Revista FOXNEWS 13

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edição 13 / novembro 2018

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2º Seminário de Seguros Gestão de riscos de responsabilidade civil, ressarcimento em transporte aéreo e o Projeto de Lei do Contrato de Seguro foram abordados por especialistas em mais uma edição do evento organizado pela Haüptli Advogados & Associados. Págs. 06 e 07

Cases de sucesso Empresas e profissionais do Grupo Fox realizam trabalho de excelência para o mercado segurador: são diversas cargas recuperadas, fraudes evitadas ou desvendadas, e regulações de sinistros bem auditadas. Págs. 12 a 14



EDITORIAL

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Equipes de primeira linha atuando em parceria Entre inúmeros atendimentos que realizamos mensalmente nas cinco empresas que compõem o Grupo Fox, temos colecionado cases de sucesso que as consolidam e referenciam no mercado de seguros. São muitas cargas recuperadas, fraudes evitadas ou desvendadas, regulações de sinistros bem auditadas. É com muito orgulho que mostramos ao mercado as entregas de nossos serviços, pois é para isso que somos contratados e nos dedicamos em aprimorar os conhecimentos de nossa equipe. Gostamos muito de nos dedicar a repassar o conhecimento que agregamos. A Haüptli Advogados & Associados, nosso escritório especializado em Direito do Seguro, realizou o 2º Seminário de Seguros, mais um encontro para levar informação ao setor. Nesta oportunidade foram debatidos pelos especialistas a gestão de riscos em seguro de Responsabilidade Civil, o ressarcimento em seguro de transporte aéreo, e um tema bastante esperado, o Projeto de Lei do Contrato de Seguro (PLC 29/2017), que

Paulo Rogério Haüptli

traz diversas alterações no regramento do setor, com um especial foco no que muda na regulação de sinistros. Também temos investido em informação preventiva, afinal, prevenir é sempre o melhor remédio! Em medicina, quando falamos em prevenir, significa que temos como objetivo evitar o surgimento de uma doença, impedir ou interceptar a sua evolução ou mesmo reabilitar o paciente, evitando sua incapacitação. O trabalho realizado pela MedFox na medicina preventiva se reflete nas condições da saúde em geral do paciente, diminuindo gastos com medicamentos, aumentando a produtividade, diminuindo o absenteísmo e na melhora do convívio familiar. Mas é possível prevenir perdas também em outras áreas em que o Grupo Fox atua. Nossa empresa Norn Risk Engineering and Consulting iniciou seu primeiro programa de gestão integrada de riscos de transportes e passou a operar em toda a América Latina,

Alexandre Massao

Bruno Lacerda Gusmão

oferecendo o conjunto completo de serviços de engenharia de risco de transporte: consultoria em otimização para embalagens de transporte, controle de amarração e seguranças de cargas em diferentes meios de transportes, riscos de armazenamento, movimentações de carga, consultoria em projetos de cargas e outros diversos serviços. Para isso, contamos com mais de 20 anos de expertise em sinistros da Fox Regulação & Auditoria, e também com a larga experiência de nossos profissionais. E para alcançarmos a excelência e nos aperfeiçoarmos cada dia mais seguimos intensificando relacionamentos com grandes executivos e lideranças do setor de seguros. Temos a satisfação de, em mais uma edição desta nossa revista, contar com a participação de grandes nomes, disseminando conhecimento. É um círculo virtuoso que só tende a crescer e gerar mais negócios! Boa leitura!

Robinson Seabra Filho

Jan-Oliver Mollien

Sócios do Grupo Fox

GRUPO FOX

Fox Regulação & Auditoria Av. Francisco Matarazzo, 1752, 17º. andar Pompeia - São Paulo - SP - CEP 05001-200 Telefone (11) 3858.3234 / 3965.9001 E-mail: contato@foxaudit.com.br

Haüptli Advogados & Associados Av. Francisco Matarazzo, nº 1752, 24º andar Pompeia – São Paulo – SP - CEP 05001-200 Telefone (11) 4858.3644 E-mail: contato@hauptli.adv.br

OneRisk Global Av. Francisco Matarazzo, 1752, 5º andar Pompeia – São Paulo – SP - CEP 05001-200 Telefone (11) 3965.9001 E-mail: info@onerisk.global

MedFox Medicina, Odontologia e Perícias Av. Francisco Matarazzo, 1752, 9º andar Pompeia – São Paulo – SP - CEP 05001-200 Telefone (11) 3862-4848 E-mail: atendimento@medfox.com.br

NORN Risk Consulting & Engineering Av. Francisco Matarazzo, 1752, sl 1717 Pompeia – São Paulo – SP - CEP 05001-200 Telefone (11) 3965.9001 E-mail: contact@norn.global

Produção Fox News Thaís Ruco - jornalista responsável Mtb 49.455 thais@thaisruco.com.br Felix Ryu - projeto gráfico - Teckel Design felixryuinoue@gmail.com


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SUMÁRIO

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Editorial Equipes de primeira linha atuando em parceria

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Saúde Setor de saúde unido em busca de solução para os planos individuais

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Evento 2º Seminário de Seguros debate temas em evidência no Direito Securitário

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Direito securitário Sub-rogação: A ineficácia da limitação de responsabilidade e o princípio da reparação integral nas ações regressivas de ressarcimento ajuizadas pelas seguradoras

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Análise Educação e violência: a quem interessa um ensino fundamental público de qualidade?

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Cases de sucesso Especialistas do grupo Fox realizam trabalho de excelência para o mercado segurador

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Previdência privada Reforma política coloca o benefício da previdência em pauta

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Direito Acordos e soluções de conflitos online Transportes Seguro: perda ou investimento?

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Entrevista Missão de levar conhecimento técnico ao setor de transportes

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Prevenção de perdas Norn lança Guia de Engenharia de Risco para Sistemas Fotovoltaicos

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Transportes Gestão integrada de riscos na cadeia de suprimentos

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International The Psychology of Technology

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Autoconhecimento Mudar é bom ou ruim? Vamos meditar sobre isso?

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Distribuição Como se tornar insubstituível, na era da inovação?

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Tecnologia Uso da tecnologia para incorporar serviços digitais, humanos e inovadores Logística A contratação de serviços logísticos, de gerenciamento de riscos e cobertura de seguros exige avaliação que considere a relação “custo / benefício” Na Mídia O direito do seguro Cenário político Salvando o capitalismo dos capitalistas 31 Economia Cenário econômico na América Latina está melhorando Evento Líderes de venda em seguro de vida reunidos Carreira e sucesso Construindo pontes ao redor do mundo Evento Palestra apresenta perspectivas de negócios no seguro garantia em licitações e contratos administrativos Saúde Prevenir é o melhor remédio Tendências O mercado de seguros em 2033 Automóvel Rota 2030 - O que podemos esperar para o setor automotivo nos próximos anos? Seguro de crédito Proteção contra a inadimplência

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Transportes Por que o Brasil entrou no mapa mundial das estradas mais perigosas para o transporte de cargas?

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Crônica O corretor de seguros e o código de vestimenta

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Outra leitura Língua portuguesa, essa sofredora


SAÚDE

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Setor de saúde unido em busca de solução para os planos individuais Há pouco tempo, ter um plano de saúde era o terceiro maior desejo dos brasileiros, ficando atrás somente de educação e casa própria. Agora já é considerado o item de maior aspiração, prioridade de quem pode contratar um serviço de atendimento ao maior bem, que é a saúde. O setor privado de saúde no Brasil movimenta aproximadamente R$ 161 bilhões ao ano, atendendo 47 milhões de pessoas com planos de saúde. Porém o acesso tem se tornado cada vez mais restritivo: hoje, 70% da população brasileira não consegue pagar plano de saúde. As operadoras de saúde, até mesmo as maiores, foram deixando a oferta do plano individual porque não existia um regramento que as protegesse em caso de uma carteira de clientes em que o volume de sinistros (arrecadação pela utilização) pudesse ter uma alta – pelo contrário, elas não poderiam praticar os reajustes necessários e teriam que manter a correção da inflação, sob supervisão da ANS (Agência Nacional de Saúde). No entanto, os planos por adesão sempre funcionaram desta maneira, pois eles não são regidos nem sofrem interferência da ANS. Assim, acabou-se fazendo um mercado muito maior de adesão e o plano individual entrou em extinção. Recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que a ANS não tem mecanismos eficientes para evitar aumentos abusivos nas mensalidades dos planos de saúde e determinou que realize, em um prazo de 180 dias, um plano para implementar mudanças que inibam reajustes abusivos. Para tentar resolver esta equação, e com o entendimento de que precisa atuar para ampliar a oferta de produtos, inclusive individuais, a ANS convocou o setor para, juntos, estudar novo modelo de reajustes anuais para os planos de saúde individuais e familiares, em audiência pública que aconteceu em 13 de novembro.

Em nota, a agência esclarece que regula o setor de planos privados de assistência à saúde, tanto os planos individuais quantos os coletivos, conforme determina a Lei nº 9.656/1998. Ressalta que monitora regularmente os percentuais aplicados aos contratos coletivos e todas as reclamações registradas sobre reajuste são apuradas e que, além disso, obriga as operadoras a disponibilizarem a memória do cálculo do reajuste de planos coletivos para o contratante, explicando, dessa forma, como chegaram ao percentual aplicado. Na audiência pública a ANS irá apresentar a proposta de mudança da forma de reajustes anuais, passando a incorporar à regra a inflação oficial da economia, por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Atualmente, o aumento é calculado levando em conta apenas a variação das despesas médicas. O cálculo proposto é que 80% do reajuste seja composto pelos gastos assistenciais e 20% pelos não assistenciais. Em nota, a agência explica que o objetivo principal da implementação dessa nova metodologia é refletir mais diretamente a variação das despesas das operadoras nos planos individuais. As principais entidades do setor ainda estão estudando esta e outras fórmulas de cálculo.

Rosa Antunes , presidente da Acoplan (Associação dos Corretores de Planos de Saúde), e diretora da VIACORP Administradora de Benefícios

Sabemos que a ANS quer desenvolver um mercado saudável para os envolvidos, pois as operadoras somente irão fazer a oferta do plano de saúde individual se tiverem segurança de que é possível equilibrar as contas. É muito importante acompanhar este assunto e contribuir com conhecimento técnico para que se alcance o objetivo de encontrar o melhor equilíbrio, de forma que possamos tornar viável que os usuários continuem com seus planos de saúde e até ampliar o mercado com novos entrantes de todas as classes sociais. O mercado de saúde suplementar não vai ficar restrito aos mais ricos, sua função social é muito importante para todos, inclusive para a sustentabilidade do sistema público.


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EVENTO

2º Seminário de Seguros debate temas em evidência no Direito Securitário Gestão de riscos de responsabilidade civil, ressarcimento em transporte aéreo e o Projeto de Lei do Contrato de Seguro foram abordados por especialistas em mais uma edição do evento organizado pela Haüptli Advogados & Associados A Haüptli Advogados & Associados, escritório especializado em Direito do Seguro, realizou o 2º Seminário de Seguros, mais um encontro para levar informação ao setor, na manhã de 08 de agosto de 2018. O evento atingiu seu objetivo, prendendo a atenção das cerca de 150 pessoas que lotaram a sala no Maksoud Plaza. Segundo Bruno Lacerda Gusmão, advogado sócio da Haüptli Advogados & Associados, o evento é, em mais uma edição, contribuição do escritório ao mercado de seguros pela oportunidade de debater temas que estão em evidência no direito do seguro. Nesta oportunidade foram debatidos pelos especialistas a gestão de riscos em seguro de Responsabilidade Civil, o ressarcimento em seguro de transporte aéreo, e um tema bastante esperado, o Projeto de Lei do Contrato de Seguro (PLC 29/2017), que traz diversas alterações no regramento do setor, com um especial foco no que muda na regulação de sinistros. Para a inscrição, cada participante realizou a doação de um quilo de alimento não perecível, destinado à “Associação Beneficente Vivenda da Criança”. O Painel I, “A Gestão de Riscos na Responsabilidade Civil”, foi apresentado

por Márcio Guerrero, Superintendente de Responsabilidade Civil da HDI Global Seguros, e teve como debatedora Thalita Graciolli, advogada da Haüptli Advogados & Associados. O palestrante destacou as inúmeras oportunidades para os corretores e o setor de seguros atuarem nas variadas modalidades de Responsabilidade Civil. “Temos um o c e a n o d e oportunidades para que possamos produzir seguro de Responsabilidade Civil: todas as pessoas físicas e jurídicas que têm o risco da responsabilidade”. No entanto, ele defendeu a importância da correta análise de risco e do fornecimento de informações através do questionário, incluindo a caracterização dos terceiros e possíveis enquadramentos, bem como da leitura das cláusulas contratuais, para que o segurado receba a indenização de acordo

com sua expectativa. “Para garantir a seguradora, o questionário deve abordar o comportamento do segurado, o plano de gerenciamento de crise, e ter, além dos relatórios tradicionais, o histórico de sinistralidade e a exposição territorial, sempre com a assinatura do responsável legal. Para o segurado, é preciso ter clareza na apólice e nas condições contratadas, e nisso percebemos a relevância do papel do


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corretor, como consultor, oferecendo transparência ao segurado e, principalmente, dando ciência sobre a existência das apólices de RC para garantir sua proteção”.

Consumidor". Para a palestrante, a limitação tarifária não se aplica aos eventuais danos morais suportados pelos passageiros pelas incidências ocorridas em transportes internacionais.

para a solução de conflitos. Há quem sustente que, se por um lado ele representará avanços nos contratos de seguros, por outro, será um retrocesso na área das arbitragens e mediações.

No Painel II, a advogada subscritora da Chubb Seguros, Bruna Ávila Fernandes Fonseca falou sobre “O Ressarcimento no Transporte Aéreo Internacional após a

Segundo a especialista, as principais mudanças recaem sobre o transporte de passageiros, o que é absurdo e necessário impedir abusos. “Deve haver manifestações do STJ e do STF nos próximos dois ou três anos, uma vez que a decisão determinante da limitação é recente (2017), de modo geral. A decisão é reflexo da adequação do cenário atual de economia e proporcionalidade, e o risco mínimo na atividade de transporte aéreo, que envolve bens com altíssimos valores agregados”. A palestrante sugeriu, para entendimento no setor, acompanhamento de julgados e a criação de um fórum específico entre seguradoras, resseguradoras e advogados, que resulte no direcionamento de documento unificado ao STF e STJ.

Ernesto Tzirulnik, autor do PLC 29/2017 apresentou alguns pontos em que, a seu ver, demonstram a evolução que propõe no regramento do setor. Considerando que o sinistro pode gerar efeitos tanto para grandes segurados, como para cossegurados que estão nas apólices ou até para terceiros vitimados, Tzirulnik entende que a arbitragem de seguro no exterior é uma questão de relevância para a sociedade. “Como o seguro é um instrumento de proteção indispensável para as pessoas, as empresas e a sociedade em geral, e a aceitação de sua contratação, algumas vezes, é condicionada à aceitação das cláusulas de arbitragem, acaba acontecendo de os segurados serem obrigados a engolir a imposição de 'mediações estruturadas' e arbitragens desenhadas ao gosto do mercado de resseguro estrangeiro. Para aperfeiçoar o regime protetivo e especificá-lo é que se procura outorgar a primeira lei especial de contrato de seguro”.

decisão de Repercussão Geral do STF”, e contou com os debates do advogado da Haüptli Advogados & Associados, Fabio Spínola. Em maio de 2017 o Pleno do Supremo Tribunal Federal, apreciando o Tema nº 210 da repercussão geral, por maioria de votos, deu provimento ao recurso extraordinário interposto pela companhia aérea Air France, para reduzir o valor da condenação por danos materiais fixada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, limitando a indenização ao patamar estabelecido no artigo 22 da Convenção de Montreal. A Decisão do STF ao julgar os recursos como tema de repercussão geral definiu por 9 votos a 2, tema 210: “nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do

No Painel III, o advogado Ernesto Tzirulnik, da ETAD Advocacia, abordou “A regulação de sinistro e as regras do PLC 29/2017 (Projeto de Lei do Contrato de Seguro)”, com os debates de Daniel Bellini, Superintende Comercial da P o t t e n c i a l Seguradora, e Hilton Gomes dos Santos, Diretor de Sinistros B r a s i l e Vi c e Presidente Sênior da Swiss Re Corporate Solutions Brasil Seguros. À medida em que avança no Congresso a tramitação, agora no Senado, o Projeto de Lei de Contrato de Seguro da Câmara – P L C S ( P L C 29/2017) vem recebendo aplausos e algumas críticas, notadamente no que se refere ao tratamento que dá aos meios alternativos


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DIREITO SECURITÁRIO

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Sub-rogação: A ineficácia da limitação de responsabilidade e o princípio da reparação integral nas ações regressivas de ressarcimento ajuizadas pelas seguradoras Uma questão de suma importância que ainda não resta plenamente pacificada em nossos tribunais é a suposta falta de interesse de agir das seguradoras, em ações regressivas de ressarcimento, ante uma obrigação contraída pelos segurados junto aos causadores, como por exemplo, a limitação de responsabilidade fixada em um termo de confissão de dívida, ou ainda de cláusulas de foro estrangeiro presentes no verso de conhecimentos marítimos. É sabido que com o pagamento da indenização securitária, a seguradora se sub-roga em todos os direitos e ações atribuíveis ao segurado em face do causador do danos; tal afirmação encontra arrimo nos artigos 346, III, 347, 349, 786, e 934, do Código Civil, e no entendimento pretoriano já sacramentado na súmula 188, do E. Supremo Tribunal Federal. Pois bem, com a leitura dos dispositivos acima expostos, e da referida súmula, é possível extrair que a sub-rogação não incide apenas e tão somente sobre os direitos do crédito, mas também, sobre todos os direitos do segurado, estabelecidos na relação primária. Entretanto, é possível asseverar que não existe uma única linha que trate sobre a absorção das obrigações e limitações assumidas pelo segurado, especialmente aquelas que a seguradora nem imagina que existam. Neste diapasão, vale trazer à baila o exposto no § 2.º do Art. 786, do Código Civil, que diz ser ineficaz qualquer ato praticado pelo segurado que culmine na diminuição ou extinção dos direitos subrogados pela seguradora. Deste modo, é forçoso concluir que qualquer ato praticado isoladamente pelo segurado, e que afete de forma negativa os interesses da seguradora, não devem ser acolhidos em juízo ou fora dele, porquanto lhe falta qualquer amparo legal para tanto. Inclusive, em algumas situações, tais

limitadores são utilizados como ferramenta de pressão pelos terceiros em desfavor das seguradoras em eventual negociação de ressarcimento. Um exemplo clássico ocorre nos casos de sinistros de automóvel, sendo comum que o causador dos danos pague a franquia do segurado mediante a confecção de um “termo” que englobe todos os prejuízos decorrentes do embate e se surpreenda quando é abordado pela seguradora para que efetue o pagamento do valor que superou a franquia contratual. Outro exemplo comum de tentativa de limitar ou aniquilar o direito da seguradora nas ações regressivas de ressarcimento que tem como pano de fundo o transporte marítimo, são as cláusulas limitadoras de responsabilidade e de foro de eleição fixadas no verso do conhecimento de transporte – contrato de adesão. Situações como essa beiram a má-fé, posto que, sem dúvida, incentivam terceiros a praticarem condutas perniciosas contra seguradora, que tem a nobre função de gerir os recursos de seus segurados, colocando em risco todo o mercado segurador, não devemos perder de vista o princípio do mutualismo. É preciso deixar claro que quem efetuou tais pactos não foram as seguradoras, mas sim, os segurados, tratando-se, portanto, de um direito personalíssimo, não sendo razoável admitir que as companhias tenham que suportar os prejuízos oriundos de uma negociação em que não participaram. O mesmo raciocínio pode ser utilizado no tocante à submissão ao juízo arbitral, posto que tal cláusula implicaria na renúncia da jurisdição estatal. Em poucas palavras, cuida-se de uma convenção na qual os interessados que participam de determinado negócio jurídico, optam por submeter à apreciação de árbitros eventual conflito, afastando-se, por consequência,

Fabio Spinola Esteves Rocha, Coordenador dos Núcleos Contencioso e de Ressarcimento do Escritório Haüptli, é formado em direito pela Universidade São Francisco, Pós-Graduado em Direito Civil e Processual Civil pela Escola Paulista de Direito.

Carlos Alberto Menichelli Juniori, Advogado, formado pela Universidade Católica de Santos, Pós-Graduado "Lato Sensu" em Direito Processual Civil com ê n fa s e e m D i r e i t o Empresarial pela Faculdade Damásio Educacional.

o Poder Judiciário Pátrio. Impor tal renuncia à seguradora seria uma franca violação ao inciso XXXV do artigo 5º da Constituição Federal. À vista disto, como tolher os interesses da seguradora por meio de pactos dos quais ela não participou e muito menos anuiu? Tendo em vista o exposto acima, é impossível. Portanto, é indubitável que uma cláusula que traga a limitação de direitos e, que por conseguinte, carregue em seu bojo um ônus que implique na diminuição ou extinção dos direitos sub-rogados pela seguradora, deve ser sumariamente afastada, e tida como não escrita, em homenagem ao princípio da reparação integral consagrado no artigo 944 do Código Civil, respondendo o terceiro por todo o prejuízo que deu causa, ressalvadas as hipóteses em que existam contratos em que conste expressamente a concordância das seguradoras com o seu teor - limitação.


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ANÁLISE

Educação e violência: a quem interessa um ensino fundamental público de qualidade? “Se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios” (Darcy Ribeiro)

A frase acima, do antropólogo, político e escritor Darcy Ribeiro, proferida em 1982, demonstra, com clareza, a real situação em que vivemos: um país dos mais violentos no plano mundial e sem educação; esta última palavra em ambos os sentidos no vernáculo: falta de instrução e ausência de boas maneiras. Educar, do latim educare, educere, advém da partícula e (fora) e ducere (conduzir), tem o significado de “conduzir para fora”, ou seja, preparar uma pessoa para o mundo, para a vida em sociedade, instruí-la. Historicamente, nosso país pouco conhece ou simplesmente ignora esse verbo.

No Brasil colônia não havia qualquer interesse de Portugal na propagação da educação, que se restringia a alguns filhos de colonos e índios, estes últimos, em verdade, catequizados. Em meados do século XVIII, com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal, que detinham o monopólio educacional, novos rumos na educação foram idealizados e o intuito primacial era o de preparar uma elite para questões relacionadas à política e à economia. Contudo, a continuação dessa formação era feita em Coimbra, na metrópole, a partir do final do século XVIII e início do século XIX (Arno, Wehling; Maria José C. M. Wehling, A formação do

Rogério Donnini, Advogado e professor do Programa de Mestrado e Doutorado da PUC-SP, da Escola Paulista da Ma gistratura e da Facoltà di Giurisprudenza della Seconda Università degli Studi di Napoli, Itália. Livre-docente, doutor e mestre em Direito Civil pela PUC-SP

Brasil Colonial, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994). Portanto, por três séculos a intenção dos portugueses nunca foi a de possibilitar às suas colônias uma educação de qualidade, uma vez que sempre foi mais fácil governar uma população ignorante, despreparada. No século XIX, após a nossa independência, diferentemente de países como a Alemanha, França e


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Japão, que iniciaram uma verdadeira revolução educacional, com investimento maciço nesse setor e uma efetiva política educacional, entre nós, foi criada, no ano de 1827, a primeira lei sobre o ensino elementar, que vigorou até 1946, estabelecendo as “escolas de pequenas letras em todas as cidades, vilas e lugarejos”. Ao longo dos decênios seguintes, na Primeira República (1889 a 1930) e no período da Era Vargas (1930 a 1945), uma vasta gama de medidas foram tomadas para o aperfeiçoamento da educação no país, mas com pouquíssimo êxito. O ensino público fundamental, que já não era de qualidade nos anos 1950, seguiu uma trajetória descendente, até que, em meados dos anos 1960, a classe média, ciente da decadência da escola pública, passou a matricular seus filhos em escolas particulares. Na ditadura militar (1964 a 1985) estabeleceu-se verdadeiro caos no nosso já deficiente sistema educacional, pois a desvalorização da classe dos professores foi acentuada e, a exemplo do que sucedera nos séculos anteriores, nosso ensino básico tornouse ainda mais deteriorado. A partir da redemocratização do país e, até os dias de hoje, pouco foi feito para melhorar o ensino fundamental, que continua entre os piores do planeta. O descaso com o ensino fundamental é patente quando nos deparamos com um número alarmante de analfabetos no Brasil: aproximadamente 13 milhões (IBGE 2017), sem contar outros tantos milhões de analfabetos funcionais. Segundo pesquisa realizada pelo IPM (Instituto Paulo Montenegro) e pela ONG Ação Educativa, somente 8% das pessoas em idade de trabalho são consideradas plenamente capazes de entender e se expressar por meio de letras e números. As causas da catástrofe educacional tupiniquim são as mais variadas e não seria possível em poucas linhas examiná-las. Na realidade, em nenhum

período de nossa história houve o real interesse de nossos governantes na implantação de um ensino fundamental de qualidade. Tanto é certo que, atualmente, se gasta mais com o ensino superior público do que com o fundamental, em verdadeira afronta ao bom senso. Se já causa perplexidade a existência de um ensino superior gratuito mesmo para alunos de classe média, média alta e alta, que representam a maior parte do corpo discente, maior estranheza existe no fato do Estado despender somas bilionárias anuais para estudantes que têm plenas condições de pagar, mesmo que fosse uma quantia inferior àquela estabelecida na seara privada, em detrimento de milhões de alunos que necessitam de um ensino básico eficaz. Nas melhores universidades públicas e particulares do Brasil, nos cursos de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado), inclusive, o aluno tem, a cada dia, maior dificuldade de se expressar, de escrever corretamente, de lançar novas ideias, fruto de um ensino fundamental

ineficiente, diante de uma metodologia que privilegia o “estudo na véspera da prova” e não permite a assimilação adequada do conteúdo ministrado (Pierluigi Piazzi, Aprendendo inteligência, Editora Aleph, 2008), além de não incentivar, desde os primeiros anos escolares, a leitura própria e agradável para cada faixa etária, com títulos que, efetivamente, causem interesse e despertem a figura do leitor. Investir em educação (e o Brasil não gasta pouco) é privilegiar o ensino fundamental, o que jamais foi feito. A consequência trágica dessa constatação é o aumento descomunal da violência, verdadeiros atos diuturnos de barbárie que estamos a presenciar. Se a educação de qualidade, por si só, não fosse capaz de elidir a escalada de violência em nosso país, pelo menos, faria com que não estivéssemos entre as nações mais perigosas para se viver e, ainda pior, sem presídios suficientes e dignos para abrigar tantos criminosos.


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CASES DE SUCESSO

Especialistas do grupo Fox realizam trabalho de excelência para o mercado segurador São diversas cargas recuperadas, fraudes evitadas ou desvendadas, e regulações de sinistros bem auditadas

Entre inúmeros atendimentos realizados mensalmente, as empresas do Grupo Fox têm colecionado cases de sucesso que as consolidam e referenciam no mercado de seguros. São muitas cargas recuperadas, fraudes evitadas ou desvendadas, regulações de sinistros bem auditadas.

mercado as entregas de nossos serviços, pois é para isso que somos contratados e nos dedicamos em aprimorar os conhecimentos de nossa equipe”, afirma Paulo Rogério Haüptli, diretor do Grupo Fox. Confira algumas histórias mais recentes, ocorridas no segundo semestre de 2018.

“É com muito orgulho que mostramos ao

Tombamento de caminhão

pela pista, não houve maiores prejuízos, inclusive para os usuários da rodovia que tiveram o acesso liberado de imediato. Ainda foram evitadas as multas pelo bloqueio da pista para o transportador e embarcador, cuja responsabilidade é objetiva e qualquer dano ao meio ambiente que poderia trazer severas penalidades previstas em Lei.

A Fox Regulação & Auditoria, empresa do Grupo Fox, recebeu comunicação de acidente através do Call Center, 0800, 24 horas, para atender, “tombamento de carga”, numa Rodovia Federal do Mato Grosso. Com a chegada rápida da equipe de resgate, evitou-se o saque da mercadoria, sendo preservada na sua totalidade. Os peritos também obtiveram êxito na colheita de provas necessárias para regulação e possível declinação da indenização do sinistro.

Os comissários de avarias detectaram que o veículo estava sem a devida Autorização Especial de Transporte do D N I T p a r a t r a n s p o r t a r c a rg a d e algodão, o caminhão estava circulando em horário não permissivo, bem como foram aplicadas multas que demostraram de forma clara e cristalina o agravo de risco intencional do motorista, além dos indícios deixados na pista.

Apesar da dimensão do acidente, envolvendo um bitrem que se arrastou

O disco do tacógrafo foi apreendido pela Polícia Rodoviária Federal, não


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permitindo à equipe ter acesso, contudo, não foi necessário o pedido judicial do disco para comprovar o excesso de velocidade, já que foram constadas pelas multas e disposição do palco do acidente, como marcas de frenagem, peso e distância. Com os trabalhos emergenciais e de regulação, colheram-se informações necessárias para reanalise e adequação do risco aceito, inclusive para o segurado ter conhecimento da sua equipe e frota de veículos.

comprado pelo mesmo dono do veículo, que consertou os danos e continuou com o carro. O automóvel foi então aceito pela seguradora sem vistoria prévia, pois a apólice foi gerada no modo adesão, junto à contratação de rastreador, após somente a análise do perfil social do segurado e procedência do veículo.

Mais uma vez com o apoio da polícia, o Grupo Fox teve êxito na localização de dois bi trens (equivalente a quatro carretas) que transportavam carga de feijão avaliada em R$ 180 mil. Com a operação em conjunto entre a polícia e a Fox Auditoria & Regulação, a carga foi localizada intacta. Foram adotadas todas as medidas de segurança para evitar o saque da carga tendo em vista que se tratava de uma carga de feijão.

Os trabalhos tiveram o envolvimento da célula de Resgate de Carga da Fox Regulação & Auditoria, com participação dos especialistas Ricardo Henrique Tafuri e Vinicius Monteiro, além de colaboradores de campo. Agora, o segurado entrou com aviso de sinistro por furto do veículo. O segurado foi questionado se tinha laudo do Immetro sobre o conserto do carro, e apresentou o documento, que foi constatado como original, sem qualquer adulteração. Essa foi uma dificuldade para comprovar que havia simulação de furto.

O departamento de automóvel do Grupo Fox teve atuação decisiva ao desvendar uma fraude e evitar um pagamento indevido pela seguradora. O Grupo Fox recebeu a comunicação de furto de veículo, para investigar a veracidade dos fatos. Ao verificar o histórico, descobriu que o veículo já havia sofrido acidente com perda total e o salvado foi à leilão, tendo sido

“Com isso percebemos que os sistemas da polícia não são perfeitos, porque o veículo apreendido não constava no sistema do Detran e nem havia interlocução com a polícia e, assim, foi lavrado o boletim de ocorrência do furto”, analisa o diretor do Grupo Fox, Paulo Rogério Haüptli. Recuperação de carga de feijão

Ademais, com o resgate total da mercadoria, evitou-se ainda qualquer desgaste entre o segurado e a seguradora, mantendo, assim, um bom relacionamento comercial.

Automóvel furtado ou apreendido?

rastreador estava envolvido.

O Grupo Fox contratou cavalo mecânico para remover os bi trens do local para a delegacia. Após os tramites policiais, a carga foi entregue ao destinatário em São Jose dos Campos-SP.

Porém, o Grupo Fox deu continuidade à sindicância e passou a realizar outras pesquisas sobre o segurado e o bem, e descobriu que o veículo estava apreendido em uma delegacia da Grande São Paulo, e a data da apreensão foi antes da contratação do seguro. No dia da pesquisa efetuada pela Fox o veículo ainda se encontrava no pátio da polícia. Conclusão dos fatos: O veículo havia sido apreendido, por estar abandonado na via pública, o segurado realizou a contratação do seguro com ele aprendido, já que não houve vistoria prévia, e até mesmo o boletim de furto foi realizado com o veículo apreendido. Os trabalhos vieram a comprovar a fraude e que o vistoriador que instalou o

Chave na cueca Para finalizar, entre inúmeros cases de sucesso do Grupo Fox, trazemos uma história inusitada, que aconteceu depois de ter sido acionado para atender um caso de roubo de carga. O caminhão foi localizado sem a carga pelos policiais,


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que estranharam o fato de nenhum dispositivo de segurança (como botão de pânico), presentes no veículo, terem sido acionados. A equipe da empresa acompanhou o motorista até delegacia, mas ele se contradizia a todo o momento na narrativa dos fatos. O funcionário do Grupo Fox realizou a reconstituição com os policiais e o motorista. Em determinado momento, desconfiou-se que o próprio motorista estivesse envolvido no caso e, em uma revista, a chave do caminhão foi encontrada escondida em sua cueca. Quando acontece um roubo geralmente as chaves são levadas, mas, neste caso, o motorista entregou a carga, depois abandonou o caminhão e foi na delegacia registrar o boletim de ocorrência com a chave escondida. Conclusão: a pronta resposta do Grupo Fox e o acompanhamento do sindicante ou regulador na lavratura do boletim fazem toda a diferença para o êxito da investigação. A carga não foi localizada, já que o motorista declarou que morreria se falasse o nome do receptador: uma quadrilha de roubo de carga e tráfico de drogas. O motorista alegou que devia muito para os traficantes e era a quarta carga desviada em 60 dias. De acordo com o diretor do Grupo Fox, Paulo Rogério Haüptli, a pressão pela situação econômica leva ao aumento de desvios de cargas e fraudes.

Sinistro de Property na cobertura Riscos Diversos – Equipamentos Móveis

Deslocamento do centro de massa (carga), força do vento e força de atrito (pavimentação irregular).

O Grupo Fox foi acionado por uma seguradora em razão de um sinistro de tombamento de caminhão basculante ocorrido no pátio da empresa segurada, ocasião em que estavam tentando descarregar minério. A apólice previa cobertura de Riscos Diversos Equipamentos Móveis.

Após a ação do nosso setor de engenharia, partimos para a apuração dos prejuízos, ocasião em que o segurado nos apresentou um orçamento inicial, já no ato de nossa vistoria. Em análise ao orçamento apresentado, verificamos que o mesmo deixava em aberto uma possibilidade de elevar o valor de forma considerável após desmontar a caçamba basculante para reparos.

A equipe – num trabalho em conjunto das empresas Fox Regulação & Auditoria e Norn Risk Consulting & Engineering – tiveram acesso ao local do evento, verificaram os danos no caminhão e no pistão, assim como às imagens das câmeras de segurança. O engenheiro do Grupo Fox foi enviado ao local para identificar a causa do evento e extensão dos danos. Foi analisado todos os instrumentos para medida de segurança, entre os quais, teste no hipsômetro (medidor de inclinação), o teste em operação simulava a subida do basculante em ambiente seguro, caso apresentasse inclinação perigosa durante a subida para despejo do minério o basculante parava e se iniciava o processo de descida. Durante análises das câmeras de segurança na unidade e no próprio veículo, foi constatado que o operador do basculante realizou todas as medidas de segurança, como verificação do hipsômetro, posição do veículo e checagem das conexões do basculante, e, mesmo após três tentativas o basculamento não foi concluído e o conjunto tombou. O engenheiro mecânico analisou todas as particularidades do evento baseandose em estudos físicos e análises de danos, não tendo encontrado vestígios que indicasse falha no cilindro do basculante e através de cálculo físicomatemático foi explicado que exerceram sobre o corpo (veículos) 3 forças resultantes que resultaram no processo de tombamento, mesmo atendendo todas as normas de segurança. Essas forças foram;

Com base nas informações constantes no orçamento inicial, efetuamos contato com a empresa fabricante da caçamba e conseguimos que uma autorizada realizasse nova vistoria e orçamento conclusivo quanto os reparos na caçamba, sem a possibilidade de inclusão de valores posterior ao início dos reparos. Com o orçamento apresentado pela fabricante, constatamos que o valor de reparo da caçamba possuía valor que superava 75% do valor de novo do equipamento. Diante dos estudos do nosso setor de engenharia, aliado as informações do fabricante, há possibilidade de o equipamento apresentar vícios futuros, assim, seguimos com a apuração voltada na reposição de um equipamento novo, o que minimizaria riscos de gastos futuros à Seguradora. Ressaltando que um novo sinistro de mesma causa, poderia dobrar o valor do prejuízo. Diante ao exposto, seguimos com parecer favorável a reposição do bem, assim como efetuamos pesquisa de mercado para identificar possíveis compradores dos salvados do equipamento, e, obtivemos êxito em três propostas, na qual após análise, decidimos acatar a de maior valor apresentada pela fabricante. Com as ações mencionadas, não restou dúvidas quanto a causa do evento, de forma que o processo foi concluído com apuração que evitou novos prejuízos. Esta foi mais uma regulação de sinistros bem executada pelo Grupo Fox!


PREVIDÊNCIA PRIVADA

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Reforma política coloca o benefício da previdência em pauta O debate político sobre a reforma da previdência social vem sendo importante para chamar a atenção da opinião pública para este tema complexo e urgente, que afeta o futuro de todos os brasileiros. Apesar de a PEC 287/16 não ter progredido muito no Congresso Nacional, a discussão é fundamental para conscientizar o empresariado sobre a necessidade de mudança, já que cada vez mais os trabalhadores estão atentos às questões relacionadas com aposentadoria. Anteriormente, as pessoas só começavam a pensar na aposentadoria quando já possuíam uma idade mais avançada. No entanto, nos dias de hoje, com a conscientização das empresas e funcionários, a ideia de fazer um planejamento desde a juventude vem ganhando visibilidade. Além de garantir uma importante proteção adicional aos trabalhadores, a previdência privada pode contribuir para a atração e retenção de talentos. Por essa razão, de acordo com a Pesquisa de Benefícios da Aon, 56% das empresas já oferecem aos funcionários opções de planos de previdência complementar.

variável, 45% preferem o modelo de contribuição definida e apenas 9% o benefício definido, modalidade que vem diminuindo ao longo dos anos por conta dos riscos. Além disso, a maior parte das companhias (61%) prefere investir na previdência privada aberta, onde os planos (PGBL, VGBL e FGB) são comercializados por bancos e seguradoras. Por outro lado, 20% das empresas escolhem a previdência fechada viabilizada por um fundo multipatrocinado, que também é comercializado pelas seguradoras, e 19% escolhem a previdência fechada por meio de um fundo próprio. Desde 2012, quando 53% das empresas optavam por planos de previdência aberta, houve um expressivo aumento desta modalidade. Isso demonstra que as companhias não querem mais ter tanto trabalho para administrar seus planos de previdência. Por isso, a previdência aberta e os fundos multipatrocinados estão crescendo e vão continuar em progresso nos próximos anos. Em relação às contribuições previdenciárias, cerca de 70% das empresas escolhem cobrar um percentual fixo do salário dos colaboradores. Na média, esse valor representa 5,7% da remuneração.

Os planos oferecidos podem possuir formatos distintos. No modelo de contribuição definida, o valor da contribuição é acertado no ato da contratação e o montante que será recebido varia em função desta quantia, do tempo de contribuição e da rentabilidade. Já no modelo de benefício definido, o valor da contribuição é que varia para que o valor pré-determinado do benefício possa ser atingido. Há também o modelo de contribuição variável, que ocorre quando as duas modalidades anteriores são combinadas.

Um número menor de empresas (30%) opta por uma distribuição mais equilibrada, ou fixando a contribuição sobre uma parte do salário que excede um determinado valor, ou adotando tabelas de contribuição escalonada, dividindo o recurso e direcionando as maiores fatias a quem precisa mais do complemento na aposentadoria.

De acordo com a Pesquisa de Benefícios, 46% das empresas optam por oferecer um plano de contribuição

Essas fórmulas de contribuição são mais adequadas ao conceito da previdência privada, já que se levarmos

Roberta Porcel , Líder de Consultoria em Previdência e Serviços Atuariais da Aon Brasil.

em conta o processo de ascensão profissional, o trabalhador que hoje recebe menos terá mais ajuda da empresa para compor o valor do benefício quanto mais próximo estiver da sua aposentadoria. Na medida em que os profissionais crescem na carreira, suas contribuições aumentam, de forma a amplificar seu potencial de capitalização para o futuro. O objetivo é direcionar os recursos para quem efetivamente precisa da previdência complementar. Seja qual for o modelo de viabilização, o papel da empresa não é apenas retirar uma parte do salário do funcionário e aplicar por ele, mesmo que isso por si só traga vantagens de taxas mais competitivas pelo ganho de escala. Das empresas que oferecem o benefício, 96% contribuem junto com os trabalhadores – 80% equiparando 100% do valor da contribuição, 6% contribuindo com menos de 100% e 14% contribuindo com mais de 100%. No entanto, mesmo com o aumento da compreensão provocado pelo debate da reforma da previdência, o Brasil ainda precisa amadurecer sua cultura de aposentadoria. A previdência privada terá um papel cada vez mais importante na solução dos problemas das formas de custeio da terceira idade, e, por outro lado, as empresas terão um papel fundamental na educação previdenciária de seus funcionários.


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DIREITO

Acordos e soluções de conflitos online Nos últimos anos o País vem sofrendo considerável recessão econômica, sendo possível identificarmos um grande número de empresas fechando suas portas, outras para não encerrar suas atividades, viram-se obrigadas a reduzir despesas, tais como diminuição do quadro de funcionários e com a grande queda de negócios, à necessidade de fazer mais com menos. Para os negócios jurídicos e não jurídicos não foram diferentes, e portanto, a necessidade de renegociação e reenquadramento em contratos de prestação de serviços e estudos voltados à redução de custos com importante ganho de eficácia. Nesses estudos grandes empresas entenderam que não há vantagem em ingressar com ações judiciais contra clientes ou terceiros com saúde financeira precária, o famoso ganha mais não leva, que está cada vez mais evidente nas ações de cobrança, por exemplo. Neste caso é mais interessante esgotar todas as alterativas nas medidas extrajudiciais, reduzindo portanto despesas com custas, honorários, etc. e estoque crescente de processos insignificantes.

Caiu a ficha dos departamentos de cobrança, ressarcimento e jurídico de que conciliar é muito melhor de que ajuizar, e porque não solucionar conflitos de forma online. Em plena era digital, é impossível desvincular o uso da tecnologia da prestação de serviços. Praticamente tudo pode ser feito hoje de forma virtual, inclusive a resolução de conflitos por meio de métodos extrajudiciais. Os serviços de conciliação e mediação online, por exemplo, estão amparados pela lei 13.140/15, mais conhecida como Lei de Mediação. A norma prevê a possibilidade da utilização da tecnologia para a solução de conflitos mediante métodos consensuais. Em seu artigo 46, a lei diz que: "a mediação poderá ser feita pela i n t e r n e t o u p o r o u t ro m e i o d e comunicação que permita a transação à distância, desde que as partes estejam de acordo". O Novo Código de Processo Civil (artigo 334) e a Lei de Mediação (artigo 46), ambos já em vigor, dão ênfase à possibilidade das partes colocarem fim

Dra. Aletéa Albuquerque Pellegatti , Advogada nas Áreas de Ressarcimento e Contencioso da Alfa Seguradora S/A.

ao conflito por meio eletrônico. Os serviços de mediação online, vem sendo utilizado para tentar resolver conflitos em um único ato, sem a necessidade de produção de provas, e de maneira barata, já que as partes evitam gastos com documentos e deslocamentos aos fóruns, a conciliação oferece ainda mais vantagens quando feita de forma virtual. Essa é a proposta da conciliação online, solucionar problemas de forma rápida, eficiente, econômica e segura, nos âmbitos judicial e extrajudicial, com resultados eficientes na resolução de controvérsias, de forma a desafogar a tarefa judicial naquilo em que ela é dispensável. Dentre as vantagens já exposta, há a garantia de privacidade e sigilo absoluto, sendo um procedimento flexível, informal, econômico, e com segurança jurídica. Proporciona a preservação e valorização da imagem das empresas, aumento da satisfação e agilidade nas respostas as necessidades dos clientes, e considerável redução de custos judiciais. Atualmente é possível realizar 500 conciliações online por dia, segundo Agostinho Simões, diretor Fundador da empresa Concilie Online, que é líder e pioneira neste tipo de serviço em todo o País. É o momento de rever os conceitos sobre o modelo “conservador”, vale a pela mantê-lo!


TRANSPORTES

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Seguro: perda ou investimento? Deparamo-nos, recentemente, com a questão sobre o que representa um seguro de carga. E notamos que há os que o consideram uma perda. Ele não agrega valor ao produto. Entendemos, sem qualquer sombra de dúvida, que o seguro é um investimento. Assim, agrega valor. Para que o seguro pudesse ser considerado uma perda, teríamos que levar em conta uma série de fatores. Um deles, que a contratação de seguro não geraria, em qualquer hipótese, reembolso pela perda da mercadoria. A contratação de seguro gera uma contrapartida na perda ou avaria da mercadoria.

afundasse. Que nunca fosse abalroado. O mesmo com o fluvial. Está claro que esses fatos são absolutamente impossíveis. Em especial no Brasil, em que temos o maior índice de roubo e furto de carga no transporte rodoviário no mundo. Coisa de 1,5 a 2,0 bilhões de reais em perdas anuais. Assim, está claro que a contratação de seguro é um investimento. Investir num seguro é como comprar uma máquina

Para que não valesse a pena contratar seguro teríamos que pressupor que o ser humano fosse o melhor entre todos os animais. E que o roubo, o furto não habitassem nele. Nesse caso, num acidente qualquer, ninguém mexeria na mercadoria ou veículo, o que não é o caso.

Que aviões jamais apresentassem problemas, nunca caíssem e funcionassem sem nunca se acidentar. Que os transportes aquaviários, em especial o marítimo, jamais tivessem problemas. Que um navio jamais

Qual será o prejuízo à empresa num evento maligno desse? Em especial quando sabemos que o custo do seguro de transporte é quase nada em relação à mercadoria. Também quase nada em relação ao custo logístico em geral. Sem a contratação de seguro, podemos inferir que nem sequer um preço de venda real pode ser possível. Dependendo das perdas envolvidas, ter-se-á um preço de venda para a mercadoria se ela tiver seguro, e outro se não. Dependendo da mercadoria, o prejuízo poderá ser maior ou menor. Considerando o índice de sinistralidade, os problemas poderão ser sérios.

Também que máquinas jamais falhassem. Que os veículos rodoviários de transporte fossem perfeitos e acidentes jamais ocorressem. Ai não haveria perda de mercadoria. Que trens nunca tivessem problemas. Que essa máquina seria perfeita e nunca falhasse. Descarrilamento seria um fato desconhecido. Que suas peças jamais se desgastassem. Jamais um trem parasse ou não entregasse sua carga.

Samir Keedi, Professor de MBA e da Aduaneiras, bacharel em economia, mestre em administração e autor de vários livros sobre transportes, seguros, logística e comércio exterior

para a linha de produção. Que será base para manutenção ou aumento da produção, e alavanca para aumento da produtividade. Assim, seguro é investimento. Preserva a cadeia logística. Com o seguro, a manutenção do produto está garantida. Em especial se a perda ocasionar parada da linha de produção. E, por consequência, interrupção temporária no fluxo de entrega de uma mercadoria a um comprador que não pode prescindir da mercadoria nem por horas.

Assim, não há, em qualquer hipótese, a possibilidade da consideração de um seguro como perda. Ele, sem dúvida, é investimento. E agrega valor à mercadoria no sentido de preservá-la. Evitando que a empresa desembolse algo desnecessário. Assim, só há uma hipótese de o seguro ser considerado perda. Que o índice de sinistralidade seja zero. Mas, mesmo assim, jamais poderá ser considerado como uma perda. Nesse caso nunca será contratado, por absoluta falta de necessidade, então, não haverá perda.


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ENTREVISTA

Missão de levar conhecimento técnico ao setor de transportes Salvatore Lombardi Junior é presidente do CIST (Clube Internacional de Seguros de Transportes), entidade que realiza um trabalho importante de levar qualificação especializada a um público altamente técnico, por isso recebe o apoio constante do Grupo Fox e de suas empresas. O CIST realiza eventos mensalmente, mas em novembro acontece o encontro máster dos profissionais de seguros de transportes, o Simpósio ExpoCIST. Nesta conversa exclusiva com a Fox News, Salvatore fala da missão do CIST e dos desafios de expandir sua atuação. Confira!

profissionais e temas relevantes para nosso segmento, de forma a atrair ainda mais associados e ampliar a participação em nossas realizações, reforçando representatividade para, juntos, vencermos desafios do nosso técnico e especializado ramo de seguros de transportes. Decidimos atuar de forma bastante compartilhada, num verdadeiro colegiado. As diretorias assumiram

Fox News – Em março deste ano uma nova diretoria assumiu a gestão do C I S T, e n t i d a d e fundada em 2012 para levar conhecimento e relacionam e n t o a o s i n t egrantes do mercado de seguros de transportes. Como foi este desafio? Salvatore Lombardi Jr – Assumimos, com muito entusiasmo, o desafio de comandar o CIST pelo próximo triênio. É grande a responsabilidade, pois o nosso Clube, ao longo de seus seis anos de história, ganhou corpo e representatividade no mercado, reunindo e representar profissionais de todos os segmentos da cadeia logística de seguros de transportes – seguradores, corretores, e prestadores de serviços diversos. Nesta nova gestão temos intensificado os trabalhos da entidade na missão de capacitar os profissionais de seguros de transportes e também da cadeia logística ligada a esse ramo. Estamos buscando novas parceiras,

parte das funções, pois todos têm seus cargos no mercado e essa colaboração ajuda bastante, e têm o compromisso de trazer novidades para o mercado e assuntos que demandem ações. Fox News – Como tem sido o trabalho de expandir a atuação do CIST? Salvatore Lombardi Jr – Uma das principais propostas da nova gestão do CIST é expandir a atuação para todo o Brasil. Entre as formas que buscamos para ter mais braços foi a parceria com a Escola Nacional de Seguros. O primeiro

resultado desta parceria foi o inédito Curso de Extensão em nível de PósGraduação em Logística, Riscos e Sinistros na Cadeia de Suprimentos, cuja primeira turma teve início em setembro de 2017, e, com filas de espera, já houve a segunda turma em 2018, e está confirmada a terceira para o primeiro semestre de 2019. As primeiras turmas aconteceram em São Paulo mas estamos com planos de levar a outros estados e também por ensino à distância. A expansão com parcerias com outras entidades e empresas do mercado não deixa de lado a expansão do p r ó p r i o C I S T. Também nos estruturamos para levar nossos eventos a outras praças e pela internet. Depois de seis anos realizando importantes eventos de qualificação em São Paulo, para profissionais de toda a cadeia de seguros de transportes, com a presença de visitantes de outros estados e até países, realizamos no fim de junho nosso primeiro evento em outra localidade. O Rio de Janeiro foi o local escolhido para este primeiro encontro fora, mas devemos percorrer as principais capitais e seguir investindo na divulgação e transmissão a todo o País. Este evento no Rio de Janeiro também evidenciou a importância da parceria do CIST com todo o mercado: realizamos nosso evento nas instalações do IRB-Re, prestigiados pela presença do presidente da empresa. É com essas parcerias que seguiremos expandindo cada vez mais nossa atuação, tendo como foco a missão


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do CIST de promover integração e compartilhamento de conhecimento. Em setembro o CIST recebeu o Troféu Gaivota de Ouro 2018, premiação da Revista Seguro Total, como "Destaque em Capacitação", pelo trabalho de qualificação voltado aos profissionais de seguros de transportes. Estamos muito satisfeitos com os frutos do trabalho. Fox News – Neste ano o CIST irá realizar a maior edição de seu simpósio anual. Conte um pouco do que podemos esperar. Salvatore Lombardi Jr – Prova do crescente interesse e credibilidade dos eventos do CIST é que o nosso 6º Simpósio ExpoCIST, que acontece em 23 de novembro, terá novo local para comportar o público. Tivemos, na edição passada, a presença de mais de 700 pessoas, e neste ano teremos 1 mil participantes, por isso o evento foi transferido para o WTC – World Trade Center São Paulo, onde teremos melhor

estrutura e espaço para participantes e expositores. O evento de novembro é resultado dos assuntos do mercado que tratamos durante o ano, seja em n o s s o s w o r kshops ou em reuniões com empresas e entidades parceiras, na busca do desenvolvimento dos seguros de transportes. Para esta edição, das 9h às 18h estão previstos quatro grandes painéis de palestras, intercalados por coffee breaks e almoço. A feira de exposições abre às 11h e continua após o fim das palestra, junto ao coquetel de encerramento e atrações, propiciando intensificar relacionamentos

com os especialistas do setor de seguros de transportes. Até o momento, o 6º Simpósio ExpoCIST conta com 18 patrocinadores confirmados, empresas do ramo que irão apresentar seus produtos e novidades aos congressistas, e entre os nossos maiores parceiros estão o Grupo Fox e suas empresas, que também estarão com estande em nosso evento, que já se consolidou como o maior do mercado de seguros de transporte brasileiro e latinoamericano. Nos vemos lá!

PREVENÇÃO DE PERDAS Norn lança Guia de Engenharia de Risco para Sistemas Fotovoltaicos Os sistemas fotovoltaicos (PV systems), conhecidos como energia solar, estão crescendo em importância, tanto no meio comercial quanto no privado, e sendo usualmente instalados em telhados residenciais e prédios públicos, comerciais, industriais ou ainda agrícolas. A conversão direta de energia irradiada pelo sol em sistemas fotovoltaicos complementa a geração de energia convencional em estações de energia que predominam hoje. Há diferentes versões de módulos PV: assim como os módulos enquadrados em grupos, módulos independentes, módulos em filmes flexíveis ou módulos no formato de telhas estão também disponíveis. A maioria dos danos de sistemas fotovoltaicos poderia ser prevenida por uma montagem e planejamento apropriados. Por isso a Norn Risk Consulting & Engineering,

empresa do Grupo Fox, desenvolveu o Guia de Engenharia de Risco para ser disponibilizado aos clientes de empresas do ramo de Sistemas Fotovoltaicos. A ideia é lançar guias para outras áreas de atuação que podem evitar perdas com o gerenciamento de risco. “A prevenção de perdas se equipara a assegurar meios de subsistência – esta deveria ser a máxima para qualquer gerenciamento de segurança interno. Em caso de perdas, uma apólice de seguros cobre a perda de materiais e lucro, mas não pode proteger contra permanente perda de imagem, clientes e posição no mercado. A partir deste aspecto, a prevenção efetiva de perdas é considerada essencial nas atividades industriais. Nós gostaríamos de ajudar os clientes nesta questão”, afirma JanOliver Mollien, diretor da Norn.


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TRANSPORTES

Gestão integrada de riscos na cadeia de suprimentos A Norn Risk Engineering and Consulting, empresa do Grupo Fox, iniciou seu primeiro programa de gestão integrada de riscos de transportes para uma companhia internacional atuante no mercado têxtil e varejista nas Américas. A empresa, com sede na Europa, possui capital aberto (S.A.) com um registro de USD 250.000.000 em capital, e possui mais de 2 mil lojas de varejo em mais de 20 países, desde a Ásia e Europa até as Américas. A empresa administra pouco mais de 400 lojas no México e Brasil, com aproximadamente 20 mil trabalhadores nesses países. Somente no Brasil, o varejista tem uma rotatividade de mais de 5.000.000 de itens por semana, com crescimento constante. Essa enorme rotatividade exige uma excelente e organizada logística, a qual o varejista já implementou mundialmente. Mas por que é necessário um programa de gerenciamento de risco integrado?

A gestão integrada de riscos lida com os riscos em diversos níveis da organização, incluindo estratégia e táticas, observando circunstâncias e ameaças. A implementação efetiva da gestão integrada de riscos pode produzir uma série de benefícios para a organização, que estão disponíveis em um limitado e habitual escopo de transporte. Nesse caso específico, o varejista é ameaçado por bandidos e ladrões de carga no México e no Brasil, situação que necessita ter sob controle. Assim, a matriz desta varejista decidiu buscar uma solução junto à seguradora internacional – é neste ponto que a NORN Risk Enginerring and Consulting foi acionada para realizar o acompanhamento junto a varejista, dando suporte e protegendo toda a área de Supply Chain contra ladrões de carga nos próximos três anos. A parte desafiadora é reunir todos os envolvidos - seguradora, corretores,

Jan-Oliver Mollien, CEO da Norn Risk Engineering and Consulting. Engenheiro com mestrado em Prevenção de Perdas de Incêndio, trabalhou por mais de 10 anos como Engenheiro de Risco Sênior para uma seguradora industrial multinacional.

resseguradoras, matriz, centros de distribuição e lojas. O projeto todo se desenvolveu com diversas reuniões iniciais e estudos profundos de relatórios de perdas e programas de prevenções já implementados, seguido por envolver e manter ao mesmo nível de conhecimento todas as partes envolvidas. Neste ponto, ficou claro que é essencial esclarecer os diferentes ambientes e estruturas criminosas do México e do Brasil às partes europeias, para um melhor entendimento da necessidade de algumas das medidas de prevenção de perdas menos conhecidas no exterior. Quando observamos o meio criminoso no México, por exemplo, precisamos entender a história dos cartéis de drogas e a guerra contra eles, desencadeada pelo expresidente Calderón. O dirigente enviou forças militares e policiais para as regiões controladas pelo cartel para eliminar e prender os chefes da máfia. Isso teve um efeito colateral negativo, uma vez que na ausência dos grandes líderes, a hierarquia da máfia foi quebrada, gerando assim novos “sub-cartéis”. Além disso, por conta da guerra contra o tráfico de drogas, os demais traficantes de armas e pessoas foram obrigados a procurar por novos “ramos de negócios”, e acharam no roubo de carga uma saída. Desde que Donald Trump foi eleito, o presidente americano tornou esta situação ainda pior, uma ver que passou a limitar a


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fronteira com o México, bloqueando o tráfico de drogas para os Estados Unidos que é um dos maiores mercados e acolhedor principal da indústria mundial. Este ambiente já crítico é atenuado pela atual crise de refugiados vindos da América Central. Diversas forças de polícias estão engajadas em conter a massa de refugiados, que estão claramente acompanhadas de alguns membros de gangues da América Central como Mara Salvatrucha MS-13 e Eighteenth Street Gang M-18. Quando compreendemos esta complexa estrutura, é necessário então enxergarmos com os olhos dos cartéis para entender quais as suas táticas para subtrair as cargas em trânsito, bem como analisar os histórico de ocorrências. Essas quadrilhas são formadas por pequenos grupos de quatro ou cinco criminosos armados, usando dispositivos de interferência (jammer) e atuando de forma bastante ágil. Em alguns casos, especialmente em crimes cometidos no interior, os meliantes utilizam uniformes e veículos falsos idênticos ao da polícia, obrigando os motoristas a pararem. A via mais perigosa é a rodovia 150D entre a Cidade do México e o porto de Veracruz. No estado de Veracruz, em média 90% dos roubos são registrados na sexta-feira entre as 02:00 e as 05:00. Contudo, esses são apenas pequenos detalhes que compõem uma complexa análise de risco. Após analisar as características do país, foi essencial para a equipe da Norn estudar a demanda logística do varejista internacional e demandas temporárias, como vendas de Natal, por exemplo. O que fazer quando não houver caminhões e motoristas com o padrão de segurança necessário? O que fazer quando as lojas necessitarem de mercadorias nas primeiras horas da manhã? Deverá ser analisado caso a caso quanto a permissão dos motoristas noturnos? Muitas questões levantadas podem ser resolvidas com empresas de segurança, agente de cargas, lojas e departamento central de logística. Por ultimo e não menos importante, toda essa complexidade deve ser relatada de maneira compreensível ao departamento financeiro (pessoas sem conhecimentos específicos no assunto) em três idiomas. Agora, fica claro que um programa integrado de gestão integrada de riscos de transportes necessita

de acompanhamento a longo prazo, ao invés de uma única análise de risco. O padrão mais elevado em segurança no México hoje é composto por monitoramento em tempo real tanto dos caminhões como dos reboques, dispositivos anti-bloqueadores (antijammer), dispositivos corta-combustíveis e estradas vigiadas por empresas de seguranças para suporte aos veículos de carga. Este serviço de suporte aos veículos por empresas de seguranças são muito populares no México, a cada 10 km ou 20 km a empresa dispõe de agentes e veículos estrategicamente posicionados nas estradas, para que quando qualquer veículo registrar atividade incomum através de monitoramento remoto, um alarme assumirá e bloqueará o motor do caminhão, e, ao mesmo tempo o agente mais próximo será acionado para o local com o objetivo de impedir a ação dos meliantes acionando a polícia rodoviária caso necessário. Esse modelo de prevenção frustra atualmente de 60% a 65% das tentativas de roubos a carga. Contudo, por mais que esse modelo funcione bem, custa caro e é um desafio para os setores logísticos das empresas justificar estes custos. Desta

maneira, o próximo passo é criar modelos de segurança híbridos, em que alguns transportes possam contar com o sistema de segurança por agentes nas estradas e outros não, que necessitarão neste caso de comboios e que respeitem horários restritos e assim por diante. A segurança é algo flexível e dinâmico, especialmente em supply chain. Contudo, a grande vantagem que a Norn Risk Engineering and Consulting oferece é trabalhar em ambos os países, México e Brasil, trazendo medidas comprovadas de para o outro. A Norn Risk Engineering and Consulting opera em toda a América Latina e oferece o conjunto completo de serviços de engenharia de risco de transporte: consultoria em otimização para embalagens de transporte, controle de amarração e seguranças de cargas em diferentes meios de transportes (terra, ar e água), riscos de armazenamento, movimentações de carga (especialmente altas e pesadas), consultoria em projetos de cargas e outros diversos serviços. Para isso, contamos com mais de 20 anos de experiência em sinistros da Fox Regulação & Auditoria, e também com meus 10 anos de experiência em engenharia multinacional de riscos de transportes.


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INTERNATIONAL

The Psychology of Technology Our current world of technology has caused psychological alterations in our thinking and behavior, which will bring increased threats to companies operating in various sectors Technology is advancing at an alarming rate; statistics reveal that there are approximately 15 billion devices currently connected; which will grow to an incredible 50 billion by 2020! In a few years, billions of devices and people will be connected in various forms, from personal fitness trackers, smarthomes, smartphones, telematics, appliances, and many other areas. All of these objects will be pushing data into the world, data that must be managed and controlled. The first challenge for many companies will be learning ways to store and manage the immense amount of data in circulation; the second priority should then be to learn methods that a company can leverage this robust information into useful strategies that support that business's mission. From a psychological perspective, we are on information overload; current advances in technology are forcing us to “live” a significant part of our lives in the virtual environment; whether it is requesting a ride from the Uber app, ordering food online, booking and managing airline and other travel documents through our phone, controlling our homes heat and lock

mechanisms remotely, and the list continues. All of this “living” we do in the virtual world has left us more detached and removed from the human element of our society. So, as professionals in your respective fields, you might be asking, how does this affect me? Well, the answer is clear, all companies in our industry are at risk, let me explain further. Researching the psychological aspects of deviant and criminal behavior is one of my core academic interests and one that I have been heavily involved with throughout the years. This topic is so fascinating it became the core foundation of my book, The Psychology of Fraud. One conclusion I can draw based on my research is that the environment does shape behavior, whether that behavior is positive or negative. Thus, companies should look for gaps and vulnerabilities where threats can penetrate, and develop focused defenses in these areas. This is based on what I term, Opportunity T h e o r y, w h i c h s t e m s f r o m t h e sociological school of criminology. Opportunity Theory states that people will exploit an opportunity only if it is presented to them, they will not actively

Dr. Michael Skiba ("Dr. Fraud") , worked in the insurance sector for 22 years before becoming an international counter fraud consultant. He is currently consulting with INFORM, an i n te r n at i o n a l fr a u d solutions and optimization company.

seek out deviance. Opportunity Theory has been proven credible on other areas, such as studies of road rage which indicate there is a direct relationship between road rage and increased opportunity while driving. Let us further explore how this theory relates to most of the clientele an insurance or financial sector company deals with on a daily basis. Opportunity Theory would be especially relevant to the large majority of insurance or financial sector policyholders. These individuals are, by and large, average consumers who could suffer a legitimate loss, accident, or other incident, but then


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exploit or exaggerate this opportunity to defraud a company. These claims may be smaller than, say, a large medical provider ring, yet numerically and in aggregate insurance dollars stolen, false and exaggerated claims by average citizens may be among the largest sources of loss in the fraud world. Claiming expensive contents stolen from one's home when only a small TV was actually taken is an example of seizing an opportunity when presented. Because these occurrences occur in high volumes but are of low relative value, they fall off the radar of the company and slip through the cracks unnoticed. This deviant behavior is driven by dishonesty, which involves two factors. First, increases or decreases in one's likelihood to cheat vary with the odds that the person will get caught. This is called the deterrent effect in academic circles. That is, what deters an individual from dishonest behavior? Studies show that even people who never cheat and score high on ethics tests are more likely to cheat if the chances of detection are low to non-existent. These individuals don't “think” about it, until an opportunity is presented to them. Second is the risk-reward scale. People will make a conscious decision and weigh the relative risks and rewards of an activity, then act according to their personal risk threshold. If the reward is high and risks low, individuals are more likely to engage in dishonest behavior. This also assumes our subjects are higher cognitive individuals with the mental capacity to decide right from wrong, and yet still make the wrong choice. A personal experience exemplifies how increased opportunity can motivate fraudsters. Several years ago, I conducted an in-depth interview with a convicted serial arsonist, a criminal that defrauded millions of dollars and was successfully prosecuted. John Doe never had a prior incident with law enforcement, and had no other signs of deviant behavior. He suffered a legitimate loss and made a claim for damages and started to follow the claim protocol as explained to him. After he submitted his claim form and appropriate damages, he received a claim settlement check that was for $1,000

more than what he had claimed. This mistake by the company created an opportunity for him, a small opportunity that would grow into a four-year, multimillion dollar scam. There is hope! Companies can focus on several strategies to assist with the d i s t u r b i n g psychology of technology. At the core of these approaches is the foundational ideal that businesses must look to reduce opportunity as much as possible, even small changes from a company's perspective can have significant results. First, companies must leverage technology to help fight technology. Companies can use analytics to maximize detection and optimization with reduced efforts. One, well trained analyst utilizing the power of analytics can filter and route hundreds (of even thousands) of claims or policies, which would normally have to be reviewed using manual methods. In this manner, carriers can now focus on those claims that have the highest potential for success, making them more effective and efficient. The high performing companies that use data analytics do so in a manner that is more holistic and broader than customary systems. These businesses will insert a detection system, but also use that program in the point of sale, underwriting, or claims environment. This will bring more data in the system, data that will enrich and strengthen the results. To be effective, a company must conduct an internal inventory or vulnerability assessment and assess how they can leverage data and technology. In an insurance environment, the claims structure is one of extremely high volume, and thus can benefit significantly from leveraging data management and

analytical systems. It is important that the claims environment is not silo'd and working independent of fraud and other units. Managers must ensure that fraud detection systems are linked to the claims environment, which will create a necessary bridge of data. One area that should not be overlooked by carriers as they approach this data enriched world of 2019 is the human aspect of these efforts. Many companies are just starting to become aware that the future for success is all about data; data management, inclusion, and integration, and at the nucleus of this is technology to help manage this. However, companies, as they focus on technology, must also remember that they need capable people to run these systems and fine tune them to meet the demands of the carrier. I recently read an article about machine learning which adamantly stated that ML systems are only as good as those that are driving it. We must embrace technology, but also keep in mind that we need to include experts to run these systems to glean the most benefit. As we slowly move toward the point where 50 billion devices are connected, be sure to consider how technology has alternated the mind, and how this new “wiring” will impact your company. Be sure to focus on ways that you can develop strategies to reduce opportunity and thus lower your exposure and vulnerability, moving you ahead of the curve and the wave of technology.


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AUTOCONHECIMENTO

Mudar é bom ou ruim? Vamos meditar sobre isso? Em um contexto em que temos informações vindas de todos os lados, sem filtros ou criticidade, nos encontramos no meio de um turbilhão de pensamentos. E em que vale a pena realmente refletir ou gastar energia? Há cerca de 10 anos, eu aprendi uma técnica que me ajudou a controlar o fluxo dos pensamentos, diante de tantas coisas que temos que administrar no dia a dia, como o trabalho, família, projetos, nosso futuro: a meditação. A técnica consiste em meditar uma vez ao dia, pelo menos, e anotar em um papel os pensamentos recorrentes (aqueles que não vão embora). O ato de anotar é libertador. É incrível como o pensamento vai embora com a garantia de que o assunto será bem conduzido. A regra de ouro é resolver o mais rápido possível tudo que for anotado, não importa o grau de complexidade. Resolva! Do contrário, seus pensamentos não confiarão mais. Bom, em um desses meus dias de meditação, a todo o momento, vinha um

pensamento sobre mudanças. Tenho escutado das pessoas uma preocupação sobre as mudanças, sempre acompanhada da expressão: "como a empresa está mudando!" ou "a empresa não é mais a mesma!". Eu anotei esse pensamento e depois corri para escrever minha reflexão sobre isso. Primeiro, me parece que mudança não é algo que a maioria das pessoas gosta. Estamos acostumados com a rotina e com o jeito como nós fazemos as coisas, com as relações já estabelecidas (seja o chefe que já me conhece, os clientes que já conquistei... por aí vai!). Mais ou menos como quando nossos pais precisavam se mudar de bairro ou cidade e tínhamos que mudar de escola ou de casa. Era uma mistura de sentimentos bons e ruins: a casa nova ou o bairro eram legais, mas, teríamos que abrir mão dos amigos da rua. A escola não tinha os mesmos esportes que a outra, mas, o laboratório era bem mais moderno. Meu filho passou por isso recentemente e conversamos bastante. Para mim, era tão normal que ele vivesse a mudança e para ele foi tão difícil...

Fabio Luchetti, conselheiro administrativo da Porto Seguro, companhia da qual foi CEO durante seis anos.

O segundo ponto que eu considerei nesse exercício é que as pessoas devem estar certas quando falam que a empresa está mudando. Assim como as pessoas que, de acordo com a teoria dos “setênios”, mudam a cada sete anos, biologicamente e emocionalmente, uma empresa também sofre evoluções: cresce, ganha novos mercados, novos produtos. Todos os meses, entram pessoas novas, outras saem; novos líderes são promovidos, conquistamos novos clientes. Mudanças climáticas, políticas e econômicas e, principalmente, as ações que precisamos tomar para mitigar riscos, ameaças e


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aproveitar oportunidades também provocam necessidade de mudanças. Mas, para aquelas pessoas que sofrem ao perceber uma mudança, mesmo que seja inevitável mudar, o que importa é que existem sentimentos, incômodos, inseguranças e que é preciso lidar com tudo isso. A verdade de cada um precisa ser respeitada e é difícil obter unanimidade nos conceitos e no que é certo ou errado. Então, continuei meditando e veio outro pensamento: "Fabio, mas, como líder, você precisa ter uma boa percepção sobre mudanças diante de pessoas otimistas e das pessimistas. Afinal, todos fazem parte do time, então, como tranquilizar as mais inseguras, afinal, o papel da liderança é dar transparência, inspiração, direção e recursos". Anotei esse pensamento e, portanto, tinha que resolvê-lo. Bendita hora que aprendi essa técnica... Resgatei outros conceitos sobre como compartilhar com as pessoas as mudanças, como conseguir um bom entendimento da sua importância e sobre como eu lidero as mudanças. Existe um arquétipo na Antroposofia* que eu gosto muito e aprendi a introduzilo em meu modelo de gestão que se chama "Visão Quadrimembrada". Ele divide as organizações em quatro dimensões: 1. Identidade: a Filosofia, a Visão, a Missão e o propósito de existir de uma organização; 2. Relações: como o nome diz, trata das relações entre os funcionários, clientes, corretores, prestadores, fornecedores, acionistas e a comunidade como um todo;

3. Processos: essa dimensão trata como os produtos e serviços chegam aos clientes, como administramos os projetos, geramos os resultados e administramos as despesas; como atendemos os clientes, monitoramos riscos, inovamos etc.; 4. Recursos: as ferramentas necessárias para desenvolver bem todas as a t i v i d a d e s d a o rg a n i z a ç ã o ( s e u s imóveis, frota de veículos, hardwares, softwares, mão de obra). Pois bem, diante dessa visão, as dimensões em que eu sempre fico muito atento para essa necessidade de mudança (e rápida) são os “Processos” e os “Recursos”. A dinâmica do ambiente externo, a globalização, a tecnologia, tudo se move muito rápido. Todos os dias, nos deparamos com novidades, com soluções novas que rompem conceitos conservadores e clássicos da economia: basta ver a quantidade de aplicativos que surgem hoje em dia e que causam rupturas relevantes na forma de a sociedade fazer as coisas. Empresas novas surgem e outras sucumbem por falta de visão estratégica e, principalmente, capacidade de se autocriticar, criar suas próprias crises, mudar, inovar, fazer diferente.

outros, talvez os mais afetados ou impactados, as mudanças foram péssimas. Onde devemos colocar o foco, então? Na inovação, na manutenção ou em ambos? Agora, eu também gasto muita energia e foco nas dimensões em que as mudanças são preocupantes e até ameaçadoras que é na “Identidade” e nas “Relações”. Essas dimensões são atemporais e as mudanças precisam ser muito sutis, cuidadosamente orquestradas e envolver a todos, pois, elas dão o tom e a alma da empresa. Uma organização nunca deve se esquecer dos fatores de sucesso que a impulsionaram no passado até o presente, mas, também não pode ignorar o futuro, com toda sua imprevisibilidade e caos que se apresentam. Assim, eu concluí a solução do meu pensamento, pois, compreendi que é normal as pessoas se sentirem inseguras e com medo das mudanças, elas nos tiram da zona de conforto. Mas, ao mesmo tempo, elas são necessárias para preservar o sucesso no futuro e, não importa o tamanho do medo, devemos proteger a Identidade e as Relações e sermos bem criativos e ousados nos processos e recursos. Então, agora, poderei voltar a meditar e espero ter novos pensamentos para poder me provocar novas reflexões.

Alguns de vocês hão de se lembrar da Varig. E, de repente, surgiu a Gol. Por que a Varig, que tinha liderança de mercado, não foi capaz de se reinventar? A Polaroide, que imprimia fotos na hora? Aplicativos de táxis, que atropelaram os modelos clássicos dos radiotáxis, e permite que hoje os pais até deixem seus filhos adolescentes pegarem táxis sozinhos com segurança?

E você: o que pensa quando percebe mudanças? Qual a sua percepção sobre sua empresa estar mudando? Estão tomando decisões acertadas? As mudanças estão focadas nos processos e recursos? Estão protegendo a identidade e o propósito?

Para alguns, essas mudanças foram excelentes e gerou oportunidades. E, para

Divida comigo o que pensa e, assim, poderemos trocar ideias sobre o tema.

* Antroposofia (palavra derivada do grego “anthropós”, homem, e “sophia”, sabedoria) é uma filosofia de vida elaborada no início deste século pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner (18611925). Esse método de conhecimento que aborda o ser humano em seus níveis físico, vital, anímico e espiritual, e mostra como essas naturezas, absolutamente distintas entre si, atuam em constante inter-relação.


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DISTRIBUIÇÃO

Como se tornar insubstituível, na era da inovação? Sempre gostei do tema “excelência”, em especial na área de atendimento. Quando gostamos, sempre observamos ao nosso redor (mesmo sem querer) o que consideramos excelente e o que consideramos mediano. Observando com olhar crítico desde que iniciei minha vida profissional, cheguei à conclusão de que tudo o que foi substituído pela tecnologia foram serviços medianos. Busquei na memória um serviço que era prestado com excelência e foi substituído. Eu não encontrei. Sabe por que? Não trocamos o que é excelente. Testamos e depois substituímos o que é mediano, ruim. O que nos traz satisfação e encantamento, sempre mantemos! Recentemente, o economista Ricardo Amorin disse que a profissão de corretor de seguros tem 99% de chances de acabar em um curto período. Um amigo que não é do ramo de seguro, enviou a matéria e me questionou: “O que você acha?”. Respondi, que sempre busquei a excelência e espero fazer parte do honroso 1%. Briguei com o amigo, mas com a tranquilidade de não ser

mais um. Honestamente, a profissão de corretor de seguros não vai acabar. Ok, vai se transformar muito. Então, como se manter em cenário de mudança, inovação, onde tudo acontece tão rápido? É simples (mas não confunda com fácil)! Busque a excelência em seu atendimento, antecipe os desejos dos clientes e crie formas para que seu atendimento seja insubstituível. Se for mediado, seu cliente vai testar uma alternativa (mesmo se não for bom), se for mais prático, ele vai preferir a nova ferramenta. Como me antecipar a um pedido do cliente? Anote durante um período (pode ser por um dia, quinze ou um mês) as solicitações dos seus clientes. Filtre quais são as mais recorrentes. Ajuste a sua operação para que as informações cheguem aos clientes, sem que eles tenham que lhe pedir. Esse é o início para entender o que seus clientes esperam de você ou da sua empresa. Outra dica simples e valiosa, é

Roberto Schimith, Sócio Fundador da Inser t Seguros, corretora que atua exclusivamente com seguros de transportes

perguntar: “Fulano, me diga o que eu, ou minha empresa, podemos fazer para melhorar o atendimento?”. Importante: esteja preparado para ouvir, mesmo que não concorde, anote e agradeça pela cooperação. Reflita, na maioria das vezes a informação vai lhe ajudar a atender melhor. Acredite, chegar à excelência não é difícil. O desafio vem em manter esse foco, melhorar os processos, se antecipar aos pedidos dos clientes e manter a equipe envolvida em superar as expectativas dos clientes.


TECNOLOGIA

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Uso da tecnologia para incorporar serviços digitais, humanos e inovadores Nada é mais antigo do que falar que a tecnologia tem mudado a forma como trabalhamos e fazemos negócios em todos os lugares do mundo. A inteligência artificial já é uma realidade e até os mais tradicionais setores têm se rendido às soluções digitais para aprimorar processos e oferecer serviços adequados às necessidades de seus clientes. No mercado segurador, a transformação digital é o melhor caminho para as empresas buscarem resultados e performance. Mas estamos atrasados neste caminho. Outros setores já fazem a sua lição de casa há mais tempo do que o mercado segurador. Já sabemos que as mudanças tecnológicas que estamos passando moldarão a maneira como os seguros serão trabalhados no futuro, com a oferta de produtos simplificados, inteligentes e com precificação competitiva. Para se manterem no jogo, as companhias devem colocar o pé no acelerador na busca por implementar soluções digitais, adotar processos mais eficientes e implantar modelos matemáticos avançados, que poderão alavancar de maneira saudável os resultados. Todos ganham nessa equação: 1) as seguradoras,

que terão processos ágeis e maior rentabilidade; 2) os corretores, que poderão oferecer produtos personalizáveis, adequados ao perfil de cada segurado; 3) e os clientes, que contarão com serviços de qualidade a preços justos. Por isso, fala-se cada vez mais em soluções como, por exemplo, open insurance, blockchain, IoT e machine learning, tecnologias adotadas para otimizar processos e torná-los assertivos. Com os recursos digitais que temos hoje, é possível, por exemplo, cruzar dados e avaliar o perfil de risco de um determinado motorista, o que pode baratear a renovação de seu seguro ou mesmo servir de histórico para cotações futuras com outras companhias. Outro exemplo é o chatbot, uma inteligência artificial capaz de conversar com o cliente via chat e resolver problemas com mais agilidade. Essa solução é uma tendência global em diversos setores e a HDI foi a primeira empresa de seguros no Brasil a adotá-la em sua página de Facebook, em 2017. Mas, ainda que a tecnologia seja fundamental, as seguradoras contam com

Murilo Riedel, CEO da HDI Seguros

outros fatores determinantes que as tornam boas ou ruins. O atendimento humanizado, acolhedor, atrelado a uma equipe de profissionais engajados em criar soluções inovadoras e matematicamente rentáveis é o que faz uma boa companhia. Não é a tecnologia que torna uma seguradora melhor, mas a forma como essa seguradora usa seus recursos para melhorar seus serviços. É sobre isso e outros temas que quero tratar daqui para frente em minha página no LinkedIn, que é uma plataforma muito eficiente para a troca de conhecimentos e experiências. Com frequência, vou trazer percepções e análises do mercado de seguros e convido todos a acompanharem e deixarem seus comentários.


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LOGÍSTICA

A contratação de serviços logísticos, de gerenciamento de riscos e cobertura de seguros exige avaliação que considere a relação “custo / benefício” É fato que a terceirização dos serviços logísticos é um fenômeno crescente não só no Brasil como em todo o mundo. E que isto vem acontecendo na medida em que os usuários, além de estarem satisfeitos com os serviços adquiridos, também passaram a entender ser este o caminho mais curto e eficiente para melhorar suas cadeias de suprimentos, seja na redução de seus estoques, no melhor atendimento de seus clientes ou na diminuição de seus custos.

Observa-se também que os motivos, pelos quais as empresas buscam a terceirização logística, são os mais diversos possíveis. Se antes a redução de custos era a prioridade, hoje há diversos outros com o mesmo nível de importância: maior eficiência e redução de investimentos em ativos, foco em seu próprio “core business”, ter maior flexibilidade operacional e acesso junto às tecnologias mais avançadas também são bastante citados pelos empresários.

Ta m b é m , c o n f o r m e d e m o n s t r a m diversas pesquisas e a experiência do “dia-a-dia”, no começo do processo, eram comprados serviços logísticos mais simples, mais operacionais. Mas agora, com foco mais estratégico, as empresas estão terceirizando atividades mais complexas, que melhorem seus processos e a tecnologia de informações, itens fundamentais para o bom desempenho dessas atividades e excelência operacional.

E mais. Considerações com relação à qualidade, à excelência operacional, à segurança, à garantia de entrega, ao relacionamento e à ética, também passaram a ter suas importâncias aumentadas no momento de se escolher um operador para terceirizar as atividades logísticas da empresa. Tanto isso é verdade, que dentre os principais motivos para se substituir um operador logístico por outro, os três

Paulo Roberto Guedes é especialista em Logística, conselheiro da ABOL – Associação Brasileira das Operadoras Logísticas.

primeiros referem-se à má qualidade do serviço prestado, à pouca flexibilidade às mudanças e a baixa capacidade de propor novas soluções logísticas. Dificuldades de relacionamento, pouca capacitação tecnológica e problemas éticos são apontados como os motivos que mais evoluíram na insatisfação dos usuários de serviços logísticos terceirizados, segundo pesquisa realizada pelo Instituo de Logística (ILOS). Pode-se concluir, portanto, que esta é uma clara e inequívoca demonstração de que a escolha de um novo operador está intimamente ligada ao conceito da relação "custo / benefício". Ou seja, a avaliação, ao mesmo tempo em que considera os preços pagos, inclusive comparando-os com os concorrentes, também considera os benefícios recebidos. Essas informações são extremamente importantes, em especial para os operadores logísticos, porque elas reforçam o fato de que os contratantes de serviços logísticos consideram a relação "custo / benefício" como conceito imprescindível de contratação. Isto corrobora e comprova, principalmente nos mercados mais maduros e para uma parcela significativa de empresas, que os tomadores de serviços estão dispostos a terceirizar suas atividades, inclusive aquelas mais complexas, mesmo com preços maiores, posto que os benefícios obtidos é que orientarão suas decisões.


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Aceitando-se, portanto, que o conceito relação "custo/benefício" faz parte integrante dos processos que analisam, avaliam e selecionam empresas prestadoras de serviços logísticos, é imprescindível que a logística seja colocada no topo da hierarquia das empresas e alinhada à própria estratégia dessas empresas, posto que ela também é responsável pelo sucesso dos negócios e não se limita a instituir processos de compra que avaliem somente os preços dos serviços a serem adquiridos. Chopra e Meindl definem 'alinhamento estratégico' como sendo a busca dos mesmos objetivos, isto é, compatibilidade de prioridades entre contratante e contratado (Sunil Chopra e Peter Meindl, “Gerenciamento da cadeia de suprimentos: Estratégia, Planejamento e Operação”. São Paulo, Prentice Hall, 2003). O mesmo deve ocorrer no momento em que se contratam serviços de

gerenciamento de riscos, de corretagem de seguros ou de quaisquer outros serviços diretamente ligados à logística, pois tornou-se imprescindível o alinhamento entre as operações logísticas, os programas de gerenciamento de riscos e as respectivas coberturas de seguros. E destes, com as necessidades e exigências dos clientes e suas respectivas cadeias de abastecimento. Sem dúvida, ao se adquirir esses serviços, é preciso “ter em conta” avaliações baseadas no conceito das relações entre os custos e os benefícios. Atualmente, com as crises mais frequentes e os momentos 'intermináveis' de incertezas e de insegurança, com os riscos inerentes às atividades empresariais e às operações, cada vez mais complexas, bem como a legislação que trata das responsabilidades fiscais, civis e criminais, empresas e acionistas, todos os dias tem seus patrimônios

colocados em risco. E isto, sem dúvida, tem gerado dificuldades ainda maiores para que programas de gerenciamento de riscos e seguro sejam contratados de forma eficiente, corretamente adaptados à nova realidade e que alcancem, ao final de tudo, segurança para todos. Diante desse cenário, parece estar em consolidação, por parte dos tomadores de serviços, a compreensão de que a aquisição de serviços logísticos, nos quais incluo o gerenciamento de riscos e a cobertura de seguros, é muito mais complexa do que a compra de “commodities”, na qual apenas o preço do produto ou serviço tem importância de análise e avaliação. Os operadores, por outro lado, começam entender que é imprescindível oferecer serviços com custos competitivos, mas, sobretudo, voltados ao cliente, com qualidade, excelência operacional, segurança, atitudes inovadoras, respeito à ética e ao meio ambiente.

NA MÍDIA O direito do seguro A 2ª edição do Seminário de Seguros, realizado pela Haüptli Advogados & Associados, empresa do Grupo Fox, foi destaque em matéria de duas páginas na Revista Apólice. “Haüptli Advogados & Associados reúne especialistas para debater assuntos relevantes ao mercado de seguros”, destacou a reportagem.


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CENÁRIO POLÍTICO

Salvando o capitalismo dos capitalistas As eleições de outubro de 2018 trouxeram à luz um fenômeno político de dimensões transformadoras; um verdadeiro ponto de mutação, para usar a linguagem comum. Eleitores do Brasil inteiro, unidos em uma mensagem de forte conteúdo ideológico, fizeram uma opção pela mudança, de certo modo radical, na forma de fazer política e do próprio conceito de política, à medida que partidos tradicionais foram praticamente varridos do Congresso Nacional e, pela primeira vez na história, uma eleição foi vencida sem o uso do espaço oficial de campanha e de recursos financeiros abundantes, o que confere ao vencedor uma dupla responsabilidade. Primeiramente, caberá ao vencedor reafirmar os compromissos de campanha e implementar, de fato, uma agenda liberal, desconstruindo os elos e os grilhões das relações promíscuas entre o Estado e o setor privado, seja pela proximidade incestuosa, com a consequente oferta e distribuição de subsídios e desonerações tributárias, ou pela via da concessão de crédito barato às empresas amigas. A agenda deve ser ainda complementada de forma prioritária com uma ampla reforma do próprio Estado, com a revisão de planos de cargos e funções administrativas, cortes de redundâncias e extinção de privilégios, em especial do sistema de previdência dos servidores da União Federal, ponto relevante para a racionalização da administração pública, com a extinção de órgãos, ministérios e centros de custos desnecessários. O Estado agigantado pelas incorporações de funções alheias à prestação de serviços essenciais à população, tais como educação, saúde e segurança, tornou-se uma fonte de ineficiência e perda de produtividade. O longo processo de recessão que a economia brasileira vive ao longo dos últimos quatro anos, fruto de uma série de tentações e escolhas irracionais, levou a

economia a um verdadeiro estado de anemia, uma espécie de letargia, com a perda de confiança e credibilidade e a falência da capacidade do governo em adotar medidas consistentes de equilíbrio fiscal. Uma espiral de desinvestimento público, com queda na taxa de investimento ao nível mais baixo história recente. Uma avaliação mais realista do quadro da economia, em uma visão de longo prazo, inevitavelmente tem que levar ao diagnóstico da necessidade do realinhamento do Estado, o que poderá se dar mediante privatizações, concessões, arranjos societários pela via de eventuais parcerias público-privadas e abertura da economia ao comércio internacional, em escala e etapas compatíveis com a presença de fortes tentações protecionistas vindas de alguns mercados consumidores parceiros.

Rene Garcia Jr é doutor em Economia pela FGVRJ, diretor da consultoria econômica RG Associados, e foi s up e r i n te n d e n te d a Susep.

prosperidade, das inovações e das crescentes oportunidades registradas nas últimas décadas deve ser atribuída ao ressurgimento dos mercados livres, especialmente os financeiros, onde a figura do mercado de capitais, em um conceito amplo, exerce uma importância decisiva.

A leitura da agenda pró reformas

Em outra obra relevante, os economistas Keneth Rogoff e Carmem Reinhart, “Oito séculos de delírios financeiros” , apresentam uma análise abrangente da ampla diversidade de crises financeiras, e nos orienta ao longo do período de estudo, sobre espantosos casos de calotes de dívidas públicas, de pânicos bancários e de surtos inflacionários, frutos de crises de endividamento, desperdício de dinheiro público e/ou de políticas fiscal e monetária inconsistentes.

Raghuran Rajan e Luigi Zingales, dois professores da escola de Chicago, em livro de divulgação famoso, intitulado “Salvando o Capitalismo dos Capitalistas” , trazem uma defesa ampla e documentada dos benefícios de sistema de livre mercado.

Dessa análise emerge o conceito, já bem articulado na literatura econômica, da insustentabilidade da trajetória da relação Dívida/PIB, em percentuais superiores a 80%, fenômeno identificado em países emergentes.

A obra indica que somente mercados financeiros sadios e concorrenciais podem ser uma ferramenta eficaz na difusão de oportunidades, no combate à pobreza e, principalmente, no crescimento econômico. Sem mercados financeiros inovadores, a economia só tende à petrificação e ao declínio.

Quanto a esse aspecto, a necessidade de revisão da razão de endividamento como proporção do PIB recomenda a tomada de decisões imediatas para a reversão da tendência, com a adoção de políticas de cortes de despesas e redução do déficit público, no atual momento em percentuais equivalentes a 2,5% a 3,5 % do PIB.

O livro mostra que grande parte da

Movimentos bruscos de revisão de

Outro ponto de grande importância reside na necessidade de redesenhar os mercados financeiro e de capitais, incentivando de forma cautelosa o desenvolvimento de experimentos relacionados a fintechs e insurtechs, optando por um modelo de oferta de serviços financeiros em condições e prazos mais adequados a um ciclo de recuperação da atividade econômica.


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não podem deixar de observar uma certa ordem sequencial: Reforma Previdenciária, Reforma Tributária (redesenho das atribuições e competências dos entes federativos), Reforma Administrativa (cargos, comissões, órgãos e entidades públicas). Em destaque também se apresenta a imensa necessidade da adoção de um conjunto de ações e políticas voltadas para a agregação de produtividade, com fortalecimento de políticas inclusivas (geração de emprego e abertura de novos negócios). Os próximos meses serão decisivos na construção de um futuro com menos incertezas e na definição de um ambiente de convergência de interesses e valorização da estabilidade nas relações econômicas. Despesas Públicas e cortes de privilégios são temas complexos e de difícil implementação, em função do amplo leque de interesses corporativos e políticos envolvidos.

No entanto, explicitada a situação crítica em que se encontra a economia brasileira, o momento é de convergência nacional em torno da aprovação das chamadas reformas, que, por critérios de elegibilidade política,

Sem dúvida, estes são os elementos necessários para a retomada sustentável da atividade econômica e aderência a um ciclo de recuperação econômica e queda no desemprego.

ECONOMIA Cenário econômico na América Latina está melhorando Em recente visita ao Brasil, Thomas Holzheu, economista-chefe do Swiss Re Institute para as Américas, fez uma análise do atual cenário econômico na América Latina. O executivo destacou que o continente está atravessando o final de um processo político que transcorreu ao longo dos últimos 18 meses, no qual prevaleceram líderes conservadores sob o ponto de vista fiscal. Holzheu também apontou uma gradual retomada do crescimento na região, após a bruta desaceleração ocorrida entre 2014 e 2016. Holzheu, que participou de evento com corretores de seguros, destacou ainda que as condições financeiras na América Latina estão melhorando graças a uma elevação nos preços internacionais de diversas

“No geral, a política monetária na América Latina é positiva e está sob controle, apesar de algumas exceções. Vale destacar também que as economias da região ainda permanecem muito expostas ao aperto nas políticas monetárias dos países do G7, particularmente os Estados Unidos”, diz Holzheu.

recente revisão para baixo das previsões de evolução do PIB, Produto Interno Bruto. O executivo também falou sobre a recente alta nos preços ao consumidor e a tendência da inflação. “Pressões cambiais e o alto custo da energia provocaram uma alta na inflação, mas ela ainda está sob controle. Temos observado uma recuperação no consumo das famílias, resultado direto da inflação baixa e de políticas monetárias favoráveis. As recentes tensões políticas e sociais ainda causam incertezas na confiança dos consumidores e empresários, mas há espaço para um crescimento moderado no curto prazo”, avalia Holzheu.

Sobre o Brasil, o executivo destacou o potencial para que o país retome a rota do crescimento no fim de 2019, mesmo com a

Para mais informações sobre o Swiss Re Institute, acesse: http://institute.swissre.com/

commodities. De acordo com o executivo, a recente renegociação da NAFTA, (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio bloco econômico formado pelos Estados Unidos, Canadá e México) deve ter impacto limitado na região.


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EVENTO

Líderes de venda em seguro de vida reunidos Com a participação de palestrantes internacionais, evento inédito no Brasil trouxe orientações valiosas para os corretores de seguros aumentarem as vendas no ramo. O CVG-SP (Clube Vida em Grupo de São Paulo) e a MDRT (Million Dollar Round Table) comemoraram o sucesso do MDRT Day Brazil, realizado no dia 25 de outubro, na capital paulista. O evento inédito no país, reuniu líderes de venda em seguros de vida de vários países, membros da MDRT, associação internacional com mais de 66 mil membros, que reúne os melhores corretores de seguro de vida e profissionais do mercado financeiro no mundo. Na cerimônia de abertura, o Hino Nacional Brasileiro e o Hino dos Estados Unidos, sede da MDRT, foram executados no violão clássico e na guitarra, respectivamente, pelo músico Marcelo Cohen. Para uma plateia lotada, com a presença de quase 400 pessoas, especialistas da Austrália, Estados Unidos, Panamá, Portugal e Brasil apresentaram orientações e dicas valiosas para alcançar o sucesso profissional na comercialização de seguro de vida. “Para o CVG-SP foi uma grande conquista trazer esse evento ao país e poder contribuir para a especialização e aprimoramento dos profissionais que atuam na área de venda de seguro de vida e previdência”, disse Silas Kasahaya, presidente do CVG-SP.

Silas Kasahaya, presidente do CVG-SP

Atributos de um bom vendedor – “Invista em você mesmo”. Este conselho do investidor Warren Buffett serviu para reforçar a tese do australiano Ross Vanderwolf, presidente da MDRT, de que somente por meio de muito estudo e preparo é possível superar os desafios profissionais. Apesar de considerar o seguro de vida uma área difícil, Ross acredita que disciplina e planejamento são os atributos necessários para se tornar um bom vendedor. Um método que Ross utiliza há 30 anos é o registro de todos os dados da venda de seguro, incluindo visitas, reuniões, telefonemas e qualquer outro contato com o segurado. Apesar da simplicidade, ele afirma que foi esse método que o ajudou no início a acreditar na carreira, aumentar suas vendas desde os primeiros anos e a obter a qualificação para se tornar membro da MDRT. “Registrando tudo, você terá métricas para avaliar o seu desempenho e descobrir em que precisa melhorar”, disse. E m o ç ã o n a v e n d a – Ve r d a d e i r o showman, o panamenho Beto Boutet, embaixador da MDRT, interagiu com a

Ross Vanderwolf, presidente da MDRT

plateia. Ele fez todos se levantarem e repetirem diversas vezes em voz alta a frase “I am a gladiator”. Na abordagem do tema “Comunicando com a razão, para provocar a ação”, o especialista transmitiu mensagens motivacionais. “Não quero vender, quero influenciar”, foi uma de suas mensagens para a reflexão. Boutet afirmou que é movido pela emoção e que muitos de nós também somos, mas não percebemos. Ele provou sua tese citando datas marcantes, como o


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11 de setembro, em que a maioria das pessoas lembra onde estava e o que estava fazendo. Segundo especialista, usar a emoção na hora da venda pode trazer bons resultados. Para tanto, é preciso se desconectar de tudo que seja negativo e ignorar notícias ruins. Boutet revelou que para energizar o dia e manter o bom humor, não sai de casa sem antes assistir a vídeos motivacionais. Investir em conhecimento – Segundo Igor de Brito, membro da MDRT Portugal, vender seguro de vida requer conhecimento, sobretudo para convencer o cliente de que ele não é imortal. “Costumo dizer que depois de um ano de aprendizado já estou ultrapassado. Nossos clientes têm o Google, então por que precisariam de nós?”. Investir em conhecimento e utilizar a tecnologia nas vendas são maneiras, a seu ver, de tornar a proteção do seguro um instrumento na construção de uma vida melhor para o cliente. Igor dividiu o trabalho de venda em três tipos: venda simples (com um produto genérico); venda ampliada (com produtos que agregam serviços); e venda integrada (que integra diversos recursos, inclusive tecnológicos, para uma venda exponencial). Desde que se tornou empresário, ele pratica a venda integrada. Criou um produto que reúne proteção pessoal, familiar, atendimento médico, serviços de assistência e investimento. A venda desse produto é consultiva. “Devemos formar o nosso cliente para que ele perceba o nosso valor”, disse. Exemplo de superação – Um dos momentos mais tocantes do evento foi o relato da história de vida de João Paulo Bottecchia, embaixador da MDRT para a América Latina. Em ordem cronológica, ele relacionou todas as adversidades que enfrentou até hoje, começando pela invalidez do pai, aos 40 anos, após um acidente, quando ainda era bebê. Pela falta de um seguro de acidentes pessoais, a família enfrentou dificuldades financeiras. A mãe faleceu de câncer em 1999, e apesar de ter seguro não recebeu indenização porque a cobertura era de acidentes pessoais.

Alguns anos atrás, Bottecchia descobriu ser portador de esclerose múltipla, uma doença degenerativa. Mas, isso não impediu que conquistasse o sucesso na profissão de corretor de seguros, de se tornar mentor da carreira de diversos colegas e tampouco de constituir família. Ele é pai de um garoto de 12 anos. O especialista disse que costuma contar sua história aos clientes para mostrar a importância de ter seguro. “Olhar nos olhos clientes; é assim que vendo”, disse. Ganhos maiores - Em seguida, Caio Henrique Cunha, Latin American Chair da MDRT e Tiago Melo, Country Chair Brazil, ambos líderes e promovedores da MDRT no Brasil e também responsáveis por trazer o evento ao país, explicaram o passo a passo para se tornar membro da associação, os benefícios e resultados. Caio Cunha, informou os critérios para a associação em três níveis. É necessário somar R$ 181.700,00 de comissões de vendas no primeiro ano para se qualificar na MDRT. No segundo ano, para se tornar um Court of Table é preciso o triplo desse valor, R$ 545.100,00. E para ocupar o posto de Top of the Table, seis vezes o valor, R$ 1.090.200,00. Tiago Melo, disse que quanto maior o número de participações em reuniões e envolvimento com a MDRT, maior a aceleração da carreira e maiores os ganhos financeiros. “Com a participação, o corretor se torna mais assertivo e passa a ter mais propriedade de comunicação com o cliente”, disse. Ele mostrou dados que comparam o faturamento de profissionais do mercado com o de membros da MDRT. Enquanto o do mercado pode faturar R$ 55 mil entre o primeiro e o quarto ano, o membro da MDRT pode ganhar R$ 150 mil. A comparação é progressiva até chegar ao volume de R$ 500 mil para o membro da MDRT e R$ 125 mil para o profissional do mercado no mesmo período. Mercado-alvo – A última palestra do evento foi apresentada por Walter Katz, TOT of the Table MDRT, que abordou o tema “Encontre seu mercado alvo e construa práticas bem sucedidas”. Sua orientação mais importante para

aumentar as vendas é estabelecer o mercado-alvo, que pode partir de um segmento (imobiliárias e outros), de uma categoria profissional (médicos, advogados etc.), de uma base demográfica (idade, gênero, renda etc.) ou geográfica (cidade, região, bairro ou até outro país). Katz tem mais de um mercado-alvo. Um deles é o de médicos gastroenterologistas, de Houston, nos Estados Unidos. “Meu objetivo é que todo médico gastroenterologista da cidade seja meu cliente”, disse. Outro, é o segmento PME, porque entre as empresas de grande porte a concorrência é maior. Porém, cada pequeno empresário representa em média mais 30 vendas de planos de aposentadoria para funcionários. “Gosto de cuidar de pessoas e ajudá-las a se responsabilizarem por seu futuro financeiro”, disse. Parceria – A boa receptividade do mercado ao MDRT Day Brazil, que em três dias úteis esgotou a venda de quase 400 convites, foi resultado, segundo Tiago Melo, do apoio do CVG-SP. “A cumplicidade entre a MDRT e o CVG-SP refletiu no mercado e as pessoas entenderam isso”, disse. O presidente da MDRT concordou. “Foi um encontro maravilhoso. Parabéns aos organizadores e aos palestrantes”, disse. Caio Cunha classificou o evento de transformador. Diante do sucesso desse primeiro encontro, ele acredita que o Brasil poderá se tornar local permanente das próximas edições. Para ratificar seu projeto, consultou a plateia e recebeu um sonoro “sim” para iniciar os preparativos para o próximo encontro. Ross Vanderwolf elogiou a organização do encontro e definiu o enfoque. “Estamos aqui representando as pessoas que estão em busca de melhorar a carreira”, disse o presidente da MDRT. O presidente Silas Kasahaya finalizou: “CVG-SP e MDRT têm em comum a missão de disseminar conhecimento”. Texto: Márcia Alves Fotos: Antranik Photos


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CARREIRA E SUCESSO

Construindo pontes ao redor do mundo Duas coisas me empolgam diante das oportunidades que a vida nos oferece todos os dias: aquilo que a gente aprende quando nada sabia e aquilo que a gente se torna depois que aprende. A cada dia eu aprendo que as relações são tudo o que temos. Todas as coisas no mundo só existem porque se relacionam com todo o resto e nessa diversidade de conhecimento e pessoas, tudo encontra a sincronia perfeita. Nada existe isolado ou se mantem isolado por muito tempo. Todos os dias você conhece novas pessoas, adquire novos hábitos, percebe que a todo instante as necessidades mudam e a forma de supri-las também, por isso posso dizer seguramente que o sucesso em qualquer área na vida, mas especificamente no mundo dos negócios, está intimamente ligado ao trabalho realizado com as pessoas e não contra elas. Quem intuitivamente estabelece seu network baseado em relações fortes tem maior capacidade de estabelecer negócios importantes, expandir ideias, ampliar o futuro em qualquer lugar do mundo, não importando as diferenças de cultura, de cenário ou até mesmo a barreira do idioma.

Eu já levei, no passado, algum tempo para descobrir a maneira certa de como estabelecer relações com os outros. Embora já tivesse a experiência de mudar de país tantas vezes, cada situação se revela um desafio diferente. Mudar de cenário, implica também mudar de hábitos, costumes, da forma de fazer novos amigos, sem contar que todas minhas referências haviam ficado para trás. O jeito foi ir abandonando pouco a pouco velhos pontos de vista que tornariam minha adaptação mais difícil e investir em uma nova maneira de enxergar o mundo sob uma ótica diferente. As relações influenciam toda a nossa trajetória pelo envolvimento emocional que construímos com as pessoas. Quando elas gostam e confiam em você, as portas do mundo se abrem com credibilidade. Quando escolhemos uma profissão, investimos tanto finco na carreira e na busca por uma especialização adequada que todo sacrifício parece fazer sentido. É o primeiro plano de casamento que traçamos. Não pensamos na possibilidade de dar errado. Investimos todos os esforços e planos possíveis para dar certo desde o princípio, sem supor que por um momento, uma frustração venha surgir no meio do caminho e toda uma vida termine a beira do caminho.

Se você perguntar a qualquer executivo de sucesso sobre quais ferramentas ele utilizou para conseguir o êxito para seu negócio, ele certamente falará sobre pessoas. Caso você insista e queira saber qual a metodologia mais inovadora que ele utilizou para fortalecer seu empreendimento e ele comentará sobre pessoas, isto porque são as pessoas que você encontra pelo caminho que determinam sua linha de chegada.

Nos Estados Unidos, por incrível que pareça não é um celeiro que facilite você construir uma imensa rede de amigos. Em determinadas cidades, o ciclo de amizade costuma ser pequeno, entretanto os laços de confiança são muito mais fortes.

Você pode levar mais tempo para achar a saída para um problema ou pode receber um conselho de quem já passou por aquilo antes e acabar chegando ao ponto certo mais depressa. Isso acontece por uma razão bem simples: as pessoas costumam fazer negócios com quem conhecem, em quem confiam e com quem admiram.

O americano tem o hábito de criar pequenos redutos, onde você vai encontrar determinados tipos de pessoas. Igrejas, escolas, clubes, centros de convivência em que a comunidade mantêm um determinado tipo de contato, em torno do mesmo habito coletivo, transformando as relações em um ciclo econômico em que

Jöel Thrinidad, Relações Internacionais, especialista em Gestão de Pessoas e escritor.

amigos e vizinhos são vistos como parceiros de negócios, tornando as relações mais fortes e seguras, mesmo que as pessoas não tenham o habito de ligar ou de se verem com frequência. As relações sociais tendem a transformar nosso talento individual em uma marca em que as pessoas defendem quando acreditam. Quando você começa a tratar as pessoas com lealdade e honestidade, suas ações dão valor ao seu proposito e isso o torna um colaborar em potencial. As pessoas passam a vê-lo como um branding, uma marca e consequentemente começam a desenvolver por você uma relação forte e duradoura, como consumidores que se sentem apoiados naquilo que precisam. Em uma sociedade consumista como dos Estados Unidos, em que as relações de consumo tornam as pessoas encarceradas em ilhas individuais estruturadas, criar laços afetivos e uma amizade espontânea com as pessoas podem ir além do que elas esperam e nesses casos vir a surpreender e ir além da expectativa. Todos os dias eu me surpreendo, vivendo uma realidade diferente em todos os aspectos. É como se eu tivesse dado as minhas experiências profissionais e pessoais um amplificador que tornou audível até mesmo aqueles conselhos escritos no melhor best-seller de todos os tempos, sem contar o fato de abrir os meus olhos para os planos reais que verdadeiramente importam.


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Sai de cena a necessidade de impressionar os outros, de se preocupar tanto com as aparências e ir direito ao ponto naquilo que importa: o resultado, e quanto a isso os americanos sabem fazer como ninguém. Um dia eu discutindo com um colega de trabalho sobre como aprimorar um portfólio de serviços para uma campanha que sairia em poucos dias, ele me fez ver que boa parte de tudo o que eu estive planejando durante uma manhã inteira estava passando longe do que mais importava: adquirir a confiança do meu cliente dando a ele, o que realmente precisava: ganho de tempo, redução de custos e resultado imediato. Talvez naquele momento, eu estivesse mais me preocupando em dourar a pílula do que precisamente dar ao paciente a certeza da cura. O americano possui uma maneira muito franca de lidar com as situações inusitadas e

profissionais, torna-la a mais pessoal possível, ainda que seja tudo, menos pessoal. Eles não perdem tempo com cerimonias, introduções demoradas ou formalidades, pelo contrário, eles são informais ao extremo. Diretos e objetivos, eles são capazes de chamar a atenção para as funções de um controle remoto como se ele e o cliente fossem velhos conhecidos, ajustando o som da TV, antes de uma partida de baseball e se por acaso o controle remoto para de funcionar por qualquer motivo, são rápidos em não deixar o cliente esperando, tratam logo de sanar a insatisfação do cliente substituindo sem burocracia o aparelho avariado, isto porque a satisfação do cliente vale muito mais do que o conserto de um problema inesperado. Donos dos melhores e mais famosos produtos e marcas do mundo, você pode ficar imaginando que a preferencia do americano está na etiqueta e na grife dos

produtos expostas da vitrine, mas você está enganado. Tudo possui um rigor de qualidade tão expressivo que tanto os produtos mais caros ou mais baratos possuem quase sempre as mesmas especificações e condições de uso e de durabilidade quanto os produtos de marcas pouco conhecidas, que tornam os americanos os mais desinteressados em consumir produtos de grife simplesmente pelo valor que as pessoas dão aos produtos do que as pessoas. Por si só isso já justifica o jeito despojados dos empreendedores mais admiráveis do mundo como Steve Jobs, Bill Gates e Mark Zuckerberg. Viciados em trabalho, embora aparentemente desinteressados na maneira de como vender uma ideia, os americanos não perdem muito tempo com formalidades e vão diretos ao foco do que verdadeiramente importa sem se preocupar se o sapato está combinando com o cinto.

EVENTO Palestra apresenta perspectivas de negócios no seguro garantia em licitações e contratos administrativos O advogado sócio da Haüptli Advogados & Associados (empresa do Grupo Fox), Dr. Bruno Lacerda Gusmão, foi convidado pelo Centro de Capacitação Profissional Seg News para participar do painel “Seguro Garantia: perspectivas de negócios com as obras de energias renováveis, saneamento, licitações e contratos da administração pública”, durante o I Seminário de Gestão de Riscos, Seguros e Sinistros na Construção Civil. O evento aconteceu no dia 20 de setembro, no hotel San Raphael, em São Paulo, reunindo profissionais de seguradoras e corretoras de seguros, advogados, e reguladores de sinistros. Dr. Bruno destacou em sua palestra as perspectivas de negócios em licitações e

contratos administrativos para o seguro garantia. Ele explicou que por conta da instabilidade econômica e o período eleitoral, houve uma importância queda no volume de licitações em 2018, mas com a estabilidade do novo governo este mercado deverá ser reaquecido. “As licitações vao aumentar em 2019 e, consequentemente, as vendas do seguro garantia. No próximo ano temos expectativa de crescimento do PIB para 2,5%”, disse.

Também foram abordados o projeto da Nova Lei de Licitações e as vantagens e desvantagens que surgirão com esta alteração legislativa.


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SAÚDE

Prevenir é o melhor remédio Em medicina, quando falamos em prevenir, significa que temos como objetivo evitar o surgimento de uma doença, impedir ou interceptar a sua evolução ou mesmo reabilitar o paciente, evitando a incapacitação do mesmo. O trabalho realizado pelo profissional da medicina preventiva se reflete nas condições da saúde em geral do paciente, diminuindo gastos com medicamentos, aumentando a produtividade, diminuindo o absenteísmo e na melhora do convívio familiar. Podemos dividir a prevenção em três níveis: primário, secundário e terciário. Prevenção Primária A prevenção primária faz-se presente no momento em que a doença ainda não está instalada. A sua promoção se dá por medidas de ordem geral como moradia adequada, educação em todos os níveis, alimentação, lazer, esportes. Como também através de medidas específicas como imunização, higiene pessoal e do ambiente, proteção contra acidentes, aconselhamento genético. A prevenção primária, portanto, tem como objetivo principal evitar o surgimento de alguma doença. A MedFox atua na prevenção primária realizando palestras sobre sexualidade, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo,

alimentação, higiene pessoal e do ambiente, motivacionais, prevenção de doenças crônicas e genéticas.

Dr. Robinson Seabra é médico, diretor Técnico da MedFox. Graduado em Medicina pela Universidade Estácio de Sá, graduado em Fisioterapia pela Universidade de Mogi das Cruzes, pósgraduando em Endocrinologia.

Exames laboratoriais: glicemia de jejum, perfil lipídico, função hepática, função renal, função pancreática, função tireoidiana, função pulmonar, dosagens hormonais, sorologias para hepatites e outras doenças infectocontagiosas, exames preventivos ginecológicos e urológicos e marcadores tumorais. Exames de imagem: rastreio para doenças cardiovasculares, renais, hepáticas, doença cerebrovascular, rastreio de doenças oncológicas (mamografias, ultrassonografia ginecológica, prostática, abdome, pelve, tireóide). Prevenção Secundária A prevenção secundária ocorre no momento em que a doença já está instalada no indivíduo, portanto, o seu principal objetivo é proporcionar o diagnóstico e o tratamento de forma precoce, evitando assim, complicações e sequelas, permanentes ou temporárias, causadas pela doença. O desenvolvimento de testes de rastreamento tem tornado possível detectar doenças latentes em indivíduos considerados em risco. Diagnóstico présintomático e tratamento através de programas de rastreamento são referidos como prevenção secundária, porque é uma

linha de defesa secundária da doença. Apesar de não prevenirem a causa, podem prevenir as sequelas permanentes. Neste tipo de prevenção, a MedFox atua com programas de rastreio e atendimento médico especializado. Os exames de rastreamento MedFoxenvolvem os básicos de laboratório análises clinicas, e outros mais avançados de imagenologia: h o l t e r, m a p a , e c o c a r d i o g r a m a , ultrassonografia, mamografia. Prevenção Terciária A prevenção terciária tem como objetivo reabilitar o paciente portador da doença, que tenha sido submetido ou não a algum tratamento, impedindo a sua incapacidade social, laboral ou familiar. A sua promoção acontece por meio de fisioterapia, terapia ocupacional, psicoterapia, ou seja, medidas que possam proporcionar qualidade de vida ao paciente. Neste caso, a atuação da MedFox chega a tratamentos de psicologia e de fisioterapia. Prevenir é fundamental. Em algumas situações as atuações do médico e do paciente não são suficientes para evitar o surgimento da doença, mas com certeza podem proporcionar um diagnóstico precoce, minimizando a necessidade de tratamentos mais agressivos, prevenindo sequelas das doenças e dos tratamentos e principalmente, aumentando as chances de cura.


TENDÊNCIAS

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O mercado de seguros em 2033 Afinal, quem é que vai se responsabilizar por acidentes com carros autônomos, equipamentos agrícolas autônomos, drones ou robôs que fazem cirurgias? Previsões são sempre complexas, ainda mais quando tratamos de tecnologia e inovação no mundo atual, que tudo pode mudar de uma hora para outra. Portanto, entender e saber para onde estamos indo na busca da nova fronteira do mercado de seguros não deixa de ser um belo desafio. Talvez o ano relatado no título deste artigo, futuramente, mostre-se equivocado – provavelmente para menos – mas é inegável que estamos traçando um caminho muito interessante, com vertentes intrigantes, tanto para quem compra seguros (os clientes) quanto para quem fabrica (as seguradoras) e para aqueles que distribuem esse produto (os corretores). O foco da indústria de seguros está mudando e isto é inegável. Se, atualmente, a essência está em “detectar” e “reparar”, brevemente, mudará para “prever” e “prevenir”, com o intuito de, principalmente, diminuir a sinistralidade e possíveis acidentes evitáveis. Há uma estimativa de que seja reduzido em 30% a quantidade de acidentes que existem hoje. Isso será possível com a entrada contundente do foco na prevenção de acidentes e do monitoramento de riscos real-time. E se, mesmo assim, o sinistro for inevitável, a agilidade nesse processo será enorme, pois os avisos poderão ser feitos por meio de chatbots, bem como o socorro poderá ser prestado mais rapidamente e, posteriormente, haverá análises sofisticadas que estudem o problema para que possa ser, mais uma vez, minimizado. Além da mudança de foco para a prevenção, e não reparação, será evidente a necessidade de adaptação a que estarão sujeitos os corretores, as seguradoras e os prestadores de serviços, pois essas empresas vão centrar primordialmente em processos para melhorar a experiência do cliente em toda a jornada, desde a contratação, processos durante a vigência da apólice, passando pelo sinistro, para,

enfim, chegar à renovação. Dito isso, é importante frisar que sim, a tecnologia é importantíssima, mas jamais a centralidade do cliente pode ser perdida. E, daqui a alguns anos, eles também irão esperar processos diferentes, tais como: produtos sob medida, preços acessíveis, técnicas invisíveis, simples e rápidas, coberturas flexíveis e descontos progressivos por meio do uso de programas de bom comportamento – APPs que darão dicas de saúde, de direção etc. É um esforço perdido tentar ir contra os desejos dos atuais clientes que já começam a dar pequenas sinalizações de suas vontades. Não acompanhar isso será um grande problema para pequenos, médios ou grandes conglomerados, pois serão atropelados pelos fatos. Só que não serão apenas os clientes que terão benefícios com essas mudanças. As empresas, em especial as seguradoras, também se beneficiarão imensuravelmente, já que o uso de Inteligência Artificial (IA) irá redefinir a indústria de diversas formas. A explosão de dados permitirá que as seguradoras entendam melhor seus clientes, precifiquem de forma mais precisa e prestem serviços instantaneamente, independentemente da situação. Um exemplo claro disso é o uso de relógios que medem os dados vitais de um segurado, e emitem alertas e recomendações quando algo sair do habitual, como alterações drásticas em frequência cardíaca. De novo, a prevenção sendo ator principal, e não coadjuvante. Essas mudanças trarão impacto até no conceito de risco e quem é responsável pelo quê. Afinal, quem é que vai se responsabilizar por acidentes com carros autônomos, equipamentos agrícolas autônomos, drones ou robôs que fazem cirurgias? É algo a ser pensado e

Marcelo Blay, CEO da Minuto Seguros

explorado, ainda mais quando isso abrirá margem de novas oportunidades para venda de produtos, serviços e canais de atendimento e comercialização. Só que os benefícios para as seguradoras não se esgotam, já que é o momento de falar sobre a subscrição de riscos. Algo que que não é tão claro atualmente, mas irá passar por transformações nos próximos anos. Acredito que o ponto principal será que grande parte da coleta de informações não será mais necessária, pois os dados públicos e privados estarão à disposição. E não acabará aí: consigo prever a inteligência artificial estabelecendo perfis de risco, cotações instantâneas para todos os produtos, telemática e internet das coisas gerando gigantescas bases de dados, aprimoramento de produtos e precificação por meio de machine learning e por aí vai. Confesso que dá certa ansiedade para saber quando tudo isso, efetivamente, estará acontecendo. Só que, mesmo em 2033, alguns componentes ainda separarão os ganhadores dos perdedores. Quem não incluir o elemento humano no relacionamento comercial vai perder. É certo de que não há tecnologia, nem algo próximo, que substitua a empatia, emoção, paixão, criatividade, sentimento e solidariedade. Difícil imaginar a tecnologia substituindo o calor humano, tão necessário em momentos que precisamos do conforto de um ombro amigo.


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AUTOMÓVEL

Rota 2030 - O que podemos esperar para o setor automotivo nos próximos anos? Com o fim do Inovar Auto em 2017, o Rota 2030 foi concebido com a diretriz de buscar a modernização da frota brasileira e atender exigências internacionais, às quais não eram consideradas pelo antigo programa criado no governo Dilma Rousseff. O novo programa visa estabelecer regras para os veículos produzidos e comercializados no Brasil nos próximos 15 anos, bem como os investimentos necessários para melhorar toda a cadeia automotiva do Brasil, definição de metas de eficiência energética, itens de segurança que se tornarão obrigatórios e novas tecnologias a serem aplicadas nos veículos. Divido em três fases, o período de 2018 a 2022 contempla iniciativas onde o governo deverá alcançar uma meta de 12% de avanços em eficiência energética nos veículos do dia a dia e comerciais leves. A proposta seria uma média de 1,62 MJ/km emitidos por carros de passeio. Porém, dentre as muitas vertentes do setor automotivo que o Rota 2030 deverá impactar, gostaria de me ater ao que muda (ou não) para o segmento de autopeças. De uma maneira geral, o programa tem preocupações de fortalecer o

desenvolvimento do setor de autopeças, por meio de incentivos como a capacitação da cadeia de fornecedores, realizada em parcerias com a iniciativa privada e pública. Além disso, podemos esperar um esforço no sentido de simplificar nosso sistema tributário, algo moroso e que acaba impactando negativamente o caixa dos empreendedores do setor. Outro ponto que devemos considerar é que o programa Rota 2030 estabelece ações que nos levam a um patamar competitivo global, o que nos possibilita pensar em uma estratégia ampla que nos move, de fato, a entrar no hall de fabricantes e revendedores de autopeças globais, com representatividade em países estratégicos. Por fim, não podemos ignorar o que o futuro nos reserva. Com o rápido avanço de soluções tecnológicas no setor automotivo, o de autopeças, será impactado. A busca por eficiência energética impulsionará a produção de veículos elétricos e suas baterias, materiais estruturais de menor peso, além disso, os novos equipamentos obrigatórios de segurança introduzirão

Alexandre Ponciano, diretor comercial da S o l e r a H o l d i n g I n c. , empresa que oferece tecnologias digitais para gerir riscos e ativos no ramo automotivo

uma nova gama de peças e acessórios, entre outras demandas que deverão representar importantes mudanças e necessidade de adaptação por parte de toda a cadeia de suprimentos e profissionais do setor. Vemos essa tendência fortalecida pela crescente busca do consumo sustentável, principalmente por grande parcela da população mundial mais jovem. Portanto, o empreendedor do setor de autopeças brasileiro deve estar atento à evolução do Rota 2030. Dessa forma, conseguirá acompanhar as mudanças e buscar vantagens competitivas nesse novo mercado.


SEGURO DE CRÉDITO

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Proteção contra a inadimplência O cenário de crise política e econômica traz mais do que situações ruins e desafiadoras, o crédito se tornou escasso e a inadimplência aumentou, proporcionando oportunidades de inovar, mudar comportamentos e encontrar novas soluções.

criando um ciclo de inadimplência e contaminando o mercado. O seguro de crédito é uma ferramenta poderosa que evita sérios problemas para as Empresas, além de proteger do risco de sofrer um calote por parte dos clientes, transferindo para a seguradora o risco da inadimplência dos ativos a receber e terceirizar a cobrança.

Uma das dificuldades vividas pelas empresas atualmente é a inadimplência, e para se protegerem dessas perdas, as empresas passaram a procurar mais o seguro de crédito que fornece uma rede de segurança para a t i v o s a r e c e b e r. N o c a s o d e inadimplência, a empresa é indenizada e evita colocar em risco a perda de sua carteira. Esse seguro pode ser adaptado ao porte, setor e necessidades de negócios de cada cliente.

Ter uma proteção para garantir o recebimento dos ativos torna-se uma ferramenta importante, com a vantagem adicional de se tornarem elegíveis aos benefícios fiscais concedidos. Torna-se ainda mais interessante considerando que entre 30% e 40% dos ativos da companhia são recebíveis.

Essa modalidade de seguro não é recente no Brasil, começou por uma demanda das empresas multinacionais que sentiam a necessidade de se prevenir contra possíveis calotes. Outra preocupação era o efeito dominó que a falta de pagamento causaria no mercado em geral. Quando a empresa d e i x a d e r e c e b e r, e l a consequentemente deixa de pagar,

A procura por esse seguro tem aumentado consideravelmente, com isso, as seguradoras adequaram seus produtos para acompanhar o ritmo do mercado. Reflexo natural e imediato é o aumento do rigor na avaliação dos riscos e principalmente em relação aos limites de crédito concedidos, o que contribuiu também para elevar o valor do seguro.

D e n i s Te i xe i r a é administrador de empresas e CEO da Transbroker Corretora de Seguros

Quando as empresas buscam por essa solução através da consultoria de uma corretora de seguros, poderá contar com apoio de especialistas na gestão do risco de crédito e monitoramento constante da carteira de clientes, proteção do Contas a Receber (margem e fluxo de caixa de seu negócio), e maior segurança para efetuar vendas, aumentando o fluxo para os mesmos clientes. Outra vantagem para a empresa segurada é conseguir financiamentos a taxas menores e com limites maiores. Com o seguro, a empresa passa a se preocupar com o crescimento do próprio negócio e menos com a possibilidade de não pagamento.


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TRANSPORTES

Por que o Brasil entrou no mapa mundial das estradas mais perigosas para o transporte de cargas? O grave problema de roubo de cargas e falta de segurança nas estradas se torna mais latente a cada ano que passa. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), neste ano houve um aumento de 160% nos casos de roubo de carga em Piracicaba (SP), muito por conta dos expressivos números registrados em Limeira, que teve 12 ocorrências em 2018 contra duas no ano passado. No Rio de Janeiro, entre 2003 e 2017, a média de roubos de carga nos meses de fevereiro e junho foi de 33,5 registros, segundo dados do Instituto de Segurança Pública. No ano de 2018, no mesmo período, foram registrados 200 roubos de carga na área, o que significa aumento de 497%, o maior valor já registrado pela região na série histórica. De acordo com um levantamento feito pelo JCC Cargo Watchlist, os trechos das rodovias BR-116 (Curitiba – São Paulo e Rio de Janeiro – São Paulo); SP-330 (Uberaba – Porto de Santos) e BR-050 (Brasília – Santos) são consideradas áreas com risco muito alto para a ocorrência de roubo de cargas. Enfim, os números acima deixam claro como esse é um dos c r i m e s m a i s executados no Brasil. Com foco nisso, trago a discussão sobre os motivos que fazem o roubo de cargas ser um dos crimes que mais cresce em nosso país e que torna, consequentemente, nossas estradas tão perigosas para o transporte de cargas. A fragilidade do sistema de segurança

pública, já evidenciada há muito tempo, é um dos pontos importantes a serem debatidos. Não existe um planejamento logístico eficiente em nosso país, que traga resultados efetivos. Tão pouco há uma força tarefa para que o problema seja resolvido ou ao menos minimizado. A falta de preocupação de governantes com esse problema contribui com a alta nas estatísticas desse tipo de crime. É preciso discutir com mais profundidade os temas relacionados à segurança no transporte. É importante lembrar que o roubo de cargas afeta todos os brasileiros, já que

reflete na produção, no abastecimento e no desenvolvimento de todos os setores da economia. Os prejuízos são incalculáveis. Por enquanto, cabe a nós, empresas do

Marcos Guilherme D. Cunha, diretor geral da Transvip Brasil.

setor logístico, investir cada vez mais em segurança. Nós da Transvip Brasil, transportadora de valores e cargas especiais, atuamos com carretas blindadas e com toda a tecnologia disponível no mercado como rastreamento de veículos via GPS, monitoramento em tempo real durante todo o trajeto, além de contar com vigilantes armados dentro dos veículos, entre outros meios de inibir o crime de roube de cargas. Os resultados vêm sendo positivos já que ainda não registramos nenhum sinistro, desde o início do serviço. Buscamos trazer todo nosso conhecimento em transporte de valores para o transporte de cargas especiais. É a solução mais rápida para tentar diminuir os altos números citados no começo deste artigo. Ou alguém que tem o poder toma uma atitude e começa a olhar com mais preocupação para esse tema, ou continuaremos na lista que dá título a esse artigo.


CRÔNICA

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O corretor de seguros e o código de vestimenta Será que o corretor de seguros deve se apresentar sempre de terno e gravata? Será mesmo? Quando iniciei na profissão, 40 anos atrás, era inadmissível um profissional ser visto sem terno e gravata. Uma ocasião encontrei um colega muito elegante que estava desempregado, enquanto eu caminhava com o diretor da seguradora para a qual trabalhava, pelo centro da cidade, região que à época abrigava praticamente todas as grandes empresas de São Paulo. Éramos amigos deste profissional e meu chefe ficou muito bravo com ele. “Como você tem coragem de vir ao Centro de roupa esporte? Assim você se desvaloriza e se alguém te vir ficará com uma má impressão. Volte para casa agora e só reapareça no Centro trajado adequadamente”. O amigo, totalmente envergonhado, saiu de fininho e foi embora com o rabo entre as pernas. Muita coisa mudou de lá para cá. Mesmo o Lloyd's de Londres, que frequento há mais

de 20 anos como corretor de resseguros, mudou. Antigamente, mulheres não eram admitidas, os homens tinham cabelos curtos e ninguém tirava o paletó e a gravata nem dentro nem fora do Lloyd's. Alguns hábitos ainda se mantêm, afinal de contas a Inglaterra é a terra da tradição. Ternos só pretos, cinzas ou azul marinho e o sapato sempre preto, jamais marrom, e nunca blazer! Em compensação eles hoje barbarizam nas meias, forros de paletós e gravatas, tudo super colorido, e nos escritórios dos corretores a grande maioria trabalha sem gravata e sem paletó, os jovens com a camisa fora da calça. Aqui no Brasil as coisas também se transformaram, só que mais radicalmente. A princípio veio a sexta-feira casual e algumas seguradoras, ainda com muita preocupação com a aparência formal, chegaram a contratar consultorias de profissionais da moda como da Gloria Kalil, para “educar” e deixar os funcionários mais chiques. Depois, aos poucos, os funcionários de empresas do mercado segurador e financeiro foram se liberando das gravatas e passaram a se vestir à maneira de Mahmoud Ahmadinejad, ex presidente do Irã, de terno e sem gravata, e logo os blazers sem gravata passaram a dominar. Nada contra o uso de ternos e gravatas ou qualquer tipo de roupa, cada um que se apresente como gosta, mas a verdade é que a grande maioria das pessoas se veste cada vez mais de forma casual e confortável usando

Renato Cunha Bueno é sócio-diretor da ARX Re Corretora de Resseguros e coordenador da Comissão Grandes Riscos e Resseguros do Sincor-SP.

inclusive jeans, camisas polo, sapatos mocassim e até tênis e camisetas. Para minha surpresa, recebi uma notícia publicada no jornal O Estado de S. Paulo, que de tão surpreendente reproduzo integralmente: Itaú Unibanco libera dress code ao gosto de cada colaborador Depois de liberar o uso da bermuda na vestimenta diária, em resposta a uma demanda dos funcionários do seu Centro de Tecnologia, o Itaú Unibanco foi além. A partir deste mês, cada um dos seus mais de 85 mil colaboradores Brasil afora poderá escolher o traje de cada dia a seu bel-prazer. De camiseta, de tênis, de terno, de jeans e até de bermuda. O novo dress code do Itaú tem como mote “o nosso jeito tem seu estilo”. Bom senso. A iniciativa, que começa a vigorar no banco a partir de amanhã, tem apenas duas regras: o bom senso e o cliente em primeiro lugar. As unidades externas do Itaú, que somam outros cerca de 14 mil funcionários, vão avaliar como aplicar a adoção do novo dress code. Por isso, hoje aconselho: trabalhe bem, seja responsável e bom profissional, pois a aparência não resolve mais o problema de ninguém. Isso sem esquecer a boa regra do Itaú Unibanco: “bom senso e o cliente em primeiro lugar”.


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OUTRA LEITURA

Língua portuguesa, essa sofredora Existem várias formas de se torturar a língua portuguesa e acredito que este assunto poderia render um livro inteiro. Mas assim como fiz com um texto antigo sobre banheiros femininos, hoje vou restringir meu foco ao o mundo corporativo, este ambiente tão cheio de particularidades.... Isso porque o mundo corporativo brasileiro se expressa em vários idiomas e dialetos diferentes e nenhum deles, garanto, é a língua oficial do Brasil. Senão, vejamos: Serial killers “A nível de”, “menas chance” e “pra mim fazer” são poucos mas selecionados exemplos de como os assassinos em série da Língua Portuguesa atuam dentro das organizações. Eles repetem essas e outras expressões à exaustão, primeiro oralmente, depois por escrito, até que um desses exemplares apareça em alguma apresentação oficial para toda a empresa e passam então a ser considerados corretos ou até “chiques” por alguns incautos.

Mas a situação fica crítica quando começamos a conjugar palavras (que muitas vezes nem verbo são) em inglês como se fossem da língua de Camões. Eu posso citar desde os básicos “eu vou printar o relatório”, “vou startar a apresentação”, até os mais elaborados como “você já acruou a receita?”, “os saldos vão netar no final” e por aí vai.... Mas não acabou! Tem aquela palavra em inglês que algum iluminado corporativo tem certeza absoluta que possui um similar em português e que bem utilizada, pode abrilhantar qualquer discurso. E com isso aparecem pérolas

O problema é que utilizamos tantas expressões em inglês no dia a dia que às vezes nem percebemos que estamos fazendo isso. Já me ocorreu mais de uma vez de esquecer a palavra em português e só lembrar da mesma em inglês. E não é porque meu nível de inglês seja altíssimo não, mas sim porque estava tão acostumada a utilizar a língua inglesa para aquele determinado conceito que já não sabia como fazê-lo em português.

dia-a-dia, se você nasceu no Brasil, passou sua infância e adolescência em terras tupiniquins e mora por aqui, não tem jeito, o português será seu primeiro idioma e você sempre terá um sotaque diferente aos ouvidos dos gringos. A não ser que.... A não ser que você seja tão peculiar a ponto de começar a falar em português com sotaque de gringo. Sim, existem casos assim. Não é o mesmo que esquecer ou não saber a expressão em

Como faço para voltar ao Brasil? Eu incluí a expressão “serial killer” anteriormente só de provocação. Que a língua inglesa domina o mundo dos negócios, acredito ser um fato conhecido e aceito por todos.

Luciana Miliauskas Fernandes, formada em Processamento de Dados, trabalha atualmente com Controles Internos e Auditoria. Seu hobby é escrever, de tudo um pouco, mas adora mesmo ser uma crítica informal de cinema.

do tipo “clarificar” (derivação de clarify, ou esclarecer). Confesso que a primeira vez que ouvi lembrei de manteiga clarificada, mas logo percebi que não tinha nenhuma conotação gastronômica... O falso gringo Num mundo corporativo de uma multinacional, americana ou não, você fatalmente participará de reuniões em inglês, lerá e produzirá documentos em inglês, fará apresentações em inglês e por aí vai. Mas o fato é que, por mais que você utilize a língua inglesa no seu

português como expliquei anteriormente. São pessoas que até em conversas informais falam com sotaque! E aqueles que nunca viram a criatura antes perguntam de onde o iluminado veio. E não acreditam quando escutam que o cara é brasileiro mesmo, só que mais besta que a maioria. O efeito colateral de interargir com esse tipo de “profissional” é você ser acometido por uma vontade incontrolável de rir no meio de uma reunião séria, mas com um pouquinho de treino, você conseguirá se conter. E assim, aos trancos e barrancos, nossa querida língua nativa vai tentando s o b r ev iv er n a s elv a co r p o r ativ a, esperando que um dia possa voltar a ser respeitada neste e em tantos outros ambientes...



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