REVISTA FOX NEWS 12

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edição 12 / agosto 2018

Suporte ao mercado de prevenção de perdas Consultoria de riscos e engenharia NORN é a mais nova empresa do Grupo Fox. Págs. 12 a 14

Bate-papo O presidente da Tokio Marine Seguradora fala com exclusividade sobre sua trajetória profissional e a expansão da empresa. Págs. 10 e 11

Recuperação de carga roubada O Grupo Fox tem agregado novas empresas e profissionais especializados, oferecendo suporte completo ao transporte de carga. Com os novos serviços, tem tido ainda mais sucesso na recuperação de cargas. Pág. 22


Uma empresa do

PROPERTY: Vistorias, regulação, avaliação, perícias, vistorias de engenharia, atua regulação de massificados, de médio e grandes riscos; Afinnity linhas branca e marrom, vistorias on line tempo real via web e celular; Ÿ AUTOMÓVEL: Auditoria de roubos, acidentes, oficinas, recuperações de veículos, Afinnity de celulares e afins; Ÿ SETOR DE AUDITORIA E BENS: Localização de pessoas, bens móveis e imóveis, para suporte em ações de cobrança e correlatos; auditoria na vida pregressa Ÿ TRANSPORTE ATENDIMENTO ACIDENTES, VISTORIAS, AMBIENTAL Ÿ TRANSPORTE RECUPERAÇÃO DE CARGAS Ÿ RECUPERAÇÃO DE BENS E PESSOAS Ÿ AFINNITY Ÿ

TRANSPORTE ROUBO DE CARGA: Regulação e auditoria, análise e auditoria de PGR e tecnologias, auditoria para saber se o sinistro ocorreu como informado, pronta resposta para roubo de carga e Recuperação de Carga; Ÿ TRANSPORTE ATENDIMENTO ESTRADA: Avarias, acidentes, comissário de avarias, viatoria a portos e aeroportos, ambiental, pronta resposta para evitar saque, vistorias nas cargas e tombamento em tempo real sistema on line web e celular Ÿ

www.foxaudit.com.br / contato@foxaudit.com.br Fone: 55 11 3858-3234 / 0800 109687


EDITORIAL

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Contribuição direta ao mercado de seguros Definitivamente, estagnação não é conosco. A vontade de melhorar cada vez nos tem feito crescer muito rapidamente. Seguimos inovando em serviços e buscado os melhores especialistas, com isso criando mais empresas e gerando mais empregos, na contramão da maioria dos negócios neste momento no país. Nas últimas edições da Fox News temos sempre trazido uma grande novidade nesse sentido. O Grupo Fox atualmente é composto por seis empresas especializadas em prestação de serviços ao mercado de seguros, e conta com equipe de comissários de avarias, reguladores, vistoriadores, auditores, peritos, médicos, engenheiros e advogados, com foco na assessoria de excelência. A Fox Regulação & Auditoria atua com regulação de sinistro, auditoria, sindicância, recuperação de bens, entre outros serviços; a Haüptli Advogados & Associados oferece assessoria jurídica e especialidade em direito securitário, com forte atuação em contencioso (ressarcimento) e consultivo (seguro garantia e RC); a MedFox atua em perícias médicas e assessorias; a One Risk oferece database para seguro de transportes e afins, como suporte para subscrição do risco; a EM Prevenção trabalha com planejamento de risco de transporte, redundância de monitoramento e auditoria de PGR (Programa de Gerenciamento de Risco); e a Norn Engenharia de Riscos atua na consultoria em Prevenção de

Paulo Rogério Haüptli

Alexandre Massao

Bruno Lacerda Gusmão

Perdas (Loss Prevention), vistorias de engenharia e acompanhamento de obras. São diversas frentes para possibilitarmos uma análise plena de riscos e, com a demonstração de seriedade, especialidade e compromisso de nossos profissionais, seguimos crescendo, expandindo nossos quadros e ocupando mais mercado. Nossa contribuição com o mercado de seguros também tem sido voluntária na apresentação de palestras e realização de eventos próprios. Iremos realizar no início de agosto o “2º Seminário de Seguros”, pela Haüptli Advogados & Associados, que contará com a presença de renomados executivos do seguro e do direito como palestrantes e debatedores. Levamos informação sobre o gerenciamento de riscos contra incêndios e explosões, com palestra oferecida pela Norn Engenharia de Riscos. E também seguimos apoiando iniciativas do mercado, sendo fiéis entre os principais patrocinadores dos eventos do CIST (Clube Internacional de Seguros de Transportes). Tudo isso sem contar com a publicação desta revista, que traz conteúdo de renomados executivos, levando conhecimento a todo o setor. A construção do Grupo Fox é um grande orgulho e motivo de nossa inspiração diária para continuarmos fazendo cada vez melhor e agregando os melhores profissionais. Esteja conosco!

Robinson Seabra Filho

Eduardo Muniz

Jan-Oliver Mollien

Sócios do Grupo Fox

GRUPO FOX Fox Regulação & Auditoria Av. Francisco Matarazzo, 1752, 17º. andar Pompeia - São Paulo - SP - CEP 05001-200 Telefone (11) 3858.3234 / 3965.9001 E-mail: contato@foxaudit.com.br

MedFox Medicina, Odontologia e Perícias Av. Francisco Matarazzo, 1752, 9º andar Pompeia – São Paulo – SP - CEP 05001-200 Telefone (11) 3862-4848 E-mail: atendimento@medfox.com.br

Haüptli Advogados & Associados Av. Francisco Matarazzo, nº 1752, 24º andar Pompeia – São Paulo – SP - CEP 05001-200 Telefone (11) 4858.3644 E-mail: contato@hauptli.adv.br

OneRisk Global Av. Francisco Matarazzo, 1752, 5º andar Pompeia – São Paulo – SP - CEP 05001-200 Telefone (11) 3965.9001 E-mail: info@onerisk.global

E.M. Prevenção de Riscos Logísticos Av. Francisco Matarazzo, 1752, sl 1714 Pompeia – São Paulo – SP - CEP 05001-200 Av. Aggeo Pio Sobrinho, 261 - sls304 Belo Horizonte - MG - CEP 30275-834 Telefone (31) 3568-9084 NORN Risk Consulting & Engineering Av. Francisco Matarazzo, 1752, sl 1717 Pompeia – São Paulo – SP - CEP 05001-200

Produção Fox News Thaís Ruco - jornalista responsável Mtb 49.455 thais@thaisruco.com.br Felix Ryu - projeto gráfico - Teckel Design felixryuinoue@gmail.com


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SUMÁRIO

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Editorial Contribuição direta ao mercado de seguros

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Na mídia Diretor do Grupo Fox participa de reportagem da revista do Sincor-RJ

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Relacionamento Fox associa-se ao CVG-SP

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Agenda Haüptli Advogados & Associados realiza segunda edição do Seminário de Seguros

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Contratações Novos profissionais para o time da Haüptli Advogados & Associados

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Direito Esclarecimentos sobre a Lei de Contrato de Seguro

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Divulgação Medfox participa de eventos para apresentar sua marca e seus serviços

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Entrevista À frente da operação de uma companhia de destaque

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Capa Consultoria de riscos e engenharia NORN é a mais nova empresa do Grupo Fox

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Transportes Ações conjuntas entre estados buscam melhorar os índices de apreensão de cargas roubadas

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Seguro Garantia “Seguro Garantia Término de Obras” e suas peculiaridades

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Combate à fraude Fox Regulação & Auditoria trabalha para evitar perdas às seguradoras no DPVAT

VIDA&DPVAT Fox Regulação & Auditoria

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Direito Ressarcimento no Transporte Aéreo Internacional após a decisão de repercussão geral do STF

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Resseguros Estratégias para manter a liderança no mercado ressegurador brasileiro

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Property Fox Regulação & Auditoria inova com vistorias online

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Expertise Cases de recuperação de carga roubada

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Transportes Seguro: explosão do roubo de carga rodoviária

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Garantia O seguro de garantia e o êxito na subrogação

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Panorama Seguros reservam oportunidades para os bons corretores

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Distribuição de seguros Uma análise empírica do perfil do consumidor de seguros online, pela motivação de compra

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Evento Conflitos entre Poderes, Economia e Corrupção foram temas de destaque no VI CID - Congresso Internacional de Direito

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Transportes Logística: ainda um problema brasileiro

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Responsabilidade social Responsabilidade social - ONG ajuda famílias de policiais acidentados ou vitimados que passam por dificuldades

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Evento Mercado de seguros participa de momento de transição entre o concretizado e o novo

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Parceria Grupo Fox é maior patrocinador do CIST

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Transportes A ética e o roubo de cargas

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Evento Diretor da Norn apresenta palestra ao mercado sobre sinistros de incêndios e explosões

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Outra leitura Um dia sem caminhoneiros


NA MÍDIA

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Diretor do Grupo Fox participa de reportagem da revista do Sincor-RJ Paulo Rogério Haüptli, diretor do Grupo Fox, foi entrevistado pelo jornalista Francisco Luiz Noel para a reportagem “Expertise das quadrilhas desafia o mercado de seguros”, veiculada na revista Previdência e Seguros, publicação do Sincor-RJ. Abordando as áreas mais críticas do problema no Rio de Janeiro, a matéria relatou: “'Quando a carga chega numa comunidade, as empresas de rastreamento de pronta resposta acabam não entrando nessas áreas, com medo de sofrer danos físicos por parte dos meliantes, já que até a polícia tem dificuldade de acessar esses locais', salienta Paulo Rogério Haüptli, do Grupo Fox, especializado em regulação de sinistros e recuperação de bens. Ele chama a atenção

para o suposto envolvimento de motoristas, acrescentando que transportadoras não investigam essas suspeitas porque o desvio das cargas é coberto pelo seguro”. Em outro trecho, o diretor comenta sobre a legislação aquém do problema. “Diante da escalada do roubo de cargas, é unanimidade no mercado a constatação de que a legislação punitiva e a investigação policial estão aquém da gravidade do problema não só no Rio de Janeiro e São Paulo, mas em todo o país. 'Se não houver investigação efetiva dos roubos de carga, envolvendo receptadores e motoristas, o problema não vai acabar nunca', alerta Paulo Rogério Haüptli, também professor de Logística da Escola Nacional de Seguros”.

RELACIONAMENTO Fox associa-se ao CVG-SP A Fox Regulação e Auditoria entrou para o time de empresas associadas e mantenedoras do CVG-SP (Clube Vida em Grupo São Paulo). A entrega da placa de boas-vindas aconteceu no almoço de 17 de abril, no Terraço Itália, que teve a palestra do convidado Marcio Coriolano, presidente da CNseg, com o tema "Projetos e Ações da CNseg voltados para o Seguro de Pessoas". Ao receber a placa das mãos do presidente do CVG-SP, Silas Kasahaya, o diretor Paulo Rogério Hauptli declarou: “Eu quero agradecer ao Silas e aos demais dirigentes pela oportunidade de participar desse seleto grupo de especialistas em seguros de vida no Brasil, ramo que, ano passado, cresceu mais que o mercado de automóveis”. Ao final do evento, Silas Kasahaya anunciou que o CVG-SP conta, atualmente, como associadas 21 seguradoras, três resseguradoras, seis prestadoras de serviço e 15 corretoras.

Ronald Faverani, Silas Kasahaya e Paulo Rogério Haüptli


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AGENDA

CONTRATAÇÕES

Haüptli Advogados & Associados realiza segunda edição do Seminário de Seguros

Novos profissionais para o time da Haüptli Advogados & Associados

A Haüptli Advogados & Associados, escritório especialista em direito do seguro, realiza mais um encontro para levar informação ao mercado de seguros.

Fabio Spinola Esteves Rocha Graduado em Direito pela Universidade São Francisco, Pós Graduado em Direito Civil e Processual Civil pela Escola Paulista de Direito, Membro do Grupo Nacional de Transportes da Associação Internacional de Direito de Seguros (AIDA) e do Clube Internacional de Seguros de Transporte. Idiomas: Inglês. Contato: fabio.spinola@hauptli.adv.br

O “2º Seminário de Seguros” acontece no dia 08 de agosto de 2018 (terça-feira), das 9h às 12h, no Maksoud Plaza Hotel e conta com a presença de renomados executivos do seguro e do direito como palestrantes e debatedores. As inscrições são limitadas e podem ser realizadas pelo e-mail eventos@hauptli.adv.br. Para participação é solicitada a doação de 01 (um) quilo de alimento não perecível (entregue no dia e local do evento), o qual será destinado à “Associação Beneficente Vivenda da Criança”. Segundo Bruno Gusmão Lacerda, advogado sócio da Haüptli Advogados & Associados, o evento é, em mais uma edição, contribuição do escritório ao mercado de seguros pela oportunidade de debater temas que estão em evidência no direito do seguro. do PLC 29/2017 (Projeto de Lei do Contrato de Seguro).

Daniela Martinussi Jerônimo Graduada em Direito pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo FDSBC. Pós-graduanda em Direito Civil e Direito Processual Civil pela Escola Paulista de Direito - EPD. Áreas de atuação: Direito Civil, Direito do Consumidor e Direito do Seguro. Idiomas: Inglês. Contato: daniela.martinussi@hauptli.adv.br Diego Dantas de Almeida Graduado em Direito na Universidade Nove de Julho. Pós-Graduado em Direito Penal e Processual Penal na Escola Paulista de Direito (EPD). Pós-Graduando em Direito Constitucional Pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Cursou Direito do Seguro nas Faculdades Metropolitanas Unidas e Novo Código de Processo Civil na LFG. Atualmente integra o Grupo Nacional de Estudos de Proteção ao Seguro e Compliance da Associação Internacional de Direito de Seguros (AIDA). Áreas de atuação: Direito Civil, Direito Penal e Direito do Seguro. Idiomas: Inglês. Contato: diego.dantas@hauptli.adv.br Carlos Alberto Menichelli Junior Advogado, formado pela Universidade Católica de Santos (2003/2007), PósGraduado "Lato Sensu" em Direito Processual Civil com ênfase em Direito Empresarial pela Faculdade Damásio Educacional (2008/2009), Curso de Extensão em Direito do Consumidor (2015/2016) pela Faculdade Damásio Educacional, Cursos de Extensão em Gestão de Transporte (2017) e Seguros de Responsabilidade Civil Geral, E&O e Seguros Ambientais (2018), ambos pela Escola Nacional de Seguros. Idiomas: Inglês. Contato: carlos.menichelli@hauptli.adv.br


Teckel

Uma empresa do

A Haüptli Advogados & Associados é um escritório de advocacia dotado da expertise consultiva e contenciosa necessária ao atendimento do mercado segurador.

ÁREAS DE ATUAÇÃO: CONTENCIOSO -Núcleo de acordos composto por profissionais experientes -Adoção de medidas de ressarcimento judicial; -Auditorias de bases judiciais; -Arbitragem; -Realização de procedimentos no âmbito de agências e órgãos reguladores; -Resseguro.

CONSULTIVO - Elaboração de contratos e pareceres; - Elaboração e revisão de clausulados de apólices; - Regulações de sinistros em diversos ramos de seguro, com ênfase em Responsabildiade Civil e Seguro Garantia; - Elaboração de notificações e medidas extrajudiciais de ressarcimento; - Planejamento empresarial na área de seguros.

www.hauptli.adv.br


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DIREITO

Esclarecimentos sobre a Lei de Contrato de Seguro Ultimamente, à medida em que avança no Congresso a tramitação, agora no Senado, o Projeto de Lei de Contrato de Seguro da Câmara – PLCS (PLC nº. 29/2017) vem recebendo aplausos e algumas críticas, notadamente no que se refere ao tratamento que dá aos meios alternativos para a solução de conflitos. Há quem sustente que, se por um lado ele representará avanços nos contratos de seguros, por outro, será um retrocesso na área das arbitragens e mediações. Sustenta-se que o PLCS seria incompatível com a legislação processual que dá prioridade aos métodos alternativos de solução de conflitos. Como coordenadores da comissão que elaborou o Anteprojeto e os diversos trabalhos que conduziram ao mencionado PLCS, podemos afirmar que essas críticas não se justificam. Uma das objeções é a de que no PLCS faltam dispositivos sobre a mediação a respeito dos conflitos securitários. Ora, o PLCS não poderia pretender disciplinar tudo aquilo que já está regulado pela lei especial de arbitragem e mediação. Apesar disso, em prestígio dos meios de solução alternativa de litígio, o PLCS, no art. 63, admite expressamente a arbitragem e a mediação. Portanto, ele prestigia esses importantes meios para a solução dos litígios securitários. Entretanto, o que aprece incomodar é o fato de o PLCS deixar claro que, para as lides securitárias não terão validade as cláusulas unilateralmente impostas pelo fornecedor, como são as inseridas nas apólices de seguro. Além de as apólices serem escritas exclusivamente pelas seguradoras, o contrato de seguro não é um contrato formal e pode existir, ser válido e eficaz mesmo sem a existência de qualquer escrito. Embora alguns imaginem que o seguro é um contrato formal e paritário, ele é sempre um contrato consensual (informal), por adesão. O contrato de seguro por adesão não é apenas aquele

celebrado com pessoas físicas. Não são poucas as decisões judiciais que chegam até mesmo a situar grandes empresas seguradas como consumidoras. Praticamente toda a doutrina brasileira reconhece que também os contratos de seguro de grandes riscos são típicos contratos de adesão. Por isso, o PLCS prevê que a validade e a eficácia das cláusulas que estabeleçam a mediação e a arbitragem dependerão, sempre, da concordância expressa do segurado, manifestando a sua livre vontade. Assim, não é verdadeira a presunção de que o PLCS ameace os importantes ganhos alcançados com a Lei de Arbitragem e Mediação. Ele apenas afasta a arbitragem e a mediação empurradas goela abaixo.

Ernesto Tzirulnik é sócio-titular do escritório Ernesto Tzirulnik – Advocacia, doutor pela Universidade de São Paulo. Presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Seguro.

apenas para as partes que participam diretamente da contratação, mas também para uma ampla coletividade de outros segurados e beneficiários, assim como de terceiros.

Embora o Brasil seja o terceiro país no mundo em número de arbitragens na Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional – CCI, isso não significa, necessariamente, que o empresariado brasileiro tenha acolhido e assimilado perfeitamente o instituto da arbitragem. Na área de seguro, como certamente também em outras, isso não é verdade. Alguns empresários brasileiros chegam a ter verdadeira ojeriza à arbitragem sobre matéria de seguro, especialmente quando esta possa estar sujeita a leis estrangeiras e implicar custos elevados.

Portanto, não é desejável um pacto de mediação ou de arbitragem que possa onerar os inúmeros interessados na execução no negócio securitário. Basta imaginar um empreendimento de engenharia ou uma operação de grande porte que além de interessar aos construtores ou operadores contratantes do seguro, garante também os interesses do dono da obra, seus investidores, seus subcontratados, às vezes reunindo na condição de cossegurados centenas de outras empresas e profissionais individuais, isso sem falarmos em terceiros vítimas dos acidentes e a toda a sociedade. A Lei de Arbitragem evidentemente não fornece de forma especial e completa a segurança jurídica necessária das relações securitárias.

Como o seguro é um instrumento de proteção indispensável para as pessoas, as empresas e a sociedade em geral, e a aceitação de sua contratação, algumas vezes, é condicionada à aceitação das cláusulas de arbitragem, acaba acontecendo de os segurados serem obrigados a engolir a imposição de “mediações estruturadas” e arbitragens desenhadas ao gosto do mercado de resseguro estrangeiro. Ocorre que os contratos de seguro, além de se formarem por adesão, por sua própria natureza, não surtem seus efeitos relevantes

Para aperfeiçoar o regime protetivo e especificá-lo é que se procura outorgar a primeira lei especial de contrato de seguro. Essa lei, que que representará avanços nos negócios securitários, não pode ter a sua incidência afastada em razão de pactos de arbitragem impostos por quem tem o poder de decidir se subscreve ou não os riscos e, ocorrido o sinistro, de pagar ou não a indenização. A tentativa de excluir os seguros mais relevantes das leis nacionais é decorrência de anseio antigo e bastante conhecido das resseguradoras e


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seguradoras estrangeiras. Convém-lhes evitar as leis nacionais dos países em que têm operações.

têm resultado em detrimento dos interesses dos segurados, beneficiários, assim como no das seguradoras e corretoras.

A lei de contrato de seguro não pode deixar de garantir sua própria incidência. As próprias seguradoras e as corretoras de seguro, representadas pela Confederação Nacional das Seguradoras – CNSeg e pela Federação Nacional dos Corretores de Seguro – Fenacor, convergiram com as regras do artigo 63 e parágrafo único do PLCS. Isso, certamente, revela que assim como os segurados e beneficiários, as seguradoras e os corretores também vêm identificando que as arbitragens com sede no exterior e aplicação de direito estrangeiro

Outra crítica comum ao PLCS é a de que estaria em jogo a confidencialidade das arbitragens. Isto também não é fato. O PLCS prestigia a confidencialidade. O que ele estabelece é que os resumos das arbitragens, seus fundamentos e conclusões, não se percam, deixando o Brasil órfão de experiência e cultura jurídicas sobre seguro e resseguro, e sem jurisprudência a prevenir abusos. Na contramão da apologia da absoluta liberdade, o PLCS vem ao encontro das

preocupações que compartilha a melhor doutrina mundial a respeito da subtração à lei e às jurisdições nacionais. A aplicação da lei brasileira aos contratos de seguro, ao invés de aumentar os custos econômicos, racionaliza-os de conformidade com a ordem jurídica brasileira. A arbitragem no Brasil e conforme a lei de contrato de seguro brasileira trará segurança, amadurecimento das nossas instituições de seguro, resseguro e arbitragem, assim como razoável economia, sem a qual, muitas vezes, optaremos por deixar de lado os nossos direitos para não termos de suportar uma via crucis ignota e dispendiosa.

DIVULGAÇÃO Medfox participa de eventos para apresentar sua marca e seus serviços Vida longa é o que todo mundo procura. Todos almejam retardar o envelhecimento o máximo possível, mas ao mesmo tempo ter uma boa qualidade de vida quando envelhecer. Para divulgar a importância de prevenção e qualidade de vida, a Medfox tem participado de alguns eventos e realizado ações de divulgação. Nos dia 28 e 29 de julho, a empresa esteve presente no evento gastronômico que ocorreu no bairro da Moóca, chamado Festival de Sabores, e a ambulância da Medfox esteve estacionada entre os vários food trucks fazendo a

divulgação da empresa. No dia 31 de maio esteve no evento “Passeio ciclístico em Interlagos no Maio Amarelo”, que contou com a presença de mais de 5.000 mil ciclistas. “Sabemos que o único meio de prevenir os males da inatividade é permanecer ativo, não durante um mês, mas durante toda a vida. A saúde é, na maioria das vezes, um fator que podemos controlar através da prevenção do surgimento de algumas doenças, é nisso que acreditamos e sempre apoiamos”, afirma Dr. Robson Seabra, médico e sócio da Medfox.


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ENTREVISTA

À frente da operação de uma companhia de destaque O p r e s i d e n t e d a To k i o M a r i n e Seguradora, José Adalberto Ferrara, fala com exclusividade à revista Fox News sobre sua trajetória profissional e sobre a evolução da empresa no mercado, abordando a importância dos corretores de seguros e de áreas de atuação do Grupo Fox como a regulação de sinistros e o gerenciamento de riscos. Confira! Fox News – Comente sobre sua trajetória profissional até chegar à p r e s i d ê n c i a d a To k i o M a r i n e Seguradora. José Adalberto Ferrara – Nos últimos 38 anos, fui o responsável pela gestão de TI e Operações de grandes empresas da indústria de serviços financeiros, incluindo bancos, cartões de crédito e seguradoras. Sou formado em Ciências da Computação pela Unicamp e fiz o curso de extensão em Administração de Empesas pela Fundação Getúlio Vargas. Minha carreira inclui uma passagem de 5 anos pelos Estados Unidos, onde fui Diretor de Tecnologia do Bank Boston e cursei extensão em Administração na Harvard University. Cheguei à Tokio Marine Seguradora em 2009 na área de Tecnologia e Operações e sou, com muita honra, o presidente da companhia desde julho de 2013. Fox News – Qual foi o maior desafio em sua caminhada até se tornar um alto executivo? Ferrara – Reconheço que é algo diferente alguém de tecnologia assumir a empresa. Mas eu diria que nunca fiz tecnologia pela tecnologia, sempre trabalhei em tecnologia pensando no negócio da Companhia. Normalmente, uma pessoa de tecnologia é mais introspectiva, tem a preocupação maior de fazer os projetos que lhe são pedidos. Eu penso um pouco

diferente e sempre procurei entender o negócio. Discutia e conversava com os C E O s , c o m diretores que eram meus pares a respeito de soluções de n e g ó c i o s e n v o lvendo tecnologia, que poderia ajudálos (os diretores) a melhorar o seu negócio, a melhorar o seu processo, ou a ser mais produtivo, coisas desse tipo. É uma coisa natural em mim. Fox News – Quais são os desafios e oportunidades em ser presidente de um dos maiores grupos empresarias do País no atual cenário? Ferrara – Tenho plena confiança na recuperação econômica e na retomada de investimentos no País, que terão efeitos muito positivos sobre o m e r c a d o d e seguros. Como presidente da Tokio Marine, sigo firme no propósito de difundir a cultura do seguro e aumentar a penetração dessa indústria no PIB nacional. Também tenho como desafio orquestrar constantemente o lado empreendedor das pessoas, estimular esse lado. E para que elas tenham esse estilo

empreendedor, trabalho junto com os demais diretores para fazer com que todos sintam vontade de colaborar. O espírito de colaboração para mim é fundamental, é o que de fato sustenta o trabalho em equipe. Fox News – Quais são os ramos de atuação e especializações da seguradora? Quais os focos de atuação?


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Ferrara – Somos uma seguradora multiprodutos. Isso significa que atuamos em todos os ramos, à exceção de saúde, previdência e capitalização. Contamos com um dos portfólios de produtos mais completos do mercado, que contempla produtos massificados, entre os quais seguros automóvel, frotas, residencial, pessoas, condomínio e equipamentos portáteis (notebooks, aparelhos celulares, tablets, câmeras fotográficas digitais e filmadoras); e produtos corporativos, que inclui seguros para pequenas, médias e grandes empresas, D&O, riscos rurais, habitacional, transportes, empresarial, riscos de engenharia, riscos nomeados e operacionais, riscos de petróleo, garantia, responsabilidade civil, obras de arte, eventos, equipamentos de uso empresarial e industrial, náutico e aeronáutico (inclusive R.E.T.A). Fox News – Como é o relacionamento da empresa com os corretores de seguros? E com as assessorias de seguros? Qual a importância desses canais? Ferrara – Nosso processo de distribuição é feito 100% através dos nossos 26 mil corretores e assessorias e a Tokio Marine Seguradora é reconhecida pelo relacionamento próximo que mantém com estes parceiros de negócios. Procuramos estreitar cada vez mais essa relação, não apenas ouvindo, mas efetivamente implantando as sugestões que nos são apresentadas, seja em eventos oficiais do setor ou em ocasiões informais, como o Encontro Diamante, no qual reconhecemos a dedicação e homenageamos os profissionais que trabalham conosco. Muitas vezes, o corretor, por sua experiência em lidar com o cliente final, sabe exatamente o que fazer para melhorar determinado produto e/ou serviço e nós temos todo o interesse em executar estes aprimoramentos. O trabalho que fazemos em conjunto com os parceiros em prol do crescimento do mercado de seguros no País está baseado em nossos valores: respeito; trabalho em equipe; transparência;

ética; excelência em produtos e serviços e compromisso com a satisfaç ã o d o s c o l a b o r a d o r e s , c o r r e t ores/assessorias e cliente. Fox News – Como funcionam as áreas de gerenciamento de riscos e de regulação de sinistros para evitar perdas no cenário de redução de gastos e adversidades da economia brasileira? Ferrara – Para garantir que as entregas aos segurados continuem tendo o mais alto índice de qualidade, a Tokio Marine criou, em 2017, a Gerência de Riscos. Esse setor apoia clientes e corretores, por meio de uma consultoria voltada a ações e planos de contingência que ajudam a mapear e evitar riscos dos negócios segurados com a companhia. A área auxilia no gerenciamento de riscos desde o início. Quando este risco é identificado cedo, o cliente tem uma probabilidade menor de lidar com prejuízos, o que servirá de incentivo para que ele mantenha o contrato com a Tokio Marine e com a corretora. A Gerência de Riscos da Tokio Marine atende as carteiras de transporte, empresarial e engenharia, garantia, agro safras, aeronáutico, náutico e riscos diversos. A consultoria é realizada pelos especialistas da companhia tanto no pré quanto no pósvenda e, além de oferecer mais segurança aos segurados, intensifica as estratégias de prevenção ao gerar relatórios com informações de orientação e fotos de cada etapa de inspeção. Desta forma, a companhia consegue fazer um gerenciamento mais adequado e, consequentemente, oferecer os produtos que mais atendem às necessidades e à realidade de cada cliente, que é avaliado de forma única. Na área de sinistros, a Tokio Marine Seguradora tem investido continuamente em capacitação de pessoas, aperfeiçoamento e automação de processos para prestar o melhor serviço aos corretores, assessorias e clientes no momento do sinistro. A área hoje conta com 225 colaboradores distribuídos

em segmentos como automóvel, grandes riscos, massificados, vida e afinidades. O atendimento com qualidade e rapidez a partir da comunicação do sinistro é nossa prioridade. Somos uma seguradora que exerce com absoluta convicção a função de entregar tranquilidade quando os imprevistos ocorrem. Fox News – Qual a importância do mercado brasileiro para o grupo? Ferrara – Em visita ao País em setembro do no ano passado, o Presidente Mundial da Tokio Marine Holdings, Tsuyoshi Nagano, afirmou que o Brasil é uma das prioridades do Grupo. Segundo ele, a operação brasileira mantém um crescimento orgânico robusto e tem potencial de aumentar cada vez mais sua representatividade no conglomerado securitário. Fox News – Quais as perspectivas para a empresa em 2018? Em quais ramos a empresa aposta para c o n t r i b u i r c o m a re t o m a d a d o crescimento da economia? Ferrara – Sabemos dos desafios, mas estamos muito otimistas com o futuro, principalmente quanto ao desempenho da economia brasileira. Acredito que o mercado segurador pode retomar o ritmo de crescimento em dois dígitos, como ocorria até 2013. Nosso objetivo é continuar crescendo mais que a média de mercado e de forma sustentável, como vem ocorrendo nos últimos anos. Nossa estratégia é investir continuamente no aprimoramento de produtos e serviços, alicerçada pelos pilares de crescimento, rentabilidade e qualidade/inovação. O objetivo é ser cada vez mais reconhecida pela qualidade na prestação de serviços aos corretores, assessorias e clientes. O Brasil tem uma agenda própria de demandas e nós temos plena confiança na recuperação econômica e na retomada de investimentos, que terão efeitos muito positivos sobre o mercado de seguros.


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CAPA

Consultoria de riscos e engenharia NORN é a mais nova empresa do Grupo Fox

Empreitada vem reforçar o apoio ao mercado de prevenção de perdas sinistros da Fox Regulação e Auditoria”, afirma Jan-Oliver Mollien, um dos fundadores e sócio da NORN.

A NORN Risk Consulting & Engineering é a mais nova empresa do Grupo Fox. Nasceu do Departamento de Regulação de Sinistros com o objetivo de apoiar o mercado na prevenção de perdas (Loss Prevention) e iniciou suas operações em maio de 2018. O nome Norn é a tradução para o inglês da palavra Nornas. As Nornas são, pela mitologia nórdica, três deusas anciãs que têm como função tecer o destino dos deuses e homens e zelar pelo cumprimento e conservação das leis – a elas são atribuídas as normas. Tal qual as deusas, a NORN tem como objetivo zelar pela aplicação de cuidados e normas de segurança.

Jan-Oliver Mollien

“Nossa estratégia é apoiar o cliente em controle e prevenção de riscos, com a nossa experiência em Engenharia e profundo conhecimento das normas e códigos nacionais e internacionais, somados ao conhecimento prático de mais de 20 anos de experiência em

O executivo possui mestrado em Prevenção de Perdas de Incêndio e trabalhou por mais de 10 anos como Engenheiro de Risco Sênior para uma seguradora industrial multinacional, depois de servir às forças alemãs como oficial do exército e, ainda, atuou em

posição de liderança para uma empresa de segurança. Sua experiência internacional se funde com seu sócio Paulo Haüptli Junior, que estudou Ciências Atuariais e acumulou vários anos de experiência em gestão de sinistros, estatísticas e finanças aqui no Brasil. Essa combinação, na visão de Paulo Haüptli Junior, é um grande benefício para os clientes. “Sabemos que as atividades de negócios devem ser valorizadas pela opção dos clientes e nós atingimos exatamente essa meta, cruzando as experiências de engenharia com sinistros e áreas financeiras”, diz.

Paulo Haüptli


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Grande demanda de mercado Desde o primeiro dia de atividades, a empresa está completamente cheia de projetos e demandas de clientes, o que mostra que a NORN Risk Consulting & Engineering está no caminho certo e encontrou o nicho no mercado que os clientes buscam. As solicitações são totalmente diversas e vêm de seguradoras, corretores e provedores de serviços em nível nacional, Europa e Américas, incluindo os Estados Unidos. As seguradoras geralmente solicitam pesquisas de Prevenção de Perdas nas linhas de negócios de Property e Marine. Projetos deste tipo são sempre sensíveis para os segurados, porque eles precisam conceder o acesso de pesquisa a todas as áreas. Assim, o Engenheiro necessita de sensibilidade para gerenciar essa demanda, para a qual a equipe será constantemente treinada, além das reuniões de competência semanais e do sistema de conhecimento cruzado. A primeira história de sucesso já foi escrita: de uma única pesquisa de risco de seguro de dois armazéns de alimentos de luxo seguiu-se um projeto de gerenciamento de risco completo para o segurado, no qual ele compartilha

os custos de engenharia de risco com sua seguradora.

instalações. Todos esses tipos de serviços são oferecidos pela NORN Risk Consulting & Engineering.

Diferenciais e serviços A NORN Risk Consulting & Engineering desenvolve um sistema de Benchmark personalizado e oferece suporte na prevenção contra a perda de i n c ê n d i o s , s e g u r a n ç a d e c a rg a e conscientização sobre o crime de roubo de cargas. Jan-Oliver Mollien sublinha que o principal objetivo da empresa é evitar perdas, o que vem muito antes do limite de perdas. Isso requer profundo conhecimento dos diferentes processos de negócios e seus perigos, necessários para avaliar o nível de risco e desenvolver medidas de proteção. Hidrantes, bombas e sistemas de detecção de fumaça são dispositivos importantes para limitar uma perda e devem ser projetados sob medida, serviço que a NORN Risk Consulting & Engineering também está apoiando. Para isso, foi criado um grupo de empresas especializadas aprovadas para entregar os contatos responsáveis pelo cliente quando as instalações são necessárias. Se desejado, os detalhes do projeto serão revisados antes de instalar e negociados com a seguradora e o corretor para garantir o sucesso das

Uma das maiores vantagens que a NORN Risk Consulting & Engineering oferece para o cliente vem do próprio do Grupo Fox. Há constantes discussões entre as outras empresas integrantes do Grupo, por exemplo, se há necessidade de apoio da equipe jurídica, os advogados do Haüptli Advogados & Associados podem ser consultados; se a gestão operacional do risco de transporte desejar, a EM Prevenção está pronta para intervir; se os processos de gerenciamento de risco devem ser automatizados, controlados e comparados, a OneRisk será a empresa. O cliente pode pedir em um único serviço ou ele pode obter todos os serviços de uma única fonte. “As maneiras facilitadas e encurtadas de comunicação entre todos os diferentes especialistas do Grupo Fox ajudarão o cliente a economizar, porque quando estiver trabalhando com uma das empresas do Grupo, com apenas uma ligação todos os outros serviços podem ser incluídos”, afirma Jan-Oliver. “O foco é ter especialistas reais em todos os segmentos de negócios, mas com flexibilidade para construir equipes de projetos multidisciplinares”, completa.

Exemplo de pesquisa A planta de produção de um fabricante europeu de freezers foi pesquisada pela NORN Risk Consulting & Engineering. As linhas de produção das usinas foram instaladas em um novo prédio no Sul do Brasil. A organização, a limpeza e o processo comercial são excelentes, assim como o desenvolvimento do mercado. O sucesso adicional dos negócios em toda a América Latina depende da primeira planta de produção, que também representa um alto risco de BI (Business Interruption). Durante o inquérito tornou-se rapidamente claro que existem alguns pontos bastante críticos, como a estação de enchimento de gás propano ou a injeção de poliuretano expandido com suas reações exotérmicas controladas. Juntamente a este processo, os riscos relacionados ao

armazém, com suas double-row high racks (prateleiras altas de linha dupla) próximas às linhas de produção, aumentam o risco para um nível crítico. Mesmo se os perigos do processo forem um estado da técnica protegido que suporta o conceito de prevenção de perdas, a limitação de perdas foi sub-representada. O modelo de simulação de contaminação por fogo e fumaça, realizado pelo Engenheiro de Risco, mostrou ao cliente que, no caso de um incêndio, ele seria confrontado com uma perda total em menos de 15 minutos. O cliente entendeu a necessidade urgente de investimentos em limite de perdas e solicitou um plano de roteiro, que a NORN Risk Consulting & Engineering desenvolveu e discutiu e alinhou com a seguradora junto com corretor e seguradora.


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TRANSPORTES

Ações conjuntas entre estados buscam melhorar os índices de apreensão de cargas roubadas O roubo de cargas começou a preocupar a partir dos anos 80, particularmente após 1985. Veio crescendo e atingiu o ápice por volta de 2004. Outro pico aconteceu em 2009. Seu foco inicial era a estrada, em princípio no Nordeste, na Bahia, Pernambuco e Alagoas, onde Arapiraca começava a aparecer como um centro de receptação, o que infelizmente permanece até hoje. De motor de avião a sandália de dedo, tudo é receptado. Na época do replantio, no Mato Grosso e MT do Sul, NE do Paraná, Santa Catarina, norte de São Paulo, interior da Bahia e Sul do Maranhão se concentram as receptações de máquinas agrícolas e insumos. Segundo a consultoria Pamcary, o roubo de cargas vem sofrendo baixas, pois o aparato policial passou a agir com mais rigor e o enfrentamento tornou-se inevitável, sendo presos diversos quadrilheiros e o desaparecimento de outros. Porém, os índices continuam assustadores em eventos e nos valores envolvidos, principalmente na região Sudeste. O gráfico do roubo de cargas vem em escalada. De acordo com dados da NTC Logística, em 2012, foram 14.400 ocorrências de roubo de carga no Brasil, em 2013 foram 15.200, em 2014 exatos

17.500, em 2015 foram 19.250, em 2016 registradas 25.550 e em 2017 chegou a 25.950. Do montante de 2017, foram 22.212 apenas na região Sudeste, 1.514 no Nordeste, 1.440 no Sul, 640 Centro-Oeste e 164 na região Norte. “85,5% dos roubos está concentrada na região Sudeste, por representar a maior movimentação de cargas e o aumento do crime local”, afirma Dr. Gustavo Coutinho, delegado de Polícia na Bahia. Ele ingressou na Polícia Civil da Bahia no ano de 2001 atuando em várias cidades no interior do estado, assumiu a titularidade da Delegacia de Homicídios de Feira de Santana em 2016 onde conseguiu reduzir os índices de criminalidade na região o que o projetou para assumir a titularidade da DECARGA - Delegacia de Repressão ao Roubo de Cargas da Bahia em dezembro de 2017. Somente na Bahia, as apreensões pela DECARGA no primeiro semestre de 2018 (janeiro a julho) chegaram a R$ 7.403.679,86 em 221 ocorrências, e no

mesmo período de 2016 foram R$ 7.296.899,58 em 285 casos. “O DECARGA busca integração entre a Polícia Rodoviária Federal e também com delegacias de outros estados para melhorar esses índices. Estamos intensificando agora este trabalho, mas já vemos resultados na troca de informações, que tem melhoradora esses índices de apreensão de cargas”, declara Dr. Gustavo Coutinho. “Mantemos contato com as autoridades de todos os estados porque a maioria das quadrilhas são interestaduais, ou seja, roubam em um estado e levam para outro para dificultar a ação da polícia. O trabalho em conjunto é imprescindível para entender a dinâmica das quadrilhas”.

A

perícia médica é atribuição privativa de médico, podendo ser exercida pelo civil ou militar, desde que investido em função que assegure a competência legal e administrativa do ato profissional.

O médico e dentista perito, através de competente inspeção, podem concluir se a pessoa portadora ou não de doença ou vítima de seqüela resultante de acidente reúne condições para exercer determinada atividade (ocupação); é o denominado exame de aptidão/inaptidão física e/ou mental. O serviço é oferecido a Seguradoras, Bancos, Financeiras e empresas em geral.

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SEGURO GARANTIA

“Seguro Garantia Término de Obras” e suas peculiaridades O Programa Minha Casa Minha Vida, lançado em 2009 pelo Governo Federal, filtradas e balanceadas as suas críticas, é certamente um dos maiores da história no segmento, subsidiando a aquisição de moradias para famílias com renda de até 1,8 mil reais e facilitando o acesso na compra para famílias com renda de até 7 mil reais. O Programa possui diversas modalidades de financiamento, organizadas em 05 (cinco) faixas distintas e utiliza recursos do Ministério das Cidades, os quais são repassados para a Caixa Econômica Federal, responsável pela gestão dos financiamentos. Os diversos problemas enfrentados ao longo dos últimos anos, dentre estes o atraso na entrega de empreendimentos, a qualidade das obras e a mora dos mutuários no cumprimento dos

contratos de financiamento, fatores que se agravaram com a crise financeira que ainda assombra o país, resultou na adoção de diversas medidas pelos governantes, no intuito de trazer maior eficácia e transparência ao Programa. Entre tais medidas, apresentou-se o Seguro Garantia, produto comercializado há diversos anos no país e que possui por princípio básico o cumprimento de obrigações contratuais formalizadas entre determinadas partes. O Seguro Garantia possui entre os seus alicerces o “step in rights”, ou seja, a possibilidade de o agente segurador contratar uma terceira empresa, no intuito de garantir-se a entrega das obrigações garantidas e pactuadas entre as partes contratantes, ou ainda, o pagamento da indenização securitária em espécie, após a devida apuração dos

D r. B r u n o L a c e r d a Gusmão sócio da Haüptli Advogados Associados, empresa do Grupo Fox

prejuízos experimentados pelo segurado. Diante das necessidades da Caixa Econômica Federal (Segurado), o produto passou por diversas adaptações, inerentes à especificidade de um projeto da envergadura do Minha Casa Minha Vida, e dentre estas a “obrigatoriedade” do agente segurador adotar as medidas necessárias para a


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retomada das obras, as quais somente serão indenizadas em espécie à Caixa Econômica Federal (Segurado) em casos específicos, assunto este que não é objeto do presente artigo. A participação dos agentes seguradores facilitou sobremaneira na retomada das obras, com a obrigatoriedade da contratação do Seguro Garantia na modalidade “Executante Construtor Término de Obras”, exceto nas obras da chamada “Faixa 1” do Programa, a qual engloba as famílias com menor renda. O Tomador do seguro são os construtores das obras do Programa, observadas as peculiaridades de cada empreendimento, figurando como Segurado a Caixa Econômica Federal, sendo possível a contratação de financiamentos tanto pelas construtoras como pelas pessoas físicas interessadas na aquisição das unidades residenciais. A eficácia do mercado segurador evidencia a importância de sua participação no Programa, ao ponto de verificarmos em matérias publicadas na mídia recentemente mencionarem problemas apenas em empreendimentos da chamada “Faixa 1”, a qual não conta com a contribuição do mercado segurador (Fonte: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2018/07/milhares-dei m o v e i s - q u a s e - p r o n t o s - d e i x a m - d e - s e r- e n t r e g u e s populacao.html). Obviamente diversos problemas são enfrentados pelos agentes seguradores também em suas “faixas de atuação”, mas é salutar destacarmos as melhorias resultantes de sua profissional e obstinada participação. Entretanto, a existência da apólice de Seguro Garantia, aliada ao desconhecimento geral da população sobre a cobertura securitária contratada, resultou no aumento do número de ações judiciais propostas por mutuários em face dos agentes seguradores, seja por atrasos na entrega dos empreendimentos ou falhas em suas execuções. O principal ponto a ser registrado sobre este assunto, por outro lado, é o fato dos agentes seguradores não possuírem qualquer responsabilidade pelo término das obras perante os mutuários e demais adquirentes de unidades nos referidos empreendimentos. O referido raciocínio decorre do fato de não existir qualquer relação jurídica estabelecida entre os seguradores e os mutuários. Isso porque em nenhum momento o agente segurador realiza qualquer contratação e/ou torna-se garantidor dos direitos de propriedade do mutuário, o qual firma contratos com os construtores e eventualmente com a Caixa Econômica Federal, caso opte pelo financiamento do imóvel. E mais, a participação do agente segurador é de auxiliar da Caixa Econômica Federal (Segurado) na gestão das retomadas das obras, sendo que esta é o Segurado constante da apólice, o qual determina inclusive se deve ocorrer a

retomada das obras ou o pagamento da indenização securitária em espécie, como registrado acima. Em decisões recentes, os Tribunais Regionais Federais vêm acolhendo o referido entendimento e reconhecendo o papel dos agentes seguradores nas apólices de “término de obra”, senão vejamos: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA. PARALISAÇÃO DA OBRA. DEMORA NA SUBSTITUIÇÃO DA CONSTRUTORA. NECESSIDADE DE C O M P R O VA Ç Ã O , E M C O G N I Ç Ã O EXAURIENTE, DA SUPOSTA OMISSÃO DA CEF NO CUMPRIMENTO DE TODAS AS OBRIGAÇÕES QUE LHE CABEM NO CONTRATO. AFASTADOS OS EFEITOS DA DECISÃO AGRAVADA QUE DETERMINOU À CAIXA ECONÔMICA FEDERAL O DEPÓSITO M E N S A L D E A L U G U É I S E M C O N TA À DISPOSIÇÃO DO JUÍZO. TUTELA ANTECIPADA Q U E A P R E S E N TA N Í T I D O P E R I G O D E IRREVERSIBILIDADE (ART. 300, § 3º, DO CPC/2015). REFORMA DA DECISÃO. (...) 2. Cabe à CEF notificar a seguradora acerca da situação de atraso na obra, para que esta promova as providências necessárias a garantir a continuação do empreendimento, o que inclui a retomada da obra sinistrada e a contratação de um Construtor Substituto. (...) 4. É certo que cabe à CEF a análise e aprovação da construtora substituta indicada, a 1 liberação do "valor remanescente das parcelas do f i n a n c i a m e n t o ( v a l o r d o financiamento/arrendamento não liberado) diretamente à SEGURADORA" e o pagamento do sobrecusto que exceder o limite máximo de responsabilidade da seguradora (item 12.12 das Condições Especiais da apólice). (...) 6. Apesar de restar demonstrada a demora na substituição da construtora, deve haver respeito a todas as etapas administrativas e contratuais impostas, sendo certo que somente em cognição exauriente será possível aferir eventual omissão da CEF no cumprimento de todas as obrigações que lhe cabem no contrato. (...) (TRF-2 - AG: 00070318320174020000 RJ 000703183.2017.4.02.0000, Relator: JOSÉ ANTONIO NEIVA, Data de Julgamento: 25/08/2017, 7ª TURMA ESPECIALIZADA) Ao final, importante destacarmos a seriedade com que o referido assunto deve ser tratado, uma vez que pode abalar significativamente toda a cadeia produtiva envolvida no Programa Minha Casa Minha Vida, bem como nas demais linhas de crédito geridas pela Caixa Econômica Federal (Segurado), sendo de suma importância a participação do corretor de seguros na disseminação de tais conceitos e entendimentos.


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COMBATE À FRAUDE

Fox Regulação & Auditoria trabalha para evitar perdas às seguradoras no DPVAT As fraudes e irregularidades no DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) – o seguro obrigatório para veículos automotores que deve ser pago todo ano pelos proprietários – trazem grande prejuízo à seguradoras que atuam no ramo. Em todo o Brasil, todos os meses existem muitas tentativas de má-fé para de receber a indenização como vítima de acidente de trânsito. O trabalho de análise e investigação realizado pela Fox Regulação & Auditoria no seguro DPVAT tem como objetivo evitar justamente que as seguradoras façam o pagamento de indenizações fraudulentas. Os processos de DPVAT se desenrolam em duas esferas: inicialmente a administrativa, quando a seguradora está em seu prazo de até 30 dias para indenizar o sinistro; e depois a judicial, quando o segurado abre litígio para reclamar seja da demora em receber o valor, ou do valor em si, que ele acredita que deveria ser superior, ou da negativa de pagamento. Até 2017, a Fox atuava somente na espera judicial e em 2018 passou a cuidar dos processos da esfera administrativa. “Na

esfera judicial tínhamos processos muito antigos, alguns de 10 anos atrás, cuja reclamação era justamente pela demora. Nos administrativos ajudamos que o processo seja rápido e dentro do prazo”,

alerta (a Fox faz o alerta à seguradora para que aguarde mais um pouco, pois precisa de mais investigações) ou irregular (que já está provado que tem problemas e que por isso o pagamento não deve ser feito). Em 2017, a Fox realizou 1.727 análises de processos DPVAT. Destes, 136 foram classificados como regular, 1.127 como alerta e 464 como irregular. Em 2016, foram 1.681 análises de DPVAT, sendo 164 classificados como regular, 1.296 como alerta e 1.681 como irregular.

VIDA&DPVAT Fox Regulação & Auditoria

explica Ronald Faverani, gestor de Análise e Auditoria nos segmentos de DPVAT e vida da Fox. Após a análise, cada processo é classificado como regular (quando a Fox constata que está tudo certo e que a seguradora deve fazer o pagamento),

“Alerta é o que mais nos frustra, pois sabemos que algo está errado, mas ainda não conseguimos as provas documentais. E é o que sempre apresenta maior índice. No entanto, conseguimos auxiliar a seguradora a descobrir as provas. Em muitos casos a Fox não consegue constatar a irregularidade porque chegamos a algum órgão que diz que somente vão responder ou entregar tal documento diretamente à seguradora. Há órgãos que exigem a presença dos familiares e beneficiários da vítima para que possam entregar as provas. Isso acaba barrando um pouco a reguladora, mas damos o alerta e o caminho para a seguradora concluir as provas”.


DIREITO

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Ressarcimento no Transporte Aéreo Internacional após a decisão de repercussão geral do STF Foi no dia 25/05/2017 que o Pleno do Supremo Tribunal Federal, apreciando o Tema nº 210 da repercussão geral, por maioria de votos, deu provimento ao recurso extraordinário interposto pela companhia aérea Air France, para reduzir o valor da condenação por danos materiais fixada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, limitando a indenização ao patamar estabelecido no artigo 22 da Convenção de Montreal. Naquela ocasião, foram “vencidos” os Ministros Marco Aurélio e Celso de Mello, cujos votos negaram provimento ao recurso extraordinário. Naquela oportunidade, restou fixada a seguinte tese: “Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor”. Naquela altura, por força de lei, centenas de ações regressivas de ressarcimento ajuizadas por seguradoras contra companhias aéreas, em razão de extravio e/ou avarias de cargas transportadas, estavam suspensas, aguardando o julgamento do processo acima mencionado, cuja decisão provavelmente balizaria (equivocadamente), o entendimento do Judiciário em relação ao tema em comento. Permito-me dizer (e repetir) equivocadamente, pois, com o devido respeito aos que pensam o contrário, não existe nenhuma relação entre a questão discutida naquele recurso extraordinário e as ações regressivas ajuizadas pelas seguradoras. O processo julgado pelo STF trata, resumidamente, do extravio de bagagem ocorrido no transporte aéreo de passageiros. Situação completamente distinta se verifica nas ações regressivas

ajuizadas pelas seguradoras, em que o que se discute é o inadimplemento de um contrato de transporte de carga. A suspensão das ações regressivas ajuizadas era o prenúncio de que a decisão do STF, provavelmente, faria com que os julgadores, em alguns casos, misturassem “alhos com bugalhos” e aplicassem, indiscriminadamente, o entendimento do STF para todo o tipo de ação “semelhante”. No entanto, como já dito acima, não há qualquer semelhança entre as ações mencionadas. Desta forma, parece lógico concluir que ações “diferentes”, reclamam decisões “diferentes”. Como já vem sendo debatido por defensores da tese que também defendo, a aplicação da legislação de proteção ao consumidor, para as ações regressivas de ressarcimento, não se revela um ponto crucial. Na verdade, o dever de reparação integral exsurge de diversas frentes (Código Civil, Constituição Federal, Código Brasileiro de Aeronáutica, súmula 188 do próprio STF) e da própria Convenção de Montreal que, ao menos em minha opinião, restringe a indenização tarifada para as hipóteses de acidente de navegação ou ainda, quando não se verifica a culpa grave dos prepostos da empresas.

Fabio Spinola Esteves Rocha é Coordenador dos Núcleos Contencioso e de Ressarcimento do Escritório Haüptli, é formado em direito pela Universidade São Francisco, PósGraduado em Direito Civil e Processual Civil pela Escola Paulista de Direito.

Como prestadores de serviços do mercado segurador, temos acompanhado muito de perto as decisões proferidas nas ações regressivas. Já nos deparamos com juízes que “fecharam os olhos” e aplicaram o entendimento do STF de maneira indiscriminada e descompromissada com a justiça, assim como também já tivemos o prazer de acompanhar decisões onde os julgadores tiveram a sensibilidade de não estender de maneira irresponsável os efeitos da decisão do STF para casos em que ela não se apresenta como paradigma. Enfim, é uma boa luta, e que está apenas começando, e temos (na qualidade de advogados de uma parcela do mercado segurador) total responsabilidade em conduzir essa questão com a seriedade que ela merece.


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RESSEGUROS

Estratégias para manter a liderança no mercado ressegurador brasileiro Em 10 anos de mercado aberto no setor de resseguros brasileiro – portanto ainda bem recente se comparado com os mercados internacionais, já bem maduros –, saímos de um ambiente de órgão ressegurador único para mais de 100 companhias resseguradoras atuando no Brasil, classificadas na Susep como locais, admitidas ou eventuais. O IRB Brasil RE, que no mercado fechado detinha o monopólio de resseguros, desde a abertura segue na liderança no Brasil. “Com a quebra do monopólio, focamos em um trabalho extremamente forte para manter a liderança do IRB Brasil RE no Brasil e para nos adaptarmos ao novo mercado resseguros no país”, afirma José Farias, diretor Corporativo de Resseguros do IRB Brasil RE. Segundo ele, com a abertura, aconteceu de algumas seguradoras migrarem parte de sua capacidade para outras resseguradoras, como um teste, mas acabaram retornando. “Das 11 linhas de negócios que o IRB opera – praticamente todas, menos saúde – somos líderes em nove. Agora estamos buscando liderança na América Latina”, diz. “Em 2015, o IRB começou a se estruturar para a internacionalização com a abertura do escritório em Buenos Aires. O mercado brasileiro continuou sendo o pilar, mas houve direcionamento para operações no exterior com foco na América Latina”. As principais linhas de negócio do IRB Brasil RE são patrimonial, rural e vida. A receita provém de portfólio diversificado: 64% Brasil e 36% exterior. Nesses 10 anos de abertura, o IRB Brasil RE precisou se reinventar. Antes era praticamente uma área de conforto, com a obrigatoriedade de aceitar todos os riscos e todos os riscos serem feitos com o IRB. Depois, foi preciso avaliar cada risco que entrava, indicar melhorias para a aceitação, e encarar o mercado de concorrência. Para chegar ao patamar em que se encontra hoje, de acordo com José Farias, foram necessários: mudança de

de risco por parte do segurado, e devidamente subscrito pela seguradora com base em uma boa inspeção prévia de risco, fomenta o mercado à medida que mitiga o risco de ocorrência de sinistro. “E em caso de ocorrência de sinistro, muito provavelmente essas perdas não serão tão severas”.

José Farias, diretor Corporativo de Resseguros

O bom gerenciamento de risco é fundamental para a aceitação do risco pela seguradora, uma vez que leva a uma melhor avaliação desse risco e consequentemente influencia na taxação, franquia, coberturas aceitas etc. “Gerenciamento de risco não visa somente a prevenção de danos materiais, mas também pelas vidas das pessoas envolvidas na operação do segurado. A

cultura para uma visão focada no cliente; oferecimento de capacidade de resseguro com ampla oferta de serviços, aprimorando guidelines e ferramentas de controle e precificação; investimentos pesados em tecnologia; programas de inovação – insurtechs; operações no exterior com suporte de parcerias estratégicas; alavancagem operacional suportada por robusto programa de retrocessões; operação amparada em fortes mecanismos de compliance; e política de portas abertas, potencializando o poder de decisão local. Regulação de sinistros e gerenciamento de riscos Neste novo cenário tornou-se ainda mais importante a regulação de sinistros e o gerenciamento de riscos para o desenvolvimento do mercado. “Enquanto o gerenciamento/ controle de risco representa a ponta inicial do processo, a regulação é a entrega do produto seguro na ponta final. Estão intrinsecamente ligados”, alega Carlos Augusto Velloso, diretor de Sinistros do IRB Brasil RE. Ele destaca que um bom gerenciamento

Carlos Augusto Velloso, diretor de Sinistros

manutenção preventiva amplia a vida útil dos equipamentos e estruturas. Assim, a inspeção de risco é fundamental e determinante para a aceitação de um risco por parte do mercado segurador e r e s s e g u r a d o r. Ta l r i s c o d e v e s e r conhecido pelo segurado, que deve tomar as medidas cabíveis para identificar, mitigar e controlar esse risco”, aponta Velloso.


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O produto de uma boa regulação de sinistro tem como objetivo: Ÿ

Apuração de prejuízos, com o pagamento dos valores corretos.

Ÿ

Redução de custos indevidos ou desnecessários, com a apuração correta dos prejuízos e pagamento de uma indenização devidamente ajustada pela regulação.

Ÿ

Controle de fraudes (estudos do mercado demonstram que em média 30% das indenizações pleiteadas no mercado são fraudulentas).

Ÿ

Atendimento ao cliente como feedback do produto “seguro” – Entrega do produto da seguradora com rapidez e qualidade.

Ÿ

Parceria com novas empresas para renovação e desenvolvimento do mercado de regulação;

Ÿ

Desenvolvimento de novas tecnologias na área (ex. Drones, como ferramenta de avaliação de prejuízo, reduzindo o custo e o tempo da regulação);

Ÿ

Melhoria nos clausulados com base na experiência aprendida por meio dos sinistros;

Ÿ

Troca de know-how – Com os sinistros mais complexos sempre se aprende mais um pouco. Nesses casos mais complexos é comum a participação de profissionais de diversas especialidades, sejam eles, peritos, reguladores, advogados, muitas vezes trazendo a experiência de casos do exterior, além das próprias equipes internas das seguradoras e das resseguradoras e as oportunidades de trocas de informações são diversas.

Novidades No quesito inovação, os executivos do IRB Brasil RE destacam, ainda, na área de Sinistros o desenvolvimento de um aplicativo de regulação de sinistros de Agro, um manual de Regulação de Sinistros de RC ônibus para os clientes dessa carteira e o desenvolvimento, em parceria com a área de Marine e os principais clientes do Produto para Embarcações de Recreio, uma plataforma integrada de consulta de embarcações sinistradas, com o objetivo de reduzir as fraudes nesse segmento.

PROPERTY Fox Regulação & Auditoria inova com vistorias online Desde julho de 2018 a Fox Regulação & Auditoria, em seu setor de property, passa a utilizar novo sistema de vistorias online. “Nosso vistoriador faz a análise e insere os dados no sistema via smartphone ou notebook e o cliente pode acompanhar em tempo real”, explica Alexandre Massao, sócio da Fox Regulação & Auditoria. Com o nosso sistema, os processos de vistorias ficam mais ágeis e transparentes para todos os envolvidos, como o segurado e a seguradora. O sistema estará disponível nos seguros de Property, como riscos de engenharia, término de obras e também em loss prevention.


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EXPERTISE

Cases de recuperação de carga roubada Atuar em nosso mercado de seguros de transportes exige buscar constante evolução para oferecer um bom gerenciamento de riscos, estar sempre à frente dos bandidos, e oferecer a melhor análise de riscos às seguradoras. Por isso o Grupo Fox tem agregado novas empresas e profissionais especializados, oferecendo suporte completo ao transporte de

carga. Com os novos serviços, incorporados recentemente, temos tido ainda mais sucesso na recuperação de cargas. “Estamos aprimorando nossos serviços de inteligência e buscando parcerias para oferecer o melhor ao mercado”, declara Paulo Rogério Haüptli, diretor do Grupo Fox. Recuperação de gêneros alimentícios

Carga de sapatos localizada No início de junho, com pouco mais de uma semana integrando o Grupo Fox, a EM Prevenção em Riscos Logísticos já mostrou a eficiência desta parceria. Utilizando o software de rastreio da One Risk, também integrante do Grupo Fox, as empresas realizaram a recuperação de uma carga de sapatos que havia sido roubada, avaliada em aproximadamente R$ 1 milhão.

Em maio, as empresas Fox Auditoria & Regulação e One Risk, recuperaram mais uma importante carga. Em parceria com a polícia local, conseguiram chegar aos meliantes, e recuperar a carga de gêneros alimentícios, avaliada em milhares de reais, na cidade de Ibimirim, em Pernambuco.

Recuperação de carga de cerveja No mesmo mês as empresas Fox Auditoria & Regulação, One Risk, e EM, atuaram em conjunto para a recuperação de uma carga de cervejas Budweiser. O motorista que fazia o transporte da mercadoria da Ambev para o ponto de distribuição foi abordado por ladrões que levaram a carga. A equipe do Grupo Fox foi acionada pela seguradora e, com uso de sua tecnologia e apoio da apólice, encontrou a carga que estava sendo descarregada pelos bandidos em um sitio em Campinas. Duas pessoas foram presas.

Carga de azeites Em ação conjunta com o Delegado do Setor de Investigações Gerais de ArarasSP, Dr. Tabajara Zuliani dos Santos, as empresas Fox Auditoria & Regulação e One Risk atuaram na recuperação de uma carga de azeites, avaliada em R$ 390 mil. As investigações a um suspeito na cidade vizinha de Santa Cruz da Conceição (SP) os levaram a um sítio nas proximidades, onde a carga foi apreendida.

Auxílio no combate ao furto e receptação de cargas O Grupo Fox está com a sua equipe de prontidão e acompanhando os detalhes da Operação Transbordo, que foi deflagrada pela Polícia Federal no dia 17 de julho, com a finalidade específica de combater os crimes de furto e receptação de cargas.

caminhões, os quais simulavam terem sido sequestrados por assaltantes, enquanto outros integrantes realizavam a desativação dos dispositivos de segurança do caminhão e a subtração da carga, sendo que ao final o motorista comparecia em um órgão policial para realizar a falsa comunicação de crime.

A operação visa desarticular uma organização criminosa envolvida em crimes de furto e receptação de cargas e caminhões em diversos estados do nordeste e sudeste, valendo-se de falsas comunicações de crimes de roubo, além de adulteração de veículos, golpes em seguradoras e outros delitos.

Apesar da investigação ter sido conduzida pela Polícia Federal de Alagoas, foram expedidos 173 mandados judiciais pela 17ª Vara Criminal de Maceió/AL, sendo 106 mandados de busca e apreensão, 64 mandados de prisão e 03 mandados de interdição de empresas envolvidas em receptação de mercadorias, os quais foram cumpridos nos Estados de Alagoas, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará e Pernambuco.

O esquema contava com a participação dos motoristas dos


TRANSPORTES

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Seguro: explosão do roubo de carga rodoviária É impressionante o que estamos vivendo neste país. Que sabemos, tem tudo para proporcionar a seu povo a melhor qualidade de vida que se pode oferecer. Dentro disso podemos citar o que tem ocorrido no transporte rodoviário de carga. Temos visto que, praticamente, não há mais como ser realizado em segurança. Em especial em São Paulo e Rio de Janeiro, que concentram a maioria dos roubos registrados. No Rio de janeiro, a situação é gravíssima e a recusa no transporte coloca em cheque o abastecimento da cidade. Como se comportará a cidade, em especial as autoridades, e muito mais a população, com o desabastecimento? Especialmente de gêneros alimentícios? Além dos políticos, agora o crime organizado, que não é de hoje, mas cresceu além da conta, faz sua parte na destruição da cidade. O que se pretende fazer é uma incógnita. Resolverá a intervenção federal em andamento? De que maneira a população e as segura-

doras podem mudar isso? Obrigar as autoridades a serem mais efetivas no combate ao roubo de carga? Partir para a tolerância zero? É o ideal, mas como reagirão todos, em que a cada ação forte da polícia ela é fortemente criticada neste país? Ocorrerá o mesmo com o exército? Precisamos adotar a mesma prática de há uns bons anos em Nova York. Tolerância zero. Ou obrigar as transportadoras a colocar em cada veículo, juntamente com a carga, segurança fortemente armada, como se partisse para a guerra? Que na realidade é? Mas quanto custará? É viável a colocação em cada veículo de seguranças ou veículos rodeando-o? Como fica a questão quanto a termos no país dois milhões de veículos de carga? É uma situação por demais complicada e inviável em termos físicos e econômicos. As seguradoras, entendemos, nem tem como forçar essas ações da polícia e transportadoras. Talvez a força delas seja não contratarem mais seguros, como f o r m a d e forçarem isso e não terem prejuízos. Mas, elas são seguradoras, o negócio delas é esse, como poderão não trabalhar mais isso? É possível, quiçá, mais à frente, uma união de todos estes intervenientes? Talvez no extremo, com d e s a b a s t e c imento, não contratação de seguro e recusa de realização de

Samir Keedi Professor de MBA e da Aduaneiras, bacharel em economia, mestre em administração e autor de vários livros sobre transportes, seguros, logística e comércio exterior

transporte. Ou seja, paralização absoluta. Perguntamo-nos se veículos autônomos e drones seria a solução. Em que o roubo de carga seria dificultado, ainda mais se pneus e vidros dos veículos fossem blindados e impossíveis de serem danificados. Mas isso ainda está longe. Com os drones seria bem mais complicado, pois a capacidade é diminuta, portanto, não é opção de transporte. E poderia ser facilmente abatido no ar. Realmente estamos vivenciando uma situação inusitada neste país, inimaginável para nossas potencialidades, tamanho e população. Acreditamos que a esta altura, temos que confiar que este país deixe de ser da impunidade. Certamente, essa é a explicação mais adequada para o que vem acontecendo com o roubo de cargas. Brasil, vamos mudar nossa história de mais de 500 anos, como fizeram muitos países ao longo do tempo. Em especial nas últimas décadas, pela educação e firmeza, Japão, Finlândia, Coréia do Sul, China e agora na fila a Índia. Vamos deixar de ser o país do futuro, que ele não existe nunca ninguém viu. Só existe o presente, e é nele que produzimos, transportamos e seguramos mercadorias. Acorda Brasil, o sono amortece as impressões e impede o avanço.


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GARANTIA

O seguro de garantia e o êxito na subrogação Desde o surgimento do seguro de Garantia no Brasil, sua forma de atuação nas modalidades mais importantes, esteve vinculada à necessidade de comprovação de prejuízos por parte do segurado, tal como se depreende do texto da Circular 32, de 06 de junho de 1978, pela qual a SUSEP – Superintendência de Seguros Privados aprovou o modelo de Apólice e Proposta para o Seguro A Seguradora, tendo em vista as declarações constantes da proposta e de outros documentos que, servindo de base às garantias da presente apólice, ficam fazendo parte integrante deste contrato, obriga-se a indenizar, de acordo com suas Condições Gerais e Particulares, os prejuízos decorrentes de falta de cumprimento de obrigações contratuais assumidas pelo Garantido. Assim como em outros mercados, o uso primeiro do seguro de garantia esteve ligado aos contratos administrativos, assim entendidos aqueles que tendo a Administração Pública, direta ou indireta como uma das partes, firma com um particular, contrato regulado pelas regras de direito público, exclusivamente, tendo por objeto a consecução de interesses públicos (CARVALHO FILHO, p. 161). O Código Civil em diversos mecanismos estabelece que a existência de prejuízo é efetivo antecedente à qualquer indenização, tal como consta, por exemplo, do Artigo 776: Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido, salvo se convencionada a reposição da coisa. Independente do valor previsto como limite das garantias, a necessidade de determinação dos prejuízos para se promover uma indenização requer a devida regulação do sinistro e apuração dos prejuízos e culpabilidade, ou seja quem deu causa ao evento. Isto é de extrema importância,

porque se o sinistro se der por causa do próprio segurado este é um dos motivos de excludentes da apólice. Assim, da simples assinatura de um contrato decorrem obrigações anexas que independem do quanto formulado pelas partes. Assim, por exemplo, a mora na entrega do objeto, a possibilidade de cobrança de juros, o direito ao recebimento de perdas e danos, o direito do contratado em obter o recibo pelo pagamento, o direito à manutenção do equilíbrio econômicofinanceiro do ajuste, a isenção de responsabilidade diante de caso fortuito ou força maior, o direito de retenção e vários outros especificados em lei. Mas, não apenas estes. Outros foram incorporados pela legislação como cláusulas abertas, capazes de adaptarem-se ao caso concreto, às condições vigentes à ocasião, como ocorre com a cláusula de boa-fé objetiva ou da finalidade social do contrato. Em geral, a resolução ou rescisão de um contrato, com o afastamento do contratado por falha na execução, inexecução total ou inadimplementos das obrigações diretas, anexas ou de conduta ocasionam a necessidade de substituir a empresa para que se retome o objeto da avença, substituição que representa uma patologia ensejadora de prejuízos passíveis de cobertura pelo seguro.

Hilton Gomes dos Santos, Head Claims Brazil, Senior Vice President na Swiss Re Corporate Solutions Brasil Seguros

designados de acordo com a especificidade de cada caso concreto emitirá seu parecer acerca da existência ou inexistência de cobertura para o evento reclamado, bem como determinará em caso de cobertura os valores apurados de prejuízos a que terá direito o beneficiário da indenização. É inegável que o espírito presente no mercado de seguro de garantia, desde o seu primeiro momento, sempre esteve ligado à prévia determinação de prejuízos, antes de se promover ao pagamento de qualquer indenização. Sentimento que tem razão de ser pelo fato de que a possibilidade de obter o futuro ressarcimento do quanto indenizado, depende do manejo adequado das ações de execução, ações monitórias ou mesmo de conhecimento, pelas quais deve demonstrar que agiu corretamente na administração dos bens pertencentes à mutualidade.

Indenização. Caracterizado o sinistro, a seguradora indenizará o segurado, pagando o valor descrito nesta apólice, consideradas as reduções previstas no contrato, uma vez que o prejuízo decorrente da inadimplência do Tomador, para efeito deste seguro, é o valor garantido por esta apólice. Assim, efetuado todo um processo de regulação de sinistros com a avaliação dos argumentos trazidos por Segurado e Tomador, e suportado por toda a documentação pertinente a cada caso, a seguradora reunida com seus assessores

Neste sentido, nos cabe trazer a lume uma das questões de maior importância em uma regulação de sinistro de seguro garantia, que é a sub-rogação em face do tomador e seus garantidores. Em nosso entender, o processo de subrogação deve se iniciar já no início da regulação de sinistros, momento em que a equipe de sinistros e seus assessores para a regulação devem iniciar todas as medidas investigatórias para se acautelar em um possível ressarcimento. Aguardar o desfecho da regulação de


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sinistros, para iniciar o processo de ressarcimento muitas das vezes trará prejuízos a seguradora, que terá grandes dificuldades para o exercício de seus direitos de regresso. Mais do que isso, o acesso ao judiciário não é uma garantia perfeita de que poderá recuperar os valores pagos. Diferente do que ocorre com os bancos que, ao emitirem cartas de fiança procuram preservar e reservar uma parcela do patrimônio do

afiançado para suprir o eventual pagamento pelo seu inadimplemento, as Seguradoras costumam ter em mãos tão somente um Contrato, denominado de Contra Garantia, que sequer se constitui em título executivo extrajudicial. Por tais razões, entendemos que a condução de uma forte instrução que dê embasamento a uma negociação com o tomador ainda na fase de regulação de sinistros sempre trará maiores êxitos à cia seguradora para

recuperação de valores porventura indenizados. As seguradoras precisam se valer das relações comerciais existentes com os tomadores para alavancar uma eventual negociação em fase ainda não litigiosa, que sempre trará resultados mais frutíferos na busca da recuperação de valores a serem indenizados, prática de há muito já existente no mercado norte americano, país de vanguarda para o seguro garantia.

PANORAMA Seguros reservam oportunidades para os bons corretores O evento Insurtech Brasil 2018 reuniu startups, investidores e seguradores para apresentar e conhecer as novas ideias para atender o consumidor moderno Vivemos uma eterna discussão a respeito dos chamados riscos declináveis e outra sobre o avanço dos modelos de venda de seguros via internet – chamo de venda porque estes sistemas em geral se baseiam no preço e não no serviço que o bom corretor profissional está habilitado a prestar no dia a dia a seus segurados. Eu, pessoalmente, não acredito muito na existência de riscos declináveis nem tão pouco nos sistemas de venda via internet. Sabendo procurar achamos aceitação para praticamente tudo. É claro: tudo menos riscos realmente ruins, que de verdade não têm condições de serem segurados, mas que poderiam se qualificar se fossem trabalhados para ter um bom sistema de proteção. Então, o corretor tem que se preparar para antes de submeter um risco difícil ao mercado, fazer com que ele, se for o caso, seja melhorado. Isso pode ser obtido com recomendações de um relatório de inspeção ou check list detalhado, que podem ser feitos pelo próprio corretor interessado, de forma a despertar o interesse do mercado na conta mostrando que ela é boa e que merece ser olhada pelas

seguradoras. Na minha opinião, o segredo está em saber procurar, e de alguma forma mostrar que se trata de um bom risco numa atividade considerada difícil, de forma a tentar despertar o interesse da seguradora. Outro caminho, se houver prêmio um pouco mais expressivo, é procurar o apoio de um corretor de resseguros e se aproximar do mercado já com uma condição de retrocessão na mão, o que, em muitas situações, resolve o problema. De forma semelhante, os sistemas de venda pela internet também não me assustam, porque por melhor que seja o corretor eletrônico, ele não consegue igualar o nível de serviço que um bom profissional presta e além disto, estes “sistemas” implicam num investimento significativo em mídia, telemarketing e desenvolvimento de ferramentas que com frequência acabam em algum momento sendo oferecidas gratuitamente aos corretores, até porque a dinâmica de desenvolvimento destas ferramentas e de novos de canais de distribuição eletrônico se tornam obsoletas

Renato Cunha Bueno é sócio-diretor da ARX Re Corretora de Resseguros e coordenador da Comissão Grandes Riscos e Resseguros do Sincor-SP.

e ou de domínio público rapidamente. O que eu acho importante é que o corretor tenha facilitadores e canais eletrônicos para divulgação, também como alternativa de acesso para uma carteira de clientes já existente, o que não é caro nem difícil. Por isso, creio que o corretor profissional que presta serviços tem um futuro luminoso à sua frente. Para este, o risco declinável é uma oportunidade e, considerando que as plataformas digitais nunca prestarão serviços com a qualidade e amplitude que ele pode oferece, este fantasma também pode ser afastado.


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DISTRIBUIÇÃO DE SEGUROS

Uma análise empírica do perfil do consumidor de seguros online, pela motivação de compra Desde 2013, muito se tem procurado conhecer e compreender sobre o perfil do consumidor online de seguros, e existem diversas pesquisas e análises com diferentes critérios de classificação. Numa rápida pesquisa pela web, já se depara com inúmeros estudos e pesquisas, classificando os e-consumidores pelos mais diversos critérios objetivos, como gênero, estado civil, faixa etária, nível socioeconômico, ramos e produtos de preferência, horários de compra, origem e local de pesquisa (se no trabalho ou em casa), profissão, região do país, se já possuíam seguros ou não, quais seriam seus meios preferenciais de pagamento, os tipos de dispositivo utilizado na prospecção e/ou no processo de compra, o que vale dizer, se através de celulares, laptops, ou desktops (esses útimos, já fadados ao esquecimento em breve...). Além disso, em busca de maior eficiência, o mercado já se vale de diversas tecnologias e ferramentas de Business Intelligence e Inteligência Artificial, a fim de cruzar todas estas informações, para mapear e entender cada vez mais o consumidor de seguros digital. Ocorre que como um estudioso e apaixonado pelo processo de vendas e negociação, confesso que nunca tive oportunidade de acessar uma pesquisa confiável, e profunda que abordasse os aspectos mais subjetivos e comportamentais do que poderíamos denominar como fatores motivadores da decisão de compra neste universo. Mais do que qualquer outra análise qualitativa ou objetiva, é necessário saber o verdadeiro motivo, muitas vezes inconsciente, pelo qual um consumidor decidiu, naquele momento, entrar em um site e pesquisar ou comprar seu seguro. Como CEO da NKF Capacitação Corporativa, consultoria que atua em treinamento e capacitação em vendas, estamos estudando a fundo nestes

últimos 15 anos, as descobertas no campo de neuromarketing e economia comportamental, através de autores como Daniel Kahnemann, Amos Tversky, Dan Ariely, Martin Lindstrom, Cristophe Morin, Clotaire Rappaille e tantos outros. Está provado que esse tipo de análise e direcionamento é fundamental para o sucesso em qualquer tipo de venda, seja ele on ou off-line, afinal, muito mais importante do que saber o gênero, estado civil ou se um cliente possui carro ou não, o que faz diferença na hora da vender um seguro, é saber o que ele está sentindo no momento da pesquisa ou da compra. Por isso, com o objetivo de aprimorarmos sempre nossos processos de vendas e negociação, seja na H&H Corretora de Seguros, na segurobarato.net, nosso braço de seguros online, ou mesmo junto aos nossos clientes e parceiros corretores e startups do segmento de seguros, para buscarmos um ambiente digital cada vez mais efetivo, descrevemos abaixo os sete (novamente sete?...rs) tipos de clientes que compram seus seguros pela internet, só que desta vez classificados pelo seu “drive”, sua motivação de pesquisa ou compra. A pergunta que desejamos responder é, afinal, por que eles entraram na internet para comprar seus seguros? O que eles procuram? Observo antes, que o presente ensaio tem caráter eminentemente empírico, e foi baseado em análise comportamental, e na observação do dia-a-dia de vendas, em mais de 30 anos de experiência no mercado de seguros off-line, somada à visão e curiosidade de quem estuda vendas há 20 anos e procura conhecer cada vez mais consumidor e o funcionamento deste mercado que é ainda muito novo, desde seu advento. Os clientes descritos abaixo não estão determinados por uma classificação

Richard Hessler Furck é corretor de seguros, p r o fe s s o r d e M B A , consultor e palestrante. CEO da H&H Corretora d e S e g u r o s , C E O/ F o u n d e r d a segurobarato.net, e CEO/Founder da NKF C a p a c i t a ç ã o Corporativa.

hierárquica, ou sequer possuem qualquer juízo de valor, sendo que a presente análise busca apenas preparar o empreendedor que esteja inserido neste processo, para lidar com as sensações e expectativas do consumidor. São eles: 1) HUNTER (ou Caçador): São os clientes para os quais, não importando a qualidade apresentada, a rapidez do atendimento, ou a excelência do serviço prestado, serão sempre motivados pela cultura e pela percepção de que “sempre deve haver um negócio mais barato e melhor na internet”. Assim, dificilmente se fidelizarão após uma compra, pois, a qualquer oportunidade, tenderão a buscar melhores preços ou processos de compra mais amigáveis, em um site mais moderno ou numa empresa mais visível no momento. É o caso do rapaz de vinte e poucos anos, que ao contrário da indicação de cotar um seguro com o corretor que sempre atendeu ao seu pai, deseja, na verdade, mostrar que consegue um melhor negócio sozinho na internet. 2) HEAVY USER (ou Habitual): É o consumidor que se habituou ao canal de internet como seu meio predominante e preferencial de aprendizado, pesquisa, compra e solução de problemas. Podem ser tanto os consumidores mais jovens, que já nasceram num mundo onde a internet é a fonte de solução de todos seus problemas e anseios, quanto as pessoas de mais idade, originárias de mercados


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offline tradicionais, mas que possuem tempo escasso, desejam ter maior autonomia de decisão, não gostam de frequentar lojas, ou mesmo que preferem comprar sem a “pressão” da interação de vendedores. Muitos, começaram a conhecer este universo há pelo menos 10 anos, adquirindo livros, depois, partiram para os mercados digitais que se sucederam, comprando ingressos de cinema, cupons de descontos em restaurantes, e na medida em que a confiança no processo aumentava, passaram a fechar pacotes de viagens, e adquirir roupas, sapatos, pizzas, vinhos, e hoje procuram fazer tudo o que puderem pela web. O elemento preponderante na decisão de compra deste perfil é que ele procura economizar tempo, “confia” no ambiente web, paga no cartão de crédito ou em meios digitais como Paypal sem medo, é bastante autônomo e sabe “se virar” sozinho na busca por informação, e pode até fidelizar-se a uma marca ou site, pela praticidade de compra ou qualidade do produto. Atente-se que “qualidade” para este consumidor, pode ser traduzida em um site de navegação intuitiva e mais rápida, com questionários curtos e otimizados, fácil acesso a informação, bom posicionamento em páginas de pesquisa, e sobretudo, possibilidade de troca, e entrega confiável. 3) LATE ADOPTER (ou entrante): É o consumidor entrante, efetivamente novo naquele mercado, que não possui o hábito de consumir aquele produto ou serviço, mas que decidiu pesquisar sobre o assunto e progride para a decisão de compra. Como exemplos, posso citar o caso da pessoa que nunca fez seguro (por nunca ter tido carros ou mesmo por não ter hábito, mesmo tendo carro há anos), mas que ficou com “medo”, motivado por algum fator externo próximo, como o roubo do carro de um parente ou amigo, ou mesmo do executivo que está com dores no braço e procura um acupunturista especialista em “cotovelos”. Os late adopters de produtos tangíveis podem se fidelizar e tornarem-se consumidores contumazes com mais frequência, mas se um late adopter paga R$ 3.000,00 em um seguro pela primeira vez e não “utiliza o seguro”, pode voltar a desistir do mercado.

4) AVENGER (Vingador): É um consumidor que já possuía uma fonte habitual de compra de um produto ou serviço, no mercado off-line, mas que por algum problema eventual, ou um mal atendimento pontual, resolveu “se vingar” na internet. Note-se que alguns partem de uma (falsa) percepção de que na web não existem os custos comerciais tradicionais do mercado off-line, como comissões de vendedores e corretores, e por isso, pensa que “se é para ninguém me ajudar, então faço tudo sozinho pela internet mesmo”. Como esta relação de consumo nasceu por um ruído na relação passada, este cliente pode ser fidelizado, se a nova relação online já iniciar demonstrando um comportamento percebido como positivo por este novo prestador, ou com a oferta de um produto ou solução que não havia sido apresentada pelo fornecedor anterior. 5) SÃO TOMÉ: É aquele que na verdade pretende manter a relação com o prestador atual, e prefere ser fiel, mas que se vale da praticidade do universo digital apenas como comparativo de preços, para “tirar a dúvida”. Em casos de pequenas diferenças, ou empate de valores pela web, ele tende a prestigiar o atual prestador, e a maioria destes clientes, tende ainda a informa-lo sobre os valores para que sejam cobertos, caso o preço da web esteja menor. Importante analisar que este comportamento do consumidor não deve ser observado pelos atuais prestadores off-line como um comportamento “negativo” do consumi-

dor, por tratar-se de uma tendência cada vez mais comum, e, realmente creio que em breve, provavelmente a imensa maioria dos consumidores de produtos e serviços venha a se comportar de maneira semelhante, seja com seguros, viagens ou quaisquer outros produtos e serviços de natureza não específica e que se baseiem em uma relação de estrita confiança. 6) OUTCAST (exilado): É o consumidor que está “exilado”, que não pertence a um determinado mercado, por exclusão, como por exemplo, um segurado que possui um bem de difícil aceitação, ou perfil de taxa bastante agravada, e que acaba recorrendo à internet, como último recurso. Se este consumidor consegue uma solução para seu problema tende a se fidelizar por ter encontrado soluções quando mais precisava. 7) OCASIONAL: Trata-se de um consumidor com uma necessidade pontual imediata que precisa ser atendida, e que não possui relacionamento de fidelidade com nenhum prestador ou fornecedor. A necessidade pode ser uma viagem, a solução de um problema imediato (como procurar um eletricista), ou mesmo, a compra de um produto específico. Acontece, por exemplo, quando um diretor de uma empresa, assoberbado pelo trabalho, pede à sua secretária para fazer o seguro do carro novo que adquiriu para a empresa, para sua esposa ou seu filho. Ou ainda, o funcionário de uma empresa que recebe como tarefa, solucionar um problema ou fazer uma aquisição pontual. Novamente, quando o discurso de venda se volta para atender a quem está cotando (e não para o destinatário final da compra), pode haver a fidelização deste canal. Evidentemente, este ensaio não guarda a pretensão de classificar todos os tipos de consumidores e esgotar o assunto. Muito ao contrário, o que se intenciona é apenas provocar a discussão sobre este tipo de abordagem, com o objetivo de mapearmos cada vez melhor e com mais assertividade a potencial expectativa de compra do consumidor a fim de desenvolvermos um discurso ou um ambiente de vendas mais efetivo no universo de seguros online.


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EVENTO

Conflitos entre Poderes, Economia e Corrupção foram temas de destaque no VI CID - Congresso Internacional de Direito Parlamento legislando mal”. “Esse é um desafio que devemos todos colocar a nós próprios, para que o universo jurídico que temos resulte em maior equilíbrio da sociedade”, disse. O painel contou também com a participação do Presidente da União de Exportadores da CPLP, Mário Costa, que enfatizou o importante papel da Justiça e do Direito para que o potencial da CPLP se concretize: “O principal problema é a segurança dos negócios. Há muitos recursos naturais, know-how e tecnologia, mas falta-nos segurança nos negócios”, enumerando casos reais com que os empresários desses países se deparam. “Se nós queremos fazer negócios tem de haver um diálogo entre Tribunais.” O VI CID – Congresso Internacional de Direito, realizado no dia 10 de julho no Tribunal da Relação de Lisboa, em Portugal, abordou o tema "Os Desafios da Justiça e da Sociedade em um Mundo Globalizado". O evento contou com três sessões temáticas com jornalistas e juristas nacionais e internacionais que se debruçaram sobre assuntos como “Os Conflitos entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário", "Os Tribunais e a Economia” e “O Estado e o Direito face à corrupção”. Além disso, o Congresso contou com a presença e palestra do Prof. D r. A d r i a n o M o r e i r a , q u e n e s s a oportunidade também recebeu uma justa homenagem pelo trabalho que desenvolve no universo jurídico. O primeiro painel do VI CID, sobre os conflitos entre os Três Poderes, foi moderado pelo Secretário-Geral da CJLP - Comunidade de Juristas de Língua Portuguesa, Dr. Nelson Faria de Oliveira, e contou com a participação e palestra do Dr. José Eduardo Cardozo, ex-Ministro da Justiça do Brasil, com o Desembargador Alfredo Attié, Presidente da Academia Paulista de Direito, com a Dra. Eloisa Arruda, Secretária de Direitos

Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo (Brasil), e com o Dr. Pedro Paulo Manus, Diretor da Faculdade de Direito da PUC-SP. O painel ficou marcado por assuntos como o direito do trabalho e a “Judicialização” da Saúde no Brasil, que segundo a Dra. Eloísa Arruda: “Falta muita conversa entre o poder Executivo e o poder Judiciário, não por má-fé, mas muitas vezes por desconhecimento”. O segundo painel, moderado pelo Presidente Honorário da UIJLP - União Internacional de Juízes de Língua Portuguesa, Dr. Nuno Coelho, contou com a participação de juristas como o Dr. Geraldo Dutra de Andrade, Presidente da AMAPAR Associação dos Magistrados do Paraná (Brasil) que abordou o impacto relevante do judiciário perante assuntos econômicos desde os de carácter ambiental à circulação de bens e serviços; e a Dra. Guilhermina Freitas, Vice Presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, e também do jornalista José Gomes Ferreira, que declarou que “mais do que guardiões das leis devem ser guardiões dos interesses morais de um país, devem dizer “atenção que o

O terceiro painel, moderado pelo Dr. José Mouraz Lopes, Juiz Conselheiro do Tribunal de Contas, abordou um tema muito atual, "O Estado e o direito face à corrupção”, que contou com a participação do Dr. Ramos Soares, Desembargador Presidente da ASJP Associação Sindical dos Juízes Portugueses que revelou que “17 mil milhões de euros desapareceram do estabelecimento bancário nos últimos anos em Portugal”. “O que mostra a relevância do problema e que é preciso ser visto de forma integrada.” Outros dados também foram revelados pelo Dr. Jayme Martins, Presidente da AMB - Associação dos Magistrados Brasileiros: “A corrupção (no Brasil) está levando de 17 a 35% do que o Governo está pagando pelas obras”, acrescentando que “identificamse condutas antiéticas, corrupção de maior ou menor escala na sociedade”. O jornalista Luís Garriapa também participou no painel enfatizando que “sem o bom jornalismo o combate à corrupção será muito mais enfraquecido”. Após os três painéis, o VI CID contou com a palestra do Professor Dr. Adriano


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Moreira que começou o seu discurso frisando a sua preocupação no que se refere à violência em nível mundial. “É a primeira vez que o mundo está na mão de dois homens que podem desencadear o fim da vida na terra como a conhecemos”. Ele evidenciou as bombas atômicas e bombardeamentos das grandes guerras, o que levou essas gerações a reafirmar a fé na igualdade de direitos entre homens e mulheres e da dignidade da pessoa humana para as gerações futuras. Seguiu-se a entrega da homenagem ao Professor Dr. Adriano Moreira, atribuída pela CJLP - Comunidade de Juristas de Língua Portuguesa, pelo Tribunal da Relação de Lisboa, pela UIJLP - União de Juízes de Língua Portuguesa e pelo CIC - Centro Internacional de Cultura, entregue pelas mãos do anfitrião, Juiz Desembargador Orlando Santos Nascimento, na Placa de Homenagem lia-se “Por ocasião do VI CID -

C o n g r e s s o Internacional de Direito, realizado no Tribunal da Relação de Lisboa, vimos conferir ao ilustríssimo Senhor Professor Dr. Adriano José Alves Moreira esta e s p e c i a l Homenagem pelo notável saber Jurídico, àquele que compartilhou seus notórios conhecimentos com toda a Comunidade Jurídica de Língua Portuguesa e que é merecedor da nossa admiração, estima e respeito”. O encerramento do congresso foi marcado pela presença do Juiz Conselheiro Dr. José Fernando de Salazar Casanova Abrantes, VicePresidente do Supremo Tribunal de

Justiça. O CID – Congresso Internacional de Direito, perpetua com essas iniciativas, debates e reflexões, que podem melhorar e trazer aos aplicadores do direito, conceitos e situações muitas vezes desconhecidas e de difícil solução que podem por si só dar um novo alento e uma nova forma de soluções dos conflitos de interesse em prol de toda a sociedade.


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TRANSPORTES

Logística: ainda um problema brasileiro No Brasil, lamentavelmente, os investimentos e esforços direcionados à melhoria da infraestrutura logística e da desburocratização, não têm conseguido estar à altura das reais necessidades, com maiores volumes e com operações cada vez mais complexas. Como demonstram diversos estudos, as atividades comerciais brasileiras, tanto aquelas voltadas para o mercado interno como aquelas voltadas para o mercado externo, carecem de operações mais eficazes, menos burocráticas e de uma infraestrutura logística mais eficiente e compatível. Não é à toa que as empresas instaladas no Brasil, voltadas ao comércio exterior, por exemplo, encontram uma infinidade de dificuldades para escoarem suas mercadorias: alto custo do transporte, altas tarifas cobradas por um número enorme de órgãos anuentes e excesso de leis e documentos, mais complexos e, muitas vezes, conflituosos, são apenas alguns dos entraves que compõem o chamado 'Custo Brasil' e afetam negativamente a competitividade empresarial. Mais amiúde, o transporte, cuja matriz é preponderantemente rodoviária, é afetado diretamente pela baixa disponibilidade e ineficiência dos portos, precariedade da maioria da malha rodoviária (menos de 15% do total são asfaltadas), baixa oferta de operadores logísticos e transportadoras, baixa oferta de terminais intermodais, baixa disponibilidade e ineficiência dos portos secos, baixa disponibilidade e ineficiência dos aeroportos, baixa oferta de hidrovias e portos fluviais e situação 'limitante' das ferrovias. Estudos feitos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Centro de Excelência em Logística da Fundação Getúlio Vargas (Celog/FGV) indicam que as exportações brasileiras para a América do Sul, com exceção do Equador e da Bolívia, tem desempenho negativo se comparados com os seus verdadeiros potenciais em face da limitada e deficiente

infraestrutura brasileira de logística e transporte. Esses potenciais são calculados levando-se em consideração a distância e o tamanho dos mercados (“Desafios para a Integração Logística na América do Sul”). A própria CNI estima que uma queda de 10% no custo do transporte geraria mais de 30% de aumento nas exportações brasileiras. Dados do Banco Mundial, por sua vez, dão conta que em face da burocracia e excesso de exigências aduaneiras, o prazo médio para a exportação de mercadorias nos portos brasileiros é de 13 dias e, das importações, 17 dias. Isso, segundo a CNI, representa custo adicional médio de 13% nas exportações e 14% nas importações. Tamanho da burocracia, de acordo com a CNI: 46 procedimentos diferentes, administrados por 12 órgãos e que geraram impactos em 23% das exportações de 2017. Nas importações, 72 obrigações controladas por 16 órgãos do governo, com impacto de 59%. Portanto, se o Índice de Desempenho em Logística do Banco Mundial, de 2016, colocou o Brasil na 8ª posição entre os dez maiores de renda média-alta e na posição de número 55 entre 160 analisados, não é de se surpreender o fato de que, há mais de 15 anos e apesar de ter um PIB que representa 2,4% do PIB mundial, o País apenas realize 1,2% das exportações totais. Mesmo sendo a 9ª economia do mundo, o Brasil é apenas o 25º maior exportador. Exportações brasileiras: 13% do PIB; média mundial, 42%. Mesmo num momento de crise como a atual é necessário que se busquem soluções para os problemas de infraestrutura logística e de excesso de burocracia, pois além de propiciar corrupção, atrapalha a vida empresarial e impede a eficiência. A CNI estima que o Portal Único, em desenvolvimento no MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio), ao resolver os problemas de excesso de burocracia,

Paulo Roberto Guedes é especialista em Logística, conselheiro da ABOL – Associação Brasileira das Operadoras Logísticas.

poderá gerar ganhos adicionais, até 2030, de aproximadamente US$ 75 bilhões no PIB. Já em 2005, ao escrever um artigo para a Folha de Alphaville (“Brasil: Política Monetária ou Política Econômica?”), conclui que “a falta de investimentos por um período tão grande pelo qual está passando o Brasil, somente agravará sua situação no futuro, pois já terá comprometido toda uma geração de pessoas, visto que não poderão, em face das carências passadas e atuais, exercerem seus papéis como cidadãos, em seu conceito mais amplo: educado, politizado, solidário, com saúde, moradia, trabalho e consciente de seus direitos e deveres. Além do que, a falta de investimentos em infraestrutura contribuirá para o altíssimo custo e pela baixa produtividade da produção e da economia como um todo”. Se o início da solução para a crise instalada no Brasil depende do equilíbrio das contas públicas, investir em educação, saúde e segurança pública também é necessário. Fundamental, também, mas juntamente com o setor privado, investir em infraestrutura logística Mas para isso será preciso superar diversos obstáculos, de ordem política, econômica, jurídica e política, quando não ideológicos. Uma boa tarefa para um novo governo que se instalará no dia 1º de janeiro de 2019.


São Paulo e Belo Horizonte Teckel

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Vem aí, mais uma empresa do grupo Fox! Em breve você vai conhecer a

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Com a implantação de diferentes Programas, a E.M. fortalecerá o grau de prevenção dos clientes do Grupo Fox promovendo maior eficiência e credibilidade em uma missão que envolve a entrega dos produtos transportados, o serviço prestado por profissionais capacitados e a valorização do patrimônio empresarial.

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RESPONSABILIDADE SOCIAL

ONG ajuda famílias de policiais acidentados ou vitimados que passam por dificuldades Mais uma ONG referendada e apoiada pelo Grupo Fox, a AFAPM – Família Militar em Ação – oferece apoio à família policial militar. A fundadora e atual presidente da ONG, Renata Marcondes, de 44 anos, é neta, filha, esposa e mãe de policiais militares e durante toda sua vida convive com as dificuldades das mulheres e famílias daqueles que dão sua vida pela população e acabam acidentados ou mortos. A AFAPM nasceu na cidade de São Vicente, litoral de São Paulo, com a criação de um grupo de Whatsapp de esposas de policiais no qual eram indicadas famílias que estavam passando por dificuldades e elas se uniam para oferecer ajuda. Recebiam doações de produtos com os quais eram feitas rifas ou doações diretas em dinheiro de pessoas que se tornam madrinhas daquela determinada família. A ajuda deu tão certo que pessoas de outras cidades começar a procurar o grupo, que se oficializou como ONG em fevereiro de 2017. “Nós da AFAPM temos como objetivo prestar apoio nos momentos mais difíceis, auxiliando as viúvas e familiares que ficam sem chão após a perda, amparando emocionalmente e psicologicamente, pois muitas vezes esses homens foram assassinados na frente de esposa e até dos filhos. Prestamos auxílio ao policial que muitas vezes encontra-se afastado por motivos de acidente ou doença e que passa dificuldades financeiras. A nossa família tem como objetivo prestar assistência social e psicológica, além de capacitar esposas e filhos de policiais, ministrando cursos pré-vestibulares e também com oficinas que permitirão que as esposas possam auxiliar o policial com uma renda extra”, afirma Renata. Segundo ela, quando um policial é acidentado ou vitimado, pode demorar para receber indenização do Estado. Em casos de acidente, ele é retirado das ruas e colocado em tarefas administrativas, porém, na maioria das vezes, vê seu salário reduzido.

“Quando um policial sofre um acidente ele é retirado das ruas e o salário cai em pelo menos 50%. Já não é um salário alto, um policial que ganha de R$ 3 mil a R$ 4 mil líquido, começa a receber R$ 1.500, paga um aluguel, acabou o dinheiro, muitas vezes entra em despejo porque não dá conta”. Quando chega à morte, corre o risco de a família ainda ficar sem a pensão. “Quando o policial morre é feita uma sindicância para saber se morreu exercendo sua função, se tiver sido assassinado sem estar exercendo a família não recebe. E mesmo que tenha que receber, o que mais vemos é indeferimento do estado, fazem de tudo para não pagar. Tem esposa que demora seis ou oito meses para começar a receber, tem que entrar com ação judicial, pois tem uma série de empecilhos que podem fazer com que elas não recebam. E enquanto não é dado o direito de elas receberam a pensão, ficam vulneráveis, não têm nenhum tipo de auxílio e, por isso, tentamos ajudar e suprir de alguma forma as necessidades dessas famílias”. Renata conta que o policial militar não consegue fazer um seguro de vida para garantir sua família, pois, além da baixa renda, muitas seguradoras não aceitam seguro de vida para policial militar exatamente pelo risco iminente. “É um desamparo muito grande, e é contra isso que estamos lutando”. A ONG conta atualmente com o trabalho de cerca de 30 mulheres, além de um policial tenente aposentando e mais dois policiais

militares que estão ativos. O auxílio financeiro é dado por um período de três meses. Hoje, quatro famílias estão sendo atendidas, mas ao todo foram dezenas. “O acompanhamento pode ser por mais tempo, mas a ajuda financeira que nos comprometemos é por três meses. Conseguimos dinheiro para pagar contas, aluguel, e fazemos boa compra de supermercado. Não é cesta básica, compramos carne, leite, iogurte para as crianças. Nós somos esposas, sabemos o que uma família precisa. Queremos oferecer conforto e dignidade para a família do policial, que prestou concurso, se dedica à população, e sai de casa sem saber se vai voltar vivo”. “Na primeira caminhada que fizemos o Paulo Haüptli, do Grupo Fox, mandou confeccionar cerca de 200 camisetas e nos doou para vendermos, e ele ainda comprou 10 para seus funcionários. Agora nós montamos o escritório e a Fox doou todos os equipamentos de informática. Essa ajuda é fundamental para a continuidade de nossos trabalhos”.


Teckel

Uma empresa do

CONSULTORIA DE RISCOS E ENGENHARIA É COM A NORN

A NORN Risk Consulting & Engineering é a mais nova empresa do Grupo Fox, com o objetivo de apoiar o mercado na prevenção de perdas (loss prevention).

O nome NORN é a tradução para o inglês da palavra Nornas. As Nornas são, pela mitologia nórdica, três deusas anciãs que têm como função tecer o destino dos deuses e homens e zelar pelo cumprimento e conservação das leis – a elas são atribuídas as normas.

A NORN tem como objetivo zelar pela aplicação de cuidados e normas de segurança.


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EVENTO

Mercado de seguros participa de momento de transição entre o concretizado e o novo O evento Insurtech Brasil 2018 reuniu startups, investidores e seguradores para apresentar e conhecer as novas ideias para atender o consumidor moderno são rápidas ao fazerem uma indenização em poucos dias, mas ainda há muito para evoluir”, declarou. Beatriz Rocha, Head de Inovação do Grupo BB Mapfre, concordou que seguros é um mercado que precisa ter uma transformação rápida. “As empresas estão cada vez mais buscando acelerar seus processos e estão investindo em diversos caminhos. O programa Empreendedor é o caminho da nossa empresa de conexão com as startups, para conhecer as novas ideias”.

Termo usual atualmente, insurtech é resultado da junção das palavras insurance (seguro) e technology (tecnologia). As insurtechs surgiram com o propósito de revolucionar o setor de seguros, por meio de tecnologias inovadoras que mudam a forma como os consumidores contratam seguros. Assim como as fintechs (no mercado financeiro) as insurtechs são startups que pretendem inserir novas tecnologias em um mercado ainda conservador, e fazê-lo se beneficiar delas. As startups insurtechs também estão beneficiando as seguradoras tradicionais, ao ajudá-las a modernizar a forma como elas oferecem seus serviços e atendem seus clientes. Muitas companhias estão investindo e fazendo parcerias com startups, com o objetivo de ampliar sua visão de futuro e conseguir atender às necessidades dos consumidores modernos. A segunda edição do Insurtech Brasil foi realizada no dia 05 de abril, no Maksoud Plaza, pela empresa Conexão Fintech, reunindo mais de 700 pessoas, entre startups, investidores e o mercado de seguros para apresentar e conhecer as novas ideias para atender o consumidor moderno. Um feira de exposições trouxe estandes de 16 startups

apresentando suas soluções, além de um dia intenso de programação, reunindo como palestrantes executivos de seguradoras, de startups, de escritórios de advocacia e do órgão regulador. Na parte da manhã foram cinco painéis e, após o almoço, o público se dividiu em duas salas, em que cada uma recebeu 10 apresentações, trazendo cases e debates de novas startups de tecnologia para o setor. Disrupção do setor de seguros em pauta Pedro Waengertner, co-fundador da Ace Startups, aconselhou as startups que é importante lançar uma versão inicial do produto e colocá-lo para evolução junto ao cliente. “O maior erro é buscar aperfeiçoar demais o produto antes de colocá-lo na frente do cliente, porque é so aí que começa seu processo de aprendizado”. Ele também disse que, no mercado de seguros, entre sustenção e disrupção é preciso escolher um pouco dos dois, agindo de maneira equilibrada com o que já é tradicional e o que é inovador. Para Daniel Haatkoff, CEO e fundador da startup Pitzi, o mundo inteiro tem os mesmos desafios frente à era da disrupção e das novas tecnologias. “As seguradoras acreditam que

Segundo Maurício Martinez, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Porto Seguro & Oxigênio Aceleradora, inúmeras boas ideias vêm surgindo para evoluir o setor. “Existem muitas boas soluções fora de nossos muros. E também realizamos ações internas, porque também tem muita inovação dentro de nossos muros. Chegamos num patamar em que as áreas da seguradora procuram a Oxigênio para tentar lançar as ideias mais diversas”. Na visão de Murilo Riedel, CEO da HDI Seguros, para a seguradora continuar atuando no ramo de automóvel, ao qual se destaca hoje, precisa enxergar o cenário que está se desenhando e se adaptar à nova realidade. “O decréscimo no mercado forçou a HDI a repensar e criar um redesenho para um cenário de inovação”, disse. Philippe Jouvelot, CEO da Axa Seguros, declarou que a empresa avalia as ideias


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oferecidas regularmente pelas startups. “Nós consideramos válida uma ideia que seja de aplicação internacional e que tenha uma razão para nós investirmos, que venha de um parceiro, fornecedor ou corretor de seguros”. No painel que debateu o equilíbrio entre inovação e regulamentação, Natalie Hurtado, chefe da Secretária Geral da Susep, declarou que com a tecnologia as empresas vão entender melhor o consumidor, riscos, conseguir desenvolver produtos específicos para cada pessoa. “São muitos os desafios, estamos querendo nos aproximar para preparar a autarquia para este futuro que é inexorável”. No painel sobre riscos e seguro cibernéticos, Gilmar Hansen, diretor de Produtos da startup ClearSale, afirmou que a grande vantagem da internet é o acesso que te dá a milhões de usuários. “Mas com isso há também o risco de usuários não tão bons, e dos ataques cibernéticos”.

Bruno Balduccini, advogado do escritório Pinheiro Neto, disse que os estrangeiros ficam impressionados com a rapidez de resposta dos brasileiros às inovações. “Brasileiro gosta de novidades tecnológicas, gosta de testas novas tecnologias, e o que mais impressiona os estrangeiros é que no dia seguinte de um lançamento já existem também as tentativas de fraude”. Paulo Marchetti, CEO Brasil da ComparaOnline, também apontou uma característica dos brasileiros. “No Chile se demorar três dias para mandar uma apólice, está tudo normal, no Brasil se demorar três horas para mandar um seguro viagem o consumidor já abre um chamado no Reclame Aqui”.

mas com ele criamos expertise para depois disseminar os demais produtos”. Manes Erlichman Neto, sócio-fundador da Minuto Seguros, explicou que como corretora de seguros que atua na internet, o grande diferencial é atender bem o cliente numa venda consultiva. “Por mais que estejamos integrados, façamos cálculos de forma automática, a venda ao cliente é consultiva: mostramos os diferenciais de cada companhia e de cada produto numa experiência mais fácil possível para o consumidor”.

João Nogueira, CEO da startup Appólice, disse que as startups de seguros ainda estão focando mais no ramo de automóvel, mesmo enquanto outros precisam tanto se desenvolver. “Isso porque o mercado mostra que o principal ramo ainda é o automóvel,

PARCERIA Grupo Fox é maior patrocinador do CIST O Grupo Fox intensificou a parceria e o apoio ao CIST (Clube Internacional de Seguros de Transportes) e tem sido o maior patrocinador dos workshops realizados pela entidade em 2018. Agregando seis empresas, dependendo do tema, pelo menos duas integrantes do Grupo Fox patrocinam o evento. “A ideia é continuarmos cada vez mais firmes na parceria com o CIST, uma entidade que promove qualificação e relacionamento entre os profissionais de seguros de transportes, um dos principais ramos de atuação do Grupo Fox”, afirma o diretor Paulo Rogério Haüptli. Representado pelas empresas Fox Regulação & Auditoria, Haüptli Advogados & Associados, MedFox, One Risk Global, Norn Engenharia de Riscos e EM Prevenção e Logística, o Grupo Fox acreditou na entidade desde sua constituição, apoiando diversos eventos realizados, bem como marca presença com estande nas quatro edições do Simpósio/ Congresso que acontecem anualmente. A marca do Grupo Fox consta ainda como apoiador oficial no site do CIST.


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TRANSPORTES

A ética e o roubo de cargas O roubo e furto de caminhões sempre motivou o crime organizado. Para se ter uma ideia, um veículo de porte médio pode custar em torno de R$ 130 mil. Um veículo maior, por sua vez, ultrapassa a casa dos R$ 650 mil, cifras que costumavam chamar a atenção dos empresários do crime a cometer este tipo de delito. Porém, nos últimos tempos, o interesse do crime organizado por bens e valores transportados por caminhões, carretas, motos e utilitários tem aumentado substancialmente. Os criminosos identificaram nas cargas uma oportunidade de obtenção de retorno ainda mais substancial. Um carregamento de produtos eletrônicos pode superar os R$ 2 milhões. Cargas contendo produtos de higiene ou perecíveis são escoadas em mercados clandestinos, verdadeiras feiras livres oriundas de atividades ilícitas. Hoje em dia, são muitas as possibilidades e receptadores de sobra, ávidos para adquirir mercadorias ao menor preço possível, independente da procedência. Muitos centros de pesquisa e empresas têm estudado esse novo funding (“financiamento”) do crime organizado para identificar comportamentos e traçar as melhores estratégias a fim de frear a atuação criminosa. Muitos podem ser os fatores que levam o

mundo do crime a ingressar em operações relacionadas ao Roubo de Cargas: o retorno financeiro proporcionado e a relação oferta e demanda em um país cuja aceitação por produtos sem procedência é relativamente alta. É um poderoso mercado de itens roubados, com inúmeras ramificações, passando por receptadores e culminando no cliente final. O tema não se resume a isso e é bastante complexo à medida que estudos são realizados. Ainda assim, alguns pontos são muito claros, como por exemplo, a necessidade eminente de capacitação e qualificação técnica para a execução de roubos desta natureza. Em diversos casos, há cargas que demandam alta perícia por parte das organizações criminosas, que passam a dedicar seus esforços em especialização. Os criminosos estudam e se aprimoram cada vez mais em estratégias, equipamentos e pessoal qualificado a fim de ter êxito em suas arriscadas empreitadas neste segmento. Acredita-se que há muitas situações em que informações privilegiadas sobre carregamentos, valores, trajetos, recursos de segurança, entre outros dados, transitam de empresas para organizações criminosas, facilitando a atuação dos bandidos. Essas verdadeiras fraudes precisam ser combatidas com muito rigor pelas empresas. Enquanto vazamentos desta magnitude acontecerem, menores são as chances de qualquer operação logística ser bem sucedida nesta verdadeira batalha entre empresas e criminosos, cada vez mais comum no cenário brasileiro do transporte rodoviário de cargas.

Frederico Augusto Lanzoni, Inteligência de Mercado do Grupo Tracker

Jésus de Lisboa Gomes, Professor e Pesquisador da FECAP

E onde entra a Ética nesse contexto? Não desrespeitar o conjunto de normas, ideologias e valores que torna possível viver em uma sociedade de forma razoavelmente equilibrada. Não fraudar e chegar na hora marcada aos compromissos agendados, apenas como um simples exemplo, situam-se no campo da ética. Comportamentos oportunistas levam à construção da desconfiança, pois na memória de longa duração da sociedade restará a lembrança de que, diante de uma vulnerabilidade qualquer, seremos abusados. Então, é preciso dar um ‘jeito’ para sobreviver, às vezes burlando as regras cotidianas. A prática repetida se converte em hábito; o hábito em cultura. Em um contexto no qual todo mundo tenta dar um ‘jeitinho de levar vantagem’, todos perdem. O comportamento ético inspira confiança nas pessoas, nas instituições e nas organizações, facilita as relações, estimula os negócios e torna os mercados mais eficientes.


EVENTO

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Diretor da Norn apresenta palestra ao mercado sobre sinistros de incêndios e explosões O especialista em Prevenção de Perdas da Norn Risk Engineering & Consulting (empresa do Grupo Fox), Jan-Oliver Mollien, foi convidado pelo Centro de Capacitação Profissional Seg News para apresentar a palestra “Aspectos Importantes na Prevenção de Perdas em Riscos de Incêndio” durante o I Seminário Nacional de Regulação de Sinistros de Incêndios e Explosões. O evento aconteceu na tarde de 27 de julho, no hotel San Raphael, em São Paulo, reunindo profissionais de seguradoras e corretoras de seguros, funcionários de administradoras de imóveis, locadores, advogados, e reguladores de sinistros. O executivo iniciou sua apresentação destacando que o Grupo Fox atualmente é composto por seis empresas especializadas em prestação de serviços ao mercado segurador, e conta com equipe de comissários de avarias, reguladores, vistoriadores, auditores, peritos, médicos, engenheiros e advogados, com foco na assessoria de excelência. A Fox Regulação & Auditoria atua com regulação de sinistro, auditoria, sindicância, recuperação de bens, entre outros serviços; a Haüptli Advogados & Associados oferece assessoria jurídica e especialidade em direito securitário, com forte atuação em contencioso (ressarcimento) e consultivo (seguro garantia e RC); a MedFox atua em perícias médicas e assessorias; a One Risk oferece database para seguro de transportes e afins, como suporte para

subscrição do risco; a EM Prevenção trabalha com planejamento de risco de transporte, redundância de monitoramento e auditoria de PGR (Programa de Gerenciamento de Risco); e a Norn Risk Engineering and Consulting atua na consultoria em Prevenção de Perdas (Loss Prevention), vistorias de engenharia e acompanhamento de obras.

A solução apresentada é o investimento em brigadistas e equipamentos de combate a incêndio (extintores e hidrantes).

A palestra tratou da engenharia de risco como parte do gerenciamento de risco, abordando: informações básicas sobre riscos de incêndios, explosão; exemplo de sinistros (desenvolvimento de incêndio em galpões); prevenção de perdas antes do limite da perda; instalações para limitação do impacto do incêndio; e serviços da Norn.

Na Alemanha, há maior investimento em infraestrutura; trata-se de um país menor em sua área, criando distancias menores até o corpo de bombeiro; e lá acredita-se mais na automatização de todo o sistema. A solução apresentada são compartimentos pequenos e aviso automático ao corpo de bombeiros.

Ele apresentou a diferença de cultura no combate ao incêndio por países. No Brasil existem medidas de prevenção com foco em organização, porém com baixa infraestrutura; trata-se de um país muito grande com áreas menos desenvolvidas, causando longas distâncias até o corpo de bombeiros mais próximo; e acredita-se mais em pessoas/ funcionários do que em sistemas automatizados.

Já nos Estados Unidos, existe maior investimento em infraestrutura; é um país muito grande com áreas menos desenvolvidas, causando longas distâncias até o corpo de bombeiros mais próximo; e acredita-se mais na automatização de todo o sistema. A solução lá apresentada são compartimentos grandes com proteção de Sistema Sprinkler. “O tempo é a chave! A agilidade na detecção do incêndio é muito preciosa para que se possa antecipar o combate, diminuindo o risco de propagação”, declarou Jan-Oliver. “Não se deve presumir que o fornecimento de um sistema de combate a incêndio possa extinguir sem a necessidade de outros meios. É importante considerar as precauções contra incêndios nas instalações como um todo”, frisou.


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OUTRA LEITURA

Um dia sem caminhoneiros Este texto foi escrito em junho de 2018, pouco tempo depois do caos enfrentado pelos brasileiros devido a um movimento de paralização que envolveu praticamente todos os caminhoneiros no país. Tal movimento me fez lembrar de um filme bem peculiar que assisti chamado “Um dia sem mexicanos”, lançado em 2004, dirigido por Sergio Arau e exibido basicamente no circuito alternativo. A sinopse fala sobre um dia em que um terço da população da California, todo ele com raízes hispânicas, simplesmente desaparece do território. São 14 milhões de profissionais dos mais diversos setores que somem da noite para o dia. O filme até tem algum traço cômico mas traz uma reflexão na verdade bem séria sobre o grau de relevância dos “chicanos” na sociedade americana.

minha casa e conseguir dividir minhas locomoções entre caminhadas e transporte coletivo. E talvez por causa dessa relativa tranquilidade com a qual passei por este episódio, creio que consegui manter meu olhar crítico e captar alguns pontos bem particulares: O primeiro é claro é o quanto ignoramos a importância desses e porque não, de tantos outros profissionais de setores menos glamurosos mas que são fundamentais no nosso dia-a-dia.

E embora os mexicanos do filme, conforme mencionei acima, fizessem parte dos mais diversos setores econômicos, a grande maioria era responsável pela execução daqueles serviços desprezados pelos americanos, como encanadores, lixeiros, atendentes de lanchonete etc ou seja, profissionais muitas vezes invisíveis aos olhos de quem por eles são servidos. Pois bem, embora dirigindo veículos bem grandes, os caminhoneiros brasileiros não deixam de ser na maioria das vezes, invisíveis para o restante da população. E tornaram-se visíveis justamente quando desapareceram! Um paradoxo bem interessante, diga-se de passagem. Não vou aqui neste texto justificar ou condenar os motivos e o modus operandi da paralisação dos caminhoneiros. Lembro que o principal catalisador do caos vivido pelo restante da população foi causado pela escassez de combustível para abastecimento geral. Eu particularmente fui bem pouco afetada, pois pude trabalhar remotamente da

O segundo é o quanto dependemos do transporte rodoviário no Brasil, o que só reforça a certeza com relação à sucessão de erros (ou interesses escusos) da administração pública neste assunto. O terceiro é o quanto podemos ser influenciados pelo mau jornalismo. Li e assisti inúmeras reportagens sobre o assunto e fico me perguntando o quanto

Luciana Miliauskas Fernandes, formada em Processamento de Dados, trabalha atualmente com Controles Internos e Auditoria. Seu hobby é escrever, de tudo um pouco, mas adora mesmo ser uma crítica informal de cinema.

essas matérias podem ter alimentado o pânico na população. O combustível realmente não havia, mas isso não significou que estávamos à beira de um evento coletivo de fome, pois havia estoque de alimentos em muitas redes de supermercado e as próprias casas também tinham suas próprias despensas que poderiam suportar, como suportaram, alguns dias sem novas idas aos mercados. Mas a maioria das reportagens buscavam sempre os casos mais extremos, tomando-os como verdade em todo o território brasileiro. A meu ver, um desserviço que beira a irresponsabilidade. E voltando a situar este texto no tempo, estamos em ano de Copa do Mundo. Um ano em que nós brasileiros somos levados a acreditar que ou estamos à beira de um período de grande fome coletiva ou que estamos prestes a nos tornar finalmente a grande nação vitoriosa a depender do resultado da campanha de uma seleção de futebol. Não dá pra gente ser mais coerente? Que tal prestarmos tanta atenção assim nas próximas eleições? Que aliás também vão acontecer em 2018. Só estou dando uma sugestão... Mas voltando aos caminhoneiros. Ou aos mexicanos. Ou a todas aquelas pessoas invisíveis que servem a população. Realmente espero que não seja necessária mais uma situação de caos para que se façam visíveis.


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