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“Luz da Serra” promove exposição Pág. 6

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Rancho de S. Guilherme visita emigrantes

Esta revista é um suplemento local que integra a edição n.º 3483, de 19 de Dezembro de 2003, do Semanário REGIÃO DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.

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DEZEMBRO 2003

ANO 2

Nº 18

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2003: Projectos e iniciativas em balanço

O ano em revista

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Págs. 16 e 17



FÓRUM FICHA TÉCNICA

INDICE

DIRECTOR: Francisco Rebelo dos Santos

Bombeiros realizam fundos .....5

DIRECTOR-EXECUTIVO: Pedro Costa

Exposição da “Luz da Serra”....6

Conselho dinamizador: David Vieira Fausto Neves Jaime Silva Joaquim Rodrigues Jorge Primitivo José Augusto Antunes José Carlos Rodrigues

Estudantes participam em missa..................................7 A arte do bolinho .....................8 Cursos na freguesia .................9 Rancho Folclórico em França.............................. 11 Desejos de Natal............. 12 e 13 Histórias da História ...... 14 e 15 2003 revisitado .............. 16 e 17

TEXTOS: Carlos S. Almeida Sónia Gomes Sílvia Reis

FOTOGRAFIA: Joaquim Dâmaso e arquivo do REGIÃO DE LEIRIA Foto da capa: Joaquim Dâmaso / Arquivo Região de Leiria PAGINAÇÃO: Departamento Gráfico do Região de Leiria

PUBLICIDADE: Lídia Órfão Tereso

Patrocinadores Permanentes: LubriFátima Maia – A. Ferreira das Neves Herdeiros, Lda. Construtora do Lena JRP J. Primitivo Madeiras, S.A. Manuel da Costa e Silva, Lda. Construções J.J.R. & Filhos, S.A.

IMPRESSÃO: Mirandela SA TIRAGEM: 2.500 exemplares

Esta revista é suplemento local que integra a edição n.º 3483, de 19 de Dezembro de 2003, do Semanário REGIÃO DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.

Escola incentiva leitura..........20 União da Serra em grande ..... 21 Sabores em “Sete Rios” ..........22

Participe A sua opinião conta. A VOZ DA SERRA tem em funcionamento um Ponto de Apoio ao Leitor na Papelaria Bemposta, no centro da vila de Santa Catarina da Serra. Porque a participação activa dos nossos leitores é essencial, agora existe um local onde pode deixar as sugestões de assuntos que gostaria de ver abordados, textos para publicação, pagamento de assinaturas e entrega de publicidade. A interactividade com o leitor é uma das nossas preocupações. Ajudenos participando. Dependendo da disponibilidade gráfica ou da pertinência noticiosa, a sua participação encontrará eco na VOZ DA SERRA e /ou Região de Leiria.

Festas felizes Em plena quadra natalícia, apresentamos a última edição da Voz da Serra do ano de 2003 que inclui um balanço daquilo que foram os acontecimentos mais relevantes do ano na freguesia de Santa Catarina da Serra. Além do balanço do ano, a revista de Dezembro da Voz da Serra inclui não poderia deixar de passar esta época sem que a palavra fosse dada aos mais pequenos. São os desejos de algumas crianças da freguesia que damos a ler nas páginas centrais. E porque é Natal, independentemente do fervor religioso que cada um de nós coloca na vivência desta data, o certo é que a época dificilmente passa despercebida. A razão é simples. Para além de toda a pompa e alguma circunstância que emprestamos a estes dias, emergem as preocupações de cariz humanitário e social que, ingloriamente, são relegadas para segundo plano num ano cheio de projectos, objectivos, vitórias e dissabores, geralmente vividos sobretudo no plano individual. Agora, e por breves instantes, paramos para reflectir sobre a utopia que ainda alimentamos de construir uma realidade mais solidária. Bem longe, é certo, daquela que encontramos no nosso quotidiano. Interessa pois, perdoe-se esta indicação em jeito de conselho não encomendado, fazer perdurar as reflexões destes dias durante o próximo ano que nos preparamos para estrear. É, sobretudo, esta a mensagem que gostaríamos de deixar sublinhada para aqueles que fazem da leitura da Voz da Serra um dos seus hábitos. Um simples apelo para que o significado desta data não se dilua no consumismo mais ou menos assumido e nas mesas fartas. E isto resume-se à fórmula: Festas Felizes.

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ABERTURA

Associação de Bombeiros da Serra

À procura de apoios

Uma mistura de satisfação e desilusão é o sentimento vivido neste momento pela direcção da Associação de Bombeiros da Serra. Amílcar Guerreiro, presidente da direcção, diz à Voz da Serra estar satisfeito “por sentir o carinho e o calor da população, e a dedicação dos bombeiros”. Contudo, a desilusão passa “pela forma como o voluntariado é acarinhado e ajudado pela maioria das instituições”. O responsável frisa que, presentemente, a associação “está desesperada por não ter a certeza da continuidade deste projecto”, tanto mais porque “as ajudas das entidades não têm expressão” e, ao mesmo tempo, a instituição “não sabe mais a quem recorrer”. “É pena porque todos estes voluntários o fazem de uma forma gratuita, mas há despesas como o combustível, a manutenção das viaturas e salários dos efectivos que se têm de garantir de forma a prestar um serviço de socorro às populações que tanto necessitam”, explica. Mas a Associação de Bombeiros da Serra mostra-se grata a todas as pessoas que têm ajudado o corpo de bombeiros. “Quero agradecer em primeiro lugar à

iniciativa que o grupo de motoqueiros teve, aos fornecedores que nos apoiaram e à população que esteve presente no jantar”, refere Amílcar Guerreiro. O jantar congregou, no salão paroquial de Santa Catarina da Serra, cerca de 550 pessoas. “Ao mesmo tempo peço desculpa a todos os que gostariam de estar no jantar mas que não o puderam fazer por falta de espaço”, lembra, ao mesmo tempo que apela às entidades oficiais para que ajudem a associação.

Problema com o terreno Amílcar Guerreiro recorda que o terreno adquirido para as novas instalações da Associação de Bombeiros da Serra já foi escriturado, tendo sido necessária, para a sua aquisição, a contracção de um empréstimo de cem mil euros. No entanto, a situação relativa a este terreno é bem mais problemática. “Neste momento não é possível dar continuidade ao projecto dado que o terreno está incluído num dos traçados possíveis para o troço do Itinerário Complementar 9 que ligará Leiria a Ourém. “São burocracias que tiram as forças a qualquer um de nós que, sem pedir nada em troca, oferece

a sua contribuição na ajuda dos outros”, assegura o responsável que agradece, ainda, aos Bombeiros Voluntários de Leiria, de quem em termos operacionais estão dependentes, “todo o esforço que tem feito na formação dos elementos”. Por fim, Amílcar Guerreiro pede aos sócios para regularizarem as quotas e à população para que se torne membro da Associação de Bombeiros da Serra.

Associação dos Bombeiros da Serra - Fundação: 1998 - Sócios: 1.100 - Quota anual: dez euros - Viaturas: duas ambulâncias, três carros de fogo e uma viatura de desencarceramento - Bombeiros voluntários: 32 - Bombeiros assalariados; cinco - Despesas para o funcionamento mínimo: 45 mil euros/ ano - Ajudas oficiais: 15 mil euros/ ano

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ACTUALIDADE

Exposição da “Luz da Serra” É com o objectivo de celebrar o 30º aniversário do jornal “Luz da Serra” que estão a ser preparados alguns eventos. Um deles foi a exposição de arte e coleccionismo que esteve patente no Salão Paroquial de Santa Catarina da Serra nos dias 6, 7 e 8 de Dezembro. Segundo a organização, o objectivo desta exposição é “mostrar à comunidade os trabalhos artísticos e as colecções de algumas pessoas da terra”. Houve, inclusivamente “uma grande adesão dos expositores”, revelou a organização do evento. Desde a pintura aos bordados, passando pelos escuteiros que mostraram alguns dos seus trabalhos, bem como a “Comunidade Vida e Paz” que tem uma forte ligação com a paróquia de Santa Catarina, até coleccionismo de canetas, velharias, artesanato regional, postais da Virgem Maria, e como não poderia deixar de ser o próprio jornal “Luz da Serra”. Ainda no âmbito da celebração do aniversário do Jornal “Luz da Serra” está a ser preparada uma encadernação com todos os números editados ao longo destes trinta anos. É que, tal como refere o seu director, Pe. Mário Verdasca, “30 anos de um jornal já é qualquer coisa. E é recebido em todos os cantos do mundo. É a voz da comunidade”. Outros eventos estão a ser preparados e terão lugar até Janeiro, altura em que o jornal celebra o seu 30º aniversário.

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ACTUALIDADE

Estudantes do Ensino Superior animam missa Mais de meia centena de estudantes do Ensino Superior animaram a missa vespertina na Igreja Paroquial de Santa Catarina da Serra no passado sábado, dia 15 de Novembro. Todos estes estudantes, naturais da freguesia de Santa Catarina da Serra, ingressaram no Ensino Superior Universitário ou Politécnico e vieram, desta forma, mostrar à comunidade os cursos e cidades que escolheram. E, como os próprios afirmaram, “somos estudantes em várias cidades, espalhadas por todo o País. Mas, antes disso, somos elementos da comunidade paroquial e sentimos que a nossa comunidade conta connosco, assim como contamos com ela”.

Após a celebração da eucaristia, os estudantes reuniram-se com o objectivo de discutir a criação de um “Núcleo de Estudantes do Ensino Superior”. Segundo os estudantes responsáveis pelo projecto, “neste momento estão a ser dados os primeiros passos para a criação e oficialização deste núcleo junto das entidades competentes.”

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ENTREVISTA ABERTURA

Os bolinhos do Bolinho

A tradição é já bem antiga mas ainda há quem a cumpra: fazer os bolinhos para celebrar no dia 1 de Novembro o Dia de Todos os Santos ou o Bolinho. A Voz da Serra foi conhecer Maria Oliveira Rodrigues, natural do Vale Sumo, que nos explicou o segredo dos “bolinhos do Bolinho”. E, como a própria alega, “eu podia mandá-los fazer, mas aquilo que fazemos tem outro gosto e outro valor”. Foi na véspera do Dia de Todos os Santos que a fomos ver confeccionar a sua receita. Os ingredientes estavam a postos: farinha, canela, erva doce, açúcar, limão, ovos e fermento. Mas não são estes ingredientes que tornam os bolinhos tão especiais: Maria Rodrigues confessou-nos que o segredo é “amassar bem amassado”. “A massa deve ficar bem ligada se não ficar não ficam bons. Mas isto custa, ainda faz soar”. Contudo, todo este trabalho vale a pena pois Maria Rodrigues divide os bolinhos com as suas filhas e com os amigos, como explica: “os bolinhos são para mim, para as minhas filhas e para quem cá vier. Amanhã, às pessoas que cá vierem, parte-se um bolinho e dá-se com uma pinga. E, depois, vai-se a casa dos outros para provar os bolinhos deles. É uma tradição muito antiga. Sempre me lembro de ir ao bolinho. Quando as pessoas davam tremoços ficávamos todos chateados e quando davam um tostão ficávamos todos contentes. Era cada bebedeira que se via naquele dia...”, recorda Maria Rodrigues, enquanto continua a amassar a massa para os bolinhos. Foi com a sua mãe que Maria Rodrigues aprendeu a fazer os bolinhos, mas ao longo dos tempos foi aperfeiçoando a técnica: “vamos aprendendo a ver os outros fazerem, mas também com a nossa própria

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experiência. Eu aprendo muito assim”, conta. E, depois de muito amassar a massa, e já com um ar um pouco cansado explica: “quando puxamos a massa e ela fica bem agarrada é sinal que está bem amassada”. E era precisamente o que estava a acontecer. A massa estava então preparada para levar a mistura de nozes, passas de uva e figo. Depois de bem amassada a mistura fica num recipiente junto ao lume. “Faz-se uma cruz na massa e fica a tarefa terminada por agora”, esclarece. Depois da massa levedar vão-se tender (fazer as merendeiras) e meter no forno aquecido com lenha. Como Maria Rodrigues explica “depois a tender é que custa mais”. Mas conclui, afirmando “são tudo coisas que dão muito trabalho a fazer, mas que dão muito gosto”.


ACTUALIDADE

Cursos de arte na freguesia Três cursos de artes decorativas estão actualmente a decorrer na freguesia de Santa Catarina da Serra: na sede da freguesia, em Sobral e ainda na localidade de Ulmeiro. Neste último lugar, este é, aliás, o quarto curso promovido pela Associação Social do Ulmeiro. Preciosa da Conceição Vieira, a formadora, explica à Voz da Serra que os cursos incluem actividades de pintura, bordados e velas e que os cursos serão concluídos em Junho do próximo ano, momento em que será efectuada uma exposição colectiva de trabalhos realizados ao longo do curso. A responsável lembra que a esma-

gadora maioria das pessoas que frequenta o curso é do sexo feminino, estando inscritos, em cada curso, entre 15 a 19 mulheres.

Esta iniciativa tem o apoio da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra e da Câmara Municipal de Leiria.

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CULTURA

40 anos de folclore Há 40 anos, no lugar da Magueigia, nas festas religiosas daquele lugar em honra de S. Guilherme e S. Silvestre, actuou, pela primeira vez, o Rancho Folclórico de S. Guilherme, denominado naquela altura como Rancho Infantil da Magueigia. As comemorações de tão importante data decorreram na Magueigia durante os dias 26, 27 e 28 de Setembro, iniciando-se na sextafeira com a abertura das tradicionais tasquinhas que se prolongaram pelo fim-de-semana. O domingo, dia 28, foi, sem dúvida, o momento mais alto destas comemorações, com missa de acção de graças animada pelo rancho. Durante a tarde houve lugar a um desfile desde a frente da casa que abrigou os primeiros ensaios do rancho, dando-se, de seguida, lugar às cerimónias protocolares com homenagem aos fundadores do grupo. Ao recriar um pouco do que era o rancho há 40 anos, certamente que muitos dos presentes sentiram o carinho e o sentimento vivido que os pais das primeiras crianças sentiram na primeira actuação do rancho. O recordar a história e o percurso do rancho ao longo destes anos fez gerar uma emoção generalizada em todos os presentes, fazendo correr lágrimas de saudade e de alegria. A pessoa responsável por todas estas emoções foi, sem dúvida, o fundador, Diamantino Gordo, homem simples, lutador, de uma coragem e dedicação impressionante, e conhecedor incontestável do folclore. Não podendo esquecer tudo o que fez e faz pelo grupo, quisemos homenagear Diamantino Gordo de uma forma simbólica mas marcante. Associando-se a nós, também a Câmara Municipal de Leiria, representada pelo vereador da

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Cultura, Vítor Lourenço, a Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra, representada pelo seu presidente, Domingos Marques, e a Associação de Ranchos Folclóricos da Região de Leiria – Alta Estremadura, representada pela sua presidente, Maria Emília Francisco, quiseram homenagear o grande homem da cultura popular e do folclore da nossa região. Acabadas as cer imónias e

homenagens, pudemos assistir à actuação dos grupos presentes: o Rancho Folclórico de S. Guilherme e o Rancho Folclórico “Os Lobos da Serra”, de Castro D’Aire. A todos os que quiseram partilhar connosco este momento tão especial, obrigado!... E venham mais 40 anos... O Rancho Folclórico de São Guilherme


CULTURA

Rancho esteve com os emigrantes Pela primeira vez o Rancho Folclórico de S. Guilherme deslocou-se ao país que acolheu tantos dos nossos emigrantes, França. Esta oportunidade deveu-se ao convite formulado pelo Rancho Folclórico de Danças e Cantares da Alta-Estremadura – Associação “As Cantarinhas de La Queue En Brie” para participarmos no Festival de Folclore inserido nas comemorações do seu 10.º aniversário. Chegado o dia 23 de Outubro, dia da partida, era notória a ansiedade e o nervosismo de todos os elementos. Partindo por volta das 13h30 horas da Magueigia, lá fomos nós estrada fora para terra desconhecida para a maioria de nós. Durante a viagem reinou a alegria, o divertimento, a camaradagem e a partilha. Chegámos por volta das 12h30 horas locais à Vila de La Queue En Brie (a 21 quilómetros de Paris), onde fomos recebidos calorosamente pelos elementos do grupo que nos convidou. E, porque se pretendia gozar o mais possível esta viagem, aproveitámos algum tempo disponível e fomos conhecer a vila onde nos encontrávamos. À noite realizou-se um jantar-convívio com todos os elementos dos dois grupos que se tornou numa festa muito animada e divertida. No sábado, dia 25, partimos para uma visita guiada à “Cidade-Luz”, Paris, na qual pudemos observar alguns dos mais belos e históricos monumentos de França, ficando com uma recordação do monumento mais simbólico daquele país, “La Tour Eiffel”. Como o tempo era escasso, seguimos para a “Casa de Portugal” em Plaisir, onde efectuamos a nossa primeira actuação que todos adoraram. Domingo, dia 26, foi o dia mais marcante desta inesquecível viagem com a realização do 10.º Festival de Folclore realizado pelo Rancho Folclórico de Danças e Cantares da Alta-Estremadura – Associação “As Cantarinhas de La Queue En Brie” que atraiu um grande número de emigrantes, enchendo por completo a sala. Sendo nós os cabeça de cartaz do festival, coube-nos a nós finalizá-lo, tendo-o feito com chave de ouro. De facto, durante a nossa actuação era visível a alegria e o contentamento dos nossos emigrantes, transmitindo-o com o louvor das palmas. Como forma de agradecimento, pelo carinho como fomos recebidos, entoámos uma canção dedicada aos emigrantes presentes e que a todos emocionou. Seguiu-se o jantar convívio com o cantar dos parabéns e o cortar dos bolos dos dois grupos, um pelo seu 10.º aniversário e o outro pelo seu 40.º aniversário, seguindo-se um animado bailarico.

Por volta das 00h15, eram horas de partir, sendo visível a tristeza e já a saudade nos rostos de todos. Obrigado a todos os que tornaram possível esta viagem. Que venha mais uma aventura. O Rancho Folclórico de São Guilherme

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INQUÉRITO

Desejos de Natal Há quem diga que mora no céu. Outros argumentam que vem do Pólo Norte… e outros nem imaginam onde mora. É um senhor barrigudo de barbas brancas e fato vermelho que, na noite de Natal, transportado pelos seus veados, visita as casas, entra pela chaminé, deixa a prenda no sapatinho e regressa sem que ninguém o veja. “É que quando ele vem já estão todos a dormir”. Esta é, pelo menos, a explicação que os meninos deram à “Voz da Serra” sobre a vida do “Pai Natal”. Perguntámos ainda a estes meninos e meninas o que pediram ao “Pai Natal”, porquê e se acham que o vão merecer…

Marcelo 5 anos Pedi um reboque para transportar carros para a oficina, porque às vezes as pessoas vão muito depressa e batem e depois é preciso um reboque para levar os carros. E o “Pai Natal” vai dar-me porque comi a sopa toda sozinho e porto-me sempre bem.

Fábio 5 anos

Carlos André 4 anos Pedi um leão grande porque já sou um menino grande. Mas não sei se mereço porque às vezes não como a sopa toda.

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Eu pedi muitas coisas: carrinhas para eu brincar com elas, e também camiões, e dois tractores – um com carroça e outro sem. O Pai Natal vai dar-me algumas prendas e a minha mãe dá-me as outras porque eu gosto muito de brincar, portei-me bem e não choro.

Bárbara Catarina 4 anos Eu pedi uma “Barbie” com báton, porque eu gosto de báton. E eu queria outra “Barbie” com escova para pentear as “Barbies”. É que eu quero ter “Barbies” na escola e em casa, e a minha mãe deixa-me comprar muitas “Barbies” para eu vesti-las. Eu comi a massa toda por isso mereço a “Barbie”.

Helena 4 anos Eu quero a “Barbie” da escova porque gosto muito. E também quero o carro. O Pai Natal vai dar-me porque eu porto-me sempre bem e como sempre a sopa.


INQUÉRITO

Pedro 5 anos Eu quero uma máquina de terra e um camião. E uma máquina grande e uma máquina pequena. E também quero um carro, um computador, uma mota, um avião, e muitas coisas, muitas coisas. Mas o “Pai Natal” não me vai dar tanta coisa porque assim gasta muito.

António 4 anos Eu quero uma máquina de terra para encher o camião de “Legos”. E o “Pai Natal” vai dar-me porque porto-me bem.

Bárbara 4 anos

Cátia 4 anos Eu vou pedir uma casa grande para pôr as bonecas. O “Pai Natal” vai-me dar porque eu portei-me bem.

Joel 4 anos Eu quero cassetes para ver os bonecos. E o Pai Natal vai dar-me porque porto-me bem.

Beatriz 4 anos Eu queria uma casinha do “Pin&Pom” para brincar. O “Pai Natal” vai trazer-me essa prenda porque me portei bem.

Eu pedi um computador com música porque gosto muito de cantar. O “Pai Natal” vai dar-me esta prenda porque como sempre a sopa toda.

Daniela 4 anos Eu quero uma casinha do “Pin&Pom”. Mas não sei se o Pai Natal vai dar porque não sei se me portei bem.

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OPINIÃO

Histórias da História

A Pedra do Casal do Pedrome

Domingos M. Neves Ainda acerca da pedra que Carlos Neves, da Voltel, encontrou nuns terrenos dos limites do Pedrome, (ver VOZ da SERRA, suplemento da Região de Leiria de Outubro/Novembro 2003 ) confirma-se que a referida pedra, com a inscrição de “MITRA”, foi um marco divisório de uma propriedade que a Mitra de Leiria possuía naquele sítio. O que não se confirma é que a dita pedra seja do século XVI mas do século XVIII, mais concretamente, do dia 14 de Julho do ano de 1722. Quem o diz é o senhor padre Dr. Luciano Cristino, do Santuário de Fátima, o que muito lhe agradeço. No livro “Santa Catarina da Serra - Passado, Presente e Futuro” se dizia que no Pedrome existiu o “Casal de Santa Cruz”, que era grande e largo. Também no Boletim Paroquial “A Luz da Serra” se fizeram algumas referências a este “Casal” O novo dado, agora conhecido, permite-nos fazer mais história do interesse que a povoação de Pedrome teve nos séculos passados. O Casal de Pedrohomem, situado na freguesia de Santa Catarina da Serra, termo de Leiria pertenceu ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e depois passou para a posse da Diocese de Leiria, no ano de 1545, quando foi criada a diocese, por bula “Pro excellenti”

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do Papa Paulo III, datada de 22 de Maio de 1545. no reinado de D. João III. As referências a este casal encontram-se no Tombo dos Bens e Propriedades da Mesa Pontifical de Leiria que foi feito no tempo do bispo de Leiria, D. Álvaro de Abranches e Noronha. A medição do Casal do Pedrohomem foi realizada no dia 14 de Julho do ano de 1722 e colocados marcos. O casal era “grande e largo”, dividido em duas metades e constituído por “casas, currais, palheiros, várias terras cultivadas, matos, olivais, carvalhos e outras árvores”. A pedra com a inscrição MITRA, propriedade do bispo, é um dos marcos do dito Casal de Pedrohomem e colocada no sítio do Pereiro (hoje Pereirinho), limite do Pedrome, no referido dia 17 de Julho do ano de 1722. Essa medição principiou “do meyo do lugar de Pedrohomem do pé da lagoa desde o marco real que divide o termo de Leiria do termo de Ourem” e estendia-se por um perímetro em que se referem vários topónimos da época como “caminho que vae do Pedrohomem para Sirois”, “estrada que vai de Leiria para Ourem”, “ermida de Sam Guilherme”, “Cruz de Sirois”, outeiro de Lourais”, “presa de Val de Caneiro”, “outeiro do Codossal”, “outeiro chamado da Várzea”, “outeiro chamado da Lomba da Várzea”, “outeiro do Passadouro”, “caminho que vai para o Valtacão”, “ladeira do Passadouro acima direito ao Sobral”, “caminho que vai do Sobral à ponte”, “estrada que vai de Ourem para Leiria”, “Outeirinho defronte donde chamam as Sismarias”, “presa do Vale da Rossada”, “terra da Valeira”, “defronte do lugar

da Cova Alta, “terra da Valeira”, “Outeiro da Cabeça do Seixo”, “Reota e Carvalho da Cova”, “Outeiro onde chamam Pomares”, “Outeiro a que chamam Homem Morto” “Pereiro”. “Deste marco do Pereiro voltaram sobre a mão esquerda, direito ao lugar do Pedrohomem de Sima e foram pela rua de Pedrohomem té o meio do lugar onde meteram um marco por diante duma cazinha que serve de curral deste prazo confinando com a rua do Pedrohomem da parte do Poente, e nesta medição pegado com a rua estão dous currais hum mayor e outro mais pequeno e deste marco do meyo do lugar medirão pela rua adiante té o marco aonde principiou a medição deste prazo que fica junto ao marco real da devizão dos termos que são seis mil tresentas e vinte e quatro varas medidas por vara de medir panno de sinco palmos cada huma e foi todo demarcado em roda, e nas chaves, e voltas o dito prazo, e cazal com marcos de pedra com letras que dizem = MITRA”. Por aqui se vê que o Casal era grande e largo e, se considerarmos que uma vara equivale a 1,10 m, teríamos um perímetro de 6.946 metros. “O casal esteve aforado por quatro moios de pão meado (120 alqueires de trigo e 120 alqueires de cevada), uma marrã pelo Natal e a Quarta parte do vinho e legumes, tendo sido reduzido já que no aprazamento do ano de 1715 estabelecera-se aos enfiteutas António Nunes (1.ª vida) e Manuel, órfão de Manuel Lopes (3.ª vida), que pagavam o foro de dois moios e meio de pão meada (60 alqueires de trigo e 60 alqueires de cevada e dízimos (décima parte), pagos por Nossa Senhora de Agosto”. Tudo isto consta nas notas do Tabelião


OPINIÃO

Manuel Abreu da Silva, em 1715. Ora, a pedra que Carlos Neves, da Voltel, encontrou no Pereirinho (Pereiro) foi de facto um dos marcos do Casal de Santa Cruz A pedra vai ser exposta ao público no jardim do Brazão, da Junta de Freguesia, ao lado de uma fóssil petrificado encontrado, há anos, nuns terrenos do Luciano Gonçalves, do Casal da Estortiga. A povoação de Pedrome é muito antiga. Nos seus limites, ou seja no Casal da Magueixia, existiu a capela de S. Guilherme, advogado para maleitas. Tinha vigília com festa (vigília é meia confraria). Aí

esteve instituída a Confraria das Almas, transferida para a capela da Quinta do Salgueiro. Foi de muita romagem e teve ermitão. Nela se encontravam as imagens de S. Guilherme, S. Silvestre, Senhora da Encarnação e Santo António, escultura em pedra sem o menino, do tipo popular quinhentista (encontra-se na actual capela de S. Guilherme). Estas imagens estiveram guardadas na Igreja Paroquial desde a demolição da ermida até ao dia 14 de Novembro de 1896 quando se inaugurou uma outra capela em Magueigia, onde se encontram.

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BALANÇO

2003 revisitado

Na edição de Janeiro da revista Voz da Serra Domingos Neves, presidente da Junta, escrevia sobre o assalto à Igreja de Santa Catarina da Serra e 14 pessoas residentes na freguesia faziam o balanço de 2002, manifestando, igualmente, os desejos para o ano que então começava. Ainda nesta edição o presidente da Junta anunciava os projectos para 2003 e lembrava outros tantos esquecidos numa qualquer “gaveta”. “Escola recebe anfiteatro” era outra das notícias desta revista que incluía uma entrevista a Nelson Santos, presidente da direcção do Centro Cultural e Recreativo de Vale Tacão. Na mesma edição destaque para o nascimento de trigémeos na freguesia e para a festa em honra de São Sebastião organizada pelos jovens de 20 anos. No desporto, referência para o facto de a União Despor t iva da Ser ra estar a um ponto da liderança da Divisão de Honra de Leiria.

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O destaque da edição de Fevereiro da Voz da Serra era sobre a fixação de jovens na freguesia e para o facto de a proximidade da Auto-estrada 1 ter potenciado o crescimento de Santa Catarina da Serra. As actividades da Casa do Povo e o 40.º aniversário do Rancho Folclórico de São Guilherme são ainda assinaladas na revista. “Dificuldades financeiras nos bombeiros” era também referência nesta revista que incluía uma entrevista ao presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra, Domingos Neves, e ao presidente a Associação de Desenvolvimento Social da Loureira, Jorge Gameiro. Na edição de Fevereiro soube-se ainda que tinham sido já abertas as propostas para a construção do novo lar da terceira idade da freguesia.

“Património ao pé da porta” fazia a manchete da edição de Março da Voz da Serra. Nesta revista, fizemos um périplo pelos monumentos da freguesia de Santa Catarina da Serra com destaque, obviamente, para os templos religiosos que a povoam. Uma entrevista com Elsa Felicidade, vencedora do XI Festival da Canção Jovem de Leiria, e o Carnaval na freguesia fora m dest aques nesta revista. A entrevista foi à engenheira ambiental Paula Couto e houve uma referência à presença na Roménia de uma delegação de Santa Catarina da Serra no âmbito de um intercâmbio efectuado ao abrigo do Programa Sócrates que envolve a Escola Básica Integrada da freguesia. Março teve ainda o passeio de todo-o-terreno na freguesia e um subsídio que o Agrupamento de Escuteiros 1211 de Santa Catarina iria receber da Câmara Municipal.

O destaque da edição de Julho da Voz da Serra foi a construção do lar. “Arrancaram as obras” fazia a manchete desta revista. No lançamento da primeira pedra foram muitos os que se associaram à iniciativa, incluindo um conjunto de entidades políticas, sociais e económicas. Na me s m a r e v i st a notícias sobre a campanha de angariação de fundos para o arrelvamanto do campo da Portela e para a intervenção cirúrgica de que foi alvo uma menina de 12 anos que tinha uma doença rara. A operação foi um sucesso. E, uma vez mais, esta revista falou de Elsa Felicidade, a jovem da freguesia que venceu o II Festival da Canção da Casa do Povo de Santa Catarina da Serra. A exposição de 160 trabalhos de artistas nacionais, espanhóis e sul-africanos no âmbito da segunda edição da Bienal de Artes Plásticas mereceu destaque numa iniciativa promovida pelo Agrupamento de Escolas.


BALANÇO

A edição de Agosto da Voz da Serra apresenta as actividades de um conjunto de colectividades como a Associação Social do Ulmeiro ou o Rancho Folclórico de São Guilherme. Mas há mais. Nesta revista referência para o facto de a Associação de Yoga do Distrito de Leiria estar sediada na freguesia de Santa Catarina da Serra. Precisamente na localidade de Loureira. Um protoloco entre a Junta local e a Câmara Municipal de Leiria com vista a prevenir incêndios mereceu, igualmente, destaque, com Domingos Neves, presidente da Junta, a defender a necessidade de os terrenos serem limpos de forma a evitar a propagação dos focos de incêndio. E também nesta revista a habitual presença de notícias sobre a Escola Básica Integrada de Santa Catarina da Serra que se preparava para as férias grandes e para a definição do plantel da União Desportiva da Serra.

A jovem estrela da freguesia Joana Fartaria fez a capa da Voz da Serra. Com 25 anos, a jovem natural da Loureira foi nomeada para os Globos de Ouro do canal televisivo SIC pela sua interpretação teatral na peça “Mercador de Veneza” A possibilidade de um nó do Itinerário Complementar 9 ficar na freguesia foi outro dos destaques da revista que lembrava: saneamento na freguesia só no ano de 2004. Esta era a garantia de Isabel Damasceno, presidente da Câmara Municipal de Leiria. “Vida com sabor a brisa” foi a reportagem que abordou a vida de António Oliveira, de 80 anos, e a sua paixão sobre os moinhos. As festas do Sagrado Coração de Jesus e o regresso à escola foram ainda referências na revista de Setembro da Voz da Serra.

“A aventura do superior” fazia a manchete da edição de Outubro e Novembro da Voz da Serra com o retrato de jovens da freguesia que se encontram a frequentar o ensino superior. Testemuhos de vários jovens integram o trabalho. Na mesma revista, a entrevista com Rui Alves, presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Básica Integrada, e um trabalho especial sobre as vindimas na freguesia. A penúltima revista do ano de 2003 trazia ainda uma entrevista com Jaime Silva, presidente da União Desportiva da Serra, que abordava as obras na colectividade e os apoios prometidos. “Junta faz balanço” e “Achado no Pedrome” foram outras das notícias desta revista que incluiu uma nota sobre o jantar de angariação de fundos dos bombeiros locais.

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ENSINO

Ecos da Escola Básica Integrada

O ensino por competências! O que deverá m

António dos Reis Oliveira *

“A Escola é, por excelência, o local da aprendizagem dos saberes. Daí que, grande parte das competências se desenvolvam na Escola”

A reorganização curricular do ensino básico, de acordo com o decreto-lei 6/2001, define currículo nacional como “conjunto de aprendizagens e competências a desenvolver pelos alunos ao longo do ensino básico”. Currículo e competências são duas noções fundamentais que importa definir. Currículo, hoje, não tem obviamente a mesma definição dos meados do século XX. “Currículo não se identifica como uma lista de disciplinas, nem o currículo de uma disciplina se reduz a uma lista de conteúdos”. A noção de currículo, hoje,

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extravasa, por isso, os conhecimentos disciplinares e procura ser a súmula dos conhecimentos e competências adquiridos em todas as acções da vida do aluno dentro e fora da escola. (saberes) Competência! O termo competência pode assumir diferentes significados. Este conceito adopta uma noção ampla que integra conhecimentos, (saber conceptual) capacidades (saber fazer) e atitudes (saber relacional). Competência será, antes de mais, um saber em acção. Segundo Philippe Perronoud, competência será “a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos, capacidades e informações para solucionar problemas”. Porque alguns conceituados estudiosos da matéria defendem que as competências se adquirem na prática do quotidiano, que mobiliza saberes do senso comum, saberes de experiência, questiona-se, então, qual é o papel da Escola na aquisição de competências? A esta questão uma primeira premissa: não há competências sem saberes. As competências requeridas na vida quotidiana são importantes e não podem deixar de ter relação com os programas escolares e saberes disciplinares. A Escola é, por excelência, o local da aprendizagem dos saberes. Daí que, grande parte das competências, se desenvolvam na Escola. A segunda premissa sobre a importância da Escola no desenvolvimento de competências é que uma competência mobiliza saberes. Se faltam os recursos a mobilizar (saberes) não há competências. Também não é menos verdade que poderão ex istir

recursos (saberes) mas que não são mobilizados em tempo útil, o que, na prática, é como se eles não existissem. Não basta ter muitos conhecimentos académicos se não sabemos aplicá-los. Aceite a necessidade de um ensino por competências, o que deve mudar? Urge alterar, modificar programas e práticas pedagógicas que vão ao que se ensina? Como se ensina? Como se avalia? Como se aprende? É urgente a reformulação dos programas de forma a tornálos mais atractivos e objectivos. É fundamental a redução dos conteúdos em cada disciplina. Desenvolver competências num tempo estrutural não se coaduna com programas extensos preparados para o conhecimento imediato na base da memória, tendo como etapa primeira a medição dos conhecimentos (exames). Não há competências sem saberes mas não se pode pretender desenvolvê-las sem tempo necessário. Aos docentes, elos fundamentais mas não exclusivos em todos este processo não basta que por decreto o sistema educativo determine a linguagem das competências. Será necessário, por um lado, proporcionar-lhe condições pedagógicas, a vários níveis; por outro, inerente ao próprio docente, será fundamental que esteja aberto aos novos desafios que passam por uma pedagogia activa. Trabalhar em projecto e propor tarefas mais do que exigir a acumulação de conhecimentos e o desenvolvimento da memória é o repto que está lançado. É necessário lançar desafios aos alunos para que mobilizem conhecimentos. A sua actividade dentro do princípio da escola construtivista deverá ter uma atitude pedagógi-


ENSINO

mudar? ca que o conceba como organizador de situações de aprendizagem que tenham sentido para os alunos de modo a levá-los a gostar do que aprendem. Aos alunos será exigido uma acção interventora e actuante no processo de ensino-aprendizagem, que passa por várias acções, de modo a torná-los elementos, também eles, construtores dos seus saberes. Selecção, programação e divulgação de temas do seu agrado, nomeadamente das áreas curriculares não discipli-

nares, intervenção na avaliação, através da auto-avaliação, conhecendo, para esse fim, as regras da avaliação, são situações reais do seu papel interventivo. Finalmente a Avaliação. A avaliação, numa perspectiva da aquisição de conhecimentos, é redutora. Recorrer exclusivamente aos testes escritos não dão, só por si, as conhecer as competências dos alunos. A principal modalidade da avaliação deverá ser a formativa, esta, reguladora do processo de ensino-aprendizagem. A

sumativa, no final do ano, ciclo, deverá ser o reflexo dos conhecimentos adquiridos pelos alunos e das competências desenvolvidas em todas as actividades que constituem o currículo do aluno. Avaliar apenas resultados finais decorrentes da média de somas parcelares – Avaliação Somativa são práticas que deverão ser banidas num processo de ensino por competências. * Coordenador Pedagógico

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ENSINO

Uma escola, uma família, um agrupamento

Estímulo à leitura A Hora do Conto é uma das iniciativas promovidas pelas professoras do grupo de coordenação da Biblioteca Escolar/CRE da Escola Básica Integrada de Santa Catarina da Serra, cujo principal objectivo é incentivar o gosto pelo livro e pela leitura através da narração oral. As primeiras sessões, realizaram-se nos dias 25 e 27 de Novembro com aos alunos do 3º e 4º ano das Escolas do 1º Ciclo da Loureira, Magueigia, Chaínça e Vale Sumo. As crianças começaram por ouvir uma história - “Maria-dos-olhos-grandes tinha uns olhos grandes, grandes que pareciam azeitonas ...” - e, a partir daí, os seus olhos fixaram a professora. Para eles, naquele momento, nada mais importava: entraram noutro mundo. Além disso, a história foi animada por dois alunos do 8º ano que vestiram os fatos das personagens pr i ncipa is, Ma r ia - dos - ol hos grandes e Zé Pimpão, circulando entre as crianças. A história terminou com um pequeno diálogo e com a canção “O mundo é uma bola de algodão” que animou bastante as crianças. Seguidamente, foram dinamizadas três actividades - palavras cruzadas, labirinto e jogo das palavras proibidas que proporcionaram o desenvolvimento da comunicação oral, da atenção/concentração e a recriação do texto ouvido em diversas linguagens, a partir da experiência das crianças e do seu conhecimento do mundo. As crianças ainda conheceram a sala de informática onde, orientados por uma professora, jogaram, pesquisaram e navegaram na internet. Esta e outras actividades, como o concurso “leitor glutão”, o passaporte de leitor, a feira do livro, exposições e percursos da leitura

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e da escrita, as olimpíadas da leitura, a construção de baralhos narrativos, a apresentação de “tops” dos livros mais lidos a promoção de livros, a exposição de livros para comemorar datas especiais são promovidas pelo grupo de coordenação da Biblioteca

Escolar/CRE no sentido de transformar a biblioteca num “íman” capaz de atrair os alunos que gostam de ler e até os que ainda não descobriram o prazer de ler. Rita Agrela Coordenadora da BE/CRE


DIVISÃO DE HONRA 11ª jornada Fig. Vinhos Óbidos Sp. Estrada U. Serra ARCUDA Vieirense C. Couce

0 3 0 5 2 0 2

P. Vieira Avelarense Vidreiros Bombarralense Juncalense Nazarenos Ansião

2 0 1 1 1 0 2

1.Sp. Estrada 2.Nazarenos 3.Vieirense 4.Juncalense 5.U. Serra 6.Óbidos 7.Ansião 8.ARCUDA 9.Avelarense 10.Vidreiros 11.P. Vieira 12.C. Couce 13.Bombarralense 14.Marrazes 15.Fig. Vinhos 12ª jornada P. Vieira Avelarense Marrazes Bombarralense Juncalense Nazarenos Ansião

10 11 10 11 10 10 10 10 10 11 10 10 11 10 10

0 3 4 1 3 3 2 2 4 3 3 2 4 0 2

GOLOS

8 7 5 6 5 5 5 4 3 3 2 2 1 2 1

PONTOS

EMPATES

Contudo, a UDS ainda está em quinto lugar, a seis pontos dos dois primeiros, Sp. Estrada e Nazarenos. Neste domingo, a equipa tem um encontro importante com o quarto classificado, o Juncalense. Entretanto, a 28 de Dezembro, a UDS viaja a Óbidos para defrontar a equipa local na terceira jornada da Taça Distrito de Leiria.

DERROTAS

Depois de um início irregular, as últimas jornadas da União Desportiva da Serra (UDS) têm sido gloriosas na divisão de Honra distrital. Depois da derrota com o Avelarense, por 2-1, à oitava jornada, a equipa orientada por Fernando Mateus ganha há três partidas consecutivas. E por números volumosos. A UDS ganhou ao Marrazes por 4-0, na 9ª jornada, e goleou o Vidreiros em Picassinos por 1-5 na décima. No domingo passado, a “vítima” foi o Bombarralense, que saiu do Campo da Portela com uma pesada derrota por 5-1. Estes resultados indicam que o pior pode já ter passada para o conjunto treinado por Fernando Mateus.

JOGOS

U. Serra em maré de goleadas

VITÓRIAS

DESPORTO

2 25-8 24 1 21-4 24 1 13-7 19 4 13-15 19 2 28-9 18 2 17-13 18 3 18-13 17 4 10-12 13 3 11-12 13 5 9-16 12 5 14-29 9 6 9-11 8 6 9-20 7 8 4-17 6 7 8-23

C. Couce Fig. Vinhos Óbidos Sp. Estrada U. Serra ARCUDA Vieirense

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ROTA DOS RESTAURANTES

O Sabor dos Sete Rios Em 1992 o nome do lugar deu nome à casa e assim nasceu o “Restaurante Sete Rios” gerido por Adelino Oliveira e sua mulher, Fernanda Oliveira. Foi, certamente, um dos primeiros restaurantes a surgir na região e a boa fama das suas especialidades tornou-os conhecidos um pouco por toda a parte. Os proprietários explicam: “as pessoas passam por cá e depois espalham. Há quem venha de fora, por exemplo, para comer o borrego guisado”. Esta, é inclusivamente, uma das especialidades da casa tal como o bacalhau no forno e o cabrito. O borrego e o bacalhau são pratos servidos todos os domingos. Para além destas especialidades o “Restaurante Sete Rios” aposta também noutros pratos como o “Bourginhom” um prato francês que Fernanda Oliveira aprendeu a cozinhar em França. E, segundo a própria, “as pessoas dizem que é raro comerem-no assim”. Outra especialidade desta casa é o cozido à portuguesa que, segundo os proprietários, “também é muito pedido”. Fernanda Oliveira, para além de proprietária da casa, é, também, a cozinheira. Foi com os livros que aprendeu a maior parte das suas especialidades, mas, como explica: “quando não sei invento!”. E a cozinheira revelou-nos a sua última aposta: “vou começar a fazer o borrego cozido, especialmente para as pessoas que não o podem comer guisado”. Nesta casa destacam-se também as sobremesas caseiras, nomeadamente o doce da casa, baba de camelo, bombom da casa, doce de amêndoa, mousse de chocolate e mousse de café, todas elas preparadas por Fernanda Oliveira. O “Restaurante Sete Rios” funciona em paralelo com um café

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onde também são servidos petiscos como moelas assadas ou guisadas, bacalhau assado, pastéis de bacalhau, lentriscas, morcela, orelha: “vendi quilos de orelha. Quilos não! Toneladas! Noutros tempos quando havia mais trabalho”, conta. E prosseguem ambos: ”Agora há muita concorrência e as pessoas dispersam-se”. É de salientar que também o

vinho desta casa é caseiro, produzido por Adelino Oliveira que tem vinhas na região da Gondemaria. O “Restaurante Sete Rios” está aberto de terça a domingo das 8h30 às 24 horas e tem uma sala com capacidade para 90 pessoas e um anexo com capacidade para 300 pessoas “onde se servem casamentos, baptizados e outras festas”.




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