O SUOR DO REFRESCO Por Pedro Nogueira
Conheça um pouco sobre os garapeiros de rua de Campo Grande, que mesmo sem gostar muito do emprego, acordam cedo e trabalham a tarde inteira para você poder se refrescar com um copo de caldo de cana, com gengibre ou com limão.
Hernandes Faustino, 54, é garapeiro há um ano. Sem emprego, se arriscou no ramo. “Tem dado certo”, conta.
Seu Hernandes comprou o carrinho por 6 mil reais, no ponto em frente à Mace. Trabalha de segunda à sexta das 7h às 18h. Nos sábados, só de manhã. Tira cerca de quarenta, cinquenta reais, por dia.
Luzia Gomes, 33, teve filhos e estava procurando um trabalho em que tivesse liberdade.”Se acontecer alguma coisa com meus filhos eu posso fechar a garaparia e ir lá”. Seu marido comprou o carrinho em frente ao Banco do Brasil da avenida Bandeirantes por 14 mil reais, há mais de um ano. Luzia o reformou, dando sua cara. O ponto é considerado um dos melhores da cidade. “Tem dia que dá para tirar até cem reais”, revela.
Jânio Basílio, 52, e sua mulher Marli de Souza Brandão, 48, estão há seis anos no mesmo ponto, na esquina da 15 de novembro com a Calógeras.. Tentam atrair clientela vendendo outros produtos além da garapa. Tiram cerca de um salário mínimo e meio por mês. “Não sobra quase nada”, lamenta Jânio. O garapeiro cita a dificuldade de um homem com mais de quartena anos conseguir emprego: “não consigo arrumar serviço, falam que já estou velho. Se arrumasse, abandonaria a garaparia”.
Enquanto J창nio atende os clientes, Marli faz a garapa.
Vânia Valéria, 44, vem de família que trabalha com cana há muitos anos. Aluga o carrinho do irmão, o que dá uma despesa alta. Para compensar, Vânia tenta conquistar o cliente com promoção diferenciada. Seu ponto é na Afonso Pena, entre a Calógeras e a 14 de Julho. Vânia chega às 8h e vai embora às 20h.
No final do dia, a cena ĂŠ a mesma em todas as garaparias
Ficha Técnica: Fotografia e criação visual: Pedro Nogueira Equipamento: Nikon D90, lente 18mm - 105mm Software de edição: Adobe Indesign