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Esta revista é um suplemento local que integra a edição nº 3567, de 29 de JULHO de 2005, do Semanário REGIÃO DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.

Casa do Povo de Santa Catarina da Serra

Uma associação com história Ordem de Malta apoia peregrinos Pág.s 12 a 15

Bombeiros ganham apoios Pág.s 18 a 19

Pág.s 4 a 9

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Serra

AGOSTO 2005

ANO 2

Nº 32



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Serra FÓRUM FICHA TÉCNICA DIRECTOR Francisco Rebelo dos Santos DIRECTOR-EXECUTIVO Pedro Costa CONSELHO DINAMIZADOR David Vieira Fausto Neves Jaime Silva Joaquim Rodrigues Jorge Primitivo José Augusto Antunes José Carlos Rodrigues

ÍNDICE

O exemplo

Casa do Povo, um mundo de actividades .... 4 a 9 David, o benfiquista ......... 10 a 11 Peregrinos em Santa Catarina da Serra ............ 12 a 15 Jantar dos rapazes da rua Jardim .......................... 16 Passeio de idosos ...................... 17 Bombeiros em festa .......... 18 a 19 Artista da Loureira edita disco ........................ 20 a 21 Lino Pereira candidato ............. 22

TEXTOS Amândio Santos e Sónia Gomes

Domingues Neves avança ........ 23

FOTOGRAFIA Arquivo do REGIÃO DE LEIRIA, Amândio Santos e Sónia Gomes

A paixão pelo BTT ............26 a 29

PAGINAÇÃO Departamento Gráfico do REGIÃO DE LEIRIA PUBLICIDADE Lídia Órfão Tereso PATROCINADORES PERMANENTES LubriFátima Maia – A. Ferreira das Neves Herdeiros, Lda. Lena Construções JRP J. Primitivo Madeiras, S.A. Manuel da Costa e Silva, Lda. Construções J.J.R. & Filhos, S.A.

IMPRESSÃO Mirandela SA TIRAGEM 2.500 exemplares

Esta revista é um suplemento local que integra a edição n.º 3567, de 29 de Julho de 2005, do Semanário REGIÃO DE LEIRIA e não pode ser vendida separadamente.

Carta de leitor .......................... 25 Sopa de letras ........................... 31

Participe A sua opinião conta. A VOZ DA SERRA tem em funcionamento um Ponto de Apoio ao Leitor na Papelaria Bemposta, no centro da vila de Santa Catarina da Serra. Porque a participação activa dos nossos leitores é essencial, agora existe um local onde pode deixar as sugestões de assuntos que gostaria de ver abordados, textos para publicação, pagamento de assinaturas e entrega de publicidade. A interactividade com o leitor é uma das nossas preocupações. Ajude-nos, participando. Dependendo da disponibilidade gráfica ou da pertinência noticiosa, a sua participação encontrará eco na VOZ DA SERRA e/ou REGIÃO DE LEIRIA.

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Serra

A dinâmica. A Casa do Povo de Santa Catarina da Serra é um exemplo a seguir. As múltiplas actividades que desenvolve, como fica patente no trabalho que publicamos nesta edição, são o espelho do sentir da colectividade local. A desdobrar-se em iniciativas, aquela colectividade presta um serviço público assinalável. Por outro lado, tal como muitas outras associações da freguesia, reforça os laços de quem usa Santa Catarina da Serra como identidade pessoal. Em suma, contribui para que todos nos sintamos uma parte cada vez mais integrante de uma freguesia que cresce com a evolução que todos formos capazes de proporcionar. De igual modo, uma nota especial para o David, benfiquista de todas as horas. Independentemente da preferência clubística de cada um, o certo é que a história que reproduzimos nestas páginas é um exemplo de alegria de viver, apesar das eventuais contrariedades que a vida proporcione. Por último, nota para a vida autárquica da freguesia que se começa a fazer notar, graças à crescente proximidade do acto eleitoral, marcado para Outubro. Dentro das nossas possibilidades, a VOZ DA SERRA tentará dar conta dos diversos projectos que se apresentam ao eleitorado.

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A Casa do Povo É uma verdadeira casa aberta a todos. A Casa do Povo leva a efeito muitas actividades e contribui para o enriquecimento do sentimento de colectividade, ocupando miúdos e graúdos.


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Serra ABERTURA

A sede da Casa do Povo de Santa Catarina da Serra foi construída no ano de 1973, num terreno que pertencia a José Mariano. Na altura estava sobretudo vocacionada para o apoio social à população, mas desenvolvia também actividades desportivas. Com o evoluir do tempo, esta associação foi progredindo e começou a desenvolver actividades de âmbito mais diverso. Actualmente, e como explica a actual direcção, as acções promovidas pela associação estendem-se à música, desporto e alguns eventos mais tradicionais. No entanto, e como lamentam os responsáveis, a maioria das pessoas não conhece a força que move esta associação, as actividades que oferece aos habitantes, nem tão pouco as actividades que fazem parte da sua história recente. Nesse sentido, a VOZ DA SERRA foi “à descoberta”

da Casa do Povo e com o apoio da actual direcção, nomeadamente Rui Alves e João Ferreira, tentará divulgar a “prata da casa” em termos daquilo que desenvolve em acções culturais e desportivas. Em constante actividade… Esta associação tem prezado pela diversidade de actividades culturais e, nesse sentido, desenvolve durante todo o ano iniciativas permanentes. São disso exemplo a ginástica, às segundas e quartasfeiras; o taekwondo, às segundas, terças e sextasfeiras; o coro, aos sábados; a escola de música, todos os dias; e a natação, que funciona neste momento na piscina do CEF - Centro de Estudos de Fátima. Algumas destas actividades são, quase, a génese do funcionamento desta associação, tal como a conhecemos. Exemplos disso são os coros Infantil e Juvenil que iniciaram a sua actividade em 1994, na altura

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Serra ABERTURA

com a denominação de Coro Infantil. Só em 1999 os coralistas com mais de 13 anos e que se sentiam em condições para tal constituíram o Coro Juvenil, explica Maria João Oliveira, fundadora dos Coros. É, inclusivamente, este Coro o responsável pela promoção, anualmente, do encontro de coros “onde recebemos coros de vários pontos do País”, refere a mesma responsável. Este ano, o encontro realizou-se a 5 de Junho. Outro exemplo de um projecto mais antigo, que surgiu inclusivamente com a anterior direcção, mas que reflecte bem os objectivos da associação, é o Projecto de Intervenção Musical, também conhecido por PIM. Este projecto surgiu há cerca de cinco anos, explicam os dirigentes, e tem como objectivo leccionar aulas de piano, órgão, guitarra clássica, bateria, flauta, acordeão, cavaquinho e guitarra eléctrica. Para além das aulas, este projecto apresenta sempre, no final do ano lectivo, uma audição como prova

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do trabalho desenvolvido ao longo do ano. Refira-se que os professores do PIM são provenientes do Orfeão de Leiria ou do Conservatório de Leiria. Na base destas acções com uma tão forte componente musical está o facto de “todos os elementos da actual direcção da associação da Casa do Povo estarem ligados à música”, acrescentam. Além da componente musical, esta colectividade dinamiza também a parte desportiva, nomeadamente com a promoção de aulas de ginástica de manutenção e o Taekwondo, actividades já referidas anteriormente. Já a natação tem funcionado como um projectopiloto, sendo que a Casa do Povo tem tido sobretudo o papel de coordenação. Em suma, esta associação acaba por funcionar em perfeita sintonia entre as vertentes desportiva e musical.


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Serra ABERTURA … sem esquecer o mais tradicional… Há, contudo, algumas actividades consideradas mais tradicionais: o magusto, a festa do idoso e o desfile de Carnaval, cuja organização cabe também à Associação da Casa do Povo. Tal como resume a

direcção da Colectividade desta forma: “a associação acaba por ser mais dinâmica e funciona todos os dias, com a casa cheia”. Refira-se que, no total, encontram-se envolvidas nestes projectos cerca de uma centena de pessoas.

Encontro de Coros A Casa do Povo de Santa Catarina da Serra promoveu, no dia 5 de Junho, pelo quarto ano consecutivo, o Encontro Anual de Coros. Este ano foram quatro os coros a participar, sendo que dois deles da casa: O Coro Infantil e o Coro Juvenil da Associação da Casa do Povo de Santa Catarina da Serra. De fora vieram o Coro Infantil da Casa do Pessoal do Hospital de Abrantes e as Classes de Conjunto do Orfeão de Leiria. Esta é mais uma actividade com “o carimbo” da Casa do Povo e com um resultado positivo, sublinha a organização.

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Serra ABERTURA

Quando a casa e o povo marcham No passado mês de Junho e pela quinta vez consecutiva, a Casa do Povo de Santa Catarina da Serra participou no desfile de Marchas Populares, organizado pela Câmara Municipal de Leiria. O evento decorreu no dia 18, em pleno centro da cidade de Leiria, e envolveu cerca de uma dezena de marchas de freguesias e lugares da região. Desfilando para uma vasta plateia e sem a pressão da competição, o presidente da Casa do Povo, Rui Alves, salienta que todos marcharam “por amor à camisola” ou por “amor ao colete”, dada a bonita indumentária usada pelos cerca de 30 marchantes que representaram a freguesia de Santa Catarina da Serra. Esta marcha foi apadrinhada por Rui Alves, presidente da colectividade, e Teresa Neto, ensaiadora da marcha, que entregaram durante o decorrer da marcha uma lembrança da associação à presidente de Câmara de Leiria, Isabel Damasceno: Um bonito relógio de parede, ornamentado com a pauta da música que deu

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vida e ritmo à marcha. O autor da letra e música foi, mais uma vez, o pároco, padre Mário, que, quase há última hora, se viu impedido de marcar com a sua alegre presença, devido a um problema de saúde, entretanto já ultrapassado. Esta marcha envolveu mais de meia centena de pessoas, entre marchantes, cantores, músicos e pessoal de apoio. Tudo foi meticulosamente preparado durante as semanas que antecederam o evento, em cerca de 15 ensaios. O elevado número de ensaios dificultou, em muito, a organização, pois “nem sempre é fácil juntar tanta gente, a maior parte jovens e adolescentes, numa altura em que alguns estão em exames e outros estão para ir de férias!”. Também por isto, Rui Alves insiste em sublinhar a enorme entrega que tantas pessoas da freguesia dão todos os anos a este evento. Além deste desfile em Leiria, no dia 18, no dia seguinte a Casa do Povo associou-se aos Bombeiros da Serra e participou com a sua marcha nas tasquinhas, organi-

zadas por esta associação, juntamente com uma marcha convidada proveniente de Caldelas. E foi precisamente em Caldelas, no dia 29, que a marcha encerrou as suas actuações por este ano, ao som das omnipresentes palmas e da alegria própria dos festejos dos santos populares. No dia 9 de Julho, a Casa do Povo promoveu um encontro-convívio para todos os que estiveram envolvidos nas marchas. Entre petiscos e doces, as conversas sobre as peripécias das marchas foram “o prato forte”. Mas nem só de marchas vive a Casa do Povo. Por isso, no passado mês de Junho realizaram-se outros eventos, a começar pelo IV Encontro de Coros Infantis e Juvenis, no dia 5, no salão paroquial que contou com a presença de vários coros convidados. Os dois coros, Infantil e Juvenil, actuaram novamente, em Lisboa, no Palácio Galveias no dia 11 de Junho. Musicalmente falando, Junho foi também o mês do encerramento de mais um ano do projecto PIM, com a realização da audição


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Serra ABERTURA

final, participada musicalmente pelos alunos e professores envolvidos neste projecto, à qual muitas pessoas da freguesia e não só fizeram questão de assistir. No dia 12 de Junho, realizouse um percurso pedestre nas

serras de Aire e Candeeiros, no qual os cerca de meia centena de participantes puderam viver um domingo de forma bem diferente do habitual. Muito e bom é o que se pode dizer dos eventos que a Casa do

Povo tem desenvolvido. Mas ainda há mais projectos e, por isso, tem sido estudada a criação de um núcleo de ciclismo, que contará com a colaboração e empenho dos muitos aficionados desta modalidade moradores na freguesia.

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Serra SOCIEDADE doença degenerativa (doença dos pezinhos) obrigou-o a abandonar quase todas as actividades que até aos 20 anos realizava com a maior das facilidades. Nesse tempo, gostava muito de andar de motorizada e, além de trabalhar, sempre gostou de jogar à bola. Segundo consta, chegou a ser um jogador tecnicista, à imagem do seu ídolo de então, Fernando Chalana. Para além da decoração das paredes da casa onde vive ser praticamente toda vermelha e branca, a sua última motorizada era completamente pintada de vermelho, a sua última bicicleta era também vermelha e a cadeira de rodas que usa no dia-a-dia é… encarnada. Com esta obsessão pela cor vermelha não admira que, depois de muitos anos a trabalhar e a estudar no CRIF - Centro de Recuperação Infantil de Fátima, tenha deixado a instituição quando esta inaugurou as suas novas instalações. Devido ao facto das novas paredes estarem revestidas de azulejos… azuis.

Jogos gravados

David, o benfiquista 10

Não é fácil quantificar ou comparar a paixão que cada um de nós sente pelo seu clube. Ainda assim não corremos um grande risco de estarmos correctos se afirmarmos que o maior benfiquista da freguesia de Santa Catarina da Serra é David Almeida, de Vale Tacão. David nasceu na década de 60, quando o Benfica enchia a Europa com a sua chama imensa. Esta chama ficou-lhe no corpo e, desde que se conhece, que adora o clube encarnado. Hoje tem pouco mais de 40 anos de idade, mas teve uma infância e juventude igual à de tantos outros da sua idade. Contudo, uma

Durante muitos anos, principalmente no final da década de 80, o rádio era a companhia fiel de David e gravava em cassete todos os jogos do seu Benfica. Nessa altura catalogava as cassetes pelo número de golos que o Benfica marcava nesse jogo. Com a década de 90 veio a gravação em cassetes de vídeo e vieram tempos de glória com o título alcançado em 1993/94. Nesse ano começou também a admiração pelo seu maior ídolo de sempre, de seu nome João Vieira Pinto. Ainda guarda a gravação que fez do célebre 6-3 em que João Pinto marcou três golos ao Sporting. Também por isso vêlo a jogar de leão ao peito foi, até ao momento actual, o maior desgosto da sua vida desportivamente falando. Aliás, desgostos desportivos foi algo que viveu com bastante frequência desde então para cá,


durante onze anos a fio, até que, no passado mês de Maio… o Benfica se sagrou campeão 2004/05 e a fé e a esperança que nunca perdeu deram lugar à alegria e à festa. A bater palmas e a rir entusiasticamente fez o que pôde para exprimir tamanha euforia… Hoje, prefere ouvir os jogos no rádio do que vê-los pela televisão, mas não consegue disfarçar o nervosismo que sente antes e durante os 90 minutos de um jogo do seu Benfica. Nunca foi ao Estádio da Luz e nunca foi sócio do clube, porque a vida não lhe deu possibilidade de viver a sua paixão pelo clube dessa forma. Ainda assim, já conseguiu que a sua irmã mais nova, Fátima Almeida, e sua mãe, Júlia Neto, se fossem tornando também benfiquistas dos quatro costados.

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Serra SOCIEDADE

Ordem de Malta Foi com o objectivo de dar apoio aos peregrinos que caminharam rumo a Fátima, entre os dias 10 e 12 de Maio, que a Ordem de Malta se instalou no salão paroquial de Santa Catarina da Serra. Neste posto esteve presente Filipe Freire de Andrade, responsável médico da Ordem, e uma equipa composta por enfermeiros e voluntários, com o objectivo de assistir os peregrinos que rumavam em direcção a Fátima. Segundo Filipe Freire de Andrade, o tratamento dado “é, sobretudo, dirigido aos pés e pernas, pois são as zonas mais sujeitas ao traumatismo”. Trata-se, em suma, de um tratamento ao nível muscular. Contudo, este apoio não se restringe ao nível físico. Nos voluntários da Ordem de Malta os peregrinos encontraram também palavras de apoio e de coragem para prosseguir nesta última etapa da caminhada. E, talvez por isso, “as pessoas habituam-se a confiar em nós”, como confidencia o responsável médico. No entanto, aquele elemento admite que “as pessoas estão cada vez mais bem preparadas para a caminhada, até porque a Ordem de Malta publica e distribui normas de prevenção, no sentido de educar os peregrinos a fazer de uma forma menos arriscada a caminhada”.

O último posto de abrigo… Santa Catarina representa o último de três postos de apoio, que incluem Águeda e Condeixa. Existe um outro posto móvel que se situa em Santa Luzia e depois é deslocado para o Barracão. Existe também ainda um posto fixo que é montado na Caranguejeira. No entanto, sendo este o último

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Serra SOCIEDADE

a apoia peregrinos

posto é ele que acolhe a reunião de toda a estrutura da Ordem, que perfaz um total de cerca de 170 pessoas. Por outro lado, sendo este o último posto e estando tão próximo de Fátima faz com que “só se dirijam aqui os peregrinos que estão muito mal, porque os outros, como estão apenas a uma hora de Fátima, preferem continuar”, explica Filipe Freire de Andrade. O salão paroquial de Santa Catarina foi inclusivamente preparado para que quem quisesse passar a noite o pudesse fazer. Refira-se que todo este trabalho de voluntariado oferecido pela Ordem já se realiza há 29 anos.

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Serra SOCIEDADE

O que nos dizem os peregrinos Sendo Santa Catarina da Serra uma localidade tão próxima de Fátima, significa, para muitos peregrinos, a última etapa de uma longa caminhada. A serra torna-se, para muitos, um troço difícil, pois as pernas cansadas já não querem obede-

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cer e é mais difícil chegar ao fim do caminho. O sacrifício tornase maior. Mas a recompensa aparece, dizem os caminhantes, quando entram na recta que os encaminha a Fátima. A VOZ DA SERRA foi conhecer algumas “estórias” de peregri-

nos que passaram por Santa Catarina da Serra quando se dirigiam para o Santuário de Fátima. Jorge vem pela primeira vez a Fátima e caminhou durante dois dias para chegar de Anadia a Santa Catarina da Serra. Este


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Serra SOCIEDADE peregrino, ao chegar à freguesia sente-se “realizado por estar tão perto”. De Viseu vem a Sandra Estrela. Há sete anos que repete a caminhada, passando sempre por Santa Catarina. Para Sandra, Santa Catarina representa a última etapa da sua caminhada, sendo, contudo, “a recta de Fátima” que torna mais marcante esta viagem, pois aproxima-se o fim da peregrinação. Sandra não quis, no entanto, deixar de pedir aos leitores da VOZ DA SERRA, sobretudo aos condutores, “que tenham mais consciência”. Apesar de ciente que muitas vezes se facilita, diz com tristeza que assistiu a um acidente que vitimou mortalmente um pere-

grino, o que a marcou profundamente. Sandra deixa também um recado aos comerciantes que “roubam os peregrinos”. “Acima de tudo, nos cafés e restaurantes não servem o que devem nem como devem. Abusam dos carenciados”, refere. Esta peregrina acrescenta ainda a falta de policiamento nas estradas e não quis deixar de o comentar publicamente. Para finalizar a peregrina mostra, o seu agradecimento aos voluntários da Ordem de Malta que prestam apoio aos peregrinos. Já Estela Moreira partiu do Porto fazia cinco dias, percorrendo uma média de 40 Km por dia. Para Estela, a serra é um sinal de como se está perto de Fátima, mas mesmo assim sabe

que ainda lhe falta uma etapa “muito difícil”. Foi para arranjar forças que recorreu ao apoio dos voluntários que se encontravam no salão paroquial, para seguidamente cumprir a última parte da caminhada. De Viseu e pela terceira vez, caminho também Adelaide. Vem em cumprimento de promessa com um grupo de quatro pessoas. Para esta peregrina, chegar a Santa Catarina da Serra é sinónimo de “muita fé e uma vontade muito grande de cumprir a promessa”. Por outro lado, estar tão perto de Fátima torna-se, para Adelaide, “uma ânsia constante”.

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Serra ACTUALIDADE

Rapazes da Rua do Jardim reunidos em jantar Os chamados “rapazes da Rua do Jardim” estiveram reunidos num jantar-convívio, no passado dia 7 de Maio, em Santa Catarina da Serra. Na referida rua, situada no centro de Santa Catarina, moravam, há cerca de 50 anos, onze jovens provenientes de três famílias: Domingos, Vieira e Oliveira. Decidiram, então, juntar-se para relembrar tempos de outrora, quando todos, ainda moços, eram vizinhos. Durante o jantar falou-se do tempo de escola, da guerra no ultramar, da vida profissional que cada um deles seguiu, das etapas marcantes da vida, dos que

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tiveram que sair da terra para apostar na vida mas que, como os próprios justificam, “aqui continua o coração”. Contudo, para além da presença deste grupo, o impulsionador da ideia quis homenagear um vizinho de outra rua e, para tal, convidou também a família dos Costas, que morava mais abaixo, na Bemposta. Entre eles estava o actual Campeão Nacional da Língua Portuguesa, Deniz Costa, que também se juntou ao grupo. Para além da boa disposição, trouxe consigo o troféu ganho no concurso para partilhar com os amigos de infância. Na iniciativa houve ainda opor-

tunidade para Silvino Domingos ler a carta aberta a Deniz Costa publicada na última edição da VOZ DA SERRA. Deniz retribuiu com um breve discurso de agradecimento, aproveitando a oportunidade para actualizar os presentes e informar que, ao contrário do que frequentemente se pensa, a palavra mais longa da língua portuguesa não é anticonstitucionalmente, mas sim pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, que quer dizer, em português corrente: uma doença respiratória que se apanha ao inspirar cinza vulcânica. Valeu a pena a lição!


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Serra ACTUALIDADE

Idosos em passeio

A Junta de Freguesia, no passado dia 12 de Julho, realizou o seu habitual passeio destinado aos idosos de Santa Catarina da Serra. Trata-se do 14.º passeio, iniciativa que teve início no ano de 1991. No ano de 1993, por ser ano de eleições e para evitar más interpretações, não se realizou. Este passeio movimentou seis autocarros e 290 passageiros. Os utentes com 70 ou mais anos nada pagaram, mas os seus acompanhantes contribuíram com uma pequena quantia para as despesas da organização. Cada um dos autocarros tinha como responsável uma “guia”, com saída da freguesia às 8 horas. Os autocarros foram distribuídos pelas linhas de Loureira, Pedrome, Ulmeiro, Cova Alta, Sobral, Santa Catarina, Cercal e Cardosos. Também nos acompanharam os utentes do Centro de

Dia de Santa Catarina, Loureira e Casa de Repouso da Fazarga, devidamente acompanhados com pessoal da casa. O itinerário do passeio foi previamente preparado pelos membros da Junta e funcionária e baseou-se no seguinte: visita às fábricas do Sumol e Cuetara, em Pombal, onde lhe foram oferecidas lembranças da sua produtividade; visita e estadia na lagoa natural designada por Pateira de Fermentelos, da freguesia de Óis da Ribeira, concelho de Águeda, que, para além de possuir uma elevada riqueza ecológica, os espaços circundantes encontram-se providos de muitas árvores, mesas apropriadas para piqueniques e assadores. Foi neste local que o grupo merendou com os seus farnéis, numa santa paz e harmonia entre todos. O Isidro fez-se acompanhar da sua instalação sonora. Por volta das 18 horas

seguimos em direcção a Oliveira de Azeméis para visitar Marinhava Espanta’2005, com a mostra de espantalhos dispersos ao longo das estradas, que mereceu o nome Capital Mundial do Espantalho, candidata ao livro do Guinness. Foi muito divertido, não só para os idosos como também para os mais novos: No regresso à freguesia, como de costume, o grupo fez paragem no “Eucalipto” para mais uma merenda, muita música e bailarico à moda antiga, onde apreciámos a dança de vários participantes com mais de 80 anos idade, donde saímos por volta das 21h30, depois de um dia bem passado. Para o ano voltaremos, se Deus nos ajudar. Texto da responsabilidade da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra

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Serra COLECTIVIDADE

Bombeiros reúnem apoios

Angariar mais fundos. Esse foi o objectivo de mais uma acção dos bombeiros de Santa Catarina da Serra que voltaram a estar em festa. Os Bombeiros Voluntários animaram a vila no fim-de-semana de 18 e 19 de Junho. O objectivo deste evento foi, mais uma vez, e através das tasquinhas que se realizaram durante os dois dias, angariar fundos para manter a corporação. Como reconhece a actual direcção, trata-se de uma “associação com faltas que, com a ajuda de toda a gente e das empresas que têm colaborado connosco”,

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tem conseguido vingar. Exemplo deste apoio dado à associação pela comunidade local é a ambulância oferecida pela empresa Lena Construções, e uma viatura adquirida pela anterior direcção, mas com o apoio financeiro da população. Os Bombeiros Voluntários de Leiria cederam uma outra viatura aos Bombeiros Voluntários de Santa Catarina da Serra como forma de reconhecimento pelo serviço prestado por estes bombeiros. Foi precisamente agradecendo estes apoios que Virgílio Gordo

iniciou o seu discurso, depois da bênção da ambulância e do jipe. Além da bênção das viaturas, foi também o dia de ir ao cemitério homenagear os dois bombeiros falecidos, Hélder Oliveira e Rui Vicente, que, representados pelos seus familiares, foram escolhidos pelos bombeiros para apadrinhar a nova viatura todo-o-terreno. Nesta cer i mónia est ivera m presentes, além do presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários de Santa Catarina da Serra, Virgílio Gordo, o Pároco da Freguesia de Santa Catarina


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Serra COLECTIVIDADE

da Serra, pe. Mário Verdasca, o presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra, Domingos Neves, e representantes da Câmara Municipal de Leiria, Governo Civil e o presidente dos Bombeiros Voluntários de Leiria. Após a bênção das viaturas seguiramse os discursos, onde se destacam as palavras de Domingos Neves, presidente da Junta, que falou sobre a importância de reparar a ambulância que actualmente não se encontra em condições. Garantiu ainda que, a partir desta data, metade da sua remuneração de autarca vai ser dada “à causa dos bombeiros”. Durante a tarde, a festa dos bombeiros continuou com o desfile das marchas de Santa Catarina e de Caldelas.

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Novo รกlbum para artista da Loureira


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Serra CULTURA

A artista portuguesa Sandra Helena, a residir na Loureira, S a nt a C at a r i n a d a S er r a , acaba de lançar um novo disco intitulado “Feliz em Portugal”, com letras e músicas de Ricardo, e editado em França pela Records-Production. Sandra Helena é originária do concelho de Alcanena, viveu em França e agora reside na freguesia de Santa Catarina da Serra. Iniciou a sua carreira artística com apenas seis anos de idade, dançando num rancho folclórico de Boulogne Billancourt, França. Aos 14 anos começou a cantar acompanhada por um organista e um acordeonista (o seu pai) nas diversas festas organizadas pelas associações portuguesas

em França e nos arraiais de Verão em Portugal. Integrou depois o conjunto de baile “Irmãos Santos”, percorrendo vários países da Europa até ser “identificada” por Luís Filipe Reis, que a convidou para gravar um álbum a solo em Portugal. O tema “Não há como o homem Português” valeu-lhe a entrada nas tabelas classificativas do programa televisivo “Made in Portugal”. Em 1997 gravou um novo trabalho, intitulado “Olhos de Gata”, vendendo mais de 140.000 discos. Em 1999, avançou com “Olha nos meus Olhos” e em 2002 assina com a editora multinacional Sony Music International e gravou um tema em francês para

uma colectânea composta de grandes nomes da música como Joe Dassin, Claude François Lara Fabian, Lorie ou Patricia. No ano passado editou o seu quarto álbum: “A tua boca morena”. Agora, acaba de lançar “Feliz em Portugal”. Trata-se de um trabalho completamente escrito e composto por Ricardo, autor e compositor de temas tornados famosos por artistas como Tony Carreira e Luís Filipe Reis. Conseguir vencer no mercado francês continua a ser um dos objectivos da cantora. O novo trabalho é mais uma oportunidade para tentar esse objectivo.

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Serra POLÍTICA

Lino Pereira apresenta-se como candidato à Junta

“Defendo um projecto para o futuro” Lino Pereira (à direita da fotografia) apresentou publicamente a sua intenção de concorrer à Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra, como independente, num esclarecimento feito a um grupo de apoiantes, na noite de 12 Julho. Neste esclarecimento esteve também presente Raul Castro, candidato à Câmara Municipal de Leiria, um vez que, como explicou Lino Pereira, “o meu projecto também passa por apoiar Raul Castro”. Lino Pereira esclareceu aos presentes que o seu projecto “é de alternativa ao existente, com uma estratégia mais virada para o futuro, não tão preocupado com

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o passado”. Assim sendo, este candidato defendeu uma lista de prioridades, nomeadamente a reorganização de toda a freguesia, sobretudo no que respeita à reavaliação do Plano Director Municipal, dando especial prioridade à análise da criação de um parque industrial e à reavaliação das zonas habitacionais e serviços.

Disponibilidade total Depois de uma act iv idade empresarial muito activa nos últimos anos, Lino Pereira adiantando aos presentes que nesta fase da sua vida se encontra com disponibilidade total para enfrentar o

desafio a que se propõe. Em declarações à VOZ DA SERRA Lino Pereira afirmou que o que o fez avançar para liderar esta candidatura “foi claramente uma necessidade de oferecer uma alternativa há algum tempo solicitada por algumas pessoas da freguesia”. Lino Pereira sublinhou ainda que não se trata de uma candidatura “contra nada nem ninguém”, mas sim a favor de um maior progresso e desenvolvimento desta freguesia. O candidato esclareceu ainda que as afirmações postas a circular sobre um convite para uma candidatura na candidatura actualmente em vigor não têm qualquer fundamento.


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Serra POLÍTICA

“Está decidido, vou recandidatar-me” Foi desta forma que o actual presidente da Junta de Freguesia de Santa Catarina da Serra, Domingos Neves, manifestou à VOZ DA SERRA o seu interesse em concorrer novamente ao cargo de presidente da Autarquia. A explicação apresentada foi “o apoio demonstrado” por muitas pessoas. Segundo o autarca, depois de uma reunião com os apoiantes ficou decidido que se iria recandidatar, visto ter alguns projectos importantes em curso, nomeadamente

um jardim a ser construído junto da sede dos bombeiros. Domingos Neves revelou ainda “não se sentir cansado nem desmotivado, nem com falta de projectos. Sinto que estou bem apoiado, com muita gente nova, com formação superior”, disse. Com vontade de continuar a “comandar” a freguesia de Santa Catarina da Serra, o actual autarca pretende dar continuidade a alguns projectos e iniciar outros no próximo mandato.

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Serra CULTURA

XX Festival Nacional Folclore III Luso – Espanhol Foi no passado dia 17 de Julho que o Rancho Folclórico de S. Guilherme realizou o seu XX Festival Nacional de Folclore, III LusoEspanhol, em Santa Catarina da Serra. Esta é a festa cultural mais importante realizada na vila de Santa Catarina da Serra, que este ano contou com a participação de seis grupos a representar os usos e costumes, danças e cantares de várias regiões do País e com a participação, pela terceira vez, de um grupo de Espanha. Estiveram presentes os seguintes grupos: Rancho Folclórico de S. Guilherme (Leiria), Rancho Regional de Argoncilhe (Feira), Rancho Regional do Seixo (Montemor-o-Velho), Rancho Folclórico de S. Romão do Coronado (Trofa), Rancho Folclórico de Alcanhões (Santarém), Rancho Folclórico de Vilar do Pinheiro (Vila do Conde) e Grupo de Danzas “Ciudad de Dos Hermanas” (Sevilha, Espanha). Queremos agradecer o apoio, a presença em tão grande número da população da vila de Santa Catarina da Serra neste evento. Foi o corresponder ao pedido de apoio que o Rancho Folclórico de S. Guilherme fez. O presidente do Rancho referiu no seu discurso que “a maior satisfação, o maior reconhecimento pelo trabalho realizado, pelo esforço dos elementos que constituem o grupo etnográfico, é a vossa presença neste Festival”. Pediu ainda “aos grupos presentes para que continuem a defender o nosso folclore, os nossos usos e costumes, danças e cantares”, e à população que apoiem sempre os ranchos folclóricos”. Só assim podemos preservar as nossas origem, a nossa identidade”, disse. Queremos também agradecer aos nossos elementos pela entre-

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ga na realização do Festival, agradecer também aos antigos elementos, pois sem a passagem deles pelo grupo não estaríamos a realizar o XX Festival. Um agradecimento especial também aos que há 20 anos realizaram o I Festival. Foram estes que lançaram a semente que floriu e já leva 20

primaveras. Um agradecimento especial também ao agr upamento de escuteiros de Santa Catarina da Serra pela colaboração que nos prestaram. A todos muito obrigado. Rancho Folclórico de São Guilherme


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Serra OPINIÃO

Apelo De um leitor recebemos a seguinte carta com pedido de publicação, transcrevendo-a de seguida: Lugar do Sobral, povoação pequena, situada no extremo norte da freguesia de Santa Catarina da Serra, habitada por gente simples, humilde, mas muito generosa. Como natural e morador desta terra sinto necessidade e obrigação de fazer um apelo e alerta públicos a quem de direito para algumas carências (para não dar outro nome) de que estamos a ser alvo. Estradas? Os caminhos estão ladeados de ervas, silvas e arbustos que só não os fecham completamente porque, à falta de alternativa, ainda vamos teimando em circular. As pedras que vão sendo colocadas no limite do asfalto para protegerem os terrenos, as árvores que vão quase e nalguns casos totalmente à via pública, que é de todos e não só de alguns, os acessos aos lugares vizinhos completamente abandonados há vários anos... Num ano de tamanha seca, autêntica calamidade pública, qualquer fio de água é ouro. Ainda existe no Sobral um pequeno espaço de terreno público, no qual existe um fontanário muito antigo, ao qual num passado muito recente todos os moradores recorriam para diversos fins, pois era dotado de uma nascente contínua e razoável durante todo o ano. O último arranjo foi feito por carolice de um grupo de moradores já lá vai mais de uma década. Hoje, com tanta falta de água, sente-se um nó na garganta ao olhar aquele espaço, completamente abandonado e rodeado de arbustos que sugam completamente a nascente. Muito recentemente, aquando da visita autárquica à nossa freguesia, os anfitriões, talvez por lapso, esqueceram-se de mostrar as obras realizadas na nossa terra nos últimos anos. Não se esqueçam todos os mendigos de colarinho branco da nossa freguesia que tanto gostam de nos visitar, incluindo políticos, que continuamos no mesmo lugar e bem generosos. Por tudo isto e muito mais, comparando com outras povoações, apetece-me perguntar a título pessoal: será que ainda pertencemos à vila de Santa Catarina da Serra? Sobral, Junho de 2005 Leitor devidamente identificado

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Paixão todo-o-ter Cresce o interesse pelo BTT, modalidade com um número de praticantes que não pára de aumentar. Em Santa Catarina da Serra o apelo de um desporto que permite um constante con-

tacto com a na se faz sentir. A foi ao encontro cantes que não pedalar por praz


rreno

atureza tambĂŠm VOZ DA SERRA de alguns pratio prescindem de zer.


V O Z da

Serra DESPORTO

BTT ganha adeptos em Santa Catarina da Serra A prática do ciclismo de todoo-terreno, designado por vulgarmente por BTT (bicicleta de todo-o-terreno), tem registado um aumento exponencial de adeptos desde o seu aparecimento. Corriam os primeiros anos da década de 90 e eis que surgiam as primeiras BTT na freguesia. Rapidamente se preferiu este tipo de bicicletas às outras, por ser polivalente, já que pode circular em qualquer tipo de piso e com várias velocidades. Hoje em dia, cada vez mais o BTT é encarado como um desporto e regista um aumento significativo de praticantes. O tipo de praticantes vai desde o atleta ocasional do domingo de manhã ao atleta de alta competição. As virtudes deste tipo de desporto são bastantes. Permite percorrer longas distâncias comparativamente àquelas percorridas a pé, bem como associar o desporto com o lazer e o contacto

com a natureza. Algo que resulta em benefícios claros para a saúde. É também um desporto que tomou a designação de radical por romper com os conceitos vulgares, permitindo sair para a rua, fugindo do recinto desportivo, privilegiando a vivência directa com a natureza e a procura de novas experiências. Temos na freguesia vários tipos de praticantes: desde o praticante esporádico, que privilegia o convívio ou o simples prazer de andar de bicicleta, ao praticante mais fanático, que gosta de competições e de explorar os seus próprios limites. No passado mês de Maio ocorreu mais um evento do mundo do BTT, o maior a nível nacional: a maratona de Portalegre, contando com cerca de 1.800 participantes. Tomou a designação de maratona porque é um tipo de evento em que os participantes

Gráfico da altimetria do percurso, onde são notórias as dificuldades com a subida à Serra de S. Mamede

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percorrem um circuito circular devidamente marcado, de grande extensão, geralmente entre 80 a 120 quilómetros. O objectivo da prova é, logicamente, percorrer o trajecto em menor tempo possível. Esta prova não tem ca r i z competitivo. Apenas são registados os tempos dos atletas, sem que sejam entregues prémios, sendo a finalidade o convívio e o desafio de conseguir terminar a prova, percorrendo um percurso bastante exigente a nível físico, mas por outro lado com paisagens bastante bonitas, em pleno Alentejo. A prova teve a distância de 100 quilómetros e duração máxima de dez horas. A ma ratona de Por t a leg re contou com a presença de quatro atletas da freguesia: Leonel Faria, Manuel Ferreira, Marco Alves e Armando Alves. A partida foi dada às 8h30m. A prova começou em plena cidade de Portalegre, iniciando desde logo com as intermináveis subidas, que se revelaram ainda mais tenebrosas quando o calor começou a apertar. Calor, pedras, pó, subidas, furos, cãibras e quedas foram um conjunto de ingredientes a dificultar a jornada e a pôr à prova as capacidades de resistência dos atletas, que tinham um único objectivo: chegar ao fim. E assim aconteceu, contrariedades à parte, com o objectivo sempre em mente de conseguir forças suficientes para vencer a duríssima prova da Serra de São Mamede, zona de passagem que prometia desmoralizar qualquer um. Apresentamos os quatro atletas a chegar ao fim com os tempos respectivos:


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Serra DESPORTO

Atletas de Santa Catarina da Serra participaram em mais uma prova

Marco Alves 6h 27m Quinta da Sardinha Manuel Ferreira 6h 47m Pedrome Leonel Faria 7h 14m Ourém (em breve habitante do Pedrome) Armando Alves 9h 21m Quinta da Sardinha

O atleta mais rápido em prova demorou 4h 49m e o mais lento 10h 06m. Isto significa que houve uma boa prestação dos atletas da freguesia, que viram o esforço recompensado com um merecido jantar. Em especial para o mais velho, Armando Alves, que nem os 58 anos o impediram de terminar a prova.

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V O Z da

Serra LAZER

Sopa de Letras

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