Jornal Outubro 2016

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M E N S Á R I O D E S A N TA C ATA R I N A D A S E R RA - OUTUBRO 2016 - 1€ PREÇO DE CAPA

A VERDADEIRA AMIZADE

O U T U B R O DR

Numa aldeia vietnamita, um orfanato dirigido por um grupo de missionários foi atingido por um bombardeio. Os missionários e duas crianças tiveram morte imediata e as restantes ficaram gravemente feridas. Entre elas, uma menina de oito anos, considerada em pior estado. Era necessário chamar ajuda por uma rádio e ao fim de algum tempo, um médico e uma enfermeira da Marinha dos EUA chegaram ao local. Teriam que agir rapidamente, senão a menina morreria devido aos traumatismos e à perda de sangue. Era urgente fazer uma transfusão, mas como? Após alguns testes rápidos, puderam perceber que os dois não tinham o sangue preciso. Reuniram então as crianças e, entre gesticulações, arranhadas no idioma, tentavam explicar o que estava acontecendo e que precisariam de um voluntário para doar o sangue. Depois de um silêncio sepulcral, viu-se um braço magrinho levantar-se timidamente. Era um menino chamado Heng. Verificado o mesmo tipo de sangue, ele foi preparado às pressas ao lado da menina agonizante e espetaram-lhe uma agulha na veia. Ele se mantinha quietinho e com o olhar fixo no teto. Passado algum momento, ele deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão que estava livre. O Médico lhe perguntou se estava doendo e ele negou. Mas não demorou muito a soluçar de novo, contendo as lágrimas. O médico ficou preocupado e voltou a lhe perguntar, e novamente ele negou.

Começamos o ano pastoral com o coração na Mãe “O meu imaculado coração conduzir-vos-a até Deus” Volte a pagar as suas contas da água na sua Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra e Chainça

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“ O amor é um ato de fé. Quem tiver pouca fé também terá pouco amor” (Erich Fromm)

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Pensamento do mês

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LUZ DA SERRA

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OUTUBRO

-- família paroquial --

2016

A família recorda-te com saudade… 10/9 – Emília Moniz Valinho Vieira Reis, filha de Rui Duarte Valinho de Sousa Reis e de Cátia Alexandra Vieira Gonçalves da Loureira. Foram padrinhos: José Manuel Gomes Valinho Alves Teles e Vera Patrícia Vieira Faria 11/9 – Madalena Costa Oliveira, filha de Vasco José Vicente Oliveira e de Patrícia Vieira da Costa, da Pinheiria. Foram padrinhos: Guy Vicente Oliveira e Marta Isabel Ferreira David 18/9 – Duarte Ribeiro dos Santos, filha de Luís Miguel Francisco dos Santos e de Alexandra Rodrigues Ribeiro, da Pinheiria. Foram padrinhos: Luís Gabriel Cardoso Pereira e Ana Filipa Francisco dos Santos 18/9 – Simão Amaro de Carvalho, filho de Eduardo Miguel Marques de Carvalho e de Vera Mónica Amaro Vieira do Barreiro. Foi madrinha: Cátia Alexandra Marques de Carvalho 25/9 – Ana Maria da Silva Santos, filha de Amândio Pereira Santos e de Susete Paula Batista da Silva, do Sobral. Foram padrinhos: Daniel Rodrigues Silva e Liliana Sofia Oliveira Silva.

José Francisco Vieira ( José do Quintal) Pai, Que festa teríamos hoje dia 3 de Outubro em que farias 100 anos. Sabendo da tua fé uma missa com certeza, e um convívio com toda a família reunida onde não faltaria a tua alegria e boa disposição com que sempre nos brindaste. Recordamos nesta data os momentos felizes como os melhores das nossas vidas, vividos sempre em família e que nunca iremos esquecer. Sentimos que aí no céu continuas a olhar por nós da mesma maneira como sempre o fizeste na terra, junto de toda a família. Beijinhos para ti, para os manos Leonel e Hermínio e para a mãe querida Conceição, da tua família da terra que muito vos recorda com saudade.

10/9 – Rui Duarte Vilarinho de Sousa Reis, de Fátima, e Cátia Alexandra Vieira Gonçalves, da Loureira. Foram padrinhos: Francisco Marto e Valter Marques; madrinhas: Susana Moniz de Oliveira e Ana Rita Valinho dos Santos 24/9 – Michael Filipe Reis Narciso, da Chainça e Filipa Gordo Lebre, do Ulmeiro, Foram padrinhos: José Augusto Gomes Narciso e Leandro José Gomes dos Santos; madrinhas: Sandra Cristina Oliveira Seguro e Sara Henriques.

3/9 – Maria José dos Santos Fartaria, casada com Adelino da Costa Ferreira Lopes, da Loureira, partiu para Deus na Primavera dos seus 65 anos de idade

5/9 – Joaquim Pereira Neto, viúvo de Maria da Purificação Gordo, do Ulmeiro, deixou este mundo e foi para o Pai no entardecer dos seus 88 anos de idade.

O Luz da Serra apresenta aos familiares sentidas condolências, une-se numa oração de louvor pela vida e suplica pelos irmãos que terminaram a sua peregrinação neste mundo.

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No passado dia 10 de Setembro de 2016, foram celebradas pelo Padre Mário, na igreja de Santa Catarina da Serra, as Bodas d'Ouro de José Jesus Pereira e Madalena Primitivo Pereira, acompanhados pelos filhos, netos, noras e restantes familiares. Após a cerimónia, o convívio continuou no restaurante.

No passado dia 10 de Setembro 2016 foram celebraradas pelo Padre Eduardo Frazão na Igreja da Consolata as bodas de Ouro de Francisco Vieira Antunes e Dulcelina Oliveira Craveiro acompanhados pelas suas filhas, netos e restante familia .

Queridos Avós, Queremos dar-vos umas palavras de agradecimento, Pois se não tivessem começado esta linda história, Não podiamos estar aqui a partilhar este momento.

( Pequeno texto lido na missa nesse mesmo dia em nome dos netos Filipe, Ricardo, João e Telma).....

Neste momento podem sentir-se orgulhosos, Ao longo deste percurso, conseguiram orientar a vossa vida, Juntaram três filhos, duas noras e quatro netos, Que mais do que pessoas do mesmo sangue, formam uma familia unida.

Há exatamente 50 anos atrás, dia 10 de setembro 1966, o Francisco e a Dulcelina entraram na igreja de Santa Catarina da Serra dispostos a amarem-se para toda a vida e contruírem uma família feliz. ( Parabéns, conseguiram) Nesse dia a longa caminhada começou e não prometia apenas um mar de rosas , os espinhos seriam inevitáveis, mas a felicidade não era impossível. A pouco e pouco as filhas nasceram e em seguida os netos. Netos esses que estão aqui todos presentes a 100 % agadecidos por tudo o que fizeram por nós até ao dia de hoje . Estamos orgulhosos e felizes por estarmos aqui a festejar 50 anos de amor e alegria, embora também tristeza e suor que marca a luta por umas filhas felizes, saudaveis, com a devida educação e consequentemente uns netos igualmente bons!

Netos

Coleção 40 anos de Jornal

Ao longo destes anos transmitiram-nos muitos princípios, Que o caminho é mais fácil quando se evitam as curvas, a direito, Que uma relação não é só contos de fadas, Para além de amor, acima de tudo, é respeito!

Damos graças por estar hoje a festejar esta data, Um marco na vida que nem todos se gozam de ter alcançado, Por isso, queremos dar-vos os mais sinceros Parabéns, Por tudo, e pelos 50 anos de casado.

Emergências: 112

Tenha em sua casa 40 anos de informação da vida da nossa comunidade. Casa Paroquial Junta de Freguesia ForSerra 917480995

AMIGOS DA LUZ DA SERRA Tencionamos publicar aqui todas as ofertas que chegam à redação do Jornal (o pagamento das assinaturas não é publicado). O Jornal agradece. Chegaram os seguintes donativos ao Jornal:

Antonio Jesus Marques - 5€ Ana Catarina Pereira Neves - 5€


OUTUBRO

LUZ DA SERRA

-- vida da comunidade --

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Ano Santo da Misericórdia

Editorial

Uma obra de misericórdia espiritual sem dúvida importante, mas delicada e, às vezes, difícil e espinhosa é corrigir os que erram. Quem nunca errou? A correção deve ter o objetivo de ajudar, ser um auxílio para a outra pessoa e deve ser na hora certa e com as palavras corretas, de modo que a pessoa corrigida perceba o bem que lhe querem. Corrigir os que erram com amor e com vontade de ajudá-los, como dizia alguém, é uma excelente obra de bondade e de caridade. O Pe. Hugo de Azevedo diz que corrigir os que erram é um dever de caridade e também de justiça. No entender dele, qualquer correção é mais fácil de fazer e de receber quando existe autêntica amizade e respeito mútuo. Para Santo Agostinho, a

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Corrigir os que erram

correção fraterna deve ser mansa e com caridade. Ele indica três pontos importantes que devem ser levados em consideração todas as vezes que nos é necessário corrigir alguém. Nunca se corrige alguém quando estamos perturbados; nunca quando o outro está perturbado e nunca em público. A conversa deve ser sempre iniciada com a indicação de

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Os soluços ocasionais deram lugar a um choro silencioso, mas ininterrupto. Era evidente que alguma coisa estava errada. Foi então que apareceu uma enfermeira vietnamita vinda de outra aldeia. O médico pediu então que ela procurasse saber o que estava acontecendo com Heng. Com a voz meiga e doce, a enfermeira foi conversando com ele e explicando algumas coisas, e o rostinho do menino foi se aliviando... Minutos depois ele estava novamente tranqüilo. A enfermeira então explicou aos americanos: “Ele pensou que ia morrer; não tinha entendido direito o que vocês disseram e estava achando que ia ter que dar todo o seu P. Mário de sangue para a menina não morrer” . O médico se aproximou Almeida Verdasca dele e com a ajuda da enfermeira perguntou: -Mas, se era assim, Pároco e director do por que então você se ofereceu a doar seu sangue? E o menino Jornal Luz da Serra respondeu simplesmente: -Ela é minha amiga. Todos esperamos encontrar amigos assim. Nas horas difíceis ou fáceis lá estão eles com o seu gesto de pronto de apoio, prontos a renunciar até àquilo que tem de mais valioso ou sagrado. Quantas pessoas na solidão, sem família ou sem ninguém que pense neles, a precisarem de um gesto, de um “toque” ou simplismente de uma palavra. Provavelmente são pessoas com quem se cruza muitas vezes mas que o egocentrismo individual ou até de grupo não deixa olhar com humanidade e amor para esse irmão que é tantas vezes estigmatizado por um qualquer perconceito social ou religioso. Em três dias de descanso que pude gozar, sozinho pois não tive companhia, encontrei um velho colega de trabalho que estava com a mãe sentado a um canto do jardim e depois de o comprimentar, percebi uma tristeza colossal nos seus olhos e no seu coração. Convideio a tomar uma bebida e mal nos sentámos os olhos romperam as lágrimas, e depois do seu pedido de desculpas, veio a onda das suas máguas que acolhi sem dizer palavra descendo no meu rosto algumas gotas de solidariedade. Aquela hora e meia que estive com ele, talvez o melhor tempo destes três dias, com a preocupação pela mãe manifestada de dez em dez minutos, deixaram-no com a esperança a aflorar nos labios e a alegria a espreitar dos seus olhos inchados de tanto chorar as tristezas e desventuras da sua vida. Quando se despediu deixou-me um obrigado grande e um papel onde estava escrito: “Amigos de verdade não os tenho, Acredito na amizade verdadeira,Obrigado porque hoje me animaste a esperança!”

um ponto positivo da pessoa; palavras de ânimo e incentivo. E, concluo este breve artigo, dizendo que, a correção fraterna, retamente entendida e vivida, pode tornarse uma revelação sacramental em que, através de um ser humano, o próprio Deus, se faz presente a outro ser humano.

O Convívio Anual dos nascidos em 1957

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Decorreu no passado dia 1, tal como tinha sido previamente publicado no nosso jornal, o nosso encontro anual. Depois de algum tempo de pesquisa e contactos, foram 26 “jovens” de 57 que participaram no total de 48 convivas, pois a maioria das caras metades, acompanharam os maridos ou esposas, respetivamente. Independentemente da opinião que cada um possa ter, este foi mais um convívio, que correu muito bem e dentro das expectativas iniciais. Foi acima de tudo um espaço de alegria e de confraternização entre os que nele participaram! Sei e reconheço que faltaram alguns, mas como acontece todos os anos, nem sempre se acerta com a data mais conveniente para todos! Como novidade, este ano fez-se uma sondagem para tentar perceber o que poderemos fazer em 2017. Aprovada por unanimidade, a hipótese de fazermos um passeio, com dormida de uma noite, algures pelo nosso belo país! Com saúde e Deus o permita, cá estaremos para festejarmos o 60!

luzdaserra@santacatarinadaserra.com

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O companheiro de 57 Virgílio Gordo

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LUZ DA SERRA

tia

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Inscrições abertas para novo convivo fraterno

Estão abertas até 16 de outubro as inscrições para mais um Convívio Fraterno na Diocese de Leiria-Fátima. O encontro começará a 28 de outubro, em Fátima, sendo o encerramento no dia 31, no Seminário de Leiria. Destinado a jovens dos 17 aos 30 anos, um Convívio Fraterno é um encontro com a duração de três dias, orientado por um diretor espiritual e por uma equipa de jovens, que procura “desafiar os jovens a serem

apóstolos dos jovens”. Nesta perspectiva, através do testemunho autêntico de vida, da abertura e do diálogo, cria-se um ambiente propício à reflexão e à partilha em grupo, levando o jovem a viver uma verdadeira experiência de vida comunitária cristã. Daqui resulta, num ambiente de total liberdade e respeito de opinião, a abertura consciente do jovem à oração individual e comunitária, bem como ao desejo de ter Jesus Cristo como

modelo de vida. No fundo, revelam-se as características da juventude: a força de um ideal e o dinamismo da esperança. E procura-se consciencializar de que a persecução de tais objetivos de vida só serão possíveis através de uma vivência sacramental em Igreja. Os interessados em participar poderão inscrever-se por qualquer dos seguintes

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De jornalista a religiosa contemplativa

Martina Purdy, correspondente da BBC na Irlanda do Norte, surpreendeu tudo e todos quando há cerca de dois anos anunciou a sua decisão de abandonar o jornalismo, depois de uma carreira de 15 anos. Agora foi notícia novamente por ter acabado o noviciado e feito os seus votos de se dedicar sempre à vida religiosa. "Não é uma vida que tivesse escolhido por mim mesma. O Senhor a escolheu para mim. Estou bastante contente. Estou alegre", afirmou a religiosa numa entrevista à imprensa local. Num artigo publicado pelo Belfast Telegraph, a Irmã Martina – membro das Irmãs da Adoração – indicou que a sua vocação foi um processo lento e que logo após seu anúncio teve um encontro privado com o Primeiro-ministro da Irlanda do Norte, Peter Robinson; e o Primeiro Vice-ministro Martin McGuinness. Os líderes políticos "queriam entender como foi o meu chamamento". A sua decisão de entrar num convento não foi brusca. No programa radiofônico The Talkback, da BBC Radio Ulster, recordou que embora tenha tido uma "sólida formação católica", dizia que não queria "absolutamente" ser religiosa. Entretanto, pouco a pouco começou a sentir que Deus a chamava a ser freira. Além disso, confessou que a sua vida passada, dedicada às compras e a sair com os amigos, era cada vez menos satisfatória, e cada vez que entrevistava os políticos "sen-

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-- comunidade --

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que queria rezar por eles mais do que fazerlhes perguntas". Deste modo, foi experimentando uma transformação lenta, mas tão intensa que a desafiava a optar pela vida religiosa. "Eu ainda negociava com o Senhor", assinalou. Agora, como religiosa, continua ligada ao mundo das comunicações, pois escreve no jornal do convento e twiteia o Evangelho. Há uma "fome espiritual" do lado de fora, afirmou.

Nossa Senhora do Rosário Nossa Senhora do Rosário ou Nossa Senhora do Santo Rosário ou Nossa Senhora do Santíssimo Rosário é o título recebido pela aparição mariana a São Domingos de Gusmão em 1208 na igreja de Prouille, em que Maria lhe dá o rosário. Em agradecimento pela vitória da Batalha de Muret, Simon de Montfor tconstruiu o primeiro santuário dedicado a Nossa Senhora da Vitória. Em 1572 o Papa Pio V instituiu "Nossa Senhora da Vitória" como uma festa litúrgica para comemorar a vitória da Batalha de Lepanto. A vitória foi atribuída a Nossa Senhora por ter sido feita uma procissão do rosário naquele dia na Praça de São Pedro, em Roma, para o sucesso da missão da Liga Santa contra os turcos otomanos no oeste da Europa. Em 1573, o Papa Gregório XIII mudou o título da comemoração para "Festa do Santo Rosário" e esta festa foi estendida pelo Papa Clemente XII à Igreja Católica. Após as reformas do Concílio Vaticano Segundo a festa foi renomeada para Nossa Senhora do Rosário. A festa tem a classificação litúrgica de memória universal e é comemorada dia 7 de outubro, aniversário da batalha. Em Fátima, nas aparições de 1917, Nossa Senhora apresenta-se aos pastorinhos como “Eu sou a Senhora do Rosário” e convoca insistentemente os videntes à oração, esse lugar de encontro em que se enraizará a sua intimidade com Deus. Os traços concretos da oração pedida em Fátima são os do rosário, recordado pela Senhora em cada uma das seis aparições, sob o signo da urgência. Nesta pedagogia humilde da fé orante, o crente é convocado a acolher os mistérios do dom maior do Cristo no seu coração e a deixar-se interpelar pelo seu amor que redime as feridas da liberdade humana. Que o rosário seja apontado como caminho para a paz é sinal de que o acolhimento do Verbo enche de graça o coração humano, cativo do egoísmo e da violência, e pacifica a história com a coragem dos humildes

IVV Declaração de colheita e produção de vinho. Prazo de 1 de Outubro a 15 de Novembro. Na Junta de Freguesia. pub


OUTUBRO 2016

África Suplicante Maria Primitivo

Estamos no bonito mês de Outubro. Vou limitar este apontamento á devoção a Nossa Senhora que encontrei na África. Como era o mês de Outubro naquelas terras de inocentes a sofrer. Isto se eu for capaz. Sem sofrer, não é possível. A recordação é misto de alegria e dor . Gostava poder mostrar-vos ao vivo esta realidade. Era o dia trinta de Setembro ao serão. Comecei a ouvir ruído na zona da missão. Desconhecia o hábito. Eram os jovens a preparar os cânticos para o mês do Rosário, que se iniciava no dia seguinte. Instrumentos musicais da sua cultura africana e vozes afinadíssimas estavam ensaiando tudo com uma educação a que eu não estava habituada a ver por cá . Nem uma palavra fora do contexto. O chefe do grupo era um rapaz eleito pelos outros na presença dos missionários, com a responsabilidade por um ano. Não devia ser catequista, nem acólito. Para se fazer bem feito. Não convinha ter mais que um serviço na missão. Convém esclarecer que nos grupos missionários se preparavam as futuras paróquias e ajudavam a corrigir as existentes, a pedido dos párocos locais. Esta gente na sua maioria vinha a pé de longas distâncias. Na manhã seguinte, no espaço de cinco minutos a capela estava cheia a transbordar para a rua de onde com as janelas abertas a toda a volta podiam ver e participar. O grupo discretamente, com genuflexão até ao chão tomava o seu lugar com ordem, ficando de joelhos em profundo silêncio. Não havia sinos, apenas no lugar uma campainha anunciava os momentos de interesse.. e começava a oração do Rosário. Era comovente este suplicar missionário a Maria a mãe de Outubro. Isto porque conheciam da catequese as aparições de Fátima, com a última em Outubro aos Pastorinhos, cujos nomes invo-

Ficha Técnica Jornal Luz da Serra Nº 525 - Outubro de 2016 Ano XLI ERC 108932 - Depósito Legal Nº 1679/83

LUZ DA SERRA

-- correio do leitor --

cavam sempre. Fátima era a palavra doce que todos saboreavam. Senti-me evangelizada por eles. Os missionários iam atendendo de confissões. No final de terço acompanhado de música muito bem escolhida e cantada com as belas vozes dos rostos escuros, seguiase a Eucaristia. Dois ou três minutos davam uma homilia diária de uma clareza e oportunidade divinas. A comunhão era um momento impressionante de silêncio e interioridade, tal como o gesto da paz.. terminada a celebração, saiam de imediato às suas vidas. Escolas ou trabalho para quem o tinha. Às costas das mães dormitavam aconchegadas as mais pequeninas crianças, enquanto as outras se agarravam as suas saias muito caladinhas. Lá se ia ouvindo como quem geme. Mamã tenho fome. E cortava-se a alma. Nem uma palavra ouvia da mãe. Vi algumas de lágrimas a cair. Ao terceiro dia não resisti. Cortei uns cacetes em fatias e dava a todas as crianças, que olhavam de espanto alegre o pão de imediato para a boca. Ia ouvindo muitas repetições de merci, mas o tempo corria e dar atenção não era oportuno. O ensaio era diário e eis que ao segundo dia, um jovem bate á porta da missão e pede para me falar. Vim acolhê-lo. Só disse assim. Mamã Não sou bebé, mas tenho muita fome. Ontem não comi nada, e hoje só metade de uma tigela de mandioca. E tenho tanta sede. Fui buscar água e uma fatia de pão que devorou depois de engolir de uma vez o copo da água. Parecia sem deglutição . Partiu para o ensaio depois de pegar as minhas mãos e apertá-las muito entre as suas, mas os olhos brilhavam de gratidão. Há muito mais, mas agora fica isto. Para vós a leitura se a fizerdes bem, para mim a memória de toda a vida a gastar-se por um povo sem nada, nem a compaixão dos que deviam tê-la como irmãos. Gente tão boa

a sofrer tanto numa inocência total da fartura que ainda dança por tanto lado neste mundo desorientado e sem compaixão. Este mês não tenho ofertas para anunciar. Foram muitas despesas. Tempo de férias e de festas. Compreendo e sei que tanto se pede para tudo. Mas O Senhor nos abra o coração ás prioridades e aprendamos a respeitá-las. Foi este o exemplo de Jesus o amigo dos pobres. Aproveito para informar que fique descansado quem desejar colaborar que pelo facto de não ter podido ir pessoalmente, por questões de saúde e sobretudo de segurança de viagens. Há problemas de aeroportos para as zonas mais pobres, porque falham os aviões e nunca se sabe quando acontece. É o mundo novo. De Roma é seguro , há portadores diretos e menos questões de falta de passageiros. Também a partir da casa mãe dos missionários em Lisboa as coisas se processam com a mesma confiança absoluta. É de lá que vão para os nossos missionários pelo mundo as ajudas particulares para cada um. Há fidelidade e confiança. Até intenções de missas chegam lá com rapidez. É apenas uma informação verdadeira e credível. A liberdade e escolha é de cada um. O nosso Deus é o mesmo e a mesma Igreja servida com tanto sacrifício que ignoramos. Obrigada e tenhamos a certeza que por lá se reza muito por nós benfeitores.

A Família

Em que consiste o essencial? No amor sincero entre um homem e uma mulher. Este, com um olhar em Deus, é o principal elo da Paz. Paz interior, o único sangue das veias do mundo exterior. Consiste ainda no combate ao amor com nome errado, que vagueia por aí. A partir daqui, uma entrega consciente de ambos aos filhos, sempre com o cuidado em não deixar enfraquecer o amor mútuo do casal. A sua união o mais perfeita possível. Não se deixar banalizar no contacto diário. Já se disse isto mesmo ainda que por outras palavras. Importa ainda que não se deixe relaxar a dedicação pelos pais agora avós dos filhos. Isto de parte a parte. Não alinhar no mal dizer as sogras. As pobres mães das vossas esposas. Quantos sacrifícios na sua pele. As sogras têm o dever de não prender a filha a si própria. Casamento, apartamento diz a sabedoria popular. Esta tendência é um perigo para a boa harmonia no casal. Não se meter de qualquer maneira na vida deles. Deixe o homem seu pai e sua mãe…….para se unir á sua mulher. Isto não é um conselho ao desprezo destes, mas uma advertência especial á arrumação conveniente da nova família.

Maria Primitivo

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Nem sempre é saudável o excesso de tempo de netos com avós. A dedicação aos pais e destes aos filhos é direta e insubstituível. Nos tempos actuais acontece muito serem os avós que regra geral ficam novos mais tempo, pois têm menos filhos e a reforma ainda lhes deixa também algum vigor. Cuidam dos netinhos e o perigo de ficarem demasiado mimados, devido á disponibilidade das avós, pode acontecer. Por outro lado as avós prestam um maravilhoso trabalho de auxílio na criação e até educação das crianças . Ai de tantas sem as avós. Um equilíbrio neste campo impõe-se. Abusar é sempre um defeito. Deve alargar-se o espaço familiar a padrinhos e madrinhas das crianças e ser prudente nesta escolha hoje tão pouco delicada e escrupulosa. Há requisitos sérios a cumprir. Não brincar aos sacramentos. Está a falhar muita coisa séria a começar pela apresentação exterior, dentro e fora das igrejas no que a sacramentos diz respeito. As famílias decentes têm o papel de evangelizar os novos tempos tão agressivos no cego seguimento da moda. Não é papel apenas de padres, é muito mais nosso. A sensatez feminina parece que se envenenou e

está a contagiar o homem contemporâneo. Ser moderno não é seguir o disparate. E tendo coisas bonitas na moda, não avançar pelas extravagâncias da perda do melhor ornamento. A honestidade é saber ser moderna, é escolher ser bonita. Talvez a moda tenha criado problemas familiares, porque é muito atrevida e criada por pessoas que não têm valores, e só olham para fora, mas muito mal. Finalmente, sentir que cada vizinho é um irmão próximo e deve ser considerado membro de família alargado. Assim na convivência e paz, num favor prestado, no sorriso dado , no egoísmo esmagado, no respeito usado, se gera a família da comunidade local, aceitando cada um com suas características e limites e criando hábitos de entre ajuda. Era uma riqueza patrimonial de outros tempos tão necessária agora. A mão dada é o símbolo dos esposos amigos e unidos. Também de mãos dadas se tornam fortes as famílias comunitárias. É bela a entreajuda a sã comunicação.

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Os textos assinados e publicados no jornal LUZ DA SERRA – que podem ou não traduzir a linha de orientação deste jornal – são da inteira responsabilidade dos seus autores.


6 Santo do mês

S. Francisco de Assis 4 de Outubro

São Francisco de Assis é talvez o santo mais universal: católicos e não-católicos, crentes e descrentes são cativados pelo testemunho da sua vida. Este santo nasceu na cidade de Assis, na Itália, em 1181 ou 1182. Filho de um rico comerciante recebeu educação voltada para os negócios. Com 16 anos participou da luta contra a nobreza feudal e foi aprisionado na cidade de Perúgia, onde ficou um ano no cárcere. Em 1203, de volta à cidade natal, Francisco entrega-se a uma vida de festas. Em 1206, orando na Capela de São Damião, ouviu uma voz de Cristo que dizia: "Francisco, restaura a

-- sociedade -minha Igreja!". Começou por restaurar a igreja de S. Damião com alguns companheiros e a ajuda de várias pessoas. Mas depressa compreendeu que o que Deus lhe pedia era que se dedicasse à vida religiosa. Desde então, entregou-se ao serviço de Deus e dos mais necessitados. Em 1208 faz votos de pobreza com vários companheiros e começam a servir os mais pobres e a dedicar-se à pregação e à penitência. Acompanhado dos primeiros discípulos pede autorização ao Papa, para fundar uma Ordem Religiosa. Com licença papal, em 1204 funda a "Ordem dos Irmãos Mendigos de Assis" e instala-se em cabanas nas montanhas, decidido a cumprir fielmente as Escrituras Sagradas, renunciando a qualquer forma de propriedade, recusando mesmo ter uma igreja, vivendo apenas das doações que recebe. Em 2015, o Concílio de Latrão reconhece a "Ordem dos Franciscanos", que já reúne inúmeros discípulos vindos de toda a península italiana. Então inicia uma grande peregrinação até o Oriente, para "converter os infiéis". Na volta, em 1220, recebe a notícia de que o papa Honório III impusera uma

NOTICIAS DIVERSAS

- Papa presidiu a oração pela paz, pelos cristãos perseguidos e os refugiados- Francisco tornou-se hoje o primeiro Papa a entrar numa igreja da comunidade assírio-caldeia, ao visitar a comunidade presente em Tbilisi, no final do seu primeiro dia de visita à Geórgia, onde rezou pelas populações da Síria e do Iraque. “Senhor Jesus, uni à vossa cruz os sofrimentos de tantas vítimas inocentes: as crianças, os idosos, os cristãos perseguidos”, disse, numa oração pela paz na igreja de São Simão, onde se cantou e rezou em aramaico, a língua falada por Cristo.

- O Corpo Nacional de Escutas (CNE) vai levar cerca de 30 mil pessoas a Fátima, a 8 e 9 de outubro, na sua primeira peregrinação nacional desde 2006, com o tema ‘10.100FM – sintoniza-te nos trilhos da misericórdia’. O programa da peregrinação contempla diversas ações que vão levar os escuteiros a participar em atividades e celebrações que apelam “à reflexão e aprendizagem individual” bem como “à comunhão em grupo e crescimento” como escuteiros e cristãos. O encontro nacional alia dois acontecimentos eclesiais estando integrado nas celebrações do centenário das Aparições de Nossa Senhora de Fátima aos pastorinhos (1917-2017) e no contexto do Jubileu da Misericórdia.

«Eu irei, mas a Fátima» - Papa Francisco – O Papa Francisco disse ao bispo auxiliar de Lisboa D. Nuno Brás que viria a Portugal, em maio de 2017, “mas a Fátima”, numa viagem centrada no Centenário das Aparições. “Eu irei, mas a Fátima” foi a afirmação do Papa no diálogo com D. Nuno Brás, confirmou o bispo auxiliar de Lisboa. D. Nuno Brás cumprimentou Francisco no último domingo, no fim da Eucaristia que encerrou o Jubileu dos Catequistas, no Vaticano, e disse-lhe que os portugueses “estavam à espera dele”. “Ele respondeu-me que viria, mas a Fátima

- Médico salva passageiro de avião com a ajuda de palitos e colher. Dia 23 de setembro, um dos passageiros foi encontrado inconsciente e a espumar, na parte de trás do avião, em consequência de um ataque de epilepsia. Depois de ouvir a tripulação de cabine a procurar por um médico, prontificou-se a ajudar o passageiro em dificuldades. Tian, com formação em medicina tradicional chinesa, usou palitos para estimular os pontos de acupuntura na cabeça do homem, ajudando-o a acordar. Para além dos palitos, colocou os dedos na boca do homem, para remover o vómito, para que este continuasse a respirar, evitando, assim, que morresse asfixiado. Depois, enrolou uma colher numa toalha e colocou-a na boca, para evitar que mordesse a língua. O passageiro recuperou a consciência após a intervenção do médico. Quando o avião aterrou no aeroporto internacional de Urumqi Diwopu, os paramédicos levaram o homem para um hospital local.

- AOS 105 ANOS, MANUELA DE AZEVEDO, A PRIMEIRA MULHER A RECEBER A CARTEIRA PROFISSIONAL DE JORNALISTA EM PORTUGAL, FOI DISTINGUIDA COM A MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL NOS PAÇOS DO CONCELHO, EM LISBOA.

- "Virgindade" das mulheres deveria ser pré-requisito em universidades. O DEPUTADO EGÍPCIO ILHAMY AGINA TORNOU-SE ALVO DE CRÍTICA E CAIU NO RIDÍCULO ENTRE A SOCIEDADE DAQUELE PAÍS POR DIZER, NUMA ENTREVISTA, QUE AS UNIVERSIDADES DEVERIAM FAZER TESTES DE VIRGINDADE ÀS MULHERES QUE QUISESSEM SER ADMITIDAS. Agina, um deputado polémico devido a outras intervenções sobre sexo e sobre as migrações, disse ao jornal Youm 7 na quinta-feira que a virgindade das mulheres deveria ser um pré-requisito à entrada no ensino superior. - Peça de teatro portuguesa recebe prémio em feira internacional. A peça ‘Electra’ da Companhia de Teatro do Chapitô foi eleita a melhor durante a 30.ª Feira Internacional de Teatro e Dança de Huesca. O evento, que decorreu entre 26 e 29 de setembro, é um dos mais importantes da área tendo como objetivo dar a conhecer e premiar as diferentes realidades que existem no mundo das artes, explica o Chapitô em comunicado.

OUTUBRO 2016

"regra" menos rigorosa para a Ordem. Em 1224, decepcionado, Francisco deixa a direcção da Ordem e junto com três discípulos, opta pela vida na floresta, em contacto com os animais. Doente e debilitado, é conduzido a Assis, onde quer morrer. Durante a viagem, os fiéis correm ao encontro do "santo". São Francisco de Assis morre em Assis, Itália, no dia 3 de outubro de 1226. Dois anos depois de sua morte, é canonizado pelo papa Gregório IX.

- O Prémio Nobel da Medicina da edição deste ano foi atribuído esta segunda-feira ao japonês Yoshinori Ohsumi. A Assembleia do Nobel do Instituto Karolinska, responsável pela entrega dos prémios, escolheu o japonês pelas "descobertas sobre os mecanismos da autofagia", um processo catabólico considerado "essencial", através do qual ocorre a degradação e reciclagem de componentes celulares, lê-se no site da organização dos Prémios Nobel.

- Conta o Cnet que um recente estudo que teve como base as respostas de mil pais aponta que em 50% das ocasiões que um pai ou mãe envia uma mensagem ao filho(a) enquanto este conduz, há conhecimento que o filho(a) está atrás do volante. Pior ainda, 29% dos pais admite que espera (ou exige) que os filhos respondam antes de chegar ao seu destino. E os acidentes acontecem

- O homem que passou 43 anos em uma cadeira de rodas por um diagnóstico errado Neurologista identificou miastenia congênita e, após um tratamento com um remédio simples, para asma, ele pode voltar a andar normalmente. Rufino Borrego tinha 13 anos quando foi diagnosticado com uma distrofia muscular incurável. Passou os 43 anos seguintes andando de cadeira de rodas até que uma neurologista descobriu que a doença que Borrego tinha era, na verdade, diferente do que a que havia sido diagnosticada em sua adolescência. O problema dele era uma miastenia congênita, doença neuromuscular que causa um defeito na transmissão dos impulsos dos nervos para os músculos - isso gera uma fraqueza incrivelmente rápida dos músculos, que passam a não responder com movimentos. A doença, porém, foi facilmente revertida com o uso de um medicamento simples, para asma - que era indicado para o real problema do qual sofria. Com isso, ele pode voltar a caminhar normalmente após ter passado 43 anos em uma cadeira de rodas.

Diocese apresentou programa das peregrinações vicariais ao Santuário de Fátima

No âmbito do segundo ano do biénio dedicado a “Maria, Mãe de Ternura e de Misericórdia”, a Diocese apresentou, no passado dia 6 de julho, o calendário e o programa base para as peregrinações das vigararias ao Santuário de Fátima. Em nota enviada aos sacerdotes diocesanos pelo vigário geral, é referido que “para as datas das peregrinações de todas as vigararias, estão já reservados o salão no bom pastor, no Centro Pastoral Paulo VI, o ALBERGUE do peregrino e a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima para a vigília de adoração e celebração da Missa das 18h30 e da oração do Rosário às 21h30, que serão presididas pelo bispo diocesano. As meditações do Rosário e a condução do mesmo está atribuído a cada vigararia. Neste biénio “dedicado ao aprofundamento e maior vivência da mensagem de Fátima”, estas peregrinações vicariais são “momentos muito importantes” que “substituem a tradicional peregrinação diocesana no 5.º Domingo da Quaresma”, refere a mesma nota.

Peregrinação da Vigararia de Fátima ao Santuário

Sábado, 12 de Nov de 2016 Programa-base (sujeito a confirmação): 16h30 – Centro Paulo VI (Salão do Bom Pastor): Encontro de formação sobre a mensagem de Fátima 18h30 – Celebração da Eucaristia presidida pelo Senhor Bispo (basílica de Nª Sª do Rosário) 20h – jantar partilhado no Albergue dos peregrinos a pé 21h30 – Oração do rosário na Capelinha, seguida de procissão de velas (se o tempo o permitir) 23h – vigília de oração eucarística na basílica de Nª Sª do Rosário

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-- sociedade --

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Histórias de Vidas Há longos meses andava eu a apanhar ervas aromáticas junto da igreja de Santa Catarina e reparo num homem sentado no muro da capela a comer a sua merenda. Pelo aspeto pensei que fosse funcionário da junta e meti conversa. Enganei-me. Vim a saber que era de Valado de Frades, na Nazaré, e um semabrigo e estava ali de passagem, visto o lugar ficar num dos caminhos de Santiago, o que passa por Fátima e se dirige para norte. Pusemo-nos à conversa e acabou por me contar a história da vida dele. Falou-me de como a vida dos sem-abrigo é dura, cheia de altos e baixos, mas mais baixos que altos. Falou-me dos problemas com o álcool e da relação difícil com a mãe. Era uma pessoa de trato muito agradável, com quem gostei de conversar. Infelizmente não é a única história que conheço de pessoas a viver na rua, desprotegidas de tudo aquilo de que um ser humano precisa para viver com dignidade. No sossego da nossa terra há pessoas que conhecem a realidade dos sem-abrigo pelo contacto que já tiveram com eles, embora eles se vejam mais nos centros urbanos, para onde se dirigem à procura de outras pessoas nas mesmas circunstâncias e de organizações que os protegem e apoiam. Por circunstâncias várias, relacionome com pessoas cheias de boa vontade que se organizam para ajudar estes desprotegidos, que no inverno muitas vezes têm

por colchão a chuva a escorrer nos passeios e por companhia a fome. Quem percorrer as ruas de Lisboa durante a noite encontra pessoas sem casa em locais ao ar livre que lhes servem de abrigo e que a polícia lhes permite que ocupem. Há pessoas que escolheram este estilo de vida, mas nenhuma que o tenha feito por prazer. Os motivos são quase sempre a droga, o álcool, os problemas mentais, o desemprego e outros do mesmo tipo. Em fins de 2015 soube de uma família jovem em que ambos os cônjuges foram despedidos, perderam a casa e tiveram de ir viver para a rua com um bebé de dois meses. Dói muito! Esta história recordou-me outra de que soube por acaso e também por acaso teve um fim feliz. No fim da guerra civil de Espanha, no meio da crise económica que devastou o país, a futura cantora Montserrat Caballé, então uma criança, passou várias noites num parque no centro de Barcelona por o pai, desempregado, ter sido despejado por não pagar a renda. Mas não são só as pessoas com talentos invulgares que têm direito a viver com dignidade. Também os pobres de espírito precisam de um teto por cima da cabeça. Por mim, não consigo ficar indiferente a estes dramas. Só há dois ou três meses soube que morreu atropelado algures, na estrada, no seu percurso de sempre, o sem-abrigo que conheci junto à igreja de Santa Catarina. Por uma coincidência

incrível, num almoço em que estavam amigos da Nazaré, falei deste caso. Conheciam o homem, e contaram-me que teve uma vida ainda mais difícil do que eu imaginava, que incluiu uma passagem de vários anos pela prisão. Há pouco mais de uma semana (na altura em que este jornal é publicado) vi no café que ainda hoje conhecemos como do Marcelino um homem que deixou junto à porta um saco de compras com rodas e um cão e que entrou para tomar qualquer coisa e usar a casa de banho. Diz-me a experiência que é um novo sem-abrigo que passa na nossa terra. Felizmente, há organizações que dão apoio a pessoas desamparadas como esta, e como o homem que teve uma vida tão sofrida que acabou a percorrer o caminho de Santiago em eterna peregrinação. Em próximos números falarei de organizações e pessoas que oferecem a sua solidariedade aos que vivem sem um teto que lhes dê abrigo. Ana Maria Domingos

PASSEIOS PEDESTRES Próximos passeios: Todos os segundos Domingos de cada mês, pelas 08h30 Ponto de Encontro Igreja Paroquial de Santa Catarina da Serra

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O início do novo ano na escola da luz

Na Escola da Luz – Associação de Promoção Social de Chainça iniciou-se mais um ano letivo neste mês de setembro. Mais um começo/recomeço de novas descobertas, aprendizagens, brincadeiras e muitos carinhos à mistura. O começo do ano é sempre uma aventura tanto para os pais como para as crianças. Cabe a nós, equipa educativa es-

tabelecer um vínculo saudável para os tranquilizar. Assim, quisemos começar o ano da melhor forma com a visita da Luzinha que veio desejar-lhes um bom ano. Acreditamos e trabalharemos para que seja um ano de sucesso. Estamos felizes pela presença das crianças e suas famílias. Desejamos caminhar neste lugar de paz, respeito, alegria, conheci-

Renascimento Divino olhar o teu Jesus Que divina a pobreza tua Me ilumina a mente E por ti Jesus Eu me despi da vida velha E nasci de mente renovada E um novo espírito Pois se faz luz no meu interior Ao ler o livro do amor Tu falas comigo E eu escuto Por isso abre o coração Ao teu sol nascente Esse sol que flor orvalhada De Outono resplandece Em minha alma em prece Lê a tua mãe natureza, Jesus E Deus nosso Pai Lá desse alto etéreo Na noite mais escura de breu Se Vê o universo a luzir

mento, rumo à felicidade das crianças! Que este ano seja mais “despedidas com sorrisos” do que com lágrimas e rostos entusiasmados num espaço cheio de magia que é a creche e o jardim de infância.

Com tanta estrela E tu Jesus És a estrela que adornas esse firmamento Com o fogo ardente Que é a seiva do amor Que toca no meu coração E me sorris na alma com a pobreza evangélica De São Francisco de Assis E eu sem nada Sinto-me tão livre Que ao ouvir a melodia de “Imagine” de John Lennon Sinto a poesia dessa música Ser a tua paz Jesus que nasce no meu interior. Leonel Jorge 22/09/2016

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Abertura do ano letivo na EB de Santa Catarina da Serra Apadrinhamento dos novos alunos

No passado dia 14 de setembro a Escola Básica de Santa Catarina da Serra deu as boas-vindas aos alunos do 1º e 5º anos. A boa integração dos novos alunos é uma das principais preocupações da escola, e por isso desenvolveu um projeto de apadrinhamento dos novos alunos por alunos mais velhos para lhes proporcionar uma melhor integração na vida na escola. Assim, os alunos do 1º ano foram apadrinhados pelos do 4.º. Já os do 5.º tiveram como padrinhos alunos do 7.º ano. Alunos e pais e encarregados de educação foram recebidos pela adjunta da diretora, professora Ana Paula Costa, por alguns alunos do 8º ano, que proporcionaram um momento de teatro, e pelas diretoras de turma/professores titulares no átrio da escola. Depois, os alunos dirigiram-se às salas, onde conheceram os professores e os padrinhos apresentaram-se aos afilha-

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-- comunidade --

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dos, distribuindo-lhes uma brochura, trocando algumas palavras e explicando-lhes a sua função, função que não se cinge apenas ao primeiro dia, mantém-se ao longo do ano letivo, havendo um compromisso de apadrinhamento, de convívio e até de proteção. A meio da manhã, alunos, professores, pais/encarregados de educação e funcionárias reuniram-se no refeitório para usufruírem de um lanche oferecido pela escola. Posteriormente, os padrinhos fizeram uma visita guiada com os seus afilhados à escola, levando-os a conhecer espaços como o ginásio, os balneários, as salas, o bar, a biblioteca, a papelaria, a secretaria, o recreio, a ludoteca. Aos mais crescidos, os padrinhos mostraram-lhes como se carrega o cartão, como se marcam as refeições, como funciona a papelaria. No fundo, fizeram uma de-

monstração dos actos essenciais na vida da escola. Os alunos do 5º ano e os seus padrinhos participaram ainda num jogo de apresentação no ginásio. No final da atividade, padrinhos e afilhados registaram a sua opinião sobre o primeiro de escola, num placard e foram fotografados. Os padrinhos ofereceram aos seus afilhados marcadores de livros e foram distribuídos rebuçados a todos os participantes. Foi um dia memorável, em especial para os novos alunos, todos participaram com muito entusiasmo, contribuindo para facilitar a adaptação ao contexto escolar dos novos alunos, promover atitudes de responsabilidade nos mais velhos e desenvolver o espírito de entreajuda e convívio entre todos. Rita Agrela

Alunos de Santa Catarina da Serra distinguidos com bolsas de mérito

A Câmara Municipal de Leiria entregou no dia 24 de Setembro as bolsas de mérito da autarquia que visam premiar os alunos que se destacaram pelo seu empenho e sucesso escolar em cada agrupamento de escolas, escolas secundárias, escolas profissionais e estabelecimentos de ensino particular do concelho. Foram distinguidos as alunas Maria Abreu e Mariana Portela, do 9º ano, Inês Portela, do 6ºano, e Sara Alves da Costa e Silva do 4º ano. Parabéns a Todos!

Cada aluno recebeu um Certificado "Prémios de Mérito 2015/16" e um baptismo de voo. Esta iniciativa simbólica procura incentivar o sucesso escolar em todos os estabelecimentos, no sentido de melhorar a qualidade das aprendizagens, para que os alunos leirienses se afirmem cada vez mais no panorama nacional e internacional.

Rita Agrela

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Novos passos rumo ao Sucesso!

No âmbito do Plano Estratégico para a Promoção do Sucesso, várias medidas inovadoras estão a ser aplicadas na Escola Básica de Santa Catarina da Serra. Este ano letivo cerca de 300 estão distribuídos por 5 turmas no 1º ciclo e 10 no 2º e 3º ciclos, turmas que maioritariamente não ultrapassam os 20 alunos. No 1º ciclo, foi colocado um professor de apoio para reforço diário de 30 minutos na leitura e na escrita, a nível individual, no 1º e 2º ano. Para o 3º e 4º ano, será implementado pela biblioteca escolar um projeto de leitura, no sentido de promover a literacia e desenvolver hábitos de leitura. No 2º ciclo, os alunos têm no seu horário 5 tempos letivos para apoio ao estudo, obedecendo a um programa que passa por três áreas: organização e métodos de estudo, desenvolvimento de competências em informática e atividades de reforço de Português e Matemática. No 7º ano, está a ser implementado o projeto Turma+, a Matemática. Caracteriza-se por utilizar pedagogias diferenciadas e formas diversificadas de organização do grupo turma, permitindo um trabalho colaborativo

através de parcerias pedagógicas. São criados grupos que agregam temporariamente alunos provenientes das várias turmas do mesmo ano de escolaridade, com dificuldades idênticas na disciplina de Matemática. Cada grupo específico continua a trabalhar os conteúdos programáticos que a sua turma de origem está a desenvolver, podendo beneficiar de um apoio mais próximo e individualizado, mais harmonizado em termos de ritmos de aprendizagem e sem sobrecarga de horas semanais para os alunos. De modo a possibilitar o desenvolvimento da oralidade e da produção escrita, foi possível o desdobramento de turmas nas disciplinas de Português, Inglês e Francês, trabalhando-se com metade da turma numa lógica de trabalho de oficina. Tal estratégia foi também aplicada em Matemática, no 8º e 9º ano. Para além deste regime de desdobramento nas várias disciplinas, continuarão as atividades de reforço e desenvolvimento nas disciplinas de Português, Matemática (Saber+) no 3º ciclo. Os alunos com mais dificuldades de aprendizagem poderão ainda beneficiar de

apoio individualizado e/ou tutoria. Ao nível das ciências, está a ser implementado o projeto “Um laboratório … cem atividades”, que assenta na realização regular de atividades experimentais no 1º, 2º e 3º ciclos, nas disciplinas de Estudo do Meio, Ciências Naturais e Físico-Química, com o objetivo de promover a aprendizagem experimental e cultura científica. Tal como em anos anteriores, estão planificadas atividades extracurriculares diversificadas, irão funcionar vários clubes (Na escola Acontece, Desporto Escolar, Teatro, Arte e Design, Amigos da Biblioteca, Ciências Experimentais, Escola Unesco e Eco-Escolas) e vão ser dinamizados diversos projetos em áreas como a Saúde, Ecologia, Direitos Humanos, Solidariedade … Estão pois reunidas excelentes condições para que, com o trabalho e empenho de todos, os nossos alunos alcancem o sucesso educativo. Rita Agrela e Cristina Aveiro


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No transato dia 25 de setembro de 2016, domingo, decorreu, no espaço do Núcleo Museológico e Etnográfico, também conhecido por "Casa-Museu", sito em Magueigia, atual União das Freguesias de Santa Catarina da Serra e Chainça, c. Leiria, a comemoração do 53.º Aniversário do Rancho Folclórico de São Guilherme. A celebração do aniversário já se realiza há anos, decorrendo sempre em setembro, pois foi a 27 do mesmo que, em 1963, o grupo atuou pela primeira vez. Esse acontecimento ocorreu na festa da sobredita aldeia de Magueigia, realizada, anualmente, em honra de São Guilherme e de São Silvestre. O memorável espetáculo, presenciado por inúmeros cidadãos, foi, então, bastante aplaudido.

Na celebração do mês passado, os festejos principiaram, às 16 horas, com a abertura da exposição de miniaturas da igreja matriz de Santa Catarina da Serra e capela de Magueigia, também apelidada, hoje, de "Igreja da Luz". [De ter em consideração que as maquetas foram elaboradas, durante anos, por Diamantino da Purificação Gordo]. Em seguida, às 16:33, os grupos folclóricos atuantes, ou seja, o Rancho Folclórico de São Guilherme e o Rancho Folclórico do Freixial, f. Arrabal, que é dirigido, atualmente, por Jorge Marcelo Bernardino Ferreira, que representou a Associação Folclórica da Região de Leiria - Alta Estremadura no XXXI.º Festival Nacional de Folclore, a 31 de julho, concentraram-se junto ao adro do mencionado edifício eclesiástico, tendo-se deslocado,

em desfile, às 16:39, até ao citado Núcleo Museológico, onde, após cerimónia protocolar, apresentada por Vergílio Henriques Gordo, de Magueigia, hoje de Ulmeiro, depois dos discursos de José Humberto Ferreira Simão, de Ulmeiro, presidente, Jorge Marcelo Bernardino Ferreira, mencionado presidente do Rancho Folclórico do Freixial, f. Arrabal, em representação da Associação Folclórica da Região de Leiria - Alta Estremadura, Ana Margarida Félix Valentim, por parte da Câmara Municipal de Leiria, e, por fim, Diamantino da Purificação Gordo, de Magueigia, hoje de Quinta da Sardinha, fundador e ensaiador do Rancho, se procedeu, às 16:56, à entrega de lembranças. A atuação propriamente dita iniciou-se às 16:58, com a subida ao palco do Rancho Folclórico de São Guilherme, que executou, por ordem, as seguintes modas: "Valseado das Laranjeiras", cantiga de entrada; "Festa da Nossa Aldeia"; "Moda dos 4 Passos"; "Enleio" (muito apreciado a nível nacional); "Fandango Estremenho"; "Vira Pum"; "Fado Pião"; "Farrapeirinha"; "Valsa de 2 Passos"; "Fado Batido"; e, por fim, "Tacão e Bico", canção de saída. Terminou às 17:38, seguindo-se então, às 17:39, o grupo sediado em Freixial, com as modas: "Namorei Uma Pequena", entrada; "Teus Olhos, Menina"; "Valsa do Ó ai"; "Padeirinha"; "A Saloia"; "Corre Velha"; "Valsa a 2 Passos" (executada duas vezes, a segunda com dançadores do Rancho Folclórico de São Guilherme); "O Manjericão" (também repetido duas vezes, a segunda com elementos do Rancho anfitrião);

música designada por "Arranca Pregos"; e, por último, a "Saída". Findou às 18:14.

O término da memoração sucedeu quando, em convívio, se procedeu, após parabenização, à extinção, por parte de Diamantino da Purificação Gordo (agraciado, a 22 de maio de 2015, pela Câmara Municipal de Leiria), às 18:24:12, da hora legal, atómica, de Portugal, da flama das velas do bolo, seguindo-se a partição e a degustação do mesmo, em momento de convívio entre os dois grupos folclóricos. O Rancho Folclórico de São Guilherme agradece a todos os que, fazendo ou não parte do grupo, contribuíram para que o ano de 2016 tivesse sido repleto de sucessos, não só nas deslocações ao norte do país (Custóias, Leça do Bailio e Guifões, a 21 de maio; Fradelos, a 22; e Ovar, Praia do Furadouro, a 23 de julho), onde levou parte do folclore da região da Alta Estremadura, mas também a diversos hotéis localizados em Fátima, nos quais atuou para inúmeros grupos de turistas franceses. Vasco Jorge Rosa da Silva. Magueigia, 25 de setembro de 2016, domingo.

No seio da aldeia onde nasci, em setembro a vindima sempre vivi. Dias de trabalho presenciei, pois as uvas da parreira no ano tratadas já no ponto de colheita se encontravam. Desde pequeno tive a oportunidade de fazer parte do processo de elaboração do vinho, aquela bebida que a todos sabe bem à refeição. O fim-de-semana é marcado e o ponto de encontro decidido. Escusado será dizer que a hora de começo se prende na madrugada. O dia torna-se quente e é necessário saber evitar as horas de maior calor e quanto mais cedo se começa, mais cedo se acaba! Neste espírito de união tive sempre a sorte de poder partilhar estes momentos com os que me são mais chegados. É um dia de muito trabalho e isso não posso negar mas também é um dia de muita conversa, risada, partilha e ensinamentos. Há uns bons anos o processo de vindima, apanha da uva, era tido com um grande número de pessoas que, não tinha necessariamente de ter vinha, se ajudavam uns aos outros. O tempo da abundância era de facto aquele em que se enchiam dornas de uvas e os lagares reuniam as pessoas ao fim do dia para as pisar. Os anos passam e os processos foram evoluindo e dou comigo este

Os Pagamentos do jornal no mês de Outubro e Novembro deveram ser realizados juntos da Junta de Freguesia. Para mais informações contacte. 917 480 995

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Obrigado

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53.º Aniversário do Rancho Como é bom recordar! Folclórico de São Guilherme

mês na vindima de uma ou outra uva porque o tempo já não ajuda à conserva desta fruta. Uma uva aqui, outra ali, e se tivermos a sorte de encher uma dorna podemos dar-nos por felizes. O tempo muda, os processos também mas serão estes os verdadeiros motivos de a produção baixar? Recordo-me que até já o curso tenho de tirar se a vinha quero sulfatar. O tempo da evolução deveria trazer melhorias e não reduzir no processo. Noto que não é só

na vinha que acontecem estas transformações. No nosso dia-a-dia tudo está em constante mudança e a fase de adaptação cabe a cada um essa missão. Não esquecendo também que a água-pé, resultado deste processo, é essencial para o dia de todos os santos, vou rezar para que os meus vizinhos neste mês que se aproxima consigam ter uma celha para este grande azelha. Joel Faria


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Festa da Abóbora

A Associação da Loureira realizou nos dias 16, 17 e 18 de setembro a Festa da Abóbora. Pelo segundo ano consecutivo, foi lançado o desafio aos agricultores da terra para semearem nos seus campos abóboras. E assim foi, depois de cinco meses, chegaram tratores com grandes e bonitas abóboras meninas e porqueiras, ainda que, em menor produção do que no ano anterior, devido às con-

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-- Comunidade --

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dições atmosféricas e à destruição provocada por texugos. Entre todas as abóboras destacaram-se as mais pesadas, que foram: do Sr. Fernando Constantino com 40,5Kg, do Sr. Chico Picota com 38 Kg e do Sr. Chico Picota da De Mó com 36Kg. A todos os agricultores um especial agradecimento. Durante estes três dias houve música e gastronomia, no domingo, exposição e venda de abóboras e pro-

dutos da terra. Foi mais uma iniciativa que reuniu a população e muitos visitantes, entre eles, um artista da terra que não foi identificado por muitos, o Sr. Artur Ribeiro, emigrante em França e que marcou a sua presença de forma diferente e divertida. A toda a equipa, voluntários, comunidade e visitantes, um bem-haja! A Direção

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Ginástica para maiores 55

A Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira informa que já iniciaram as aulas de ginástica para maiores de 55 anos na sede da Associação, às 2ª, 3ª, 5ª e 6ª feiras das 9h às 10h. Todos os interessados deverão dirigir-se à secretaria da Instituição para inscrição ou esclarecimentos adicionais.

Festas da Magueigia em Honra de S.Guilherme e S. Silvestre dicional borrego foi servido chícharos com bacalhau. À tarde houve a abertura da quermesse e à noite o arraial. O auge dos festejos fou no domingo com a celebração da eucaristia ás 14h 30 seguida da procissão, benção dos animais e venda dos andores. A tarde de domingo foi muito participativa pela parte da população. À noite houve arraial. Na segunda feira, ultimo dias de featejos, houve a missa dos festeiros e terminou com o sorteio.

A realizaçao da festa so foi possivel devido ao empenho e dedicacao dos festeiros. À comunidade e à comissqo agradecemos a ajuda que nos deram, sem a ajuda de todos teria sido mais dificil. A todos os que participaram nos nossos festejos muito obrigado! Festeiros em honra de s.guilherme e s.silvestre

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Foi nos dias 9, 10, 11 e 12 do passado mês de Setembro que se realizaram as festas na Magueigia em honra de S. Guilherme e S. Silvestre. A festa foi organizada pelos jovens de 25, 35, 45 e 55 anos. A preparação espiritual começou na quinta feira com as confissões, missa seguida da procissão das velas com a Nossa Senhora. Na sexta feira houve abertura do buffet e animação musical. No sábado houve buffet ao almoço onde para alem do tra-

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Em caso de urgência ligue 112


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União das Freguesias de Santa Catarina da Serra e Chainça

Cobertura na Magueigia

Alargamento no Sobral Com a cedência de uma parcela de terreno para a via pública por parte de um proprietário, a Junta de Freguesia executou o alargamento de um troço da Rua da Amizade, no Sobral. Este alargamento só foi possível graças ao referido proprietário, porque para o outro lado da rua não foi possível qualquer cedência. Ainda existem proprietários com ideias de outros tempos...

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Após algum tempo de espera causado pelo fornecedor, lá foi montada a nova cobertura no recreio do Jardim de Infância da Magueigia. Assim, as crianças já poderão brincar na rua sem estarem com a cabeça ao sol. Também foi feita a manutenção do equipamento existente que contém a torre, o balouço e o escorrega. Queremos proporcionar o melhor para as crianças.

Alargamento na Donairia

Pavimentação no Sobral Após o alargamento de um troço da Rua da Amizade, tal como aconteceu com o alargamento da Rua do Valpinho e da Rua Vale das Almas, a Junta de Freguesia procedeu à sua pavimentação com betuminoso. Qualquer uma destas três ruas ficou com um desenvolvimento perfeito e elevada qualidade. São os conhecimentos de engenharia da Junta a trabalhar… Foto: Rua Valpinho. DR

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A Junta de Freguesia procedeu ao alargamento de um caminho florestal na Donairia, no sítio da Barbeira, em direção ao Vale da Lage e ao Casal da Figueiras. Este melhoramento é uma maisvalia para os terrenos envolventes, pois o acesso para estes terrenos só poderia ser feito a pé, pois tratava-se de um caminho antigo feito entre paredes e à medida do carro de bois.

Espaço reflexão

Finalmente o Alcatrão... Após algumas décadas de espera pelo tão desejado alcatrão no caminho de ligação do Sobral ao Vale Tacão, chegou agora a concretização da promessa eleitoral. Agora é realidade! É necessário que os automobilistas tomem cuidado ao passar por aquela via porque trata-se de uma estrada muito perigosa. Ainda falta a marcação longitudinal da estrada com a pintura do risco contínuo.

Este espaço foi criado e será dinamizado todos os meses apresentando um texto refletivo de forma a partilhar algumas ideias, experiências e poder chegar ao coração de todas as pessoas.

Este mês quero falar-lhe um pouco sobre a nossa consciência. É essencial nos dias de hoje ter a consciência de que a vida tem um sentido, e ensina-nos a melhorar enquanto seres humanos. Cada dia surge como um presente que nos dá a oportunidade de vivenciar e sentir o que mais desejamos. Tenha consciência que a sua vida apenas depende de si, os outros apenas espelham partes suas para que possa ver neles o que não consegue ver em si. Aprenda a cada momento com consciência, para que a sua vida ganhe mais forma e sentido. Os desafios da vida

existem e vão fazer sempre parte da sua vida, aceite, relaxe e pense o que tem a aprender com essas situações. Este mês lanço o desafio de estar mais atento, ter mais consciência porque todos os dias a vida fala consigo, transmite-lhe sinais e caminhos a seguir. Tenha consciência do quanto é especial viver a vida de forma mais presente. Desejo-lhe um mês cheio de consciência e presença no hoje e no agora.

Susana Laranjeiro Henriques (Técnica Superior de Educação social social@santacatarinada serra.com)

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Consciência

Alcatrão também em Siróis O alcatrão também chegou a Siróis. Todos estes alcatroamentos foram feitos no âmbito das pavimentações do município para a nossa freguesia: as ruas contempladas foram propostas pela Junta de Freguesia e validadas pela Câmara Municipal. Estes alcatroamentos só foram possíveis graças ao forte investimento que o município de Leiria tem vindo a fazer em todas as freguesias. DR

Visite: www.santacatarinadaserra.com


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-- Cultura --

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-- Comunidade --

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Desportivamente Falando

Entrevista ao Treinador UDS - 40 Anos de Associativismo Chamo-me Micael Simão Pedrosa, mais conhecido no futebol por Micas tenho 35 anos, natural de Colmar França, cresci na Freguesia da Bajouca, Leiria.

É evidente que utilizar este espaço de opinião para falar sobre 40 anos, é um pouco arriscado, já que terei que fazer um grande resumo! No entanto, como a actual direcção unionista decidiu colocar em livro, reduzidamente a sua já longa e sobretudo rica história, torna-se assim algo fácil tecer algumas palavras. Virgílio Gordo Na verdade, a UDS foi e é sinónimo de Desporto e de Futebol O autor ainda escreve de acordo em particular. Mas raros foram os anos em que não realizou com O antigo acordo ortográfico eventos de cariz sócio – desportivos, ao serviço da comunidade em que está inserida! Refiro sobretudo, a Festa da Criança e as Festas de Passagem de Ano! Também, os eventos de angariação de fundos, como por exemplo, as Picarias, Torneios de Chinquilho, Noites de Fados e muitos que agora não me vêm à mente, contribuíram e de que maneira, para o que é hoje o clube. A concretização daquele que é hoje o actual Complexo Desportivo do clube e porque não da Freguesia, pois não existe outro! Aliás, clubes com a tenra idade que a UDS tem e que não sendo apoiados pela respectiva Câmara Municipal, que realizaram e assumiram obras de um Complexo Desportivo, não existem. Nem na nossa Região. É verdade que a Câmara Municipal de Leiria e os executivos das nossas Juntas de Freguesia apoiaram na altura e continuam a apoiar noutros aspectos! Mas comparado com o que receberam e continuam a receber os clubes que têm sede de Concelho, nunca foi, é comparável! Mas para conhecer um pouco da história da UDS, deixo como membro da actual Direcção, a sugestão e o apoio na aquisição do livro <<União Desportiva da Serra: 1976 – 2016>>.

Fiz a formação no UD Leiria, onde passei a sénior e profissional durante 3 anos com Manuel José, Mourinho, Cajuda, etc., depois passei por Académico de Viseu, Estarreja, Espinho União da Madeira, Esmoriz, Pombal, Fátima e acabei no Vallieres de França esta época que findou. O União da Serra é o meu 1° clube como treinador.

Aceitei o convite porque a minha intenção sempre foi treinar seniores. Este ano até tinha decidido ficar parado e

continuar somente com a minha formação de treinador, mas depois surgiu o convite, e Juniores é o escalão da formação que antecede seniores, onde a idade e o método de trabalho se assemelham muito. Logo veio de encontro as minhas pretensões e aceitei-o como um desafio. É verdade que o ano passado os Juniores ganharam tudo, mas este ano a equipa não é a mesma. Saíram muitos jogadores e a divisão também não será a mesma. Será muito mais competitiva a todos os níveis, mas eu sou ambicioso e acredito que quem trabalha muito, com qualidade e é sério, pode sempre surpreender! O plantel é muito limitado em número, não tendo assim

muitas opções para todas as posições, mas temos qualidade dentro do plantel e acredito que vamos melhorar mais ao longo do tempo. Se os jogadores seguirem o rumo que está a ser traçado poderemos fazer época tranquila. Portanto as expectativas tem de ir ao encontro dos objectivos do clube que passam pela manutenção. Não me vou esconder atrás das limitações que temos para fugir desse objectivo!

FUTSAL

RESULTADOS CLASSIFICAÇÕES FUTEBOL DE 11

Campeonato Distrital da 1ª Divisão – Série B – 7 clubes Começou bem o campeonato para esta equipa da UDS, que se já eram grandes as expectativas, mais as fortaleceu após a derrota imposta aos homens de Leiria, curiosamente comandados pelo ex treinador da equipa na época transacta! 1ª Jornada: UDS, 7 – Atlético de Leiria, 4. 2ª Jornada: UDS, folgou. Próximos jogos 3ª Jornada, dia 15: Chãs - UDS. 4ª Jornada, dia 22: UDS – GRAP, Pousos. 5ª Jornada, dia 28: UDLeiria - UDS. 6ª Jornada, dia 04 Nov.: UDS - Sismaria.

6ª Jornada, dia 29: UDS - Peniche. 7ª Jornada, dia 05 Nov.: UDS – Alcobaça.

SENIORES Campeonato Distrital da 1ª Divisão – Série Sul

A UDS ficou isenta na pré-eliminatória da Taça Distrital. JUVENIS

JUNIORES Campeonato Distrital da Divisão de Honra 1ª Jornada, dia 08: O Unidos, Casal dos Claros - UDS. 2ª Jornada, dia 15: UDS - Beneditense. 3ª Jornada, dia 22: Lisboa e Marinha UDS.

INICIADOS 1ª Eliminatória da Taça Distrital, dia 01 Nov.: U. D. Leiria C – UDS. Campeonato Distrital da 1ª Divisão – Série C – 10 Equipas 1ª Jornada, dia 06 Nov.: Marrazes B – UDS.

Pedro Vieira

1ª Jornada: UDS, 5 – Unidos, 0. 2ª Jornada: Bombarralense, 1 – UDS, 2. Próximos jogos 1ª Eliminatória da Taça Distrital no passado dia 5, feriado. O adversário foi a Mata Mourisca. 3ª Jornada, dia 09 Out.: UDS – Santo Amaro. 4ª Jornada, dia 16: Vidreiros – UDS. 5ª Jornada, dia 23: UDS – Alqueidão da Serra. 6ª Jornada, dia 30: Alegre Unido, Bajouca – UDS. 7ª Jornada, dia 06 Nov.: UDS – Mirense.

Campeonato Distrital da 1ª Divisão – Série A – 12 Equipas 1ª Jornada, dia 29: UDS – Carnide. Devido ao Aniversário do clube, este jogo poderá sofrer alterações. 2ª Jornada, dia 05 Nov.: Pelariga – UDS. UDS, isenta na pré-eliminatória da Taça Distrital.

Futebol de Formação Ainda não estão disponíveis, quaisquer calendários para os escalões da Formação.

Pedro Vieira

Não podiam ter corrido melhor, as duas primeiras jornadas de um campeonato, que é longo e onde se prevêem grandes dificuldades.


LUZ DA SERRA

OUTUBRO

-- histórias da História --

14

2016

Breve nota sobre a indumentária da Serra: 18601960

Até à segunda metade de oitocentos é extremamente difícil apurar, com precisão, qual o tipo de indumentária usado pelos serranos, ao contrário do período referente aos fins do século XIX e inícios do seguinte. Parte significativa dos trajes da época tem sido preservada por grupos folclóricos, caso do Rancho Folclórico de São Guilherme, sediado em Magueigia. Numa sociedade fortemente marcada pela ruralidade, não só a maioria das casas estava adaptada à sobrevivência no campo, como a própria roupa ia ao encontro das atividades agropastoris. Havia, no geral, um traje para a semana, dito semaneiro, e um outro para o domingo, domingueiro, quando não era o mesmo. De ter em consideração que apesar de alguns serem mais elaborados, em consequência da capacidade socioeconómica de cada indivíduo, na prática não diferiam nas peças fundamentais. No término de oitocentos, os homens usavam, à semana, calças e camisas, com ou sem remendos, calçando sobretudo botas de cabedal. As calças eram suportadas por uma cinta apropriada, uma vez que ainda não era habitual o uso, se é que já o havia, do cinto. Na cabeça, um barrete, ou um chapéu para os mais abastados. A roupa interior era constituída sobretudo por ceroulas e camisolas. Por sua vez, ao domingo, dia de ir à missa, rapazes e homens vestiam, quando as tinham, camisas de melhor qualidade. As calças eram, à semelhança dos casacos, de cor

escura, castanha ou cinzenta. Havia, de igual modo, o colete e a jaqueta. O resto era idêntico ao vestuário da semana, designadamente o barrete e as botas. O calçado de domingo, em cabedal, servia quase só para esse dia. Alguns indivíduos iam descalços até à igreja e só aí é que calçavam as botas. De ter em consideração que nem todos tinham dois pares. Parte significativa dos serranos tinha um só e ao domingo, dia, como se referiu, de ir à missa, engraxavam-no com o carbono contido no carvão. À época, quem usava sapatos distinguia-se dos conterrâneos, porque tal calçado não passava, de modo algum, despercebido numa sociedade caracterizada pela marcada presença das botas. As mulheres usavam saias compridas, por vezes com riscas dispostas na vertical, assim como meias. Na parte superior do corpo, todo coberto, conforme exigia a moral cristã, à exceção do rosto e das mãos, uma blusa apropriada. Os corpetes eram apertados imediatamente sob os seios, suportando os mesmos. Por baixo das saias, os saiotes. Na cabeça utilizavam um lenço, com ou sem chapéu, e nas costas, quando fazia mais frio, uma saia apropriada para o efeito. As que não andavam descalças usavam sapatos feitos por medida nos diversos sapateiros, com formas de madeira ou de ferro, da freguesia, ou tamancos, de madeira. Os sapatos eram de cabedal e podiam ter uma fivela para os segurar aos pés. Aos domingos, a vestidura, se a situação so-

cioeconómica o permitisse, era mais apurada, com peças mais trabalhadas. Mantinha-se o usual lenço na cabeça. Uma saca de tecido no pulso das raparigas e senhoras, substituída, numa fase posterior, por uma mala, permitia guardar o parco dinheiro que havia (os homens transportavam-no nos respetivos barretes). Como objetos é de mencionar, por exemplo, os terços e os missais, entre outros. Numa fase posterior, mais precisamente por volta de meados de novecentos, a roupa vai-se tornando menos rústica. Já se utilizava, à semelhança de hoje, o fato de paletó, com camisa, calças e gravata ou laço. Parte significativa da população calçava sapatos em vez de botas. Por sua vez, o barrete vai sendo, progressivamente, substituído pelos mais diversos tipos de boina. A influência dos espaços urbanos leva à introdução dos designados chapéus de feltro. As mulheres passam a usar, em meados do século XX, blusas apuradas, com saias mais leves e subidas ou, nalguns casos, vestidos floridos inteiros, mais alegres. Divulgam-se as malas de mão, para o transporte dos vários artefactos femininos. A par das meias de lã, que ainda se utilizavam, surgem as de licra. As pessoas tornam-se mais cuidadas, destacando-se, de igual modo, no plano da higiene, fundamental para a manutenção da saúde pública. Divulga-se o uso de óculos para as mais diversas doenças oftalmológicas, caso do astigmatismo e da miopia. Há atenção

Colabore com o Jornal Luz da Serra luzdaserra@santacatarinadaserra.com

nisso. Nos espaços mais vanguardistas, os lenços de cabeça desaparecem, sendo substituídos, em algumas situações, por chapéus femininos. As raparigas usavam luvas, lenços ao pescoço, assim como penteados mais exuberantes, com cabelos cuidados, lisos ou encaracolados. Os homens colocavam brilhantina no cabelo e lenços nos casacos. Usavam relógios de bolso, que foram sendo substituídos por máquinas de pulso. Na região de Leiria utilizava-se, com frequência, por ordem onomástica, o Breitling, o Cauny, o Cortebert e o Omega, todos de fabrico suíço. Nos anos 60, já António Luís Vicente, natural de Pedrome e, posteriormente, residente na Bemposta, Santa Catarina da Serra, comercializava, na freguesia, o Olmida, marca portuguesa com máquina helvética (no Alentejo usava-se o Roskopf, que, apesar de ser também de origem suíça, era de menor qualidade). Os relógios de bolso estavam fixos com correias ou correntes ao colete ou, noutros casos, ao paletó. Canetas, ainda que parte significativa dos serranos não soubesse escrever, também compunham a indumentária masculina. O guarda-chuva servia tanto para o inverno como para o estio. As crianças vestiam quase como os adultos, embora, claro está, com roupas de menor dimensão. Os bebés usavam vestimentas que cobriam todo o corpo. Já os rapazes, ainda crianças, utilizavam calças com ou sem remendos e com ou sem

suspensórios, mas também camisolas interiores, camisas e ainda botas ou sapatos, quando não andavam descalços. As que tinham suspensórios usavam-se, por exemplo, na escola. Havia o boné, a mitra, a sacola e, como não podia faltar, a fisga. Por sua vez, as raparigas usavam blusas e saias ou vestidos, saiotes, meias e sapatos de cabedal. As peças de roupa e o calçado refletiam o uso dos produtos agropastoris da região. Assim, das ovelhas, abundantes na Serra, obtinha-se a lã para a indumentária, a qual era feita, na quase totalidade, com esse produto (calças, saias, lenços, camisas, barretes, meias, camisolas, etc.). Por outro lado, o cabedal, obtido das peles curtidas, utilizava-se para fazer sapatos, botas, cintos, correias e muitos outros objetos. Regularmente, a roupa era lavada em lagoas, nos rios (onde os havia) e até nas fontes de água. A partir das décadas de 30-40 da centúria de novecentos construíram-se, na freguesia, lavadouros públi-

Vasco Jorge Rosa da Silva Paleógrafo e Epigrafista Leiria - Ourém cos, onde as raparigas e as senhoras se deslocavam para irem lavar a roupa. Uma vez secas, as vestimentas eram passadas a ferro. Estes dispunham de uma pega em madeira e, na parte frontal, um orifício por onde se introduziam brasas para aquecimento, permitindo passar mais facilmente os têxteis. O consequente abandono das atividades agropastoris veio alterar, por completo, os trajes que se usaram durante décadas no território da atual União das Freguesias de Santa Catarina da Serra e Chainça.

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OUTUBRO

LUZ DA SERRA

-- sociedade --

2016

Foto Memórias

15

Literatura da nossa Freguesia

Cumunhão solene de 1958

O ESPELHO O espelho é um vidro Que nos dá informação Se estamos com bom aspeto Ou má apresentação.

Mostra-nos a nossa imagem Que por vezes desfocada Não é porque estamos mal A vista é que está estragada.

DR

Se há espelhos de aumentar Espelhos ditos normais Espelhos que diminuem Não podemos pedir mais.

Literatura da nossa Freguesia A Nossa Senhora Gosto de Ti Maria Mãe do Santo Rosário. Causa da nossa alegria, De Cristo, primeiro Sacrário. Gosto de Ti Maria Entre as mulheres a Bendita. És de Deus a Sinfonia, Da música por Ele escrita.

Gosto de TI Maria Doce Mãe do Amor Formoso, Pura Amiga , e Companhia No turbilhão que tenebroso Desconhece a Tua Via.

Gosto de TI Maria!.... Do Teu SER a nossa Mãe. DO Teu Rosário de branca Luz. Seja a COVA DA IRIA O grande abraço da Cruz…..Que trouxeste do TEU JESUS,

O TEU Terno Coração, Por certo chora de DOR!.... Vem com TEU FILHO então, Vem com ELE. Mão a Mão. Vem com ELE por FAVOR.

Vem AMOR DO TEU AMOR, VEM AMADA DO SALVADOR, Abraçar, este mundo pecador. VEM! Traz o beijo do Perdão….. VEM! COM JESUS FILHO DE DEUS.

É escolher o ideal Para a nossa imperfeição Assim passando ao espelho Temos outra opinião.

Sentimo-nos especiais Porque até somos perfeitos Não vamos nos ser culpados Do espelho ter defeitos. Só há um pequeno senão E temos que respeitar O que o espelho nos mostra Vamos ter que aceitar.

por Lúcia Ribeiro

O Jornal Luz da Serra intróduziu um Sudoku por mês para poderes não só ler como também te divertires um pouco. A rresolução do Sudoku virá sempre no mês seguinte!

Aqui fica a resuloção do Sudoku do mês anterior, espero que tenhas conseguido completar o sudoku todo.

VEM! ELE É TEU FILHO TAMBÉM. CORAÇÃO MAIS CORAÇÃO…….SÃO A GLÓRIA E SALVAÇÃO. TODA A TERRA CANTARÁ ,EM CELESTE SINTONIA... EU GOSTO DE TI MARIA….

por Maria Primitivo pub


LUZ DA SERRA

última

-- divulgação --

OUTUBRO 2016

O Jornal Luz da Serra deseja a todos os seus assinantes um bom mês de Outubro


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