vozdaserra2004.01

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Empresa do mês J. Primitivo Madeiras, SA Pág. 18

Danças ao som da tradição Pág. 10

União da Serra prepara zona desportiva Pág. 16

Censos mostram crescimento da freguesia Pág. 6

Esta revista é um suplemento local que integra a edição n.º 3388, de 1 de Março de 2002, do Semanário REGIÃO DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.



FÓRUM

Uma nova voz Nesta edição, o REGIÃO DE LEIRIA inicia um projecto editorial que pretende ser o veículo de concretização de um dos seus mais importantes objectivos: divulgar e promover a preservação das identidades locais. Uma tarefa que deverá ser conseguida, assim o esperamos, através do projecto VOZ DA SERRA. Este é um espaço público, de periodicidade mensal, que tem como principal objectivo dar a conhecer uma das variadas realidades locais que compõem a larga área de intervenção deste semanário. Ao decidir avançar com esta aposta editorial, o REGIÃO DE LEIRIA escolheu Santa Catarina da Serra, pelo facto de se tratar de uma freguesia que cruza o que de mais tradicional e característico lhe molda a identidade, com a dinâmica das suas gentes e do seu tecido empresarial.

É neste contexto que surge a VOZ DA SERRA. Um projecto que só foi possível concretizar graças ao apoio manifestado desde a primeira hora por aqueles que aceitaram participar activamente enquanto dinamizadores. Contudo, este é um fórum de participação cívica destinado a todos, sobretudo aqueles que de alguma forma se sentem ligados a Santa Catarina da Serra. É neste sentido que deixamos o desafio a todos os que agora tomam contacto com a VOZ DA SERRA, para que se sintam parte deste projecto. Manifestamos desde já a nossa abertura a colaborações construtivas para o desenvolvimento de um espaço de diálogo e divulgação da freguesia de Santa Catarina da Serra.

A Direcção

FICHA TÉCNICA DIRECTOR: Francisco Rebelo dos Santos EDIÇÃO: Carlos Santos Almeida CONSELHO DINAMIZADOR: Armando Costa Armindo Neves David Vieira Domingos Neves Fausto Neves Jaime Silva Joaquim Rodrigues Jorge Primitivo José Augusto Antunes José Carlos Rodrigues Lino Pereira Manuel Silva FOTOGRAFIA: Joaquim Dâmaso e arquivo do REGIÃO DE LEIRIA PAGINAÇÃO: Departamento Gráfico do Região de Leiria PUBLICIDADE: Alda Moreira e Lídia Órfão

PATROCINADORES PERMANENTES: Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra LubriFátima Socoliro Maia – A. Ferreira das Neves Herdeiros, Lda. Armindo Pereira e Neves, Lda. Hiperclima Construtora do Lena JRP J. Primitivo Madeiras, S.A. Manuel da Costa e Silva, Lda. Construções J.J.R. & Filhos, S.A. Lenobetão IMPRESSÃO: Mirandela SA TIRAGEM: 2.500 exemplares Esta revista é suplemento local que integra da edição n.º 3388, de 1 de Março de 2002, do Semanário REGIÃO DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.

VOZ DA SERRA Este é o primeiro número da VOZ DA SERRA, revista mensal, que se propõe divulgar as potencialidades económicas, culturais, históricas e empresariais desta terra, o que muito nos orgulha. Esperamos que seja um evento maravilhoso e uma mais valia para Santa Catarina da Serra, dando voz às colectividades e aos atletas; aos empresários, agricultores e seus trabalhadores; aos intelectuais e artífices, sem nos esquecermos das comissões das capelas e igreja; da autarquia local e dos seus representantes legais, de forma que todos tenham espaço na VOZ DA SERRA A Junta de Freguesia, ao lado dos patrocinadores permanentes, aposta neste projecto e esperamos que os seus responsáveis saibam interpretar os nossos sentimentos e que os conteúdos inseridos nas publicações não firam as susceptibilidades religiosas, nem políticas dos seus moradores, com o respeito pela dignidade humana e das instituições vigentes. A VOZ DA SERRA pertencerá aos moradores desta freguesia, aos seus imigrantes, consagrados e a todos os que amam esta terra.

Domingos Neves

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TRIBUNA

O ensino na freguesia A educação pré-escolar é feita nos chamados jardins de infância, com estabelecimentos nas povoações de Olivais, Quinta da Sardinha, Loureira e Pinheiria. O Jardim de Infância dos Olivais ocupa a antiga escola primária que foi da professora Maria Carreira. O Jardim de Infância da Quinta da Sardinha está situado junto à estrada nacional n.º 113 no edifício onde funcionou a escola primária para os sexos masculino e feminino, depois de algumas adaptações. O Jardim de Infância da Pinheiria também classificado por Santa Catarina da Serra n.º 1 e Santa Catarina da Serra n.º 2, localiza-se no edifício do estilo dos centenários, onde funcionou a escola primária, com duas salas, tendo sido totalmente remodelado e ampliado, substituindo o antigo Jardim de Infância de Santa Catarina.

O Ensino Básico A educação do ensino básico é feita ao nível do 1.º, 2.º e 3.º ciclos. As escolas do 1.º ciclo, anteriormente designadas por escolas do ensino primário, localizam-se em Olivais e Vale Sumo, Sobral, Loureira e Magueigia. A escola de Olivais e Vale Sumo é um edifício antigo e que no ano de 2000 foi totalmente remodelado e ampliado. Tem 3 salas para aulas, refeitório, instalações sanitárias e um amplo recreio. A escola do Sobral é composta por um edifício de uma só sala, instalações sanitárias, um grande espaço para recreio. Apesar de ser um edifício antigo, está muito bem conservado por ter sido remodelado por volta de 1993. A escola de Magueigia, localizase na localidade com o mesmo nome, tem duas salas de aulas.

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nadas a aulas, bibliotecas, ginásio, laboratório, um campo de jogos, cozinha e refeitório.

Tempos livres

Domingos Neves, presidente da Junta Trata-se de um edifício antigo e vai ser demolido para dar espaço a uma nova construção, mais moderna, com salas e espaços próprios para Jardim de Infância e escola do Ensino Básico, refeitório e cozinha. A povoação de Loureira tem uma escola com 3 salas de aula. O edifício foi construído há vários anos. Teve uma pequena intervenção por volta de 1992. Ocupa um espaço muito grande. O seu estado de conservação é muito mau e aguarda profunda remodelação.

O ensino secundário Junto ao campo da União Desportiva da Serra, funciona a escola EB 1,2,3, destinada ao ensino básico e secundário. É um edifício moderno e os alunos podem frequentá-lo desde o primeiro ao nono ano de escolaridade obrigatória. Os transportes estão assegurados por uma rede de carreiras dos serviços públicos. Tem várias salas desti-

Todos os Jardins de Infância estão dotados de tempos livres através do programa de Expansão e Desenvolvimento do Ensino Préescolar e que está vocacionado para o fornecimento de refeições e prolongamento. Os encargos económicos para suportar as despesas com estes serviços são suportadas pelos pais, de acordo com os seus rendimentos e pelo Governo, com delegação para a Câmara Municipal de Leiria que, através de protocolos de cooperação os transferiu para a Comissão de Pais das Escolas dos Olivais e Vale Sumo e Junta de Freguesia. Esta Comissão de Pais apenas intervém no Jardim de Infância dos Olivais e a Junta de Freguesia tem à sua responsabilidade os Jardins de Infância da Quinta da Sardinha, Santa Catarina da Serra n.º1 e Santa Catarina da Serra n.º2 e o Jardim de Infância de Loureira. Para a execução destas tarefas, a referida Junta de Freguesia tem ao seu serviço 7 empregadas com contrato de trabalho a termo certo, para confeccionar as refeições e para o acompanhamento das crianças para além do horário oficial dos Jardins. Os alunos das escolas do 1.º ciclo de Loureira e Magueigia, podem utilizar os serviços de cozinha e refeitório. Os encargos financeiros para suportar estes serviços são da responsabilidade dos encarregados de educação em parceria com a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal de Leiria. Domingos Neves


A Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra saĂşda o nascimento da Voz da Serra, desejando-lhe as maiores felicidades no acompanhamento da vida da nossa freguesia. A Junta de Freguesia


ABERTURA

Freguesia sempre a crescer Nos últimos quarenta anos a população residente na freguesia de Santa Catarina da Serra cresceu cerca de 23 por cento. Dos 3220 residentes na freguesia em 1960 a freguesia passou para quase quatro mil pessoas. O último levantamento censitário, realizado no ano passado, revelou que a freguesia conta agora com 3962 residentes. Mais 742 habitantes que em 1960. Dos quase quatro mil residentes na freguesia de Santa Catarina da Serra, a maioria são mulheres. Estas representam 50,35 por cento da população. São 28 as mulheres que representam a supremacia do denominado “sexo fraco” na freguesia. Com 1995 indivíduos, elas levam vantagem face aos 1967 homens que compõem a população da freguesia. Os dados provisórios do Censos de 2001 deixam ainda perceber que a maioria da população - 2014 pessoas, ou seja 52,3 por cento da população - tem idades compreendidas entre os 25 e os 64 anos. Por sua vez, a população com uma idade superior aos 64 anos totaliza 570 indivíduos, sendo que neste caso a grande maioria, mais de 56 por cento, são mulheres. A população mais jovem, que compreende todos aqueles que tinham uma idade inferior aos 25 anos, na altura da realização dos censos, era de 1378 pessoas. Destes, 771 contavam com menos de 15 anos de idade.

Maioria é casada As quase quatro mil pessoas que residem na freguesia, são, na sua maioria, casadas. Assim, 52,8 por cento da população, 2093 pessoas, têm vínculos maritais. No que se refere aos viúvos, a esmagadora maioria são mulheres. De facto, das 232 pessoas viúvas da freguesia, apenas 23,7 por cento são homens. Da mesma

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Apesar da separação da freguesia de Chainça, Santa Catarina da Serra registou um crescimento assinalável forma, também no que se refere às estatísticas de divorciados, são as mulheres que levam vantagem. Elas são 19 dos 34 residentes na freguesia que são divorciados. As categorias definidas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) contemplam ainda a situação de “separado”. Que a 12 de Março de 2001 - momento censitário - na freguesia de Santa Catarina da Serra engloba nove pessoas, seis das quais, homens.

No entanto, entre a população solteira, são elas que mais liberdade de escolha pode ter. Afinal, dos 1594 solteiros, quase 53 por cento são homens. Em média, por cada mulher existem 1,13 homens.

Um quarto são estudantes A análise dos dados referentes ao nível de ensino permite perceber que quase 40 por cento da população tem habilitações literárias ao


ABERTURA nível da antiga instrução primária (Primeiro Ciclo do Ensino Básico). Já 17,5 por cento dos residentes na freguesia contam com habilitações equiparadas ao Segundo Ciclo do Ensino Básico (antigo ensino preparatório). Detentores de habilitações ao nível do ensino secundário, contam-se 488 indivíduos (12,3 por cento) e do ensino superior são 196 (4,9 por cento). De referir que quase um quarto da população da freguesia está a estudar. Em concreto, são 970 estudantes, 24,5 por cento da população de Santa Catarina da Serra.

Mais de 1500 edifícios No que se refere às infra-estruturas, o levantamento levado a cabo pelo INE revelou que dos 1547 edifícios existentes, a grande maio-

ria (679) foi construído no período de 1971 e 1990. Ainda assim, subsistem 73 edifícios construídos antes de 1919 com cerca 19,3 por cento de imóveis edificados depois de 1990. Os mesmos dados revelam ainda que dos 12266 alojamentos familiares da freguesia, quatro não contam com electricidade, 12 não têm água e 17 não têm sistema de esgotos.

Crescimento vai continuar “Só sai da freguesia quem aqui não consegue construir, ou quem acaba por casar com pessoas que não são da freguesia”, considera Domingos Neves, presidente da Junta de freguesia de Santa Catarina da Serra, para quem o crescimento demográfico na freguesia se deve em boa parte ao regresso dos emigrantes.

O autarca salienta o facto do desemprego ser praticamente inexistente, o que facilita a fixação das pessoas, até porque na freguesia já são prestados os serviços essenciais, de que os correios a funcionar na sede da Junta são apenas um exemplo. Domingos Neves considera que a desanexação da Chainça - que em 1987 passou a ser freguesia - não trouxe grandes quebras no crescimento da população. Aliás, “nesta altura já ultrapassamos o número de eleitores que então existia”, realça. A proximidade de importantes eixos de comunicação e a quantidade de processos para a construção na freguesia são indicadores que deixam perceber que o crescimento em Santa Catarina vai continuar, remata.

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ACTUALIDADE Jantar debate futebol Todas segundas feiras, na sede da União Desportiva da Serra, têm lugar os jantares abertos a todos os amigos do clube. Trata-se de uma iniciativa que é aproveitada para debater a última jornada e fazer o balanço do resultado das equipas. Para participar, basta aparecer. Mas recomenda-se que faça a sua reserva, contactando a colectividade.

Projecto prepara recuperação de Capela

Passeio TT em Abril Está a ser preparada a quinta edição do Passeio Todo-o-Terreno. O evento está agendado para Abril, em data a definir, e é organizado por membros da União Desportiva da Serra. Para mais informações, deve ser contactada a colectividade através do telefone 244 741624.

Futebol no Ulmeiro Está a decorrer até meados do mês de Abril, o torneio de futebol, promovido pela Associação Social do Ulmeiro. O torneio tem lugar no pavilhão da colectividade e envolve seis equipas. Os jogos decorrem todas as sextas-feiras a partir das 21 horas. Em cada jornada defrontam-se quatro equipas, disputando-se duas partidas.

Actividades no Ulmeiro O bar da Associação Social do Ulmeiro está aberto durante as noites de sexta e sábado e ao domingo todos o dia. Às terças à noite decorre o curso de bordados e nas noites de segunda e quinta-feira, a colectividade promove aulas de ginástica.

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O financiamento comunitário poderá ajudar na recuperação da Capela Está a ser preparado um projecto para a recuperação da Capela de Nossa Senhora do Rosário, em Quinta do Salgueiro. Trata-se de uma iniciativa que pretende enquadrar a intervenção no imóvel - importante pólo do património cultural e religiosa da freguesia - no âmbito da iniciativa comunitária de financiamento, programa Leader (Ligação entre Acções de Desenvolvimento de Economia Rural) +. Domingos Neves, presidente da Junta de freguesia de Santa Catarina da Serra - entidade proprietária do imóvel - considera que a recuperação da capela irá implicar um investimento na ordem dos 50 mil euros (10 mil contos). E se o financiamento acabar por não se concretizar, a recuperação terá de ser adiada, mas “com a realização de mais cortejos, será possível”, refere o autarca. De facto, têm sido as iniciativas festivas que têm funcionado no sentido de angariar fundos para levar a efeito a necessária recuperação. Contudo, se existirem entidades oficiais e particulares empenhadas

em colaborar com a recuperação do imóvel, serão bem vindas, reforça Domingos Neves. Actualmente está em funções a Comissão Gestora dos Donativos da Capela - que engloba representantes de diversas localidades da freguesia responsável pelo processo de angariação de fundos. O imóvel do século XVIII esteve sujeito aos actos de vandalismo, sobretudo depois do seu proprietário ter imigrado para o Canadá, na década de cinquenta. É certo que as terras da Quinta do Salgueiro continuaram a ser zeladas por um rendeiro, mas os imóveis passaram a estar mais sujeitos à degradação, resultado do seu quase abandono. E daí até a capela entrar em ruínas foi um passo. “Em resultado de actos de vandalismo, desapareceram os objectos aí existentes e até mesmo o pavimento e a pedra da capela”, explica o presidente da Junta. Domingos Neves admite que depois de recuperado, o imóvel possa vir a ser propriedade da diocese.


ACTUALIDADE

Assembleia no feminino Paula Couto é a primeira mulher a desempenhar um cargo autárquico na história da freguesia de Santa Catarina. Faz parte do executivo saído das eleições do passado dia 16 de Dezembro e desempenha as funções de Primeira Secretária da Assembleia de Freguesia. Entretanto, Domingos Neves foi reeleito para o quarto mandato à frente dos destinos da freguesia e é co-adjuvado pelo Secretário David Vieira e o Tesoureiro Joaquim Alexandre. Assim, actualmente a Assembleia de Freguesia é composta por Paulo Reis (presidente da mesa); Paula Couto (Primeira Secretária) e Domingos Oliveira Neves (Segundo Secretário) e os membros Felis-

Junta e Assembleia de Freguesia para o mandato 2002/2005 berto Gonçalves, João Viva, Jorge Gameiro, José Gonçalves, Paulo Gonçalves e Virgílio Gordo.

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ACTUALIDADE

Rancho quer Casa Museu

Nesta antiga habitação vai nascer a Casa Museu A criação de uma casa museu em Santa Catarina da Serra é um dos principais objectivos do Rancho Folclórico de S. Guilherme. Joaquim Mendes, presidente do agrupamento recorda que “a associação não está apenas virada para a representação dos trajes, das danças e dos costumes”. É que quase sem dar conta, os elementos do rancho iniciaram um processo de recolha de objectos, trajes e instrumentos que estão armazenados da sede da colectividade. “Neste momento o agrupamento dispõe de cerca de 200 peças que estão a ser inventariadas e catalogadas”, específica. Agora, o agrupamento pretende vir a instalar numa casa antiga em Magueigia, - “por sinal onde há 36 anos o grupo iniciou a actividade, realizando os primeiros ensaios”, lembra Joaquim Mendes - uma casa museu. Será o local onde poderá estar devidamente armazenados e disponível para a visita do público, o espólio etnográfico recolhido. O presidente do Rancho de S. Guilherme confirma que os escassos recursos financeiros disponíveis são canalizados para a referida compra. Desta forma, o

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auxílio dos “amigos da colectividade” será essencial para o sucesso desta iniciativa. O sorteio com prémios simbólicos (composto por um cabaz de compras, pipo de vinho, porco de quatro arrobas, entre outros), “mas que retratam o espírito do grupo”, refere Joaquim Mendes, e a realização de um cortejo no próximo dia 21 de Abril, “em que se espera a participação da população de toda a vila”, são algumas das medidas já planeadas para poder ajudar a sustentar financeiramente o projecto.

sétimo festival, que acontecerá a 9 de Junho”, salienta - a participação em festas religiosas e junto de instituições de carácter social, marcam a sua actividade. Acresce ainda que outras iniciativas, de que a tradicional matança do porco é um bom exemplo, são uma demonstração da dinâmica do agrupamento e contribuem para cativar a população para as questões relativas ao património cultural da freguesia.

Rancho preserva tradições

Actualmente o racho folclórico conta com uma escola de música. Os seus cerca de 20 elementos repartem-se na aprendizagem de vários instrumentos: cavaquinho, viola, órgão e acordeão. Joaquim Mendes explica que à criação da escola de música presidiu sobretudo a preocupação de promover “a continuidade da aprendizagem, da divulgação da música popular, para melhor servir o grupo enriquecendo a sua tocata”.

Pretendendo representar culturalmente a vila de Santa Catarina da Serra e a região da Alta Estremadura, o agrupamento folclórico sediado na freguesia, está empenhado na divulgação dos usos e costumes locais, refere Joaquim Mendes. As actuações em todo o País, bem como em Espanha têm desempenhado uma importante função nesse aspecto, refere. Por outro lado, a realização de festivais de folclore, - o agrupamento “já vai na organização do décimo

Escola garante continuidade


ACTUALIDADE

Peregrinos com mais apoio

Rua de S. Miguel alargada A rua de S. Miguel, entre a Capela e o Cemitério, está a ser alvo de trabalhos de alargamento, da responsabilidade da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra. Foi já sido adjudicado a construção de um muro de suporte de terras.

Carnaval animado

Os peregrinos que atravessam a freguesia de Santa Catarina da Serra, rumo a Fátima, vão contar com mais apoio. Recentemente, a Junta de Freguesia solicitou à Câmara de Leiria o financiamento necessário à construção de um

passeio pedonal, entre Oliviais e Quinta do Salgueiro, destinado aos peregrinos. A autarquia solicitou igualmente que seja estabelecidos três pontos de água potável entre as povoações de Olivais e Santa Catarina da Serra.

Cerca de 250 pessoas participaram, no dia 9, no jantar de Carnaval que decorreu na sede da Associação Social do Ulmeiro. E na terça-feira, dia 12, a Associação da Casa do Povo promoveu um baile de Carnaval, que contou com mais de 300 pessoas.

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ACTUALIDADE Coro promove intercâmbio O Coro Juvenil da Associação da Casa do Povo da Santa Catarina da Serra (ACPSCS) – composto por 15 elementos, todos do sexo feminino, sendo o único do género no concelho de Leiria –, está a preparar um intercâmbio com o grupo coral “Sherzo”, de Lisboa. A deslocação do coro lisboeta a Santa Catarina da Serra deverá ocorrer no próximo dia 9 de Março, estando prevista a sua actuação na Casa do Povo nesse dia. Posteriormente, em data a determinar, o Coro Juvenil da ACPSCS efectuará uma deslocação à capital portuguesa.

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Bombeiros medem tensão arterial Durante o mês de Março, a Associação dos Bombeiros Voluntários de Santa Catarina da Serra vai continuar com a acção de medição da tensão arterial e controlo de glicémia em várias localidades da freguesia. Assim, no domingo dia 3, no horário habitual, os bombeiros vão estar na sede da freguesia. No dia 10, a acção decorrerá em Loureira, dia 17 em Magueigia e por último, no dia 24, os elementos da corporação levarão a cabo esta acção de cariz preventivo em Vale Tacão e




BOMBEIROS

Novo quartel em estudo Está a ser estudada a possibilidade de avançar com a construção de um novo quartel para o corpo de bombeiros de Santa Catarina da Serra. Para já, a Associação dos Bombeiros Voluntários de Santa Catarina da Serra (ABVSCS), está envolvida no processo de aquisição de um terreno, junto à estrada que liga as localidades de Quinta da Sardinha a Fátima, em Bemposta, para a construção da referida infra-estrutura. E segundo Amilcar Guerreiro, presidente da direcção da ABVSCS, há já um acordo com o proprietário do imóvel, e a concretização da transacção está dependente da desanexação do terreno. E se esta

questão for desbloqueada, - o que poderá acontecer dentro de dois meses, admite - dentro de aproximadamente três meses poderá ter início a movimentação de terras, refere ainda. Amilcar Guerreiro sublinha a importância deste projecto para uma das instituições da freguesia que mais impacto tem ao nível do serviço social. Por sua vez, José Almeida Lopes, comandante dos Bombeiros Voluntários de Leiria e responsável operacional pelo corpo de bombeiros de Santa Catarina da Serra, considera que este é um projecto plenamente justificado. É que a localidade “está

a 24 quilómetros do quartel mais próximo, tem estradas muito movimentadas e uma zona comercial e industrial que implica alguns riscos”, explica. “E como temos uma secção de bombeiros onde existem recursos humanos de qualidade e em quantidade, temos de os dotar de infraestruturas necessárias”, acrescenta. Actualmente, a ABVSCS tem cerca de um milhar de sócios, e conta com um corpo de bombeiros com cerca de 45 elementos em regime de voluntariado e a associação suporta o custo 5 elementos assalariados que garantem os serviços mínimos.

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DESPORTO

Zona desportiva na forja

O arrelvamento do campo de futebol é uma prioridades da direcção da União Desportiva da Serra A criação de uma verdadeira zona desportiva na freguesia de Santa Catarina da Serra é o grande objectivo da direcção da UDS - União Desportiva da Serra. Isso mesmo deixa claro Jaime Silva, presidente da direcção. “Estamos a lutar por um terreno para um pavilhão multiusos”, revela. Em declarações ao VOZ DA SERRA, o dirigente adianta ainda que a concretização desse projecto pode não estar tão distante como isso. Se tudo correr bem, acredita que o pavilhão multiusos e as piscinas poderão ser realidade dentro de dois a três anos. “A freguesia de Santa Catarina da Serra merece. Achamos que é um erro as pessoas da freguesia irem praticar natação à Caranguejeira, Ourém e outras localidades”. Estes equipamentos desportivos, a que no futuro, admite Jaime Silva, se poderá juntar um campo de ténis, deverão surgir junto à colectividade. A sua construção ainda não está totalmente quantificada, mas, a título de exemplo,

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Jaime Silva refere que os custos de construção do pavilhão multiusos deverá rondar os 500 mil euros (cem mil contos). Serão equipamentos que funcionarão como mais um pólo de atracção da população, confia. “Pretende-se criar uma zona desportiva, uma vez que aí já existem as escolas” que poderão utilizar aquelas infra-estruturas, adianta. Jaime Silva salienta ainda que o sucesso do projecto passa pelo apoio das autarquias: Junta de freguesia local e Câmara de Leiria. “Esta direcção pretende criar condições para ter uma verdadeira zona desportiva, para que em cada zona não haja uma pequena colectividade que funciona com deficiências. É claro que têm de existir colectividades, mas a proliferação dos pavilhões não é uma boa política”, refere.

Preparar a subida A ocupar os lugares cimeiros da Divisão de Honra do campeonato distrital de futebol de Leiria, a equipa de seniores da União Desportiva

da Serra corre o “risco” de subir de divisão. Contudo, Jaime Silva sublinha que essa não é a prioridade número um da direcção. “A nossa prioridade continua a ser criar condições para um dia se proporcionar a subida para a III Divisão, de forma a que não desçamos no ano seguinte, como aconteceu anteriormente”, refere. O dirigente reportase à experiência anterior da equipa na III Divisão. Na altura “não tínhamos estrutura para nos mantermos naquela divisão”, explica, justificando a má época então realizada. Agora, o presidente da União da Serra Silva entende que a concretizar-se, a subida irá acontecer muito naturalmente. “É evidente que não vamos fazer para perder jogos, mas não é a nossa prioridade número um”, reforça. E deixa perceber que o esforço da direcção da colectividade está sobretudo concentrado na melhoria das infra-estruturas da UDS. Para já, está em fase final uma intervenção que consistiu em transformar o antigo bar em novos


DESPORTO balneários. Consequentemente “tivemos de criar uma zona para festas e um bar onde os sócios pudessem conviver”, explica. Tratase de um espaço de convívio “que se pretende seja um espaço familiar”, acrescenta. Actualmente os novos salões estão equipados de forma a proporcionar um espaço agradável. As salas contam com aquecimento central e a sala do piso superior está forrada em soalho de madeira. Presentemente, debate-se o destino a dar aquele espaço. A realização de festas e a utilização do salão para aulas de ginástica, são algumas das possibilidades. “Teremos de reunir para definir o que fazer com o salão”, refere o presidente da UDS que recorda que se trata de “um salão muito confortável com 250 metros quadrados. Pode ser um espaço para várias

utilizações ao serviço da comunidade da freguesia”. Mas além desta intervenção, a colectividade - que congrega cerca de 160 atletas, divididos pelos escalões de seniores, juniores, iniciados, juvenis (provenientes do S. Guilerme) e escolas - está apostada em conseguir o arrelvamento do Campo de Futebol. Até porque “se estivermos na III Divisão, é difícil encontrar jogadores que queiram jogar num pelado”, explica. Esta é uma intervenção que será a prioridade seguinte depois de concluídas as obras nos salões. E poderá avançar em simultâneo com a construção do pavilhão multiusos, estima Jaime Silva.

Jaime Silva presidente da U.D.S.

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J. PRIMITIVO

Meio século a crescer É uma área que exige grande acompanhamento. Jorge Primitivo, administrador da empresa J. Primitivo Madeiras, S.A., que há mais de meio século se dedica à actividade transformadora no sector das madeiras, sublinha a exigência a vários níveis que esta área de negócios implica, para quem quer sobreviver num contexto de crescente concorrência. O responsável pela empresa é o rosto de uma experiência acumulada ao longo de 55 anos de um negócio familiar que tem crescido no lugar de Quinta da Sardinha. Jorge Primitivo conta que na década de 50, a actividade surgiu como resultado da união de três irmãos que começaram por fabricar carros de locomoção animal em madeira. Uma actividade que convivia com alguma laboração na área da serração. Entretanto, a evolução dos transportes levou a empresa a enveredar pelo fabrico de caixas de carga para os automóveis pesados de mercadorias. Há cerca de dez anos, o sector das caixas de carga deixou de fazer parte dos produtos aí fabricados, tendo sido preterido em favor do desenvolvimento do sector de serração. Uma opção que implicou um investimento em novos equipamentos e tecnologias. Actualmente, a empresa centra a sua actividade na produção de madeira de construção (para mobiliário, cofragem e carpintaria) e embalagem, com a montagem de paletes. A estilha, resíduo da actividade de serração, utilizada para a construção do aglomerado para mobiliário, é outro dos produtos da J. Primitivo. É, aliás, o produto que representa a maior percentagem do volume de negócios da empresa, seguindo-se as madeiras de construção, as cofragens e as paletes. Entre os clientes da empresa contam-se grandes entidades empre-

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O administrador Jorge Primitivo sariais de que a Sonae e o Grupo Vicaima são apenas alguns exemplos. A empresa produz para clientes da Grande Lisboa (sobretudo paletes e madeiras de cofragem) e para a zona Centro – Mangualde, Viseu e Porto – sobretudo para escoamento de aglomerados. A madeira de carpintaria é vendida para a região de Ourém. É também nesta região que a empresa encontra a matéria prima, o pinheiro bravo.

Sector em mudança A queda do muro de Berlim ditou a mudança no sector. A concorrência dos países de Leste tem sido determinante para a perda de alguns mercados europeus, explica Jorge Primitivo. Da mesma forma, a concorrência de países do norte de África, América e mesmo da Europa Ocidental tem-se acentuado. Algo que se explica, refere Jorge Primitivo, pelo facto da matéria-prima portuguesa estar demasiadamente inflaccionada, impedindo a conquista de novos mercados. “A casquinha, beto e pinho marítimo francês e outras madeiras resinosas que existem sobretudo no norte da

Europa, estão a um quinto do preço da nossa”, refere. Uma situação que poderia ser invertida, entende, com a reestruturação do sector. Algo que poderia acontecer, caso os produtores apostassem na associação e se existissem políticas governamentais na área da educação que permitissem a criação de cursos superiores na área das actividades ligadas à floresta. E, obviamente, se a matéria-prima baixasse de preço. Jorge Primitivo sublinha ainda a necessidade de se avançar com promoção do consumo da madeira nas mais diversas aplicações. A pouca utilização de madeira na construção civil é um dos exemplos que enuncia para dar conta do mau aproveitamento do sector das florestas, importante para a economia do País. Por outro lado, salienta, não existe uma verdadeira política de ordenamento das florestas. Prova disso é o facto de boa parte do orçamento do combate aos incêndios ser consumido sem uma verdadeira aposta na prevenção, através da eficaz limpeza dos espaços florestais, remata.

Empresa do mês Designação J. Primitivo Madeiras, SA

Data de Fundação 1962 - José Pereira Primitivo Herdeiros, Lda. 1998 - Transformada na sociedade anónima, J. Primitivo Madeiras, SA

Volume de Negócios /Ano 2,5 milhões de euros

Número de Funcionários 30 Principais mercados Grande Lisboa e várias zonas industriais do País


ENSINO

Agrupamento de escolas e jardins da Serra O Agrupamento, a funcionar desde 1999, integra, no presente ano, 116 crianças de 5 jardinsde-infância da freguesia de Santa Catarina da Serra, 264 alunos no 1º ciclo, 106 no 2º, 151 no 3º e 12 no ensino recorrente. Segundo a nova organização curricular, de acordo com as orientações estabelecidas para o ensino básico, nomeadamente, assegurar uma formação geral comum a todos os alunos que lhes garanta o desenvolvimento dos seus interesses e aptidões e que promova a realização individual em harmonia com os valores da solidariedade social, a escola apresenta um projecto curricular que tem como lema “Vamos criar cidadãos responsáveis.” Estão a decorrer os projectos “Nónio Século XXI”, “Europeu” que integra, este ano, alunos na visita à Áustria e à Bélgica “Vamos à Música” e Natação. Para os alunos de 1º Ciclo e do Pré-Escolar, criouse uma série de acções específicas, nomeadamente, expressão musical, expressão físico-motora e inglês. Também agendadas estão as festas do Natal, do Carnaval e da Páscoa, para além de visitas de estudo, concursos de poesia, conto, olimpíadas de matemática, exposições temáticas, participação nas III Jornadas da Juventude do IPJ de Leiria e na iniciativa “Pequenos Deputados”, através da qual alunos vão assumir o papel de políticos e intervir na Assembleia da República e na Assembleia Municipal de Leiria. A Feira Medieval está prevista para dia 2 de Junho e que irá contar com a presença de 250 participantes. Nos dias 26, 27 e 28 de Junho decorrerá a Semana Cultural. A inserção da escola na comunidade é outra das nossas prioridades. Assim, no âmbito do

Vários projectos vão mobilizar os alunos da freguesia em 2002 programa PRODEP III, medida 4 “Educação e formação ao longo da vida”, decorreram, neste ano lectivo, 2 acções: Literacia Tecnológica e Internet para o Cidadão. Dentro do projecto Educação Sexual em Meio Escolar, decorrerão acções de formação para toda a comunidade escolar. “Conversas em família” é outra das acções que, à semelhança dos anos anteriores, pretende ser mais um elo de ligação entre pais e professores. Outra das preocupações da escola é a inserção dos alunos, sobretudo, aqueles

que têm dificuldades de aprendizagem, no mundo do trabalho. Estes alunos têm um currículo escolar adaptado, que conta com uma vertente de aprendizagem na escola e outra numa empresa local. A escola oferece ainda actividades de enriquecimento curricular, nomeadamente, os Clubes (Artes, Dança, Coro, Jornalismo, Rádio), a Mediateca, o Desporto Escolar e a Informática. Conselho Executivo da EBI de Santa Catarina da Serra

Números e factos A população escolar A população estudantil de todos os estabelecimentos de ensino é de 652 indivíduos Educadores de infância, professores e psicóloga - 60 Auxiliares de Educação - 21 Pessoal administrativo - 6 Pessoal dos Tempos Livres - 11

A Internet nas escolas Todos os jardins de infância, escolas do 1.º ciclo e a EB 1,2,3 estão ligadas à internet. Os equipamentos informáticos foram adquiridos com verbas da Câmara Municipal e do Governo, através do programa Nónio. D.N.

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