vozdaserra2003.09

Page 1

António Oliveira fala da paixão pelos moìnhos Págs. 12 e 13

IC9 vai passar em Santa Catarina

SETEMBRO 2003

ANO 2

Nº 16

Esta revista é um suplemento local que integra a edição n.º 3469, de 12 de Setembro de 2003, do Semanário REGIÃO DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.

Págs. 8 e 9

Joana Fartaria, actriz da Loureira

Jovem estrela Págs. 4 a 7



FÓRUM FICHA TÉCNICA DIRECTOR: Francisco Rebelo dos Santos DIRECTOR-EXECUTIVO: Pedro Costa EDIÇÃO: Carlos Santos Almeida Conselho dinamizador: Armando Costa Armindo Neves David Vieira Domingos Neves Fausto Neves Jaime Silva Joaquim Rodrigues Jorge Primitivo José Augusto Antunes José Carlos Rodrigues Lino Pereira Manuel Silva TEXTOS: Carlos S. Almeida Sílvia Reis Sónia Gomes FOTOGRAFIA: Joaquim Dâmaso e arquivo do REGIÃO DE LEIRIA PAGINAÇÃO: Departamento Gráfico do Região de Leiria PUBLICIDADE: Lídia Órfão Tereso Patrocinadores Permanentes: Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra LubriFátima Socoliro Maia – A. Ferreira das Neves Herdeiros, Lda. Armindo Pereira e Neves, Lda. Hiperclima Construtora do Lena JRP J. Primitivo Madeiras, S.A. Manuel da Costa e Silva, Lda. Construções J.J.R. & Filhos, S.A. Lenobetão IMPRESSÃO: Mirandela SA TIRAGEM: 2.500 exemplares Esta revista é suplemento local que integra a edição n.º 3469, de 12 de Setembro de 2003, do Semanário REGIÃO DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.

INDICE Entrevista . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Nó do IC9 na Freguesia . . . . . . . 8 Saneamento em 2004 . . . . . . . 10 Moleiro de Pinheiria . . . . . . . . 12 Festa Grande . . . . . . . . . . . . . . 14 Festa do Emigrante . . . . . . . . . 16 Regresso às aulas . . . . . . . . . . 18 Inquérito

. . . . . . . . . . . . . . . . . 20

Desporto . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Restaurante . . . . . . . . . . . . . . . 23

Participe A sua opinião conta. A VOZ DA SERRA tem em funcionamento um Ponto de Apoio ao Leitor na Papelaria Bemposta, no centro da vila de Santa Catarina da Serra. Porque a participação activa dos nossos leitores é essencial, agora existe um local onde pode deixar as sugestões de assuntos que gostaria de ver abordados, textos para publicação, pagamento de assinaturas e entrega de publicidade. A interactividade com o leitor é uma das nossas preocupações. Ajude-nos participando. Dependendo da disponibilidade gráfica ou da pertinência noticiosa, a sua participação encontrará eco na VOZ DA SERRA e /ou Região de Leiria.

Sonhos trá-los o vento Por vezes, torna-se importante olharmos para os valores que nasceram à nossa volta, que vimos crescer. Joana Fartaria é merecedora de destaque na presente edição da revista VOZ DA SERRA. Esta jovem, natural da Loureira, é o rosto da região, e em boa verdade, desta freguesia, no mundo da arte teatral. Nos últimos Globos de Ouro da Sic ela esteve entre as nomeadas. Assim, também podemos reclamar que de cert a forma, t ambém Santa Catarina da Serra esteve representada no naipe de candidatos a tão significativa distinção. Mas o destaque dispensado a esta jovem actriz não nasce do dourado dos globos. Antes da necessidade de percebermos a importância de perseguir os sonhos. Para a Joana, o importante é alimentar a vocação. Tem-no conseguido. E está de parabéns. É, afinal, um exemplo para nós. Quantos sonhos individuais ou colectivos guardamos na gaveta da memória sem esperança de os tornar reais? Este é um caso que dá resposta a essa questão e permite perceber que por vezes é bom arriscar. Que o diga também António Oliveira, moleiro da Pinheiria. Desde novo que alimenta a paixão pelos moinhos. É um sonho que vem com o vento, e que Oliveira teima em perseguir.

3


ENTREVISTA

Joana Fartaria, actriz natural da Loureira Com apenas 25 anos, Joana Fartaria foi nomeada para os Globos de Ouro da SIC. De repente as atenções voltaram-se para aquela jovem da Loureira, freguesia de Santa Catarina da Serra. Foi a sua interpretação da personagem Pórcia do “Mercador de Veneza” que motivou o reconhecimento. Este ano, Joana Fartaria preenche seis dias da semana com o seu último projecto. Vai estrear em Outubro no Teatro Aberto, no Porto, e chama-se “O bobo e sua mulher esta noite na pancomédia”, encenado por João Lourenço. Como é que a Joana Fartaria chegou ao teatro ? Como todos os estudantes, cheguei a uma altura em que não sabia o que deveria seguir. E foi um pouco por acaso que entrei no curso de artes do Centro de Estudos de Fátima. À partida pensava que seria de Artes Plásticas, mas saíram-me na rifa Artes Dramáticas. De início não sabia bem o que era, tivemos teatro e dança e comecei a achar que talvez fosse algo que gostaria de fazer no resto da vida. Depois do secundário tentei entrar para o Conservatório. Consegui. E felizmente não tenho tido muitos obstáculos no percurso. A aptidão para o teatro sentiu-a desde criança, ou descobriu-a mais tarde? A minha mãe diz que quando era pequena falava sozinha, não sei se seria um indício. Sempre gostei do universo da fantasia e a da ficção. Isso sempre me atraiu. Na escola primária fiz teatro, nas pecinhas de escola, como toda a gente, mas não dava muita importância à questão. E quando no

4

como uma bola de neve. Como foi a experiência de participar no tele-filme? Foi muito bom. Deu-me muito prazer. Fiz sobretudo formação de teatro, embora também tenha feito formação de televisão e cinema porque achei que era importante. Na escola essa não é uma área muito desenvolvida. Fiz o tele-filme através de um “casting” banal e fui escolhida. Não tinha cunhas (risos). Foi muito interessante e gostei muito de o fazer.

secundário apareceu essa possibilidade mais a sério, percebi que não era apenas uma curiosidade. Pensei que seria possível seguir esse percurso. Mas quando cheguei ao Conservatório tive a certeza. Foi difícil e deu trabalho, e sempre que temos trabalho a fazer as coisas percebemos se queremos mesmo. E aí percebi que era isso mesmo que queria. Este é um caminho que não se escolhe por acaso. É preciso força de vontade para continuar. Como é que chegou aos palcos de forma mais profissional ? Depois de fazer a formação na escola, que além da formação nos dá uma ideia de como é a vida profissional, comecei a querer trabalhar. Avancei com uma encenação minha. Um projecto meu, encenado e produzido por mim, uma coisa muito caseira. Surgiu depois a oportunidade de fazer um tele-filme - “Um homem não é um gato” - , e foi óptimo. Depois do filme as coisas aconteceram

A experiência à frente das câmaras, sem o contacto directo com o público, é para repetir ? Gostava muito de continuar. Este ano tive dois convites para projectos de cinema, mas infelizmente não tive possibilidade de os realizar porque estava a fazer teatro. O teatro é muito absorvente e o horário de trabalho é muito exigente. Mas gostaria de continuar a fazer, pelo menos, pequenas experiências. As suas raízes estão em Leiria, mais concretamente na freguesia de Santa Catarina da Serra. O seu percurso era possível naquela região ou Lisboa é incontornável para a profissionalização? Depois de ter terminado o secundário estive um ano a colaborar com o grupo de teatro “O Nariz”. Foi óptimo para mim. Trabalhava com pessoas da região e era uma aproximação ao que viria a fazer, porque o projecto que tínhamos era de teatro universitário. E na altura pensei se seria possível ficar por lá. Mas a oferta cultural na nossa zona é reduzida e não me parece que tivesse um ordenado mensal e trabalho todo o ano. Se esta é a minha profissão


ENTREVISTA eu tenho de trabalhar todos os dias e todos os meses. E na nossa zona é um pouco complicado, mas tenho esperança que venha a ser possível a curto prazo. Não afasta a possibilidade de se dedicar àquela zona se as condições o proporcionarem? De maneira nenhuma, eu gostaria muito. Pontualmente faço projectos de encenação para Leiria e Ourém. Até porque temos salas e temos público. Essa é uma situação que ainda não se proporcionou, mas espero que se venha a proporcionar. Chegou a colaborar com o Centro de Estudos de Fátima a nível pedagógico... Colaborei durante o ano passado. Este ano lectivo não tenho disponibilidade. Foi uma experiência muito grata para mim e decorreu no Centro de Estudos de Fátima e no Colégio do Sagrado Coração de Maria, instituições que frequentei como aluna há bem pouco tempo. Há a ideia de que o público não tem apetência para o teatro e estamos a viver no monopólio da televisão. Nessa geração mais jovem com quem trabalhou verificou a motivação para o teatro? Estamos num momento muito complicado. Acresce que com a crise instalada não há tempo nem dinheiro para a cultura se desenvolver. No entanto, tive a oportunidade de trabalhar em Almada durante um ano e a Companhia de Teatro em Almada tem uma política de públicos muito particular. É uma política de teatro para toda a gente. Não no sentido de fazer teatro para as pessoas gostarem mas sim incentivar as pessoas a irem ao teatro. É um trabalho meritório. Enquanto estive a trabalhar lá tínhamos a sala cheia quase todos os dias e recebia críticas e elogios no barco - no percurso

que fazia para ir trabalhar. Isso é incrível, porque não era a elite que ia ao teatro eram as pessoas banais que trabalham. A companhia prova com a sua campanha de marketing que consegue levar as pessoas ao teatro. Nem todas as companhias têm esse tipo de postura e nem todos os projectos se prestam a isso. Mas acho que é possível e para cada público é necessária uma determinada abordagem. Mas a cultura dominante é televisiva. E mesmo a cultura geral das pessoas é de jornais e revistas, ninguém lê livros. Nos alunos que teve à sua frente, reviu o seu percurso. Há de facto algum potencial? Certamente, nos dois locais. No Colégio Sagrado Coração de Maria, onde fiz um trabalho distinto - fiz um clube de teatro com jovens - eram pessoas interessadas e motivadas. E vi pessoas incríveis. Começámos em Setembro e em Dezembro eram pessoas completamente diferentes, nomeadamente na maneira como desenvolveram o olhar para o teatro. Notaram-se alterações assinaláveis. E é claro que me revi, principalmente nas pessoas do Centro de Estudos de Fátima porque estive lá e porque senti que eles sentiam. E vi pessoas com muitas qualidades para prosseguir. Como é ter de personificar vivências que não são suas e personagens que não são a Joana Fartaria? Requer uma grande coragem de não nos mostrarmos a nós, de nos anularmos. Mas temos tendência a fazer o que somos. Imagine-se que a personagem é um psicopata assassino, não queremos fazer um psicopata assassino mas sim dar a opinião sobre o psicopata assassino, o que está errado. Temos de resistir a essa tentação, porque nenhuma personagem é

má - nem mesmo um psicopata assassino - e temos de fazer todas as personagens com entrega. E para tal, temos de nos anular um pouco. E isso custa muito. Houve papéis que lhe custassem particularmente? Todos os papéis custam, mas tenho tido a felicidade de todos os papéis me conquistarem. Há sempre situações em que resistimos, mas há momentos de encantamento e de paixão, numa identificação e entrega total. Qual é a pele que a Joana Fartaria veste actualmente? Neste momento estou a trabalhar num projecto do Teatro Aberto - a peça “O bobo e sua mulher esta noite na pancomédia” - que envolve muitas personagens. E cada um interpreta várias personagens - à excepção do protagonista, João Reis - e ainda não estão muito definidas. Mas neste momento, uma das personagens que me está a dar muito gozo experimentar - mas ainda não sei se a ganhei para mim - é uma louca. É sempre interessante experimentar um certo desequilíbrio, que todos temos. Como surgiu a nomeação nos globos de Ouro da SIC ? Notou alguma diferença de tratamento e maior visibilidade depois dessa nomeação? Penso que a nomeação foi um engano... Acha que sim? Acho que sim (risos). É claro que me senti muito honrada. Foi uma surpresa enorme, eu não fazia ideia nenhuma. Eu fui contactado pela SIC, mas foi para o meu local de trabalho e na altura eu não estava em ensaios. Acabei por saber da nomeação por uma revista. E foi uma grande surpresa. Agradável, claro. Mas foi surpreendente pelo meu curto percurso. Fui nomeada logo no

5


ENTREVISTA meu grande trabalho como profissional. Fica-se com a sensação de que acertamos nalguma coisa, mas não sabemos bem. É um pouco estranho, porque sinto-me deslocada. Não sei se o tratamento mudou muito. As pessoas no meio teatral não dão excessiva importância a projecções públicas, felizmente. O meu trabalho continua o mesmo depois de ter sido nomeada. Mas às vezes as pessoas dizem que me conhecem de algum lado e nunca digo de onde. E perguntam se não faço televisão. É sempre confragedor sermos conhecidos, mas nunca tive nenhuma situação desagradável. Não faz televisão. Mas há a possibilidade de vir a fazer? No meu trabalho não posso fechar os campos. Até agora não surgiu nenhuma oportunidade que considerasse ser no momento certo. Se surgir algum projecto que me interesse e se for a altura certa, certamente. A televisão que se faz actual-

6

mente interessa-lhe ou aguarda por outras possibilidades? Não vejo projectos pelos quais me apaixone. A televisão não está num momento muito feliz. Há uma série de projectos um pouco banais. Mas também é uma linguagem que ainda não experimentei e seria uma experiência enriquecedora. Contudo, custa um pouco deixar o calor do teatro para trabalhar numa coisa muito fria. Como tem sido a sua integração no meio teatral? Tem sido óptima. Não sei se tenho tido sorte ou se é mesmo assim. Tenho encontrado pessoas fantásticas e tenho feito amizades no trabalho. E tenho a sensação de ir contente para o trabalho. Até vou almoçar com as pessoas mais cedo, o que é óptimo. O que é que mais gosta no teatro? É difícil dizer. Mas o que gosto mais do meu trabalho é o facto de num momento estar tudo na

minha mão. Pode fazer-se os ensaios que se quiser e podem dirigir-me como quiserem, mas naquele momento a responsabilidade é totalmente minha. E isso sabe muito bem. Se falhar, falho redondamente, claro. Mas é esse risco que dá gozo. Apesar da experiência, tem o nervoso “miúdinho” antes de entrar em palco? Tenho hábito de dizer que não tenho esse nervoso. Ainda que todos tenhamos. Mas sinto que não tenho aquele nervoso que nos tolda os braços e a voz. No dia da estreia não costumo sentir-me nervosa, no entanto passados dois dias tenho dores de estômago e umas coisas estranhas que não sei de onde vêm ... o que deverá querer dizer alguma coisa. Gosta da cidade de Lisboa, onde mora ? Morei sempre na Loureira, mas estava sempre dividida entre Loureira e Fátima, porque estudei em Fátima. Não sabia bem onde era o meu sítio. Senti - espero que


ENTREVISTA caiu-me nas mãos. Aí senti o que queria fazer. Depois interpretei a Irina das “Três Irmãs” de Tchekov, que é outra personagem clássica, mítica e que toda a gente gostaria de fazer. E fi-lo no meu terceiro projecto. Recebi, de repente, essas prendas. O que há mais para desejar? Em termos de personagens clássicas, essas duas colmataram praticamente os meus desejos. Todas as personagens são um desafio e é claro que há uma série de personagens de Shakespeare que gostaria de fazer ...

Leiria não fique zangada comigo - quando cheguei a Lisboa que esta cidade era um pouco minha. Identifico-me muito com a cidade e se puder vou ficar por aqui. Há algum actor ou actriz que lhe sirva de exemplo? O Diogo Dória é um actor que admiro imenso. Acho que o trabalho de actor não é só feito da capacidade de representar, mas também de opções e percursos. E considero admirável o percurso do Diogo Dória, porque é uma pessoa que consegue trabalhar muito à margem das políticas, instituições, companhias e do que é confuso e não interessa muito. Trabalha sempre com uma qualidade imensa, em projectos completamente distintos mas sempre com escolhas muito acertadas. E como é que vê o seu futuro nesta actividade? Se não acontecer nada, não podemos ficar à espera. Nunca esperei que as coisas viessem ter comigo, fiz sempre alguma coisa. E tenho feito alguns projectos de encenação que pretendo continuar também para definir um projecto meu que me possibilite chegar ao público de outra forma. Pode passar-se uma vida toda sem se encontrar a vocação. No seu caso, encontrou-a? Acho que sim. Sinto isso todos os dias. Ainda não acordei um dia de manhã a pensar que não era isto que queria. Mas já pensei que era uma chatice não gostar de outra coisa, porque a profissão tem coisas aborrecidas. Apesar da crise, dá para continuar a trabalhar como actriz? Está confiante? Sim, tenho uma confiança um pouco ingénua, mas tenho conseguido. Mas depende dos objectivos das pessoas, ainda que seja necessário fazer algum tipo de

concessões para fazer este tipo de trabalho. Tenho conseguido, talvez com alguma sorte. Além de fazer teatro, costuma ir ao teatro? Costumo, mas quando estamos a trabalhar vemos pouco teatro. Trabalhamos à noite quando e folgamos à segunda, dia em que não há teatro. Por acaso, actualmente, folgo ao domingo, mas é complicado voltar ao teatro no dia de folga. Tento acompanhar o que se passa e gosto muito de ir ao teatro. Há algum papel que ainda não tenha desempenhado e que gostasse de fazer? Confesso que não. Quando comecei fiz uma personagem que é mítica, que todas as boas artistas fizeram e que se enquadra nesse conjunto de personagens que fazem parte dos objectivos de uma actriz. Comecei por acaso e

Em todo este projecto, como tem sido o papel da família? De início foi muito complicado. Quando decidi que queria seguir este percurso, os meus amigos tentaram demover-me, pelas melhores razões do mundo. Trata-se de um meio arriscado e todos conhecemos as razões. Compreendo essa atitude, mas na altura não compreendi. Mas a partir da altura que perceberam que era o que eu queria fazer e depois do reconhecimento público, toda a gente gosta do que faço e acompanham o meu trabalho. Este ano, colegas meus da escola primária vieram ver-me ao teatro, o que me deixou feliz. E a minha mãe vê todos os meus espectáculos. De Leiria tem ecos de reconhecimento do seu trabalho? Os ecos são mais daqui. Ainda assim, acontecem boas surpresas. E quando comecei a dar aulas no CEF, percebi que havia um grupo de pessoas que me tinham ido ver em “As três irmãs” e isso sabe muito bem. Visita Santa Catarina da Serra e Leiria, ou a sua agenda ocupada não lhe permite deixar a capital? Tento. Costumo conseguir quando tenho folga, pelo menos, visitar a minha mãe. Tento manter esse contacto.

7


ACTUALIDADE

IC9 com nó em Santa Catarina

É provável que o Itinerário Complementar 9 (IC9) venha a ter um nó na freguesia de Santa Catarina da Serra. Essa intenção do Instituto de Estradas de Portugal consta no esboço corográfico do sublanço Fátima-Batalha daquela via, enviado à redacção do REGIÃO DE LEIRIA. Se assim for, o troço que parte de Toma, passa por Alburitel e tem continuidade próximo da cidade de Ourém (a norte ou a sul - existem pelo menos três traçados possíveis) terá continuidade na freguesia de Atouguia, que faz fronteira com Santa Catarina da Serra e com o concelho de Leiria. É exactamente nesta freguesia que o Instituto de Estradas de Portugal admite a possibilidade de um nó. Este nó teria depois

8

ligação à estrada que atravessa o lugar de Pedrome, passando por Loureira e terminando na cidade de Fátima. Além deste nó, aquele organismo projecta um outro para um local próximo da freguesia de Chainça que terá continuidade até ao concelho da Batalha. Este traçado está em fase de estudo prévio, refere o esboço corográfico. O It iner á rio Complement ar 9 visa ligar Nazaré a Ponte de Sôr. Terá como pontos intermédios Alcobaça, Batalha, Fátima, Ourém, Tomar e Abrantes. Até ao momento o lanço Nazaré-Alcobaça, com cerca de 17 quilómetros de extensão, encontrase a ser estudado a nível de projecto de execução. Este projecto, admite o Instituto de Estradas de

Portugal, terá a sua conclusão até ao final do ano. Já o troço Batalha-Ourém que poderá vir a ter os nós que acima referenciámos, encontra-se na fase de estudo prévio, embora os respectivos estudos de impacte ambiental ainda tenham de ser objecto do processo de avaliação por parte do Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente. Como o parecer deste ministério é vinculativo, o planeamento final deste itinerário depende da aprovação dos estudos prévios.

Um longo processo Domingos Neves, presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra, diz à Voz da


ACTUALIDADE Serra que deixou de acreditar no Itinerário Complementar 9. Porquê? “Por causa da demora na sua concretização”, explica o autarca, que lembra: “para mim, o IC9 começou há 14 anos”, exactamente quando entrou para a Junta de Freguesia. “Em 14 anos não vi nada”, refere Domingos Neves, frisando que o projecto e a possibilidade de o IC9 vir a ter um nó na freguesia “é importante em termos de desenvolvimento”. Mas o responsável vai mais longe: “é importante ainda para descongestionar o trânsito na estrada nacional 113 que tem sempre muito trânsito para Ourém e Tomar”. Domingos Neves adianta que “o IC9 continua no papel” e critica a morosidade do Estado face a um

projecto que é considerado relevante para a região. “Primeiro disseram-me que o IC9 atravessava a sede de freguesia. Depois disseram que ia ser feito na parte baixa da freguesia, na extrema com a freguesia de

Fátima. Mais tarde disseram-me que tinha uma saída nos Cardosos passando pelo Vale Maior”, afirma Domingos Neves. A partir daqui, lembra o responsável, nunca mais tomou conhecimento de como se encontrava o processo.

9


ACTUALIDADE

Saneamento só em 2004 Tudo indica que a partir do próximo ano avancem na freguesia de Santa Catarina da Serra as obras de saneamento. Quem o garante é a presidente da Câmara Municipal de Leiria, Isabel Damasceno. Depois de já ter mostrado o seu empenho em avançar com a obra, numa entrevista à revista Voz da Serra no mês de Abril do ano de 2002, a autarca reafirma a intenção de avançar com as obras de saneamento no terreno. Contudo, desta feita, a data avançada sofre uma alteração. Na entrevista de Abril de 2002, Damasceno dizia acreditar que o saneamento na freguesia poderia avançar em 2003. Actualmente, o adiamento dessa meta parece irreversível. De facto, em resposta à Voz da Serra, a autarquia sustenta que no que se refere à área de de saneamento na freguesia de Santa Catarina da Serra, “os projectos de intervenção estão na sua maioria concluídos”. Todavia, adianta ainda a Câmara Municipal de Leiria, foi tomada a opção estratégica de “conciliar estas obras das redes em baixa com as redes em alta, a cargo da Simlis - Saneamento Integrado dos Municípios do Lis, SA”. Perante este cenário, o executivo liderado por Isabel Damasceno prevê avançar com as obras de saneamento no terreno somente no próximo ano. As obras de saneamento são a fase seguinte na dotação de infraest r uturas subst a ncia lmente importantes para o incremento da qualidade de vida na freguesia e de que o abastecimento de água foi o primeiro exemplo de vulto. De facto, e como sublinha a autarquia leiriense, o sistema de abastecimento de água à freguesia de Santa Catarina da Serra está completo através de um sistema

10

adutor que vem da Barragem de Castelo de Bode, estando por isso a rede estruturada. Acrescenta ainda que, “no ano transacto, houve um reforço da rede, abrangendo as zonas de Pedrome e Magagia”. E “ainda este ano estão previstos alguns melhoramentos pontuais”, reforça.

Zona industrial no PDM Recorde-se que o saneamento é uma das prioridades das autoridades locais da freguesia, a par da necessária criação de espaços destinados aos investidores que queiram expandir as suas actividades na freguesia. Em concreto, a necessidade de criar uma zona de vocação indústrial e que dessa forma seja consignada no Plano Director Municipal, é uma das necessidades já diversas vezes sublinhadas. Quanto a essa ques-

tão, a Câmara de Leiria explica que “propôs uma área empresarial no âmbito da revisão do PDM, aguardando neste momento o parecer final da Comissão Técnica de Acompanhamento”. Em suma será necessário aguardar pelo final do actual processo de revisão do PDM para que seja possível perceber o espaço que a actividade industrial passa a dispor na freguesia. Por último, em relação a outro importante projecto em curso na freguesia, a Zona Desportiva – que implicará a criação de um pavilhão e piscina, a Câmara de Leiria recorda que para além de já se ter registado a cedência de terreno através de direito de superfície, “poderão ser equacionados apoios no âmbito do PAAD (Programa de Apoio ao Associativismo Desportivo) e mediante a apresentação das respectivas candidaturas”.


ACTUALIDADE

Nova extensão prioritária Novas instalações para a extensão de saúde de Santa Catarina da Serra são uma das prioridades para o director do Centro de Saúde Gorjão Henriques, de Leiria. José Luís Brandão, director daquele centro de saúde, do qual depende a extensão de Santa Catarina da Serra, adiantou à VOZ DA SERRA que esta extensão se encontra nas suas três prioridades. De resto, foi uma das situações que inscreveu num relatório recentemente elaborado e no qual dava

conta das principais necessidades do Centro de Saúde que dirige. “Para já não tenho conhecimento de planos para intervir em Santa Catarina da Serra, no entanto a questão das instalações coloca-se e foi por mim referida num relatório que realizei para um plano de remodelação do Centro de Saúde”, explicou o clínico à Voz da Serra. Recorde-se que aquela extensão de saúde funciona em instalações cedidas e em condições aquém do desejável. Nela prestam serviço três médicos.

11


ENTREVISTA António Oliveira tem 80 anos de idade e uma paixão que lhe durou toda a vida. Essa paixão tem um nome, são os moinhos. Não sabe de onde veio esse gosto pelas engenhocas que vão buscar ao vento a força para mover mós que exigem um esforço hercúleo para se dignarem a deixar a posição de descanso. Estar-lhe-á no sangue? Não sabe. O certo é que já em 1940 os moinhos eram uma fixação. Nessa altura falou com os pais. Aqui importa deixar claro que António Oliveira não inventou esse gosto pelos moinhos. Afinal já o seu avô e os seus tios estavam ligados a esta coisa de roubar ao vento a força que faz pão. Mas, explicava, falou com os pais. Queria um moinho. E o moinho lá nasceu para os lados da Pinheiria. Aos 16 anos o moinho era parte da vida de Oliveira. Não fora o “grande ciclone” e aquele moinho estava fadado ao sucesso. Mas “o grande ciclone”, que como conta António Oliveira “tinha a forma de um barco”, provocou- lhe grandes danos. “Foi medonho”, conta. Porém não desistiu. As imagens de árvores arrancadas ainda lhe permanecem na memória, mas o ciclone de 15 de Fevereiro de 1941 acabou por ser apenas um episódio numa vida dedicada aos moinhos.

12

Vida com sabor a brisa

Não importa que o pai tenha vendido o moinho. Pouca relevância tem que tenha deixado a terra para trabalhar no Hospital de São João de Deus. “Continuava com a ideia do moinho”, diz. Casou-se, foi para França, “mas tinha aquela ideia à mesma”. Mas lá começou a comprar moinhos. Tinha um moinho que só trabalhava quando António Oliveira voltava de terras gaulesas. Quando regressava à

sua pátria de trabalho, o moinho permanecia divorciado do vento, à espera do mestre. Mas com a reforma veio o tempo para o moinho e para a agricultura. Agora, aos poucos dedica-se aos dois moinhos que tem na Pinheiria. O moinho que tem às portas de casa merece-lhe agora os seus melhores cuidados. O eixo está no chão e está a ser preparado para voltar a aproveitar-se


ENTREVISTA

do vento. Para já, António Oliveira alimenta os dias a repará-lo e a recordar os tempos em que a freguesia dos moinhos era mais que muita. “Eu tinha muita freguesia”, conta. Muito puxou na altura pelo corpo António Oliveira. Pesadas cargas de milho que transportou às costas para que fossem moídas. Agora paga esse esforço com alguns problemas de saúde.

Acresce que se trabalhava de sol a sol “, e não se comia bacalhau como se come agora”, recorda.

Conhecer o vento “Temos de conhecer o tempo”, sublinha. Os meteorologistas têm os aparelhos e acertam muitas vezes, mas António Oliveira prefere confiar nos ensinamen-

tos que lhe demoraram anos a acumular. “Até o nosso corpo dá sinais de mudança de tempo”, revela. É sobretudo necessário perceber o vento e o tempo. O moleiro Oliveira elege Outubro como um dos melhores meses para içar as velas e navegar no vento. Não sem sustos, conta. “Já vi a morte à frente dos olhos”. Cortar o vento não é fácil e por vezes até mesmo o mais experiente apanha sustos. Mas nem o tempo não é o mesmo de outras épocas. Mudou e muito, confessa. “Ainda agora tivemos muito calor e pouco depois estava frio, não é normal”, diz. Esta é uma arte que não vai ter continuidade. “Qualquer dia acaba”, diz António Oliveira que não tem a quem passar os ensinamentos. Excepção feita ao seu amigo da Fazarga que tem dois moinhos, e com quem troca experiências. Dentro em breve, acredita, já ninguém saberá sequer construir um moinho de raiz. Para já, o moleiro da Pinheiria teima em continuar a tomar conta dos seus dois moinhos. “Quero continuar, ainda tenho aquela coisa pelos moinhos e às vezes penso que ainda sou novo”, exclama. Quanto ao vento, esse soprava-lhe na cara vindo de norte.

13


ACTUALIDADE

Festas do Sagrado Coração de Jesus “O balanço foi francamente positivo”. É assim que a organização da Festa Grande se refere aos festejos realizados em Santa Catarina nos passados dias 15, 16 e 17 de Agosto. Esta festa, em Honra do Sagrado Coração de Jesus, é habitualmente organizada pelos Santa Catarinenses que completam 40 anos. Este ano coube aos nascidos em 1963 a organização e foram cerca de 70 aqueles que participaram activamente nos festejos. Vieram, inclusivamente, pessoas do estrangeiro e de outras freguesias que nasceram em Santa Catarina mas saíram desta freguesia novos, acontecendo também a situação inversa: pessoas que mesmo não tendo nascido em Santa Catarina vieram morar para a freguesia e também quiseram participar na festa. Segundo a organização, este ano a festa foi marcada por “uma mudança radical”. As festas começaram na sexta e terminaram no domingo, sendo que a segunda foi o dia reservado aos festeiros que se reuniram em convívio “com muita brincadeira mas também reflexão, pela entrada nos 40.” No que respeita aos espectáculos a organização refere que “houve alguns mais felizes do que outros, sendo que a nossa

14

preocupação foi sempre de tentar dirigi-los para um público muito diversificado”. A noite de Sextafeira foi marcada pelo espectáculo de Pedro Miguéis que foi, segundo a organização, “uma forte aposta. Foi uma actuação muito dinâmica que atraiu muito público”. No sábado os artistas estavam especialmente direccionados para uma camada mais jovem, sendo os “Porquinhos da Ilda”, a cabeça de cartaz. No domingo foi a vez da grande novidade nos festejos: a Revista. Foram muitos os que

estiveram na Serra para assistir à tão badalada revista intitulada “Ó Pá Vai Dar Banho ao Cão”, mas que acabou por decepcionar um pouco a organização: “A revista não foi bem o que esperávamos. Pensámos que seria mais cómica e não tão cantada. No fundo esperávamos mais animação”. Contudo o principal objectivo, ou seja, a originalidade, foi conseguida. “O nosso objectivo foi fazer uma coisa diferente e penso que o conseguimos a vários níveis. Para além dos artistas e da festa


ACTUALIDADE festeiros acharam por bem não lançar por respeito e prevenção à situação dos incêndios que se fazia sentir no país.

Filhos da Terra

em si até a iluminação da nossa igreja excedeu as nossas expectativas. Pusemo-la na boca de toda a gente”, refere a comissão. No que respeita à quermesse, também aqui se primou pela inovação, uma vez que este ano havia prémios de grande valor e animais vivos. Para a organização esta quermesse foi o resultado de

“muito empenho, trabalho e imaginação, o que a tornou bem mais atractiva”. Para além de todas as mudanças planeadas, antecipadamente pelos festeiros, uma delas não foi programada: A questão do fogo de artifício. Inicialmente previsto estava um fogo de artifício com a duração de 15 minutos que os

Mas não são apenas os festeiros que aproveitam a festa para se (re) encontrarem uns com os outros. A “Festa Grande” é também um local de encontro para aqueles que estão durante o resto do ano, afastados da sua terra natal. Especialmente os emigrantes que regressam a Portugal no mês de Agosto e para quem a festa significa a oportunidade de encontrar amigos de longa data, num ambiente de descontracção e divertimento.

15


ACTUALIDADE

Emigrantes em festa rija Foram quatro dias repletos de animação. Quando os filhos da terra regressam, a festa e a boa disposição parece ser a melhor forma de os receber. Para o provar, a União Desportiva da Serra, de 7 a 10 de Agosto, preparou muita animação para receber os emigrantes. Foi uma espécie de grande festa de boas-vindas, onde não faltou a boa disposição. As tasquinhas garantiram que a festa fosse bem condimentada com os sabores da região. Fossem eles o borrego à serra, o galo caseiro ou os característicos chícharos com bacalhau e mesmo a feijoada. Em suma, a tradição esteve em cima da mesa, nesta Festa do Emigrante. Uma constante destes quatro dias de animação na sede da UDS foi a animação. Até um festival de acordeão se realizou em ritmo de baile de verão. Mas porque se trata de uma festa em “casa” de um clube de futebol, não faltou um torneio de futebol. E também marcaram presença os jogos tradicionais. No entanto, um dos pontos altos foi mesmo a tourada da tarde de domingo. Enfim, animação q.b. numa iniciativa que também serviu para sensibilizar todos os participantes para o projecto acalentado pela colectividade de avançar com o arrelvamento do Campo da Portela.

“PayShop” na papelaria Bemposta A papelaria Bemposta, em Santa Catarina da Serra, informa os clientes que, como agente “PayShop”, tem à disponibilização o pagamento de serviços, como electricidade, água, gás e comunicações. Através deste meio, os clientes passam a ter

16

uma forma mais cómoda de pagar as suas contas, incluindo o carregamento de telemóveis. Refira-se ainda que muitas empresas portuguesas já reconheceram que este serviço é uma mais-valia, tendo, inclusivamente, aderido ao “PayShop”.


ACTUALIDADE

Ao serviço da qualidade de vida

Com o fim das férias um novo ano começa e com o início de um novo ano continuamos no nosso esforço de apoio às famílias, tanto às crianças como aos idoso ou outras pessoas com necessidade de apoio no seu dia a dia. Com a creche a iniciar o seu terceiro ano de actividade, agora com a capacidade máxima de 35 crianças, continuamos o nosso trabalho com o objectivo da excelência na qualidade do serviço que prestamos no apoio e qualidade de vidas das famílias. A todos os colaboradores que com o seu trabalho e dedicação nos ajudam a caminhar rumo à excelência, o nosso agradecimento. Com um número de utentes do Apoio Domiciliário a duplicar desde o ano passado, vamos continuar a servir mais e melhor, sempre rumo à excelência do serviço

que prestamos. Aqui também o nosso agradecimento aos nossos colaboradores que no dia a dia contribuem para o melhor bem estar dos que já têm na sua história da vida muito trabalho e sacrifício, ou aqueles que os acontecimentos da vida deixaram com deficiências. Com o início do ano escolar vamos apoiar as crianças do ensino básico cedendo as nossas instalações para a confecção e transporte das refeições. Com um número cada vez maior de elementos, o nosso coro de Santa Marta continua na senda da perfeição, proporcionando a muitas crianças e adultos a forma de expressar o seu gosto e arte musical.

Direcção em fim de mandato Conforme é estipulado nos estatutos desta instituição, os corpos sociais têm a duração de três anos pelo que esta direcção conclui o seu mandato no corrente ano. Apela-se ao altruísmo e dedicação à causa pública no sentido de surgirem listas com novas personalidades para que a nossa instituição possa continuar o seu serviço à comunidade e ampliar a sua acção e desenvolvimento em actividades já existentes e noutras ainda não implementadas.

Jorge Gameiro, Associação de Desenvolvimento Social da Loureira

Casa do Povo abre inscrições Estão abertas as inscrições para as actividades da Casa do Povo de Santa Catarina da Serra, para o ano lectivo 2003/2004. O prazo de inscrições prolonga-se até dia 20 de Setembro e a marcação de horários está agendada para dia 27, pelas 16 horas nas instalações da Casa do Povo. Assim, na área da Música estão abertas as inscrições para os alunos com cinco ou mais anos de idade, para formação musical, canto, piano, órgão, guitarra, viola, acordeon, percussão, bateria e flauta bisel. Estão ainda abertas as inscrições para a flauta transversal e guitarra eléctrica.

No entanto, estas duas últimas disciplinas só serão leccionadas caso se registem inscrições que o justifiquem. No que se refere à dança, as inscrições são para alunos com pelo menos quatro anos de idade, para ambos os sexos, e compreende as disciplinas de ballet, dança moderna e alongamentos. Quanto ao coro infantil, as inscrições são possíveis para todos quantos tenham idades compreendidas entre os quatro e os 12 anos, de ambos os sexos. Por sua vez, o coro juvenil é destinado a elementos do sexo feminino dos 13 aos 35 anos.

Vai ainda ser possível frequentar as aulas de ginásticas, duas vezes por semana, para todos os que assim o quiserem (dos zero aos 80 anos de idade). E os interessados na ginástica podem saber mais contactando o número 914556627. Para as restantes disciplinas, as inscrições podem ser efectuadas na Casa do Povo ou junto dos elementos Rui Alves, Fernando Valente, Maria João Oliveira, Ana Rita Lopes, João Ferreira, e Mónica Baptista. Pode ainda pedir informações ou realizar as inscrições para o seguinte e-email: casa.do.povo@mail.pt .

17


ENSINO

O regresso anunciado

Ele aí está. Depois de vários meses de diversão e muito verão, a escola é novamente o assunto principal na agenda de crianças e jovens da freguesia. Tal como no resto do País, para o próximo dia 15 de Setembro está marcado o regresso às aulas. Este ano sem grandes alterações em relação ao verificado no passado ano lectivo, vai ter apenas três grandes paragens (Natal, e férias de Verão) e uma pequena folga de três dias no Carnaval. É certo que o arranque fica caracterizado por um ligeiro atraso na habitual data de colocação de alguns docentes, mas os responsáveis da EBI de Santa Catarina da Serra estão confiantes que esse facto não se vai repercutir no início do ano lectivo, ainda que o quadro de professores efectivos na EBI seja relativamente restrito,

18

estando por isso bastante sujeito ao resultado das colocações. No que se refere ao número de alunos que iniciam um novo ano lectivo, não são notadas grandes alterações. A escola- sede do Agrupamento Vertical de Escolas e Jardins da Serra, a Escola Básica Integrada de Santa Catarina da Serra, assinala um decréscimo de oito alunos em relação ao último ano. De 320 passa para 312 jovens que regressam às aulas. No total serão 616 alunos a rumar para as escolas do agrupamento no próximo dia 15. Estes dividem-se da seguinte forma: na EBI, 80 irão frequentar o Primeiro Ciclo, 75 o Segundo Ciclo de escolaridade e 157 o Terceiro Ciclo. Nos restantes estabelecimentos do agrupamento 181 alunos vão frequentar o Primeiro Ciclo, e 125 o Pré-escolar.

Verão para melhorar Quando regressarem à escola, os alunos vão notar algumas diferenças. O verão foi aproveitado para algumas obras de manutenção. Um novo piso e vedação no ringue da escola, sede do agrupamento, promete uma prática desportiva mais segura. Também o mini-ginásio vai ganhar uma nova pintura. E, de acordo com os responsáveis da escola, o estabelecimento est á enriquecido com novo equipamento informático e audio/visual. António Oliveira, vice-presidente do Conselho Executivo da EBI e Presidente do Conselho Pedagógico, esclarece que “sempre que sentimos necessidades ao nível de equipamentos ou infra-estruturas, solicitamos à Câmara de Leiria


ENSINO e à Direcção Regional de Educação que, dentro das suas possibilidades, têm correspondido”. Exemplo disso é a “nova” cozinha – isto é, recentemente equipada de novo – da escola sede e o novo balcão frigorifico que está em funcionamento desde o final do passado ano lectivo. Para já, e em termos de necessidades ao nível de equipamentos, António Oliveira elege a conclusão da Zona Desportiva como um importante projecto para responder às carências ao nível de desporto escolar que ainda são sentidas.

Uma escola uma família O ano lectivo que aí está para estrear vai ser de grande reforço da participação da comunidade. Pelo menos assim acredita António Oliveira que aposta no reforço e alargamento de intervenientes em todo o processo educativo. Além dos docentes, o professor Oliveira acentua a importância dos auxiliares de acção educativa e encarregados de educação marcarem um papel mais intervent ivo. “Queremos envolver todos os pais”, reforça António Oliveira que acredita que a escola pode ser vista como uma família alargada. O objectivo é, explica, “uma escola, um agrupamento, uma família”. Assim, deverá notar- se um reforço das actividades dirigidas à família e à comunidade. Também os alunos vão contar com um reforço das actividades extra-curriculares, com os clubes e os projectos a ganharem ampliada importância. A Europa, a saúde, o jornalismo, a radio, o desporto escolar e a dança, são apenas algumas das actividades programadas. António Oliveira lembra ainda que o ano lectivo que agora começa vai ainda ser marcado por uma tónica mais forte na questão da Prevenção Rodoviária.

Inglês e suor para os mais pequenos Os alunos do primeiro ciclo e do pré-escolar vão acrescer ao seu currículo normal, as disciplinas de inglês e educação física. Trata-se, explica António Oliveira, de uma actividade que será realizada a expensas da própria escola. É que as verbas necessárias vão ser retiradas do orçamento escolar. E como vem sendo hábito, o ano lectivo na EBI não deixará de ser marcado com um evento especial. Há dois anos foi realizada uma Feira Medieval, o ano passado realizou-se a II edição da Bienal de Artes. Para o novo ano já estão a ser consideradas várias possibilidades de eventos.

Novo site Está a ser criado o sítio na internet da EBI de Santa Catarina da Serra. Para já, ainda não está amplamente funcional, mas já é possível acompanhar a sua evolução e saber mais sobre a freguesia. Aqui fica o endereço: www.eb123-sta-catarina-serra.rcts.pt/.

Jogos e livros para todos A mediateca da EBI de Santa Catarina da Serra tem vários jogos didácticos e livros. Mas a partir deste ano lectivo, a escola conta fazer circular os materiais da mediateca pelos vários estabelecimentos do agrupamento. Está igualmente em aberto a possibilidade dos alunos das diversas escolas virem frequentemente à mediateca. Da mesma forma, a sala de informática, dotada de 20 computadores deverá ser disponibilizada a todos os alunos estando a ser preparadas as questões relativas ao seu transporte.

19


INQUÉRITO

Regresso às aulas Agora é tempo de fazer contas e começar a pensar em cumprir o ritual de fazer chegar o orçamento familiar às exigências escolares dos educandos. Nesta edição fomos para a rua saber o peso que os estudos significam nas contas familiares e a opinião em relação às medidas que poderiam ser tomadas para diminuir os encargos financeiros com a educação. 1. Tem filhos a estudar? 2. Que peso têm as despesas com educação no seu orçamento familiar? 3. O que é que poderia ser feito para que as despesas com a educação fossem menos avultadas?

Maria Alice Lopes, educadora de infância 1. Sim, dois filhos. Uma de 19 anos e outro de 13. 2. Cinquenta por cento do orçamento familiar vai para as despesas da educação. 3. Haver mais apoios aos estudantes que se deslocam para fora para prosseguirem os estudos. Os encarregados de educação desses estudantes pagam o preço de não terem universidade perto de casa.

Ascensão Oliveira, comerciante 1. Sim, dois filhos. Um de 20 e outro de 13. 2. Gasta-se bastante. 3. Ajudar mais quem precisa. Sou contra as bolsas de estudo porque não ajudam quem real mente precisa. Quem precisa mesmo não chega a estudar.

20

Irene Casalinho, comerciante 1. Um filho de 18 anos. 2. Gasto muito. E gasto mais porque tenho de pagar o autocarro, os explicadores, a alimentação, os livros. É quase meio ordenado. 3. Acho que o Estado deveria contribuir nas despesas dos livros e ajudar nas verbas pedidas pelos explicadores.

Alice Gonçalves, empregada de armazém 1. Uma menina no jardim de infância. 2. É uma balbúrdia. 3. O Estado não dá àqueles que precisam. Podia tirar àqueles que podem trabalhar e recebem subsídio e dar a quem precisa do dinheiro para a educação dos filhos.

José Faustino Silva, Santa Catarina da Serra 1. Não, já tive há muitos anos. 2. Tínhamos que nos aguentar e pagar as despesas da educação. 3. Antigamente, os livros de cada um dos filhos ficava para o irmão. Agora são caros e não servem para os futuros alunos. Antes aproveitavasse de irmão para irmão, agora não.


DESPORTO

União Desportiva da Serra prepara estreia com optimismo A União Desportiva da Serra prepara a sua estreia no novo campeonato de 2003/2004 da divisão de Honra de Leiria. O campeonato começa a 21 de Setembro e a equipa parte com ambição para lutar pelos primeiros lugares. Fernando Mateus, o treinador, avança que expectativas são as mesmas da época anterior. A União da Serra quer ter “uma equipa forte”, para “vencer o máximo de jogos possível”. A equipa manteve a base do

plantel passado, tendo sido reforçada em sectores que o treinador considera que necessitavam de outras opções, como o meio campo e o ataque. “Não partimos com o pensamento no título. Não vamos pensar nesse tipo de objectivos, mas a nossa intenção é fazer o melhor possível”, diz Fernando Mateus, que espera reunir “uma equipa forte”. A U. Serra, garante o técnico, “está muito mais equilibrada”,

apesar de ter havido “poucas mexidas”. O treinador espera um campeonato “se calhar ainda mais emotivo”, com vários candidatos aos primeiros lugares. Mesmo assim, Fernando Mateus quer recuperar o ritmo ganhador. “A única vez que não ganhámos nada foi no ano passado. A época foi positiva, porque fomos à final da Taça e tivemos até ao fim a lutar pelo título. Mas queremos fazer melhor este ano”, conclui.

21


������

� � ������ �� ������ ������ ��������

�� ��� ������ �� ������

Enviamos-lhe semanalmente o jornal para o seu destino de férias sem custos adicionais na sua assinatura. Basta que nos indique a sua morada de férias através da linha directa do assinante 244819969 ou do email assinaturas@regiaodeleiria.pt.

�� ��� ���������

Serviço de alertas por SMS: Receba os destaques da edição semanal do Região de Leiria, as notícias do dia ou a agenda cultural. Consulte o estado do tempo, as farmácias de serviço ou seu horóscopo diário. Exemplos: Para receber** semanalmente a manchete do Região de Leiria, envie* um SMS para o número 3535 com o texto +manchete. Para consultar a última manchete do Região de Leiria, envie* um SMS para o número 3535 com o texto manchete. Para consultar a previsão meteorológica para Leiria, envie* um SMS para o número 3535 com o texto tempo 2400 (ou outro código postal do local onde se encontra). Para receber** o seu horóscopo diário, envie* um SMS para o número 3535 com o texto +signo capricornio (ou o nome doutro signo). Para receber** as estreias de cinema, envie* um SMS para o número 3535 com o texto +cinema 2400 (ou outro código postal do local onde se encontra). O mesmo se aplica a teatro, musica, danca e expos. Para conhecer a lista completa de canais consulte o nosso site no endereço http://www.regiaodeleiria.pt/sms. * Custo da mensagem de subscrição: €0,35; ** O número de mensagens a receber é limitado e o serviço pode ser cancelado pelo utilizador a qualquer momento (custo por mensagem a receber de €0,08).

�� ��� ����������

UM JORNAL COMPLETO!

Hora a hora e sempre disponível toda a informação da região, do País e do Mundo, no endereço web http://www.regiaodeleiria.pt e agora também em http://wap.regiaodeleiria.pt para acesso via telemóvel ou http://pda.regiaodeleiria.pt para consulta através de PDA's.


ROTA DOS RESTAURANTES

Uma década de Paladares Foi há cerca de 10 anos que Jorge Casalinho abriu na freguesia de Santa Catarina um restaurante. Situado na Loureira, este rest aurante foi “bapt izado” com o nome de família, ou seja, “O Casalinho” e funciona em simultâneo com um café. Aberto todos os dias da semana das nove da manhã até às 24 horas, nesta casa são vários os pratos que se destacam. O Borrego guisado é uma das especialidades no que concerne à carne e o Bacalhau à casa é um dos pratos de peixe mais pedidos. Mas no “Casalinho “ a

variedade de especialidades não se fica por aqui sendo o cozido à portuguesa e o arroz de feijão solicitados também com frequência. Além destas especialidades, “O Casalinho” serve também diárias tendo sempre, no mínimo, três pratos sempre prontos a sair, de peixe e de carne. Estas diárias são essencialmente servidas a trabalhadores da zona que representam uma grande parte dos clientes que frequenta este restaurante. Os peregrinos que se deslocam a Fátima são outra fatia dos clientes do “Casalinho”,

uma vez que este restaurante se situa, por um lado, num local de passagem de muitos peregrinos e, por outro, próximo de Fátima. E quando questionamos se a proximidade com este grande centro é prejudicial a este negócio a gerência garante-nos que não pois todos os dias são servidas dezenas de refeições neste restaurante. Há ainda a destacar a grande capacidade da sala de refeições deste rest aura nte prepa ra da para receber cerca de 150 pessoas, tornando-se o local indicado para a realização de festas.

23



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.