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Bombeiros em dificuldades Pág. 18

Especial Rancho S. Guilherme Págs. 13 a 17

Esta revista é um suplemento local que integra a edição n.º 3440 de 21 de Fevereiro de 2003, do Semanário REGIÃO DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.

Revista da Freguesia de Santa Catarina da Serra

Freguesia quer fixar os jovens

Desafio Págs. 6 a 9



FÓRUM FICHA TÉCNICA

INDICE

DIRECTOR: Francisco Rebelo dos Santos

A História das histórias

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DIRECTOR-EXECUTIVO: Pedro Costa

O futuro da freguesia

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CONSELHO DINAMIZADOR:

Inquérito

Armando Costa

8e9

Armindo Neves

Propostas para o Lar

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David Vieira

Carnaval no Ulmeiro

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Domingos Neves

Actividades na Casa do Povo

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Fausto Neves

Jorge Primitivo

Especial Rancho Folclórico São Guilherme

José Augusto Antunes

Crise nos bombeiros

Jaime Silva Joaquim Rodrigues

José Carlos Rodrigues Lino Pereira Manuel Silva TEXTOS: Carlos S. Almeida Manuel Leiria Sónia Gomes

13 a 17 18

Emoção no campeonato

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Jorge Gameiro em entrevista

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Convívio escolar

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Contas da Quinta do Salgueiro

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FOTOGRAFIA: Joaquim Dâmaso e arquivo do REGIÃO DE LEIRIA PAGINAÇÃO: Departamento Gráfico do Região de Leiria PUBLICIDADE: Lídia Órfão Tereso PATROCINADORES PERMANENTES: Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra LubriFátima Socoliro Maia – A. Ferreira das Neves Herdeiros, Lda. Armindo Pereira e Neves, Lda. Hiperclima Construtora do Lena JRP J. Primitivo Madeiras, S.A. Manuel da Costa e Silva, Lda. Construções J.J.R. & Filhos, S.A. Lenobetão

IMPRESSÃO: Mirandela SA TIRAGEM: 2.500 exemplares Esta revista é um suplemento local que integra a edição n.º 3440, de 21 de Fevereiro de 2003, do Semanário REGIÃO DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.

Participe A sua opinião conta. A VOZ DA SERRA tem em funcionamento um Ponto de Apoio ao Leitor na Papelaria Bemposta, no centro da vila de Santa Catarina da Serra. Porque a participação activa dos nossos leitores é essencial, agora existe um local onde pode deixar as sugestões de assuntos que gostaria de ver abordados, textos para publicação, pagamento de assinaturas e entrega de publicidade. A interactividade com o leitor é uma das nossas preocupações. Ajude-nos participando. Dependendo da disponibilidade gráfica ou da pertinência noticiosa, a sua participação encontrará eco na VOZ DA SERRA e/ou REGIÃO DE LEIRIA.

Apoiar quem ajuda 1. Neste momento, na corporação de bombeiros de Santa Catarina da Serra, os dias não são fáceis. A quem tem a função de ajudar os outros, num esforço baseado no altruísmo, surgem agora problemas acrescidos. A falta de cumprimento de muitos compromissos assumidos pelas entidades públicas ameaçam deitar por terra o trabalho desinteressado de muitos. Afinal, os bombeiros estão entre as poucas instituições que resistem à erosão do individualismo dos tempos modernos, continuando prontos a ajudar quando tal se revela indispensável. E apenas pedem que do outro lado não se tome posição idêntica. Isto é, que a ajuda não chegue somente em casos de emergência, mas sempre e de forma regular, para manter em pleno um serviço social e público de extrema utilidade. Esquecê-lo é hipotecar a segurança e tranquilidade de uma comunidade. 2. Outro assunto tratado nesta edição prende-se com a necessidade da freguesia reunir as condições necessárias a acolher os filhos da terra. De acordo com os responsáveis locais, as condições são favoráveis a que quem é natural da serra por lá continue. E é necessário que os naturais de Santa Catarina da Serra não esqueçam a importância de perpetuar a dinâmica de desenvolvimento desta terra. Uma virtude que de resto lhe dá fama. A efervescência económica que aqui se sente é disso um exemplo claro.

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TRIBUNA

HISTÓRIA DAS HISTÓRIAS

Homenagem ao soldado da freguesia No dia 9 de Março de 1916 o embaixador alemão em Lisboa declarou guerra a Portugal, protestando o facto do governo português requisitar os navios marcantes alemães, fundeados em portos portugueses, requisição feita a pedido da velha aliada de Portugal - A Inglaterra. Em Maio desse ano o Corpo Expedicionário português ocupou um sector próprio na linha de batalha. Em África as tropas alemãs antes da declaração de guerra da Alemanha a Portugal tinham praticado actos de hostilidade matando alguns oficiais e soldados em N’Wala. Desta freguesia de Santa Catarina da Serra muitos dos nossos soldados combateram em França, nos campos da Flandres e em África, em Kionga, Niassa, Novalla e N´Germano. A paz com a Alemanha foi assinada em Junho de 1919 e as tropas regressaram à Pátria. No dia 27 de Julho do referido ano de 1919 o pároco e o povo de Santa Catarina da Serra prestaram uma justa homenagem aos soldados da freguesia. Nas referidas cerimónias foi ofereci-

do o Diploma de Honra ao padre Alfredo Bento da Cunha, natural da Quinta da Sardinha, Alferes-Capelão do Batalhão de Expedição a Moçambique em 1917 e na referida cerimónia foi lida a seguinte Saudação! Soldados! Concentremos um pouco o nosso espírito. Para os nossos camaradas que para sempre ficaram nos álgidos campos de França, Bélgica e Alemanha a nossa saudade e as nossas orações. Não os choremos! Morreram no campo da Honra, defendendo a Pátria! As nossas orações e a nossa saudade lhes bastam! Para vós soldados! As minhas saudações! Compartilhei convosco as vossas dores, escutei os vossos gemidos, abalados pelo patriotismo; vi as vossas feridas e senti orgulho em ser vosso camarada. Então animai-vos, derramando no vosso espírito palavras de alento, falava-vos da Pátria, que de longe vos contemplava, esperando o momento de vos ver regressar vitoriosos: dizia-vos que vossas mães, vossas esposas, vossas irmãs, vossas noivas, nas Igrejas e lindas Capelas do nosso querido Portugal oravam por vós, fazendo

subir ao Céu o incenso de suas orações e eu descortinava nos vossos olhos lágrimas de saudade pelos que, cá longe, oravam lágrimas de reconhecimentos pelas palavras pronunciadas ao som do canhão que o humilde capelão militar fazia chegar ao fundo da vossa alma! Soldados! Hoje que a vossa freguesia vos saúda, hoje que o vosso pároco, orgulhoso por vos Ter na vossa Igreja, vos falará da saudade, que havia nos lares, das orações que envolavam para o Céu durante a vossa ausência! Voltaste coberto de glória e por isso vos abraço. Não desperdiceis os ensinamentos que fostes buscar aos campos de batalha, Sêde portugueses e sereis crentes. Se a Pátria voltar a precisar de vós que nem um soldado! Se escuse! Saúdo-vos! Vivam os soldados da freguesia de Santa Catarina da Serra! Viva o batalhão de Infantaria 15! Viva a Pátria! Domingos Marques

Recuperação do Cruzeiro O Cruzeiro da Independência situase à entrada do adro da Igreja Paroquial de Santa Catarina da Serra e foi construído no ano de 1940 pela Junta de Freguesia, composta por David de Oliveira Neves (presidente), António Inácio Vicente e Francisco Vieira (vogais). De acordo com Domingos Marques, presidente da Junta de Santa Catarina da Serra, o cruzeiro “sem grande historial, que poderá ser tema para uma outra ocasião, no topo, junto à cruz, pode ler-se UBI CRUX - IBI PATRIA (Onde está a Cruz está a Pátria). Mais abaixo encontramos gravado

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na pedra, em relevo, as datas de 1140, 1640 e 1940, que representam importantes momentos da nossa história”. O autarca acrescenta que “passados sessenta anos, o cruzeiro entrou em ruínas com importantes fissuras e deslocamento das peças de pedra que fazem parte do monumento, sendo necessária uma intervenção urgente, pois corria-se o perigo da sua derrocada. O trabalho foi executado por Socoliro – Construções as que procedeu às escavações necessárias, aplicação de malha de aço A400, betão 25, escoramento e reposicionamento do arco, colagem de pedras e colmotação de juntas, substituição da laje (soleira) e

reposição de calçada. A despesa no valor de 2.576,35 euros (516.512$00) foi suportada integralmente pela referida Junta de Freguesia”.



ABERTURA

Pronta para o futuro

A proximidade da A1 tem favorecido o crescimento na freguesia A freguesia de Santa Catarina da Serra tem condições para continuar a acolher e albergar as gerações mais novas, naturais da freguesia. A convicção é de Domingos Marques, presidente da Junta local. Este responsável aponta o facto de se tratar de uma freguesia com índices de construção entre os mais altos do concelho, previstos em Plano Director Municipal. Um facto tanto mais significativo quanto é certo que em muitas freguesias da região, as limitações do PDM são apontadas como um dos principais factores que condicionam a fixação de população. “Santa Catarina não está a ser afectada por um processo de desertificação ou envelhecimento da população, antes pelo contrário”, assegura o autarca. É certo que nem todos têm terrenos para construir no sítios onde tal é permitido, mas isso é uma situação que se verifica em todo o lado,

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explica ainda. Por outro lado, identifica o facto de não se sentir o desemprego na freguesia. E uma das aspirações da autarquia local passa pela constituição de zonas industriais. A atracção de investimento que essa possibilidade abriria deixa ainda em aberto o horizonte de mais incremento económico, e consequente maior atractividade para os mais jovens. Contudo, para Domingos Marques, é importante que os jovens decidam por carreiras compatíveis com as áreas mais requisitadas pelo mercado de trabalho. Sobretudo a nível do ensino superior. “Aconselho os jovens a optar por cursos técnicos, terão mais facilidade em encontrar trabalho na freguesia” explica. Por outro lado, além de permitir encontrar uma profissão na freguesia, o facto de Santa Catarina da Serra se situar num ponto privilegiado em termos

de vias rodoviárias facilita a deslocação para pontos exteriores ao distrito. De resto, isso mesmo já se verifica, explica. A proximidade do nó da A1 em Fátima já permite que muitos se desloquem para Coimbra ou Santarém para trabalhar. “Estamos num ponto privilegiado em termos de transportes”, reforça. Contudo, há ainda algumas infra-estruturas que considera indispensáveis para facilitar e motivar a fixação dos mais jovens na freguesia. E neste caso, aponta a necessidade de concretização da Zona Desportiva que implicará a construção de um pavilhão gimnodesportivo. “O Pavilhão é algo por que luto há muitos anos e gostaria de ver concretizado”, explica. Apesar de ainda subsistirem algumas carências, Domingos Marques afirma-se optimista com o futuro da freguesia que, acredita, tem todas as condições para continuar a crescer.


OPINIÃO

“É à Serra que quero voltar”

Sónia Gomes Há cerca de três anos deixei Santa Catarina e rumei em direcção a Coimbra. Foi essa a cidade que me acolheu quando ingressei no curso de Comunicação Organizacional leccionado na Escola Superior de Educação. Agora, é frequente questionaremme acerca do que tenciono fazer no

futuro e especialmente para onde quero ir trabalhar. A isto respondo prontamente: é a Serra que quero voltar! E vais arranjar emprego? – é a pergunta que se segue? Tenho esperança no futuro! Não posso afirmar que Santa Catarina reuna as condições necessárias para acolher todos os jovens Santa Catarinenses que se formam fora daqui. No entanto, também não ignoro o dinamismo e empreendedorismo que caracteriza toda a freguesia. Olhemos para o tecido empresarial desta pequena vila e tiremos as nossas conclusões: Santa Catarina oferece condições para que, em muitas áreas, se possa desenvolver uma verdadeira carreira profissional. Não me refiro,

como é óbvio, a toda a diversidade de profissionais nossos conterrâneos. Contudo, e especialmente para estes casos, Santa Catarina reveste-se de outras vantagens como sendo a sua proximidade geográfica de grandes centros como Leiria ou Fátima. Considero que trazer para a Serra o conhecimento adquirido fora daqui, será uma forma de valorizar a localidade que nos “criou”. Sou muitas vezes catalogada de bairrista, porque defendo a “minha terra” de tudo e de todos. Mas defendo-a porque nela encontro muitas virtudes que me estimulam o desejo de querer voltar, e com o meu esforço, talvez quem sabe, trabalhar para a melhorar.

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INQUÉRITO

Que futuro? São jovens. Todos eles nasceram ou cresceram na freguesia de Santa Catarina. Mas foi na busca do seu futuro que todos fizeram as malas e rumaram para fora da Serra. São estudantes que no final do ensino secundário optaram por ir estudar para uma cidade distante da sua terra natal. Aveiro, Coimbra, Lisboa, Portalegre e Viseu são alguns dos destinos escolhidos por estes jovens. Alguns estão ainda no início, outros encontram-se já na recta final. Mas o que pensam fazer, todos eles, quando terminarem os seus cursos? Será que a terra que os “criou” oferece as condições para que eles voltem e possam exercer a sua vida profissional? Tencionam eles regressar? A VOZ DA SERRA foi conhecer alguns destes jovens, e especialmente saber onde tencionam ficar após o termino dos seus cursos. Estará Santa Catarina da Serra preparada para os receber?

Liliana Vieira 22 anos Santa Catarina da Serra Instituto politécnico de Viseu. 4º ano de Engenharia Agro-Alimentar

Alexandre Neves 20 anos Ulmeiro Instituto Superior Técnico. 3º ano de Engenharia Electrotécnica e de Computadores

Elsa Oliveira 21 anos Loureira Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra 4º ano de Matemática

A Freguesia em si não oferece condições a nível profissional, porque estou vocacionada para a área da indústria agro-alimentar. Mas penso que o distrito de Leiria está a começar a desenvolver-se nessa área. Mas para morar, claro que Santa Catarina oferece todas as condições: é uma zona calma e sobretudo tenho cá a minha família.

Não tenciono voltar porque não acho que haja o tipo de trabalho que eu quero desenvolver (relacionado com controlo e robótica). Mas, se encontrar um trabalho não muito longe tenciono ficar na freguesia, porque é um local onde me sinto muito bem.

Penso fazer a minha vida pessoal e profissional aqui na freguesia. A nível profissional, só tenho a escola básica 1,2,3 na freguesia. Vou tentar concorrer para lá no próximo ano para fazer o meu estágio. Por outro lado, também estamos próximos de Leiria e de Fátima que nos oferecem mais condições de trabalho (pelo menos na minha área que é leccionar). Se ficar colocada nalguns destes centros pretendo ficar cá a morar.

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INQUÉRITO Sónia Silva 20 anos, Loureira Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa 3º ano de Medicina

Para mim Santa Catarina reúne as condições ideais para uma vida mais calma mas, no entanto, oferece a possibilidade de progredirmos a vários níveis, inclusivamente a nível profissional. Eu gostava de vir a trabalhar no Hospital de Leiria. E como acho que a freguesia oferece boas condições de vida, gostaria de ficar a morar cá.

Cátia Vieira 19 anos, Santa Catarina da Serra Escola Superior de Enfermagem São Francisco das Misericórdias – Lisboa 2º ano de Enfermagem

Com certeza que Santa Catarina oferece todas as condições, tanto a nível pessoal como a nível profissional. A nível profissional considero que o distrito oferece postos de trabalho na minha área (enfermagem). A nível pessoal, porque criei raízes muito fortes na terra, apesar de ter vindo viver para cá apenas aos nove anos. Perspectivo um futuro calmo aqui na freguesia, e o que eu planeio actualmente vai sempre nesse sentido.

Carla Carreira 20 anos, Pinheiria Universidade de Aveiro 2º ano de Química analítica

Penso regressar para Santa Catarina no final do meu curso. Isto porque apesar de não poder exercer nada relacionado com a minha área aqui, estou perto de Leiria onde espero encontrar trabalho.

Cristiana das Neves Pereira Vale-Tacão, Fac. de Psicologia e Ciências da Educação, Coimbra 2º ano de Ciências da Educação

Na verdade não tenho pensado muito sobre isso, mas gostaria de trabalhar os primeiros anos numa cidade maior com diferentes oportunidades de emprego dentro da minha área para ter uma visão mais ampla do mundo do trabalho, e claro, para ganhar experiência que me parece fundamental. Mais tarde, quem sabe para me estabelecer de vez, gostaria de voltar à freguesia ou arredores.

Amandio Pereira Santos 20 anos, Vale Tacão Faculdade de Economia Universidade de Coimbra 3º ano do Curso de Sociologia

Quando terminar o curso, espero conseguir emprego aqui na região, já que esta se tem desenvolvido bastante nos últimos anos não só ao nível das empresas, mas também ao nível do ensino e de outras instituições sociais. Não existe muita procura para Licenciados em Sociologia, mas o curso é muito interessante e prepara os alunos para muitas áreas profissionais.

Felisbela das Neves Pereira 20 anos, Ulmeiro Portalegre, 2º ano de Engenharia Industrial e da Qualidade

Os meus objectivos em relação à minha carreira profissional passam por dar aulas no ensino superior e trabalhar numa indústria no Departamento de Qualidade. Na freguesia de Santa Catarina da Serra é um pouco complicado realizar os meus objectivos, visto que a freguesia não está muito desenvolvida em termos industriais. Caso até ao final do curso haja um bom investimento em termos industriais na freguesia – o que eu duvido – porque não trabalhar em Santa Catarina da Serra?

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ACTUALIDADE

Carnaval no Ulmeiro No dia 1 de Março a Associação Social do Ulmeiro vai realizar um jantar de convívio que incluirá um baile máscaras. E, adianta a direcção da colectividade, no final do jantar haverá um desfile de Carnaval. E o melhor fantasiado individual, o melhor fantasiado em grupo e o melhor fantasiado criança serão premiados. As inscrições estão abertas até ao dia 28 de Fevereiro e podem ser realizadas junto de qualquer elemento da direcção ou para os telefones 919572014 ou 919544582.

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Abertas as propostas No passado dia 11 de Fevereiro foram abertas as propostas dos concorrentes para a construção do novo lar da terceira idade de Santa Catarina da Serra. Actualmente a Comissão de Análise está a proceder à avaliação das propostas apresentadas, sendo de esperar uma decisão a breve trecho, provavelmente ainda este mês. A construção do novo lar tem como entidade promotora o Centro Social e Paroquial de Santa Catarina da Serra. A obra está orçada em 587 mil euros, e espera-se que as obras arranquem ainda no primeiro trimestre deste ano. E se todos

os prazos forem cumpridos, poderá entrar em funcionamento em 2004, uma vez que o prazo de execução é de 15 meses. O novo lar compreenderá 36 camas divididas por quartos individuais e duplos.

Visitas programadas Entretanto, no próximo dia 3 de Março, os utentes do Centro Social e Paroquial de Santa Catarina da Serra visitam o Mosteiro de Alcobaça e São Martinho. E no passado dia 19 de Fevereiro visitaram os Olhos de Água, na nascente do rio Alviela.


ACTUALIDADE

Seguindo em frente Dos pais do David – uma criança a quem foi diagnosticado um tumor, e que foi motivo de uma campanha de solidariedade na freguesia - recebemos a seguinte nota que transcrevemos: “Somos os pais do David, mais uma das crianças a quem foi diagnosticado um tumor. Tratava-se especificamente, de um retinoblastoma, que se encontra em fase remissiva. A luta tem sido travada num campo de batalha muito adverso... mas, lá diz o ditado: ‘ A esperança é a última a morrer’. Neste momento, o David está prestes a completar o seu terceiro aniversário. Vive a sua infância de

um modo perfeitamente normal. É um menino traquina, com a genica e a vivacidade própria das crianças. Frequenta a creche, sem quaisquer restrições. Hoje nós queremos transmitir uma mensagem de esperança e de coragem a quem teve, ou tem, que enfrentar uma realidade difícil. Queremos, também testemunhar a nossa gratidão a quantos têm estado connosco durante estes momentos difíceis. Todas as palavras amigas chegaram na hora certa. A todos os gestos de solidariedade nós queremos, ainda, dizer ‘Bemhajam!’. É difícil traduzir em palavras o que se sente, quando se é

apanhado de surpresa. A vida nem sempre é fácil. Tem as suas horas amargas, às quais não nos podemos furtar. Temos de encarar todos os instantes, mesmo os mais árduos, de cabeça levantada, confiar no dia de hoje, como um presente que amanhã se revelará, acreditar na missão que nos é dado cumprir... O David, como qualquer outra criança, não tem de inspirar pena. Ele é apenas merecedor do respeito a que todos temos direito.”

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ACTUALIDADE Largada de perdizes

São 400 perdizes em 20 portas. A Associação de Caçadores da Serra de Santa Catarina da Serra realiza no próximo dia 9 de Março, domingo, uma largada de perdizes. As inscrições ainda estão abertas e podem ser realizadas para os seguintes contactos telefónicos: 914207895 ou 917200916.

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Actividades na Casa do Povo São várias as actividades que a Associação da Casa do Povo de Santa Catarina da Serra tem programadas para as próximas semanas. Assim, no dia 4 de Março vai realizar um baile de Carnaval com desfile. O evento está programado para as 20 horas e decorrerá no Salão Paroquial de Santa Catarina da Serra. A música estará a cargo do organista Isidro e haverá prémios para os melhores mascarados. Entretanto, o segundo Festival da Canção de Santa Catarina da Serra realizar-se-á a 18 de Maio e as inscrições ainda estão a decorrer. E o coro infantil da Casa do Povo vai participar com música nalguns pontos da via sacra entre os Olivais e a Cava da Iria. Será dia 9 de Março. Está entretanto

em preparação o encontro de coros. E estão a desenvolver-se esforços no sentido de trazer coros de todo o País. No passado dia 25 de Janeiro, os elementos da Escola de Música e do Coro da Casa do Povo participaram na eucaristia. Rui Alves, presidente da direcção adianta “agradecer publicamente à Maria João que não se cansa de trabalhar gratuitamente com as nossas crianças”. Além de lembrar que continuam a decorrer as actividades de dança, ballet e ginástica na sede, a direcção da Casa do Povo recorda a todos os membros que a compõem que se realiza uma reunião no próximo dia 1 de Março, para “ajudar no bar” bem como tratar assuntos de interesse para a colectividade.


Especial

Rancho Folclórico de S. Guilherme

40 ANOS DE FOLCLORE

Trabalho realizado por: Bruno Lopes, Rita Neves e Fátima Gil

Historial No lugar da Magueigia, freguesia de Santa Catarina da Serra, concelho de Leiria, nasce em 1963 um Grupo Folclórico. Foi fundado como Rancho Infantil de S. Guilherme e teve a sua primeira actuação em Setembro do mesmo ano nas festas religiosas daquele lugar. Depois de dois interregnos, devido à forte adesão à imigração para o estrangeiro, sentida naquele período da nossa história, recomeçou em 1984, com a designação de Rancho Folclórico de S. Guilherme. Tem origem numa região que se estende pelas encostas e planaltos que formam a Serra d’Aire e Candeeiros, região essa de tradições muito antigas, cujas actividades principais dos seus habitantes era a agricultura de subsistência e a pastorícia. Tendo consciência do papel de um Rancho Folclórico, na representação do verdadeiro Folclore, o qual está ligado à cultura popular, o Rancho Folclórico de S. Guilherme iniciou um longo trabalho de recolha e pesquisa etno-

gráfica de um povo com toda a sua vida ligada à terra, dos seus usos e costumes, que demonstram a vida das gentes da Alta Estremadura. Após este trabalhos de pesquisa junto da população, o Rancho Folclórico de S. Guilherme, inicia a sua divulgação de norte a sul do país, através da participação em Festivais de Folclore, todos os anos realiza o seu próprio Festival de Folclore, com a participação de outros grupos em representação de várias regiões Etno-Folclóricas do país. Em 1995 faz a sua primeira actuação no estrangeiro, participando em festivais de Folclore Luso-Espanhois. Possui sede própria e prepara-se para realizar um sonho antigo, a concretização de uma Casa Museu associada a um núcleo Museológico, é sócio efectivo da Associação de Ranchos Folclóricos da Alta Estremadura e da Federação de Folclore Português.

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ESPECIAL

Entrevista a Diamantino Gordo – fundador e ensaiador do Rancho Folclórico de S. Guilherme idade e que o projecto foi amadurecendo compreendi, que só um rancho folclórico adulto poderia representar condignamente o verdadeiro folclore. O folclore representado por crianças caracteriza-se na sua maioria pela demonstração das suas brincadeiras e cantigas infantis.

Grande amante do folclore, paixão que mantém desde jovem, Diamantino Gordo fundou há 40 anos o Rancho Folclórico de S. Guilherme. Colectividade que ainda hoje se encontra bem viva dada a sua persistência e de outros colaboradores. O que o motivou a fundar o Rancho Infantil de S. Guilherme, que mais tarde se tornou Rancho Folclórico de S. Guilherme? Como nasceu esse gosto pelo folclore? O que me motivou foi a grande paixão que nutro pelo folclore, por tudo o que é antigo. Quando era jovem admirava as pessoas idosas, a forma como se divertiam, os trajes que usavam. Por vezes, via certas senhoras idosas com os seus fatos comprido e chapéus e imaginava como usavam esses trajes. Ainda cheguei a conhecer pessoas que usavam os trajes hoje representados pelos elementos do Rancho Folclórico de S. Guilherme. O gosto pelo folclore nasceu comigo, mas o facto da minha mãe gostar muito de dançar e aos serões falar da forma como se divertia quando era jovem, depois de vir da apanha da azeitona, nos bailaricos nas eiras, o convívio que existia entre as pessoas. Tudo isto, despertou em mim este desejo de preservar e transmitir o passado. Porque razão alterou o projecto inicial do rancho folclórico infantil? À medida que fui avançando na

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Como foi, e continua a ser efectuada a recolha do repertório apresentado pelo Rancho Folclórico de S. Guilherme? A recolha foi feita junto de pessoas idosas, na sua maioria da freguesia de Santa Catarina da Serra, a quem pedi esclarecimentos de como dançavam, que canções tocavam e cantavam, e como se trajavam. Apesar de já poucas pessoas saberem dar os passos de algumas danças, consegui através de indicações que me deram recriar o mais fielmente possível o folclore da região. Quanto á recolha dos trajes foi mais simples, na sua maioria as pessoas ainda possuíam exemplares, que foram recolhidos por nós. A recolha e representação refere-se a que época? Que aspectos da vida retractam ? A recolha efectuada refere-se aos finais do século XIX, princípios do século XX, até meados de 1930. Os aspectos da vida dos nossos antepassados retractados pelo nosso folclore são actividades relacionadas com a agricultura e a pastorícia, visto estarmos situados entre a Serra d’Aire e Candeeiros. Aquando da criação do Rancho Infantil de Guilherme a receptivida-

de por parte da população foi boa? E actualmente, como é que são acolhidos? A população adere às iniciativas por vós desenvolvidas? Fomos bem recebidos pelo público, a primeira vez que o rancho actuou em público foi um novidade muito apreciada, as pessoas ficavam muito admiradas como é que tinha conseguido ensinar crianças tão pequenas a dançar. A partir daí o rancho infantil passou a ser bastante conhecido, tendo mesmo recebido um convite para ir actuar em França. Hoje o Rancho Folclórico de S. Guilherme continua a ser apoiado nas suas mais diversas iniciativas. No entanto, penso que em algumas circunstâncias esse apoio poderia ser maior, para que os elementos não desanimem. Que outros projectos para além da representação etnográfica e folclórica desenvolve o grupo? Para além da realização anual do nosso festival de folclore, actualmente temos em curso uma escola de música. Também já desenvolvemos a aprendizagem do "jogo do pau", que se encontra integrado numa

dança representada pelo grupo. Contudo o projecto mais ambicioso que temos em mãos é uma casamuseu, casa esta, já adquirida e que se encontra em reconstrução. Porém este será um projecto moroso porque as verbas disponíveis são escassas.


ESPECIAL

Entrevista a David Pereira das Neves – Presidente do Rancho Folclórico de S. Guilherme de defesa das nossas raízes culturais. O rancho folclórico é uma força viva na nossa terra, uma mais valia que enriquece a freguesia.

David Pereira das Neves assumiu a presidência do Rancho Folclórico de S. Guilherme há três anos. Desde então muita coisa mudou, projectos ambiciosos estão em curso, é sua convicção que com o apoio de todos eles se realizem o mais breve possível. A nível social e cultural que importância assume o Rancho Folclórico de S. Guilherme no seio da comunidade? O Rancho Folclórico de S. Guilherme assume uma importância muito grande na preservação dos usos e costumes do nosso povo, dos nossos antepassados. Tem uma vertente de entretimento de jovens, sendo ao mesmo tempo um entretimento de trabalho em que eles dão algum do seu tempo livre para a cultura e para seu próprio enriquecimento, começando a ter uma consciencialização

Têm muita dificuldade em angariar novos elementos para colaborarem na actividade do grupo? Sim, tem sido um trabalho muito complicado, mas felizmente temos sido correspondidos, embora tenham aparecido alguns elementos, se não fosse o caso o grupo não poderia continuar, são elementos bastante jovens que estão agora a começar, contudo, em alguns deles já se verifica um certo interesse pelo rancho e pela sua actividade, isso estimula quer os mais velhos, quer a direcção para que se sinta com força para continuar a sua missão, e é ainda um incentivo para que mais jovens participem. Também tem uma vertente de personalização da pessoa, a pessoa que continua num rancho, que não desiste nos primeiros tempos, ela personaliza-se, começa a compreender a importância que tem a defesa das tradições, porque se não houvesse quem as preservasse com o seu trabalho, dedicação, e carinho daqui a alguns anos não haveria quase nada que nos recordasse os nossos antepassados. Que apoio rece-

bem das entidades oficiais para as actividades do grupo? Esse apoio é suficiente? Temos tido alguns apoios a nível autárquico, nomeadamente da Câmara Municipal e Junta de Freguesia, apoios esses que ajudado a custear as despesas do rancho, nomeadamente, a nível de trajes e deslocações, pelo que não sendo

suficientes noa leva a realizar actividades paralelas para conseguir colmatar essas dificuldades. Da parte da população o apoio tem sido bastante, o que nos leva a não desmotivar. Para o bom desenvolvimento dessas actividades possuem as melhores instalações? As melhores não, as possíveis, e as possíveis que temos já são muito boas. Adquirimos um terreno para uma futura casa-museu, que fica situado muito perto da nossa actual sede, nesse terreno está instalada a casa onde nasceu o Rancho Folclórico de S. Guilherme, foi uma iniciativa audaz, não possuíamos verbas para tal, mas não desanimámos e avançámos com a compra. Após tomada esta atitude, partimos à procura do apoio para o pagamento desta grande dívida. Fomos bem acolhidos pelas autoridades locais, Câmara

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ESPECIAL Municipal de Leiria que nos atribuiu um subsídio no valor da metade da compra, a Junta de Freguesia e a população em conjunto com as empresas locais. Tencionamos fazer desta casa um grande pólo de interesse para a nossa terra, será aí instalado o futuro museu etnográfico, onde constará a respectiva casa como se usava na época, alguma oficinas artesanais, como, a tecelagem, o lagar das uvas, o sapateiro, o ferreiro e o moinho, entre outras. Têm projectos que gostariam de ver realizados a curto prazo? Sim, a casa-museu, que já referi, junto da casa queremos construir uma nova sede com espaço para ensaios, reuniões, e outras actividades que surjam. Também temos perspectivado, a curto prazo a gravação de um CD e ir com grupo ao estrangeiro, apesar de já termos ido à Espanha duas vezes, gostaria que fossemos mais longe. Tínhamos um projecto para ir à Áustria, outro para

ir a França, mas este ano não será possível realizá-lo, de futuro, tenho esperança de poder concretizá-lo. Como vê o futuro do folclore português? Acha que com o desenvolvimento e o progresso as tradições vão ser esquecidas? O futuro do folclore português presentemente não está muito risonho, tem sido um pouco de esquecimento a nível governativo, da parte do Ministério da Cultura, com faltas de apoio não só monetário, mas de presença dos seus dirigentes em certos

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eventos que se têm realizado a nível nacional. Se não houver uma outra forma de agir dos nossos governantes, poderá haver uma recessão neste trabalho de pesquisa e preservação dos usos e costumes por parte dos ranchos folclóricos, porque as pessoas desmotivam se não tiverem apoio. Tenho a convicção que tal não vai a c o n t e c e r, q u e mais tarde ou mais cedo as entidades nacionais irão reconhecer a importância do folclore, daquilo que ele representa para a cultura nacional. Quero deixar aqui uma referência à nossa Presidente da Câmara, desde que ela entrou para a presidência da Câmara Municipal de Leiria o folclore a nível do concelho tem sido bastante mais apoiado, tem havido uma estrutura mais sólida para que os grupos possam exercer o seu trabalho mais condignamente.

O Rancho Folclórico de S. Guilherme já foi alguma vez convidado para representar o folclore da região em algum evento cultural a nível nacional? Não, há excepção dos festivais de folclore. Habitualmente para representar a nossa região são convidados quase sempre os mesmos ranchos, não sabemos porquê. No nosso concelho existem cerca de 30 ranchos, e a maioria deles muitos bons ranchos, que estão a defender a cultura popular de forma digna, mas mesmo assim não somos olhados, não nos conhecem ou não nos querem conhecer. Todos os anos aquando da realização do nosso festival, convidamos um representante da Federação de Folclore Português, que tem comparecido , mas mesmo assim nunca fomos convidados. Julgo que possuímos valor e qualidade igual ou até superior a alguns que já tenham ido representar o folclore da região em eventos nacionais. Era bom que deixassem de olhar só para os mesmos, olhassem a nível de toda a região e fizessem uma leitura correcta daquilo que os ranchos estão a transmitir. Convido-os a virem ver quer o nosso festival, quer o festival de outros ranchos, a qualidade do folclore que têm, e então façam uma escolha, levem-nos a esses eventos para que não sejam sempre os mesmos a serem divulgados, nós por estarmos num cantinho também temos a nossa cultura e também a defendemos muito bem.


ESPECIAL

Entrevista a Domingos Marques Neves - Presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra

Há quatro mandatos consecutivos como Presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra, Domingos Marques Neves, considera que sem o trabalho de recolha e pesquisa a nível dos costumes e tradições da região efectuado pelo Rancho Folclórico de S. Guilherme, muitos desses costumes já se teriam perdido. Como considera que um grupo de folclore e o seu trabalho podem contribuir na preservação da cultura e tradições da comunidade? O folclore está ligado ao povo e é este mesmo povo que através das suas organizações culturais, estuda as tradições populares nas suas variadas manifestações (música, dança, cantares, lendas, literatura e outras), sendo também através destas formas de pesquisa e a sua difusão que muito contribui para a preservação da cultura e tradições de uma comunidade e até de uma região. Como define a acção social do Rancho Folclórico de S. Guilherme junto da população? O Rancho Folclórico de S. Guilher me tem-se enquadrado muitíssimo bem nos objectivos do nosso folclore. Muitos cantares, lendas, tradições e trajes têm sido pesquisados e apresentados à população local que, sem este contributo se teriam perdido.

Com o progresso e desenvolvimento da vila e do país em geral, considera que as tradições têm tendência a serem esquecidas? O desenvolvimento de um país ou de uma pequena vila, como é o nosso caso, acarreta muitos benefícios para as suas populações, mas corre-se o risco de muitas coisa ficarem para trás, como é o caso das tradições, daí que tem de haver um grande empenho e preocupação de grupos organizados para os não deixar fugir ou esquecer. Que tipo de iniciativas tem tomado a Junta de Freguesia no sentido de preservar e divulgar os valores culturais da vila e região? A Junta de Freguesia tem efectuado algumas intervenções no sentido de preservar e salvaguardar os valores históricos da nossa terra, como foi o caso da recuperação de alguns fontanários que se encontravam num estado de degradação, fomos muito censurados por termos realizado aqueles trabalhos, mas não estamos arrependidos disso. Com a ajuda dos moradores do Vale Maior recuperámos a Fonte do Peixe e estamos preparados para recuperar a capela da Quinta do Salgueiro, edifício de 1727. A transformação do antigo cemitério junto à Igreja foi também obra nossa. Anualmente e dentro das nossas pequenas possibilidades temos concedido alguns apoios económicos ao nosso Rancho Folclórico. Tem conhecimento que o Rancho Folclórico de S. Guilherme tem o projecto de reconstrução de uma casa-museu, com que apoios

poderá contar da parte da Junta de Freguesia? É do nosso conhecimento a reconstrução da casa-museu na povoação da Magueigia, tendo até acompanhado a Direcção do Rancho para uma entrevista com a Sr.ª Directora dos Serviços Culturais da Câmara Municipal de Leiria, da qual resultou a concessão de uma verba bastante avultada para a aquisição da casa. Espero que surjam outra ajudas. A nível da Junta de Freguesia também foi atribuída uma verba para referida aquisição. Na sua opinião em que é que esse projecto da casa-museu pode-

rá ser uma mais valia para a comunidade da vila? A casa-museu vai ser uma mais valia para Santa Catarina da Serra, pois será aí que serão depositadas e guardadas muitas peças do nosso passado histórico. Neste ano em que o Rancho de S. Guilherme comemora o seu quadragésimo aniversário, qual a mensagem que gostaria de deixar aos seus dirigentes e componentes? A minha mensagem para o nosso Rancho ao festejar o seu quadragésimo aniversário e de que todos os componentes e directores não desanimem e levem por diante, com muita força, os projectos e acções que tencionam realizar com grande êxito.

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ACTUALIDADE

Dificuldades financeiras nos bombeiros

Não é fácil a actual situação financeira da Associação dos Bombeiros Voluntários de Santa Catarina da Serra. Amilcar Guerreiro, presidente da direcção da associação explica que este facto que se fica a dever à falta de cumprimento de compromissos anteriormente assumidos com a corporação. “Em termos financeiros a situação é muito difícil. As entidades a quem temos recorrido, - Junta de Freguesia e Câmara de Leiria - no ano de 2002, ficaram-se pelas promessas ou por pequenos contributos”, lamenta o presidente. Este responsável explica que “a Junta de freguesia, na pessoa do seu presidente, pode ajudar pouco ou quase nada. Contudo, a Câmara de Leiria, para 2003, assumiu o compromisso de assegurar o pagamento de 12 prestações de 1039,16 euros mensais”. Um montante que é insuficiente, assegura. Trata-se de “algo que representa somente 25 por cento das nossas necessidades”. Amilcar Guerreiro lembra que “esta associação tem a seu cargo a responsabilidade de suportar financeiramente os custos com a secção de bombeiros que operacionalmente depende dos Bombeiros Voluntários de Leiria. E todo o tra-

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balho é de louvar”. As dificuldades agora atravessadas pela corporação foram comunicados a José Leitão, governador civil do distrito de Leiria, em reunião recentemente realizada. “O senhor governador ouviu e sentiu as nossas necessidades e ficou o compromisso de fazer o levantamento de toda a situação nas diversas entidades envolvidas. Ficou ainda o compromisso de no curto espaço de tempo tentar encontrar um caminho”, explica. Exemplo da situação difícil que actualmente se vive é sentida ao nível do pagamento dos compromissos para com os membros assalariados da corporação. “Todas as despesas da associação dos últimos seis meses de 2002 e em 2003, estão a ser suportadas pelos elementos da direcção”, esclarece Amílcar Guerreiro. “Para garantir o funcionamento da associação é necessário ter pessoas assalariadas. E para que essas pessoas possam ter atempadamente os seus subsídios e salários, são os elementos da direcção que estão a suportar isso há já alguns meses”. Trata-se de “uma situação incomportável” acentua este responsável. “Como é possível gastarem-se milhares de euros com cor-

pos de bombeiros municipais, quando para suportar uma pequena associação que se dedica a ajudar os outros, com a boa vontade dos homens e mulheres que a ela se dedicam, se regista tanta dificuldade para encontrar algumas dezenas de euros?”, questiona ainda. O presidente da direcção sublinha o empenho de todos os elementos da associação: “Deixo uma palavra de agradecimento a todos os voluntários ao serviço da secção de Santa Catarina pela dedicação que têm tido. E aos voluntários de Leiria, na pessoa do seu comandante Almeida Lopes, agradeço a ajuda que têm dado a toda a equipa de voluntários”. Por outro lado endereça um apelo “a toda a população de Santa Catarina que nos queira ajudar, que nos enviem os donativos, pois muito nos ajudariam a suportar as dificuldades sentidas no dia-a-dia. Num mundo cada vez mais difícil, será que o caminho não passa por ajudar aqueles que querem dedicar um pouco do seu tempo ao voluntariado ?”, reforça. Apesar das dificuldades, a direcção dos bombeiros da serra afirma-se confiante de que 2003 seja mais fácil que o ano transacto.



DESPORTO

Divisão de Honra de Leiria

Emoção vai ser até ao fim Esta época, o campeonato da divisão de Honra de Leiria promete emoção até final. O campeonato tem sido marcado pelo equilíbrio entre os candidatos ao primeiro lugar, onde se inclui a União da Serra, que está envolvida na luta pela revalidação do título que lhe pertence. A equipa de Santa Catarina da Serra segue na terceira posição, com os mesmos pontos do segundo, o Alqueidão da Serra, com menos dois que o líder, o Alcobaça. Nas últimas jornadas, a equipa de Fernando Mateus tem mostrado a sua irregularidade desta época.

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DESPORTO

e SL Marinha, na Marinha Grande. E é precisamente frente ao SL Marinha que a União da Serra disputa o “passaporte” para mais

1.Alcobaça 2.Alq. Serra 3.U. Serra 4.Chão de Couce 5.Praia da Vieira 6.Sp. Estrada 7.Juncalense 8.Marrazes 9.Fig. Vinhos 10.Vieirense 11.ARCUDA 12.Bombarralense 13.Pernelhas 14.SL Marinha 15.Valcovense 16.Guiense

18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18

10 9 9 9 10 9 7 8 6 6 4 5 5 3 3 1

5 6 6 5 2 4 7 4 7 5 8 5 4 4 2 6

3 3 3 4 6 5 4 6 5 7 6 8 9 11 13 11

41-17 31-13 30-12 22-12 24-18 31-18 19-16 27-27 28-33 25-28 13-22 20-30 18-22 17-33 17-42 9-29

PONTOS

Valcovense Fig. Vinhos Chão de Couce Guiense Pernelhas SL Marinha Sp. Estrada Vieirense

1 1 1 0 0 1 1 1

GOLOS

19ª JORNADA Alcobaça Praia da Vieira U. Serra Marrazes ARCUDA Alq. Serra Juncalense Bombarralense

Praia da Vieira U. Serra Marrazes ARCUDA Alq. Serra Juncalense Bombarralense Alcobaça

DERROTAS

2 1 0 0 1 0 5 1

EMPATES

18ª JORNADA Valcovense Fig. Vinhos Chão de Couce Guiense Pernelhas SL Marinha Sp. Estrada Vieirense

VITÓRIAS

DIVISÃO DE HONRA JOGOS

Na 16ª jornada, a equipa perdeu na Praia da Vieira por um golo sem resposta, num jogo onde a equipa se queixou da arbitragem, demasiado permissiva face à agressividade do adversário. Depois, na 17ª jornada, a equipa de Santa Catarina da Serra venceu facilmente em sua casa o último classificado, o Valcovense, por 3-0. Na última jornada disputada, contudo, a 18ª, a União da Serra cedeu novamente pontos, empatando a um golo em Figueiró dos Vinhos. Para o campeonato, neste domingo, a equipa tem um jogo muito complicado, frente a outro candidato, o Chão de Couce, que visita o Campo da Portela. Seguem-se depois jogos frente ao Guiense, fora, Pernelhas, em casa,

35 33 33 32 32 31 28 28 25 23 20 20 19 13 11 9

uma eliminatória da Taça Distrito de Leiria. O jogo é a 2 de Março, no campo de Santa Catarina da Serra.

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ENTREVISTA

“Quero deixar a casa arrumada” tuições estiver à espera de ter dinheiro para fazer obra ... Esta necessidade de estabilização decorre de alguns investimentos mais avultados...

Jorge Gameiro preside há nove anos à Associação para o Desenvolvimento Social da Loureira. Agora fala na possibilidade de sair e dos projectos que estão em aberto para o futuro.

Qual é a situação actual da associação? A associação está numa situação de estabilização financeira. A partir do momento em que a creche ficou a funcionar, houve alguns atrasos da Segurança Social, mas que já estão resolvidos. O apoio domiciliário também está a funcionar a cem por cento. Estamos a pensar avançar para o fim do ano com o Centro de Convívio de Idosos e eventualmente com um posto médico. Neste momento queremos recuperar a estabilidade financeira da associação. Em Novembro do ano passado tínhamos uma dívida de aproximadamente 35 mil contos, actualmente cifra-se em cerca de 22 mil contos. A nossa ideia é chegar a uma situação mais estável. Não podemos objectivar não dever nada, porque se este tipo de insti-

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O último e maior investimento que fizemos foi a creche, na ordem dos 30 mil contos. E não houve financiamentos exteriores, pelo menos até ao momento. Foi totalmente custeado pela colectividade, graças a ofertas de pessoas. Só nos aguentamos, porque temos pessoas que nos emprestam dinheiro, actualmente são cerca de 15 mil contos e temos algum crédito no banco. Só assim conseguimos estar quase ano e meio sem acordo com a Segurança Social. O acordo nunca esteve em causa, mas as alterações governamentais provocaram atrasos nos pagamentos. Uma colectividade que se propõe avançar sozinha com este tipo de investimento, implica ter a certeza dos apoios das pessoas? A única certeza que temos é que precisamos de fazer obra. E nunca tive dúvida de que as pessoas apoiavam mediante a obra feita. Desde o início tem sido assim. As pessoas comparticipam, a obra neste momento deve contar com um custo total na ordem dos cem mil contos e a comparticipação oficial deve rondar os dez por cento. Foi dizer e fazer. Uma vez estabilizada a situação, já há projectos para o futuro? Há. O edifício está utilizado a menos de 50 por cento. O rés-dochão está a cerca de 60 por cento e o primeiro andar tem uma sala a funcionar – a sala Millenium – e uma outra onde o grupo coral faz os ensaios mas não está acabada.

No imediato queremos avançar com o centro de convívio de idosos e avançar com o posto médico. Mas será necessário ver se será ou não viável. Pretende-se abrir uma extensão de saúde? Uma extensão de saúde que não seja oficial. Ainda não sabemos em que moldes irá funcionar. No primeiro andar temos ainda uma sala que será para ginásio e fisioterapia. Numa outra sala funciona o grupo de jovens e temos ainda o Coro de Santa Marta que tido muita adesão. Fala-se com frequência da crise do associativismo e da falta de participação das pessoas. Aqui sente-se essa situação? Um projecto é sempre difícil. As pessoas participam pouco. A participação é mais monetária que de outra forma. Mas se dissermos que temos um projecto e que precisamos de dinheiro para avançar, não funciona. Fazemos o projecto, recolhemos opiniões. As pessoas ficam contentes e gostam de ver feito mas a participação é muito difícil. Actualmente as colectividades não podem funcionar apenas com um café aberto e pouco mais... A colectividade deve tentar ser o mais auto-suficiente possível. Estar dependente implica não fazer. Se estivéssemos dependentes de organismos estatais não teríamos feito o que fizemos. O bar a funcionar vai-nos dando algumas verbas que permitem aguentar a situação e avançar com algumas obras. Mas temos de avançar com outras situações, festas e não só. No último fim-de-semana de Abril vamos voltar a realizar as


ENTREVISTA

tasquinhas. A edição deste ano vai ter provas de ciclismo juvenil federado e várias actividades de animação. E se conseguirmos ficar com alguma receita tanto melhor. Neste momento a associação tem uma capacidade – contando com festas e todas as actividades – de conseguir cerca de 12 mil contos por ano. Esperava mais apoio a nível oficial? Nunca esperei. Inicialmente chegámos a pensar em candidatarmonos a um fundo comunitário, mas é muito complicado e moroso e desistimos. Decidimos avançar. Penso que os apoios oficiais serão

mais importantes durante o funcionamento. Está optimista em relação ao futuro da colectividade? Não tenho razões para não estar optimista. A pouco e pouco vão-se criando as estruturas. E estamos apostados em criar uma instituição auto-suficiente. Fátima está muito próxima de Loureira. A colectividade é um factor de união que evite a diluição da Loureira com a cidade de Fátima? Não porque as pessoas são um pouco fechadas com a localidade.

As pessoas preservam muito a sua identidade. Talvez numa próxima geração. E espero que as pessoas continuem disponíveis para ajudar. É pena termos um edifício que não está a ser usado em pleno. Mas se não for este ano, pode ser que no próximo ano numa nova direcção com nova vida ... Mas não conta continuar na presidência? Em principio não. Já estou há nove anos à frente da colectividade. Gostava que aparecessem outras pessoas. Daí estar preocupado em deixar a casa arrumada. Logo se vê.

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ENSINO

Desporto Escolar

Alunos do 1º Ciclo convivem na Escola Sede O Agrupamento Vertical de Escolas e Jardins da Serra, vem proporcionando aos alunos diversas actividades inseridas em clubes ou projectos educativos, como complemento da formação curricular. O projecto do desporto escolar, com coordenação do desporto escolar de Leiria, está a desenvolver-se, uma vez por semana, nas escolas do 1º ciclo do agrupamento nas modalidades de “Bola ao Capitão” jogo de sensibilização para o andebol no primeiro período, futebol de sete no segundo e atletismo no terceiro. Uma vez por mês, tem lugar na EBI, escola sede, o encontro dos alunos inscritos no projecto, nas diversas escolas, onde para além de competirem entre si de forma saudável, mas empenhada, têm um lanche oferecido e oportunidade para visitarem as instalações, nomeadamente a Mediateca, a Sala de Informática, a Secretaria, o Bar e o Conselho Executivo. Com o encontro dos alunos na escola sede pretende-se criar o espírito de unidade, um dos princípios básicos, que orientam a formação dos agrupamentos. De realçar a estreita colaboração entre a escola e o poder local substanciada na cedência da carrinha para o transporte dos alunos. O Conselho Executivo

Agrupamento Vertical de Escolas e Jardins da Serra

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ACTUALIDADE

As contas da Quinta do Salgueiro Nos dias 9,10 e 11 de Agosto do ano 2002 decorreram as festas na Capela da Quinta do Salgueiro. O objectivo desta festa é a angariação de fundos para a reconstrução do imóvel que se encontra muito degradado. Para a angariação de fundos recorreu-se, como de costume às tradicionais “tasquinhas”. O evento foi da responsabilidade de quatro moradores das povoações de Casal das Figueiras, Gordaria, Quinta do Salgueiro e Cercal designada por “Comissão gestora de donativos da capela”.Nas tasquinhas foram servidos os pitéus da região e vinhos. O serviço de cozinha esteve a cargo de duas senhoras, coadjuvadas por jovens; os serviços de balcão e de mesas foram desempenhado pelos membros da comissão e seus familiares.À noite

actuou um agrupamento musical da região.A celebração da eucaristia esteve a cargo do Sr. padre Manuel João, da Ordem dos Combonianos, que se encontrava de férias nesta freguesia, substituindo o pároco P.e Verdasca, que esteve ausente da terra. A receita do peditório da missa rendeu cerca de 100,00 euros e foi na sua totalidade entregue àquele missionário para as missões de África, da sua responsabilidade, porque, vem sendo norma, todas as receitas para o culto católico, não entram nas contas da Comissão. A Junta de Freguesia ofereceu à capela os vazos sagrados e vestes paramentais necessárias para a celebração da eucaristia e algum mobiliário, ficando a fazer a fazer parte do seu património.O saldo da festa do ano de

2001 foi de 3.307,91 euros. O saldo da festa de 2002 foi de 2.243,31 euros.O total acumulado é de 5.551,22 euros, cuja importância se encontra depositada numa instituição bancária da freguesia, em nome da referida comissão. Todas as despesas efectuadas na conservação e limpeza do edifício, aquisição de mobilários antigos e imagens, ligações de água e electricidade, têm sido suportadas pela referida Junta de Freguesia. A celebração da eucaristia nas festas do ano 2001 foi da responsabilidade do pároco Sr. P.e Mário Verdasca, tendo oferecido os seus serviços à capela. Nota: No fim de recuperado o imóvel, este poderá passar para a paróquia ou diocese, conforme o que vier a ser negociado.

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