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Este suplemento é parte integrante da edição nº 3805 de 19 de Fevereiro de 2010 do semanário Região de Leiria e não pode ser vendido separadamente.

Suplemento

Santa Catarina da Serra Data de 1549 a fundação da freguesia e paróquia de Santa Catarina da Serra, quando ainda ali viviam apenas 30 pessoas. Hoje, são cerca de quatro mil os habitantes, dispersos por duas dezenas de lugares. Com 400 anos de história, os de Loureira e Vale Sumo têm motivos de sobra para festejar.


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Pelos caminhos de Santa Catarina da Serra

Joaquim Dâmaso

Foi o Bispo Frei D. Braz de Barros, primeiro bispo da Diocese de Leiria, quem agrupou, em 1549, pequenos aglomerados habitacionais dispersos na serra e constituiu a paróquia de Santa Catarina da Serra, desanexando-a da freguesia de S. Pedro de Leiria. Ali residiam, então, apenas 30 pessoas. Os fregueses ficaram com a obrigação de dar ao cura oitenta alqueires de trigo, vinte cinco almudes de vinho em mosto, bolo de pão, azeite, vinho e carne de porco, revela informação publicada pela Câmara de Leiria. Reinava então D. João III. No ano de 1798, registavam-se 263 fogos. Meio século depois, a industrialização do país atraia a Santa Catarina da Serra mineiros em busca de ouro. Em 1844, os Livros de Termos da Vereação faziam referência às minas enquanto propriedades de António Frederico Cursi que, “em reunião de Câmara, pediu todo o terreno pertencente ao concelho, na área de Santa Catarina para tal fim”. A Câmara aceitou fazer a demarcação mas a extracção foi sempre diminuta, tendo os trabalhos cessado meia dúzia de anos depois. Julga-se que a mina existiu na zona do Vale Sumo, num lugar conhecido por “boqueirão”, e tinha as suas ramificações no rio de Espite. Até meados do século passado, outros empresários tentaram a sua fortuna explorando minérios e inertes no subsolo da freguesia mas sem grande sucesso. E s e e m19 0 0, c o n t a b i l i z ava m - s e 2.095 habitantes em Santa Catarina, em 1940, eram 3.310 e, em 2001, 3962. São 22 os lugares que compõem a freguesia. Em 2001, a 19 de Abril, Santa Catarina da Serra foi elevada ao estatuto de vila pela Assembleia da República. Da indústria à cultura. Em termos económicos, destacam-se as actividades relacionadas com a construção civil

e obras públicas, estruturas metálicas, transformação de madeiras, comércio e reparação automóvel. O património arquitectónico e cultural distingue-se em várias áreas. A Igreja de Santa Catarina da Serra, a par das várias capelas das povoações de Casal da Estortiga, Loureira, Magueigia, Quinta do Salgueiro, Vale Tacão e Vale Sumo são edifícios com história. O coreto do largo da Igreja esteve outrora no Jardim Luís de Camões. Foi adquirido por Santa Catarina da Serra, em 1947, por 2.510 escudos quando a Câmara o colocou à venda. O antigo Palácio do Barão do Salgueiro, um habitat da préhistória no Covão são outros espaços assinaláveis. O p a r q u e d e m e r e n d a s d o Va l e Mourão, inaugurado a 1 de Julho de 2007, é local de lazer e convívio. Uma zona para jogo de petanca, um pelado de futebol, uma área dedicada ao chinquilho, um circuito de manutenção, um parque infantil e um campo de minigolfe são alguns dos seus atractivos. O movimento associativo. O Rancho Folclórico de S. Guilherme e o seu núcleo etnográfico, em Magueigia, são por sua vez referência em termos culturais, podendo ainda ser visitado o Museu dos Automóveis Antigos. Mas não só. Mais de uma dezena de colectividades dão vida à freguesia promovendo ao longo do ano diversas actividades, com destaque para o festival gastronómico e cultural “O Chícharo da Serra” que parte para uma quinta edição. Em Fevereiro de 2009, várias associações da freguesia criaram a ForSerra - Associação de Desenvolvimento e Gestão de Património de Santa Catarina da Serra que assume a organização do festival, bem como a participação da freguesia e instituições locais na Feira de Maio e a edição mensal do jornal Luz da Serra, propriedade da Fábrica da Igreja. Com 35 anos de publicação, o mensário foi objecto de remodelação em Setembro de 2008.

FICHA TÉCNICA DIRECTOR Francisco Rebelo dos Santos separadamente.

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Este suplemento

é parte integrante

da edição nº

3805 de 19 de

Fevereiro de

2010 do semanário

Região de Leiria

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DIRECTOR EXECUTIVO João Carreira DIRECÇÃO COMERCIAL Alda Moreira

PUBLICIDADE Alda Moreira António Cardoso Luís Vieira PAGINAÇÃO Departamento Gráfico do REGIÃO DE LEIRIA

IMPRESSÃO Imprejornal, SA


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Roteiro cultural mês a mês Das actividades programadas para 2010, registam-se, em Março, jantares e almoços convívio, mas também uma noite de fados (dia 13) pela Casa do Povo, a comemoração do Dia do Agrupamento de Escuteiros (dia 20), o Passeio da Primavera (dia 27) pelo Clube de Automóveis Antigos, e a Festa do Agricultor (dia 28) pela Associação de Caçadores da Serra. Em Abril, regressa o Bacalhau com Chícharo à mesa da Associação de S. Miguel (2), seguindose a aber tura do campo de tiro dos caçadores (3) e o primeiro passeio pedestre da Associação Social do Ulmeiro (4). O Clube dos Automóveis inicia, a 9, um passeio de três dias a Essen, Alemanha, estando agendado, para dia 11, o 2º Raid BT T “Rota do Chícharo – S. Miguel”. A Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira organiza tasquinhas dias 24 e 25, estando ainda programados para o Dia da Liberdade o passeio pedestre da Casa do Povo e o 16º aniversário da associação de S. Miguel. O mês de Maio começa com o 1º torneio de petanca, dia 1, por iniciativa da União Desportiva da Serra, e com a campanha “Serra Limpa”, do Agru-

p a m e n to d e E s c u te i ro s.. Dia 2, a paróquia celebra a Festa de Santa Catarina, seguindo-se, dia 9, o 3º Raid BTT “Rota dos Pe re g r i n o s” d a C o missão do Património Rústico e L a zer da Loureira e um cortejo de oferendas a favor dos Bombeiros do Sul ul do Concelho de Leiria. Dia ia 16, realiza-se o VII Encontro de Coros da Casa do Povo, e, a 21, a 81ª peregrinação paroquial a Fátima. O V Encontro Acordeão e Concertinas inaugura as actividades de Junho, o, dias 5 e 6, pela Associação de S. Miguel, estando ndo também agendado para dia 6 o passeio automóvel do Piquenique. Uma sardinhada, dias 12 e 13, pela Associação Cultural do Pedrome, um lanche oferecido pela população no parque de merendas de Vale Maior, dia13, e o XXXV Festival de Folclore do Rancho de S. Guilherme, dia 19, constituem outros motivos

de atracção neste primeiro semestre. Que encerra, dia 27, com uma audição/espectáculo final do Projecto de Intervenção Musical da Casa do Povo, e festejos de S. Pedro com limpeza de espaços públicos pela Associação do Sobral, dia 29.


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Junta quer apostar em várias áreas para promover o desenvolvimento da freguesia

Necessidades “são muitas” e projectos não faltam Que projectos estão a ser desenvolvidos em Santa Catarina da Serra? Vários e a vários níveis. Estamos a avançar com projectos de especialidades do centro de saúde, estamos envolvidos também com as freguesias de Caranguejeira, Chainça e Arrabal na construção do quartel dos Bombeiros. Penso que esta envolvência é um bom exemplo e deverá ser caso único no pais. Temos em curso o alargamento do cemitério de Santa Catarina da Serra e apresentamos algumas candidaturas para alargamento de caminhos, elaboração de uma carta de património histórico e religioso, cooperando com a própria ForSerra que coordena e desenvolve o movimento associativo que está em franco crescimento. Há também o objectivo de promover a revitalização do centro de Santa Catarina da Serra com um projecto que torne o espaço acessível e central da freguesia. Outra das nossas apostas é trabalhar na criação de uma via pedonal de apoio aos peregrinos, atravessando a freguesia e passando junto às estações de Via-Sacra. Estamos a desenvolver

o “portal” da freguesia a apresentar antes do Verão, um grande projecto assente nas novas tecnologias. Há também a visão da implementação de uma zona industrial com grande potencial de atracção. Quais as maiores necessidades da freguesia? São muitas mas que ro de stac a r aquela que é a necessidade de primeira ordem, o centro de saúde. Santa Catarina da Serra tem excelentes profissionais mas, em termos de instalações, temos o pior centro de saúde do concelho. A Junta de Freguesia, apesar dos escassos recursos, já fez o estudo prévio, avançou para o projecto e contamos com o envolvimento da Câmara Municipal e demais entidades para resolver esta situação. Para alem disso é preciso continuar o trabalho de requalificação de escolas e jardins-de-infância, criar a via dos peregrinos, caminhos florestais, enfim as necessidades são muitas. A proximidade com Fátima tem sido benéfica para a freguesia?

Joaquim Dâmaso

Joaquim Pinheiro, 46 anos, assumiu a presidência da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra em Outubro do ano passado. O autarca, técnico oficial de contas e gestor de empresas de profissão, integrou no anterior mandato a equipa de Lino Pereira tendo desempenhado o cargo de tesoureiro.

Joaquim Pinheiro, Armando Reis e Irene Vieira, o executivo da Junta Sem dúvida. Muita gente da nossa freguesia trabalha directa ou indirectamente em Fátima, e Santa Catarina da Serra tem-se desenvolvido muito com essa proximidade. O limite da freguesia está a escassas centenas de metros do Santuário, somos a principal “porta” de acesso dos peregrinos a Fátima. Acho todavia que Fátima, pelo seu potencial e dimensão, tem que crescer sob uma visão mais abrange nte sem constrangimentos de limites territoriais porque se é verdade que Fátima pertence ao concelho de Ourém e distrito de Santarém também é verdade que Santa Catarina da Serra per tence a Leiria mas está já ali, a poucos metros do Santuário. Como tal, deverá haver maior envolvimento entre freguesias e concelhos contíguos, ganhandose escala através da potenciação de sinergias de proximidade. Todos te-

mos a ganhar com isso. De 1 a 10, que nota dá ao dinamismo associativo? Dou nota máxima. Basta olhar para o c re sc im e nto e c o nso lid aç ão d o festival cultural e gastronómico “O Chícharo da Serra” que este ano foi de novo um sucesso, premiando o esforço das pessoas que tanto se envolvem e trabalham em prol do associativismo e da causa pública. A própria “agenda cultural” que resulta do envolvimento e coordenação das diversas associações, escolas, fábrica da igreja que, desde 2006, discutem a sua agenda de eventos. Vejamos a forma ex traordinária como estão a ser comemorados os 400 anos do lugar de Loureira, isto é associativismo. Destaco ainda a constituição da ForSerra que reflecte claramente a dimensão e a dinâmica do associa-


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bolo, talvez mesmo uma iniciativa ímpar no contexto nacional ao nível de uma freguesia. E m q u e á r e a p r et e n d e a J u n t a a pos t a r pa r a p r omove r u m maior desenvolvimento local? Como sabe as Juntas de freguesias têm pouca margem. Ainda assim desenvolvemos em 2009 o Plano Estratégico de Desenvolvimento de Santa Catarina da Serra (PEDSCS) que concretiza uma visão para o futuro da freguesia e estratégias para l á c h e g a r atr avé s d e o b j e c ti vo s e projectos concretos. É daí que decorrem os principais projectos de desenvolvimento que preconizamos, desde logo e em destaque, a construção do centro de saúde. Na estratégia definida aponta-se também a impor tância da criação de uma zona industrial que permita, por um lado, a relocalização de pequenas e outras unidades locais agora difusas no território e muitas vezes a coabitar de forma pouco saudável com espaços habitacionais, e por outro, potenciar um grande pólo de desenvolvimento com for te potencial gravítico. Julgo que será uma

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mais-valia enorme para a freguesia ao nível do ordenamento do território, desenvolvimento social, local e até ambiental. Esse desenvolvimento está dep e n d e n t e d a c r i aç ão d a zo n a industrial? S ã o c o n h e c i d o s o s c o n s tr a n g i mentos do Plano Director Municipal. Ele tem sido um entrave ao desenvo l v im e nto e ac h o q u e a zo n a industrial tem que ser assumida porque temos capacidade empreendedora mas na verdade estamos num c o l ete - d e -fo rç a s. H á e m p re s a s a sair da freguesia, e outras que poderiam ser cá instaladas vão para fora do concelho e isto tem que ser inver tido. Neste sentido, a zona industrial é um forte instrumento para o desenvolvimento local incluindo o concelho limítrofe, Ourém. Nesta matéria a nossa preocupação coincide com a das câmaras municipais de Leiria e de Ourém e nós vamos trabalhar para dinamizar este “dossiê”. Que passos foram dados para concretizar esse plano? Normalmente assume-se que o de-

Joaquim Dâmaso

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senvolvimento do território é feito apenas pela obra e que esta é normalmente sinónimo de betão e alcatrão. No mandato anterior, presidido pelo Lino Pereira, decidimos avançar para o PEDSCS. Tínhamos e temos a noção de que existem obras tão ou mais importantes no longo prazo do que algumas que muitas vezes se resumem a “cosmética” de curto prazo. Sentimos a necessidade de ter uma visão para o futuro, uma âncora e guia de acção e ao mesmo tempo porta de interrogação. É neste contexto que nasce o PEDSCS, um instrumento de apoio à

decisão que concretiza uma visão de progresso para o futuro da freguesia, alerta fraquezas e potencialidades e aponta caminhos de acção. Foi amplamente discutido e participado por políticos e população já que a sua elaboração decorreu de uma forte participação pública com a realização de fóruns para a sustentabilidade e desenvolvimento. Assim conhecemos melhor a nossa freguesia e de certo modo legitimamos a nossa própria acção. Já candidatámos a financiamento alguns projectos aí preconizados, aguardamos respostas.


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Novas instalações poderão acolher uma Unidade de Saúde Familiar

Um novo centro de saúde é a prioridade que lidera a extensa lista de projectos desenhada pela Junta de Freguesia para Santa Catarina da Serra. Joaquim Pinheiro, presidente, diz não precisar de medir as palavras. “É verdade. É o pior centro de saúde do concelho”, afirma, referindo que as instalações não respondem, há muito, às necessidades. O autarca explica que já foram dados os primeiros passos para resolver o problema. “ Te m o s u m e s t u d o p r é v i o p a r a a construção de um centro cívic o”, adia nta, refe r indo a inte nç ão d e c r i a r d u a s e s tr u tu r a s m o d e l ares distintas. Uma para albergar

a nova unidade de s aúde, a outra para acolher a sede da junta, as a s s o c i a ç õ e s l o c a i s e u m a u d i tó rio, entre outros. A Junta avançou com a concepção do projecto que se encontra na fase das especialidades. E “poderá ser uma por ta aber ta” para a instalação de uma Unidade de Saúde Familiar e, eventualmente, ser vir duas ou três freguesias, admite o autarca, que lembra a construção do quar tel dos Bombeiros do Sul do Concelho de Leir i a. U m p ro j e c to d a re s p o n s a b i l idade das juntas do Arrabal, Caranguejeira, Chainça e Santa Catarina da Serra, que se uniram em torno de um desígnio comum.

ForSerra-Miguel Marques

“Temos o pior centro de saúde do concelho”

“Não era possível fa zer um em cada soleira de por ta, seria inviável”, garante Joaquim Pinheiro, certo de que o futuro centro de saúde de Santa Catarina poderá acolher uma USF “se for essa a decisão política”. Pensadas no âmbito da re-

forma dos cuidados de saúde primários, as novas unidades prevêem um atendimento em horário alargado bem como uma diversidade de ser viços de saúde que só a conc e n tr a ç ã o d e re c u r s o s h u m a n o s, físicos e técnicos permitem.

Plano Estratégico propõe zona industrial intermunicipal A criação de uma zona industrial e de serviços no limite da freguesia de Santa Catarina da Serra e do concelho de Leiria, na zona da Loureira, com ligaç ão aos concelhos de Batalha e Ourém, é o projecto mais ambicioso apontado pelo Plano Estratégico de Desenvolvimento de Santa Catarina da Serra.

A proposta, apresentada publicamente em Abril de 2009, após demorado e par ticipado estudo, estima em cerca de 300 hectares a dimensão que o projecto de uma zona de comércio e serviços intermunicipal pode rá um dia a b raç a r n o â m b i to d e uma parceria com as zonas industriais de S. Mamede e de Fátima.

O plano defende ainda a construção de uma circular poente a Santa Catarina da Serra, o reperfilamento da EN 357, EN 113, e EM 593, um percurso pedonal para os peregrinos, uma rede de ciclovias e vias pedonais, um parque de campismo e autocaravanismo bem como um lar para a terceira idade.


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Autarquia defende criação de rotas para os peregrinos

Quem vive em Santa Catarina já se habituou à presença diária dos peregrinos que caminham movidos pela fé até ao santuário mariano. Mas as condições não são as melhores. A falta de p a s s e i o s é ev i d e nte a o l o n g o da maioria dos percursos. No Inve r no, a c hu va e a s b e r ma s enlameadas obrigam os fiéis a andar na estrada. No Verão, o trâ nsito é tão inte nso que o perigo não é menor. Sem rotas definidas, os peregrinos camin h a m p o r o n d e d á m a i s j e i to. M a s é e s te e s t a d o d e c o i s a s que a Junta de Santa Catarina da Serra pretende alterar. “Já fo m os fa l a r c o m o re i to r do Santuário e queremos envolver diversas juntas de freguesia e se ntá-la s à m e s a pa ra d ef inir com dignidade ‘caminhos de Fátima’”, adianta ao REGIÃO DE LEIRIA Joaquim Pinheiro.

Joaquim Dâmaso

Pelos “caminhos de Fátima”

“É doloroso ver os peregrinos p a s s a r e c o nv i ve r c o m o t r á fe g o a u to m óve l”, a c re s c e nt a, c o n s i d e r a n d o q u e, te n d o e m conta a visita do Papa Ben-

to X VI em Maio próximo, “esta é u m a b o a a l tu ra pa ra re u n irmos e de bate r mos os proble mas dos peregrinos, de Fátima a Pombal”.

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O Santuário ali tão perto A proximidade de Fátima representa uma mais-valia para Santa Catarina da Serra. Disso não tem dúvidas Joaquim Pinheiro, presidente da Junta de Freguesia. O autarca considera, no entanto, que “é preciso que Fátima tenha uma visão de crescimento que não seja condicionada à dimensão territorial. Tem que ser vista num todo”. “Santa Catarina situa-se apenas a centenas de metros do Santuário de Fátima”, lembra o presidente, convicto de que o potencial de Fátima “não se pode esgotar no seu perímetro territorial”. Defende por isso uma “aproximação entre as Câmaras Municipais de Leiria e Ourém sobre Fátima”, nomeadamente no que toca às acessibilidades. Porquê? Porque Santa Catarina da Serra é a principal porta de entrada em Fátima, nomeadamente para os peregrinos, sustenta.


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Festival Gastronómico e Cultural com V Edição

“O Chícharo da Serra” regressa em Novembro O que é o chícharo?

ForSerra-Miguel Marques

A 5ª edição do festival gastronómico e cultural “O Chícharo da Serra” tem já data marcada. Terá lugar de 25 a 29 de Novembro de 2010, coincidindo com o aniversário da freguesia de Santa Catarina da Serra e o dia de Santa Catarina, padroeira da freguesia. O envolvimento de toda a comunidade faz do festival um evento de dimensão assinalável, que promete atrair, mais uma vez, milhares de visitantes que ali podem almoçar, jantar ou, simplesmente, provar um dos pratos típicos da região. A re c e i ta pa ra o su c e s so c e ntra-s e, s e g u nd o Joaquim Pinheiro, presidente da Junta, no envolvimento da comunidade e associações locais. “É mais do que um festival, é um encontro com a história” em que o chícharo é rei, defende o autarca, que não descarta a possibilidade de, no futuro, organizar um festival de âmbito nacional. O desafio foi recentemente lançado pelo actual presidente da Câmara de Leiria, revela Joaquim Pinheiro, que ressalva contudo a necessidade de garantir outras condições. O parque desportivo da União Desportiva da Serra tem sido o cenário escolhido para acolher o evento,

a par de uma feira de artesanato e actividades económicas, sempre com animação musical. O número de visitantes tem vindo a crescer anualmente, estimando-se em cerca de 25 mil as pessoas que marcaram presença no último certame. O festival é uma iniciativa da Junta de Freguesia, estando contudo a organização entregue à associação For Serra, responsável pelos eventos macro da freguesia e coordenação entre as diversas associações.

O chícharo é uma planta leguminosa anual, cujas raízes se adaptam a terrenos calcários e pobres da Serra, não sendo necessário grandes cuidados com o amanho da terra. Considerado a “carne dos pobres”, assumiu um papel importante na alimentação da população portuguesa, nomeadamente nos anos 30 e 40, sobretudo no SuI do país e Beiras. Foi ganhando lugar na gastornomia local, e é hoje valorizado como produto tradicional. Receitas e imaginação não faltam para servir o chícharo. E se antes, era confeccionado com pão e milho e regado com azeite, acompanhado de bacalhau assado e cebola crua, é hoje também servido com carne e peixe, morcela, entrecosto e febras, além de constituir ingrediente para a confecção de vários doces.


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Com mais ou menos actividades, as associações locais são motor de desenvolvimento

A força do movimento associativo O dinamismo das associações locais e o seu envolvimento em projectos comuns é motivo de orgulho em Santa Catarina da Serra. São várias as colectividades e entidades que dão vida à freguesia, marcando a diferença pelas iniciativas já desenvolvidas. A constituição de uma entidade que as une, ao mesmo tempo que lhe presta serviços, organizando e promovendo o movimento associativo é disso exemplo. A ForSerra - Associação Desenvolvimento e Gestão Património de

Santa Catarina da Serra surgiu em Janeiro de 2009. Em Setembro de 2008, assumiu a edição mensal do jornal Luz da Serra (propriedade da Fábrica da Igreja), abrindo-o à comunidade, depois de absor ver os jornais editados pelo agrupamento de escolas, pelo agrupamento de escuteiros e pela associação da Loureira. A ForSerra é ainda responsável pela organização do festival “O Chícharo da Serra” em parceria com as associações locais, e pela coordenação da rede social da freguesia.

União Desportiva da Serra Data de Outubro de 1976 a fundação da União Despor tiva da Serra (UDS). Dois anos depois, criava a sua primeira equipa de futebol federada, e alcançava o seu primeiro título oficial na época de 1984/85, ao vencer o campeonato da II divisão distrital da Associação de Futebol de Leiria. No percurso da sua equipa sénior, que milita actualmente na II divisão nacional zona Centro, c o nt a m -s e vá r i o s s u c e s s o s, c o m d e s t aque para a Taça Distrito de Leiria nas épocas 20 0 0/01, 20 03/04 e 20 05/0 6, e para a Supe r Ta ç a V i e i r a A s c e n ç o n a s é p o c a s 2 0 0 5 / 0 6 , 2006/07 e 2007/08. Além da equipa sénior, conta com várias equipas nos campeonatos distritais: os sub-17 estão na Divisão de Honra; os sub-15 na 1ª divisão; e os sub-13. Os sub-11 e sub-9 participam em encontros e torneios regulares. O clube apostou entretanto na construção de um complexo desportivo, um projecto ambicioso que inclui um edifício sede, dois relvados sintéticos, um tanque de aprendizagem e um pavilhão multiusos coberto com balneários, entre outras infra-estruturas. Segundo Felisberto Gonçalves, presidente da direcção, o clube tem merecido o apoio do tecido empresarial, “um dos pilares da instituição”. O responsável refere a criação de parcerias com cerca de 110 empresas que “apoiam o clube do ponto de vista financeiro e logístico época após época”.

Quanto ao momento actual é assumido como “decisivo” para a história da UDS, que, a nível desportivo, pretende manter-se nos campeonatos nacionais, e, a nível administrativo e financeiro, satisfazer os compromissos assumidos com o investimento realizado nas infra-estruturas.

Este ano lectivo, o clube ministra ainda aulas de educação física e desportiva em 13 turmas do 1º ciclo no âmbito das Actividades de Enriquecimento Curricular. O programa abrange as escolas de Vale Sumo, Loureira, Chaínça e a Escola Básica Integrada de Santa Catarina da Serra.


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Associação dos Amigos da Secção dos Bombeiros do Sul do Concelho de Leiria

sidente da direcção da associação, referindo contudo que o quartel constitui a grande prioridade.

Associação Cultural e Recreativa de S. Miguel

A secção de Bombeiros de Santa Catarina da Serra, dependente dos Bombeiros Voluntários de Leiria em termos operacionais, foi criada em Junho de 1998. Entretanto e para fazer face às necessidades da população residente no Arrabal, Caranguejeira, Chaínça e Santa Catarina da Serra, as quatro freguesias uniram-se em torno de um projecto comum: a construção de um novo quartel. Criaram a Associação dos Amigos da Secção dos Bombeiros do Sul do Concelho de Leiria e lançaram mãos à obra em terrenos situados nos Cardosos. A primeira fase está concluída. A direcção já reuniu com a Câmara e o Governo Civil de Leiria para pedir apoio. As iniciativas de angariação de fundos prosseguem dia 9 de Maio com a realização de um cortejo de oferendas. Para fazer face às despesas de gestão da secção, decorrem em Março almoçosconvívios nas quatro freguesias (dia 7 na Caranguejeira, dia 13 na Chaínça, dia 14 no Arrabal e dia 21 em Santa Catarina da Serra). Equipada com cerca de 15 viaturas, entre ambulâncias e veículos de combate ao fogo, a secção integra 45 bombeiros efectivos. A renovação do parque automóvel é uma necessidade, revela Virgílio Gordo, pre-

Com 16 anos de actividade, a Associação Cultural e Recreativa de São Miguel surgiu nos Olivais para promover a cultura, o lazer e o desporto. Depois de vários anos de inactividade, reapareceu em 2007 com uma nova direcção determinada a dinamizar a colectividade. A construção de uma sede, em terrenos próximos da antiga escola do 1º ciclo dos Olivais, é um dos seus mais ambiciosos projectos. Segundo Joaquim Lopes, presidente da direcção, as obras avançam a passos largos tendo já um ringue de Futebol 7 pronto. Entretanto, tem vindo a dinamizar no antigo Jardim-de-infância dos Olivais, cedido pela Câmara de Leiria, actividades diárias, desde aulas de dança a aulas de pintura e bordados, ginástica e outros encontros gastronómicos e culturais. Com mais de duas centenas de associados, a associação projecta, entre outras iniciativas, a realização do 2º Raid de BTT, dia 11 de Abril, e o V encontro de Concertinas e Acordeão, dias 5 e 6 de Junho.

Associação Cultural e Recreativa do Sobral S u r g i u e m N o v e m b r o d e 19 8 8 c o m o b j e c tivos essencialmente culturais, que incluíam a dinamização de uma biblioteca. Nos últimos cinco anos, ganhou vida no antigo edifício da esco-

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la do 1º ciclo do Sobral. Espaço privilegiado de convívio na localidade, organiza anualmente, uma limpeza dos fontanários preservando assim património local. Uma tradição que celebra o dia de S. Pedro, a 29 de Junho. Em fase de projecto, mas ainda embrionária, está a construção de um campo de futebol de salão, ao ar livre no espaço da escola. Francisco Dias, presidente da direcção admite que só poderá avançar quando houver verbas. De momento, decorre a instalação de uma sala de jogos de mesa, motivo de atracção aos fins-de-semana.

Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira

A Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira nasceu há precisamente 20 anos para prestar apoio social à população local. No edifício que ocupa junto à EM 357, frente à capela, acolhe 35 crianças até aos três anos, e 12 idosos na valência de Centro de Dia. A associação, que dispõe de 22 funcionárias, presta ainda apoio domiciliário a 26 utentes.

- Construção -Demolições - Retirada de Fibrocimento Rua de Fátima, 20 | Vale Tacão 2495-194 - Santa Catarina da Serra Telefone 962124850 / 962124855


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“O apoio aos idosos é a nossa aposta, é a necessidade do futuro”, adianta Catarina Neves, presidente da direcção. Basta atender aos números: residem na Loureira 78 pessoas com mais de 70 anos; 52 têm mais de 80; e dez mais de 90. E serão poucos os que contam com o apoio dos filhos, numa localidade onde a taxa de emigração é elevada. Segundo os censos de 2001, viviam então no lugar 1.058 pessoas. “Tem que ser a sociedade civil a tratar disso. A família já não tem capacidade para dar resposta a esta necessidade”, acrescenta a mesma responsável, certa de que os centros de dia nas localidades constituem a melhor resposta para os idosos e a família. “É como ir para a escola. Vêm de manhã e passam aqui o dia. Só não levam TPC”, brinca Catarina Neves, admitindo a criação de um lar como um projecto a lançar a médio prazo.

Associação Cultural e Recreativa do Vale Tacão Com cerca de 30 anos de actividade, é uma das associações mais antigas da freguesia. Recentemente constituída, a nova direcção, liderada por Dinis Filipe, está a braços com a definição do plano de actividades. Uma das primeiras iniciativas passará pela abertura do bar e realização de

Santa Catarina da Serra | suplemento 11

um almoço-convívio, dia 7 de Março. Este evento visa a angariação de fundos para a associação que quer apostar no desenvolvimento de novos projectos.

Clube de Automóveis Antigos de Santa Catarina da Serra

Associação de Caçadores da Serra Dinamizar a união entre caçadores, promover o desenvolvimento e a prática da caça e pugnar pelas espécies cinegéticas são objectivos da colectividade, criada em Agosto de 1991, na Loureira. Além de dinamizar um campo de tiro ao prato, finda a época de caça, a associação, que detém há dez anos uma reserva de caça associativa, promove montarias, batidas e esperas a javalis. Está aliás marcada para dia 28 de Fevereiro a próxima batida à raposa, adianta Fernando Reis, presidente da direcção. No final do mês de Março, dia 28, tem lugar a já tradicional Festa do Agricultor para agradecer, com um convívio e porco no espeto, a cedência dos seus terrenos aos caçadores. Na semana seguinte, dia 3 de Abril, colectividade que conta com cerca de 250 associados, organiza as eliminatórias regionais do Centro para o campeonato nacional de tiro. Uma das provas decorre na Loureira e outra no Olival, concelho de Ourém. A final terá lugar em Maio.

Ainda não completou sete anos de actividade, mas já move mais de 70 associados, apaixonados por automóveis antigos. “Desfrutar o presente ao volante do passado” é o lema que move o espírito de quem segue o Clube de Automóveis Antigos de Santa Catarina da Serra, que inaugurou em Agosto de 2005 a sua sede. A organização do passeio da Primavera, dia 27 de Março; de um passeio de três dias a Essen, na Alemanha, em Abril; do passeio do Piquenique (6 de Junho); do dia do assador (10 de Julho); do


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12 Suplemento | Santa Catarina da Serra

passeio das Vindimas em parceria com outros clubes (25 de Setembro); e do passeio das Senhoras (5 de Novembro) integra o plano de actividades do clube para 2010. A colectividade presta ainda vários serviços relativos à aquisição, legalização, manutenção e venda dos automóveis antigos dos seus associados. Tem sede aber ta todos os dias.

Rancho Folclórico de S. Guilherme

construção de uma nova sede social, em terrenos próximos do núcleo museológico, é outro projecto do rancho, embora numa fase embrionária, adianta David Neves, membro da direcção. A ideia é transferir um dia a sede social para um novo espaço que servirá também de apoio ao museu.

Agrupamento 1211 do Corpo Nacional de Escutas O Agrupamento de Escuteiros de Santa Catarina da Serra comemora 12 anos no próximo mês de Março. Com cerca de uma centena de elementos, entre escuteiros e dirigentes, ocupa um espaço cedido pela paróquia per to do salão paroquial. Para comemorar o aniversário, participa, dia 20 de Março, na iniciativa “Limpar Portugal”, estando ainda programados um lanche convívio e a celebração de uma eucaristia. Em Maio, promove a campanha “Serra Limpa”, que visa a sensibilização dos peregrinos e população para a limpeza e preservação da serra. Este ano ainda, em Agosto, pioneiros e caminheiros viajam até Taizé. Para angariar fundos, vão, entre outras iniciativas, restaurar placas de toponímia na freguesia. A intervenção foi acordada com a Junta de Freguesia, adianta David Alves, chefe do agrupamento.

Associação Casa do Povo Comemora este ano 63 anos ao serviço da história e etnografia. Actualmente constituído por 45 elementos, dos oito aos 66 anos, o Rancho Folclórico de S. Guilherme já percorreu o país de lés a lés e conta com várias apresentações além fronteiras, nomeadamente em Espanha e França. Este ano, a 19 de Junho, realiza em casa o seu X X XV Festival de Folclore. Além das actuações, que incluem o “jogo do pau” quando as condições do palco o permitem, o rancho dinamiza um núcleo museológico numa casa de habitação que recuperou na Magueigia. Para visitar o espaço onde mora a memória de outros tempos, basta contactar a direcção do rancho, instalado nas traseiras do salão paroquial. A associação acalenta entretanto a edição de um filme sobre os ciclos da produção do vinho, à moda antiga. O filme foi realizado há cerca de dois anos, aguardando agora apenas a montagem. A

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Associação Cultural e Recreativa do Pedrome A associação comemora dia 3 de Julho o seu 21º aniversário. Depois de alguns de inactividade, abre sobretudo portas ao fim-de-semana como espaço de encontro para a população local. Durante a semana, acolhe aulas de pintura, estando programada uma sardinhada nos dias 12 e 13 de Junho, refere David Pereira, membro da direcção.

Associação Social do Ulmeiro A organização das festas em honra de S. Pedro, a 27 de Junho, constitui o principal projecto da associação que já funciona há cerca de 20 anos. A colectividade tem ainda por objectivo a promoção de convívios para a comunidade local e propõe anualmente dois passeios pedestres. O primeiro decorre, este ano, a 4 de Abril e o segundo 26 de Setembro, informa Carlos Neves, presidente da direcção.

Centro Social e Paroquial de Santa Catarina da Serra Na década de 50, um casal de famílias abastadas, Rita Fragoso e José Alves, iniciaram um projecto de caridade, distribuindo sopas diariamente aos mais necessitados de Santa Catarina da Serra. A 1 de Janeiro de 1964 foi criado o Centro de Assistência Paroquial. Mais tarde, em Maio de 1995,muda de designação funciona para utilidade da população. Actualmente, conta com as valências de Lar, Centro de Dia, Apoio Domiciliário, Centro de Convívio e Creche.

Grupo Desportivo e Recreativo de S. Guilherme É para a cultura que vive actualmente a Associação Casa do Povo, que ocupa o primeiro andar do edifício que acolhe, no rés-do-chão, a extensão de saúde e a secção dos Bombeiros da Serra. A mudança está prevista quando avançar o projecto do centro cívico a construir no mesmo local. A Casa do Povo dedica-se ao ensino da música através do Projecto de Inter venção Musical (PIM), com par ticipação de 45 alunos de várias idades, incluindo adultos, que ali aprendem a tocar os mais diversos instrumentos musicais, além de seguirem aulas de formação musical e classe conjunta. Dois grupos corais, um infantil e outro juvenil, promovem ainda o nome de Santa Catarina da Serra dentro e fora de por tas. O coro juvenil VivaVoz é exclusivamente feminino, enquanto o grupo infantil é constituído por 44 crianças até aos 12 anos. M a s não só d e mú s ic a v i ve a Ca s a d o Povo que promove também aulas de ginástica de manutenção e ballet para duas classes, refere João Ferreira, presidente da direcção.

São cerca de 30 as crianças e jovens que praticam futebol na escolinha e equipa júnior do clube de S. Guilherme. Fundado em 1978, a colectividade dedica-se actualmente à formação de crianças entre os seis e sete anos e à equipa de júnior que milita na 1ª distrital série C. Segundo José Gordo, membro da direcção, esta é a aposta do clube que, em tempos, já contou com uma equipa de sénior. O dia do clube vai ser assinalado a 14 de Novembro com um jantar de confraternização.

Associação da Gordaria/ /Casal Figueiras É uma das mais novas associações da freguesia. Segundo Armando Ferreira, presidente da direcção, nasceu há cerca de dez anos. Funciona numa casa recuperada cedida pela Junta de Freguesia e abre portas ao fim-de-semana. É um ponto de encontro para a população local, havendo quem aproveite o tempo para jogar cartas e chinquilho.


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Santa Catarina da Serra | suplemento 13

400 anos de história na Loureira Data de 1610 a construção da capela da Loureira e a união, numa só localidade, dos fogos que se encontravam divididos entre Leiria e Ourém. Quatrocentos anos depois, a população têm motivos de sobra para festejar. As comemorações iniciariam no passado dia 3 de Janeiro e prosseguem amanhã, dia 20 de Fevereiro, com um colóquio e a apresentação de um livro sobre a história do lugar. Assinada pelo historiador Vasco da Silva, natural da freguesia de Santa Catarina da Serra, a obra resulta de uma investigação de três anos, apoiada em farta documentação e testemunhos. Desvenda ainda a ár vore genealógica de 50 famílias entre 1850 e 1925, e revela pormenores históricos, culturais e geográficos ímpares. Permite, por exemplo, saber que “houve muita emigração para o Brasil no final do século XIX e nas quatro primeiras décadas do século X X”, revela Joaquim Neves Vicente, colaborador de Vasco da Silva na edição da obra. “Encontrámos muita novidade do ponto de vista histórico. O que foi desafiador foram as circunstâncias do surgimento da Loureira que nasceu dividida, uma parte no termo de Ourém e outra no de Leiria”, acrescenta, referindo as grandes disputas registadas no século XIX em torno da Charneca de S. Mamede, entre S. Mamede, Reguengo do Fetal, Fátima e Loureira, cuja história co-

meça muito antes de 1610. Data pois de 1513 o primeiro documento com referência a um morador na Loureira, conta Joaquim Neves Vicente. Mas só 97 anos depois, seria edificada uma ermida em honra de Santa Marta e consagrado o lugar da Loureira “unificada e unida”. “Os residentes na parte Sul da Loureira, num total de oito famílias, de acordo com o recenseamento jesuítico, iam ouvir missa à Igreja da Paróquia de Fátima, desmembrada da Colegiada de Ourém no ano de 1568, e os residentes na par te Nor te iam ouvir missa à Igreja da Paróquia de Santa Catarina da Serra, elevada esta a freguesia por D. Brás de Barros no ano de 1549”, lêse na página da internet dedicada à efeméride (loureira400anos.org). A cargo da Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira e da Comissão da Capela de Santa Marta, que criaram uma comissão executiva das comemorações dos 400 anos, o programa prossegue até final do ano com iniciativas mensais. Catarina Neves, coordenadora da comissão, sublinha que a investigação realizada por Vasco da Silva sobre a Loureira é da responsabilidade das duas instituições que se uniram para encomendar o estudo antes de ter sido constituída a equipa responsável pelo programa comemorativo.

Vale Sumo em festa A população do ramo do Vale Sumo celebra t a m b é m, e s te a n o, o q u a r to c e n te n á r i o d a edificação da sua capela. As comemorações decorrem de 29 de Setembro a 3 de Outubro, com actividades de carácter religioso, cultural e recreativo. O ramo do Vale Sumo pertence à paróquia de Santa Catarina da Serr a e i n c l u i o s l u g a re s do Casal das Figueiras, G o rd a r ia, Q u inta d o S a l g u e i ro, C e rc a l, Olivais, Sete Rios, Casal da Estor tiga e Vale Sumo. Segundo a organização, a cargo de um g r u p o d e m o r ad o re s, os elementos documentais são pouco con h e c i d o s, m a s o m an u s c r i to c o u s e i r o o u memórias do bispado de Leiria, referencia no a n o d e 1610 u m a e rmida de invocação ao arcanjo S. Miguel, que existiu nesta povoação, por visitação do bispo D. Mar tim Afonso Mexias, para administração dos sacramentos. N o a n o d e 16 9 1, a ermida foi transferida para o monte, seu local actual. Sofreu várias alterações e ampliações nos anos 1890 e 1900. No adro da capela faziam-se os enterros até à construção do cemité r i o l o c a l n o a n o d e 1928. Mais recentemente foi alvo de uma ampla restauração. O Vale Sumo dispõe ainda de um salão de festas e salas para o ensino da catequese frequentada por cerca de 60 crianças e jovens.


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Três anos de investigação em livro O lançamento do livro “Loureira 1610-2010 – Estudo histórico e documental”, da autoria de Vasco Jorge da Silva, acontece amanhã, dia 20 de Fevereiro, no decorrer do colóquio “Loureira e seus 400 anos”. Este constitui um dos pontos altos das comemorações do lugar, que prosseguem mensalmente até final do ano. A iniciativa coube à Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira e à Comissão da Capela de Santa Mar ta, que se uniram para oferecer à comunidade um programa recheado de actividades, envolvendo toda a comunidade. Em jeito “de primárias” para a grande festa a realizar em Julho, este ano organizada por quem faz 25, 35, 45 e 55 anos. Assim, em Março, dia 7, terá lugar uma Feira Antiga, com venda de produtos locais e mostra de actividades artesanais. Em Abril, dia 18, cabe ao “canto dos Santos” animar o dia, nomeadamente com a realização de uma exposição de alfaias agrícolas. Segue-se em Maio, dia 9, a mostra “Carpinteiros e carpintarias dos carros de bois”, da responsabilidade do “canto dos Caetanos”. No final do mês, dia 30, o “termo Leiria” dinamiza uma mostra e desfile de traje antigo, en-

quanto o “canto do Rossio” promove, dia 13 de Junho, a exposição “A forja e o ferreiro”, entre outras iniciativas. Para fechar o ciclo dos cantos, o do Outeiro apresenta, dia 27 de Junho, a exposição “Os moinhos, os cereais e a farinha”. Retrato das famílias em exposição. De 10 a 12 de Julho, decorre, como já é tradição, a Grande Festa de Santa Marta, com missa solene e procissão. Além da animação musical e recreativa, haverá ainda espaço para uma exposição histórica e etnográfica e uma mostra fotográfica das famílias da Loureira e respectivas árvores genealógicas. As comemorações prosseguem em Agosto com dois peddy-paper. O primeiro convida “À descoberta do património rural (sítios) da Loureira”, com merenda e animação musical na Lagoa do Boi. O segundo desafia os participantes a descobrirem o património arquitectónico do lugar, com almoço e animação cultural no Parque de Merendas do Vale Mourão. Os festejos não param, estando agendada para Setembro a recriação de actividades tradicionais, agrícolas e outras, como escamisadas e vindimas. As comemorações encerram dia 4 de Dezembro, com um grande sarau cultural e ums sessão solene onde não faltarão homenagens e comemorações.

Catarina Neves e Joaquim Neves Vicente, membros da comissão executiva das comemorações

“Loureira: 1610-2010 Estudo Histórico e Documental”

Vasco Jorge Rosa da Silva Historiador

A redacção de trabalhos de História Local e Regional é das actividades mais impor tante s que um historiador deve realizar. Na realidade, a investigação históric a n ã o p o d e re su m i rse somente ao que se faz na faculdade e que intere ssa a poucos. A História Local e Regional é mais do que isso, pois vai ao encontro do

Povo, e, nesse âmbito, há sempre trabalho de c ampo a fa ze r, como, por exemplo, estabelecer conversações com p e s s o a s d e m a i s i d ade ou fazer marcações de pontos geográficos, em car tas, de forma a deixar registado, para as gerações seguintes, o património históricocultural de um dado local, o qual, no caso da r e g i ã o d e L e i r i a , te m sido menosprezado. A Loureira não é uma aldeia qualquer, pois é humana e territorialmente grande. Possui provas documentais e patrimoniais suficientes para a elab o r a ç ã o d e u m l i v r o. A s s i m, te n d o v i n d o a realizar artigos sobre a Histór ia de Santa Catarina da Serra, ace-

di, com determinação, ao pedido que a Associação para o Des e nvo l v i m e n to S o c i a l da Loureira (ADSL) e a Comissão da Capela de Santa Mar ta, Loureira, atravé s d a p e s soa d o doutor Joaquim das Neves Vicente, docente em Coimbra, me f izeram. Através do livro sobre o lugar da Loureira pretendi ir mais longe relativamente a trabalhos congéneres, que abordam, no geral, uma freg u e s i a p o r c o m p l e to. Por outro lado, a obra apresenta-se com uma fundamentação inteiramente científica, com a inserção de inúmera bibliografia especializada e académica. Mais do que isso! De textos e diplomas originais, que

comprovam o que se refere no trabalho. Não q u i s, p o r i s s o, q u e l á houvesse espaço para lendas, para devaneios que não se podem provar, ao contrário do que sucede em outras publicações similares. De destacar, na obra, uma imensa lista com todas as pessoas que nasceram, casaram e faleceram na Loureira, entre 18 25 e 19 0 6 , c o n s t i tuindo uma base sólida para futuras árvores genealógicas. E m j e i to d e c o n c l u s ão, n ão p o d e r i a d e ixar de frisar o imenso trabalho que tive em todos os aspectos, desde a transcrição de dezenas de páginas de documentos antigos e de inúmeras horas passadas e m arquivos e bi-

bliotecas, mas, de igual modo, de muitas idas à Loureira, não só para falar com os mais idosos, como também para ir aos locais e marcar, por coordenadas de satélite, todo o património existente: moinhos, cisternas, caminhos, cas as histór ic as, limite s territoriais, etc. Foram muitas horas de dedicação! Deparei-me, ao longo do estudo, com dois aspectos que me marcaram: (1) que a Loureira tem mais património do que aquilo que se julga e (2) que o Povo da honrada localidade se interessou, desde o início, pelo trabalho! Aqui deixo, assim, o meu mais sincero obrigado ao Povo da Loureira!

Vasco Jorge Rosa da Silva nasceu em Santa Catarina da Serra, concelho de Leiria, em 1979. Formado em Coimbra, foi docente do Ensino Básico. Pós-graduou-se em História da Idade Média e fez o mestrado em História Militar de Portugal. Encontra-se actualmente a terminar a dissertação de doutoramento, sobre a História do Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra: 17721910. Amanhã, dia 20 de Fevereiro, lança o livro “Loureira: 1610-2010 Estudo Histórico e Documental”, com a colaboração de Joaquim Neves Vicente. A cerimónia decorre às 21 horas, na capela da Loureira.


Fundada em 1967, a MarCant está em actividade há 42 anos, através da aquisição e transformação de mármores e calcários em chapas de diferentes espessuras comercializadas em todo o globo. Esta experiência deve-se, sem dúvida, ao Sócio Fundador, Sr. Mário dos Santos Pinheiro, também conhecido por Mário da Pedra ou Mário da Marcant. Um gigante que nada detinha e que vencia barreiras e obstáculos. Como grossistas de mármores e calcários, maioritariamente portugueses, temos como principal objectivo o fornecimento de obras de grande envergadura, como fornecedores directos ou para revenda. Mário dos Santos Pinheiro Sócio Fundador

Obras de referência

Igreja Santíssima Trindade

Hotel Villa Batalha

MARCANT - Mármores e Cantarias, Lda Rua Central 54 – Loureira, 2495-122 Santa Catarina da Serra Coord: 39º39’ 51.04” N, 8º 41’12.62” W Telefone: 244 741 403 Fax: 244 741 113 Site: www.marcant-lda.com E.mail: marcant@sapo.pt

Outras obras t Kuwait Complex Oil (Kuwait) t 4 Point Sheraton (Kuwait) t Centro de Meteorologia Deutscher Wetterdienst (Alemanha);



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