REVISTA FOX NEWS 10

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edição 10 / outubro 2017

Grupo Fox empreende e apresenta sua empresa no segmento de saúde A MedFox inicia atuação em medicina do trabalho e ainda atendendo em diversos serviços médicos, odontológicos e de perícias, completando a grade de serviços do Grupo Fox ao mercado de seguros

Especial Social: Jipe na Trilha - Grupo Fox patrocina evento realizado em parceria com a Prefeitura Municipal e Secretaria de Turismo de Itapecerica da Serra, com objetivo de levar aventura e ação beneficente

Vivenda da Criança - Entidade que atende mais de 4 mil pessoas da região mais carente de São Paulo recebe apoio do mercado de seguros

Beija-Flores Solidários - Alívio a moradores em condições de rua no Centro de São Paulo



editorial Empreendendo, crescendo e levando retorno ao mercado de seguros Se há uma coisa que o mercado já percebeu é que nós do Grupo Fox não temos medo de empreender e inovar, investindo por acreditar no setor de seguros e no Brasil. Para aprimorar nossa empresa de regulação de sinistros, apostamos em advogados especialistas em seguros, cujo departamento jurídico se desenvolveu tanto que se transformou em um grande escritório de advocacia, passando a integrar o então Grupo Fox, a Haüptli Advogados Associados. O mesmo aconteceu agora com a área de peritos m é d i c o s , q u e v i n h a c re s c e n d o d e n t ro d a Fox Regulação & Auditoria, e se tornou mais uma empresa do grupo, a MedFox. Criamos uma empresa de saúde, com toda a complexidade e exigências da ANS, e, já que estávamos investindo, resolvemos expandir para os serviços de clínica com atendimento a preços mais acessíveis, e até mesmo financiados, à população.

também seguem inovando. Por exemplo, nesta edição falamos do uso de drones que adquirimos para aprimorar nossos serviços de vistoria e sindicância. Como forma de agradecimento a todo o crescimento que acompanha o Grupo Fox, desde que a primeira empresa, a Fox Regulação & Auditoria, foi fundada há 2 2 a n o s , s e m p re b u s c a m o s c o n t r i b u i r c o m o crescimento de outras empresas e ações sociais que patrocinamos. Nesta edição trazemos um especial da área social, com três das ações que participamos. E, mais uma vez, editamos esta revista, trazendo conteúdo e informação de executivos do mercado de seguros e para o mercado de seguros, também como uma forma de retorno a tudo o que recebemos. Nosso muito obrigado sempre! Boa leitura!

Depois de estabelecidas, as empresas do Grupo Fox

Paulo Rogério Haüptli

Alexandre Massao

Sócios da Fox Regulação & Auditoria

Grupo Fox Fox Regulação & Auditoria Av. Francisco Matarazzo, 1752, 17º. andar Pompeia - São Paulo - SP - CEP 05001-200 Telefone (11) 3858.3234 / 3965.9001 E-mail: contato@foxaudit.com.br Haüptli Advogados & Associados Consultivo / Contencioso Av. Francisco Matarazzo, nº 1752, 24º andar Pompeia – São Paulo – SP - CEP 05001-200 Telefone (11) 4858.3644 E-mail: contato@hauptli.adv.br

MedFox Medicina, Odontologia e Perícias Av. Francisco Matarazzo, 1752, 9º andar Pompeia – São Paulo – SP - CEP 05001-200 Telefone (11) 3862-4848 E-mail: atendimento@medfox.com.br

Produção Fox News Thaís Ruco - jornalista responsável Mtb 49.455 thais@thaisruco.com.br Felix Ryu - projeto gráfico - Teckel Design felixryuinoue@gmail.com

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sumário 03

Editorial Empreendendo, crescendo e levando retorno ao mercado de seguros

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Sindicância Vistorias com a utilização de drones para chegar a locais de difícil acesso

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Relacionamento Grupo Fox promove integração com equipes de seguradoras em jogos de futebol

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Reconhecimento Grupo Fox é destaque em regulação e auditoria de sinistros

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Capa MedFox é nova empresa do Grupo Fox para atuar em medicina, odontologia e perícias

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Social Grupo Fox participa de evento de aventura e assistência a famílias carentes em Itapecerica da Serra

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Social Entidade que atende mais de 4 mil pessoas da região mais carente de São Paulo recebe apoio do mercado de seguros

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Social Beija-Flores Solidários leva alívio a moradores em condições de rua no Centro de São Paulo

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Contratações Grupo Fox segue em expansão e contribuindo para retomada do crescimento da economia

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Qualificação Grupo Fox participa de formatação e aulas do inédito curso de pós-graduação em transportes

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Qualificação Profissionais do Grupo Fox participam de cursos de inglês e de seguro garantia

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Seguro Garantia A alteração da capacidade financeira do Tomador e seus reflexos ao Seguro Garantia

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Empresa Grupo Fox: Reinventando para se manter sempre jovem

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Saúde Quem paga pelas fraudes em planos de saúde?

Transportes Logística sustentável: transportar mais e poluir menos

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Transportes Roubo de Cargas no Rio de Janeiro e seus impactos no seguro e resseguro

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Responsabilidade Civil Profissional Cinco argumentos imbatíveis para os corretores venderem o seguro D&O

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Infraestrutura “Qualquer política que beneficie o investimento aumenta a demanda por seguro”

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Análise O seguro como instrumento de segurança e combate à corrupção

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Recursos Humanos Seguradora contrata profissionais acima de 50 anos

Automóvel Seguro auto popular ainda é a grande aposta do setor

Riscos Corporativos Risco cibernético: ele ganhou força no Brasil e pode atacar a sua empresa Automóvel Desafios do seguro de automóvel

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Transportes Proprietário da mercadoria precisa ficar atento a movimentos grevistas de transportadores

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Corretores de seguros Unidos pela defesa do consumidor de seguros e legalidade do mercado

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Outra leitura Os equilibristas chineses

Entrevista Direitos e obrigações do ressarcimento

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Tecnologia Insurtechs: o impacto das plataformas de negócios no setor de seguros

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Vida Seguro de vida passa por importante processo de transição para seu desenvolvimento

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Automóvel Os impactos do uso da tecnologia no mercado de seguros auto

edição 10 - outubro 2017


sindicância Vistorias com a utilização de drones para chegar a locais de difícil acesso Drone é um veículo aéreo não tripulado e controlado remotamente que pode realizar inúmeras tarefas. Sua utilização tem sido cada vez maior em diversos países e para inúmeras utilidades. O Grupo Fox Regulação & Auditoria finalizou o primeiro semestre com mais uma inovação ao adquirir drones para serem utilizados em perícias dentro do ramo de property. Uma equipe foi treinada para a utilização desses equipamentos nas sindicâncias. Temos utilizado os drones em vistorias de campo, em sinistros de property em lugares de mais difícil acesso, onde não podemos alcançar. Tais soluções facilitam o acesso aos trabalhos de vistorias e manutenções e propiciam maior segurança na realização das atividades, redução do tempo de execução dos serviços e melhoria na visualização das regiões inspecionadas, oferecendo uma visão mais realística do estado de conservação e possibilitando a atuação mais frequente dos inspetores para detecção em tempo hábil de anomalias que venham a prejudicar o bom funcionamento da obra. Sabe aquela obra na empresa, indústria, rodovia ou outro segmento terminou e a empresa precisa realizar uma vistoria minuciosa para verificar se nada saiu das especificações do projeto? O drone é perfeito para esse trabalho. Por meio dessa ferramenta podemos sobrevoar a área da obra e capturar imagens em com precisão de centímetros. Essas imagens e outros dados coletados são processados e chegam às mãos dos engenheiros responsáveis pelos projetos de forma profissional e com alta qualidade, facilitando assim a vistoria e tomada de decisões. Temos utilizado bastante os drones para fazer perícia no seguro de garantia da Caixa Econômica Federal no plano Minha Casa Minha Vida. Recentemente, utilizamos os equipamentos em contingências para avaliar as catástrofes que nosso país sofre, em especial na região Sul. Também estamos prevendo a necessidade da utilização no seguro rural, grandes incêndios, grandes obras etc. Temos muitos casos de fraudes com incêndios e roubos de máquina agrícolas, e os drones irão nos ajudar a chegar aos locais inacessíveis. Na análise de sinistros no segmento de transportes, nossa intenção é utilizar os drones para identificar a carga no local

Foto área do drone sobre obras

Paulo Rogério Haüptli é fundador do Grupo Fox Auditoria & Regulação, advogado titular do escritório Haüptli e Associados, professor universitário e de treinamentos para seguradoras sobre fraudes e sinistros, além de diretor de Sindicância do CIST.

onde dá o sinal da isca, pois os equipamentos chegam mais rápido em lugares de difícil acesso. No caso do mega engavetamento na Rodovia Carvalho Pinto, no fim de agosto, o sistema poderia ser utilizado para verificar as

Imagem de drone do Grupo Fox condições dos caminhões, em local interditado para o acesso de carros e pessoas. Além de tudo, sai mais barato usar um drone do que contratar helicóptero para localizar caminhão com carga roubada. O primeiro caso de transportes em que utilizamos drone foi com um cliente que teve roubo de carga de bobinas em uma cidade no interior do Rio de Janeiro. Porém, sabemos que se adentrar em regiões mais perigosas da capital do Rio de Janeiro, em especial nas comunidades, os bandidos atiram no bichinho voador. A evolução nas regulações e vistorias com a utilização de drones, aliada ao programa de vistoria online do Grupo Fox nos remetem efetivamente ao século XXI.

Perícia com drone em sinistro patrimonial

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relacionamento Grupo Fox promove integração com equipes de seguradoras em jogos de futebol A Fox recebe em sua quadra na Zona Norte equipes de seguradores e de outros profissionais do mercado para jogos amistosos, que têm como objetivo promover momentos de confraternização e relacionamento. Para Paulo Rogério Haüptli, diretor do Grupo Fox, o principal é se divertir. “Nosso time é bom, mas damos

Com time da Berkley Seguros teve placar de 8x7 para os visitantes

espaço para os adversários, afinal são nossos parceiros de negócios”, brinca. Os jogos acontecem às quintas-feiras, a partir das 19h no Esporte Gaúcho, que fica na Av. Nicolas Boer, 120(Barra Funda).

Jogo com a Sura Seguros resultou em um empate de 6X6

reconhecimento Grupo Fox é destaque em regulação e auditoria de sinistros O Grupo Fox, por meio de sua empresa Fox Regulação & Auditoria, recebeu o troféu de Destaque Nacional em Regulação & Auditoria de Sinistros, na 13ª edição do Prêmio Seg News – Produtos, Marketing & Serviços. A premiação é realizada pela Agência Seg News todos os anos desde 2005. Atualmente acontece em conjunto com o evento Corretora Premium Best, criado pela Agência Seg News em

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2009 para homenagear a especialização e performances de corretoras de seguros, independentemente do seu porte. Alexandre Massao Masuda, diretor Sócio da Fox Regulação & Auditoria, recebeu o troféu das mãos de Luiz Silva, gerente de Transportes da Allianz Global Corporate & Specialty Resseguros Brasil. O evento aconteceu no dia 15 de setembro, no Braston Hotel, em São Paulo.


capa MedFox é nova empresa do Grupo Fox para atuar em medicina, odontologia e perícias O Grupo Fox continua empreendendo e expandido suas atividades. Agora, além das empresas Fox Regulação & Auditoria, e Haüptli Advogados & Associados, acaba de lançar a MedFox. A empresa criada para atuar em medicina do trabalho e ainda atender em diversos serviços médicos, odontológicos e de perícias, completando a grade de serviços do Grupo Fox ao mercado de seguros, vinha sendo estruturada durante o ano de 2017 e teve sua inauguração oficial ao mercado em coquetel no dia 22 de setembro, no Buffet Finesse, em São Paulo. A partir de então a MedFox iniciou suas operações clínica instalada no mesmo Edifício das Caldeiras Empresarial onde estão situadas as duas outras empresas do Grupo Fox. A equipe inicial conta com 33 médicos e três dentistas e atende na Avenida Francisco Matarazzo, 1752, 9º andar - cj. 908 – Pompeia - São Paulo – SP, e pelos canais (11) 3862-4848, atendimento@medfox.com.br e www.medfox.com.br. Em breve estará também na Zona Leste. “Projetos só saem do papel quando há coragem suficiente para romper obstáculos e acreditar que a crise está apenas na cabeça das pessoas pessimistas”, afirma o idealizador da MedFox, sócio do Grupo Fox, Paulo Rogério Haüptli. “Oferecemos medicina (clínicos, pediatras, cardiologistas, ginecologistas etc) e odontologia (ortontondia e afins) acessíveis para todos. Também dispomos de perícias para seguradoras, exames periódicos para grupos empresariais. São vários serviços em um único lugar”. Segundo Paulo, o Grupo Fox é a única empresa de prestação de serviços de sindicância ao mercado segurador que atende todas as necessidades de seus clientes. “Com nossas três empresas – Fox Reguladora & Auditoria, Haüptli Advogados & Associados e MedFox – oferecemos profissionais próprios de todas as áreas, sejam engenheiros, advogados, médicos e peritos, proporcionando um trabalho com maior eficácia e menor custo”. “Além dos serviços de perícia, temos foco na medicina do trabalho. É muito importante o investimento na saúde dos funcionários e, principalmente em ações de prevenção. Em algumas situações as atuações do médico e do paciente não são suficientes para evitar o surgimento da doença, mas com certeza podem proporcionar um diagnóstico precoce, minimizando a necessidade de tratamentos mais agressivos, prevenindo sequelas das doenças e dos

tratamentos e principalmente, aumentando as chances de cura”, afirma o médico e sócio da empresa, Dr. Robinson Seabra. “Para isso, procuramos proporcionar um atendimento qualificado, com profissionais que são referências em suas áreas de atuação, utilizando produtos certificados e temos como objetivo a segurança e o conforto em todas as etapas de nossos serviços”. Investimento na saúde do funcionário Muitos dos custos de uma empresa não devem ser vistos como desperdício, pelo contrário – são investimentos que geram retorno inestimável para a corporação e, por isso, devem ser primordiais em qualquer empresa. É o caso dos gastos com os benefícios de saúde e segurança, que atuam na prevenção de acidentes e, por conseguinte, garantem o bem-estar coletivo e o aumento da produtividade, além de assegurar os direitos e deveres do empregador. De um modo geral, é importante que o empregador invista na segurança do trabalho para a sua segurança e também para a segurança dos seus funcionários. Mas antes de qualquer coisa, do seu ponto de vista, são essas documentações que vão proteger sua empresa de problemas futuros, de queixas trabalhistas, indenizações e tudo mais. O comprometimento com a saúde do trabalhador e a prevenção de riscos gera um círculo virtuoso de respostas positivas para a empresa, uma vez que saúde está intimamente ligada ao orgulho de pertencer a uma organização. Por isso, cada vez mais ela tem sido tratada como diferencial estratégico e ganhando a atenção dos empresários. Estima-se que para cada US$ 1 investido em prevenção, US$ 4 são gerados para a empresa devido ao aumento da produtividade. Já os custos de um acidente ou de uma doença ocupacional podem trazer sérios prejuízos a uma corporação, como encargos com advogados, perda de tempo e de materiais e redução na produção. Assim, é muito mais simples investir na prevenção e na regularização da segurança, evitando futuras complicações legais. Saúde e segurança no trabalho Por lei, toda empresa é obrigada a ter uma equipe de segurança do trabalho. A partir de um funcionário já é obrigatório, mas o empregador não precisa ter a equipe implantada dentro da sua empresa. Ele pode contratar uma empresa de medicina terceirizada que vai cuidar da saúde dos seus empregados. É dever do empregador cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho, implantando políticas de segurança com base na ação de profissionais especializados, que antecipam, reconhecem, avaliam e controlam todos os riscos existentes nas áreas de trabalho. Ele deve instruir os empregados quanto às precauções necessárias para evitar acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais, e também adotar todas as medidas determinadas pelo órgão regional competente. Funcionários e empresários só têm a ganhar com a gestão da saúde no ambiente corporativo. Confira algumas das vantagens: Ÿ

Os diretores Paulo Rogério Haüptli, Dr. Robinson Seabra e Alexandre Massao

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Promove a conscientização e o aumento da autoestima do trabalhador; Melhora a concentração e a produtividade no trabalho; Orienta estratégias e investimentos; Atrai e fideliza talentos; Reduz sinistro no plano de saúde da empresa;

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capa Ÿ Ÿ

Minimiza em até 40% atrasos e faltas; Gera retorno para a imagem da corporação que reconhece no funcionário o motor da empresa

Programa SNE – Saúde na Empresa Independentemente do tipo de doença apresentada pelo funcionário, o empregador é também responsável por garantir apoio no momento do tratamento. Para tal, é importante contar com o auxílio de uma equipe de medicina e segurança do trabalho a fim de tentar diminuir ao máximo o risco de os funcionários desenvolverem alguma doença por consequência da sua rotina na empresa. O programa "Saúde na Empresa" tem como objetivo a adaptação dos pacientes a uma melhor qualidade de vida. Sua meta é inserir uma alimentação mais saudável e atividades físicas adequadas no seu cotidiano. A equipe MedFox visa oferecer atendimento especializado e interdisciplinar, de maneira que o funcionário encontre no mesmo local as especialidades que farão parte do seu tratamento, assim fortalecendo o vínculo de segurança. São oferecidos grupos de educação alimentar e nutricional destinado aos funcionários que têm dificuldades com alimentação (sobrepeso, obesidade, colesterol, diabetes, dificuldades em experimentar alimentos, adequação de rotina alimentar, baixa autoestima). Palestras – A prevenção é sempre o melhor remédio. Por isso a MedFox destaca a necessidade do conhecimento e informação como forma de prevenção a doenças e problemas de saúde. Uma equipe multidisciplinar atua com o intuito de esclarecer todas as dúvidas relevantes em palestras como "Higiene bucal", "Obesidade", "Vida saudável" etc. Temas relacionados a prevenção do uso de álcool, drogas e outros psicotrópicos também são sempre muito requisitados para as palestras executadas em empresas, escolas, clubes, instituições, ONGs etc. Programa "Empresa+Leve" – É o programa de saúde da MedFox destinado a redução de peso dos funcionários, com a c o m p a n h a m e n t o m u l t i d i s c i p l i n a r, e n v o l v e n d o profissionais da área de psicologia para um acompanhamento completo, físico, que direciona o funcionário para as atividades compatíveis com a compleição física, idade etc, além de se traçar um plano de

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reeducação alimentar com um nutricionista. Exames ocupacionais Os exames médicos periódicos são fundamentais para avaliação do estado de saúde dos trabalhadores e têm como um dos objetivos orientá-los quanto aos níveis dos fatores de risco, sejam eles físicos, químicos, biológicos ou ergonômicos, a que estão expostos em seus ambientes laborais. Essa preocupação é um dever do empregador, que precisa estar atento às condições de saúde de seus funcionários, considerando também, que este é um direito assegurado ao trabalhador, previsto na legislação. Os exames podem ser feitos na própria MedFox, ou empresa cliente, bastando agendar um horário para que os exames sejam feitos. Clínica Médica e Odontológica A MedFox também disponibiliza à população serviços de consultas médicas, tratamentos odontológicos, exames e procedimentos clínicos. São preços fixos para consultas médicas, com agendamento por telefone ou via aplicativo/internet e sem longas esperas. O cliente também possui descontos para exames laboratoriais, diagnósticos gráficos e por imagem, odontologia, farmácias etc. Consultas a partir de R$ 39,90, especialidades a partir de R$ 89,90 e exames de imagem a partir de R$ 79,90. O agendamento das consultas pode ser feito por telefone, pelo site www.medfox.com.br/agendamento ou pelo aplicativo de celular. Tudo e maneira bem simples e fácil. Pela internet / aplicativo, v o c ê c o n f e r e a disponibilidade de horários e especialidades disponíveis. O paciente também pode ser avisado da sua consulta marcada por meio de mensagens SMS. Cartão de fidelidade FIDO – A MedFox criou o Cartão de Fidelidade FIDO visando à inclusão social ao oferecer atendimento de qualidade a usuários e colaboradores de empresas por um preço justo. O Cartão de Fidelidade FIDO oferece d e s c o n t o s e financiamentos especiais em consultas médicas,


exames laboratoriais.

Especialidades MedFox

Outros diferenciais Exames laboratoriais e de imagem Vasta gama dos mais variados exames laboratoriais e exames de imagem, além oferecer descontos em renomados laboratórios parceiros credenciados em todas as regiões de São Paulo. Vacinas O Centro de Vacinas MedFox possui uma grande variedade de vacinas com o mais alto padrão de qualidade. Perícias médicas O exame médico-pericial visa a definir o nexo de causalidade (causa e efeito) entre: doença ou lesão e a morte (definição da causa mortis); doença ou sequela de acidente e a incapacidade ou invalidez física e/ou mental; o acidente e a lesão; doença ou acidente e o exercício da atividade laboral; doença ou acidente e sequela temporária ou permanente; desempenho de atividade e riscos para si e para terceiros. dias parados sem exercer as funções designadas Por outro lado, o médico perito e dentista, por meio de competente inspeção, podem concluir se a pessoa portadora ou não de doença ou vítima de sequela resultante de acidente reúne condições para exercer determinada atividade (ocupação) – é o denominado exame de aptidão/inaptidão física e/ou mental. O serviço é oferecido a seguradoras, bancos, financeiras e empresas em geral.

Médicas: Ÿ Acupuntura Ÿ Cardiologia Ÿ Cirurgia bariátrica Ÿ Cirurgia geral Ÿ Cirurgia do trato gastrointestinal Ÿ Clínica geral Ÿ Dermatologia Ÿ Endocrinologia Ÿ Gastroenterologia Ÿ Geriatria Ÿ Ginecologia Ÿ Mastologia Ÿ Nefrologia Ÿ Neurologia Ÿ Nutrição Ÿ Ortopedia Ÿ Pediatria Ÿ Pneumologia Ÿ Psicologia Ÿ Psiquiatria Ÿ Reumatologia Ÿ Urologia Ÿ Vascular

Odontológicas: Estética: Ÿ Clareamento dental Ÿ Faceta dental Ÿ Lente de contato dental Ÿ Bichectomia Ÿ Preenchimento facial Ortodontia: Ÿ Aparelho ortodôntico Implantes / prótese: Ÿ Implante dentário Ÿ Enxerto ósseo Ÿ Próteses Clínico: Ÿ Aplicação de fluor Ÿ Bruxismo Ÿ Endodontia Ÿ Tratamento de canal Ÿ Extração dental Ÿ Exodontia Ÿ Odontopediatria Ÿ Periodontia Ÿ ·Radiografia panorâmica Ÿ Restauração dental / obturação Ÿ Limpeza dentária / profilaxia Ÿ Estomatologia / afta

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flashes Coquetel celebra abertura dos trabalhos da MedFox

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A inauguração oficial da MedFox, nova empresa do Grupo Fox, aconteceu no dia 22 de setembro, no Buffet Finesse. Confira quem esteve por lá.


Em apoio ao movimento internacional Outubro Rosa, que nasceu na década de 1990 para estimular a participação da população no controle do câncer de mama, o Grupo Fox ( F ox R e g u l a ç ã o & Au d i t o r i a , H a ü p t l i Advogados & Associados e MedFox) irá destinar 3% do total da folha de pagamento do mês de outubro para o Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira.

Grupo Fox na luta contra o câncer de mama

OUTUBRO ROSA

M u l h e r e s , fa ç a m o exa m e d e t o q u e periodicamente. Se detectar a doença, que seja em seu estágio inicial.


social Grupo Fox participa de evento de aventura e assistência a famílias carentes em Itapecerica da Serra O Grupo Fox Regulação & Auditoria esteve entre os principais patrocinadores de um evento realizado em parceria com a Prefeitura Municipal e Secretaria de Turismo de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, com objetivo de levar aventura aos amantes de trilhas off-road e assistência beneficente a famílias da região. O evento Jipe na Trilha 2017, que reuniu o grupo Jipeiros da Serra, é bastante tradicional na região, e neste ano aconteceu no dia 27 de maio, um sábado. A festa trouxe trilha, desafio off road, confraternização com churrasco, banda de rock ao vivo e sorteio de brindes, e a entrega de centenas de cestas básicas com recursos das inscrições e dos patrocínios. Cerca de 230 pessoas estiveram presentes nas oito horas de evento. O diretor e sócio da Fox Reguladora de Sinistros, Alexandre Massao, esteve representando a empresa e também percorreu a trilha. Logo cedo, por volta das 7h30, começaram a chegar os primeiros jipes. No total foram 70 jipes inscritos de diversos

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locais que vieram prestigiar o evento, fora os do grupo da organização, que contabilizavam 12 jipes. O Largo da Matriz ficou lotado de veículos 4X4. Após a foto clássica nas escadarias da Igreja Matriz com todos os participantes, os participantes receberam a planilha do percurso e foi dada a largada. Após alguns quilômetros rodados veio o primeiro atoleiro, com muito barro, porém a organização trabalhou rapidamente com um guincho mecânico que “pescava” os jipes até transpor o obstáculo.


Foram 46 km de pura adrenalina, para os especialistas no assunto a região de Itapecerica é agraciada com as melhores trilhas do Brasil. Após as 15h os participantes começaram a retornar, após concluírem a trilha, e foram recebidos com muita festa, no churrasco e show de rock que se estendeu até às 22h. Enquanto o grupo de jipeiros percorria a trilha, outro grupo trabalhava na entrega das cestas básicas às famílias carentes. “O Grupo Fox sempre busca realizar ações sociais, e achamos interessante patrocinar este evento, pois, além da aventura, existia o objetivo de prestar assistências beneficentes. Foi uma grande experiência para mim, nestes dois sentidos”, afirma o diretor Alexandre Massao.

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social Entidade que atende mais de 4 mil pessoas da região mais carente de São Paulo recebe apoio do mercado de seguros Outro programa aprovado pelo Grupo Fox e mais dezenas de empresas do mercado de seguros é a Vivenda da Criança. A entidade foi escolhida para receber as doações de alimentos não-perecíveis solicitadas nas inscrições para o Seminário Linhas Financeiras e Responsabilidade Civil, que será realizado pela Haüptli Advogados & Associados no dia 17 de outubro de 2017. A Associação Beneficente Vivenda da Criança é uma entidade sem fins lucrativos que atende mensalmente mais de 4 mil pessoas carentes da área mais pobre da periferia de São Paulo, na região da subprefeitura de Parelheiros, extremo sul do município. Em 1989, a instituição iniciou suas atividades como um abrigo para meninos em situação de risco social. Com o tempo, ela cresceu e hoje oferece oportunidades para crianças, jovens e adultos se desenvolverem como pessoas, cidadãos e futuros profissionais.

tem direito ao café da manhã, almoço e lanche da tarde de segunda à sexta-feira, gratuitamente. Serviço de Assistência Social à Família (SASF) – O serviço tem como objetivo fortalecer a função protetiva de 1 mil famílias, distribuídas por 19 bairros atendidos, prevenindo agravos que possam provocar o rompimento de vínculos familiares e sociais e desenvolver ações junto a idosos e pessoas com deficiência, dada a necessidade de prevenir o confinamento e o isolamento, por meio da proteção social no domicílio.

CEDESP Irmã Yvone Venditti – Inserir a comunidade do extremo sul da periferia de São Paulo no mercado de trabalho tem sido o principal objetivo do CEDESP Irmã Yvone Venditti. O projeto, que leva o nome da fundadora da Vivenda, oferece cursos para que os 200 alunos ampliem seu universo cultural, melhorem a autoestima e, principalmente, se profissionalizem e desenvolverem o empreendedorismo nas comunidades. Os cursos são nas “A Vivenda da Criança faz um trabalho áreas de beleza, preparação para o muito sério na região de Parelheiros, que mercado, administração, panificação e tem o menor IDH de São Paulo. Todos os informática. Projeto Oportunidades meses lutamos para manter firme a obra Jovem Aprendiz LEI 10.097/2000 Com a iniciada pela Irmã Yvone Venditti. Minha missão de promover a integração e atuação no mercado de seguros faz com educação social para a população que eu consiga levar empresários e vulnerável, por meio de ações que executivos do setor para conhecer o preparem e despertem o potencial de trabalho de perto e receber o apoio A fundadora Irmã Yvone e o presidente Márcio Pires crianças, adolescentes, jovens e adultos necessário para continuarmos”, afirma o para a vida e o mercado de trabalho. A instituição prepara presidente da Vivenda da Criança e diretor operacional do jovens entre 14 e 24 anos para atuarem nas empresas, Sincor-SP, Márcio Pires. conforme a lei nº 10.097/2000. Para atender melhor a comunidade, a Vivenda está dividida em três projetos principais: Centro da Criança e do Adolescente (CCA) – Mais de 180 crianças e adolescentes em situação de risco ou exclusão social passam as manhãs e as tardes na Vivenda. No ambiente, convivem com amigos, praticam esportes e aprendem lições valiosas para o desenvolvimento pessoal, cultural e comunitário. Além dessas atividades que são complementares ao ensino formal das escolas, esse público

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Conheça mais em www.vivendadacrianca.com.br.


social Beija-Flores Solidários leva alívio a moradores em condições de rua no Centro de São Paulo Também um programa social de envolvimento do mercado de seguros e que recebe apoio do Grupo Fox é o Beija-Flores Solidários. Sua fundadora e presidente, Mayra Monteiro, é diretora de Relacionamento da Sascar, e sempre busca realizar divulgações a executivos do setor durante eventos que participa, como os do CIST (Clube Internacional de Seguros de Transporte), os quais recebem patrocínio do Grupo Fox. O programa nasceu em 2007, com o nome de Projeto Noites Solidárias, quando Mayra e outros amigos fundadores visualizaram a insensibilidade das pessoas ao passarem pelos moradores de rua no Centro de São Paulo. Desde então o projeto atua na assistência às pessoas em vulnerabilidade social e em situação de rua. Nestes 10 anos, as ações atenderam milhares de pessoas a partir da distribuição de mais de 90 mil refeições, milhares de calçados e vestimentas em boas condições de uso, além da distribuição de cobertores, produtos de higiene e água. “Nossas ações buscam não apenas atender as necessidades primárias doando refeições com qualidade nutricional, mas também ter uma atuação sustentável na reinserção social daqueles que demonstram interesse em sair daquela situação”, conta Mayra Monteiro. “Nosso maior ganho é perceber que podemos reverter as condições de vida de várias pessoas que estão envolvidas numa redoma de invisibilidade social”. Recentemente, o projeto se tornou uma ONG e ganhou o nome de Beija-Flores Solidários, inspirado na “Parábola do beija-flor”: “Era uma vez um beija-flor que fugia de um incêndio juntamente com todos os animais da floresta. Só que o beija-flor fazia algo diferente: apanhava gotas de água de um lago e as atirava ao fogo. O leão, intrigado, perguntou: – ‘Ô bichinho, acha que vai apagar o incêndio sozinho com estas gotas?’. ‘Sozinho, sei que não vou’, respondeu o beija-flor, ‘mas estou

fazendo a minha parte’”. Voluntário beija-flor “Fazer parte é dedicar espontaneamente seu tempo para trabalhar em prol do próximo”, declara Mayra. “Qualquer pessoa pode ser voluntária, independente do grau de escolaridade ou idade, o importante é ter boa vontade e responsabilidade para desempenhar as atividades solicitadas. Utilizando carinho e amor para contribuir com uma sociedade mais igualitária e para o desenvolvimento de um mundo melhor para todos”. Para ser um voluntário beija-flor basta estar presente nos dias marcados (uma vez por mês, veja em www.beijafloressolidarios.org.br, ou https://www.facebook.com/beijafloressolidarios/) para as atividades de preparação das refeições, triagem de roupas e distribuição para a população em situação de rua. Projeto Reforma A ONG recebeu da prefeitura de São Paulo um prédio para estruturar sua sede e poder dar acesso a atividades como cursos de gastronomia, culinária, banho e tosa, áudio visual, oficinas de informática para melhor idade, artesanato, música a apresentações culturais. Porém, a construção tem 60 anos e precisa de grandes reformas. “Com o Projeto Reforma vamos melhorar estruturas de áreas específicas do prédio para acessibilidade do público em geral de forma segura, para a realização de atividades de trabalho, arte e cultura propostas para reintegração e inclusão social dos indivíduos frequentadores. E finalmente inaugurar nossa sede”, explica Mayra. Para ajudar, entre em contato pelo site ou Facebook.

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contratações Grupo Fox segue em expansão e contribuindo para retomada do crescimento da economia O período de crise na economia está chegando ao fim, de acordo com diversos índices que melhoraram, porém ainda falta diminuir o desemprego no país. O Grupo Fox esteve na contramão durante os períodos de turbulências, e segue em expansão e contribuindo para a melhora da economia. Além de toda a nova equipe de 33 médicos e três dentistas que ingressou na MedFox, o Grupo também contratou profissionais para as empresas Fox Regulação de Sinistros e Haüptli Advogados & Associados.

Haüptli Advogados & Associados Simone Aparecida de Menezes – Advogada associada

Fox Regulação de Sinistros Marcelo Lopes da Silva – Gerente Comercial Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Cidade de São Paulo. Possui 19 anos de mercado segurador, passando por grandes empresas como Mapfre, AIG/Unibanco, Ace/Chubb e Argo. Realizou diversos cursos especializados na carteira de transportes, tanto no Brasil como no exterior. É especialista em gerenciamento de riscos e suas tecnologias. Contato: marcelo.silva@foxaudit.com.br

Evandro Luiz Pacheco Pereira – Engenheiro Engenheiro de Produção Mecânica pela Universidade Paulista e Técnico Mecânico pelo SENAI. Possui experiência em usinagem, compreendendo toda área de processos mecânico, atuando em assistência técnica, qualidade(Auditoria ISO 9001, 14001 e OHSAS 18001), diligenciamento e inspeção. Realizou serviços para empresas como: Petrobras, Ford, Valeo, International Paper entre outros. Apto para análises forenses utilizando cálculos físicos e estudos da dinâmica, análise de nexo de causalidade de impacto de veículo e cálculo de velocidade para acidente de trânsito.

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Contato: pereira.eng@foxaudit.com.br

Graduada em Direito nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), pósgraduada em Direito Civil pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, pós-graduanda em Direito Processual pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/MG), pós-graduanda em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/MG) e cursou Habilitação de Corretores de Seguros pela Escola Nacional de Seguros. Fluente em inglês. Áreas de atuação: Direito Civil, Direito do Consumidor e Direito do Seguro. Contato: simone.menezes@hauptli.adv.br.

Milzem Elizabete Ferreira – Advogada associada Graduada em Direito pela Universidade Nove de Julho, especializou-se em Direito Processual Civil pela PUCCOGEAE – SP em 2011. Fluente em inglês. Áreas de atuação: Direito Civil, Direito do Consumidor, Direito do Seguro. Contato: milzem.ferreira@hauptli.adv.br

Mayara Pereira de Aquino Silva – Estagiária Cursa o sexto período noturno do curso de Direito, nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Contato: mayara.aquino@hauptli.adv.br


qualificação Grupo Fox participa de formatação e aulas do inédito curso de pós-graduação em transportes A parceria entre o CIST (Clube Internacional de Seguros de Transportes) e a Escola Nacional de Seguros, para disseminar qualificação especializada em transportes, desenvolveu o inédito Curso de Extensão em nível de PósGraduação em Logística, Riscos e Sinistros na Cadeia de Suprimentos. Este primeiro curso foi lançado em 30 de setembro, com a primeira turma.

logística e cadeia de suprimentos; Prof. Helio Almeida aborda riscos associados à logística; e Prof. Paulo Cristiano Hatanaka fala de transferência de riscos através de seguros. O sócio do Grupo Fox, Prof. Paulo Rogério Haüptti, é responsável pelo último módulo, intitulado Sinistros e Fraudes (8 horas), abordando procedimentos adotados em caso de sinistros, assistência em caso de sinistros e fraudes.

Na parceria, a Escola entra com expertise na parte acadêmica, incumbida de toda a parte estrutural e operacional do curso, e o CIST responsável pela indicação dos docentes e pelo conteúdo programático para suprir as lacunas na formação dos players da cadeia de suprimentos. O curso tem como docentes quatro diretores do CIST, entre eles o sócio do Grupo Fox, Paulo Rogério Haüptli. Participam ainda Paulo Roberto Guedes, Paulo Cristiano Hatanaka e Helio Almeida. São profissionais experientes e atuantes neste mercado, possibilitando aos alunos o entendimento de pontos importantes para aqueles que operam ou pretendam operar neste mercado de especialistas. O curso tem como público-alvo líderes de equipes de subscrição e sinistros de seguradoras, corretores de seguros, corretores de resseguro, resseguradores, além de prestadores de serviços no segmento de seguros e consumidores. São 56 horas aula, ministradas aos sábados, no horário das 8h às 15h15 (total de sete sábados). O Prof. Paulo Roberto Guedes trata de cenários econômicos,

Aula inaugural do curso, em 30 de setembro

Profissionais do Grupo Fox participam de cursos de inglês e de seguro garantia Os profissionais das empresas do Grupo Fox interessados em aprimorar a língua inglesa estão recebendo aulas in company, duas vezes por semana, com a professora Agnes Andriolo. Já aqueles que precisam se aprimorar na área de seguro A professora de inglês Agnes garantia, um dos grandes focos do Grupo Fox, participam de curso externo com a advogada e professora Elisabete Parejo. Ela é e especialista em contratos e assuntos legais relacionados a licitações e garantias financeiras para contratos. A primeira profissional que está participando enriquecendo seus conhecimentos sobre seguro garantia é Gabriela Carvalho, da Hauptli Advogados & Associados.

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Alunos do curso de seguro garantia com a professora Elisabete


seguro garantia A alteração da capacidade financeira do Tomador e seus reflexos ao Seguro Garantia O Seguro Garantia, nos termos de sua Circular Susep nº 477/2013 1 , é o seguro que garante o cumprimento de obrigações contratuais, ou seja, as obrigações consignadas em determinado contrato ou instrumento similar, firmado entre o Segurado e o Tomador, este último responsável pela contratação do seguro e respectivo recolhimento do prêmio. Sob a ótica da Seguradora, a análise do risco envolve exatamente todos os critérios que possam vir a afetar a situação empresarial do Tomador, dificultando subsequentemente as chances de cumprimento das obrigações contratuais que este vier a assumir, ao ponto de não restar alternativa ao Segurado, senão solicitar as providências de praxe ao acionamento da apólice de Seguro Garantia. Nos últimos anos, o mercado vem procurando consolidar critérios objetivos para a mensuração do risco no caso do Seguro Garantia, sendo claro nos dias de hoje que algumas situações inevitavelmente deverão ser consideradas pela Seguradora no momento de sua subscrição de risco, senão vejamos:

Dr. Bruno Lacerda Gusmão é sócio da Haüptli Advogados Associados, empresa do Grupo Fox

Num primeiro momento, podemos afirmar que a Seguradora não estaria autorizada a “sair do risco”, pela simples alteração da capacidade financeira do Tomador, isso porque este é o risco do negócio quando se trata o “Seguro Garantia”. A Seguradora, neste ponto, assume a obrigação de justamente garantir o cumprimento das obrigações do Tomador, caso este não tenha condições de dar o devido prosseguimento às medidas necessárias ao regular cumprimento do contrato garantido. O declínio de sua situação financeira, na grande maioria das vezes, é o principal fundamento do respectivo descumprimento contratual, ou seja, o fator preponderante ao acionamento do Seguro Garantia.

a) Capital (do Tomador); b) Capacidade Técnica (do Tomador); c) Caráter (do Tomador); d) Contrato Garantido (firmado pelo Tomador);

Sobre o assunto, importante registrar que a Seguradora não pode sair do risco, posto que a própria Circular SUSEP nº 477/2013 estipula os casos de extinção da apólice de Seguro Garantia, em suas Condições Gerais padronizadas aos setores público e privado: 14. Extinção da Garantia:

e) Contra Garantia (eventualmente apresentadas pelo Tomador);

1 4 . 1 . A g a r a n t i a e x p re s s a p o r e s t e s e g u ro extinguir-se-á na ocorrência de um dos seguintes eventos, o que ocorrer primeiro, sem prejuízo do prazo para reclamação do sinistro conforme item 7.3. destas Condições Gerais:

f) Contratante (Segurado). Os critérios citados refletem exatamente a análise da situação técnica e financeira do risco, neste compreendido o chamado “capital” do Tomador, ou seja, a sua capacidade financeira e/ou solvência, a qual gera resultados e/ou maior facilidade no cumprimento das obrigações empresariais.

I – quando o objeto do contrato principal garantido pela apólice for definitivamente realizado mediante termo ou declaração assinada pelo segurado ou devolução da apólice;

Em tempos de crise, muitos se perguntam se a alteração da situação financeira do Tomador ou tecnicamente falando, o abalo de seu “capital”, pode vir a possibilitar a retirada do risco em ato unilateral pela Seguradora, após a emissão da apólice de seguro.

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II – quando o segurado e a seguradora assim o acordarem; III – quando o pagamento da indenização ao segurado atingir o limite máximo de garantia da apólice; 1

Dispõe sobre o Seguro Garantia, divulga Condições Padronizadas e dá outras providências.


IV – quando o contrato principal for extinto, para as modalidades nas quais haja vinculação da apólice a um contrato principal, ou quando a obrigação garantida for extinta, para os demais casos; ou V – quando do término de vigência previsto na apólice, salvo se estabelecido em contrário nas Condições Especiais. Por outro lado, a Circular SUSEP nº 251/2004 dispõe sobre a aceitação da proposta e sobre o início de vigência da cobertura, nos contratos de seguro, estabelecendo diretrizes para a aceitação ou a recusa de riscos pelas Seguradoras. O referido normativo editado pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) estabelece que a celebração ou a alteração do contrato de seguro somente poderá ocorrer mediante a apresentação de “proposta” pelo proponente. Dito isso, verifica-se que somente uma proposta de seguro poderá ser utilizada pela Seguradora para a aceitação e/ou alteração do contrato de seguro. Ao analisarmos o clausulado da mencionada Circular da SUSEP, constatamos ainda que a Seguradora pode aceitar ou recusar o risco no prazo de 15 (quinze) dias do recebimento da proposta,

seja em caso de novos riscos ou de renovações, senão vejamos: “Art. 2o A sociedade seguradora terá o prazo de 15 (quinze) dias para manifestar-se sobre a proposta, contados a partir da data de seu recebimento, seja para seguros novos ou renovações, bem como para alterações que impliquem modificação do risco”. (grifo nosso) Pois bem. A entidade responsável pela regulamentação do setor de seguros no país (SUSEP) autoriza as Seguradoras a recusar a renovação de suas apólices, em caso de recebimento de uma “nova proposta”. A jurisprudência encontra-se consolidada neste sentido, desde que a Seguradora o faça expressamente perante o Segurado, dentro do prazo regulamentar de 15 (quinze) dias: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. SEGURO DE VEÍCULO. RECUSA DA SEGURADORA À PROPOSTA DE CONTRATO, A QUAL SE DEU DENTRO DO PRAZO DE QUINZE DIAS PREVISTO NA CIRCULAR 251/04 DA SUSEP. DEVOLUÇÃO DA

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seguro garantia Q UA NT I A PA G A A T ÍT U LO D E PA R C E L A D O PRÊMIO. AUSÊNCIA DE DEFEITO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO, NA FORMA DO ARTIGO 557, CAPUT, DO CPC. (TJRJ APL: 00116501620148190045 RIO DE JANEIRO R E S E N D E 1 VA R A C I V E L , R e l a t o r: S A N D R A SANTARÉM CARDINALI, Data de Julgamento: 17/03/2016, VIGÉSIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR, Data de Publicação: 21/03/2016) (grifo nosso) O referido entendimento ainda encontra amparo no previsto no artigo 769 do Código Civil, senão vejamos: Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao s e g u r a d o r, l o g o q u e s a i b a , t o d o i n c i d e n t e suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à garantia, se provar que silenciou de má-fé. § 1o O segurador, desde que o faça nos quinze dias seguintes ao recebimento do aviso da agravação do risco sem culpa do segurado, poderá dar-lhe ciência, por escrito, de sua decisão de resolver o contrato. § 2o A resolução só será eficaz trinta dias após a notificação, devendo ser restituída pelo segurador a diferença do prêmio. (grifo nosso) Ao analisarmos conjuntamente os referidos dispositivos, podemos concluir que a Seguradora não pode “sair do risco”, sem que antes seja acionada mediante a apresentação de uma nova proposta de seguro, pois somente esta “nova proposta” poderá resultar na reanálise do risco e eventual recusa da Seguradora, diante da nova situação fática na qual estiver envolvido o Tomador.

Com isso, caso Segurado e Tomador promovam alterações no contrato garantido e venham a solicitar, mediante a apresentação de proposta de renovação, a emissão de determinado endosso, a Seguradora neste momento estará autorizada a recusar o risco, caso o Tomador não mais se enquadre em seus critérios de subscrição, diante da alteração de sua capacidade financeira. Em termos práticos, podemos citar o exemplo da “OI”, que se encontra em recuperação judicial desde meados de junho/2016 e, mesmo inserida no contexto de grandiosidade de um concessionário do setor de telecomunicações em nosso país, vem encontrando diversas dificuldades para renovar as suas garantias securitárias 2 . Isso porque o mercado segurador vem analisando o risco da referida empresa de forma diversa em relação há alguns anos, razão pela qual apólices e endossos da empresa que eram emitidos em questão de segundos, atualmente são recusadas pelo mercado segurador. Ao final, importante mencionar que a recusa ao risco na forma como apresentado, trata-se de tema relevante e que pode resultar em grandes prejuízos às Seguradoras, caso estas não atentem aos ditames da Superintendência de Seguros Privados e demais entendimentos consolidados pela doutrina e jurisprudência sobre o assunto, razão pela qual as referidas recusas deverão ser pautadas sempre nas normas da SUSEP e nos princípios da boa fé contratual e da autonomia da vontade. 2

https://oglobo.globo.com/economia/oi-temdificuldade-para-contratar-seguro-responsabilizaanatel- 19719899


empresa Grupo Fox: Reinventando para se manter sempre jovem Líder de mercado, próximo de comemorar 23 anos, o Grupo Fox expande para novos desafios sem esquecer sua identidade: a busca pela excelência no atendimento, maximização de resultados para as seguradoras, orientação e visão estratégica, sempre quebrando paradigmas para se diferenciar. Uso constante da criatividade e da intuição para aprender durante o caminho até a solução. A Fox Regulação & Sinistros, dentro do primeiro trimestre de 2017, gerou melhorias contínuas para atender as demandas de seus clientes, que vão desde a reestruturação de seu organograma, missão, visão e valores. Implementação de uma área de novos negócios e reforço na manutenção de portfólio. Houve a contratação de novos executivos e especialistas, tais como: engenheiro mecânico, advogados, médicos, comissários de avarias, contadores, atuários, entre outros. Na parte de prestadores de serviços externos, agora conta com 460 profissionais, e estamos em busca de novos visando um aumento de 15% na base. Foi iniciado o processo de reciclagem e implantação de um moderno sistema de treinamento via EAD. Já no segundo trimestre, pela ótica da tecnologia, a Fox tornou-se a primeira empresa 100% com dados em servidores cloud em tempo real, garantindo segurança, agilidade, tecnologia de ponta para seus clientes, seguindo as novas demandas do mercado. Datacenter no Brasil com todas as certificações de ISO 9001 ISO 2700 e demais normas de segurança digital, com antivírus e detecção de fraudes em tempo real e migração de localidade por motivo de força maior. A plataforma provê a integralidade das informações via login e senha por celular, tablet ou computador aos seguradores e corretores, possibilitando o acompanhamento de todo o processo full time (documentos ou fotos) realizados pelos vistoriadores, sindicantes ou agentes. Finalizamos o primeiro semestre com a mais uma inovação/ aquisição: uso de drones em perícias dentro do ramo de property. Outra empresa do Grupo Fox, a Haüptli Advogados & Associados cada vez mais se consolida nos produtos de

Marcelo Finardi é Diretor Comercial da Fox Regulação & Sinistros, empresa do Grupo Fox.

financial lines para as seguradoras, dentro dos ramos de RC, E&O, D&O, Seguro Garantia, Seguro de Crédito Doméstico e à Exportação, regulados com a experiência de profissionais renomados, aliados a modernos sistemas de acompanhamento de processos e gestão. Dentro de nossa expertise, salientamos nossas palestras e workshops para o mercado segurador, trazendo seguradoras e corretoras para uma discussão ampla, na busca constante do melhor entendimento dos produtos de financial lines e demais ramos do direito securitário. Por fim, agora no segundo semestre será o lançamento da mais nova empresa do Grupo Fox, a MedFox – clínica médica com doutores de várias especialidades, exames clínicos e de imagem, contando também com a parte odontológica. Tudo isso será obtido por meio de contratos com as pessoas jurídicas da região, via o cartão FIDO, um cartão de Fidelidade que proporcionará desconto em todos os procedimentos, extensivo aos dependentes. A ideia consiste em atender as empresas sem condições de contratar um seguro saúde tradicional e as pessoas físicas de baixa renda. Em matéria de inovação, está a possibilidade de financiar todos os procedimentos em até 36 vezes, atendimento de perícias médicas para seguradoras e suporte aos departamentos de recursos humanos nos exames admissionais e demissionais. A crise atual e o aumento da sinistralidade foram os motivadores para início deste processo. Nossos parceiros, para se manterem competitivos, cada vez mais transferem processos para o mercado e necessitam de soluções e agilidade para se adaptarem aos novos tempos. O Grupo Fox sente-se honrado em poder participar e proporcionar isso tudo.

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entrevista Direitos e obrigações do ressarcimento A advogada e gerente de Sinistros Judiciais da Axa Seguros, Dra. Débora Biolchini , aborda o tema ressarcimento, que é quando uma seguradora suporta danos do segurado que foram causados por terceiro, suas implicações previstas no Código Civil e também os impactos da crise financeira neste segmento, em entrevista exclusiva à Fox News. Confira! Fox News – Quais as alterações no novo CPC (Código de Processo Civil) , as quais possam ter impactado nas ações de ressarcimento no Brasil? Dra. Débora Biolchini – Em se tratando de lides de ressarcimento de grandes riscos, o NCPC trouxe alterações e inovações que vêm colaborando com o seu o desfecho. Tais demandas, em geral complexas, eram oprimidas por uma fase de instrução probatória muito tímida, que por vezes, terminavam dificultando a perfeita solução da controvérsia. Além disso, na maioria dos casos, uma regra antiquada de distribuição do ônus da prova sufocava a parte autora tanto em questão de iniciativa, como no seu integral custo, ou seja, competia ao autor literalmente todo o ônus da prova, mais do que isso, todo o financiamento da fase probatória da ação. Regras novas implementadas pelo NCPC, como a de distribuição dinâmica do ônus probatório (princípio da carga dinâmica das provas), vêm permitindo que essas lides sejam melhor exploradas nessa fase probatória, afastando a ideia de que tudo cabe ao autor, mais do que isso, de que o custo probatório não pode ser repartido entre as partes quando verificado o interesse mútuo na sua realização. Outra regra que destaco, também neste particular aspecto de ônus da prova, é a que então legitima a utilização do uso da prova emprestada, o que facilita em muito a preparação das petições iniciais e pode encurtar ou minorar o esforço probatório de uma das partes. Por outro lado, é preciso considerar algumas constatações empíricas que vêm ocorrendo nas lides que, em alguma medida, demonstram que a realidade também tem revelado efeitos negativos derivados do NCPC. Talvez o maior exemplo disso seja a previsão da realização obrigatória de audiências de conciliação/mediação em todas as lides.

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Na prática não é possível verificar qualquer efeito de máxima composição derivado dessa regra.

Ou seja, as partes apenas se manifestam pela falta de interesse na audiência e com isso o objetivo que se buscava com esse pit-stop de composição obrigatório, caiu por terra. Caso as audiências de conciliação não fossem efetivamente uma rotina, muitas demandas seriam encerradas antes de sua instrução. Outra alteração que pode ter impacto nas ações de ressarcimento é a regra de graduação dos honorários. Os julgadores poderão majorar os honorários em decorrência de recursos. Tal regra pode inibir a interposição de recursos considerados meramente procrastinatórios, agilizando assim o término das ações de ressarcimento. Fox News – Qual a sua opinião acerca das recentes decisões monocráticas que determinam a suspensão da CNH, apreensão de passaporte e cancelamento de cartões de crédito até quitação de dívidas de devedores? E em relação ao posicionamento do TJSP no sentido de que referidas decisões ferem o direito de ir e vir? Quais os impactos destes procedimentos nas ações de ressarcimento?


Dra. Débora Biolchini – Entendemos serem temerárias decisões que suspendem documentos ou cancelam cartões de créditos de devedores, por conta de dívidas que estejam sendo discutidas judicialmente. Apesar do artigo 139 do CPC possibilitar aos juízes que determinem todas as mediadas coercitivas que entenderem necessárias para assegurar o provimento jurisdicional, entendemos que o cancelamento de documentos fere direitos constitucionais do cidadão, previstos no art. 5º, XV da Constituição Federal, além de violar o princípio da dignidade da pessoa humana e da razoabilidade. O juiz estaria autorizado a violar direitos fundamentais do devedor para exigir o pagamento de uma dívida civil? Esta questão é bastante polêmica, há quem entenda que esta medida seria cabível, desde que de forma comedida e customizada ao perfil do devedor. Dou um exemplo: Quem viaja ou dirige a trabalho, de fato, não pode ser vitimado no seu direito de ir e vir. Por outro lado, a restrição ao crédito pode impedir que devedores continuem fazendo “vista grossa” para as suas dívidas, e continuem impunes gastando com seus cartões de crédito, como se não houvesse amanhã.... Este pode ser o fim da era do “ganho, mas não levou”, mas se não utilizado com moderação, o artigo 139 do NCPC pode ferir direitos constitucionais. Fox News – Em sua visão, é possível o bloqueio de veículos de propriedade do causador do dano, utilizados para o trabalho, quando estes forem os únicos bens existentes? Seria considerada dívida oriunda do bem, portanto, passível de penhora ou seria considerado instrumento de trabalho e, portanto, impenhorável? Dra. Débora Biolchini – Entendemos que o carro utilizado para o exercício pessoal de qualquer profissão é considerado bem impenhorável. Esta proibição visa garantir o sustento e a subsistência dos profissionais que dependam do bem objeto de constrição para o desempenho de suas atividades, conforme previsto o artigo 833, inciso V do NCPC. Fox News – Quais os reflexos da crise financeira nacional para o mercado de seguros, bem como para as medidas extrajudiciais e judiciais de ressarcimento em nosso país? Dra. Débora Biolchini – Inevitavelmente a crise financeira pela qual o país está passando afetará diretamente ao mercado de seguros, principalmente no que se refere ao

ressarcimento. A inadimplência dos prêmios tornou-se mais frequente, assim como a execução de dívidas já reconhecidas pela justiça. Apesar do autor se ver vencedor da ação judicial, a crise financeira impossibilita o recebimento dos valores devidos. Acho que um dos efeitos da crise financeira nacional, não apenas no mercado de seguros, mas em todos os mercados econômicos é o superendividamento. E em um país como o nosso, esse superendividamento serve como justificativa para uma exagerada tolerância com inadimplências, com descumprimentos, enfim, com impontualidades. Extrajudicialmente, parece que o devedor atualmente se sente, por assim dizer, um tanto quanto legitimado a não pagar os seus compromissos. Muitos devedores só se sentem realmente obrigados a pagar uma dívida quando cobradas de forma judicial. Outro fator que deve ser considerado é a impunidade, como grandes devedores em nosso país não são penalizados ou obrigados a pagar suas dívidas, porque médios e pequenos devedores então deveriam arcar com seus compromissos? Exemplo disso, não há dúvida, é o fato de que se o cenário econômico nacional fosse outro, discussões como a da amplitude do art. 139 do NCPC (discutida acima) não teriam espaço. Fox News – Em sua visão, quais os mecanismos e estratégias para se driblar a crise financeira e obter êxito nos ressarcimentos administrativos? Dra. Débora Biolchini – Para esta resposta, devemos considerar apenas os ressarcimentos verdadeiramente considerados como resultado de um estado de insolvência. O devedor até reconhece a sua culpa, mas afirma que não tem condições de pagar nenhum valor ou quase nenhum valor. Em primeiro lugar vejo como opção a flexibilização das dívidas, sendo concedidos descontos arrojados e parcelamentos. Outro mecanismo poderia ser a troca de serviços. Explico: Se uma empresa de reboque está sendo acionada por uma seguradora, não poderia ele pagar sua dívida em serviços? Seria assinado um termo de acordo onde o devedor (empresa de reboques) se compromete a fornecer tais e tais serviços em troca de uma dívida que contraiu com a seguradora. É claro que se faz necessário que estejamos falando de um devedor que disponha de serviços ou habilidades a serem dadas em troca da dívida.

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tecnologia Insurtechs: o impacto das plataformas de negócios no setor de seguros Modelos de negócios baseados em plataformas disruptivas como Uber e AirBnb estão chegando ao mercado segurador Com tantas inovações acontecendo, é preciso olhar para o futuro como uma bússola, no sentido de nos orientar ao melhor caminho para os negócios. Algumas empresas ainda têm dificuldade em abrir mão de certos valores e crenças, o que as mantêm aprisionadas ao passado. Essa inércia abre espaço para que os inovadores lancem-se à frente, provocando uma revolução no mercado. Plataformas de negócios como Uber, AirBnb e Netflix, por exemplo, chegaram para mudar a regra do jogo. Enquanto a empresa tradicional foca em atividades que, através de uma cadeia de valor, entrega um produto ou um serviço para o cliente, o modelo de negócios baseado em tecnologia e mobilidade conecta participantes em um ecossistema que gera valor para ambos os lados. Os exemplos clássicos desse modelo são a Uber, plataforma que conecta motoristas a pessoas que precisam de transporte privado sob demanda e a AirBnb, que conecta hóspedes a donos de imóveis disponíveis para hospedagem. Ambos impactaram fortemente seus mercados em todos os países em que atuam. Pouco a pouco, modelos de negócios baseados em plataformas atingem outras indústrias, inclusive no segmento de seguros, onde grandes companhias ainda resistem à mudança de processos e determinam um ritmo naturalmente mais conservador. Mas as inovações de caráter disruptivo também alcançaram este setor por meio das Insurtechs, startups que unem o mercado de seguros aos benefícios da tecnologia, apresentando novos modelos de negócios para as seguradoras. A grande questão é: as empresas líderes do mercado segurador estão observando esse movimento com a atenção devida? Estão de alguma forma preparando-se e colocando-se em posição para ditar essa mudança ou assistem de forma passiva a chegada dessas inovações? Toda plataforma de negócio bem sucedida surge a partir de uma dor e no segmento de seguros isso não é diferente. Estamos falando sobre um segmento que atua sob regulação de mercado e que depende sempre de um intermediário para relacionar-se com o cliente, entre outras complexidades.

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Alexandre Salema é Gerente Executivo da Provider IT, consultoria e provedoras de serviços de TI com foco no mercado Financeiro, de Seguros, Previdência e Saúde.

Para abraçar esse caminho da inovação apontado pelas Insurtechs será preciso superar grandes desafios. Na questão da regulação, hoje o Susep é responsável pelo controle e fiscalização do setor de seguros, previdência privada aberta, capitalização e resseguro e suas regras precisariam ser revistas para que as plataformas pudessem atuar. Por outro lado, as grandes companhias do segmento, certamente resistirão a qualquer mudança que possam impactá-las, assim como acontece hoje com os taxistas e o Uber e seus concorrentes. No entanto, o fato do mercado de seguros hoje precisar da figura do intermediário para gerir muitos processos, pode impulsionar o uso da plataforma, facilitando a interface com o cliente. Uma insurtech poderia inovar e desenvolver uma plataforma para agilizar a comunicação entre seguradoras e clientes. Também no que tange a regulação de sinistros, o modelo de insurtech é capaz de desenvolver uma plataforma para permitir a intermediação de seguradoras e reguladores de sinistro. Hoje, as reguladoras atuam em conjunto com as seguradoras, entretanto, é preciso que se restrinjam apenas à regulação. Por meio de uma plataforma de negócios, as seguradoras enviariam o sinistro para que um regulador pudesse atuar. Pode ser que as seguradoras não se sintam confortáveis e seguras ao passar um sinistro diretamente para o regulador, já que o modelo atual exige um contrato que garante a qualidade do serviço das reguladoras. Mas, o processo de disrupção passa pela quebra de paradigmas. No modelo das plataformas, que valoriza a pontuação do serviço prestado, acontece uma seleção natural de players. Os profissionais que prestam serviços medianos ou ruins são excluídos do processo. É assim que já funciona na Uber, AirBnb e em outras plataformas. Os benefícios também serão percebidos de forma mais acentuada na diminuição dos custos dos serviços, à medida que a plataforma cria um processo mais leve e menos dispendioso, comparado a uma grande empresa. É fato que as mudanças acontecerão. Agora cabe às empresas optarem por definir essas transformações e serem protagonistas ou ficarem em uma posição arriscada, como meros observadores.


vida Seguro de vida passa por importante processo de transição para seu desenvolvimento No Brasil, a penetração do seguro de vida ainda é pequena – em torno de 5% da população possui o produto. De acordo com Silas Kasahaya, presidente do CVG-SP (Clube Vida em Grupo de São Paulo) e superintendente Comercial da Icatu Seguros, para ampliar esta participação existem dois desafios: “O das seguradoras, que é desenvolver novos produtos e novas coberturas que atendam ao mercado, atendam melhor as famílias; e o do canal de distribuição, que é a grande questão a ser trabalhada”. Segundo o especialista, do ponto de vista de desenvolvimento de produto o mercado já avançou bastante. “Além das coberturas de morte e invalidez existem coberturas novas que as pessoas utilizam em vida, o que é importante para a comercialização. Quando falamos de uma Diária de Incapacidade Temporária (DIT) ou de um diagnóstico de doenças graves, são coberturas que o mercado vem evoluindo e que não ficam somente para os beneficiários, mas que as pessoas vão tendo utilização e percebendo a importância, pois vão ajudar, na verdade, as famílias do ponto de vista econômico”. O que podem ser aprimorados são a cultura do consumidor e a comercialização. “Brasileiro muitas vezes não gosta de pensar que tudo isso pode acontecer com você, não quer falar de seguros de vida, mas aí vemos os números: por ano são mais de 40 mil acidentes e mortes só no transito; em média mais de meio milhão de diagnósticos de casos de novos cânceres”, afirma. “Os números mostram que de fato o mercado tem muito ainda para crescer, são muitas oportunidades”. O mercado de seguros em geral passa por uma reciclagem, com novos desenvolvimentos de produtos e novos corretores que façam esse processo de distribuição. “Neste sentido o mercado todo se movimenta com bastante força. Discordo da tese de que corretor não vende seguro de vida, pois se olharmos 20 anos atrás, o mercado vem em desenvolvimento. O que eu acho que acontece é como qualquer outro ramo de negócio: o corretor tem seu core business, já sobrevive de um determinado ramo, para diversificar é muito mais difícil”. Também vemos no mercado a mudança acontecendo por parte dos sucessores dos corretores, geralmente um filho ou parente mais próximo de nova geração que já está se atentando que seguro de pessoas é importante para a

carteira, além dos novos profissionais entrantes. “De fato é um processo de mudança pelo qual o mercado vem passando e para o qual os corretores estão tentando se adaptar”. Subscrição no seguro de vida O desenvolvimento da distribuição tem como chave do sucesso a especialização. O corretor vai ter que entender mais, se especializar mais para poder ofertar bem. “Não precisa ser focado somente em vida, mas precisa entender, estudar um pouco mais, porque a parte de subscrição do seguro de vida é um pouco mais sensível do que simplesmente preencher um formulário, responder algumas perguntas de perfil e já saber se o seguro é aceito ou não”. Para seguro de vida o estado de saúde da pessoa é importante, e então a idade influencia bastante. As seguradoras, de um modo geral, vêm colocando novos critérios de aceitação, até diversificando um pouco mais, levando em consideração o perfil. “Mas ainda é algo muito minucioso, não tão aberto como falar 'um carro HB20 2015 dirigido por um adolescente que tem garagem, no bairro tal' e você já mais ou menos desenhou o preço para um grupo de várias pessoas. No caso do vida a massa ainda é pequena, então não conseguimos ter esse nível muito minucioso de olhar o perfil da pessoa, cada caso. De fato a subscrição do vida ainda é feita de forma macro, mas ela tende a entrar em mais detalhes à medida em que o tempo for passando”, diz Silas Kasahaya. A boa subscrição acaba também garantindo uma segurança maior contra fraudes. “Ainda temos grandes estimativas de fraude, seja na invalidez ou na própria cobertura de morte vemos casos esdrúxulos que acontecem. Porém o nível de fraude em seguro de vida ainda é muito menor do que em outros ramos de negócios. As seguradoras, de um modo geral, vêm aperfeiçoando seus processos de regulação e de sinistros para pagar mais rápido, para chegar mais rápido a indenização aos beneficiários e poder dar o conforto”. Essa rapidez na liquidez está entre as grandes mudanças pelas quais o mercado deve passar, atualmente já se consegue tirar documentos de forma mais rápida, transmitir eletronicamente, enviar imagem para ser avaliada. “O mercado melhorou bastante e acredito que, com essas inovações, estará muito melhor”.

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automóvel Os impactos do uso da tecnologia no mercado de seguros auto Tecnologia é tema de debate em quase todas as reuniões de empresas, independentemente do segmento. E não poderia deixar de ser diferente na área de seguros, mais especificamente no ramo de autos, onde vemos grandes transformações tomarem corpo. No entanto, alguns tópicos ainda habitam o terreno das grandes especulações sobre sua implantação plena. Tais como veículos sem motorista, conhecidos como carros autônomos, e até modelos voadores. No caso dos carros autônomos, há muitas questões em debate com relação à sua ampla disseminação, entre elas: as cidades precisam estar totalmente conectadas? Os fabricantes de veículos terão, cada um, seus próprios sistemas de geração e coleta de dados? Os carros precisam estar conectados integralmente? De quem será a responsabilidade no caso de acidentes? Da montadora, do fabricante dos sistemas de conectividade, do proprietário do veículo ou frotista, do poder público? Como resolver a questão da preservação da privacidade das pessoas? Na mesma esteira, especialistas discutem para onde caminha o transporte por meio de veículos de passeio. Vejo quatro vertentes: conectividade, compartilhamento, carros autônomos e energia elétrica. Conectividade significa que os carros estarão ligados à internet, gerando dados que podem ser transformados em produtos e serviços. Hoje, um carro já é capaz de gerar 25 gigabytes por hora em termos de dados. Aproximadamente 15% dos veículos produzidos nos EUA já saem de fábrica com todos os recursos de conectividade e a previsão é que esse número chegue a 60% em 2020 (fonte: BI Intelligence). Sobre compartilhamento, será que estamos nos aproximando do momento em que as pessoas deixarão de querer possuir o bem, no caso, o carro, migrando para a economia do compartilhamento? Para grande parte dos jovens da atualidade a resposta é “sim”. Um estudo da Universidade de Berkley, na Califórnia, estima que o compartilhamento de um carro equivale a tirar de 9 a 13 de circulação, com impacto de redução de até 300% no tráfego. Os carros autônomos podem ajudar a reduzir drasticamente o número de acidentes, evitando perdas de vidas e prejuízos materiais. Quanto aos carros elétricos, a questão da autonomia das baterias está sendo endereçada e, cada vez mais, teremos a migração de veículos movidos a combustíveis fósseis para seus similares elétricos, colaborando com a preservação do meio ambiente. Interessantemente, dentro deste escopo, as montadoras estão passando a se posicionar como empresas de mobilidade e não apenas como fabricantes de veículos.

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Em termos de captação de dados disponíveis para avaliação e

Marcelo Blay é CEO e fundador da Minuto Seguros, coordenador da Comissão de Tecnologia do Sincor-SP e membro do Comitê de Inovação da Susep.

precificação de riscos, há hoje três frentes que estão em vigência: dados e informações que já estão em uso, as que são parcialmente utilizadas em algumas empresas e os intocados, temas mais sensíveis e que exigem maior cuidado para serem inseridos. Diante disso, fica o questionamento: como é possível gerir todos esses dados armazenados de forma adequada? Atualmente, o que está em uso são questionários de avaliação de risco preenchidos pelos clientes, tais como informações básicas de vistorias, análise de risco de crédito, cotações e sinistros. Já os dados que são parcialmente utilizados nessa precificação seriam os comentários por escrito nas vistorias e sinistros, imagens destes mesmos processos, geocodificação de riscos, transformação de voz em texto, dados públicos e website analytics. Enquanto que os intocados são as mídias sociais, os dados de uso de smartphones, as previsões climáticas, a internet das coisas (IoT), imagens de acidentes e transcrição de conversas por chat. Isso vai influenciar, inclusive, na atuação do corretor de seguros, que já está em transformação com o passar dos anos e o avanço das tecnologias. O advento de novas perspectivas fez com que todas as categorias profissionais tivessem que repensar sua forma de atuação. Cabe ao corretor assumir o papel de efetivo consultor de risco de seus clientes e não apenas um buscador de preços. Carros autônomos compartilhados em cidades conectadas levarão a um movimento de proporções sísmicas na indústria de seguro de automóveis no mundo. Farão com que o espaço urbano passe por uma transformação sensacional. Sem contar que, com a ascensão tecnológica e as aplicações, no sentido de prevenção de acidentes, deverão tornar os seguros mais baratos, assim como a capacidade de rastreamento e localização de veículos de forma abrangente. Isso terá impacto na redução das perdas totais por roubo ou furto, permitindo a recuperação do bem. Vale ressaltar que estudos de companhias de seguro de capital aberto da América do Norte estimam que o volume de prêmios advindos de cobertura para veículos compartilhados comece a ganhar relevância a partir de 2030, quando se presume que este montante chegue a 20% do total de prêmios gerados. Ainda temos um longo caminho pela frente até que os impactos passem a ter efeito na indústria de seguros no Brasil, o que não quer dizer que não tenhamos que começar a nos preparar o quanto antes.


saúde Quem paga pelas fraudes em planos de saúde? Alguém acaba pagando pela ineficiência e desonestidade, pois tudo isso acarreta a quebra de corretoras e o encarecimento de planos de saúdes e tratamentos Infelizmente as fraudes são muito comuns e conhecidas na área da saúde, tanto em instituições particulares como em privadas e também em planos de saúde. Há várias irregularidades, como clientes que emprestam seus cartões para outros utilizarem ou falsificam documentos para contratação de planos de saúde. Alguns corretores de saúde também usam de má-fé quando alteram documentos; utilizam dados enganosos referentes a, por exemplo, peso e altura do beneficiário na declaração de saúde; montam cartas para redução de carência e criam elegibilidade para clientes pessoas físicas que não são elegíveis para adesão a um determinado sindicato. Tais atitudes dos corretores de planos de saúde são, com certeza, fruto de uma incompetência profissional, ou pura falta de caráter e ética. No caso de clientes fraudadores, eles só querem obter vantagens, encontram um corretor com a “receita do sucesso” e, pronto, contrato fechado. Problemas de saúde também levam algumas pessoas a omitirem as informações na declaração de saúde para serem isentos de carência. A fraude é predatória em toda a cadeia de planos de saúde, haja visto o número de operadoras que fecharam suas portas nos últimos anos, em sua maioria por má gestão acompanhada de fraudes. É condenável qualquer atitude deste tipo! Pois, o princípio dos bons profissionais deve ser

Rosa Antunes é sócia diretora da Viacorp Assessoria de Saúde e presidente da Acoplan – Associação dos Corretores de Planos de Saúde.

essencialmente caráter, ética e competência. Somente desta forma o mercado se manterá saudável. Para se ter uma ideia do impacto econômico provocado pela má gestão na saúde, segundo um cálculo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), R$ 22,5 bilhões dos gastos de operadoras de planos de saúde no País em 2015 foram desperdiçados por consequência de fraudes e procedimentos desnecessários. Isso representa 19% do total de despesas das operadoras, que somaram R$ 117,24 bilhões. O IESS identificou, ainda, que 18% das contas hospitalares apresentam itens indevidos e entre 25% e 40% dos exames laboratoriais não são necessários. No fim alguém acaba pagando pela ineficiência e desonestidade, pois tudo isso acarreta o encarecimento de planos de saúdes e tratamentos. Para combater os prejuízos provocados pelos fraudadores – que só abalam a imagem das operadoras e dos corretores –, as empresas do segmento devem agir com o rigor da lei, tanto para os profissionais do setor como para o cliente. É necessário investir na transparência dos processos e julgamentos, com regras mais definidas e prazos mais eficientes. Uma boa forma de esclarecer e evitar a má conduta é com orientação via informativos físicos e eletrônicos. A tecnologia também pode ser uma aliada das instituições e pacientes na transparência das transações nos procedimentos de saúde, pois ajuda muito no cruzamento de informações entre os beneficiários e as instituições. A criação de mecanismos e aplicativos podem auxiliar neste processo. Não restam dúvidas de que, com as fraudes, todos – pacientes, planos de saúde e o sistema como um todo – acabam perdendo mais do que “ganhando”, pois o desperdício do dinheiro que as empresas gastam com a fraude poderia ser revertido em custos menores nos planos de saúde, favorecendo os beneficiários e empresa. Afinal, se isso não existisse, os resultados seriam bem melhores para todos.

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transportes Logística sustentável: transportar mais e poluir menos Do total dos gastos logísticos brasileiros, a maior parte é com transporte, conforme demonstram diversas pesquisas realizadas. Segundo essas pesquisas, os gastos com transporte representam 58,2% do total. Dados levantados pelo Instituto de Logística (ILOS), relativos a 2014, indicam que Estoques representam 31,3%, Armazenagem 6,8% e Administração, 3,7%. Nos gastos com transporte, o modal rodoviário de cargas é aquele com a maior participação. Segundo pesquisas realizadas pela EPL (Empresa de Planejamento e Logística), quando da elaboração do PNLI (Plano Nacional de Logística Integrada), e publicadas em setembro de 2016 (Transporte Interregional de Carga no Brasil – Panorama 2015), mas com base na TKU (tonelada transportada por quilometro útil), as participações de cada modal de transporte ficaram assim: Rodoviário: 64,8% (1.548,0 bilhões de TKU); Ferroviário: 15,0% (356,8 bilhões de TKU); Cabotagem: 10,5% (249,9 bilhões de TKU); Hidroviário, 5,3% (125,3 bilhões de TKU), Dutoviário: 4,4% (106,1 bilhões de TKU) e A é re o , c o m c e rc a d e 6 0 0 m i l T K U , m a s s e m representatividade percentual na pesquisa. Em 2015 a movimentação de mercadorias alcançou 1,9 bilhão de toneladas e que resultaram 2,4 trilhões de TKU.

Paulo Roberto Guedes é especialista em Logística, conselheiro da ABOL – Associação Brasileira das Operadoras Logísticas.

pesquisas, a participação do diesel, no custo do transporte, notadamente no rodoviário, é um de seus maiores componentes (1). Embora presente em todos os planos sobre transporte de cargas no Brasil, os demais modais, exceto o rodoviário, ainda não alcançaram níveis de desenvolvimento suficientes para modificar nossa matriz de transportes. Por não contarem com estruturas abrangentes, serviços regulares e/ou credibilidade suficientes, os demais modais, com algumas exceções e em alguns setores específicos, ainda encontram dificuldades para se consolidarem como verdadeiras alternativas ao transporte rodoviário de cargas. Com isso, o Brasil se vê obrigado a ter que utilizar as rodovias como principal canal para escoar e distribuir a produção. Há que se fazer uma observação importante: felizmente o modal rodoviário de cargas, apesar de seus problemas (roubo de cargas em excesso, baixo percentual de rodovias asfaltadas, péssimas condições de tráfico naquelas já asfaltadas etc.), consegue operar com certa eficiência e cumprir o papel logístico a ele reservado (2). Se fôssemos um país excessivamente “rodoviarista”, como dizem muitos, não teríamos cobertura territorial de estradas rodoviárias dezessete vezes menor que a do Japão. Enquanto o Brasil tem 185,7 km de vias para cada um mil km² de área, o Japão possui 3.176 km de estradas para esse mesmo espaço. O Brasil é um País rodoviarista, mas não “excessivamente”.

Entretanto, quando a análise é feita segundo os valores gastos, a participação do modal rodoviário é ainda maior, alcançando 88,6% de todos os gastos realizados com transporte de cargas. Em seguida vem o modal aquaviário (que inclui hidroviário e cabotagem), com 5,1%, ferroviário, 4,3%, dutoviário, com 1,5% e aéreo, com 0,6%. Também dados relativos ao ano de 2014 e apresentados pelo ILOS.

Portanto, não é apenas por uma questão de eficiência logística que 88,6% dos gastos com transporte de cargas, neste País, sejam no modal rodoviário de cargas, e sim, muito mais por falta de oferta, como alternativas mais consistentes, concretas e duradouras, dos outros modais de deslocamento.

Considerando todos os itens que compõem o custo total da mercadoria transportada (diesel, mão de obra, pneus, l u b r i f i c a n t e s , d e p re c i a ç ã o , p e d á g i o , s e g u ro e gerenciamento de riscos), o modal rodoviário também tem o maior custo por tonelada. E, como demonstram as

Por outro lado, quando discutimos sobre emissões de CO2 (dióxido de carbono), e ainda de acordo com dados da EPL / PNLI, a participação do transporte rodoviário é demasiadamente significativa. O modo rodoviário, responsável por 64,8% do total de TKU realizado no Brasil,

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foi responsável por 86% (92,5 milhões de toneladas de CO2) das emissões de dióxido de carbono, que totalizaram 107,5 milhões de toneladas de CO2. Os outros modais juntos, que emitem o dióxido de carbono ( fe r rov i á r i o , h i d rov i á r i o e c a b o t a g e m ) , f o r a m responsáveis por 14% apenas das emissões de CO2.

Entretanto os demais setores (energia, agropecuária, indústria e resíduos) têm aumentado suas emissões de GEE. Dentre estes, a emissão proveniente da geração de energia foi a que mais cresceu no período analisado: crescimento de 66,3%! É neste setor (Energia) que estão inseridas as operações de transporte, representando quase 45% do total.

Fonte: Observatório do Clima (Publicado no Estadão em 20.11.14)

O relatório do Ministério do Meio Ambiente (MMA), divulgado em maio de 2014 (Painel Nacional de Indicadores Ambientais do ano de 2012 – PNIA/2012) indicava que a emissão de Gases de Efeito Estufa – GEE (3) vem diminuindo desde 1995, medido em tCO2eq (tonelada de CO2 equivalente). De 2,615 bilhões em 1995, foi para 2,084 bilhões em 2000, 2,032 bilhões em 2005 e 1,246 bilhões em 2010. Essa queda substancial, segundo o MMA, deveu-se principalmente à grande diminuição dos desmates na Amazônia, fazendo com que o GEE proveniente das mudanças no uso da terra (e das florestas), tivesse uma queda de 85% nesse período. Mesmo assim, com relação ao total, representa 35%.

Lamentavelmente, ainda segundo os estudos feitos pelo MMA, o setor de energia emitirá, em 2020, 0,98 bilhão de tCO2eq, o que quer dizer que, neste item, entre 1995 e 2020, o acréscimo ficará acima dos 308%! De acordo com análises feitas pelo MMA, através do Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários (Base 2012), o setor de transportes teve aumentado em 78,5% as emissões veiculares, entre 1992 e 2002 e, mais 100,3% entre 2002 e 2012. Em 20 anos o crescimento foi de 257,5%, fazendo com que o setor de transportes, já em 2009, representasse 56% da geração de GEE, no item Energia. Em 2020 deverá chegar a 62%! Em outra pesquisa, agora somente sobre emissões de CO2 (dióxido de carbono) por categoria de veículos, o MMA mostra que os caminhões e os comerciais leves a diesel (equipamentos quase que exclusivamente utilizados no transporte de cargas) foram responsáveis, em 2009, por 39% das emissões no Brasil. Importante notar, como indicam as projeções do MMA e de outros organismos que analisam o tema, é que, ao invés de diminuir, essa participação aumentará, em 2020, para 41% do total.

Fonte: Observatório do Clima (Publicado no Estadão em 20.11.14)

Esse cenário, matriz de transporte significativamente rodoviária e aumento substancial na geração de GEE pelo transporte rodoviário de cargas, faz com que o Brasil tenha que conviver com índices de poluição ao meio ambiente razoavelmente ‘desconfortáveis’ e custos logísticos muito altos, quando comparados com a média mundial. Como essa realidade não poderá ser mudada no curto prazo, passa a ser imprescindível a busca de outras soluções que reduzam os impactos ambientais oriundos do transporte

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transportes rodoviário, notadamente o de cargas. Porém, de nada adianta ter consciência de que o transporte rodoviário, por onde passa a maioria das cargas no Brasil, responde por quase a totalidade das emissões de gases de efeito estufa, quando comparado com os demais modais de transporte, se não houver a compreensão correta do que vem ocorrendo em nosso País, pois isso é apenas a consequência de problemas antigos e já conhecidos. Tentar equilibrar a matriz de transporte, sem um planejamento multimodal, por exemplo, não é uma solução, pois é do conhecimento de todos que a infraestrutura de transportes deve ser tratada de forma integrada, sistêmica e como prioridade de qualquer governo. Portanto, o transporte multimodal, além de ser necessário para a redução dos custos do transporte de cargas no Brasil, e consequente aumento da competitividade do produto brasileiro, também é o caminho mais curto para a diminuição das emissões de Co2. Desconte-se o fato de que o tema “proteção ao meio ambiente” é algo recente e que ainda não está devidamente enraizado na cultura de grande parte das empresas que operam e/ou se utilizam das operações logísticas, mais notadamente, do transporte rodoviário. Adicione-se a isso que esse é um setor que sofre um nível de competição muito grande, às vezes, até predatório, contribuindo para que não seja prioritária a inclusão, em suas atividades, de técnicas mais modernas de combate, controle e diminuição dos níveis de poluição. Mas é fundamental que essas empresas desenvolvam projetos específicos para minimizar os impactos negativos de suas operações junto ao meio ambiente. Os prestadores de serviços logísticos, um dos principais atores na integração da cadeia de suprimentos, precisam estar alinhados a essa busca e trabalhar fortemente para que sejam diminuídos os índices de poluição ambiental provenientes do transporte. Para que esses grandes desafios sejam superados, algumas providências precisam ser urgentemente tomadas. Permito-me, aqui, citar o que considero como pilares de sustentação de uma política eficaz na diminuição da emissão de GEE: a) Adequar as políticas das empresas às políticas ambientais já existentes, quando possível adiantar-se a elas e atender as exigências dos seus clientes nesse “mister”; b) Aumentar os níveis de eficiência em todos os processos operacionais, melhorar a produtividade dos equipamentos operados direta ou indiretamente nas atividades de transporte (4) e instituir índices de

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medição correspondentes às emissões de GEE, inclusive com a realização de inventários e respectivas auditorias independentes (só se melhora o que se mede); c) Desenvolver novas práticas e procedimentos operacionais (5) que tenham como principal objetivo a diminuição dos níveis de poluição em quaisquer atividades da empresa; d) Estimular (6) todos os seus fornecedores, notadamente os prestadores de serviços de transporte, a: (i) observar corretamente a política ambiental e s t a b e l e c i d a , re s p e i t a n d o a s n o r m a s e o s procedimentos instituídos; (ii) adotar as melhores práticas operacionais que, entre outras exigências, devem contemplar aumento de produtividade e maior eficiência energética. Evidente que a realização de programas desse tipo exigirá um gerenciamento eficiente e, de preferência, ligado diretamente à alta direção da empresa, pois como se trata de programa fundamental e, por que não, prioritário, será preciso que todos, funcionários, fornecedores, clientes e demais colaboradores, entendam esse “sinal”. Com planos de ação semelhantes (7) – e outros ainda melhores e mais inovadores – temos certeza que será possível transportar mais e poluir menos, contribuindo efetivamente para que a Sustentabilidade, no seu conceito mais amplo, possa ser exercida na sua plenitude: “Sustentabilidade é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades” (8).


transportes Roubo de Cargas no Rio de Janeiro e seus impactos no seguro e resseguro Verifica-se que, segundo o estudo divulgado pela ISP – Instituto de Segurança Pública no dia 24 de agosto de 2017, os eventos de roubo de cargas aumentaram 30% no Estado do Rio de Janeiro em comparação a julho de 2016. Infelizmente os números negativos não se restringem ao roubo de cargas, mas também atingem o roubo de aparelhos celulares que cresceu 36%, roubo em coletivos 47% e a veículos 59% o que denota a falência do Estado e a degradação da sociedade fluminense. O complexo do Chapadão e outras comunidades circunvizinhas por onde as cargas trafegam para ter acesso à região metropolitana do Rio de Janeiro estão i n fe s t a d a s d e g a n g u e s e f a c ç õ e s c r i m i n o s a s organizadas que se especializaram nesse tipo de delito. Os meliantes contam com apoio da população local nas atividades de descarga e distribuição dos produtos roubados que em grande parte são consumidos ali mesmo dentro da comunidade. Não há distinção ao carga tipo de carga, o problema é generalizado, os eventos concentram-se em gêneros alimentícios, bebidas, eletroeletrônicos e eletrodomésticos, mas isso não exclui ocorrências nas mais diversas mercadorias tornando o sistema caótico. A ausência de repressão ao crime organizado tem agravado essa já insustentável situação. Os custos da cadeia logística fluminense estão em média 25% maiores que os de outras regiões do país e mesmo com o repasse desses valores aos consumidores não tem atraído empresas a operar na região, muito pelo contrário, embarcadores e transportadores evitado essas rotas. Transportadoras de pequeno e médio porte faliram por não conseguirem seguro e terem que arcar com as perdas causadas pela violência urbana prejudicando ainda mais o abastecimento local. O conjunto taxa de seguro e condições de gerenciamento

Domingos Pozzetti é especialista em Transportes da ARX-Re Corretora de Resseguros

têm impacto relevante na composição de custos de uma transportadora e consequentemente na sua viabilidade econômica. A região que registra a média mais de um roubo por hora torna certa a casualidade e imprevisibilidade quanto à ocorrência, pressionando as t a x a s e i m p o n d o re g r a s m a i s r í g i d a s d e G R . Rastreamento, monitoramento, iscas e escolta são itens que invariavelmente são utilizados encarecendo e muitas vezes não funcionando frente ao poder bélico dos transgressores. As seguradoras vêm colecionando resultados negativos por não aferirem prêmio suficiente a fazer frente aos prejuízos. O resseguro surge como uma alternativa para as Seguradoras na mitigação dos prejuízos e desvios de sinistralidade. Estruturas proporcionais e não proporcionais podem ser utilizadas para compartilhar riscos, diminuir impactos de severidade e desvios de sinistralidade. O resseguro é uma forma inteligente das Seguradoras protegerem seus balanços, aliviarem capital e evitarem volatilidades, mas isso não muda a realidade em que o Rio de Janeiro está inserido e seus desdobramentos. O problema é crônico e sistêmico e depende da intervenção do Poder Público na inibição e repressão dos delitos. Somente o Estado em conjunto com o Governo Federal tem condições de reverter essa crítica situação e a s s i m re c o n s t r u i r u m a m b i e n t e f a v o r á v e l a o desenvolvimento econômico na região.

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responsabilidade civil profissional Cinco argumentos imbatíveis para os corretores venderem o seguro D&O Diversificar a carteira, realizar cross selling, venda cruzada etc. Os corretores de seguros bem sabem quais sãos os caminhos para ampliar os negócios e aumentar o faturamento. Na prática, porém, nem sempre é fácil convencer o cliente. Por exemplo: vender uma apólice de seguro D&O para gestor de empresa familiar ou de pequeno porte parece uma tarefa impossível. Mas, não é. Com argumentos certos, é possível não apenas vencer a resistência do gestor, como também convencê-lo de que o seguro D&O é um investimento baixo para proteger o patrimônio que ele construiu com esforço, caso venha ser acionado na justiça por algum de seus atos ou de seus comandados.

Thabata Najdek tem dez anos de atuação no mercado segurador nas áreas de linhas financeiras e responsabilidade civil nas companhias líderes de mercado, e é autora do Blog Linhas Financeiras.

A seguir, cinco argumentos fortes que os corretores de seguros podem utilizar para as principais justificativas dos gestores que resistem à ideia de contratar o seguro D&O:

pelo Ministério Público por questões criminais, tributárias, consumeristas e ambientais, entre outras. Os fornecedores também podem questionar a conduta do administrador durante o processo da ação de falência, por duvidarem que a empresa possa honrar suas dívidas. Então, o fato de a empresa ser familiar pouco importa na promoção de ação contra o executivo.

1 – “Minha empresa não tem ações na bolsa, não preciso de seguro”

4 – “Sou sócio administrador e o seguro D&O não me protege”

De fato, as empresas de capital aberto necessitam de seguro D&O porque são reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fiscaliza a conduta de seus gestores e por isso têm maior exposição a riscos. Mas, é um erro pensar que as empresas de capital fechado não estão sujeitas a riscos. Estão sim, e muito. Nenhuma empresa está livre de ser acionada na justiça e tampouco seus gestores, especialmente pelo risco de responsabilização previsto nos códigos de defesa do consumidor, tributário, civil etc. E o seguro D&O serve, nesses casos, para cobrir os custos de honorários advocatícios para que o administrador tenha a melhor defesa e, se for condenado por ato culposo, o reembolso da indenização paga.

De fato, se ele for apenas sócio não terá a cobertura do seguro. Mas, se for sócio administrador terá cobertura para o risco de administração da empresa. Então, caso seja questionando na justiça pelo recolhimento de um tributo, por sonegação fiscal, pouco importa o fato ser ou não sócio, porque o foco da ação será apurar um ato de administração da empresa. Para indenizar, a seguradora irá avaliar se no momento do sinistro a reclamação foi contra a figura do sócio ou do administrador.

2 – “Sou diligente, e, portanto, nunca enfrentarei processos na justiça” Todos os gestores são responsáveis por sua conduta e a de seus subordinados. Então, ainda que aquele ato ou omissão não tenha sido cometido diretamente por ele, estará sujeito a ser questionado, porque era sua obrigação verificar se a conduta era correta, se os manuais de procedimentos estavam sendo seguidos etc. Um exemplo é o caso de um diretor que foi acionado na justiça porque o empregado, que trabalhava em outro estado, morreu em acidente de trabalho por não utilizar os equipamentos de segurança disponibilizados pela empregadora. O diretor foi processado por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, porque o Ministério Público entendeu que ele deveria ter fiscalizado o uso dos equipamentos de segurança. Veja que a responsabilidade na condição de executivo da empresa extrapola a sua conduta. Então, o risco é bem maior do que se possa mapear. 3 – “A empresa é familiar e os acionistas não vão me processar”

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A maioria das ações na justiça contra o empresário não é promovida por sócios ou acionistas. Geralmente, são ajuizadas

5 – “A empresa é pequena, não necessita de seguro D&O” Esse argumento é recorrente, mas não faltam exemplos para derrubá-lo. Empresas pequenas podem ter riscos bem grandes. Um exemplo dos mais conhecidos é o de um shopping em Osasco que explodiu, em 1996, gerando uma série de desdobramentos contra os seus executivos, inclusive o gerente. Além de processados criminalmente, a justiça se baseou no Código de Defesa do Consumidor para a indenização de todas as vítimas, aplicando a desconsideração da personalidade jurídica, pela qual os gestores respondem com o seu patrimônio. E para piorar, foi de forma solidária. O caso chegou ao STJ e eles foram absolvidos no processo criminal, mas tiveram de arcar com as indenizações civis. O shopping tinha o capital social de R$ 3 milhões, montante insuficiente para pagar altas indenizações. Ou sejam o risco era desproporcional ao tamanho da empresa e o patrimônio dos administradores ficou extremamente vulnerável. Por isso, é fundamental que o gestor tenha apólice de D&O, porque por meio dela conseguirá transferir grande parte dos riscos de sua gestão à seguradora, podendo exercer a sua administração de forma mais tranquila. E o melhor argumento de vendas é explicar para o empresário que o custo do prêmio é provavelmente muito menor, por exemplo, que o prêmio do seguro de automóvel dos executivos da empresa, e a proteção (limite segurado) muito maior.


infraestrutura “Qualquer política que beneficie o investimento aumenta a demanda por seguro” A recuperação da economia, ainda que a passos lentos, sinaliza que alguns setores devem apresentar um crescimento mais consistente à medida que o país desengavetar projetos, sobretudo nas áreas de engenharia e infraestrutura. Executar obras país a fora é fundamental para o desenvolvimento econômico e para a geração de emprego, inclusive no mercado segurador. Em tramitação na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei nº 6814/2017, que institui normas de licitações em contratos da administração pública, prevê alterações relativas à exigência do seguro garantia, por exemplo. Para analisar esse cenário, e as implicâncias no setor de seguros, ouvimos Eduardo Cruci, Gerente de Linhas de Crédito da AIG Brasil na entrevista a seguir. Com os primeiros sinais da retomada econômica, quais têm sido as demandas em termos de obras públicas ou privadas? Eduardo Cruci: Temos observado certa demanda para obras relacionadas a concessões aeroportuárias, saneamento e rodovias, no âmbito do PPI (Programa de Parceria de Investimento), mas a contratação direta pelos governos está sujeita à arrecadação e ao endividamento e, da mesma forma, as empresas esperam mais previsibilidade para voltar a investir. Acreditamos que, se houver a efetiva retomada da economia neste segundo semestre, isso irá favorecer os indicadores de confiança da indústria e dos consumidores, com potencial crescimento em 2018. E como se comporta a demanda pelos seguros de risco de engenharia e garantia? O seguro garantia relacionado a projetos continuam a se concentrar em Bid e Performance Bond, mas, por conta da situação atual, a representatividade em volume ficou atrás das garantias judiciais. As empresas atualmente estão mais focadas em caixa e liquidez no curto prazo, enquanto esperam um cenário mais previsível para redefinir sua estratégia. Neste ponto, as garantias judiciais estão ganhando espaço, à medida que reduzem o custo financeiro das empresas. Em fevereiro deste ano, o Governo Federal sinalizou a retomada de 436 obras em todo o País, que integram 1,1 mil projetos. Quais as expectativas com esse movimento e como ele impacta diretamente no mercado de seguros?

Sobre a nova Lei das Licitações, quais são as principais mudanças que beneficiarão os corretores e as seguradoras? A Lei traz avanços importantes, como a exigência de um projeto executivo e de uma matriz de risco, mas é preciso que as partes continuem a dialogar para que o produto mantenha-se interessante para a seguradora e para o mercado. Os corretores, por sua vez, são peça fundamental neste quebracabeça, e têm que garantir que seus clientes estejam preparados, ou seja, as empresas brasileiras precisarão fornecer mais informações às seguradoras para que sua capacidade seja aprovada. Qual é o potencial do seguro de garantia no Brasil? O potencial é enorme, sobre todos os aspectos, e está refletido no crescimento médio ponderado (CAGR) do setor, em torno de 15% a.a. desde 2010. Em 2016, o mercado atingiu R$ 2 bilhões em prêmio, um crescimento de 21% comparado ao ano anterior, de acordo com a SUSEP. Sob a ótica de garantias contratuais, qualquer política que beneficie o investimento aumenta a demanda por seguro, e espera-se que, em algum momento ainda em 2017, o mercado comece a reagir de forma mais enfática. Quanto às garantias judiciais, seu potencial será limitado à capacidade dos entes do mercado em fornecer o apoio às empresas e a seus balanços, pois o produto foi beneficiado, tanto pela evolução da Lei de Execuções como pelo Código de Processo Civil. Segundo o Banco Mundial, o Brasil é uma das economias com maior complexidade do sistema tributário, tornando a garantia judicial um recurso importante para a realização de negócios. E qual o potencial para o seguro de riscos de engenharia? Tendo em vista uma possível retomada da economia, acreditamos que nos próximos meses também poderemos observar um crescimento deste ramo. Por fim, quais são os principais desafios para este mercado?

No cenário econômico atual, qualquer sinalização de retomada de obras deve ser vista de forma positiva. Todavia, estamos falando de projetos de baixo valor (entre R$ 500 mil e R$ 10 milhões). Dessa maneira, a retomada de tais obras tende a contribuir de forma modesta, tanto no setor de seguros como na economia em geral, à medida que o orçamento anual para esses projetos, segundo o Ministério do Planejamento, é da ordem de R$ 840 milhões. O mercado ainda aguarda esse aquecimento, que depende de financiamento de longo prazo e previsibilidade regulatória.

Os desafios são muitos, mas os principais atualmente estão relacionados à gestão e ao monitoramento de riscos. Sob a ótica de gestão de risco, as seguradoras estão fortalecendo seus times de subscrição e crédito, uma vez que o cenário atual trouxe impactos severos nos balanços de todas as empresas, sejam as maiores (que contratam diretamente as grandes obras), como as de menor porte (que geralmente são subcontratadas do primeiro conjunto). Assim, notamos o fortalecimento do processo de subscrição, monitoramento e gestão de projetos.

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análise O seguro como instrumento de segurança e combate à corrupção Temos assistido nos últimos tempos a uma situação alarmente em níveis de corrupção jamais vistos, talvez em toda a história da humanidade, em um processo que não impede a continuidade da corrupção, embora há repressão, e louvável atuação do Judiciário brasileiro e dos órgãos de fiscalização, notadamente, o empenho da Policia Federal. A corrupção se mantém, e ao revés não está sendo eliminada, muito ao contrário, ela está em alta e superfaturada. O corrupto que exigia x valor para o seu ato ilícito hoje exige 3x, pois o seu risco aumentou e tem que fazer uma reserva para eventuais gastos extraordinários. Hoje a corrupção no Brasil é uma verdadeira epidemia, que vai se espalhando por todos os lados e infectando a todos, com exceção daqueles que têm imunidade a essa doença, pois são providos de ética e de moral, ou seja, são honestos. Ouvi recentemente de um jurista citando que o lugar onde há menos corrupção no mundo vem a ser Cingapura, pois nesse país, além do corrupto, a família toda desse mesmo corrupto responde, pois, a família veio a se beneficiar do fruto da corrupção e não pode alegar desconhecimento desse fato, com isso responde também juntamente com o elemento e principal arquiteto da família no eixo da corrupção.

Nelson Faria de Oliveira é advogado inscrito na Ordem dos Advogados de São Paulo, Rio de Janeiro e Lisboa/Portugal; diretor Jurídico e de Relações Internacionais do CIST

uma “vantagem” maior; o médico que receita determinado medicamento, pois recebe uma propina para indicá-lo ao paciente. As fraudes nas licitações, quando empresários e o poder público, em um verdadeiro esquema criminoso, enriquecem a custas dos sacrifícios da sociedade, que paga mais pelos seus produtos. O sacrifício do empresário honesto que acaba ficando com as migalhas dos serviços que os corruptos não querem, enfim problemas de corrupção de toda a ordem . Para combater algumas dessas situações, existem alguns instrumentos muito importantes e de eficácia real, em que os seguros têm uma importância fundamental. Esse instrumento legal, vem a ser o “Performance Bond”.

O absurdo, na nossa situação brasileira, é assistirmos que as leis são criadas e aprovadas por um Congresso Nacional suspeito e envolvido em uma série de situações totalmente ilícitas e irregulares, havendo necessidade de uma ampla reforma legislativa, que busque uma segurança jurídica em todas as áreas civil, trabalhista, penal, tributária etc.

Os escândalos de corrupção envolvendo o poder público e a iniciativa privada colocaram em dúvida a eficácia da Lei 8.666/93. Nesse sentido, cada vez mais os estudiosos sugerem como alternativa o Performance Bond, modalidade de seguro amplamente utilizada no direito anglo-saxão. O Performance Bond vem a ser muito simples, envolve a empreiteira (tomadora do serviço), a seguradora e o poder público.

As pessoas têm que ter orgulho de serem honestas, o jovem e a sociedade têm que compreender que o “esperto”, o “malandro”, o “picareta” não deve levar vantagem sobre o honesto, não conseguiremos formar uma sociedade séria e honesta, enquanto o “malandro”, o “picareta” leva vantagem em detrimento do homem de bem, do homem honesto.

Caso a empreiteira não venha a concluir ou executar de forma adequada a obra contratada, a seguradora terá a obrigação de concluir a obra ou promover os reparos necessários, contratando terceiro para tal mister, ou ainda indenizando o poder público (segurado) para que contrate terceiro com esse objetivo.

Com esse princípio temos que combater a corrupção nas suas pequenas causas, na iniciativa privada, onde todos os dias se vê situações dessa natureza para se obter vantagens, e temos exemplos às centenas: a pessoa que fura a vila; não respeita o idoso; usa os lugares reservados às pessoas com pouca mobilidade para sentar no metrô; utiliza os lugares destinados aos idosos e deficientes para o estacionamento de seus veículos; ultrapassa pelo acostamento... As pessoas, em verdade, desrespeitam normas simples de convivência social.

A experiência de outros países que utilizam o Performance Bond tem levado à constatação de que a obrigação de reparação dos prejuízos faz com que a seguradora fiscalize com muito rigor a obra, cobrando da empreiteira o cumprimento de cada obrigação e prazo contratual. Desta feita, a fiscalização deixa de ser uma obrigação do poder público e passa a ser da seguradora, pois vem ressaltar a negligência com que os agentes públicos têm laborado nesta questão, muitas vezes negociando com privados interesses escusos em prejuízo do poder público e da sociedade, que, em verdade, têm a obrigação de proteger.

Destaque-se ainda a empresa que pretende colocar o seu produto nos supermercados, sendo muitas vezes obrigada a pagar um percentual para o comprador, que se não receber, não coloca o seu produto no espaço comercial. O prestador de serviços que vê seu contrato rescindido devido à contratação de outra empresa, em função desta outra dar

O Performance Bond se enquadra na categoria do segurogarantia previsto na Lei 8.666/93, estando regulado pela Circular Susep 477/2013. Diversos países utilizam a Performance Bond no interesse do Estado e do poder público, vindo a ser da mesma forma interessante negócio para as

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seguradoras que com isso, podem ter imensos lucros, realizando um labor que vem a ser útil para a sociedade como um todo. Inobstante tais aspectos, algumas alterações na legislação que regula a matéria, ou seja, Lei 8.666/93, deverão sofrer algumas alterações, pois no seu artigo 56 fica claro que o Poder Público não obriga o interessado a exigir garantias de quem se candidata a obra pública, sendo que poderá e não deverá, exigi-las em procedimentos de licitações. Fato é que a utilização do Performance Bond será uma verdadeira revolução para o Brasil, onde no passado recente bilhões de reais desapareceram pelo “ralo”, envolvidos em questões de corrupção. No seio jurídico existe pouca jurisprudência a respeito do Performance Bond, certo é que este instituto está previsto de

forma geral na Lei 8.666/93, mas ainda não é aproveitada em sua plenitude. Por certo, a atuação das seguradoras nesse processo deverá beneficiar o País como um todo, tal como o que acontece em diversos países europeus e notadamente nos Estados Unidos da América. Bons ventos teremos com a utilização do Performance Bond e com certeza bons negócios para o universo segurador

“É necessário cuidar da ética para não anestesiarmos a nossa consciência e começarmos a achar que tudo é normal”. Mário Sérgio Cortella

recursos humanos Seguradora contrata profissionais acima de 50 anos A recolocação no mercado de trabalho muitas vezes não é simples, principalmente para as pessoas que têm acima de 50 anos. A Tokio Marine, eleita pelo Great Place to Work® a melhor seguradora para se trabalhar no País, valoriza e está em busca de profissionais com esse perfil. Inicialmente, a Companhia está disponibilizando vagas temporárias para atuação na área de Atendimento – Contact Center. Para concorrer, os candidatos devem ter concluído o ensino médio e ter conhecimento básico do pacote Office. As vagas serão divulgadas na área “Trabalhe Conosco” no site da Tokio Marine e no LinkedIn, além dos canais oficiais de comunicação da Seguradora. O s a p rova d o s n o p ro c e s s o s e l e t i vo t e r ã o c o m o responsabilidades atender Clientes e Corretores para esclarecer dúvidas e executar solicitações; registrar reclamações, sugestões e elogios; prestar informações diversas e realizar aviso de sinistro para o ramo de automóvel, incluindo consulta de processo e agendamento de vistoria. A iniciativa faz parte do Programa ‘Toque de Vivência’, cujo mote é “Um emprego que valoriza a melhor experiência. A de vida”, e visa garantir ainda mais inclusão e diversidade entre os Colaboradores da Companhia, além de oferecer a

opor tunidade de trabalho a profissionais da melhor idade. “Hoje, a expectativa de vida no Brasil está cada vez maior e as pessoas estão mais ativas e em plena capacidade de exercer as mais diversas atividades. A Tokio Marine entende que profissionais acima de 50 anos podem retomar suas carreiras e continuar realizando seus sonhos”, afirma a Gerente de Recursos Humanos, Juliana Zan. O programa está alinhado com as diretrizes da Seguradora de valorização do Capital Humano e Orgulho de Pertencer. “Na Tokio Marine, trabalhamos com foco em Pessoas, Processos e Paixão. Essa combinação, alicerçada pelos pilares de Crescimento com Resultado e Qualidade/Inovação na entrega dos nossos Produtos e Serviços, é fundamental para continuarmos construindo a história de uma das melhores empresas para trabalhar no Brasil, solidificando nossa estratégia mundial de sermos reconhecidos como uma Good Company”, completa Juliana Zan.

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automóvel Seguro auto popular ainda é a grande aposta do setor Criado para conquistar o mercado de mais de 30 milhões de veículos que não têm seguro, fatia correspondente a cerca de 70% da frota nacional, o seguro popular de automóvel ainda está longe de atingir esse objetivo. Dia 29 de agosto, a Associação Paulista dos Técnicos de Seguro (APTS) realizou debate para discutir as expectativas do setor e os problemas que impedem a evolução desse seguro. Pesquisa com os sem seguro Segundo Felipe Milagres, diretor da Azul Seguros, pesquisas que apontam por que muitos donos de automóveis não fazem seguro ajudaram a empresa a direcionar a construção do seu produto. Para a justificativa dos entrevistados que consideram o seguro caro e que admitem a incapacidade de pagar em até 4 parcelas, a empresa adotou a solução de um produto enxuto com preço competitivo (até 30% mais barato que o tradicional) e em dez prestações fixas. Em relação à baixa percepção do valor do seguro e da imagem de burocrática das seguradoras, apurada por pesquisas, a solução da empresa foi tornar o produto fácil de entender, com perfil simplificado (apenas cinco perguntas) e coberturas básicas (colisão, roubo, furto). O Azul Seguro Auto Popular é destinado a veículos com cinco anos ou mais, importância segurada de até R$ 60 mil e indenização de 80% ou 90% da tabela Fipe, além de assistência 24 horas e guincho em até 100 km.

Boas perspectivas O seguro popular de automóvel da Tokio Marine Seguradora, segundo o diretor de Automóvel da Luiz Padial, oferece cobertura inicial para colisão e incêndio para veículos com cinco anos ou mais de uso e pode custar até 50% menos que o seguro tradicional. Ele explica que a indenização é ajustada entre 80% e 90% da tabela Fipe e o valor da franquia difere no momento do sinistro se o segurado optar por oficina de livre escolha ou referenciada. Os serviços de assistência, como carro reserva e vidros, são flexíveis e o pagamento do prêmio é facilitado em até 6 vezes sem juros ou em 12 parcelas fixas no débito em conta ou cartão de crédito. A Tokio Marine optou por utilizar no reparo de veículos peças novas compatíveis, que são oriundas do mercado alternativo, com as mesmas especificações técnicas do fabricante. O produto está disponível para 16 tipos de veículos (passeio, caminhões e utilitários de carga), cuja combinação pode atingir mais de mil versões. Ele também destacou a abrangência de oferta em dez cidades do país, adiantando que a empresa já somou outras dez cidades à lista. Em seis meses de operação, a empresa vendeu mil apólices, somando R$ 1,4 milhão em prêmios, e indenizou apenas nove sinistros, dos quais somente um por perda parcial. “Acompanhamos cada venda, até para ter a certeza de que foi uma venda consciente, e nos casos de sinistros, também verificamos o serviço da oficina”, diz Padial. A Tokio Marine calcula que no médio prazo a venda de seguro auto popular represente 15% de sua carteira. Reparação José Nogueira dos Santos, vice-presidente do Sindicado da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de São Paulo (Sindirepa-SP), e presidente da

Fotos: Carlos Candido

Mas, o seguro auto popular se tornou viável para a seguradora somente após a publicação da resolução do CNSP (nº 340), em dezembro de 2016, que permitiu o uso de peças de desmontagem oriundas de empresas credenciadas e também peças de reposição novas, que apresentem as mesmas especificações técnicas do fabricante. Com isso, a Azul pode reduzir o preço do seu produto a partir do uso de uma cesta de peças, que inclui peças originais, peças de desmontagem provenientes da Renova Ecopeças, empresa da Porto Seguro criada há três anos, e peças defabricantes

homologados e certificados.

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Luiz Padial (Tokio Marine), José Nogueira (Sindirepa-SP), Felipe Milagres (Azul Seguros) e Osmar Bertacini (APTS).

Osmar Bertacini, Alexandre Camillo (Fenacor/Sincor-SP) e Evaldir Barboza de Paula (APTS).


Câmara de Estudos de Colisão do Sindirepa Nacional, contou que a rede independente está presente em 5.572 municípios do Brasil. Segundo ele, o alto preço das peças combinado com a Lei do Desmonte(12.977/2014), que ainda precisa ser discutida amplamente pela sociedade e que demora a ser consolidada, eleva o aumento de furto de veículos e o comércio ilegal de peças. Para ele, a lei ainda não oferece solução para atender toda a demanda, pois a capacidade de abastecimento dos estabelecimentos legalmente instalados não atende a 1% da demanda do mercado de sinistro. Nogueira lembrou que nos Estados Unidos, o trabalho de desmontagem de veículos é realizado pelas próprias montadoras. Ele destacou a importância do reparador independente para a consolidação de qualquer projeto de melhoria de mobilidade, e que o objetivo da Câmara de Colisão é a aproximação do mercado reparador com o segurador, para que haja mais segurança. “Pois, somos um dos elos desta cadeia produtiva”. Garantia da qualidade Representando a Fenacor, o vice-presidente na região

Sudeste e presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo, tocou em um ponto crucial para a evolução do seguro auto popular: a garantia da origem e do estado de uso das peças recuperadas provenientes de desmanches. De acordo com a Lei do Desmonte, caberá aos Detrans dos estados regimentar e fiscalizar as empresas de desmontes para o registro e controle da origem das peças. “Criou-se a expectativa de usar peças recuperadas para reduzir o preço do seguro. Mas, o fato é que isso não se tornou realidade”, afirma. Segundo Camillo, falta aos Detrans um sistema informatizado, cujo custo atual está na casa de milhões de reais. Apenas o Detran de São Paulo adquiriu o sistema. Nos seminários itinerantes sobre a Lei do Desmonte, realizados pela Fenacor, ele observou que ficou clara a necessidade de se equipar os Detrans para a consolidação da lei. “Aí sim pode se pensar no seguro auto popular. A Fenacor e a CNseg se debruçaram novamente sobre o assunto. Está se avaliando também a força de contribuição junto aos Detrans na obtenção destes sistemas. Acredito firmemente que, em breve, teremos boas novidades”, diz.


riscos corporativos Risco cibernético: ele ganhou força no Brasil e pode atacar a sua empresa O mundo virtual é seguro para você e sua empresa? Saiba que os ataques cibernéticos, dignos de grandes tramas de ação do cinema, estão no mundo real e hoje representam uma ameaça a corporações e governos de grandes nações. Já imaginou um hacker atacar os computadores de sua empresa para pedir resgate? Ter a sua base de dados destruída ou violada? Estes exemplos podem gerar prejuízos e danos gravíssimos a pessoas e empresas, materiais e à imagem. O Brasil é o país que mais recebe ataques cibernéticos na América Latina e está entre as primeiras posições do ranking mundial. Com a chegada da internet e de tecnologias, muitos processos mudaram nas empresas, nas operações, logística, armazenamento e compartilhamento de informações. Isso gerou eficiência na era globalizada, mas como consequência também trouxe maior vulnerabilidade em relação a estes dados. Os ataques cibernéticos são considerados quase tão graves pela indústria do seguro quanto as catástrofes naturais. Ambos acarretam perdas bilionárias. Segundo os especialistas em análise de riscos das empresas, o risco cibernético já é considerado uma das cinco maiores exposições, apontando que as empresas estão realmente suscetíveis a sofrerem prejuízos. Crimes praticados por hackers cresceram 197% no Brasil entre 2013 e 2014 representando o maior alvo da América Latina, e com posição avançada na lista mundial (os que mais realizam ataques cibernéticos hoje são EUA, China e Rússia) segundo o Centro de Estudos, Respostas e Tratamento de Segurança (Cert.br). Globalmente, a cada minuto são criados 45 novos vírus, 200 novos sites maliciosos, 5.000 novas versões de malware, 180 identidades são roubadas e 2

Alvaro Igrejas é Head de Linhas Financeiras, Garantia e Crédito da Willis Towers Watson Brasil

milhões de dólares são perdidos. Na Alemanha, por exemplo, quase um milhão de usuários ficaram sem TV, telefone e Internet por causa de um ataque cibernético. Outra onda de ataques maciços contra um provedor de internet interrompeu os serviços de páginas na web de grandes empresas e meios de comunicação internacionais. Os ataques do tipo ransomware, em que os hackers criptografam ou bl oquei am o s i s t em a de com put ador de um a organização e, em seguida, exigem resgate para descriptografá-lo ou liberá-lo, têm aumentado e preocupado grandes organizações. O risco causado pela exposição de dados e informações das empresas hoje em dia é determinante para fomentar o seguro de cyber riscos. As apólices não são apenas de responsabilidade civil, e sim de cobertura tanto de danos a terceiros quanto para o tomador do seguro. No caso de situações de suspeitas de invasões, por exemplo, podem ser utilizados os serviços de empresas especializadas em realizar varreduras em sistema operacionais, justamente com o objetivo de evitar sinistros no futuro. Para a proteção, alguns itens de cobertura são indispensáveis para as empresas, e é aí que o papel do consultor, corretor de seguros ganha relevância. Entender o seu tipo de negócio é essencial na tomada de decisão, com base em análises de especialistas (que variam da área jurídica a de tecnologia), assim como saber as melhores opções e consequências baseadas em casos já vivenciados pelo mercado internacional, entre outros. As empresas brasileiras já estão se movimentando e se preocupando com o risco. O alerta é motivado pelo número de ataques em relação a baixa penetração de seguros cibernéticos entre as companhias. O crescimento da conscientização sobre a exposição no meio digital e as mudanças regulatórias vai acelerar o desenvolvimento do seguro contra riscos cibernéticos.

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Pense rápido: os seus dados e os dados de sua empresa estão realmente seguros?


automóvel Desafios do seguro de automóvel Presidente da HDI Seguros Murilo Riedel analisa os fatores que levaram ao fim do ciclo de crescimento no ramo e os desafios que os corretores deverão enfrentar nos próximos cinco anos. O presidente da HDI Seguros, Murilo Riedel, abordou a crise no seguro de automóvel em almoço do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP), no dia 1º de agosto. Ele analisou os fatores que causaram essa crise e apontou os desafios para o mercado em um futuro próximo, sobretudo para os corretores de seguros. Com o fim do ciclo de crescimento do ramo, vender seguro para veículos mais velhos será apenas um dos desafios para a categoria, que também terá de encontrar outros caminhos para manter a rentabilidade do seu negócio. A origem da crise De acordo com Riedel, por quase duas décadas até 2013 o seguro de automóvel cresceu impulsionado pela venda de veículos novos, que dobrou de 2 milhões de unidades por ano para quase 4 milhões. Esse desempenho, que não encontra paralelo com o restante do mundo, é explicado por Riedel como resultado da junção de fatores favoráveis com a demanda reprimida. Mas, 2013 foi o último ano em que o seguro de automóvel teve crescimento de dois dígitos (18%). Em 2014, o crescimento foi de 9%; em 2015, 3%; e em 2016, de apenas 2%. Os números, apurados por um time de 25 matemáticos da HDI Seguros, revelam o fim de um ciclo próspero para o ramo, acelerado pela crise econômica. Embora a redução no consumo de automóveis seja um fenômeno mundial, a rápida queda nas vendas no Brasil nos últimos anos assustou o mercado de seguros. Com a desaceleração econômica e o aumento do desemprego, a venda de veículos novos caiu 46% de 2012 para cá. Em 2016, o crescimento da frota reduziu de 8% para 4% ao ano, somando 48 milhões de veículos em circulação. Segundo Riedel, as vendas retrocederam ao patamar de dez anos atrás. “Sabíamos que a estabilização nas vendas aconteceria um dia, mas um dia distante. Considerávamonos blindados”, disse. Nessa nova realidade, a região Sudeste, e em especial São Paulo, que representa 68% dos seguros da região e 40% do mercado de automóvel, tem sofrido o maior impacto, em razão da saturação. Segundo dados apurados pela HDI, nos últimos quatro anos o estado vem apresentando o fraco

crescimento de 3% no ramo de automóvel. Para o mercado segurador, a retração no seguro de automóvel tem gerado forte impacto. De acordo com Riedel, entre 2012 e 2016, o combined ratio do ramo se manteve próximo ou acima de 100%. No último ano, o índice atingiu 106%. “Significa que recebemos R$ 100 do nosso segurado e devolvemos R$ 106 em serviços e sinistros”, disse. Mas, com a tendência de queda de juro, a operação do ramo com margens negativas deixará de ser equilibrada pelo resultado das aplicações financeiras, aumentando o prejuízo. Tendências contra a rentabilidade Todos os fatores que levaram à queda na venda de veículos resultaram em uma nova tendência ainda mais impactante para o seguro de automóvel: o envelhecimento da frota nacional. Desde 2010, o percentual de veículos com até cinco anos diminuiu 4% ao ano. Esta tendência associada à redução do poder compra resultou na queda de penetração do seguro de automóvel, de 36% em 2010 para 32% em 2016. Outra consequência do envelhecimento da frota é a vulnerabilidade à criminalidade. “O roubo de veículos mais antigos alimenta o mercado de desmanche e aumenta a sinistralidade”, disse. Mas, outras tendências também apontam para a redução da rentabilidade no ramo automóvel. Riedel apontou os canais de venda digitais, a maior sensibilidade do consumidor ao preço, diante da facilidade de comparação, e o uso de tecnologias para avaliação de riscos e prevenção de acidentes, além do carro autônomo. Existe, ainda, a preferência crescente da população por plataformas de transportes (ex: Uber) em detrimento do veículo próprio. “O seguro de automóvel será o seguro da jornada – de bicicleta, patinete, Uber, carro alugado, próprio etc. Essa relação muda daqui para frente e nos obriga a pensar em seguros de locomoção”, disse. Considerando que a venda de veículos jamais voltará aos padrões anteriores, de quase 4 milhões de unidades ao ano, e que a taxa de penetração do seguro continuará caindo, Riedel avalia que não há como fugir do desafio de trabalhar com veículos mais velhos. Entretanto, para manter os resultados, ele prevê que as companhias deverão repassar o aumento de 20% ao preço do seguro de automóvel até 2022. Hoje, este seguro já representa uma pequena fatia no total do faturamento do setor, que é liderado por saúde e previdência. Mesmo assim, o presidente da HDI entende que é possível ao corretor diversificar as vendas na própria carteira. “Nosso desafio é fazer do automóvel uma plataforma de vendas”, disse.

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transportes Proprietário da mercadoria precisa ficar atento a movimentos grevistas de transportadores Durante períodos apreensivos, a colocação dos riscos especiais de greves se torna inaceitável pelas seguradoras que operam no ramo de seguros de Transportes, aqui no Brasil e em outros países do mundo. Por outro lado, de forma cogente, durante esses períodos apreensivos, pode o segurador, mediante aviso prévio e dentro do prazo de sete dias, fixado na Cláusula nº 210 – COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GREVES, cancelar referida cobertura adicional, ressalvados os riscos em curso. A Cláusula nº 210 não poderá ser incluída em apólices dos seguros de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário – Carga, ou em qualquer outra apólice de responsabilidade civil do transportador, conforme os meios de transportes utilizados. A Cláusula nº 210 somente pode ser incluída nas apólices dos seguros de Transportes de Cargas, contratadas pelos proprietários dos bens transportados, assim considerados os embarcadores ou consignatários que detiverem a obrigação de assumir os riscos de transportes por força do contrato de compra e venda firmado entre as partes. Portando, tratando-se de eventos excluídos da responsabilidade dos transportadores, por serem caracterizados como “caso fortuito e/ou de força maior”, a cobertura dos riscos especiais de greve, “lock-out”, distúrbios trabalhistas, tumultos ou comoções civis, somente poderá ser contratada através de Apólices de Transportes de Cargas, não havendo qualquer alternativa para tal. Assim, pelas razões expostas, ao transportador caberá esclarecer ao proprietário da carga, quando da contratação do frete entre ambos, que as eventuais perdas e danos causados aos bens em trânsito, durante todo o período de transporte e armazenagem, que possam ser causados em decorrência de GREVE, 'LOCK-OUT”, DISTÚRBIOS

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Odair Negretti é corretor de seguros, advogado, professor universitário, sócio fundador e vice-presidente da APTS e do CIST, diretor técnico e sócio proprietário da BC Business Center Consultoria e Assessoria em Seguros

TRABALHISTAS, TUMULTOS OU COMOÇÕES CIVIS (grifamos), em hipótese alguma, estarão tipificados nas coberturas dos seguros por ele (transportador) contratados, comumente denominados Seguros Obrigatórios e Facultativos de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário, Ferroviário, Aéreo, Marítimo, Fluvial e Lacustre. Por sua vez, precavendo-se de possíveis prejuízos que possam advir por perdas e danos aos bens de sua propriedade, confiados para trânsito (transporte e armazenagem) a transportadores contratados, caberá ao proprietário da carga incluir em seus Seguros Obrigatórios e Facultativos de Transportes a CLÁUSULA Nº 210 – COBERTURA ADICIONAL DE RISCOS DE GREVES (grifamos), considerando que, em havendo a ocorrência dos riscos de greves e sendo estes excluídos da responsabilidade atribuível às Empresas de Transportes, não haverá a mínima possibilidade de ação regressiva contra os transportadores contratados, ou qualquer ato de recuperação por parte da seguradora da carga transportada, sub rogada nos direitos dos seus segurados que possuíam em suas apólices com a CLÁUSULA Nº 210 (grifamos). Justificando este nosso arrazoado, cabe-nos destacar que, durante a nossa vida profissional, de quase seis décadas militando na área de seguros, vários foram os casos em que atuamos e atendemos sinistros de greves, com perdas e danos cujos prejuízos superaram milhões de reais.


corretores de seguros Unidos pela defesa do consumidor de seguros e legalidade do mercado Mais uma vez estamos exercendo nossa força política, graças à aproximação com outras lideranças do setor e do Governo, para defender a atuação correta do mercado de seguros, buscando proteger nossa profissão e, antes de tudo, o consumidor. Os corretores de seguros foram os primeiros a se incomodar e combater a ilegalidade praticada pelas associações e cooperativas de seguros marginais. Assim como ocorre com as plataformas tecnológicas de seguros, não somos contra a modernidade ou os novos entrantes no mercado, apenas defendemos a legalidade, a atuação sob a supervisão e os regramentos da Susep. Esses movimentos de associações e cooperativas de proteção sugiram em decorrência da não aceitação de alguns riscos por parte dos seguradores, a começar com os veículos de carga, caminhões. Os caminhoneiros foram os primeiros consumidores a serem banidos do processo regular do seguro e ficaram à mercê do assédio de alternativas, surgindo aí associações e cooperativas de caminhoneiros ou de quem se dizia ajudar a estes. É compreensível o lado do consumidor, que precisa encontrar proteção para aquele que muitas vezes é seu único bem, e que está exposto ao risco. Quando temos um problema grande rezamos para todos os santos, e foi o que eles fizeram, buscaram ajuda de todas as formas, até mesmo ilegais e sem garantias. De início as seguradoras não se incomodaram com esses movimentos, mas os corretores ouviram o reclamo dos clientes e trouxeram para as entidades representativas da categoria, como os Sincors e a Fenacor, que, por sua vez, levaram a demanda às companhias. Com a demora da reação, estes movimentos foram ficando cada vez maiores e extrapolaram o seguro do caminhão. Criou-se o conceito da proteção patrimonial, e essas associações e cooperativas passaram a cuidar de automóveis, residências, empresas... Hoje atuam em praticamente todos os ramos, até mesmo responsabilidade civil, garantia, seguro de vida, atuando irregularmente. Já foram registrados inúmeros golpes e prejuízos para consumidores, pois não há qualquer garantia ou respaldo técnico e legal. Porém, como numa luta contra o crime organizado, parece que estão sempre à frente. Grandes veículos de comunicação, mediante seus interesses financeiros, têm divulgado publicidade desses seguros marginais, o que é um absurdo. Se for abrir espaço para qualquer um que pagar, daqui a pouco teremos propaganda de facções criminosas. Os veículos de comunicação deveriam estar mais atentos e responsáveis com as mensagens que levam ao consumidor, pois

Alexandre Camillo é presidente do SincorSP (Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo) e vice-presidente região Sudeste da Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros).

influenciam e podem induzir os cidadãos a aquisições equivocadas. Assim, o mercado de seguros está mais uma vez unido para alertar o consumidor dos perigos que podem atingilo. O corretor de seguros e deputado federal Lucas Vergílio propôs projeto de lei que criminaliza a atuação destas associações no âmbito das garantias securitárias, e que já avança em sua discussão com a instalação da comissão especial que debaterá o assunto na Câmara dos Deputados em uma série de audiências. Ele tem representado este tema, que é de interesse de todo o setor, não somente do corretor, praticamente sozinho, enquanto do outro lado as associações e cooperativas arrebanharam um grande contingente de deputados que ingressaram na falsa bandeira da defesa do consumidor contra o poder econômico constituído. Ressalto a coragem do deputado Lucas Vergílio nesta luta, pois essas organizações podem ser perigosas – se já praticam a ilegalidade, estão dispostas a qualquer enfrentamento. Quero deixar o importante alerta ao corretor para não cair na tentação de vender produtos destas organizações enquanto forem ilegais. Dando força a esses movimentos, o corretor de seguros corre o risco de prejudicar não apenas o cliente, mas sua própria imagem profissional, pois está vendendo algo que não oferece garantia alguma, e seu cliente não vai ter para onde reclamar. Cabe aqui mais uma vez o apelo aos seguradores e seus órgãos representativos que definitivamente ingressem nesse combate. Mesmo que não sejam afetados diretamente na arrecadação de prêmios, posto que se trata de um mercado que talvez já não atendiam, os problemas gerados aos consumidores prejudicam a imagem institucional de todo o setor de seguros. O consumidor, que já não tem familiaridade com o mercado de seguros e sua estrutura, vai comprar gato por lebre e generalizar. Vai dizer “'seguros' não funcionam”, por não entender que adquiriu um produto sem condições de funcionar. Levamos tantos anos para criar uma boa imagem deste nosso setor de seguros no Brasil, temos trabalhar com cuidado para não ter nossa reputação afetada. Juntos – e corretos – somos mais fortes que qualquer novo movimento que tente nos ameaçar.

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outra leitura Os equilibristas chineses É muito comum no mundo corporativo alguém comentar que fulano está “equilibrando muitos pratinhos”. Esta expressão remete aos famosos equilibristas chineses que conseguiam ou conseguem equilibrar cinco, sete ou até mais de 10 pratinhos rodando naqueles palitinhos compridos. Pois bem, dentro do mundo corporativo a expressão se encaixa naquela situação em que um mesmo profissional está envolvido em muitas atividades distintas, como um projeto especial, uma apresentação ao alto escalão, auditorias etc, sem deixar o dia-a-dia de lado. Qualquer profissional pode estar equilibrando vários pratinhos, mas quando a gente sai um pouquinho do ambiente empresarial e corporativo e pensa na vida como ela é, aí a gente percebe que o número de pratinhos a serem equilibrados pode variar enormemente. Tomando como base minha própria experiência de vida até então, acho que fica mais fácil de eu me fazer entender: Eu já fui uma mulher solteira que se dedicava muito à profissão; já fui também uma mulher casada muito comprometida com a própria carreira; mas tudo mudou quando passei a ser uma mulher-casada-mãe-quetrabalha-fora. Foi naquele momento que perdi a conta dos pratinhos que passei a equilibrar. E antes de arranjar qualquer inimizade, não considero, de maneira nenhuma, demérito algum uma mulher que se dedica integralmente à casa e à própria família. Pra falar a verdade, tenho sim um pouco de inveja desse público. Explico: ao equilibrar um semnúmero de pratinhos, sinto que na verdade não estou equilibrando nenhum pratinho da maneira apropriada. Eles ficam lá, rodando, rodando, mas totalmente sem harmonia e sempre no limite de cairem e se espatifarem no chão. Minha vontade é a de rodar cada um dos pratinhos com zêlo, cuidado e atenção. Mas rodo os pratinhos do jeito que dá, somente tentando quebrar o menor número possível deles. Às vezes sinto vontade de usar uma máquina do tempo (de preferência o Delorean da trilogia “De Volta para o Futuro”, porque amo esses filmes) e voltar lá no início do movimento para independência feminina e conversar com aquelas bravas, corajosas e inexperientes mulheres. Dizer para elas que os termos das tãos almejadas conquistas deveriam ser muito bem discutidos e documentados para não se tornarem

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Luciana Miliauskas Fernandes, formada em Processamento de Dados, trabalha atualmente com Controles Internos e Auditoria. Seu hobby é escrever, de tudo um pouco, mas adora mesmo ser uma crítica informal de cinema, que é quando tem a chance de buscar e analisar as curiosidades da Sétima Arte.

a piada de mais mal gosto para as mulheres que viriam. E a piada é de mau gosto porque, mesmo conquistando cada vez mais espaço e direitos no ambiente de trabalho, eles significam mais e mais pratinhos a serem equilibrados. É claro que os papéis masculinos também vêm se modificando, com muitos maridos assumindo tarefas antes impensáveis no universo masculino – e falo isso por experiência própria e também ao observar conhecidas em situação semelhante à minha. Mas no final das contas, os homens que estão ajudando as suas mulheres fazem exatamente isso: ajudam. Porque no inconsciente coletivo a responsabilidade principal pelos assuntos domésticos ainda é das mulheres... E mesmo assim, felizes aquelas que, como eu, têm companheiros que pelo menos as ajudam. Uma amiga minha costuma dizer que se tornou uma profissional muito mais eficiente após a maternidade. Isso porque sabendo que o seu dia é cronometrado para que consiga dar conta dos compromissos que tem como mãe, passou a executar as atividades profissionais de maneira muito mais focada e otimizada, para que consiga encaixar tudo dentro das 24 horas de um dia regular. Isso tudo porque nem vou entrar nos assuntos aleatórios das outras atividades, como os cuidados pessoais, dedicação ao casamento, família, cultura, amigos, trabalho voluntário, política, etc etc etc. Ufa... A solução para todo esse dilema? Sinceramente, não faço a mínima ideia, mas acho que vale o esforço da reflexão e da discussão para que os pratinhos continuem a serem equilibrados, mas de maneira melhor e por mais pessoas. Beijos equilibrados, mas nem tanto, Luciana




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