REVISTA NR 22 NOV / DEZ 2019

Nº 22

Edição NOV/DEZ 2019

ENTREVISTA COM G I L Q U I N T I N O PORTOFOLIO DE J O A N A D E N T E ©Ricardo Gonçalves Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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NESTE NÚMERO

FICHA TECNICA Paginação, Grafismo e Coordenação

PORTOFOLIO e ENTREVISTA

FERNANDA MAGALHÃES Editorial ANA LUAR Jornalista FILIPE MORAIS ROQUE

FOTO DE CAPA

PORTFOLIO

RICARDO GONÇALVES

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Editorial Atualmente, principalmente desde a criação das câmeras digitais e dos telemóveis, diariamente visualizamos uma enorme quantidade de fotos clicadas e compartilhadas pelas redes sociais.

Cada foto carrega uma expressão, um significado e um olhar diferenciado que define o momento e o que o autor quis passar. Mas quem quer se aprofundar na arte de fotografar, precisa ir além de simples 'selfies' tiradas à exaustão como as que vemos por ai.

Em fotografia levada a sério, tem de ser abordadas as formas, cor, repetição, iluminação, ritmo e contraste, assim como escala, movimento, profundidade, ênfase e emoção.

Sem entender todos estes pontos torna-se difícil que uma trabalho fotográfica tenha aquela qualidade que pretendemos. Nada acontece sem estudo e sem trabalho. É preciso educar o olhar de fotografo desde o instante do clique, na realidade, muitos antes, estudando o cenário, a luz, a composição e tudo o que irá precisar para que o resultado final seja aquele com que sonhámos. É a partir da nossa experiência visual e no dia a dia que nosso olhar vai se educando por isso é tão importante visitar exposições, passear pela cidade, estar sempre por dentro de tudo o que artisticamente alimenta a criatividade.

Só com criatividade e conhecimento o nosso trabalho se destaca dos demais.

Estamos na época mais criativa do ano... O Natal, usem e abusem desse treino e sejam o mais criativos possível nas vossas fotos de Natal e surpreendam todos os vossos familiares e amigos com fotos de sonho A equipa Fotomanya deseja-vos Feliz Natal e Feliz2020

Ana Luar

Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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GIL QUINTINO “O meu estilo é retratista. Gosto muito de fazer retratos de pessoas (…) e inclinome muito para o retrato feminino. É algo pensado ao detalhe para que nada falhe”.

Gil Quintino, nasceu em França, tem 58 anos, e como profissão é Desenhador/ Projetista. Como o próprio afirma, há 44 anos que está ligado ao mundo da fotografia, tendo começado a desenvolver aos 14 anos uma paixão crescente por esta temática. Aqui ficam as ideias mestras sobre a conversa que mantivemos com o Gil sobre a fotografia e a sua evolução que foi tendo ao longo dos anos: 4

Gil Quintino Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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COMO

COMEÇASTE A FOTOGRAFAR E COM QUE

EQUIPAMENTO?

QUAL

A EVOLUÇÃO QUE ESSE

MESMO EQUIPAMENTO FOI TENDO ATÉ AOS DIAS DE HOJE?

50D. Mais tarde comprei uma Canon 6D. Recente-

mente a Canon lançou a sua primeira “mirrorless” a M50 e que, entretanto, acabei por comprar também.

Atualmente uso a 6D e como complemento utilizo a M50.

Tudo começou em França. Eu nasci nesse país. Os meus pais eram imigrantes. A minha mãe trabalhava para um patrão que era fotógrafo amador. Um dia ele

QUAL A IDEIA INICIAL QUE TINHAS DA FOTOGRA-

foi visitar-nos a pedido da minha mãe para fazer uma

FIA E A QUE TENS AGORA?

pequena sessão fotográfica a mim e à minha irmã.

Na altura eu tinha 14 anos. Nesse dia, ele ofereceu-

APENAS UM

HOBBY OU ALGO MAIS?

me uma máquina fotográfica muito rudimentar talvez

Inicialmente, quando eu me iniciei na fotografia, ain-

porque quisesse desfazer-se dela. A máquina era

da era muito jovem e a minha ideia era que só um

uma Weber Fex Junior. Ainda hoje tenho essa má-

fotógrafo profissional é que podia transmitir factos

quina guardada. Aos 16 anos vim viver para Portugal

quotidianos através da fotografia. As máquinas pro-

com os meus pais. Mais tarde, quando tive a minha

fissionais eram bem caras na altura e era preciso tirar

independência financeira, comprei uma Yashica Elec-

um curso para se tornar um bom profissional. Tam-

tro 35 GS. Com essa máquina eu já conseguia con-

bém sabia que para atingir isso tinha que ter um

trolar na perfeição a focagem e a exposição. Parale-

equipamento decente, bons conhecimentos de foto-

lamente entrei no mundo do cinema e comprei uma

grafia e dinheiro para gastar em rolos e revelações

câmara de filmar a Yashica Sound 50XL Macro Su-

necessários para praticar o que não era o meu caso

per 8. Estávamos em 1991. Era um sonho meu de

mas almejava conseguir um dia atingir esse patamar.

há muito tempo fazer filmes de cinema com som. Um

Hoje, a era digital veio revolucionar o mundo da foto-

luxo naquela altura. Mais tarde vendia-a para com-

grafia. Já não é preciso gastar dinheiro em rolos por-

prar uma câmara Panasonic M5 com o sistema VHS.

que um cartão SD dá para fazer muitas fotografias e

Com essa câmara filmei imensos casamentos e bati-

é de utilização repetitiva bastando para isso formata-

zados por conta dum fotógrafo amigo que me ia ar-

lo. As máquinas estão mais sofisticadas e creio que

ranjado uns trabalhos porque ele não sabia filmar e

toda a gente que gosta de fotografia tem acesso a

muito menos fazer edições videográficas. Entretanto

essas tecnologias que, para além de fotografar, tam-

a câmara ficou obsoleta e comprei uma Sony CCD-

bém filma. Há mais modelos para escolher com pre-

F501 que funcionava com cassetes de 8 mm. Ao fim

ços acessíveis ao alcance de qualquer carteira. Para

de uns três anos quando a câmara avariou deixei as

já é apenas um passatempo mas não ponho de parte

filmagens e dediquei-me seriamente à fotografia. As-

um dia abrir um estúdio na minha cidade e lançar-me

sim sendo, entrei no mundo da Canon e comprei uma

no profissionalismo.

EOS 10 QD. Depois entrei no mundo digital e comprei uma Canon 350D. A seguir comprei uma Canon

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É

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©Gil Quintino 8

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TENS ALGUM TIPO DE FORMAÇÃO ESPECIFICA OU

quina fotográfica. Depois é preciso ter conhecimento

ÉS SÓ AUTODIDATA? ACHAS A FORMAÇÃO PRATI-

de exposição, focagem, trabalhar com flash, fotografia

CA E TEÓRICA IMPORTANTE? PORQUÊ?

interior e exterior, retratos, paisagens, etc …. Por fim é praticar, praticar, praticar e aprender com os erros

Há muito tempo, antes da era digital, fiz no IPJ da

fazendo novos testes com diferentes afinações. De-

minha cidade (Leiria) um curso de revelação de rolos

pois de dominar estes conhecimentos adquiridos é

a preto e branco. Foi muito aliciante porque depois da

preciso saber editar uma foto, sim porque quando

teoria fiz a prática. Fui para a rua com o instrutor fazer

uma fotografia sai da máquina nunca está acabada.

fotografia urbana com a minha Canon 10 Qd. A seguir fomos para o laboratório revelar o rolo. Foi uma experiência estimulante que adorei e assim fiquei a saber os meandros da revelação. Eu sou um autodidata.

Aprendi com muita leitura, testes e mais testes. Durante uns tempos, na década de 90, todas as semanas eu comprava uns fascículos sobre fotografia que eram postos a venda nas papelarias. Através da leitura desses fascículos adquiri um conhecimento valioso sobre a fotografia. Quando as capas dos fascículos eram postas a venda eu comprava e depois mandava encaderná-las. Hoje orgulho-me de ter uma coleção com 14 volumes e cada um deles tem cerca de 300 páginas de informação. Como podem ver é muito co-

COMO ENCARAS ESTE “BOOM” QUE A FOTOGRAFIA TEM TIDO E AO QUE É QUE O ATRIBUIS?

Eu encaro isso como saudável. A era digital veio impulsionar este “boom” da fotografia, assim como a internet e as redes sociais. Há mais lojas que vendem através da internet e portanto há mais equipamentos

a venda com preços acessíveis a qualquer um que queira entrar no mundo da fotografia. Os telemóveis também funcionam como máquinas fotográficas e isso ajudou muito. Em resumo, temos mais máquinas, mais marcas, mais acessórios, mais lojas que vendem e é bem mais barato fazer uma fotografia com o digital do que com o analógico.

nhecimento! É de referir que esses volumes nunca foram postos á venda nas papelarias e posso dizer

COMO

que tive muita sorte de nunca ter falhado um fascícu-

EXISTE UM?

lo.

INSPIRAÇÃO OU É ALGO PENSADO AO DETALHE?

Quanto à formação teórica e prática, considero que

O meu estilo é retratista. Gosto muito de fazer retra-

sim, sem dúvida é muito importante. Porquê? Bem

tos de pessoas. Há quem faça retratos com animais

imagina uma pessoa que nunca conduziu um automó-

principalmente da vida selvagem. Há quem goste de

vel portanto não tem carta de condução, senta-se

fotografar paisagens, mas eu gosto de fotografar pes-

num veículo no banco dum condutor. Olha estupefata

soas e inclino-me muito para o retrato feminino. É al-

para o painel de instrumentos do carro. Talvez nem

go pensado ao detalhe para que nada falhe. Gosto de

saberá rodar a chave de ignição para pôr o motor a

fazer umas fotografias impactantes em que uma pes-

trabalhar. Na fotografia é a mesma coisa. Primeiro

soa fica a contemplar o resultado durante uns bons

tem que se ter conhecimento de como funciona a má-

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DESCREVERIAS O TEU ESTILO?

É

SE

É QUE

UMA COISA DO MOMENTO/

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segundos e se delicie com o que vê.

O

QUE É QUE ACHAS FUNDAMENTAL NUM BOM FOTÓGRAFO?

E

O QUE DISTINGUE UM BOM DE UM MAU

FOTÓGRAFO?

Primeiro que tudo, para além de ter uns bons conhecimentos de fotografia, um bom fotógrafo tem de ter humildade e respeito para com quem vai retratar no caso de ser com pessoas ou modelos. Ele tem que criar um ambiente descontraído entre ambos. Depois tem de saber dirigir a pessoa retratada, ter ideias de poses, não ser atrevido e caso a modelo ou pessoa precise de ajuda nas poses ou no arranjo do seu aspeto exterior deverá sempre pedir licença para tocar nela. O fotógrafo pode perceber muito de fotografia mas se não tiver essas qualidades irá com certeza arruinar a sua reputação e a pessoa que estará a ser fotografada sentir-se-á constrangida. Acrescento que a apresentação final do produto é importante. A edição da fotografia deverá corresponder às expectativas da pessoa fotografada. Para mim qualquer fotógrafo que não cumprir essas regras será um mau fotógrafo.

COSTUMAS EDITAR MUITO AS FOTOS? QUAL A TUA OPINIÃO ACERCA DISSO E QUE EDITOR USAS HABITUALMENTE? SERÃO AS FOTOS EXCESSIVAMENTE TRATADAS FOTOS OU NÃO?

Isso é muito subjetivo. Depende da qualidade da fotografia quando sai da máquina mas de um modo geral tento fazer uma edição simples sem efeitos especiais mas impactante. Onde eu demoro mais tempo é no retoque da pele. Se eu me aperceber que a foto merece algo mais surreal então aplico um efeito especial. Utilizo sempre o Adobe Lightroom e por vezes o Photoshop. Eu não gosto de tratar excessivamente as fotos porque perdem o seu equilíbrio natural e provoca um desinteresse para quem as vê. Portanto simplicidade é o meu lema.

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QUANTO TEMPO DEMORAS EM MÉDIA PARA CHEGAR AO RESULTADO DE CADA FOTO? E QUAIS OS PASSOS SEGUIDOS?

Mais uma vez isso é muito subjetivo. Posso demorar de dois até vinte minutos. Tudo depende se leva ou não algum efeito especial, mas normalmente demoro uns três minutos com retoque de pele senão pode até ser menos. Os passos que eu procuro em primeiro lugar é a luz, vejo se a foto precisa de mais ou menos luz, a seguir examino o contraste, a cor da pele, a saturação da cor, a vinhetagem, as sombras, a perspetiva se está ou não distorcida ou inclinada. Se for um retrato duma pessoa procuro corrigir o aspeto da pele retocando-a. Depois de estar tudo corrigido gravo a foto.

QUAIS OS TEUS AUTORES E SITES QUE MAIS SEGUES NESTA ÁREA E PORQUÊ? QUE TE TENHAM SERVIDO OU SIRVAM DE INSPIRAÇÃO?

Tenho vários autores que me influenciam e sigo. Todas são fotógrafos que acompanho há vários anos e que são L. J. Holloway, Sandra Bianco, Bella Kotak, Elena Shuminova, Jessica Drossin, Sean Archer e Antti Karppinen.

Uns especializaram-se em retratos de crianças, outros em retratos de adultos. Todos têm trabalhos que são uma delícia de contemplar. Para conhecer os trabalhos deles nas páginas que possuem basta ir ao Google, digitar os nomes deles e encontrará a informação que pretende. Confesso que eu me perco quando vejo as fotos deles e habitualmente sigo atentamente porque me revejo nos ideais e nas edições que eles proporcionam. Sem dúvida que são uma boa fonte de inspiração tanto na maneira como editam como nas poses dos modelos como nos cenários. Realmente é uma boa ajuda para quem está fraco de ideias.

TENS ALGUMA ÁREA ESPECIFICA DA FOTOGRAFIA QUE GOSTES MAIS? PORQUÊ?

Eu gosto de duas áreas: o retrato e a edição. Também gosto de fotografar paisagens mas o retratar pessoas de preferência do sexo feminino é o que mais me atrai. Porquê? Porque para mim o retrato é mais maleável, mais controlado, mais exuberante, há comunicação, divertimento, mais ação, mais ideias ao contrário de fotografar uma paisagem que é algo estático. Também depois de a foto estar editada recebemos um feedback da pessoa ao passo que uma paisagem não fala nem emite uma opinião.

ALGUM TIPO DE PROJETO PARA O PRESENTE/FUTURO NESTA ÁREA? De momento não estou a pensar em nenhum projeto fotográfico para o futuro. Para isso teria que me desempregar para ter disponibilidade para começar algo a sério. Em relação ao presente pretendo continuar a fazer o que sempre tenho feito até agora que é participar em eventos fotográficos e fazer umas sessões particulares.

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Gostaria que escolhesses 3 fotos que consideres mais marcantes e explicasses porquê?

As três fotos que eu escolhi são as que estão a preto e branco por serem muito dramáticas. São fotos que retratam teatralmente o tratamento dos presos na Alemanha Nazi durante a segunda guerra mundial num campo de concentração em Auschwitz. Essas fotos estão carregadas de emoção e dramatismo que retratam uma realidade outrora bem triste. Toda a sessão foi um prazer para mim ter participado como fotógrafo.

©Gil Quintino

Algum tipo de projeto para o presente/futuro nesta área?

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©Gil Quintino

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DOS

VÁRIOS EVENTOS QUE O

FOTOMANYA

FEZ,

tário construtivo acerca dos meus trabalhos e dar-me a

SOBRETUDO DOS QUE PARTICIPASTE, SE É QUE

conhecer ao público em geral. Isso sim, deixa-me feliz.

PARTICIPASTE, QUAL O QUE GOSTASTE MAIS E

TENS ALGUM SITE PRÓPRIO? QUAL É? E ATÉ QUE

PORQUÊ?

PONTO É IMPORTANTE?

Um evento que eu gostei muito de participar foi o

Não tenho nenhum site próprio, mas ando há algum

“Caçador e a Rainha do Gelo” em 2016. A razão é que

tempo a pensar em ter um. De momento só tenho o

gostei da exuberância do guarda-roupa, dos acessó-

Facebook, o Instagram e o Pinterest. É importante ter

rios, da maquilhagem e da neve artificial. Para mim foi

um site para divulgar e publicitar de forma organizada

um evento muito bem caracterizado.

todos os trabalhos que tenho feito até agora.

QUAL

QUAL

O

FIA?

EQUIPAMENTO? TÉCNICA? OLHAR? PAI-

A IMPORTÂNCIA E A MAIS VALIA DESSES

EVENTOS?

A importância e mais-valia desses eventos é poder fo-

“SEGREDO”

PARA UMA BOA FOTOGRA-

XÃO?

tografar algo que não é comum fotografar no dia a dia.

Eu julgo que a paixão pela fotografia ajuda imenso para

Depois há todo um convívio entre fotógrafos assim co-

a obtenção de uma boa fotografia. Claro que também é

mo também com os modelos fotográficos. Nesses con-

preciso ter bons conhecimentos fotográficos para en-

vívios podemos trocar experiências, dicas e ajudas. É

frentar adversidades que possam surgir em situações

também uma maneira de pôr a prova todo o nosso co-

difíceis e imprevisíveis. Quanto ao equipamento não é

nhecimento em ambientes diferentes para realizar a tal

necessário ter um topo de gama. Com uma máquina de

fotografia perfeita que tanto almejamos. Acrescento que

gama média e uma objetiva com zoom de preço acessí-

os eventos dão-nos uma boa dose de «matéria-prima»

vel já se consegue fazer umas belas fotografias. Ao

para depois em casa tranquilamente editar ou aperfei-

meu ver não há um fator isolado que permite dizer que

çoar a edição.

é com isto que se faz uma boa fotografia, mas sim o conjunto desses três fatores que mencionei anteriormente.

JÁ

GANHASTE ALGUM PREMIO NA FOTOGRAFIA?

SE SIM QUAL? E ATÉ QUE PONTO ACHAS ISSO IMPORTANTE?

Confesso que nunca ganhei nenhum prémio pela simples razão que nunca enviei uma foto minha para um concurso. Para mim acho que «nem aquece nem arrefece» porque isso é temporário, passado uns dias ninguém se lembrará que o fotógrafo teve um prémio. Na minha ótica o prémio que me podem dar é um comen20

QUE MENSAGEM DEIXARIAS A QUEM SE PRETENDE INICIAR NESTA ARTE?

A mensagem que quero deixar para quem pretende iniciar-se nesta arte é que gosta de fotografia, direi

mesmo que respira fotografia. O dom para a fotografia nasce com a pessoa (por vezes é descoberto mais tarde) e quando assim é dizemos que é meio caminho andado para se iniciar neste mundo fotográfico. Tudo

andado para se iniciar neste mundo fotográfico. Tudo será mais fácil e a avidez fará surgir uns belos trabalhos em pouco tempo.

Entrevista por Filipe Morais Roque

©Gil Quintino

©Gil Quintino Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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JOANA DENTE Apaixonadíssima por moda é, nesse universo, que melhor me defino. O Direito é a minha outra metade e alegra-me o espírito poder fazer as duas coisas.

Nasci na cidade da Guarda, há quase 33 anos. Desde que me lembro, sempre gostei de andar catita, usar sapatos de salto alto e pintar os lábios – como a mãe.

Ainda que arrebatada por este mundo, licenciei-me em Direito, em Coimbra, e especializei-me em Law Enforcement, Compliance e Direito Penal nas Atividades Bancária, Financeira e Económica, em Lisboa.

©Ana Luar

Depois de viver mais de 4 anos em Macau, e de me dedicar exclusivamente à área jurídica, decidi que estava na hora de investir no campo da moda e da maquilhagem e estive cerca de 2 anos em Nova Iorque, Paris e Milão, onde fiz formação enquanto Makeup Artist e Fashion Stylist.

Foi já de volta a Portugal que conheci uma querida amiga e fotografa, à data minha colega também – a Patrícia Vilela –, a quem devo a minha entrada na fotografia e o facto de ter conhecido dezenas de fotógrafos incríveis e talentosos com quem tenho tido o prazer de trabalhar ao longo do último ano e meio.

Desde esse dia, sou um bocadinho mais feliz. Participar em sessões fotográficas é algo que faço com gosto e total dedicação, aproveitando sempre para nelas imprimir a minha personalidade e aí verter as minhas características de perfecionismo, à espera de um resultado irrepreensível.

Mas, hoje, confesso: senti-me agastada. Na verdade, tenho inúmeras fotografias que adoro e admiro!

Cada uma delas conta uma história... Neste contexto, foi com muito custo que se me assomaram a frieza e a capacidade necessárias para decidir entre as fotos que deveria selecionar!

Houve apenas uma fotografia cuja escolha fluiu naturalmente, porque nela me revejo e nela me sinto verdadeiramente eu; ou, pelo menos, nela avisto aquilo que eu verdadeiramente gostaria de ser e que apenas consigo materializar graças à vossa arte mágica, como eu lhe costumo chamar.

Não obstante a dificuldade, no final, acredito que a seleção efetuada acaba por transmitir a pessoa que sou, expirando traços físicos e desenhando linhas de sentimento que me moldam e me definem.

Em todas elas vejo diferentes “eus”, porém, todos eles meus, em diferentes planos e perspetivas, formando um todo harmonioso que reproduz uma aceção de quem eu sou.

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©Fernanda Magalhães Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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© Josefina Melo

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© Filipe Roque

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© Carlos Paixão Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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© Josefina Melo

©Raul Santos Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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©APOV Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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©Patrícia Vilela Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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© Vasco Inglez Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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© Pedro Barata Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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© Luís Lobo Henriques Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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©Vítor Sousa 42

©Joaquim Albano Duarte Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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GALERIA FOTOMANYA VIP O espaço de destaque do que melhor se publica no Grupo Fotomanya Vip Partilhe connosco as suas fotos e veja-as publicadas no próximo número JAN /FEV 2020

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© Olavo Azevedo Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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© Bruno Vicente Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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© António Cravo Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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© Joaquim Capitão

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© Beatriz Cabanelas Gonzalez Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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© Fernanda Magalhães Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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© Filipe Correia Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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©Miguel Antunes Fotomanya Vip — NOV / DEZ 2019

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