Notícias do ténis EDIÇÃO MENSAL ONLINE
AGOSTO 2013
PEDRO BENAVENTE/GUIMARÃES OPEN
Brilho em Nova Iorque A edição deste ano do Open dos Estados Unidos foi marcante para o ténis português. Larcher de Brito, Koehler e João Sousa brilharam nos “courts” azuis de Flushing Meadows.
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FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
A cereja em cima do bolo
O ténis português voltou à ribalta internacional. Michelle Larcher de Brito, Maria João Koehler e João Sousa assinaram feitos assinaláveis e históricos no Open dos Estados Unidos e ainda podemos esperar que Frederico Silva, campeão em título em pares no torneio júnior, possa também sair de Flushing Meadows com êxito. Na edição deste ano do “major” norte-americano, Michelle Larcher de Brito atingiu a segunda ronda do quadro principal de singulares, igualando o feito de 2009, ano em que alcançou a posição máxima de uma portuguesa no “ranking” WTA desde sempre — 76.ª. Depois de Wimbledon, com a presença na terceira ronda, após eliminação de Maria Sharapova, Michelle voltou a brilhar num grande palco. Já a portuense Maria João Koehler estabeleceu um registo importante, tornando-se a primeira tenista portuguesa a jogar o quadro principal das quatros provas do “Grand Slam” num ano: Open da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e Open dos Estados Unidos. A campeã nacional absoluta, que já soma cinco títulos consecutivos, mostrou que o ténis feminino em Portugal está a atravessar um bom
momento, com demonstração de competitividade. E isso poderá ser comprovado também a nível interno no Nacional Absoluto, de 15 a 22 de setembro, no CT Estoril, integrado na Semana do Ténis & Padel. A escassas semanas da Taça Davis, João Sousa pôs a cereja em cima do bolo, ao ganhar dois encontros no quadro principal de singulares, no qual entrou diretamente pela primeira vez na sua carreira já com muitos sucessos. Foi o número um mundial, Novak Djokovic, que travou o único português entre a elite, que não há muito tempo parou durante algumas semanas por causa de uma fratura num pé. A paragem provocou a saída do “top” 100, ao qual João Sousa já voltou, com todo o mérito. Com o apuramento para a ronda três, Sousa, com classe e garra perante os adversários no Open dos Estados Unidos (dois do “top” 50 e o líder da classificação mundial), demonstrou também que a atual geração, que herdou das anteriores um legado extraordinário, também contribui para o engrandecimento do ténis português. No passado, a força de vontade e o empenho superavam as circunstâncias; no presente o mesmo vigor e ambição a nortear um conjunto de jovens. O futuro constrói-se com a memória do passado e, reafirmo, estou certo de que estamos no bom caminho.
FERNANDO CORREIA
EDITORIAL
VASCO COSTA Presidente da Federação Portuguesa de Ténis
«O ténis português voltou à ribalta internacional. Michelle, Koehler e João Sousa assinaram feitos assinaláveis e históricos no Open dos Estados Unidos»
EDIÇÃO ONLINE Direção: Vasco Costa. Coordenação: José Santos Costa
Federação Portuguesa de Ténis Rua Ator Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha Tel.: 214 151 356
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PEDRO BENAVENTE/GUIMARÃES OPEN
JOÃO SOUSA jogou o quadro principal de singulares em Flushing Meadows e registou a presença inédita de um português na terceira ronda
Brilho em Nova Iorque Em Flushing Meadows, houve brilho português. João Sousa, Michelle Larcher de Brito e Maria João Koehler deixaram bem marcada a chancela de qualidade do ténis português nos “courts” azuis do Billie Jean King National Tennis Center, em Queens, Nova Iorque. Michelle (a representante do ténis português com mais presenças no Open dos Estados Unidos) e Koehler jogaram o “qualifying” e ultrapassaram-no. Três rondas concluídas com sucesso pelas duas e que garantiram integrar a elite mundial.
Primeiro feito histórico de portugueses no Open dos Estados Unidos: Koehler tornou-se na primeira tenista portuguesa a jogar a ronda inaugural do quadro principal das quatros provas do “Grand Slam” numa temporada. Um registo que a portuense, treinada por Nuno Marques (na grelha principal do “major norte-americano por quatro vezes), junta ao obtido no Open da Austrália, em janeiro, em que se tornou na primeira portuguesa a vencer um encontro no quadro principal da prova australiana e na segun-
da a disputar a segunda eliminatória de um torneio do “Grand Slam”, depois de Michelle Larcher de Brito ter cometido idêntica proeza em Wimbledon e Open dos Estados Estados, em 2009. Nesse mesmo ano, Michelle jogou a terceira ronda de Roland Garros. Este ano, em Flushing Meadows, Maria João Koehler voltou a encontrar a francês Alizé Cornet, 26.ª mundial, que vencera a portuguesa em Roland
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FLORIN EISELE/AELTC
Garros, em maio. A gaulesa triunfou sobre a pentacampeã nacional absoluta, por 6-3 e 6-2. No mesmo dia, Michelle Larcher de Brito, 117.ª WTA, defrontou a grega Eleni Danniilidou e saiu vitoriosa em dois “sets”, com 6-4 e 6-3. Pela segunda vez, a atual número um portuguesa e a mais bem cotada de sempre no “ranking” mundial avançava para a segunda ronda em Flushing Meadows [na página 6, recupera-se a participação dos portugueses em singulares]. A adversária seguinte da tenista lusa estava inscrita no “top” 20. Tratava-se da russa Maria Kirilenko, que, em junho deste ano, esteve entre as dez mais bem classificadas no Mundo e que reúne no seu palmarés seis títulos WTA, entre os quais o alcançado no Estoril Open, em 2008. Michelle cedeu por 6-3 e 6-1, em uma hora e 16 minutos, frente à russa, que, este ano, jogou os quartos de final em Roland Garros. A portuguesa amealhou mais 160 pontos para o “ranking” mundial, que lhe deverão valer a reentrada no “top” 100.
MICHELLE e KOEHLER: em Nova Iorque, a primeira igualou o feito de 2009 e a segunda é a única portuguesa a jogar o quadro principal dos quatro torneios do “Grand Slam” numa temporada
O conquistador
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FLÁVIO SANTOS
Único português a competir no Open dos Estados Unidos em seniores — Frederico Silva está inscrito na prova individual e na de pares, na qual defende o título conquistado no ano passado, ao lado de Kyle Edmund —, João Sousa teve entrada direta no quadro principal do “major” de Flushing Meadows pela primeira vez na carreira.
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O sortilégio do sorteio determinou como primeiro opositor Grigor Dimitrov, 29.º na hierarquia mundial. O búlgaro é considerado um valor a despontar no ténis mundial e é comparado a Roger Federer, pelo estilo de jogo idêntico ao suíço. A alcunha do tenista da Bulgária é elucidativa: “Baby Fred”. João Sousa participava pela terceira vez no Open dos Estados e tinha apenas um triunfo: em 2011, frente ao francês Ludovic Walter, no “qualifying”. O português com mais créditos na classificação mundial no presente (é o 95.º) travou um duro despique com Dimitrov e acabou a sorrir, somando a maior vitória na sua carreira. Após duas horas e 51 minutos, João Sousa, de 24 anos, seguiu em frente, com os parciais de 3-6, 6-3, 6-4, 5-7 e 6-2.
PEDRO BENAVENTE/GUIMARÃES OPEN
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JOÃO SOUSA foi o primeiro português a jogar no Arthur Ashe
Antes de Djokovic Pela primeira vez no circuito profissional, João Sousa enfrentava Jarkko Nieminen, improvável vice-campeão do Estoril Open de 2002. Com mais oito anos do que João Sousa, o finlandês apresentava na segunda ronda do quadro principal do Open dos Estados Unidos na 41.ª posição da tabela ATP, na qual chegou a ser 13.º, em 2006. No ano anterior, Nieminen alcançou os quartos de final em Flushing Meadows, que acolhe o quarto e último “Grand Slam” de cada ano. Este ano, o veterano finlandês já tinha jogado a final do torneio de Dusseldorf, na Alemanha, de categoria 250, acabando por ser vencido.
Novamente em cinco partidas, terminadas com os parcelares de 1 -6, 6-3, 3-6, 6-3 e 6-4, João Sousa voltou a festejar a vitória, que lhe permitiu contabilizar 90 pontos. Pela primeira vez, um português jogou a terceira eliminatória do quadro principal do “major” norteamericano. Mas os feitos históricos não se ficaram por aqui e João Sousa igualou os feitos de Michelle Larcher de Brito (Wimbledon, em 2013, e Roland Garros, em 2009) e Frederico Gil (Open da Austrália, em 2012). O apuramento inédito de João Sousa — cumpre o 11.ª prova do “Grand Slam” — colocou-o na rota do número um mundial, o sérvio
Novak Djokovic, o único que conseguiu vencer o vimaranense na edição de 2013 do Open dos Estados Unidos. Na mítica sessão noturna de Flushing Meadows, em pleno Arthur Ashe Stadium, João Sousa cedeu em três partidas — com os parcelares de 6-0, 6-2 e 6-2 — frente a Djokovic, que não conseguiu evitar a quebra de serviço do português, para reduzir para 5-2 no terceiro “set”. Foi a quinta vez que um português jogou com um número um mundial: Michelle Larcher de Brito defrontou a norte-americana Serena Williams em Wimbledon, em 2010; Frederico Gil enfrentou o suíço Roger Federer, nos quartos de final do Estoril Open, em 2008, e jogou com Rafael Nadal, em Miami, num encontro em que surpreendeu o espanhol, e em Barcelona, ambos os encontros realizados em 2009. Nunca um português conseguiu vencer nem conquistar um “set” nos embates com o líder da classificação. Além de ser o primeiro português a jogar a terceira ronda de singulares no Open dos Estados Unidos, João Sousa marcou presença no Arthur Ashe Stadium. Nunca antes um tenista português, masculino e feminino, tinha pisado o maior estádio do Mundo. É verdade que não resistiu ao poderio de Novak Djokovic, mas é também certo que não ofuscou o brilho que os portugueses espalharam na edição de 2013 do Open dos Estados Unidos.
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A aventura portuguesa em Flushing Meadows JOÃO SOUSA
NUNO MARQUES
3.ª ronda quadro principal (2013) 1.ª ronda «qualifying» (2012) 2.ª ronda «qualifying» (2011)
1.ª ronda quadro principal (1996) 2.ª ronda quadro principal (1995) 2.ª ronda quadro principal (1991) 1.ª ronda quadro principal (1988)
RUI MACHADO
JOÃO C. SILVA
1.ª ronda quadro principal (2012) 1.ª ronda quadro principal (2011) 2.ª ronda «qualifying» (2010) 1.ª ronda quadro principal (2009) * 2.ª ronda quadro principal (2008) *
2.ª ronda quadro principal (1993)
FREDERICO GIL
GASTÃO ELIAS
1.ª ronda «qualifying» (2012) 1.ª ronda quadro principal (2011) 1.ª ronda quadro principal (2010) 1.ª ronda quadro principal (2009) 1.ª ronda quadro principal (2008)
1.ª ronda «qualifying» (2012) 2.ª ronda «qualifying» (2011)
PEDRO SOUSA
MICHELLE L. BRITO
1.ª ronda «qualifying» (2012)
2.ª ronda quadro principal (2013) 2,ª ronda «qualifying» (2012) 3.ª ronda «qualifying» (2011) 1.ª ronda quadro principal (2010) * 2.ª ronda quadro principal (2009) 3.ª ronda «qualifying» (2008)
MARIA J. KOEHLER
FREDERICA PIEDADE
1.ª ronda quadro principal (2013) * 2.ª ronda «qualifying» (2012) 1.ª ronda «qualifying» (2011) 1.ª ronda «qualifying» (2010)
1.ª ronda «qualifying» (2009) 1.ª ronda «qualifying» (2006) 1.ª ronda «qualifying» (2005)
NEUZA SILVA
SOFIA PRAZERES
2.ª ronda «qualifying» (2009) 3.ª ronda «qualifying» (2008)
1.ª ronda «qualifying» (1997)
* Após três rondas de qualificação
Fontes: ATP e WTA
Apenas participações individuais no «major» norte-americano
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Uma semana singular D.R.
Na semana de 15 de setembro, a Federação Portuguesa de Ténis leva o ténis à Costa do Sol. Até 22 do mesmo mês, numa iniciativa inédita, o ténis vai juntar-se com o padel e o ténis em cadeira de rodas, no CT Estoril. Com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, do Grupo Pinto Basto, do Banco BIC e da Angelini Farmacêutica, e de outros mais patrocinadores, a Semana do Ténis & Padel integra o Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto, em masculinos e femininos, com um “prize money” de 20 mil euros. Desde 2008 que o Campeonato Nacional — que disputou-se no Open Village Sports, em Guimarães, nos últimos dois anos — não distribuía prémios monetários. O principal campeonato nacional individual regressa ao CT Estoril, onde esteve pela última vez em 2008. O quadro principal do Nacional Absoluto inicia-se na segunda-feira, dia em que ocorre um “workshop” para treinadores, promovido pelo Departamento de Desenvolvimento da Federação Portuguesa de Ténis. De 19 a 22, está prevista a realização do Campeonato Nacional de Padel, enquanto a prova rainha do calendário de ténis em cadeira de rodas terá lugar no sábado e no domingo.
RUI MACHADO é um dos tenistas que vai estar presente no CT Estoril
O torneio de padel distribuirá igualmente prémios monetários no valor de seis mil euros e será o primeiro Campeonato Nacional da modalidade, sob a égide da Federação Portuguesa de Ténis desde janeiro de 2011. No ténis em cadeira de rodas [conheça a realidade da modalidade em Portugal nas páginas seguintes], o Campeonato Nacional
distribui mil euros em prémios monetários. Também está programada a realização do “Pro-Am” Angelini Farmacêutica/Banco BIC, juntando antigos tenistas com convidados, nos “courts” do CT Estoril. Na próxima edição, a Notícia do Ténis incluirá uma apresentação da Semana do Ténis & Padel.
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Otimismo sobre rodas D.R.
O futuro do ténis em cadeira de rodas perspetiva-se com otimismo. Joaquim Nunes, coordenador da variante na Federação Portuguesa de Ténis, acredita que se pode ganhar mais atletas e que haverá um acréscimo da qualidade. E, também, crê em mais provas, com o “empenho de todos”. A realidade do ténis em cadeira de rodas no presente é bem diferente da de há quatro anos. Joaquim Nunes alude à “fase de crescimento e estabilização de praticantes até 2009”, mas assinala “o desaparecimento do núcleo açoriano”. “Notou-se uma redução de atletas que participavam regularmente em provas”, sublinhou, lembrando que, nesse ano, até chegou a ser constituída a seleção nacional, que, além de ter participado numa prova ITF na Corunha, representou Portugal no Campeonato do Mundo, em Nottingham, na Inglaterra. Atualmente, o número de praticantes aproxima-se “dos vinte atletas”, mas apenas cinco competem regularmente, como ficou patenteado a partir de Vermoim, que, recentemente, recebeu a segunda competição do circuito nacional (inclui o Nacional). “Temos cinco jogadores. Na última prova, a estreante Diana Machado foi uma boa surpresa. O máximo até hoje de atletas em provas do calendário nacional é de sete, quando o CT São Miguel tinha o seu núcleo”, refere Joaquim Nunes.
JOAQUIM NUNES entende que uma prova internacional em Portugal seria vantajoso para a evolução da modalidade, que atingiu o máximo de praticantes regulares em 2009
O circuito nacional “possui seis provas” e o coordenador da modalidade na Federação Portuguesa de Ténis sublinha que “este ano representa a retoma de um calendário que já foi muito equilibrado em quantidade e qualidade”. O máximo de competições num ano está fixado em sete, com uma prova internacional em Ponta Delgada, que, lamenta Joaquim Nunes, “apenas se realizou uma vez”. O responsável pela variante sustenta que faltam competições em Portugal para praticantes de ténis em cadeira de rodas e avança com “um número ideal entre oito e dez provas”.
“Estamos aquém do número de provas adequado. Falta um calendário mais preenchido em termos quantitativos. Uma prova internacional seria muito importante, traria um aumento qualitativo e seria um meio para aumentar os contactos internacionais”, refere. A questão ganha acuidade quando se assume que, “para muitos destes jogadores, as competições são o único momento em que se confrontam atletas em cadeiras de rodas, pois os jogadores treinam com treinadores em pé”.
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... Para isso, os apoios tornam-se indispensáveis, pois “permitiria estabilizar o calendário de provas, através de organizações que introduzam as premissas alojamento e alimentação nos seus eventos”. Deste modo, o coordenador do ténis em cadeira de rodas na Federação Portuguesa de Ténis acredita que “os jogadores tendem a aumentar a sua participação”. Joaquim Nunes recua até 2009 para lembrar o projeto “Jogar Sentado”, desenvolvido pela Federação Portuguesa de Ténis através de Alfredo Laranjinha, com o principal apoio da EDP.
D.R.
D.R.
CARLOS LEITÃO é o campeão em título e único com cinco títulos consecutivos, obtidos nos últimos anos
PAULO ESPÍRITO SANTO venceu o Campeonato Nacional desde 2004 até 2007
O patrocínio possibilitou a deslocação da seleção à Corunha, para participar no torneio ITF Ergosaude (2009 e 2010), e ao Mundial na GrãBretanha (2009), mas, depois, “a participação de uma seleção portuguesa ficou comprometida pela ausência de verbas”. “A existência de um patrocinador proporcionaria meios com vista a uma participação internacional”, esclarece Joaquim Nunes, revelando que “está no horizonte” a constituição de uma seleção portuguesa, para jogar a qualificação do Grupo Mundial II para o Campeonato do Mundo de 2014, cuja fase final terá lugar na Holanda. Até final deste ano, Joaquim Nunes garante que a questão será resolvida com sucesso, acreditando
que é possível Portugal voltar a inscrever um selecionado num Campeonato do Mundo.
Dificuldades várias A concretizar-se a ida ao Mundial, será mais um desígnio numa vertente que se debate com “dificuldades várias”, desde logo as diretamente relacionadas com o ténis em cadeira de rodas. “O mais difícil é trazer os atletas para a competição, pois nem todos podem fazer face às necessidades financeiras que a sua participação implica”, explica o coordenador, ciente de que é preciso “persistência
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Aprendizagem estável Se o número de atletas em competição continua longe do registo de 2009, o certo é que na aprendizagem
JOÃO SANONA
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e atitude positiva, procurando minimizar as dificuldades inerentes a esta vertente” do ténis. Revelando confiança “num futuro diferente”, Joaquim Nunes frisa que “o empenho de todos vai mostrar que é possível uma realidade em quantidade e qualidade para melhor”. Para tanto, argumenta que deve haver “disponibilidade da generalidade dos clubes e das respetivas equipas técnicas para acolher e tratar devidamente esta vertente” do ténis. O responsável da Federação Portuguesa de Ténis refere que “as dificuldades” com que o ténis em cadeira de rodas se debate estão identificadas e são muitas. “As dificuldades são várias, inerentes a problemas gerais de cultura desportiva e de acesso da população portadora de limitações funcionais à prática desportiva”, declara. Joaquim Nunes refere-se ainda ao trabalho que a Federação Portuguesa de Ténis está a desenvolver, destacando as ações regulares de promoção, “individualmente ou em parceria com outros organismos”.
JOÃO LOBO e ANA MARTINS
há razões para sorrir, como nota Joaquim Nunes. “Creio que o número de participantes em contexto de aprendizagem está estável”, afirma, porém sem deixar de observar: “É aceitável que nem todos os atletas que aprendem o jogo estejam disponíveis para participar em competição”. No entanto, Joaquim Nunes acrescenta que, “nesta fase de desenvolvi-
PEDRO SILVA
mento e divulgação da modalidade” seria “importante a competição”. E a próxima é já em setembro, com a realização do Campeonato Nacional, com um “prize money” de mil euros. A prova, no CT Estoril, está integrada na Semana do Ténis & Padel, de 15 a 22. Um encontro de exibição de ténis em cadeira de rodas está previsto, para mostrar que tudo é possível quando há vontade.
DIANA MACHADO
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Lição de vida Rogério Santos teve o primeiro contacto com o ténis em cadeira de rodas há dez anos, nos Estados Unidos, no Masters 1.000 Miami. No ano passado, o árbitro português voltou aos “courts” para dirigir um encontro na vertente: a final dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012. No encontro entre o japonês Shingo Kunieda (medalha de ouro) e o francês Stéphane Houdet, Rogério Santos sentiu-se “um felizardo” pela sua presença. O atual presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Ténis admite que se sente “muito à-vontade com esta modalidade do ténis”. “Para um árbitro habituado ao circuito profissional de ténis jogado em pé, admito que, ao princípio, alguns pormenores técnicos me confundiram, mas, com alguns encontros, ultrapassei essa situação, declarou. Rogério Santos acumula experiência no ténis em cadeira de rodas, pois, depois de Miami, em 2003, em que esteve várias vezes a dirigir embates na vertente, arbitrou “vários encontros no US Open durante vários anos”. Também dirigiu encontros no Campeonato Nacional e regista a presença em dois Jogos Paralímpicos: além de Londres, em 2012, esteve em Pequim, em 2008.
D.R.
ROGÉRIO SANTOS no sorteio da final dos Jogos Paralímpicos de Londres O contacto com a modalidade permitiu-lhe acumular “uma vasta experiência” e concluir como “é admirável a mobilidade e rapidez” dos jogadores de ténis em cadeira de rodas. “São excelentes profissionais, que admiro pela preparação e dedicação. Num encontro dos Jogos Paralímpicos, são raras as vezes em que a bola bate duas vezes no chão (como autorizado no regulamento) antes de ser devolvida”, frisou. Rogério Santos afirmou que espera estar nos Jogos Paralímpi-
cos do Rio de Janeiro, em 2016, e salientou: “Todos devíamos ter a oportunidade de ir a uns jogos destes. É uma lição de vida como poucas. Em Pequim, foi um choque para mim, só me apetecia chorar, não de tristeza, mas de alegria por estar ali, rodeado de pessoas que, apesar das limitações, me fizeram sentir muito pequeno, por não conseguir fazer o que eles fazem. Em Londres, estava um sul-africano com pernas amputadas pela bacia e só com um braço. Ele movia a cadeira só com um braço e joga ténis”.
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Uma ideia de futuro FERNANDO CORREIA
O presidente da Federação Portuguesa de Ténis, Vasco Costa, visitou a Associação de Ténis dos Açores, em Ponta Delgada, e deixou a ideia de recolocar o arquipélago atlântico no circuito profissional da ITF. Os Açores já inscrevem torneios dos escalões juvenis na Tennis Europe — Azores Lawn Tennis Club Tournament & 14 Under, em Angra do Heroísmo, e Azores Open 12 & Under, em Ponta Delgada —, mas Vasco Costa quer alargar horizontes e isso mesmo deu conhecimento ao Governo Regional. Na reunião com o secretário regional do Turismo e Transportes, Vítor Fraga, o presidente da Federação Portuguesa de Ténis explanou as ideias para “atrair turistas para a Região, cuja presença terá um efeito multiplicador ao nível do conhecimento externo”. Acompanhado de Artur Martins, presidente da Associação de Ténis dos Açores, Vasco Costa disse que o encontro com o Governo Regional “foi importante no sentido de apontar estratégias que podem ajudar a desenvolver o ténis e o turismo, principalmente na época baixa”.
VASCO COSTA reuniu com Governo Regional dos Açores para falar de ténis e turismo Vasco Costa, que visitou a Região Autónoma dos Açores duas décadas depois da última presença de um presidente da Federação Portuguesa de Ténis, inteirou-se da realidade açoriana e constatou que o desígnio de “Futures” é possível. “Gostei muito do que vi ao nível das instalações. A Associação de Ténis
dos Açores e os seus clubes filiados têm excelentes condições para a prática da modalidade e podem receber qualquer evento”, afirmou, assinalando que “o ténis tem crescido muito” nos Açores. O líder federativo sublinhou ainda que o ténis nos Açores “apresenta-se com uma dinâmica muito boa”.
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Dez anos em São Miguel F32
De 1988 a 1997, Ponta Delgada animava-se em setembro com a realização da etapa do Açores do ATP Challenger Series (na altura, não havia ITF Futures, apenas Satélites, com quatro semanas, mais uma de “Masters”). O “Challenger” açoriano realizavase nos “courts” de superfície dura do CT São Miguel e Nuno Marques inscreveu o nome na galeria de vencedores por duas vezes. A primeira ocorreu em 1995, em edição em que Nuno Marques jogou as finais em singulares e pares. Nesta última competição, o portuense fez dupla com o britânico Chris Wilkinson — regressou a Portugal anos mais tarde para competir no Vale do Lobo Grand Champions, do circuito internacional de veteranos da ATP. A dupla luso-britânica acabou por ceder com um duplo 62 frente a Tim Henman (chegou a número um na Grã-Bretanha e 62.º ATP, em 2002) e Christian Saceanu. Em singulares, Nuno Marques arrecadou o título, após 3-6, 6-3 e 6 -2 no encontro com Wayne Black, do Zimbabué. Semanas depois da vitória no Challenger Azores, Nuno Marques alcançou a melhor posição de sempre de um tenista português na hierarquia mundial — 86.º. Um
NUNO MARQUES assinou dois títulos em singulares no Challenger Azores
registo igualado por Frederico Gil em agosto de 2008 e que foi superado pelo tenista residente em Sintra em fevereiro do ano seguinte — 83.º. Em 1996, Nuno Marques voltou a Ponta Delgada para defender o título individual, necessitando novamente de três partidas para erguer o troféu de vencedor. O encontro com o mexicano Luís Herrera termi-
nou favorável ao português com os parciais de 6-7, 6-4 e 6-4. Também Emanuel Couto disputou um título no Challenger Azores. Na primeira edição, em 1988, o português fez par com o israelita Eyal Ran e ambos foram coroados vicecampeões, após a final com Danny Sapsford e Chris Wilkinson. O desfecho foi de 7-5 e 6-1 a favor dos britânicos.
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«Jogo porque me faz feliz»
mesmas duplas jogaram a final e também venceram. Em sub-14, nesse ano de 2012, Beatriz conquista o primeiro título no circuito da Tennis Europe, em Espanha), no IV Gutysport. É a recém vice-campeã nacional de sub-16 em pares, juntamente com Inês Mesquita.
D.R.
Beatriz Rodrigues Bento (na foto, com Inês Mesquita, à direita) foi vice-campeã em singulares no escalão de sub-12, em 2010. Nesse mesmo ano, no Azores Open 12 & Under, jogou a primeira final em torneios internacionais: com Sofia Sualehé como parceira, foi vicecampeã. Ao lado de Inês Mesquita, foi vice-campeã em Baden, na Alemanha. Em 2012, em sub-16, sagrou-se vice-campeã em singulares em Malta e em pares no Oporto Junior Cup, juntamente com Inês, com as duas a cederem o título para Matilde Fernandes e Sualehé. Na semana anterior, Beatriz e Inês arrecadaram o título de pares na Parque Nascente Cup. Primeiro título individual para Beatriz Bento nesse ano, na Beloura, após vitória sobre Inês Murta. Com Mesquita, venceu também em pares, na final com Joana Ferreira e Marta Oliveira. Em sub-14, em Portimão, com Inês, foi vice-campeã, após final que Marta Oliveira e Sualehé venceram. Antes, em Vilamoura, as
Beatriz Rodrigues Bento
O ténis é... ao que dedico a minha vida, para tentar ser profissional. Jogo ténis… porque me faz feliz. O que mais gosto no ténis… é o facto de ser um desporto difícil, mas depender só de nós. O que mais detesto no ténis… é, por vezes, ter de esperar muito tempo para jogar nos torneios.
Beatriz Rodrigues Bento 15 anos E a maior tristeza no ténis... foram as lesões, que me fizeram parar de treinar. Se eu mandasse no ténis... promovia mais este desporto junto das crianças, nas escolas, por exemplo. Em Portugal, o ténis precisa de… incentivos e apoios, para que cada vez mais pessoas joguem. Um ou uma tenista português no "top" 10 seria... Frederico Silva.
Para mim, treinar é... esforçar-me cada vez mais para atingir o máximo das minhas capacidades.
Um bom treinador é... aquele que partilha da nossa ambição e nos incentiva e mostra como ir além.
O sucesso significa… a recompensa pelo esforço e trabalho diário.
O meu ídolo no ténis é atualmente... Roger Federer.
No ténis, quero atingir... o meu melhor nível possível. Depois de vencer um encontro… falo com o meu treinador sobre o jogo e faço a minha rotina de alongamentos. Até ao momento, a minha maior alegria no ténis foi… representar Portugal no Festival Olímpico da Juventude [FOJE, na Holanda, em julho].
O meu torneio preferido é… Wimbledon. A minha superfície preferida é… piso rápido. No meu saco, não dispenso… a corda, o elástico, a toalha, os ténis de correr, uma lata de bolas, uma bolsinha com ‘grips’, anti-vibradores e atacadores, uma muda de roupa, água e, claro, as minhas raquetas..
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Na segunda fase «TIE-BREAK»
CARLOS FIGUEIREDO Jornalista
«A verdade é que aqueles tempos eram outros e rendo aqui a minha homenagem a eles, pois sempre fizeram frente às dificuldades»
A propósito dos feitos de Michelle Larcher de Brito, Maria João Koehler e João Sousa no Open dos Estados Unidos neste ano, recupero a memória dos tempos idos, em que outros tenistas nascidos em Portugal se aventuravam no circuito profissional, com o saco às costas e muita ambição na bagagem. Lembro-me de Nuno Marques e João Cunha e Silva, só para citar os nomes mais sonantes, que, por esse mundo fora, competiram, inscrevendo-se também nas provas do “Grand Slam”. A verdade é que aqueles tempos eram outros e rendo aqui a minha homenagem a eles, pois sempre fizeram frente às dificuldades. Hoje, podemos dizer que o ténis português, ao nível internacional, entrou definitivamente numa segunda fase. Nes t e moment o, porque “noblesse oblige”, devemos saudar os “avozinhos”, que permitiram considerar ultrapassada a fase preliminar. Estamos de acordo com isso, porque está mais do que provado que os atletas portugueses de raqueta possuem condições inequívocas para dizer: “Aqui também se joga ténis”.
Quando foi estabelecido, através das danças da competição, que português também ganha em grandes provas, e não só os torneios do “Grand Slam”, ousaremos evocar com muita felicidade aquilo que parece que está já a ser esquecido perante os cometimentos recentes de João Sousa, no Open dos Estados Unidos. Mais recentemente, aquela garota bonita, de nacionalidade portuguesa, mas radicada nos Estados Unidos, venceu nada mais nada menos uma tal Maria Sharapova, em Wimbledon. Recordo que Michelle Larcher de Brito atingira a terceira ronda de Roland Garros, em 2009, um ano em que se afirmou no circuito. Em janeiro, Maria João Koehler atingiu a segunda ronda do Open da Austrália, onde, em 2011, Frederico Gil jogou a terceira ronda. Achamos que isso foi um tónico precioso para os outros jogadores portugueses no circuito, e talvez com um bocadinho de otimismo, terá havido quem afirmou a respeito do encontro de Sousa com um tal Djokovic. Isso já é bom, porque, não sendo possível ganhar a um super-campeão como Djokovic, admitiu-se que talvez pudéssemos fazer o mesmo como uma campeã como Michelle & Companhia fizeram.
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