vozdaserra2004.07

Page 1

Esta revista é um suplemento local que integra a edição n.º 3516, de 6 de Agosto de 2004, do Semanário REGIÃO DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.

Santa Catarina da Serra em festa

Pág. 13

Loureira ganha ginástica JULHO/AGOSTO 2004 ANO 2

O percurso de Américo Vieira

Campeão europeu Nº 25

Pág. 12

Págs. 4 a 10



FÓRUM FICHA TÉCNICA DIRECTOR Francisco Rebelo dos Santos DIRECTOR-EXECUTIVO Pedro Costa Conselho dinamizador David Vieira Fausto Neves Jaime Silva Joaquim Rodrigues Jorge Primitivo José Augusto Antunes José Carlos Rodrigues TEXTOS Carlos S. Almeida, Sónia Gomes e Manuel Leiria FOTOGRAFIA Joaquim Dâmaso, Foto Antunes, Foto Brinde e arquivo do REGIÃO DE LEIRIA PAGINAÇÃO Departamento Gráfico do Região de Leiria PUBLICIDADE Lídia Órfão Tereso PATROCINADORES PERMANENTES LubriFátima Maia – A. Ferreira das Neves Herdeiros, Lda. Lena Construções JRP J. Primitivo Madeiras, S.A. Manuel da Costa e Silva, Lda. Construções J.J.R. & Filhos, S.A.

IMPRESSÃO Mirandela SA TIRAGEM 2.500 exemplares

ÍNDICE Américo Vieira campeão... 4 a 10 Associação da Loureira faz 14 anos ............................... 12 e 13 Davides da freguesia reúnem em convívio.......................... 14 e 15 Obras da casa museu continuam a bom ritmo ........................... 16 Escuteiros participam em acampamento ................................. 17 Opinião: Os limites da paróquia........... 18 Santa Catarina em festa ........ 19 Desporto: As apostas do S. Guilherme ... 21 Câmara cede terreno à UDS ..22

Participe A sua opinião conta. A VOZ DA SERRA tem em funcionamento um Ponto de Apoio ao Leitor na Papelaria Bemposta, no centro da vila de Santa Catarina da Serra. Porque a participação activa dos nossos leitores é essencial, agora existe um local onde pode deixar as sugestões de assuntos que gostaria de ver abordados, textos para publicação, pagamento de assinaturas e entrega de publicidade. A interactividade com o leitor é uma das nossas preocupações. Ajudenos participando. Dependendo da disponibilidade gráfica ou da pertinência noticiosa, a sua participação encontrará eco na VOZ DA SERRA e/ou Região de Leiria.

Américo o bravo Há vidas marcadas pelo sucesso. Nem que para tal seja necessário esperar e lutar muito. Américo Vieira é o nome de um atleta que levou mais alto o nome da freguesia de Santa Catarina da Serra. Essa é a razão que nos leva a partilhar com os nossos leitores a importância do percurso do atleta, bem como do feito por ele conseguido bem recentemente. Com uma carreira que conta com quase 40 anos e muitos títulos conquistados, Américo Vieira está no lote dos poucos portugueses que alguma vez alcançaram um título europeu. Ele conseguiu-o. Como tal, é, certamente, o filho da freguesia que mais alto voou no mundo do desporto. É o símbolo e o modelo que os habitantes de Santa Catarina da Serra podem ter como referência. É alguém que quando insiste acaba por rasgar horizontes. Mais que velocista, mais do que sprinter, Américo Vieira é o verdadeiro corredor de fundo da vida. Este resultado vem provar que na nossa existência nunca é tarde de mais para ousar e provar o nosso valor.

Esta revista é suplemento local que integra a edição n.º 3516, de 06 de Agosto de 2004, do Semanário REGIÃO DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.

3


ABERTURA

Américo Vieira, ciclista da Loureira, acaba de se sagrar campeão europeu de veteranos C. Este será, certamente, o maior feito de sempre do desporto da freguesia. A prova que lhe valeu o título e percurso do campeão de Santa Catarina da Serra são o tema do trabalho das próximas páginas. Vieira não se limitou a vencer, culminou uma carreira de quase 40 anos inscrevendo o seu nome na história do ciclismo europeu. O título mundial é a sua próxima ambição.

4


ABERTURA

O nosso campeão Américo Vieira, atleta da União de Ciclismo de Leiria/Hardtop, natural da freguesia de Santa Catarina da Serra é o novo campeão da Europa em ciclismo em veteranos C - 55 aos 60 anos. A vitória aconteceu no último fim-de-semana de Julho em Torres Vedras. O atleta da Loureira participou no campeonato organizado pela União Europeia de Ciclismo, Federação Portuguesa de Ciclismo, União de Ciclismo Internacional e União Desportiva do Oeste. Em decla raç ões à VOZ DA SERRA, Américo Vieira explica que a preparação para a prova começou já há algum tempo. Aliás, já se tinha preparado para os campeonatos nacio- Américo Vieira no pódio nais que decorreram te. E conta que desabafou ao colea 6 de Junho. Mas aí, questões ga: “Estou deserto que isto acabe. burocráticas afastaram-no da Estou com muitos nervos e não há competição, explica. “Andei desmeio disto acabar”. Carlos Vieira moralizado uns dias, mas fiquei respondeu-lhe: “Isto vai acabar com raiva e decidi preparar-me a bem”. sério para o campeonato da Europa”. E confessa que quando decidiu ir ao campeonato da Europa disse para si mesmo: “Se lá vou é Prova dura para ganhar”. Mas o azar parecia teimar em O calor e a dificuldade do pernão o deixar. “Três semanas curso levaram dois atletas franantes da prova tive uma queda em ceses que estavam para alinhar Martingança e fiquei desmoralizaa desistir. do”, explica. Insistiu, no entanto, O ciclista de Santa Catarina na preparação. A zona de Alvega iniciou a corrida procurando foi a escolhida para os treinos e a isolar-se. Em conjunto com o uma semana do europeu, foi cordinamarquês Hansen Svend conrer e ganhar a Negrais. seguiu descolar do pelotão. Logo A vitória ajudou a elevar o depois deixou o seu colega de fuga ânimo. No dia da prova, Américo para trás e completou os 51 quiVieira reconhece que o apoio de lómetros terminando em primeiro Carlos Vieira foi muito importanlugar. De resto, cortou a meta com

dez minutos de vantagem sobre o segundo classificado, Amândio Jesus. O pódio foi inteiramente nacional, com Durbalino Novo a terminar em terceiro. Américo Vieira recorda que na primeira volta ainda temeu que o resultado fosse comprometido, mas na segunda volta conseguiu o comando. E não mais lhe fugiu. “Fiquei todo satisfeito”, diz. “Quando vamos a chegar, só esperamos que não haja problemas. É uma sensação fora de série”, conta. Até então só Cândido Barbosa tinha conseguido ser campeão europeu. Mas naquele fim de semana além de Américo Vieira, mais três portugueses conseguiram o título europeu noutros tantos escalões, explica o atleta da Loureira.

5


ABERTURA

Vida de campeão

Américo Vieira na sua primeira corrida em 1967, no Sporting Luanda em Angola

6

O título agora conquistado por Américo Vieira não surge por acaso. É o fruto de uma vida inteira (praticamente quarenta anos) dedicada ao ciclismo. Contudo, como muitas outras coisas na vida, o ciclismo surgiu praticamente como uma brincadeira. O percurso deste ciclista da freguesia é conhecido por muitos. A VOZ DA SERRA, em 2002, deu conta, de forma resumida, da sua carreira até então. Relembramos esse trabalho para melhor evidenciar como este resultado é fruto de muito trabalho e dedicação. Assim, esta é uma história que tem início no final da década de 60 do século passado. Foi nessa altura que Américo Vieira foi para Angola. Tinha 16 anos e praticava futebol. Foi ao Sporting de Luanda para treinar futebol. Mas como recorda, o facto da sua estatura ser um pouco abaixo do pretendido, motivou alguma troça por parte dos companheiros de futebol. Acto contínuo, quando regressava do treino de futebol passou junto a uns coqueiros onde estavam alguns ciclistas. Não perdeu tempo e questionou-os se poderia treinar


ABERTURA

com eles. Recebeu resposta afirmativa. Contudo, conta, perguntaram-lhe se tinha uma bicicleta. É certo que tinha uma bicicleta. Mas era uma bicicleta “tipo pasteleira”. O facto não o impediu de começar a treinar. E foi assim que ingressou no mundo do ciclismo. Posteriormente regressou para Portugal e ingressou na equipa de ciclismo da Coelima. E por lá esteve enquanto cumpriu o serviço militar obrigatório. Quando se deu a revolução de Abril de 1974 Américo Vieira estava a correr em Espanha. Era sua intenção regressar a Angola. Mas esse regresso não se concretizou devido ao agudizar da situação vivida naquele país africano.

Participação no Prémio Fapor, Angola, 1971

Muitos títulos “Fiquei por aqui e durante dez anos abandonei o ciclismo”, explica. Tinha quase 40 anos quando regressou à modalidade. Mas ainda foi a tempo de conseguir vencer uma etapa na Volta a Portugal em Bicicleta. Na sua carreira, por muitas

vezes sentiu o doce sabor de subir ao pódio. Isso mesmo atesta a sala repleta de troféus que mantém em sua casa, na Loureira. “Isto foi tudo ganho a pedalar”, diz orgulhoso. Impossível de enumerar todas as vitórias, salienta-se o facto de ter sido campeão nacional em Portugal e em Angola, tendo vencido muitas outras competi-

7


ABERTURA ções. A última das quais, a mais importante. Agora é campeão europeu.

Sucesso é igual a muito trabalho Américo Vieira não tem dúvidas. Para conseguir uma carreira de sucesso no ciclismo, é necessário muito trabalho e dedicação. E “não desmoralizar”. É quando as coisas parecem estar a correr pior que se deve dispender o maior esforço. “É na parte fraca que se deve vencer”, explica Américo Vieira, com a sabedoria de quem aplicou esta máxima uma vida inteira. É a sua passagem pela Coelina e por Espanha que mais alegrias alimenta a memória de Américo Vieira. “Na altura essa era uma das melhores equipas nacionais. Só não era a melhor porque o Sporting tinha o Joaquim Agos-

Campeão Nacional 1999/2000 tinho”, explica. Uma carreira que poderia ter ainda chegado mais longe, não fosse o facto do ciclismo ter então atravessado um mau momento. E ainda que tenha rece-

Américo Vieira e restante equipa do Núcleo Sportinguista de Leiria em 1998

8

bido vários convites para ir correr para o estrangeiro, nomeadamente para França, este ciclista de Santa Catarina da Serra preferiu permanecer no país.


ABERTURA

Filha de Vieira sabe pedalar

Célia Vieira, filha de Américo e o seu filho Abílio Vieira Célia Vieira começou a pedalar por influência do pai e de Carlos Vieira. Há três anos que o ciclismo faz parte da sua vida e considera que tem sido uma aposta com resultado positivo. Mas faltam as competições.

Aliás, Célia Vieira assume que se trata de uma actividade sobretudo vocacionada para ocupar os tempos livres. Uma opção profissional não é viável. “Há pouca actividade no ciclismo feminino”. Acrescenta ainda que não “dá

para viver disto”. Filha e pai costumam treinar juntos ao fim-desemana. O título do pai - que agora é campeão da Europa - é motivo de orgulho. “Fiquei bastante satisfeita”, diz.

Venha o campeonato do mundo

O problemático controlo anti-dopping

Este é o mais importante título já conquistado por Américo Vieira. Mas nem por isso deixa de pensar em vitórias futuras. “Este foi o melhor e mais importante título”, confirma. Em Setembro Américo Vieira quer apostar tudo em tentar o título mundial. “Ainda vou pensar nisso”, diz. Os treinos continuam diariamente. E diz pretender continuar a correr “até dar”.

A desidratação sofrida durante a prova do Campeonato da Europa não facilitou a análise de eventuais substâncias proibidas. Foi necessário beber duas garrafas de água para finalmente ser possível realizar as análises. Aliás, depois de percorridos os 51 quilómetros de prova, Américo Vieira ainda andou mais 20 minutos de bicicleta para que o efeito das duas garrafas de água fosse acelerado. Parece ter resultado.

9


ABERTURA

A União Ciclismo de Leiria/ Hardtop orgulha-se da conquista de Américo Vieira. No actual clube do ciclista campeão europeu todos enaltecem a justiça do título conquistado. Carlos Vieira, campeão do Mundo de resistência em bicicleta, é o treinador de Américo Vieira. “Sempre estive confiante. Ele preparou-se bem e conseguiu. É sempre muito bom ser campeão”, destaca o outro Vieira. O treinador sublinha que Américo Vieira “tem vivido toda a vida em cima da bicicleta. Ele treina todos os dias, é uma pessoa muito dedicada, que faz muitos sacrifícios pelo ciclismo. Por isso, os resultados têm de aparecer e, também por isso, ele mereceu o título europeu de veteranos”. Para Carlos Vieira, a vida regrada do campeão é “importante para os êxitos que tem tido”. “Ele próprio diz que está melhor agora que quando era profissional”, sublinha o técnico, que deposita esperanças na presença no Mundial, na Austrália, no final do ano. “Ele está a fazer tudo para ir. Ainda não conhecemos a qualidade dos ciclistas que vão estar presentes. Por isso, é uma incógnita saber o que pode acontecer. Mas acreditamos nas possibilidades dele”. Também Carlos Cardoso, presidente da União de Ciclismo de Leiria/Hardtop, admite que a conquista de Américo Vieira “foi um grande orgulho”. “É o maior prazer ter um campeão europeu no clube. É o título mais significativo da história do clube. O Américo Vieira já era campeão nacional, mas nunca houve ninguém em Leiria que tivesse obtido um feito como este no ciclismo”. A presença de um campeão europeu de veteranos em Leiria, permite “projectar o clube e os

10

Foto de Arquivo

Um clube orgulhoso

Carlos Vieira, campeão do mundo e treinador de Américo Vieira patrocinadores e é bom para o desporto, para Leiria e para a região”. Carlos Cardoso refere ainda que o feito de Américo Vieira “é um

estímulo para os corredores mais novos do clube continuarem a trabalhar. Também para eles foi uma alegria muito grande”.



ACTUALIDADE ABERTURA

Associação da Loureira faz anos

São 14 anos de actividade. A Associação de Desenvolvimento Social da Loureira prepara-se para assinalar mais um ano de existência. O aniversário acontece a 14 de Agosto mas será assinalado dia 21. No dia de aniversário o salão de festas estará ocupado, razão pela qual, explica o presidente Jorge Gameiro, a data será assinalada no sábado seguinte. Um jantar, a apresentação da história da instituição e a tarde preenchida com a realização de uma prova de resistência com motos antigas são algumas das actividades programadas. “Esta será a forma de assinalar simbolicamente a data”, refere Jorge Gameiro.

12

De acordo com o presidente da colectividade, o balanço dos 14 anos de actividade é “positivo”. Este responsável lembra que a primeira década foi sobretudo dedicada a conseguir construir a estrutura do edifício sede. Em 2001 a colectividade avançou com o projecto da creche, seguiu-se o Serviço de Apoio Domiciliário. Agora o grande projecto passa por conseguir avançar com o Centro de Dia e Centro de Convívio. Trata-se de um projecto que apenas necessita de ultimar pequenos pormenores de mobiliário uma vez que as salas estão prontas, revela Jorge Gameiro. Acresce ainda a necessidade de acertar as questões relativas ao

pessoal que aí prestará apoio. O presidente da direcção esclarece ainda que o modelo a adoptar dependerá do número de inscrições. “Em função das inscrições ou avançamos com o Centro de Dia ou Centro de Convívio”, explica. Se funcionar o Centro de Dia as pessoas estarão nas instalações da colectividade durante todo o dia, sendo que o Centro de Convívio apenas funcionará de tarde. “Depende das inscrições”, sublinha. Jorge Gameiro adianta que existe a indicação de que não haverá apoio da Segurança Social. “Só para 2006 é que existe a perspectiva de apoio”, refere. Ainda assim, o mês de Outubro poderá ficar marcado pela entra-


ABERTURA

da em funcionamento deste novo serviço. Entretanto, a partir de Setembro entra em funcionamento um ginásio dedicado à prática de exercício físico, revela ainda. Ainda na área do exercício físico, a direcção conta ter em funcionamento em final do ano o circuito

de manutenção, cujo percurso está já definido. (ver imagem)

A vitória da “carolice” Jorge Gameiro estima em cerca de 750 mil euros o montante já gasto nas instalações da associa-

ção. E “só cerca de dez por cento desse montante será da responsabilidade de apoios oficiais”. A direcção tem arriscado. Afinal, “as pessoas não apoiam projectos, apoiam obras”, diz. No seu entender, no final da obra, as pessoas acabam por ajudar.

13


ACTUALIDADE

Davides em convívio

O grupo de Davides presente no encontro A ideia de juntar todos os colegas de nome, da freguesia, partiu de David Vieira Serralheiro, natural da Quinta da Sardinha. Este David comunicou a sua ideia a outros davides, David Neto dos Santos e David Alves, mais precisamente. Em conjunto começaram a pensar na ideia do convívio. “Já vai para dois anos que tive esta ideia”, afirma o impulsionador do projecto. “Quando fui operado ao coração e a uma úlcera e cheguei a pensar: será que vou morrer sem fazer a festa dos Davides?”, conta David Vieira Serralheiro. E assim se encheu de coragem e convocou todos aqueles que se identificam pelo nome de David, para se reunirem no dia 31 de Julho.

“apenas cinco ou seis não vieram”. Assim, 56 Davides naturais e/ou residentes em Santa Catarina estiveram reunidos em convívio no passado dia 31 de Julho em Santa Catarina da Serra. Primeiro assistiram à missa celebrada pelo Pe. Davide Vieira Gonçalves, natural do Vale Sumo

e actualmente pároco nas freguesias de Boa-vista e Bidoeira. Quando confrontado com a ideia de ter sido um Davide com uma missão especial no meio de tantos outros afirma que “nós sentimos sempre alguma coisa cá por dentro. Até porque sou natural desta terra mas conheço mais pessoas

Mais de meia centena de Davides Uma grande parte dos Davides respondeu à chamada para este convívio.A organização refere que

14

Os Davides mais velho e mais novo presentes


ACTUALIDADE doutras terras, mas nunca perdemos a origem. O objectivo é mesmo estar ligado às origens com mais convívio e mais partilha”. E foi precisamente o que aconteceu: um grande convívio com os que partilham o(s) mesmo(s) nome(s): David e Davide. E de entre todos os que estavam reunidos, houve uma especial atenção para o Davides com mais e menos idade: 85 anos e 20 meses precisamente. David Simão com 85 anos de idade revelou que a sua alegria em participar neste convívio: “Sinto-me bem porque é um convívio entre a melhor gente da freguesia. Não pensei que havia tanta gente boa na freguesia (com o nome David(e)). Gostei da ideia do convívio, é que apesar da minha idade gosto sempre destas coisas”.

Padre Davide Vieira Gonçalves celebrou a missa dos Davides Depois do almoço no salão paroquial de Santa Catarina da Serra, os Davides dirigiram-se ao cemitério para homenagear aqueles

que tiveram o mesmo nome que o seu. O convívio prolongou-se pelo resto do dia.

15


ACTUALIDADE

Obras na casa museu a bom ritmo As obras de reparação/construção da futura casa museu do Rancho Folclórico de S. Guilherme decorrem em bom ritmo, após uma pequena paragem de alguns meses. A pa ragem f icou a dever- se à indisponibilidade dos “homens da pedra” e à mudança de direcção no início do corrente ano. Com a entrada em funções da nova direcção, as obras foram colocadas em “segundo plano”, pois era preciso primeiro inteirar-se da actual situação do grupo, planear as actividades a desenvolver durante o ano, e realizar algumas delas, para melhor programar a as obras. Sendo um dos principais objectivos da actual direcção a concretização do sonho “Núcleo Museológico”, cedo se resolveu a reiniciar as obras. As obras decorrem agora em bom ritmo, estando prevista a conclusão dos trabalhos realizados pelos “homens da pedra” durante o mês de Agosto. Já está também montado o lagar de fazer o vinho, o qual será inaugurado nas próximas vindimas, onde se pretende fazer uma pequena demonstração da actividade das vindimas. O início das obras de restauro da casa está também prevista para o decorrer deste ano, dependendo um pouco da situação financeira do grupo, mas o nosso objectivo é a sua concretização o mais breve possível, por isso contamos com a ajuda e apoio de todos. O Rancho Folclórico

16


ACTUALIDADE

Escuteiros em Pataias Vários escuteiros do Agrupamento 1212 de Santa Catarina da Serra estiveram envolvidos no XVIII Acampamento Regional de Leiria do Corpo Nacional de Escutas, que à hora de fecho desta edição decorria na Lagoa de Pataias. De acordo com as declarações prestadas por Mário Verdasca, responsável máximo do agrupamento de Santa Catarina da Serra à VOZ DA SERRA antes do início do acampamento, estava programada a participação de elementos de todas as secções, à excepção dos lobitos, os mais novos. De acordo com a organização o XVIII Acampamento Regional de Leiria do Corpo Nacional de Escutas, que decorre de 2 a 9 de Agosto, tem por finalidades: Recuperar as boas práticas e ideais vividos no passado recente no Escutismo; Promover os valores Escutistas como ideal de vida; Promover um contac-

to são e de respeito pela Natureza; Conseguir um forte apelo à técnica; Desenvolver a especificidade das funções dentro do Bando/Patrulha/ Equipa; Promoção de uma maior participação dos Dirigentes; Proporcionar a vivência de uma actividade Escutista de referência; Que cada escuteiro(a) sinta que a sua participação neste acampamento lhe permita confirmar, individualmente e em conjunto com os outros, todas as suas potencialidades e capacidades escutistas, ao serviço de si próprio, da família, dos outros e de Deus (...); Dar continuidade à linha de realização de Acampamentos Regionais, nas suas vertentes mais positivas, não esquecendo que ao ser o primeiro acampamento com estas características a realizar no séc. XXI, deverá aproveitar este facto, permitindo que cada escuteiro(a) reconheça que no mundo futuro, “Só fazendo se pode ser”.

Natação em Setembro A Associaç ão da C a s a do P o v o de Santa Catarina da Serra está a organizar a realização de aulas de natação para crianças. A actividade decorrerá na piscina do Centro de Estudos de Fátima e é destinada a crianças com idades compreendidas entre os quatro e os 12 anos. As aulas deverão ter início a 15 de Setembro. Mas infor mações poderão ser obtidas através dos seguintes contactos: Professor Armando - 965514339 e Senhor Rui para o 914556627.

Dezenas de jovens crismados Os jovens da paróquia de Santa Catarina da Serra, do 10º ano de catequese, receberam o sacramento do crisma no passado dia 17 de Julho, na igreja paroquial de Santa Catarina da Serra. A cerimónia foi presidida pelo Bispo da Diocese Leiria-Fátima D. Serafim Ferreira e Silva.

Casa do Povo de Férias A Casa do Povo está em pleno período de férias que se prolonga durante o mês de Agosto. Em jeito de balanço, a direcção recorda que “foram muitas as actividades desenvolvidas por esta associação desde: encontros de coros, aulas de música, ensaios de coros, aulas de ginástica, aulas de dança, o famoso Carnaval e também as marchas da Serra cantaram e encantaram no cortejo dos Bombeiros da Serra, entre outros”. Acrescenta ainda que “fomos desfilar ao vizinho lugar de Caldelas onde fomos bem recebidos. E por fim chegou a vez de irmos à cidade apresentar a nossa marcha no ‘Leiria a marchar’. A marcha da nossa terra teve mais uma vez, música e letra inéditas da autoria do nosso padre Mário. O padrinho foi padre Mário Verdasca e a madrinha foi Teresa Neto que também foi a ensaiadora”.

17


OPINIÃO

“Limites Parochiaes”

Mapone

Manuel Poças das Neves (Mapone) escreve sobre os limites da freguesia de Santa Catarina da Serra. Num texto escrito para o Jornal da Batalha, e por gentileza do autor aqui reproduzido, são feitas referências históricas para esta antiga questão.

Ao Preclaro Amigo Domingos Marques das Neves, mui digno Presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra, com um abraço do “Filho da Escola”. No dia 7 de Agosto do já longínquo ano de 1899, a Junta da Parochia do Reguengo do Fètal, composta pelo Presidente Padre Manuel Carreira Ramos e os Vogais Manuel Gomes Chilro, Manuel Gonçalves Menezes Júnior e António Francisco Myra, “…foi juntar-se a Junta da Parochia de Santa Catharina da Serra, que se achava composta dos Presidente Francisco da Gama Reis, e vogaes Júlio Vieira da Silva, Manuel das Neves e Constantino Pereira e reu-

18

nidas as duas Juntas de parochia, ambas em maioria deliberaram, em vista da divergência que havia entre as duas povoações, sobre a extrema da área dos terrenos das duas freguezias confinantes, demarcar e collocar o primeiro marco no sitio do algar da Aroeira, setecentos metros, pouco mais ou menos ao norte do logar do Casal dos Lobos, ponto em que se tocam estas freguezias com a de Santa Margarida de Arrabal, partindo deste marco em linha recta, para o sitio de Casalinho entre os logares da Chainça do Meio, freguesia do Reguengo do Fètal, e Chainça d’Além, freguesia de Santa Catharina da Serra. No vértice d’um ângulo formado por duas estradas encontram-se umas pedras grandes e ahi concordaram as duas Juntas de parochia referidas em collocar o segundo marco, por ser de tradição que as ditas pedras separavam as duas freguezias. Portanto d’ahi, seguindo a estrada publica na direcção de sudeste incontramos o Algar do Boi, em frente do qual trinta metros, pouco mais ou menos, ig ua lmente concorda ra m em collocar o terceiro marco. D’ahi em linha recta até à Lagoa do Boi, ficando esta cortada ao meio, e do norte da mesma todos os vogaes das duas Juntas de parochia e ambos os presidentes se lembram de haver ahi um marco a que todos chamavam o marco termo. Seja como for, a Junta de parochia da freguezia do Reguengo do Fètal, e todos os seus habitantes, isteveram sempre e estão ainda na convicção de que aquelle marco e lagoa foram sempre o ponto extremo das duas freguezias e assim se tem usufruindo. Porem a Junta de parochia da freguezia de Santa Catharina da Serra, intentou ir mais alem para satisfazer caprichos infundados dos seus administrados e pedia para que o

marco fosse collocado no sitio da Pedrinha Alçada, uns duzentos e cincoenta metros, pouco mais ou menos, ao poente da lagoa, no que a Junta de parochia do Reguengo não concordou. E por fim a Junta de parochia de Santa Catharina já se satisfazia que o marco ficasse ao meio desta distancia, isto é, a cento e vinte e cinco metros, pouco mais ou menos, ao ponto da referida lagoa, no que a Junta de parochia do Reguengo não concordou. Foram testemunhas presenciais a todo este acto os senhores Francisco Pires, António Pereira, Manuel Pereira, Francisco d’Oliveira, do Casal dos Lobos, António da Silva e João Euzebio, da Chainça, todos da freguezia do Reguengo – Manuel Narciso, António d’Oliveira, Faustino Vieira, José Jacinto, Manuel Francisco Barbeiro, Júlio Gonçalves e Manuel Pires, todos da Chainça d’Além, freguezia de Santa Catharina.” Mas, tudo leva a crer de que, apesar da boa vontade dos autarcas envolvidos na delimitação, esta não ficou resolvida de vez. É o que se infere da seguinte leitura: “Aos vinte e um dias do mez de Janeiro de mil novecentos e sete, n’este logar e freguezia de Reguengo do Fètal e sala de sessões da Junta de parochia, reuniu o Presidente e todos os vogaes, com a assitencia de Estevam da Silva Carvalho, regedor d’esta freguezia. …Em seguida deliberou a Junta requerer a Sua Magestade a delimitação d’esta freguezia com a de Santa Catharina da Serra, concelho de Leiria, afim de se poderem evitar os graves inconvenientes de que teem sido victimas os povos d’esta mesma fregfuezia do Reguengo, por falta de fixação de limites.”


ACTUALIDADE

Festa na vila Arrancam na próxima quinta-feira, dia 12, os festejos em honra do Sagrado Coração de Jesus, em Santa Catarina da Serra. As actividades festivas decorrem até dia 16. Organizada pelos nascidos em 1964, a festa tradicional da vila começa com uma missa, pelas 21 horas de dia 12. No dia seguinte, os festejos ficam igualmente marcados pelo cariz religioso, com a realização de confissões seguidas de missa. O arraial das festas abre na tarde de sábado. Na noite de dia 14 destaque para a missa, seguida de procissão de velas e o espectáculo a cargo dos Laranjomania. No domingo, dia 15, sublinha-se a celebaração da missa pelas 14 horas, seguindo-se a procissão. Destaque para a actuação do Rancho Folclórico de São Guilherme, pelas 18 horas. À noite actuam o grupo Wegaband e o artista João Leal. No último dia de festa, a missa de convívio com

romagem ao cemitério, pelas 11 horas. Rui Ferreira anima os festejos a partir das 21 horas. A orquestra espanhola Super Estrelas actua de seguida. Os festejos encerram com a realização de um sorteio.

19



DESPORTO

São Guilherme aposta nas infra-estruturas Continuar a apostar nas camadas jovens. Esta é a palavra de ordem no Grupo Desportivo e Recreativo de São Guilherme. Augusto Gordo, presidente da colectividade refere à VOZ DA SERRA que “este ano temos uma equipa. Para o próximo ano talvez avancemos com duas. Esse é o objectivo”. Para já, adianta, ainda não está definido o escalão da equipa mas o certo é que o futebol volta a marcar a actividade do São Guilherme. Recentemente, a colectividade terminou a colaboração com a União Desportiva da Serra. “Estivemos por duas vezes ligados à UDS e por duas

vezes há desavenças. Mas esse é um assunto que está arrumado”, diz Augusto Gordo. E acrescenta que “estive entre os fundadores da UDS e sou sócio da UDS mas é melhor para o São Guilherme estar separado”. Com as alterações que esta “separação” implicou, o dirigente revela que serão necessárias obras no clube. “Vamos comprar mais uma carrinha. Só temos uma e queremos comprar outra para podermos ter condições para transportar as equipas”, diz. Será igualmente necessário, revela, a realização de obras no balneário. Este dirigente revela que a

aposta na formação continuará a marcar o clube, mas não afasta a criação de uma equipa senior. Algo que “será equacionado no futuro”. Com um acto eleitoral ainda sem data marcada, mas com a certeza de que decorrerá antes do início da época, Augusto Gordo admite deixar a presidência tendo em conta os largos anos que leva de actividade directiva. Os apoios autárquicos e da publicidade são a principal fonte de financiamento do clube que este ano deverá contar com cerca de 30 atletas. Um número que deverá aumentar no próximo ano, estima o dirigente.

21




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.