NT - Agosto 2012

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Notícias do ténis EDIÇÃO MENSAL ONLINE

AGOSTO 2012 D.R.

Domingo de Ramos Esta newsletter foi escrita no âmbito do novo Acordo Ortográfico.

Londres, 5 de agosto. No All England Club, a final olímpica de singulares masculinos entre o escocês Andy Murray (sagrou-se campeão olímpico) e o suíço Roger Federer também teve um interveniente português – Carlos Ramos. O único árbitro de cadeira do Mundo a dirigir finais das quatro provas do Grand Slam esteve na atribuição das medalhas de ouro e prata de uma edição dos Jogos Olímpicos. Era a final que lhe faltava no seu rico palmarés e um deleite para Carlos Ramos. «O ambiente antes e durante o encontro foi simplesmente elétrico», recorda a Notícias do Ténis. Nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, também Mariana Alves esteve num dos encontros de decisão. Pela primeira vez também nos Jogos Olímpicos, a portuguesa esteve no confronto em que a bielorrussa Azarenka conquistou a medalha de bronze, após ter vencido a russa Kirilenko. A arbitragem portuguesa teve outro representante nos Jogos Olímpicos de Londres 2012: João Trindade. Depois de Wimbledon, o juiz de linha voltou à relva natural do All England Club para participar no maior evento desportivo do Mundo.


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FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

ADEUS E ATÉ SEMPRE EDITORIAL

Quase a terminar o meu segundo mandato como presidente da direção da FPT, cabe-me agradecer aos meus colegas de direção e demais órgãos sociais, à estrutura profissional da FPT, às Associações Regionais e Profissionais e a todos aqueles que como dirigentes, técnicos, árbitros, jogadores, nos ajudaram a mitigar, senão a vencer, as dificuldades resultantes de um mandato de apenas dois anos num período pessimista e recessivo com impacto negativo na vida da federação, de que resultou um abrandamento na dinâmica de modernização e crescimento iniciada há oito anos atrás. Digo de abrandamento porque os projetos que se tornaram bandeira desta direção mantêm-se vivos e de saúde, e estou certo que a muito curto prazo retomarão a vivacidade, importância e projeção que lhes é reconhecida, dando à modalidade os argumentos de que necessita para a pôr na primeira linha de prioridades no que toca a adesão massiva de novos atletas e ao renovado apoio de patrocinadores empenhados, persis-

tentes e de qualidade, na evidencia de conseguirem, através do ténis, o retorno que justamente procuram para os seus serviços e produtos. Aos órgãos sociais que forem eleitos para o próximo mandato, desejo os maiores sucessos e atrevo-me a propor-lhes que sejam ambiciosos na definição de objetivos e procurem garantir total solidariedade de todos os agentes desportivos, a montante e a jusante, num ambiente de dialogo e consulta indispensável ao crescimento harmonioso e sustentado desta modalidade tão completa e cativante. Sendo difícil evidenciar particularmente qualquer elemento desta extensa equipa maravilha que me acompanhou, plena de competência, empenho e boas vibrações, amigos do peito para todo o sempre, ficaria, apesar de tudo, mal comigo mesmo, se não fizesse uma referência especial à pessoa do nosso presidente da mesa da assembleia-geral, Dr. Rui de Carvalho, connosco desde a primeira hora, pela dignidade, fluidez, bom senso e objetividade que continuadamente emprestou às muitas assem-

JOSÉ CORRÊA DE SAMPAIO Presidente da direção

bleias que dirigiu. Para ele e para todos os que fizeram o favor de me acompanhar nesta aventura, gente que nunca esquecerei e de quem sou devedor de uma enorme amizade que não pára aqui, fica um apertado e sentido abraço e um comovido ADEUS E ATÉ SEMPRE…

EDIÇÃO ONLINE Direção: José Corrêa de Sampaio. Coordenação: José Santos Costa

Federação Portuguesa de Ténis Rua Ator Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha Tel.: 214 151 356

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Glória olímpica D.R.

Nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012 também se falou a língua de Camões no All England Club. A arbitragem portuguesa esteve representada pelos “chair umpire” Carlos Ramos e Mariana Alves e pelo juiz de linha João Trindade. Mariana Alves foi chamada a dirigir o encontro de atribuição da medalha de bronze em femininos e a cereja em cima do bolo revelou-se no último dia do torneio olímpico, com a presença inédita de um árbitro de cadeira luso na atribuição das medalhas de ouro e prata em masculinos. Foi domingo de Ramos. Único árbitro de cadeira do Mundo a dirigir finais das quatro provas do Grand Slam, Carlos Ramos ainda não tinha inscrito no seu rico palmarés um derradeiro encontro nos Jogos Olímpicos. Depois das presenças nos Jogos Olímpicos de Sydney (2000), Atenas (2004) e Pequim (2008), o árbitro português concretizou um desejo de há muito, ao dirigir a final entre Andy Murray e Roger Federer, com triunfo do escocês. Ainda por cima no All England Club, palco de Wimbledon, o seu torneio de eleição no Grand

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JOÃO TRINDADE, MARIANA ALVES e CARLOS RAMOS: a arbitragem portuguesa nos Jogos Olímpicos de Londres 2012

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... mente ímpares e inolvidáveis: sete finais em provas do Grand Slam, uma olímpica, quatro da Taça Davis e três da Fed Cup.

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Slam, em que soma duas finais: em 2007, dirigiu na vitória de Federer sobre Rafael Nadal, que permitiu o suíço somar o quinto título na relva natural de Londres; no ano seguinte, arbitrou a final entre as irmãs Williams, com Serena a vencer a irmão mais velha, Venus. A 5 de agosto deste ano, Carlos Ramos voltou a elevar o nome de Portugal no All England Club, onde, em 2001, Jorge Dias tornou-se no primeiro português e no não inglês a arbitrar uma final de Wimbledon, entre o croata Goran Ivanisevic e o australiano Patrick Rafter (vitória do europeu, proveniente do “qualifying”). Residente em Lyon (França) desde 1996, Carlos Ramos, nascido há 40 anos em Lourenço Marques, atual Maputo, faz parte do restrito grupo de 25 certificados com “Gold Badge Chair Umpire”, o nível máximo da arbitragem internacional. Em jovem, Carlos Ramos chegou a treinar ténis no Clube de Ténis do Jamor, frequentado por Emanuel Couto e Bernardo Mota, mais tarde campeões nacionais absolutos. Foi a arbitragem que o cativou aos 16 anos, encontrando uma forma de subsidiar as aulas de ténis. Em 1991, com 20 anos, Carlos Ramos tornou-se árbitro internacional, construindo uma carreira recheada de proezas verdadeira-

Mariana no bronze Nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, também Mariana Alves esteve num dos encontros de decisão. Pela primeira vez igualmente nos Jogos Olímpicos, a portuguesa esteve no confronto em que a bielorrussa Azarenka conquistou a medalha de bronze, após ter vencido a russa Kirilenko. Na quarta participação nos Jogos Olímpicos (como Ramos, esteve em Sydney, Atenas e

CARLOS e MARIANA: em Londres, ambos estiveram em encontros de decisão de medalhas

e Pequim), Mariana Alves viveu mais uma experiência que enriquece o seu currículo, no local onde arbitrou a final de 2010, entre Serena Williams e Vera Zvonareva. Nesse mesmo ano, em dezembro, foi certificada com a certificação de juiz-árbitro “Gold Badge, a mais alta da arbitragem atribuída pela ITF. Mariana Alves, já certificada com "Gold Badge Chair Umpire (ape-

nas cinco senhoras no Mundo a têm), foi a primeira mulher a arbitrar uma meia-final de singulares masculinos do torneio de Barcelona e, simultaneamente, uma prova da categoria 500 do ATP World Tour. Foi em 2010. No ano seguinte, Marina Alves foi designada a supervisora WTA

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... no torneio de Miami, nos Estados Unidos.

No esplendor da relva A arbitragem portuguesa teve em João Trindade, 31 anos, o representante na classe dos juízes de linha.

Depois de Wimbledon, o juiz de linha voltou à relva natural do All England Club para participar no maior evento desportivo do Mundo, tendo atuado em vários encontros dos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Em nove dias de competição, João Trindade recorda que participou em “uma média de três encontros por dia, sempre a rodar”, como é prática entre os juízes de linha. Entre os embates em que esteve em serviço, João Trindade destaca o confronto entre o argentino David Nalbandian e o sérvio Janko Tipsarevic, no “court” 1 do All England Club, a arena mais importante logo a seguir ao “Central”.

João Trindade foi, também, juiz de linha em dois encontros das meiasfinais em pares. Na variante de duplas mistas, o português esteve no encontro entre os bielorrussos Victoria Azarenka e Max Mirny e os norte-americanos Lisa Raymond e Mike Bryan. Nos pares em femininos, participou no embate entre as irmãs Williams, que se sagraram campeãs olímpicas em Londres, e as russas Maria Kirilenko e Nadia Petrova.

JOÃO TRINDADE no Estádio Olímpico de Londres

João Trindade recorda “a experiência inesquecível e fantástica” que viveu nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. “No torneio olímpico, estava reunida a nata do ténis mundial. Parecia uma prova do Grand Slam”, refere o juiz de linha português, que esteve nos primeiros Jogos Olímpicos da sua carreira. Já tinha sido selecionado para Pequim, em 2008, mas acabou por não poder ir. “Jogos Olímpicos são muitas coisas em êxtase para conseguir sintetizar. É a chegada, a cerimónia de abertura, no Estádio Olímpico, o início dos jogos. Tudo é fantástico”, diz João

Trindade, que tinha estado em julho na capital britânica, para a estreia como juiz de linha em provas de Grand Slam. “Wimbledon foi o grande torneio da minha carreira. Já estive em torneios WTA e ATP, mas Wimbledon é Wimbledon e, para mais, depois com os Jogos Olímpicos. Em Wimbledon, o torneio olímpico foi uma coincidência muito feliz”, sustenta. Natural de Castelo Branco, João Trindade salienta o ambiente “incrível” que se viveu no All England Club e considera que a experiência que viveu foi “muito positiva”. Para mais tarde recordar.

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«Ambiente simplesmente elétrico» D.R.

— Depois de ter arbitrado as finais de todas as provas do Grand Slam, dirigir a final olímpica em masculinos de Londres 2012 era a final que faltava no seu currículo. Que significado teve para si? CARLOS RAMOS — Sinto-me verdadeiramente privilegiado por ter arbitrado as finais de singulares masculinos dos quatro Grand Slam e dos Jogos Olímpicos. São momentos muito fortes e inesquecíveis. Arbitrar estas grandes finais não é a razão pela qual eu arbitro e continuo a arbitrar há tantos anos, mas, mais uma vez, é um enorme privilégio. — Não deixa de ser significativo o facto de a final olímpica que arbitrou ter sido em Wimbledon, no All England Club, onde se realiza o “major” britânico do Grand Slam do ano, o seu preferido... — Os quatro Grand Slam são torneios fabulosos. É verdade que o meu preferido é Wimbledon, mesmo não sendo o Grand Slam onde habitualmente arbitro melhor. Penso que, principalmente desde os Jogos de Pequim, o ténis

CARLOS RAMOS em Wimbledon, o seu torneio de eleição. No All England Club, arbitrou a final olímpica em Masculinos de 2012 e a final de 2007 de Federer sobre Nadal, que deu o quinto título ao suíço. Em 2008, dirigiu a final feminina

ganhou notoriedade nos Jogos Olímpicos. A associação Jogos Olímpicos -Wimbledon foi um enorme sucesso. — Que sentimentos despertaram em si ao arbitrar a final olímpica? — O meu sentimento foi que o facto da final de singulares masculinos ter sido entre o Roger Federer, que nunca tinha ganho nenhuma medalha olímpica em singulares, e o Andy Murray, que, além de nunca ter

ganho nenhuma medalha olímpica, estava a jogar os Jogos Olímpicos "em casa", fez com que esta final e o ténis nestes Jogos Olímpicos fossem ainda mais especiais. O ambiente antes e durante o jogo foi simplesmente elétrico. Gostaria que o jogo tivesse ido a cinco “sets”. A minha mulher veio ver. A Mariana Alves, o João Trindade e vários dos meus melhores amigos também estavam nas bancadas. Adorei!

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A coleção perfeita D.R.

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Na Croácia, Luís Guedes e Miguel Bento Monteiro voltaram a arrecadar medalhas nos Jogos Europeus “Transplant and Dialysis”. O regresso a Portugal foi feito com três medalhas: de ouro e bronze individuais e uma de ouro em pares. Desde 2007 que tem sido assim, quer nas competições de âmbito europeu como nas mundiais. Os dois portugueses, submetidos a transplante do coração, reúnem uma coleção perfeita, conquistas individuais e coletivas. Luís Guedes e Miguel Bento Monteiro têm 18 anos de idade a separálos, mas, em comum, têm a paixão pelo ténis, modalidade que praticam há muitos anos, o que os levou à inscrição nestes eventos. Médico aposentado, Miguel Bento Monteiro, de 58 anos, oito vezes campeão nacional em veteranos, foi o primeiro a participar, em Banguecoque, na Tailândia, em 2007. Na bagagem, trouxe o título de campeão do Mundo em singulares. Em 2008, em Wurzburg (Alemanha), na quinta edição dos jogos europeus, Luís Guedes juntouse a Miguel Bento Monteiro e os dois obtiveram a primeira medalha conjunta: a de ouro. Miguel Bento Monteiro foi bronze em singulares. No ano seguinte, a dupla portuguesa disputou o torneio de ténis dos

LUÍS GUEDES e MIGUEL BENTO MONTEIRO: o ténis português nos Jogos Europeus e Mundiais “Transplant & Dialysis”

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... (Austrália), e somou a medalha de bronze. Bento Monteiro ganhou prata em singulares. Em 2010, em Dublin (Irlanda), nos Jogos Europeus, Luís Guedes e Miguel Bento Monteiro foram ouro em pares e o ambos conquistaram o lugar mais alto do pódio em singulares, nos respetivos escalões. Em 2011, nos Jogos Mundiais, em Gotemburgo (Suécia), Luís Guedes, técnico de informática, ficou fora do pódio, tendo terminado a competição individual em quarto. Miguel Bento Monteiro foi prata em singulares. Este ano, na Croácia, Miguel Bento Monteiro arrecadou ouro e Luís Guedes averbou a medalha de bronze em singulares. Nos pares, os dois portugueses conquistaram o ouro. “Participar nestes jogos é sinal de que estou ativo, com objetivos e com perspetivas de melhorar e fazer sempre mais. Depois de cada competição, penso logo que podia fazer melhor e comprometo-me a fazê-lo no ano seguinte. Por isso, cada ano que passa é mais um objetivo cumprido”, refere Luís Guedes, 40 anos. Miguel Bento Monteiro refere que “uma das razões” que o levaram à participação “é competir”, acrescentando que a participação nos Jogos Europeus e Mundiais proporciona igualmente a possibilidade de “viajar e visitar locais em todo o

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Jogos Mundiais, em Gold Coast

LUÍS GUEDES/MIGUEL BENTO MONTEIRO: medalha de ouro em pares em Dublin, na Irlanda. Individualmente, os dois portugueses também arrecadaram o ouro

Mundo” sem despender quantias avultadas. Bento Monteiro ressalva “a atmosfera desanuviada” que se vive nos Jogos Europeus e Mundiais, onde “não se discute um ponto sequer nos encontros”.

Luís Guedes e Miguel Bento Monteiro preparam agora a participação nos Jogos Mundiais, em Durban, na África do Sul, em 2013, e nos europeus em Cracóvia, na Polónia, no ano seguinte, com a expetativa de aumentar coleção.

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«Quero atingir o ‘top’ 10» Foto: José Rasquinho

Joana Valle Costa completa 17 anos a 31 de outubro. Começou a jogar aos cinco anos e tornou-se na mais jovem a entrar no quadro principal do Nacional Absoluto. Na altura, Valle Costa tinha 14 anos e travou despique com Ana Catarina Nogueira, que venceu por 6-4 e 63. Residente no CAR até ao final deste ano, a tenista do CETO acumula os títulos de campeã nacional de singulares de sub-12 (2007), sub-14 (2009) e sub-16 (2011). Foi vice-campeã individual em 2010 em sub.16. Nos pares, sagrou-se campeã nacional por três vezes: em 2006, com Patrícia Martins, nos sub-12; em 2007, com Beatriz Santos, igualmente nos sub-12; e em 2009, com Beatriz Santos, nos sub-14. Ao lado de Beatriz Santos, em 2008, foi vicecampeã nacional de pares nos sub -14. A estes êxitos soma oito títulos em pares e singulares no circuito Tennis Europe. Este ano, já soma um título em duplas em Nottingham (com Margarida Moura) e em Vila do Conde (com Patrícia Martins), torneios do ITF Junior. Em 2011, a pupila de João Cunha e Silva e a espanhola Perez venceram em Andorra, também no circuito júnior. Neste ano, com 16 anos, tornou-se na mais jovem tenista portuguesa a conquistar um título no ITF Women, em Cantanhede, torneio pontuável para o “ranking” WTA. Valle Costa fez par com Margarida Moura. Jogou ainda a final de Amarante (a primeira da carreira em singulares no ITF Women) e sagrou-se vice-campeã. É a lusa mais bem cotada no “ranking” júnior. Valle Costa revela -se nesta página.

Pessoal

& transmissível

Joana Valle Costa 16 anos

O ténis é... a minha paixão. Jogo ténis porque... sou feliz a praticá-lo. O que mais gosto no ténis é... o desafio do jogo. O que mais detesto no ténis é... perder. Para mim, treinar é... evoluir. O sucesso significa... futuro na carreira. No ténis, quero atingir... o “top” 10. Depois de vencer um encontro... sucesso, evolução e prazer. Quando sou eliminada num torneio, fico... triste, mas com vontade de continuar. Até ao momento, a minha maior alegria no ténis foi... chegar à final do WTA (pares e singulares). [Cantanhede e Amarante] .

E a maior tristeza no ténis foi... não houve ainda a maior tristeza. Se eu mandasse no ténis... faria tudo para angariar apoios para desenvolvimento do ténis. Em Portugal, o ténis precisa de... mais apoios, maior profissionalismo e mais divulgação. Um ou uma tenista português no "top" 10 seria... eu. Um bom treinador é... aquele que ajuda, dedica-se e compreende sempre a atleta. O meu ídolo no ténis é... Federer. O meu torneio preferido é... Australian Open. A minha superfície preferida é... relva. No meu saco, não dispenso... todo o material que preciso (em especial, as palas).


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A magia de Nuno Marques «TIE-BREAK»

CARLOS FIGUEIREDO Jornalista

Nuno Marques, na sua primeira participação no Open dos Estados Unidos (1988), prendeu a assistência no encontro com o indiano Ramesh Krishnan

Parece que foi ontem, mas a verdade é que vão completar-se duas dúzias de anos, quando um português fez história em Nova Iorque, nada menos que em Flushing Meadows. Realmente, não estamos habituados a ver compatriotas da raqueta nos quadros principais do torneio nova-iorquino. Mas aconteceu mesmo. Éramos três a torcer, o jogador, Nuno Marques, o respetivo treinador, Luís de Sousa, e este modesto escriba, se me permitem a banalidade da expressão. De facto, Nuno Marques, na sua primeira participação no Open dos Estados Unidos (1988), prendeu a assistência no encontro com o indiano Ramesh Krishnan. Tendo em conta os galões do jogador asiático, ninguém, antecipadamente, iria apostar no modesto português, que, sensacionalmente, obrigou o favorito indiano a esticar bem toda a sua sabedoria, através de cinco “sets”, que, de maneira crescente, foram enchendo as bancadas de um dos maiores “courts” secundários de Flushing Meadows, à medida que ia constando que um desconhecido português do norte estava a fazer a vida muita cara ao categorizado opositor.

A verdade é que, jogando a primeira ronda do quadro principal de singulares, Nuno Marques forçou mais tarde Ramesh Krishnan a dar tudo para “rebentar” com o adversáriozinho europeu, que, finalmente, cedeu o resultado desnivelado no quinto e decisivo “set”: 4-6, 7-5, 6-3, 5-7 e 1-6. Nas bancadas, Luís Sousa e o jornalista não acreditavam no que estava a suceder: com entradas pagas, esse simples encontro da primeira ronda que se suporia “fácil” para Krishnan transformou-se numa espécie de “best-seller” da luta renhida e surpreendente. O próprio vencedor, no final, muito simpático, apesar do susto que apanhou, teve este desabafo: — Sempre ouvi dizer que os portugueses não eram muito altos, de modo que fui surpreendido quando vejo entrar em campo aquele “gigante” seu compatriota. Mas ganhei, com muito mérito para Nuno Marques, que me obrigou a dar tudo. Em suma, embora decorridos quase 24 anos, consideramos esse um dos maiores feitos do ténis português, só mesmo ao alcance de um jogador que não se limitava a ter um metro e 90 centímetros de altura, pois possuía também muitos “metros” de talento.

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