vozdaserra2002.06

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Empresa do mês: A. Ferreira das Neves, Herdeiros, Lda. Pág. 26

Santa Catarina da Serra acolhe peregrinos

Revista da Freguesia de Santa Catarina da Serra

Págs. 6 e 7

União Desportiva da Serra termina época em grande

Campeões

Págs. 20 e 21

Esta revista é um suplemento local que integra a edição n.º 3402, de 7 de Junho de 2002, do Semanário REGIÃO DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.



FÓRUM FICHA TÉCNICA

INDICE

DIRECTOR: Francisco Rebelo dos Santos

Histórias da História . . . . . . . . . . .4

DIRECTOR-ADJUNTO: Pedro Costa

Peregrinos em Santa Catarina .6 e 7

EDIÇÃO: Carlos Santos Almeida

Rancho desfila em Leiria . . . . . . . .8 Clube de tiro na Loureira . . . . . . . .9

CONSELHO DINAMIZADOR: Armando Costa Armindo Neves

Fados repetem sucesso . . . . . . . .10 Casa do Povo em Leiria . . . . . . . .11

David Vieira

As paixões

Domingos Neves

de Leonel Fernandes . . . . . .12 e 13

Fausto Neves

Eleições na Casa do Povo . . . . . . .14

Jaime Silva

Coros encantam . . . . . . . . . . . . .15

Joaquim Rodrigues

Semáforos aguardam ligação . . . .16

Jorge Primitivo

Novo espaço para infra-estruturas 17

José Augusto Antunes José Carlos Rodrigues Lino Pereira

Solidariedade cresce na freguesia .18 Feira Medieval . . . . . . . . . . . . . . .19

Manuel Silva

União da Serra vence

TEXTOS:

campeonato . . . . . . . . . . . . .20 e 21

Carlos S. Almeida

O olhar sobre a peregrinação . . . .23

Patrícia Duarte

Educação . . . . . . . . . . . . . .25 e 25

Sílvia Reis

Maia: Crescimento de ferro . . . . .26

Sónia Gomes FOTOGRAFIA: Joaquim Dâmaso e arquivo do REGIÃO DE LEIRIA PAGINAÇÃO: Departamento Gráfico do Região de Leiria PUBLICIDADE: Lídia Órfão Tereso PATROCINADORES PERMANENTES: Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra LubriFátima Socoliro Maia – A. Ferreira das Neves Herdeiros, Lda. Armindo Pereira e Neves, Lda. Hiperclima Construtora do Lena JRP J. Primitivo Madeiras, S.A. Manuel da Costa e Silva, Lda. Construções J.J.R. & Filhos, S.A. Lenobetão IMPRESSÃO: Mirandela SA TIRAGEM: 2.500 exemplares

Esta revista é suplemento local que integra a edição n.º 3402, de 7 de Junho de 2002, do Semanário REGIÃO

Participe A sua opinião conta. A VOZ DA SERRA tem em funcionamento um Ponto de Apoio ao Leitor na Papelaria Bemposta, no centro da vila de Santa Catarina da Serra. Porque a participação activa dos nossos leitores é essencial, agora existe um local onde pode deixar as sugestões de assuntos que gostaria de ver abordados, textos para publicação, pagamento de assinaturas e entrega de publicidade. A interactividade com o leitor é uma das nossas preocupações. Ajude-nos participando.

E depois da festa A freguesia de Santa Catarina da Serra voltou a estar em destaque. Desta feita foi na área desportiva que o nome da freguesia se projectou. A vitória da União Desportiva da Serra no campeonato distrital não é obra do acaso. Surge do esforço conjunto de todos quantos directa ou indirectamente contribuíram para que o objectivo do sucesso desportivo se concretizasse. E essa meta foi atingida. Agora são horas de reflectir sobre o futuro. Perceber se a equipa deve ou não evoluir para um mais elevado escalão de competição desportiva. Mais do que uma promoção, é um direito adquirido. É o prémio por um ano de trabalho. Contudo, é necessário equacionar as condições em que se abraça um projecto da dimensão como aquele que agora se coloca não só aos atletas, como a toda a freguesia. Percebe-se pois a necessidade de ponderar sobre o futuro, percebendo de que forma ele se pode manifestar no imediato ou num prazo mais alargado. É neste momento que importa a participação e reflexão de todos. Para que seja qual for o caminho a seguir, ele surja do consenso e da racional decisão da comunidade.

DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.

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TRIBUNA

Histórias da História

Domingos Marques

Os moradores dos Olivais tinham necessidade de um Jardim de Infância para os seus filhos e existia um edifício escolar, doado à freguesia pela professora Maria Carreira, do Vale Sumo onde funcionou, durante muitos anos, a escola primária. O edifício necessitava de obras de adaptação e estava desactivado por ter sido construído um novo edifício escolar do ensino primário e que seria a escola primária dos Olivais e Vale Sumo A antiga escola corria perigo de se perder a favor de um particular. Foi então que o povo se reuniu, deitaram mãos à obra e recuperaram o edifício, adaptando-o para Jardim de Infância, cujos materiais custaram 48,491$00, sendo a mão de obra gratuita. Esta importância foi entregue a Diamantino

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Inácio das Neves, da Quinta do Salgueiro. A rede escolar da freguesia passou a ser constituída por: Ensino Primário, com escolas em Olivais do Vale Sumo, Vale Tacão, Sobral, Quinta da Sardinha, Magueigia, Pinheiria e Loureira; O ensino PréEscolar com Jardins de Infância em Olivais, Quinta da Sardinha, Santa Catarina e Loureira. As escolas Primárias da Pinheiria, Sobral, Magueigia e Loureira são construções recentes, da responsabilidade do Estado mas as restantes foram executadas pela Junta de Freguesia. Os Jardins de Infância foram adaptados de edifícios antigos e igualmente reconstruídas pela Junta de Freguesia. O ensino escolar na freguesia estava limitado à quarta classe, com postos de telescola nos Olivais e na Loureira. Devido à obrigatoriedade do 9.º ano escolar houve necessidade de ampliar este tipo de ensino dotando-o de meios necessários, pois corria-se o risco dos alunos saírem da freguesia para prosseguirem os estudos noutras paragens. Foi a pensar neste inconveniente que a Junta de Freguesia, presidi-

da por Domingos Marques das Neves, encetou os primeiros contactos para a hipótese de construção de uma escola oficial que habilitasse os alunos até ao 9º ano. Mas a Carta Escolar editada pelo vereador da Câmara de Leiria Dr. Manuel Silva, foi tão acanhada por falta de rigor, fortemente desfavorável para a freguesia, impedindoa de fazer um estudo sério por indicar uma população estudantil de 340 crianças, o que não era verdade por ter sido elaborada com base dos alunos a frequentarem as escolas da freguesia, pondo de parte os muitos alunos que frequentavam os colégios particulares de Fátima, pertencente ao concelho de Ourém. No sentido de esclarecer este inconveniente a Junta de Freguesia consultou todos os colégios daquela localidade no sentido de prestarem informações sobre o número de alunos de Santa Catarina da Serra. Ficou a saber-se que a população estudantil era de 601 e não de 340 como nos pretendiam fazer querer, justificando-se a construção. A escola tomou o nome EB 1,2,3 de Santa Catarina da Serra.



ABERTURA

Caminhos da fé

Há 85 anos que milhares de peregrinos repetem, a pé, a caminhada em direcção ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima. A mostra de devoção e fé está patente ao longo das estradas que confluem para Fátima onde, aos peregrinos, se juntam equipas de ajuda. A freguesia de Santa Catarina da Serra, a principal porta de entrada de fiéis, é há muito o local para onde convergem equipas multidisciplinares de apoio aos peregrinos, a quem curam as feridas e animam o espírito. Em Santa Catarina, junto à estrada nacional, uma tenda, branca e amarela, era o primeiro ponto de assistência de peregrinos. Na berma da estrada, dois jovens distribuem água e laranjas a quem caminha para o santuário mariano. No interior da tenda multiplicam-

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se os fiéis, enfermeiros e outros ajudantes. Bruno Rebelo, um dos responsáveis pela iniciativa, que se realiza pelo segundo ano consecutivo, explica: “Somos um conjunto de amigos de Coimbra que acredita que esta gente precisa de ajuda”. Essencialmente, refere o jovem, “é o amor ao próximo que nos traz aqui”. “Nesta altura, os estudantes de Coimbra não têm aulas e decidimos, desta forma, prestar o nosso apoio aos peregrinos”, revela. O espaço, que conseguiram erguer com a ajuda de várias empresas no dia 11 de Maio, já tinha acolhido centenas de peregrinos. “Damos apoio, através de enfermeiros e médicos, tratando das feridas dos peregrinos e servimos também sopa”, conta o responsável, lembrando que a maioria

das pessoas que ali prestam apoio “são estudantes que procuram ajudar os outros”. Maria Albertina, de 32 anos, não é estudante. Trabalha num centro de saúde da região centro e esclarece que aquela oportunidade se lhe revela muito útil. “Creio em Deus e esta é uma possibilidade de ajudar as pessoas debilitadas fisicamente e psicologicamente”, refere. No final os peregrinos eram convidados a responder a um inquérito. “Nesse inquérito procuramos saber as razões por que vão os peregrinos a Fátima e quantas vezes tiveram assistência ao longo do caminho e em que locais”, declara Bruno Rebelo.

Uma questão de segurança No lugar de Loureira a Delegação


ABERTURA de Leiria da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) instalou – como o faz desde meados da década de 80 – um outro espaço de assistência aos peregrinos. Foi ali que encontrámos Manuel Dias, um peregrino do Norte – de onde são a esmagadora maioria dos peregrinos de Fátima – de 58 anos que estava quase a terminar a caminhada de 200 quilómetros em direcção a Fátima. Antes só o fizera uma vez, há 19 anos, então por caminhos de terra batida. Mas este ano o caminho não se revelou nada fácil. Assim que chegou à Cruz Vermelha soube do diagnóstico: não poderia assistir às cerimónias religiosas dos dias 12 e 13 de Maio porque o estado dos seus pés não o permitiam. Ali aconselharam-no a regressar a casa, logo que conseguisse cumprir a pro-

messa em Fátima. Emídio Félix, do Grupo Especial de Socorro da CVP, explica que a assistência poderia ser minorada se, antes de começarem a caminhada, os peregrinos fizessem alguma pré-preparação. Assim, a caminhada tornar-se-ia mais fácil. Ao longo deste tempo, o responsável lembra que já houve situações que o impressionaram, mas aquilo que lhe custa mais é quando os fiéis vêm acompanhados por crianças. Para o responsável outra questão que deveria ser melhorada é a segurança ao longo das estradas. “As pessoas já andam há muitos anos nas estradas e não há ligação entre as autarquias no sentido de criar condições para que os peregrinos circulem em segurança”, adverte Emídio Félix.

Peregrinos assistidos por voluntários

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ACTUALIDADE

Rancho desfila

O Rancho Folclórico de S. Guilherme marcou presença no Festival Etnográfico que se realizou no passado Domingo dia 19 de Maio, em Leiria. O Rancho participou no desfile do festival com a representação da “roteada”, que era uma forma de cavar a terra para se plantar o bacelo. Foi a primeira vez que se representou esta cena no festival. O desfile partiu do Jardim Luís de Camões e dirigiu-se para o Marachão, onde se seguiu a actuação dos ranchos participantes. Neste espaço os agrupamentos folclóricos puderam ainda expor e vender os seus produtos. O Rancho de S. Guilherme levou à cidade alguns produtos tradicionais da Serra, de

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que são exemplo os legumes, os ovos e até os tapetes tecidos pelo tear do Vale Tacão. Depois desta mostra de produtos agrícolas e manufacturados, o agrupamento da freguesia de Santa Catarina da Serra teve ainda oportunidade de mostrar as tradições locais, numa actuação bem conseguida.

Festival à vista O Rancho Folclórico de S. Guilherme está a preparar um festival de Ranchos. O evento está agendado para o próximo dia 9 de Junho, domingo e decorrerá em Santa Catarina da Serra. O Festival contará com a partici-

pação de seis Ranchos oriundos de vários pontos do País. Assim, deverão mostrar as tradições folclóricas que compõem o alinhamento da sua actuação, o Rancho Folclórico de Canheses (Viana do Castelo), o Rancho Folclórico de Taipas (Sintra), o Rancho Folclórico de Tavira, o Rancho Folclórico da Casa do Povo do Tramagal (Abrantes), o Rancho Folclórico de Tardariche (Pombal) e, como não poderia deixar de ser, o agrupamento organizador do evento, o Rancho Folclórico de S. Guilherme. Para a abertura do festival está previsto um desfile por volta das 16h. Seguir-se-ão as cerimónias protocolares, e às 17h terá inicio a actuação dos ranchos.


ACTUALIDADE

Pontaria na Loureira É bastante concorrido, e não é difícil encontrar cerca de meia centena de atiradores a testarem a pontaria no carreira de tiro da Loureira. Fernando Reis, presidente da Associação de Caçadores da Serra, sediada na Loureira, explica que além das actividades ligadas à prática cinegética, é ao fim-de-semana que outra das acções dinamizadas pela associação se mostra. O tiro ao prato reúne praticantes de todo o País. Sobretudo nos torneios. Se bem que para já não exista nenhuma competição agendada, Fernando Reis recorda que recentemente, no

último torneio promovido pela colectividade, estiveram presentes atiradores de todo o País, sendo que o evento contou com a presença de alguns dos melhores praticantes nacionais. Bastante concorrida, a carreira de tiro da Loureira reúne mesmo alguns praticantes provenientes de outros clubes do género. Com mais de 300 sócios, só na componente cinegética, a Associação de Caçadores da Serra conta ainda com vários associados que se ligam à colectividade para poderem beneficiar das vantagens associativa da prática do tiro ao prato.

Fontanário inaugurado É já no próximo domingo, dia 9 de Junho, que decorrem os festejos em Vale Tacão. A missa campal, às 12 horas e um convívio, são algumas das actividades programadas. A inauguração de um fontanário no parque de merendas local, é um dos pontos altos deste dia de festa que promete animar a localidade.

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ACTUALIDADE

Sucesso repete-se A União Desportiva da Serra organizou, nas suas instalações, a segunda noite de fados. Desta feita, a noite dedicada à canção tipicamente portuguesa decorreu na sexta-feira, dia 17 de Maio. Segundo a organização “pretende-se com esta iniciativa angariar fundos para o clube, e sobretudo, aproximar a população à U. D. S.” A noite contou com um jantar aberto ao público em geral (com inscrição prépaga), ao qual se seguiu a actuação de cinco fadistas. Ao jantar não faltaram algumas personalidades ligadas à vida política e autárquica, nomeadamente o presidente da Junta de freguesia de Santa Catarina da Serra, Domingues Marques e Isabel Damasceno, presidente da Câmara Municipal de Leiria. Tal como referiu a Direcção do clube à VOZ DA SERRA “esta é a primeira de muitas actividades que a U.D.S. pretende Isabel Damasceno, presidente da Câmara de Leiria e Domingos realizar de forma a aproximar a comunidade e o clube, Marques, presidente da Junta marcaram presença na noite de e a obter, simultaneamente, receitas a seu favor.” fados

População de Santa Catarina solidária com Solange

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ACTUALIDADE

Casa do Povo marcha em Leiria Pelo terceiro ano consecutivo, a Associação Casa do Povo de Santa Catarina da Serra vai participar na iniciativa “Leiria a Marchar”, promovida pela Câmara de Leiria. O evento está programado para o próximo dia 15 de Junho e terá lugar na cidade do Lis. De acordo com informação prestada pela direcção da colectividade, são cerca de 35 a 40 os elementos que usualmente compõem a Marcha da Casa do Povo. Neste grupo contamse marchantes, músicos e cantores. Com letra e música inéditos e da autoria do Padre Mário Verdasca, que também apadrinha as duas

composições já existentes, retratam os costumes serranos. Apesar das dificuldades sentidas ao nível dos apoios, e “com uma logística ainda não muito incrementada”, a associação “louva iniciativas populares do género, apoiando, colaborando e marcando presença”, adiantam os seus responsáveis. De resto, salientam, a participação das marchas oriundas das freguesias, “arrasta consigo uma multidão de apoiantes e amigos”. Razão pela qual, adianta a direcção da Casa do Povo de Santa Catarina da Serra, “será certamente mais uma grande festa na cidade de Leiria”.

Festa do Pão Celebrou-se no passado dia 19 de Maio, domingo, a “Festa do Pão” em Santa Catarina da Serra. Desde há muitos anos que no Domingo de Pentecostes se celebra esta festa que compreende a distribuição do pão aos habitantes da freguesia, no adro da igreja. Este ano a tradição voltou a ser cumprida e na tarde de domingo distribuíram-se os pães àqueles que quiseram comparecer na igreja. O ramo de Vale Tacão foi este ano responsável por toda a organização da Festa do Espírito Santo.

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ENTREVISTA

Entre plumas... Leonel Fernandes dedica-se aos cabelos desde os 12 anos. Não lhe é nato o gosto pela profissão de cabeleireiro, mas pode dizer-se que aprendeu a gostar e que a sua dedicação atingiu níveis impensáveis, ao ponto de fundar em Leiria a Associação Nacional dos Técnicos Profissionais do Penteado Arte e Beleza. Começou a trabalhar numa barbearia assim que concluiu a quarta classe. Leonel e os seus sete irmãos foram criados com dificuldade, sob a alçada de um pai que, não tendo património para deixar, quis dar aos filhos um mister. Dois irmãos de Leonel Fernandes também experimentaram esta arte, mas não se deram bem. Um, porque “não estava para apanhar os piolhos dos outros”, outro, porque preferia ser pedreiro. Sobrou para o Leonel, que aos 12 anos ainda não tinha querer. Começou no salão do Senhor Correia e do Luís “Careca”, na Avenida Heróis de Angola, “o salão mais moderno de Leiria”, porque “há 36 anos já tinha manicure”. Frequentava o salão gente importante. “Ao pai do Mário Soares, escovei-lhe muitas vezes as costas”, diz Leonel Fernandes. Mas não só. Também ao Artur Agostinho, ao António Calvário e ao contra-almirante Henrique Tenreiro, o homem do bacalhau no tempo de Salazar. A barbearia era, então, famosa pela manicure. Lembra que “as pessoas saíam da Rodoviária e enchiam a montra a olhar lá para dentro, porque era novidade verem uma senhora a arranjar as unhas”. Além do salão na Avenida Heróis de Angola, estes dois sócios tinham um outro no Largo Marechal Gomes da Costa, para onde foi Leonel Fernandes, passados dois anos. Embrenhou-se por completo

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A criação de pássaros é uma das paixões de Leonel Fernandes na profissão e correu alguns dos principais cabeleireiros de Leiria.

Outro voos Do salão do Luís “Careca” foi para a Boa Vista. Daí foi para a Gândara dos Olivais, desta para a Barbearia Vitória, perto da Sé, e desta para o Salão Paris, na Rua Sampaio Teles. A lista de cabeleireiros e barbea-

rias não ter mina aqui, mas enquanto esta prossegue Leonel Fernandes abandonou a condição de solteiro e conseguiu fugir à tropa. Valeu-lhe uma otite crónica detectada quando ainda trabalhava na Boa Vista. Fez-se de surdo e livrou. Voltando ao Salão Paris, Leonel Fernandes confessa que este representou um estímulo e um “novo gosto pela profissão”. Daí saltou para o Salão Central, na Rua D.


ENTREVISTA Dinis, do qual era sócio um tio seu. Acabariam por lhe dar sociedade e Leonel Fernandes ali ficou cerca de 20 anos. Depois disso abriu o Salão Apolo, junto ao edifício da Segurança Social em Leiria, e desde Novembro do ano passado que está a trabalhar na Batalha. Separam o funcionamento destes dois espaços, a sua passagem pelo Supercentro Rino & Rino como tratador e vendedor de animais. O que o levou para lá? A paixão pelas aves, “uma paixão antiga” e “uma das formas de apreciarmos a natureza”. Leonel Fernandes fica fascinado com a plumagem e com o ciclo de vida dos pássaros. Gosta particularmente de as ver nidificar. Esta paixão começou há 25 anos com um casal de canários. Depois vieram os mandarins, o pardal de

Java, os rosicolis, as caturras, as araras manilatas, as codornizes da China, as personatas, os fishers e os red rump, entre outros.

Outra música Prefere as aves de bico curvo, precisamente pelo colorido, “é lindo, lindo!”. Neste momento, não tem muitos pássaros, apenas 27, fora a criação. Já chegou a ter 140 e quer ver, brevemente, essa fasquia ultrapassada. Garante que os pássaros não lhe dão muito trabalho e que até o ajudam a relaxar. Quando está com eles não pensa em mais nada, mas pensa muitos nos bichos enquanto está a trabalhar no salão. Quanto a despesas, assegura que

também não são exageradas, embora conheça pessoas que são capazes de gastar fortunas. Visita feiras de aves com alguma frequência e compra livros sobre a matéria. É que cuidar destes bichos não é fácil, alguns são de uma enorme sensibilidade, sendo o stress o seu pior inimigo. O chilrear dos passarinhos não é a única “melodia” que atrai Leonel Fernandes. Este homem que nasceu nas Cortes há 48 anos sente-se igualmente encantado pela música popular. Foi, aliás, na sua terra natal que criou um grupo de música popular: o “Choro da Nora”. Já em miúdo tinha integrado ranchos infantis e, em adulto, passou também pelo grupo “Repescando”, nos Andrinos, e por algumas tunas que ajudou a ensaiar.

Leonel Fernandes

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ACTUALIDADE

Ulmeiro em festa No fim-de-semana de 29 e 30 de Junho, vão decorrer os festejos em honra de S. Pedro, no Ulmeiro. Organizados pela Associação Social do Ulmeiro, as festas vão contar com uma componente religiosa, mas também com várias actividades de animação. Ainda em fase de preparação, é já certo que a habitual celebração eucarística fará parte das actividades programadas. Um torneio de chinquilho e várias acções de animação musical estão igualmente nos planos da organização.

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Eleições em Junho No próximo dia 22 de junho decorrem as eleições para os corpos gerentes da Associação da Casa do Povo de Santa Catarina da Serra. David Bento Vieira, que dirigiu a colectividade no último triénio vai deixar as funções. O ainda presidente da associação justifica a sua decisão com o cansaço acumulado e a falta de apoio e empenho manifestada por alguns associados, adiantando no entanto a convicção no futuro sucesso da associação e afirma deixar o cargo “o sentido de

dever cumprido”. David Vieira adianta ainda a sua disponibilidade para ajudar a nova direcção saída do próximo acto eleitoral e deixa o apelo a todos os associados para que participem nas eleições. “Apelo aos santacatarinenses para que olhem para a Associação da Casa do Povo como um espaço vivo e necessitado de gente dinâmica e generosa em trabalho em prol do associativismo”, refere.


ACTUALIDADE

Coros encantam

Arquivo

Os coros Infantil e Juvenil da Casa do Povo de Santa Catarina da Serra, organizaram um concerto no domingo, dia 19 de Maio. O evento decorreu na sala da Casa do Povo de Santa Catarina da Serra. O concerto decorreu durante a tarde do domingo e contou com a participação dos coros da Casa do Povo, (dirigidos por Rita Seco e Maria João) e ainda o coro Scherzo. Este

grupo coral deslocou-se à freguesia, proveniente de Lisboa, para cantar e encantar aqueles que assistiram ao concerto. No final do concerto, os coros ajudaram na tradicional distribuição do pão (na “Festa do Pão”). A tarde de convívio não terminou sem que todos tenham participado num lanche que foi servido no salão paroquial de Santa Catarina da Serra.

Intercâmbio coral O Coro Juvenil da Associação da Casa do Povo de Santa Catarina da Serra e o Coro da Câmara Municipal de Leiria, levaram a cabo a segunda parte de um intercâmbio que teve início em 2001. Recorde-se que o Coro de Santa Catarina da Serra recebeu o ano passado o coral da autarquia, para a realização de um concerto que decorreu na igreja paroquial de Santa Catarina. Agora, no âmbito das Festas da Cidade de Leiria, foi a vez do Coro Juvenil da Casa do Povo se “mostrar”. O evento decorreu no passado dia 4 de Maio, na igreja de S. Pedro, na cidade de Leiria.

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ACTUALIDADE

Semáforos aguardam ligação Falta apenas a certificação da instalação dos semáforos por parte da EDP e da Certiel, empresas responsáveis pela ligação dos sinais luminosos instalados no centro da localidade da Loureira. A informação foi prestada à VOZ DA SERRA pela Câmara Municipal de Leiria. Há várias semanas que os semáforos controladores de velocidade estão instalados no local, e surgiram na sequência dos acidentes que aí se verificavam, muito graças ao excesso de velocidade de alguns condutores. Agora, todas os trâmites da responsabilidade da autarquia foram já cumpridos, restando apenas que tenha lugar a respectiva fiscaliza-

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ção, adiantou a Câmara de Leiria. Após a referida inspecção ao equipamento agora instalado, a ligação dos semáforos poderá proceder-se de imediato, uma que estão reunidas todas as condições técnicas

para tal, acrescentou a autarquia. A instalação deste novo equipamento de controlo e ordenamento do trânsito, orçou cerca de 25 mil euros.


ACTUALIDADE

Está iminente o pagamento, por parte da Câmara Municipal de Leiria, de um terreno localizado junto à Escola Básica Integrada 1,2,3 de Santa Catarina da Serra e ao Campo de Jogos da União Desportiva da Serra, em Mourada ou Casa Velha, no limite da Loureira, apurou a VOZ DA SERRA. A liquidação do imóvel, cifrada em 147.145,38 euros, deverá realizar-se através de um depósito bancário a favor de José Santos Silva, mais conhecido por José da Quitéria, anterior proprietário do terreno. Recorde-se que o referido terreno foi declarado de utilidade pública por despacho do Secretário de Estado da Administração Local, no dia 13 de Fevereiro de 2002.

Arquivo

Espaço para o desporto

A construção de um pavilhão multiusos e de piscinas, equipamentos integrados na futura zona desportiva

de Santa Catarina da Serra, fazem parte dos planos para a utilização do referido imóvel.

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ACTUALIDADE

Solidariedade em força A campanha de solidariedade a favor de Solange, uma menina de 11 anos residente em Quinta da Sardinha, freguesia de Santa Catarina da Serra, que sofre de uma doença rara, já está a dar frutos. Os pedidos de apoio, que se multiplicam pelos estabelecimentos comerciais da região e também na Internet, têm sido muitos e a família da criança acalenta a esperança de Solange poder vir a recuperar da doença de “Hallervorden-Spatz”, uma patologia do foro neurológico que se desenvolve em crianças e adolescentes e que começa por provocar movimentos anormais e descontrolados. Mais tarde, segue-se a perda do andar, da fala e da escrita, muitas vezes acompanhada pela perda de faculdades mentais. Em última instância pode conduzir à incapacidade total do doente. No caso de Solange, lembra a mãe, a menina está a perder rapidamente a fala e cai insistentemente. Ana Isabel Neves, mãe da Solange, esteve no dia 21 de Maio no programa televisivo “SIC 10 horas” com Maria Fernanda Marques, mãe de Linda, uma adolescente de 17 anos, residente na freguesia de Matas, concelho de Ourém, a quem foi diagnosticada a mesma doença. Nesta oportunidade, explica Maria Fernanda Marques, “pudemos explicar a doença e a sua evolução”. “Desde

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O caso da Solange motivou uma verdadeira onda de solidariedade então tenho recebido muitos telefonemas”, conta, lembrando que “são provenientes de pessoas que ou sofrem de algum tipo de distonia e pretendem conhecer melhor a doença, e que se interessam pela associação”. “Desde Ponte de Lima a Faro, chegam telefonemas de todo o País”, revela. Quanto à Associação Contra a Distonia (distonia é um sintoma de um

conjunto de doenças neurológicas caracterizada por espasmos musculares involuntários que produzem movimentos e posturas anormais, onde se inclui a “Hallervorden-Spatz”), esta vai ser constituída brevemente. Os seus objectivos passam por reunir informação necessária para ajudar as pessoas que sofrem de distonia e conseguir prestar apoio psicológico às respectivas famílias.


ACTUALIDADE

Viagem ao passado Frades, pedintes, ciganas, nobres, saltimbancos, arauto, cavalos. Estas são algumas das personagens tipicamente medievais que no passado dia 2 de Junho, domingo, deverão ter sido recriadas no Parque da Escola Básica Integrada de Santa Catarina da Serra. A iniciativa, que decorreu depois do fecho da presente edição, prometia muita animação e uma visão privilegiada do passado. Trata-se da Feira Medieval. Uma actividade realizada sob o tema de recuar no tempo e viver uma feira medieval do século XIV. Uma oportunidade para tomar contacto com a realidade, tal como ela era há 700 anos. O evento, organizado pela escola, integra-se no Projecto Europeu Sócrates/Comenius, que preconiza “um olhar jovem sobre a cidade moderna numa perspectiva histórica”. Para a fiel recriação do ambiente tipicamente medieval, a organização contou com o contributo e presença de tendas com animais de capoeira, pratos típicos, produtos hortofruticolas, queijos, flores campestres e uma taberna. Não faltando igualmente as recriações de várias profissões tradicionais. A saber: modelador, apicultor, teceleiro, funileiro, padeiro, oleiro, cesteiro e talhante. Esta lição de história viva, marca mais uma actividade extra-curricular da Escola Básica Integrada de Santa Catarina da Serra. Mais uma oportunidade para que os alunos contem com uma aprendizagem participada da história comum.

A recriação dos costumes medievais é o objectivo da iniciativa

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DESPORTO

União da Serra campeã da divisão de Honra

Foi com uma vitória por 2-0 frente ao Juncalense que a equipa da união Desportiva da Serra se sagrou campeã da divisão de Honra distrital. A festa, que logo após o apito final do árbitro Ângelo Ferreira, não se fez esperar nas bancadas e no campo, aconteceu na tarde do passado domingo dia 19 de Maio. A vitória conseguida em casa, conferiu à U.D.S., o direito de subir à III divisão nacional, onde a equipa já competiu na época de 98/99. Contudo, a subida de escalão ainda não é um dado adquirido, tendo em conta que esse é um cenário que ainda está a ser equacionado pela direcção do clube. A direcção pode abdicar deste direito. A prioridade é para as infra-estruturas, como explicou à VOZ DA SERRA Joaquim Barroca, presidente da Assembleia Geral do clube, momentos após o final do encontro. “Nada está definido”, adiantou. O arrelvamento do campo de futebol, a melhoria dos espaços cobertos, a construção de um pavilhão multiusos e de uma piscina, são os principais projectos que o clube

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pretende executar e que sustentam a necessidade de reflectir sobre o futuro imediato da equipa de futebol. De acordo com o presidente da Assembleia Geral, “serão apresentadas aos sócios as prioridades do clube”. Aliás, uma carta dirigida aos sócios (ver caixa) explica os argumentos da direcção. “Neste momento a situação de subida é discutível. O nacional é uma situação que encaramos como prioritária ou não. Os sócios conjuntamente com a Direcção é que vão resolver”, acrescentou Joaquim Barroca. Este responsável argumenta que a subida à III Divisão deve estar alicerçada em boas infraestruturas, pelo que não considera frustrante abdicar do direito à subida. É que as infra-estruturas são muito importantes para o clube e para a vila, sustenta. “O próprio jogador necessita de bem estar e são as infra-estruturas que podem pesar. Voltamos ao velho lema que é saber o que queremos ser: uma grande vila ou uma pequena cidade. Estamos unidos e o que nos preocupa é se nos desunimos, pois seria andar para

trás”, acrescentou.

Técnico acredita na subida Por sua vez, o técnico Fernando Mateus acredita que a subida de divisão e a promoção de novas infraestruturas são objectivos que podem ser conciliados. De acordo com o treinador, caso se verifique que o direito à subida venha ser abdicado “a equipa técnica e os jogadores vão sentir uma grande mágoa” . “Tenho dúvidas que isso vá acontecer, se acontecer vai ser recebido com enorme tristeza, pois andámos um ano a trabalhar motivados para irmos aos campeonatos nacionais e nem eu nem os jogadores merecemos ficar nos distritais”, diz, avançando que “vai existir bom senso da direcção”. O treinador acredita que com algum esforço de todas as partes é possível que o clube esteja na III divisão nacional e as obras avancem. “A direcção vai fazer grandes investimentos e se calhar está com um bocadinho de medo. Mas com as infra-estru-


DESPORTO

a distrital turas actuais chegavam para a III divisão. Com um bocadinho de esforço conseguimos chegar ao final da próxima época e manter o clube na III divisão e fazer as obras”, disse As boas actuações da equipa por si comandada justificam o título de campeão, entende Fernando Mateus. O técnico não tem dúvidas que a União da Serra foi a melhor formação ao longo do campeonato, apesar de ter existido uma acesa competição com a equipa do Nazarenos. “Tivemos muita luta com a equipa da Nazaré, mas mostrámos ser mais fortes, por isso fomos um justo vencedor”, referiu o técnico. Aliás a boa prestação da equipa da UDS foi confirmada na última jornda com uma vitória por uma bola a zero frente ao Sport Lisboa e Marinha.

A história do jogo Não foi fácil a vitória da equipa da casa, face à réplica proporcionada pelo Juncalense. Algumas jogadas de ataque e cantos que chegaram a importunar a defesa da União da Serra, deixaram perceber que o Juncalense não iria facilitar. Mas ao quarto de hora, a equipa da casa começou a desenhar a vitória que valeu um campeonato. Um passe de Sérgio para Marco Alves, ditou a vantagem para a equipa de Santa Catarina. A partida continuou bastante disputada. Contudo, na segunda metade a U.D.S. mostrou subir de rendimento e depois de alguns lances de ataque, David, aos 78 minutos ditou o resultado final, marcando o segundo gola da sua equipa. Nas bancadas já se gritava “Campeões” quando, nos últimos minutos do encontro, a marcação de um livre directo por parte do Juncalense poderia ainda alimentar alguma expectativa até ao final do encontro. Mas do lance não resultou perigo para a baliza dos homens da casa. O Campeonato ficou mesmo na serra.

Numa carta datada de 27 de Maio último, dirigida aos sócios, a direcção da U.D.S. dá conta das suas razões quanto às prioridades do clube: Caro Sócio: Escrevo-vos num momento de particular satisfação! A nossa equipa de futebol manteve um comportamento brilhante ao longo da época cessante, e sagrou-se campeã da divisão de honra distrital. Ganhámos o direito de subir à III divisão nacional! Tem-se gerado grande expectativa à volta da nossa opção de exercer ou não o direito referido à subida de divisão! O objectivo desta comunicação é explicitar-lhe a nossa posição e fundamentá-la à luz dos compromissos que assumimos convosco e com as gentes de Santa Catarina da Serra. Na última comunicação que vos fiz, dizia: “Não pretendo que o projecto do clube se esgote no futebol, embora faça sentido evoluir também aqui! Como referi, é importante proporcionar aos cidadãos desta freguesia outras actividades desportivas e de lazer. Este é o meu objectivo! Cumpri-lo trará dificuldades acrescidas, pelo que necessito de todo o seu apoio e compreensão”. Hoje é esse apoio e compreensão que busco, uma vez que os investimentos que a subida de divisão implicam, poderão penhorar a realização do nosso objectivo estratégico: Dotar a nossa freguesia de infra-estruturas desportivas que permitam a prática desportiva e valorização cultural das nossas gentes. Aceitar subir de divisão, nesta altura, é aceitar o protagonismo do curto prazo colocando em causa os nossos objectivos de longo prazo, isto é, comprometer o futuro! Mantemo-nos fieis aos objectivos iniciais a que nos propusemos é concentrarmos os nossos esforços na obtenção de recursos (sempre escassos) para a construção de infra-estruturas desportivas dignas, que assegurem um futuro! Futuro esse, que possa então compatibilizar a presença em provas nacionais de referência (desporto profissional ou semi-profissional), satisfazer a nossa população pela prática desportiva por puro lazer e participar em actividades culturais que promovam a valorização saudável das nossas gentes. Esta é pois a nossa opção: algum sacrifício no presente para assegurarmos um futuro mais consistente, capaz de não só produzir futebol espectáculo mas, envolver a nossa população. Esperamos como habitualmente o seu apoio e a sua compreensão. Atentamente, O presidente, Jaime Silva

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Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra A proposta do orçamento de receitas e despesas e as opções do plano para o ano imediato, tanto das Juntas de Freguesia como das Câmaras Municipais serão apresentadas ao respectivo órgão deliberativo para apreciação e votação nos meses de Novembro ou Dezembro. Porém, nos anos que resultar um acto eleitoral os citados documentos serão apresentados até ao final do mês de Abril do referido ano, mas a apreciação do relatório e documentos de prestação de contas do ano anterior são apreciados no mês de Abril do ano imediato. (art.13º, 49º e 88º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro). Orçamento de receitas e despesas A previsão orçamental da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra para o ano económico de 2002 prevê que o montante das receitas e das despesas seja de 219.788,00 euros (44.000 contos). Esta proposta foi aprovada na sessão da Assembleia de Freguesia do dia 21 de Março de 2002. Conta de gerência de 2001 O relatório da conta de gerência da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra relativa ao ano financeiro de 2001 totaliza um saldo da gerência anterior no valor de 2.792.227$00 e na receita cobrada de 62.117.806$20 e na despesa de 62.465.295$80, do que resulta um saldo para a gerência seguinte no valor de 2.444.738$00 (12.194,30 euros). Este documento de prestação de contas foi aprovado por unanimidade na sessão da Assembleia de Freguesia de 29 de Abril de 2002. Tabela de taxas e serviços da Junta de Freguesia para o ano de 2002 Serviços de secretaria: Atestados de teor normal – 2,00 euros Atestados destinados à aquisição de explosivos – 3,00 euros Atestados de agregados familiares para a concessão de créditos para habitação, assuntos militares, estudo, desportistas e carenciados – grátis Actos notriais – autenticação de documentos – 5,00 euros Serviços de cemitério: Abertura de covatos para adultos – 100,00 euros Abertura de covatos para crianças – 10,00 euros Licenciamento para obras de arte – 3,00 euros Cedência de terrenos para sepultura de família – 300,00 euros Feiras e mercados: Ocupação de espaço por m2 – 1,00 euro Registo de canídeos: Registo pela primeira vez de todas as categorias – 1,50 euros Licenciamento de canídeos: Classe A – Cães de guarda de propriedades rústicas e urbanas, incluindo estabelecimentos comerciais, industriais e armazéns – 4,00 euros Classe B – Cães de caça pertencentes a indivíduos habilitados com carta de caçador actualizada e declarados pelo dono – 4,00 euros Classe C – Cães não incluidos nas categorias anteriores – 6,00 euros Chapa de matrícula em cor regulamentar – 1,00 euros Aprovada na sessão da Assembleia de Freguesia no dia 21 de Março de 2002


PERSPECTIVA

Santa Catarina e os peregrinos Santa Catarina da Serra é o último Porto de Abrigo dos peregrinos que se dirigem para o Santuário da Cova da Iria. O povo de Santa Catarina da Serra tem sido e será sempre o pioneiro no apoio aos peregrinos. Após as aparições de Fátima, ocorridas em 1917, as gentes residentes a norte de Portugal e com destino à Cova da Iria, começaram a procurar esta terra para aqui pernoitar, fazer a sua higiene, curar as feridas, melhorar a refeição para a sua última caminhada. Foi a pensar nos peregrinos que em 1929 se reconstruiu a cisterna junto à igreja e em 1978 os três fontanários que se encontram junto à estrada dos Olivais a Santa Catarina da Serra. Ano após ano as coisas foram-se alterando e em Maio deste ano de 2002 tivemos no terreno cinco instituições a dar apoio aos peregrinos. Quem eram e de onde vinham ? “Mensagem de Fàtima” (ex-Cruzados de Fátima) é um movimento de nível nacional da responsabilidade directa do Sr. Padre Manuel de Sousa Antunes que instalou as suas tendas em Olivais, junto à estrada e pronta para prestar serviços humanitários nas áreas de lava-pés, tratamento de feridas, massagens, ligaduras e outros, para o que contou com cerca de 40 enfermeiros e a médica Dr.ª Filomena. A parte religiosa esteve a cargo do Sr. Padre Abel, pároco em Bajouca. “Bombeiros da Serra” também esteve presente com os nossos corajosos bombeiros e sempre prontos a intervir em qualquer tipo de emergência, instalando-se inicialmente junto à Quinta do Salgueiro e mais tarde à Bemposta. “Corpo de Voluntários da Ordem de Malta” com sede em Vila Nova de Gaia tem como chefe o Dr. António de Calheiros Ferraz. Este corpo de voluntários foi criado em 1976 e

depende da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana de S. João de Jerusalém ou de Malta. Como vem sendo hábito há vários anos na cave do salão paroquial instalou as suas macas com serviços de lava-pés, tratamento de feridas e ligadura, disponibilizando, para o efeito, vários enfermeiros e médicos. Também, como vem sendo hábito aqui em Santa Catarina da Serra é-lhes oferecido o alojamento e refeições para os dias 10 a 12 de Maio. “Comissão de Apoio a Peregrinos”, com sede em Coimbra, é composta por vários jovens voluntários ligados a uma Igreja Evangélica que, sob a responsabilid a d e d o S r. João Estevão, instalaram a sua tenda à Bemposta, em terreno alugado e requisitaram uma baixada de energia eléctrica, para que tudo fosse legal e aí prestaram apoio aos pere-

grinos nas áreas de enfermagem, massagens e ligaduras com pessoal devidamente preparado e um médico. Ofereciam água em garrafa, prato de sopa e laranjas. “Cruz Vermelha Portuguesa”, delegação de Leiria, instalou um conjunto de tendas no sítio da Valada, limite da Loureira e o apoio prestado aos peregrinos situava-se em lava-pés, curativos de feridos, massagens e ligaduras. Para além destas instituições, muita gente anónima prestou o tão caloroso apoio a estes peregrinos com dormidas, comidas e outras ajudas. Domar (Domingues Marques)

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ENSINO

Pais eleitos Realizou-se no pretérito dia 10 de Maio, no ginásio desta escola, a eleição para os corpos gerentes, para o biénio 2002/2004, da Associação de Pais e Encarregados de Educação. A lista A, única presente a sufrágio, venceu por unanimidade. O presidente eleito da direcção,

na sua alocução, desejou que com esta eleição fossem reforçados os laços desta Comunidade Educativa, pedindo ainda o apoio de todos os Pais e Encarregados de Educação. O professor António Oliveira, em representação do Conselho Executivo, congratulou-se com este acto e, lembrou todos os presentes da

necessidade de alargar a ponte, para que esta una mais facilmente a família e a escola. Escola/Família/ Comunidade terão de ser uma realidade com um objectivo comum: ajudar a desenvolver as competências nos alunos nas suas integrantes, dos conhecimentos, capacidades e atitudes.

Composição da Associação: Direcção Presidente: Joaquim Pinheiro Vice Presidente: Rui Alves Secretário: Ilda Maria Tesoureiro: Zulmira de Jesus 1ºVogal: Adelino Gonçalves 2ºVogal: Maria do Carmo 3ºVogal: Amália Pires 4ºVogal:Celestiano Silva 5ºVogal: Manuel Viva 6ºVogal: Jorge Alves 7ºVogal: Mário Vicente 8ºVogal: Maria Oliveira 9ºVogal: Fernando Reis

10ºVogal: Laurinda Antunes 11º Vogal: José Carlos Ferreira Carvalho Assembleia Presidente: Vítor Vieira 1ºSecretário: Rui Gaspar 2º Secretário: Fátima Alves 1ºVogal:Isabel Guilherme 2ºVogal: Augusto Oliveira Conselho Fiscal Presidente: Fernando Silva Vogal: Álvaro Santos Vogal: Adelino Ferreira Gomes

Joaquim Pinheiro (Presidente da direcção)

Actividades a realizar no mês de Maio ●

Participação no projecto da C.M.L. "Vamos à Música" - 9ª sessão - "Harpa e Cravo" - 10ª sessão - " Orquestra" Visitas de estudo - Estuário do Tejo – 2º Ciclo - Planetário- Exposição Interactiva e Exploratório – Ciência Viva de Coimbra – 3º Ciclo

"Conversas em Família" no âmbito do projecto Escola/Família/Comunidade -10 de Maio,às21horas

● Actividades comemorativas das seguintes datas: - Dia da Mãe - Dia da Europa - Dia Internacional da Família - Dia da espiga ● Exposição "Autores Portugueses dos séculos XIX / XX

Acção de formação – "Informação Sexual"- 7º e 8º anos ●

Concurso "Quem conta um conto..."

Relação Escola/Família/Comunidade O envolvimento de pais e mães na educação escolar dos filhos é um direito, tanto como uma responsabilidade e um valor. É, hoje, claro que a participação activa dos pais no processo de aprendizagem pode melhorar o desenvolvimento educativo dos alunos.

"Conversas em Família"

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No âmbito desta relação, a escola promove as reuniões " Conversas em Família", onde são abordados temas ou questões que contribuem para a formação das nossas crianças/jovens.

Após as "Conversas em Família" segue-se o convívio

Director de turma/pais


ENSINO

Agrupamento Vertical de Escolas e Jardins da Serra e Escola Bรกsica Integrada de Santa Catarina da Serra

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MAIA

Crescimento de ferro Empresa do mês Designação A. Ferreira das Neves, Herdeiros, Lda.

Data de fundação 24 de Janeiro de 1985

Volume de negócios Cerca de 1,4 milhões de euros em 2001

Funcionários 17 Outros dados Este é um negócio que faz a história da família. Ainda o século passado ia a meio, e já António Ferreira das Neves, conhecido por Maia, se dedicava a trabalhar os metais. Era latoeiro, trabalhava perto da capela da Loureira, na “forja do Maia”, como era conhecida. O fabrico de bilhas para os agricultores e pulverizadores manuais, em cobre eram alguns dos seus trabalhos. E há cerca de quarenta anos, chegou mesmo a ter um catálogo onde dava conta das virtudes de um caneco feito em chapa, com a capacidade de 13 litros. Foi também por essa altura que a electricidade chegou à localidade e o “Maia” se iniciou na actividade da serralharia. Agora, filhos e esposa dão continuidade à actividade. Há 17 anos que a empresa A. Ferreira das Neves, Herdeiros, Lda., - que mantém o apelido “Maia” na sua identificação – faz do metal o centro da sua actividade. E com sucesso, como explica Fausto Neves, um dos sócios da empresa. A expansão da empresa passou por um crescimento faseado, num local mais afastado do centro da localidade, na estrada da Fazarga. Começaram com um pavilhão com 1200 metros quadrados, e actualmente a empresa ocupa um total de 5 mil metros quadrados. A explicação é simples. “Temos muito trabalho e rejeitamos algumas obras porque não temos

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capacidade de fabricar tanto produto ao mesmo tempo”, diz Fausto Neves. Ainda assim, este empresário prefere manter a estrutura da empresa equilibrada a enveredar por crescimentos difíceis de sustentar. “Por vezes as empresas crescem demais e não conseguem acompanhar o crescimento”, refere. No início a empresa dedicava-se, sobretudo, ao fabrico de gradeamentos e portões, mas nos últimos anos tem crescido a componente do fabrico dos pavilhões metálicos. As estruturas metálicas das novas instalações da Lizauto, em Leiria, é um dos exemplos dos trabalhos de grande envergadura que a empresa actualmente desenvolve. É a qualidade do produto que, refere Fausto Neves, tem conseguido alimentar o sucesso da actividade. Os clientes da empresa são da região Centro, Lisboa, Gaia e Algarve. Mas, também não faltam emigrantes em França que recorrem aos serviços da empresa, pois “gostam das grades e portões aqui fabricados”. Na zona de Leiria há muitas empresas a laborar neste ramo, diz Fausto Neves. Mas, explica, “a nossa empresa é diferente porque é bastante flexível. Podemos estar hoje a produzir um produto e amanhã um outro completamente diferente”. É que “temos equipamentos e sobretudo

As instalações da empresa situam-se na Estrada da Fazarga, Loureira. A sua actividade centrase no fabrico de edifícios metálicos, portões industriais e autoportantes, gradeamentos, escadas de emergência, fachadas de edifícios e estruturas metálicas, entre outros. www.maia-neves.com

recursos humanos que se adaptam com extrema facilidade”, acrescenta. Os funcionários aprendem o ofício no local de trabalho, até porque escasseiam os cursos de serralharia. Por outro lado, não existem jovens interessados em prosseguir a actividade. Razão pela qual se corre o risco de não existirem funcionários no futuro. Para já, Fausto Neves conta mesmo com alguns trabalhadores que já estão na firma há uma vida inteira. “Temos um trabalhador que está há 40 anos com a empresa, começou a trabalhar com o meu pai”, refere. Para este empresário, a aposta na qualidade é indispensável para a manutenção da vitalidade do sector. Nas empresas pouco flexíveis, há já sinais de crise. Mas Fausto Neves está confiante que a capacidade de resposta e a qualidade do produto podem continuar enquanto garantia de sucesso da empresa.




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