surgir em contrário, é bem aceito o fato de que muitas mudanças na

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voz acontecem em decorrência dos diferentes estados emocionais nos quais nos encontramos. Depois desta nossa conversa até aqui, podemos dizer que a voz é.... o som produzido pelo humano que o identifica quanto à sua idade, seu sexo, tipo físico, raça, procedência, nível sócio-cultural, características de personalidade e estado emocional. E, afinal, como é produzida a voz humana? Sem entrar em muitos detalhes da fisiologia humana, de uma forma bem singela, podemos dizer que a voz é produzida na laringe, por meio da vibração das pregas vocais (popularmente conhecidas como cordas vocais), que realizam seu movimento graças ao fluxo de ar que vem dos pulmões (expiração) e à ação dos músculos da laringe. Para facilitar melhor nosso entendimento, vide a figura 1. O som produzido nestas circunstâncias vai se modificando nas cavidades que funcionam como “alto-falantes.

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• Pregas vocais fechadas (fonação) • Pregas vocais abertas (respiração) Para completar esta breve explicação sobre a fisiologia da voz, é interessante sabermos que o modelo básico Pregas vocais fechadas (fonação)

de uma emissão vocal está relacionado a alguns ajustes motores utilizados tanto nas pregas vocais como na laringe. Lábios, língua, dentes e palato, mandíbula, laringe e sua funções são os órgãos responsáveis pela nossa fonação. Caso este conjunto, ou mesmo uma de suas pe-

Pregas vocais abertas (respiração)

ças estejam passando por algum tipo de problema de saúde, a dinâmica da fala fica prejudicada. Quando isto acontece, a tendência é aparecerem ajustes compensatórios, favorecendo uma fonação com esforço que pode levar à disfonia, popularmente conhecida como “rouquidão”. Tratando-se de assunto significativo para nossa saúde, acreditamos ser importante prestarmos atenção em alguns pontos que iremos comentar a seguir: excesso

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vocal, audição, articulação, ritmo, velocidade, inspiração e expiração. Os excessos vocais podem acarretar em nossa voz várias alterações, entre as mais comuns nódulos, pólipos, fendas e edemas.

A audição Apesar de muitas vezes não prestarmos a atenção devida, a audição está muito envolvida com o processo da fala. É este sentido que nos fornece o feedback acústico, que permite monitorar a intensidade, a velocidade, o ritmo, a articulação e a pronúncia.

A articulação Este conjunto, formado por músculos e nervos, é o grande responsável pela alimentação do “poder de convencimento” do falante. Quando bem definido, indica que ele tem controle do ato de falar, transmitindo clareza e credibilidade ao seu ouvinte, assim como a si próprio. Distorções articulatórias, pequenas imprecisões, articulação

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travada ou exagerada podem indicar que o falante está com dificuldades na sua organização mental. Esta situação leva o ouvinte a perder o foco do discurso, fazendo com que alguns fatos tratados passem despercebidos.

O ritmo O ritmo é capaz de demonstrar a habilidade do falante em transmitir com coerência suas idéias. Ele permite que elas sejam bem formuladas, imprimindo a sensação ao ouvinte de que o falante tem grande conhecimento do assunto tratado. O ritmo está diretamente relacionado à ênfase do assunto e pode expressar uma fala monótona ou repetitiva.

A velocidade Esta particularidade da voz nos permite saber o número de palavras faladas pelo falante por minuto. Segundo apontam pesquisas nesta área, pessoas que falam abaixo de cento e trinta palavras neste tempo podem ser rotuladas como de fala lenta, enquanto aquelas que ultrapassam cento e oitenta palavras são consideradas de fala rápida.

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É bom lembrarmos que, numa conversação normal, a velocidade da voz pode ser alterada e que o excessivo aumento constitui uma sobrecarga para todo o sistema, ocasionando o que chamamos de abuso vocal. Os ciclos para a fonação: inspiração e a expiração Efetuar trocas gasosas entre o meio ambiente e o nosso organismo é função primária do nosso aparelho respiratório. A execução desta função depende do funcionamento de dois ciclos conhecidos como inspiração e expiração que, além de serem utilizados por este conjunto de órgãos, são também responsáveis pela nossa fonação. A seguir, faremos algumas recomendações e sugestões sobre a utilização de nossa voz, procurando entender como nosso estado de saúde geral pode vir a interferir em seu desempenho específico.

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Voz e Saúde - Dicas importantes

Afinal, o que tem a ver um resfriado com o desempenho de nossa voz? Tem tudo a ver! A produção de uma boa voz e uma fala adequada dependerão da harmonia do nosso corpo em relação ao que anda acontecendo com as demais partes de nosso organismo. Dificilmente veremos uma pessoa nestas condições de saúde fazer bom uso de sua voz. Muitas vezes, por falta de orientação, podemos achar que o problema de nossa rouquidão, por exemplo, tem origem em nosso sistema vocal. Nem sempre isto é verdade. Pode ser que, por um motivo qualquer, estejamos com problemas respiratórios refletindo, por outras vias, em problemas com nossa voz.

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Vamos enumerar, a seguir, alguns itens de saúde geral que, quando bem observados, podem nos ajudar a atingir uma boa voz. • Antes de uma apresentação oral, respeite as horas de sono. • Hidrate seu organismo, bebendo água ao longo do dia. Procure não tomar água gelada durante a sua fala. • Evite o fumo. Ele é nocivo à laringe. Quando tragamos, a fumaça, além de atacar todo o sistema respiratório, passa a agir, também, sobre a mucosa das pregas vocais, prejudicando a fala. Esta situação leva a uma interferência direta na laringe, podendo causar irritação, edema, tosse, pigarro, aumento de secreções e infecções. Além de todos estes problemas, não devemos nos esquecer da existência de grande incidência de câncer na “garganta” entre os fumantes. • Cuidado com o consumo de bebidas alcoólicas. Elas têm propriedades que, além de desidratarem a mucosa do trato vocal, anestesiam nosso corpo,

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inclusive a laringe. Excedendo na bebida, em particular em um ambiente ruidoso, somos levados ao abuso vocal, pois nestas circunstâncias nossa sensibilidade fica bastante afetada. Além de tudo isto, as bebidas destiladas como conhaque, uísque e vodka, entre outras, aquecem nossa prega vocal, ocorrendo, com isto, a perda de inibição, contribuindo para o aumento da temperatura interna do corpo. Nestas circunstâncias você “solta o corpo e a voz” sem se dar conta do esforço que está fazendo. • Elimine a fumaça, a poeira e o pó de giz. São elementos que não combinam com uma boa voz. • Os resfriados, assim como suas conseqüências como rinite, sinusites, laringites e faringites, entre outras, devem merecer especial atenção. Estes sintomas, além de alterarem a voz, prejudicam a disposição física e emocional, especialmente quando a laringe estiver envolvida no processo. Tal situação favorece o aparecimento da tosse, considerada a grande vilã dos profissionais da voz.

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• Ao acordar, aproveite para espreguiçar e realizar exercícios de alongamento corporal. Enquanto estiver no banho, deixe a água morna cair sobre os ombros, realizando exercícios de rotação de cabeça. É uma ótima opção que nos ajudará a reduzir nossas tensões do dia a dia. • Realize, periodicamente, avaliações auditivas e de voz. • Evite gritar ou falar durante muito tempo. Não faça competição sonora. • Procure não se expor às mudanças de temperatura ambiental. Esta advertência também se aplica no caso de consumo de bebidas geladas.

Os alimentos e a nossa saúde vocal Vamos ver alguns cuidados quanto à nossa alimentação, além de enumerar alguns alimentos favoráveis ou prejudiciais à nossa voz. • Antes dos momentos de fala, faça uma alimentação leve. Alimentos pesados ou quando consumidos em grande quantidade prejudicam a digestão

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e dificultam a movimentação do diafragma, músculo essencial para a nossa respiração. • Evite comer chocolate e derivados de leite. Tais produtos costumam causar aumento da viscosidade da mucosa em todo o aparelho fonador, dificultando nossa fala. • Café, chá-mate, chá-preto e chocolate contêm uma substância conhecida como cafeína. Ela pode aumentar nossa acidez estomacal desencadeando para os organismos, com esta tendência, o refluxo-gastro-esofágico. Esta mesma substância desidrata a mucosa, além de deixar a saliva mais espessa. • A maçã, esta conhecida fruta, é uma ótima aliada da saúde vocal por dois motivos. Primeiro por sua consistência mais dura, que exige “mais” mastigação e prepara melhor nossos articuladores. Lembram-se deles? Em segundo lugar, ela possui propriedade adstringente (a pectina), que nos ajuda a reduzir a saliva espessa produzida na boca e na faringe. Por tudo isto, a maçã favorece tanto a

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ressonância quanto a articulação.

Cuidado com os mitos Mito 1 – Pastilhas e balas de menta “são alívio” para a voz. Pelo contrário. Estimulam a irritação da mucosa e não aliviam a garganta. O que elas fazem é mascarar os sintomas de dor, ardume, facilitando um esforço vocal de forma despercebida pelos seus usuários. Mito 2 – Gengibre. Esta planta é adstringente, assim como a maçã, porém tem a capacidade de irritar nossa mucosa. Sem contar que tem propriedade anestésica, dando-nos uma falsa situação das condições de nossa voz, facilitando o abuso vocal.

Atenção para alguns hábitos Abusos vocais 1. Procure fazer uso de um ambiente físico adequado que não o obrigue a falar “gritando” ou “mais alto” do que costuma fazer no seu cotidiano. Tal situação pode trazer alterações que, reincidentes,

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tornam-se problemas para a nossa voz. Nestas situações, não abra mão de um microfone quando seu público, local ou outra demanda qualquer exigir uma voz ampliada. Observe sempre, além do ruído das pessoas, a acústica das salas que, ao produzirem o famoso “eco”, podem contribuir para que passemos informações distorcidas de nossa fala aos nossos ouvintes. 2. Pigarrear, tossir ou ainda “raspar” a garganta para limpá-la são hábitos vocais inadequados. Tais ações ocasionam o atrito brusco entre as pregas vocais. Evitá-los é uma boa medida. 3. A vestimenta pode dificultar a movimentação de nosso corpo, comprometendo o bom funcionamento dos músculos que participam dos movimentos da fonação, assim como da nossa respiração. Procure, durante sua apresentação oral, utilizar roupas leves e soltas, com atenção especial às regiões do pescoço e da cintura. Salto alto prejudica

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a postura e a respiração. 4. Para manter uma postura adequada, o corpo deve estar relaxado e bem posicionado. Para isto, o peso do seu corpo deve estar distribuído igualmente sobre os pés. Mantenha o queixo paralelo ao solo, além de manter as vias respiratórias desobstruídas. Lembre-se: a expressão corporal é uma grande aliada na emissão de nossas mensagens! Além das orientações e atividades sugeridas até este ponto, outras propostas podem nos ajudar a descartar doenças no aparelho fonador, tais como nódulos, pólipos e outras mais. Nestes casos, após a consulta a um profissional especializado, o fonoaudiólogo pode intervir junto ao interessado, introduzindo técnicas individuais de preparação para apresentações orais, além das conhecidas como aquecimento e desaquecimento para a fala. Estas técnicas de aquecimento e desaquecimento que

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participam da construção da fala são recomendadas para evitar que a laringe, um órgão delicado e suscetível às lesões pelo mau uso e abuso vocal, seja afetada. Nesse caso, uma preparação adequada, por meio destas práticas, garante um bom desempenho da fala e de nossa saúde vocal. Várias são as técnicas estudadas e aplicadas pelos fonoaudiólogos frente a estas situações. Ele as indicará, dependendo das circunstâncias e do esforço vocal e do ambiente onde o falante desenvolverá seu discurso. Nesta linha de raciocínio, a orientação que fará para um palestrante não deverá ser a mesma indicada para um ator de teatro, por exemplo, nem tampouco para um radialista ou mesmo um cantor. Para melhorar nossa compreensão, a seguir veremos algumas técnicas de aquecimento e desaquecimento vocal que devem ser treinadas após avaliação e orientação fonoaudiológica individual. Aquecimento vocal – tempo estimado: 15 minutos.

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• Alongamento – cabeça, pescoço e ombros. • Respiração – emissão do “s” e “z” prolongado (respiração diafragmática). • Vibração de língua – escala ascendente. • Vibração de lábios. • “p” prolongado – pa pa pa. Desaquecimento – tempo estimado – 5 minutos • Massagem digital da laringe. • Vibração de língua ou lábio – escala descendente. • Voz salmodiada – “voz de padre”. • Bocejo – suspiro. • Repouso vocal.

Vamos ver como andam os cuidados com sua voz... Ao responder às questões a seguir, você estará fazendo uma auto-avaliação sobre os cuidados despendidos com a sua voz. Vamos lá! (COELHO, 1994). 1. Percebe que no final de um dia de trabalho a sua voz está mais fraca?

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2. Quando fala em público, as suas veias ou músculos do pescoço saltam? 3. Sente dores na região do pescoço? 4. Após falar durante algum tempo, sente dores de cabeça? 5. Fala diariamente durante horas seguidas? 6. Tem constipações freqüentes? 7. É fumante? 8. Pigarreia muito? 9. Tem alguma alergia das vias respiratórias? 10. Tem freqüentemente faringites, amigdalites ou laringites? 11. Costuma automedicar-se quando tem problemas na voz? 12. Tem dificuldades digestivas, tais como azia, úlcera, refluxo gastroesofágico, etc.?

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• Caso tenha respondido afirmativamente a mais do que quatro itens listados, fique atento e procure tomar alguma providência no sentido de modificar os seus hábitos. Este resultado é um alerta. Fique atento! • Agora, caso tenha respondido afirmativamente a mais do que seis itens, é bom procurar um especialista para que ele possa avaliar o estado de suas pregas vocais. Este resultado indica que você deve ficar atento para que não ocorram maiores problemas com sua voz num futuro próximo.

Uma palavra sobre o papel do fonoaudiólogo Cada vez mais presente junto a todas as pessoas que se interessam em manter as condições favoráveis para produzir uma boa voz, destaca-se o profissional de fonoaudiologia. Não só atendem aos profissionais da voz, como locutores, atores, entre outros, como também são, cada vez mais, procurados por outras pessoas que sabem que a voz é um elemento muito importante em

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suas carreiras profissionais, assim como para a sua vida em sociedade. É um profissional que atende, orienta e treina a voz e a fala, para que a nossa mensagem se torne eficiente e agradável aos nossos ouvintes. Agora que você já sabe o que ele faz, pode procurá-lo em todas as oportunidades em que julgar que a sua saúde vocal esteja precisando de atenção especial.

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6 COMUNICAÇãO NÃO VERBAL, VERBAL E O DISCURSO

Agora que ficamos sabendo várias coisas sobre a nossa voz, além das implicações e cuidados que devemos ter com objeto tão nobre, vamos ver como ela, aliada a outros tipos de linguagens não-verbais, vai formar as mensagens de nosso discurso, constituindo aquilo que conhecemos como comunicação.

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A linguagem falada é um das formas que utilizamos para nos comunicar. Por outro lado, quando gesticulamos, por exemplo, fazendo um simples sinal posicionando nossos dedos em forma de “V”, todos sabem que estamos comemorando uma vitória (como o famoso “V” de Churchil, um dos principais comandantes aliados, exibido após terem vencido a Segunda Guerra Mundial). Esse gesto de comunicação não verbal foi tão expressivo que por muito tempo ficará na memória da humanidade, assim como tantos outros.

As partes do processo de comunicação A mensagem é uma das partes desse processo, que se completa com a inclusão de um transmissor, um canal e um receptor. Quando você está falando a um grupo de colegas sobre os resultados de sua pesquisa sobre a variação de preços agrícolas da última década, por exemplo, já podemos identificar as partes do processo de comunicação: você, como transmissor; o canal será a sua voz;

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a mensagem serão os resultados do seu trabalho de pesquisa; e o auditório representará o receptor deste processo. Saber identificar os requisitos técnicos e humanos de cada uma dessas partes é o grande desafio de todos aqueles que enfrentam uma apresentação oral. A seguir, falaremos um pouco sobre comunicação não verbal e verbal.

Comunicação não verbal Uma piscada ou um bocejo, uma roupa colorida ou um sapato sem meia são vistos pelo nosso público como uma atitude, um sinal ou um gesto. Todos são representantes de uma comunicaçao não verbal. Considerando que esse tipo de comunicação tem uma grande importância para o êxito ou o fracasso de nossas apresentações orais, vamos ver alguns cuidados que se fazem necessários quando estivermos “face a

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face” com nosso auditório. Nestas ocasiões, devemos nos atentar para:

I - Apresentação pessoal Roupas adequadas, cabelo, maquiagem, etc.

Figura 1

II - Expressão corporal Mãos Atentar para o movimento das mãos. Recomenda-se que uma seja colocada sobre a outra, como nos mostra a Figura 1. Essa posição é chamada “ninho dos gestos” ou “pára-raio das emoções”. Pernas Homens - pernas deverão ficar separadas lateralmente, em posição de descanso; não muito fechadas e nem muito abertas. Figura 2

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Mulheres - recomenda-se que fique um pé à frente do outro, na terceira posição de balé, conforme Figura 2. Cuidados O que NÃO fazer durante uma apresentação: • não colocar as mãos nos bolsos; • não cruzar os braços; • não gesticular abaixo da linha da cintura; • não unir as mãos em posição de prece; • não ficar com as mãos presas, segurando uma a outra por muito tempo; • não colocar o peso do corpo em apenas uma das pernas; • não colocar o peso do corpo ora em uma perna, ora em outra. (movimento de pêndulo); • Não colocar o peso do corpo nas pontas dos pés, movimentando-se para frente e para trás; • Não “torcer” o(s) pé(s) lateralmente;

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A postura elegante é um dos prérequisitos de um bom comunicador.

III - Comunicação Visual O papel exercido pelo olhar é muito importante

para

apresentação.

O

o

êxito

olhar

de

sua

tem

um

efeito instantâneo na sua forma de comunicar. Para facilitar a comunicação visual, divida seu auditório em quatro partes, 1, 2, 3 e 4. (Figura 3). Você poderá, por exemplo, começar a falar para o setor 1, olhando apenas para aqueles que estejam aí localizados. A seguir, correrá o olhar e continuará falando aos que estiverem no setor 2. Com toda a naturalidade, desça o olhar até o setor 3 e, após falar-lhes por alguns instantes, transfira sua atenção para o setor 4. A seguir, volte seu olhar para o setor 1, repetindo o processo.

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Figura 3


Cuidados com a comunicação visual O que NÃO se deve fazer durante a apresentação: • não se deve olhar para cima, para os lados ou para baixo, sistematicamente; • não se deve encarar um único grupo de pessoas da audiência; • não se deve esquecer das últimas fileiras; • não se deve esquecer das laterais (cantos) de seu auditório; Agora que já vimos a importância, bem como alguns cuidados básicos da comunicação não verbal, passaremos a comentar sobre a comunicação verbal.

Comunicação Verbal Bem, finalmente chegou o momento por que todos esperam: conversar com o grupo de pessoas que estão reunidas, ali na nossa frente, aguardando a nossa mensagem. Certamente a grande maioria que teve a oportunidade

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de passar por essa experiência sentiu, principalmente nas primeiras vezes, um certo “calafrio” que, com o tempo e a experiência adquirida, vai desaparecendo. Esse calafrio pode se manifestar na forma de dor de cabeça, suor exagerado e por aí afora... Isso acontece, principalmente, porque até este momento a conseqüência de qualquer erro ou descuido que aparecesse em uma de nossas tarefas seria percebida somente por nós ou, quando muito, pelos membros do nosso

grupo, caso o trabalho fosse feito em equipe.

Agora, não!

Em nossa frente, qualquer falha vai ser

notada e “julgada” por uma platéia. Afinal, uma das coisas que o ser humano menos aprecia é sentir-se ridicularizado por seus pares. Assim, todo cuidado é pouco! Praticamente todos os autores que escrevem e ensinam sobre a “arte” de falar em público concordam num ponto: o planejamento e a preparação do assunto que você se encarregou de apresentar oralmente são grandes responsáveis pelo êxito de uma apresentação. Eles garantem a nossa retaguarda. São frutos de nosso trabalho de pesquisa do tema que iremos expor, da

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preparação do local onde vai se dar a apresentação, da elaboração do material audiovisual, etc.

Enfim, toda

essa preparação nos dá uma sensação de segurança. E é de segurança o que mais precisamos nesta hora. Agora,

veremos

alguns

comunicação verbal.

cuidados

com

a

nossa

Este conhecimento vai nos

proporcionar condições de entender a importância de saber elaborar um discurso, aqui entendido não somente como uma peça de oratória, mas também como uma exposição metódica sobre um assunto qualquer. Vamos entender melhor o que há por trás da palavra discurso.

Partes de um discurso Podemos dividir um discurso em quatro partes. • Início • Preparação • Mensagem • Conclusão

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I - Início É no início que preparamos o ânimo do ouvinte para o restante do discurso Cícero

Nesta parte do discurso, você irá conquistar a atenção e a simpatia do auditório. Adotar atitudes simples, evitar afetação ou frases rebuscadas é um bom começo! Esta parte pode ser dividida em: Cumprimento - Bom dia! Boa tarde! Boa noite! Apresentação pessoal - Dizer seu nome para seus ouvintes é uma forma de eles lembrarem de você. Caso você já seja conhecido pela platéia, não custará nada dizer: “- Vocês já me conhecem. Meu nome é...”. Muitas pessoas têm dificuldades em memorizar nomes. No papel de comunicadores, é muito importante facilitarmos as coisas para nossos ouvintes.

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Tempo de duração da apresentação (palestra, seminário, etc.) - Deixe claro para todos os presentes qual será a duração de sua apresentação, para que se preparem mentalmente. Além disso, este é o momento de explicar ao auditório quais as regras que você ou o grupo de apresentadores desejam que sejam observadas durante a apresentação. Exemplos: • Em caso de perguntas, como deseja que os ouvintes se comportem? • Farão as perguntas durante ou ao final da apresentação? • As perguntas serão oral ou por escrito? Se forem por escrito, quem se encarregará de fazer suas leituras? • Haverá intervalo para o cafezinho ou não? Uma frase motivador, e...inteligente! - Você poderá usar algumas palavras que expressem sua satisfação de estar participando do evento em pauta, ou mesmo valorizando a discussão do tema escolhido para aquela ocasião.

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Alguns comunicadores, nestas ocasiões, utilizam-se de frases de impacto no início dos trabalhos. Assim, um palestrante que vá falar sobre os Motivos e Conseqüências da 2a.Guerra Mundial, por exemplo, poderá começar seu discurso da seguinte forma: “ ...milhões de vidas humanas eliminadas em apenas alguns dias. Milhares de crianças órfãs, desabrigadas, esperando por seus pais que nunca mais iriam ver. Enfim, tragédias que marcarão a humanidade para sempre! Por isso, conclamo a todos os presentes: combater a violência em todas as frentes!” Naturalmente, essa postura do comunicador, além do impacto inicial causado na platéia, não deixa de ser uma forma de conseguir a adesão dos ouvintes ao seu ponto de vista, que certamente deve ser contra a guerra ou qualquer outro tipo de violência. Mais um pequeno lembrete: jamais, neste momento, utilize a frase vou tentar!

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II - Preparação A preparação existe para chamar a atenção dos nossos ouvintes sobre aquilo que iremos abordar na mensagem que preparamos para o evento realizado. Assim, neste momento, podemos informar ao auditório a abrangência do assunto de que iremos tratar, autores e obras consultadas, enfim, vamos preparar o auditório para o que vai ser abordado na próxima parte do discurso, ou seja, do que trataremos na nossa mensagem. III - Mensagem Esta parte é a essencial do nosso discurso. É nela que o apresentador fará todos os esforços para atingir seus ouvintes com argumentos que convençam e satisfaçam tanto os crédulos quanto os mais críticos. Sem um conhecimento apropriado sobre o que iremos falar, será muito difícil convencer nosso público a ouvir e dar crédito às nossas mensagens. Além desse requisito, precisamos ficar atentos ao ordenamento adotado durante a exposição.

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Não devemos nos esquecer de que toda apresentação, oral ou escrita, sempre tem como uma das suas metas principais convencer e persuadir o leitor ou ouvinte da assertividade dos assuntos e das conclusões indicadas pelo trabalho em pauta. Para alcançar tal resultado, argumentos devem ser planejados e construidos ao longo da preparação do nosso discurso. Essa fase, anterior à apresentação

Para saber mais...

definitiva, é muito importante para que o resultado final

ABREU, Antonio Suarez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. 3.ed. Cotia(SP): Ateliiê, 2001.

da apresentação oral seja a melhor possível. É importante lembrar que argumentar é uma arte. Um bom argumento não só convence, como também deve persuadir nosso ouvinte. O convencer acontece quando falamos à razão do outro, demonstrando e/ou provando nosso ponto de vista. Por outro lado, persuadir é quando ultrapassamos esse ponto. Nesse caso, conseguimos tocar a emoção do outro, fazendo com que ele aja a favor de nossos argumentos. Por isso,

podemos até

convencer alguém a não fumar, mas não conseguimos persuadi-lo a parar com este vício porque, por um motivo ou outro, não conseguimos tocar sua emoçao.

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Caso o fumante, com nossos argumentos, pare de fumar, conseguimos persuadi-lo, além de convencê-lo. Ao usar as técnicas argumentativas, o comunicador estará imprimindo maior credibilidade e enriquecimento ao assunto que está sendo abordado. Toda a preparação feita até aqui nos ajudará bastante na construçao de nossa argumentação. Caso nossos leitores queiram saber

mais

sobre

a

construçao

de

argumentos,

recomendamos as leituras indicadas no final do nosso trabalho. Claro que tudo isso será quase inútil se não dominarmos o assunto de que estamos tratando. Por isso, só o estudo sério nos ajudará.

IV - Considerações finais Este é o momento final de nosso discurso.

O

comunicador deverá aproveitar suas palavras finais para, principalmente, valorizar o assunto ou o tema em pauta, deixando clara, dessa forma, a sua intenção para com o ouvinte e, também, tentar eliminar as últimas reticências que porventura existam.

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Algumas sugestões para concluir uma apresentação oral: • Usar um pensamento ou uma frase célebre. • Apelar para a aceitação dos raciocínios desenvolvidos. • Resumir os principais pontos da fala. • Narrar um fato bem humorado. • Elogiar o auditório. • Despedir-se e agradecer tal oportunidade. Cuidados para não finalizar a apresentação utilizando frases do tipo: • Era só isso que eu tinha para dizer... • Não tenho mais nada para falar... • Então é isso aí, gente... • Tenho dito... • Por hoje é só...

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Exemplo de Roteiro para Preparação do Discurso ITEM

OBSERVAÇÕES

TEMPO PREVISTO

1. Início Cumprimento (saudações) Apresentação pessoal Informações sobre o evento: duração e “regras” Estratégia inicial (frase ou informação de impacto?) 2. Preparação

Abrangência do assunto Obras consultadas (se for o caso) Pontos principais da mensagem 3. Mensagem Dados e informações apresentados Pontos altos da argumentação 4. Conclusão Resumir pontos principais Persuadir o auditório Elogiar ouvintes Agradecer a oportunidade e atenção 5. Preparação para as perguntas (quando houver)

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7 FINALIZANDO

Esperamos que o aprendizado e a experiência que você conseguiu absorver ao percorrer estas páginas tenham sido de grande valia, não só para aquelas ocasiões em que esteja fazendo uma apresentação oral perante seus colegas de sala e de seus professores, como também em outras oportunidades em que estiver em jogo o uso da palavra a um grupo de pessoas e você, por um motivo ou outro, seja o encarregado dessa missão.

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Nestes momentos, com certeza, irá se lembrar de que toda apresentação oral começa a ser preparada quando você tem definido algum assunto que será informado ao seu público ou ao seu auditório. Esta sua apresentação poderá ir desde uma singela homenagem a um amigo, por um motivo qualquer ou pelo seu aniversário, por exemplo, a algo mais formal, como uma palestra abordando o lançamento de um novo produto da empresa onde você trabalha, ou, ainda, fazer a apresentação de seu TCC a uma banca examinadora ao final de seu curso universitário.

Esta definição inicial desencadeará um processo de planejamento de tudo aquilo de que você vai precisar para “desenhar” sua fala, ou seja, as atividades que irão ser desenvolvidas, assim como a seleção dos recursos necessários para que sua apresentação oral seja um sucesso. Lembre-se sempre disto: o planejamento é uma parte “muito nobre” de todo trabalho humano. É uma das características que distingue o homem dos outros animais.

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Depois de planejar, não se descuide da parte da organização que é necessária ser desenvolvida, esteja atento para que o local esteja bem preparado para receber seu público e você possa, com o seu discurso, transmitir, de forma segura e agradável, a mensagem preparada com muito carinho e atenção.

Lembre-se do cuidado que deve dedicar à sua voz, este importante instrumento exclusivo do humano que tem a capacidade de nos mostrar, nas suas entrelinhas, todo o seu potencial comunicativo, seja no âmbito emocional ou racional. Depois de observar todas estas etapas e aplicar os vários conhecimentos vistos até aqui, temos certeza que será bem sucedido em todas as suas apresentações orais a partir deste momento. Felicidades!

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REFERÊNCIAS COELHO, Helena Wöhl. Técnica vocal. São Leopoldo (RGS): Sinodal, 1994.

BIBLIOGRAFIA ABREU, Antonio Suárez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. Cotia (SP): Ateliê, 2001. DUARTE,

Noélio.

Você

pode

falar

melhor.

São

Paulo:Hagnos, 2001 NACHMANOVITCH Step. Ser criativo: o poder da improvisação na vida e na arte. São Paulo: Summus, 1993. FERNANDES, Álvaro. Quem não tem problemas de comunicação? Como a publicidade e o jornalismo podem fazer você comunicar melhor. São Paulo: Idéia e Ação, 2003. POLITO, Reinaldo. Superdicas para falar bem em conversas e apresentações. São Paulo: Saraiva, 2005.

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