NT - Janeiro 2012

Page 1

Notícias do ténis EDIÇÃO MENSAL ONLINE

JANEIRO 2012

Créditos: Douglas Daniel

………………….. Retrospetiva

Pela primeira vez, um português entrou no “top” 60 do ténis mundial. Rui Machado não só fixou o novo máximo de um tenista luso no “ranking” ATP (59.º) como foi o rei dos Challengers. Também a excelência de Frederico Gil se revelou em Monte Carlo, tornando-se no primeiro português a atingir os quartos-de-final de uma prova do Masters 1000. Gastão Elias foi quem mais galgou posições na hierarquia e Frederico Silva brilhou no torneio júnior de Wimbledon. O nome de Portugal também se ouviu na arbitragem através de Carlos Ramos.

2011

Esta newsletter foi escrita com o novo Acordo Ortográfico

A excelência lusitana


2

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Junte-se a nós... Filie-se! EDITORIAL

Existe uma conceção distorcida do papel que cabe a cada interveniente na construção do edifício que abarca o ténis, e agora também o padel, em Portugal. É o logro da figura paternalista, cómoda e enganadora do estado/ previdência/providência que tanto mal tem feito ao país, a prevalecer. Esperar que os outros façam e ficar de longe a ver, é um tique nacional que, embora combatido aqui e ali, tem sido difícil de erradicar. Urge aproveitar este tempo de vacas magras para refletir sobre o que cada um de nós pode e está disposto a fazer para ajudar a mitigar problemas e ultrapassar a borrasca, começando pelo que lhe está mais próximo, o que faz parte do seu estilo de vida, dos seus interesses, da sua rotina. Quem pratica desporto com regularidade sabe bem os dividendos que daí retira em bem estar físico e psí-

quico, garantindo uma qualidade de vida que doutra forma lhe seria negada. Cientes desta realidade, será licito esperar que quem assim beneficia da prática desportiva esteja disponível para colaborar ativamente na vida do seu desporto favorito, ajudando a criar condições necessárias ao seu desenvolvimento e consolidação. Um pequeno gesto por parte de cada praticante, como seja o simples ato de se filiar na federação que tutela o desporto que pratica, é um primeiro passo ao alcance de todos que, pelo seu efeito multiplicador, ajudará seguramente a garantir à “sua” modalidade um futuro bem mais risonho, agora que dinheiros do estado e patrocínios definham a olhos vistos. Fica o repto, a chamada de atenção, o pedido, a sugestão….se joga ténis, se gosta de ténis, se segue e se interessa pela modalidade, dirija-se, mal possa, ao seu clube e filie-se. Para alem do gosto de passar a per-

JOSÉ CORRÊA DE SAMPAIO Presidente da direção

tencer ao grupo daqueles que fazem parte da solução, terá direito a usufruir de várias regalias, entre elas um seguro desportivo, sempre importante para quem está sujeito a lesões inesperadas enquanto praticante.

EDIÇÃO ONLINE Direção: José Corrêa de Sampaio. Coordenação: José Santos Costa

Federação Portuguesa de Ténis Rua Actor Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha Tel.: 214 151 356

Fax: 214 141 520

geral@fptenis.pt

www.tenis.pt

_______________________________________________________________________________________________________


3

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

O ano mágico de Rui Machado ………………….. Retrospetiva

2011

Rui Machado teve uma época excecional em 2011. Tornouse no primeiro

tenista português a entrar no “top” 60 e o mais velho a estabelecer o novo máximo nacional na tabela ATP, com 27 anos. A 59.ª posição, a 3 de outubro, foi o corolário da abnegação e da persistência do algarvio, virando as costas às adversidades, como as lesões, num joelho e num pulso, que o obrigaram já a travessias no deserto. O ano de 2011 iniciou-se com Rui Machado entre a elite do ténis mundial (93.º) e a associação a André Lopes, iniciada em março, começou a dar frutos com a conquista do Challenger de Marraquexe, em Marrocos, torneio de terra batida, a superfície em que revela maior adaptação. Em maio, Rui Machado somou o segundo título do ano, na Croácia, no Challenger de Rijeka, igualmente no piso ocre. A segunda metade da temporada não podia ter começado melhor, com Rui Machado a vencer uma partida frente a Roger Federer, na segunda eliminatória do Grupo II da Zona Europa/África da Taça Davis. O português superiorizou-se ao credenciado suíço por 7-5, mas foi incapaz de evitar que o então número três mundial

RUI MACHADO estabeleceu um novo máximo português na tabela ATP

completasse o encontro com os parciais favoráveis de 6-3, 6-4 e 6-2, dando vantagem aos helvéticos na eliminatória, que acabaram por vencer (5-0). O desempenho frente a Federer, em piso rápido, deu um alento especial a Machado, que, logo na semana seguinte, venceu nos “courts” de pó de tijolo de Poznan, na Polónia. Foi o terceiro título no ATP Challenger Tour. Em setembro, também na Polónia, em Szczecin, o português venceu o quarto Challenger e o mais cotado

de entre os torneios em que, no ano passado, inscreveu o nome na galeria dos vencedores. Os quatro títulos em Challengers em 2011 (oito na carreira) e as meiasfinais em Trani (agosto), Madrid (setembro) e São José do Rio Preto e São Leopoldo (ambos em outubro) catapultaram-no para a primeira posição do “ranking” do circuito Challenger, qualificando-se para o Masters de São Paulo, no Brasil, em novembro, liderando uma elite de sete tenistas, a que se juntou o brasileiro Thomaz Belluci, com “wild card”.

_______________________________________________________________________________________________________


4

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Quarto com vista para o mar ………………….. Retrospetiva

2011

Frederico Gil teve um ano marcado pela irregularidade, ainda assim

pontuado pelo feito histórico, obtido em março, em Monte Carlo: pela primeira vez, um português jogou os quartos de final de um Masters 1000. Na terra batida do torneio do principado banhado pelo mar Mediterrâneo, Frederico Gil, travado pelo escocês Andy Murray, amealhou 205 pontos, importante para voltar a registar a posição mais alta de então de um tenista luso no “ranking” ATP (62.º), a 18 de abril, depois de, na semana anterior, ter atingido a 64.º, também recorde pessoal e do ténis português. Antes da proeza no Masters 1000 monegasco, Frederico Gil registou teve um início de ano auspicioso. Primeiro, depois de ter ultrapassado três rondas no “qualifying” do ATP World Tour Sydney, da categoria 250, jogou dois encontros no quadro principal de singulares. Na semana seguinte, no Open da Austrália, logrou vencer um encontro pela primeira vez no quadro principal de torneios do Grand Slam. Em março, atingiu a segunda ronda em Miami, também Masters 1000. Mas as expetativas, reforçadas com o êxito em Monte Carlo, não se confirmaram nos meses seguintes. Gil começou por ser incapaz de defender o estatuto de finalista no Estoril Open

GIL atingiu quartos-de-final em Monte Carlo

e cedeu na segunda ronda, frente ao espanhol Fernando Verdasco, que viria a sagrar-se vice-campeão na final com o argentino Juan Martin del Potro. O lisboeta não passou da primeira ronda nos torneios seguintes — Roma (Masters 1000), Nice (250), Roland Garros, Eastbourne (250) e Wimbledon — e o melhor resultado foi obtido em julho, no Challenger de Braunschweig, na Alemanha, em que Gil alcançou os quartos de final. Depois de (nova) rescisão com o técnico João Cunha e Silva, Frederico Gil abandona o “top” 100 durante seis semanas e, a partir daí, saiu e entrou

diversas vezes da elite. O melhor resultado que Frederico Gil conseguiu obter em 2011 foi as meias-finais em Génova, do circuito ATP Challenger, que lhe valeu a reentrada no “top” 100. Foi a única ocasião em que, na última temporada, o tenista português esteve mais perto de uma final individual, já que, em pares, venceu o Challenger de São José do Rio Preto, ao lado de Jaroslav Pospisil, o único título no ano passado.

O último triunfo de Gil data de meados de junho de 2010. Foi no Challenger de Milão, com o português a vencer o argentino Máximo Gonzalez e a erguer o troféu , num ano em que jogou a final do Estoril Open, tornando-se no primeiro português a discutir um título no ATP World Tour. Atualmente na 102.ª posição do “ranking”, Gil, treinado por Juan Esparcia desde novembro, acabou terminar o ano como número dois português, cedendo na luta travada com Rui Machado, com quem mantem uma interessante rivalidade nos últimos anos.

_______________________________________________________________________________________________________


5

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

O grande Elias ………………….. Retrospetiva

2011

Gastão Elias assinou a maior subida de um português no esca-

lonamento mundial do ano passado. Galgou um total de 440 lugares, para se fixar no seu melhor registo de sempre — 163.º, a 14 de novembro. O pupilo do brasileiro Jaime Oncins iniciou época na 603.ª posição e terminou entre os 200 tenistas mais bem cotados no Mundo, confirmando a tendência de crescimento que antes já evidenciava. Para a ascensão meteórica muito contribuíram os êxitos em singulares no circuito Challenger, chegando à final em Belo Horizonte (Brasil) e em Buenos Aires (Argentina), contabilizando ainda as meias-finais em Guadalupe (Caraíbas) e os quartos de final em Bucamaranga (Colômbia) em Campinas (Brasil) Começou a temporada em São Paulo e, depois de ter ultrapassado as três rondas do “qualifying”, chegou ao quadro principal do Challenger paulista, depois de vencer a final do Future, realizado no mesmo local, Parque Villa-Lobos. Depois de Bucamaranga, o tenista de Caldas da Rainha venceu os Futures de Cartagena (Colômbia) e de McAllen (Estados Unidos). Com uma grande determinação, Elias jogou o primeiro torneio do Masters 1000, mas não foi bem sucedido em Miami, acabando por ser afastado

Créditos: Sérgio Martins

GASTÃO ELIAS de 603.º para 163.º

na primeira ronda da fase prévia do evento norte-americano, que decorreu em março. No Estoril Open, na memória coletiva ficou o encontro com o compatriota João Sousa, na primeira ronda do quadro principal de singulares. Um embate de três partidas, que terminou com o abandono de Elias. João Sousa venceu o primeiro “set” por 7-6 (8-6), mas Gastão Elias fechou o segundo com o parcial favorável de 6-3, levando a decisão do encontro para a terceira partida. Sousa ganhava por 5-2 quando

Elias, contemplado com um “wild card” para o quadro principal, caiu no “court”, com cãibras, e entregou o encontro ao vimaranense. 2011 também foi o ano de estreia em provas do Grand Slam, precisamente no Open dos Estados Unidos, país onde se encontra radicado. Jogou o “qualifying” e foi eliminado na segunda ronda do “major” norteamericano. Depois dos quartos de final no Challenger de Campinas, Gastão Elias disputou a final de um Future em São Paulo, no Brasil, e encerrou a temporada em grande, com a segunda final em Challenger, na capital argentina. Depois de ter eliminado Frederico Gil nos quartos de final, num confronto em que salvou dois “match-points”, Elias perdeu o título para o argentino Carlos Berlocq, um tenista que integrava na altura os 70 mais bem cotados no Mundo. Na variante de pares, fez dupla com Frederico Gil no ATP Challenger São Leopoldo, no Brasil, em finais de novembro. Os dois portugueses atingiram a final, mas não conseguiram arrecadar o título. Com 21 anos, Elias, ex-aluno do famoso Nick Bollitieri, realizou a melhor temporada de sempre no ano passado, apesar de uma lesão o ter afligido antes da estreia em provas do Grand Slam Ocupa presentemente o 172.º lugar no “ranking” ATP e muito se espera do número três português em 2012.

_______________________________________________________________________________________________________


6

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Fantástico «Kiko» ………………….. Retrospetiva

2011

O último ano foi de afirmação para Frederico Silva, atual sexto na

hierarquia mundial júnior, igualando a posição de Gastão Elias no início de 2008, numa tabela que João Cunha e Silva foi líder, em 1985. Os bons resultados no início de 2011 em torneios na América do Sul levaramno à primeira posição do “ranking” europeu de sub-16 (cadetes), com apenas 15 anos. Em Wimbledon, no torneio júnior, atingiu os oitavos-de-final de singulares, enquanto no US Open esteve perto de qualificar-se para a terceira ronda. Natural das Caldas da Rainha, Frederico Silva teve um ano em que manteve a tendência de crescimento. Campeão nacional de sub-12, sub-14 e sub-16, apostou numa carreira internacional e obteve bons resultados, repetindo 2010, em que, ao lado de Vasco Mensurado, venceu o Europeu de cadetes em pares, em Moscovo, na Rússia, e conquistou o prestigiado Orange Bowl, em Key Biscayne, nos Estados Unidos. Com o cognome de “Kiko”, Frederico Silva revelou ser um valor seguro do ténis português e abriu as expetativas para a nova temporada, que começou com a final de singulares e de pares do Abierto Mexicano, torneio do escalão máximo do ITF Júnior As suas qualidades foram reconhecidas pelo espanhol Rafael Nadal, o

“KIKO” é o atual número seis na tabela mundial de juniores

número dois mundial, que convidou “Kiko” e o seu treinador, Pedro Felner, para uma deslocação a Manacor, em Palma de Maiorca. Frederico Silva foi “sparring-trainer” do maiorquino, que teceu elogios ao jovem português. A surpresa Domingues Outro jovem português em que se deposita esperanças é João Domingues, o improvável campeão nacional absoluto de 2011. O tenista do Clube de Ténis de Oliveira de Azeméis também já tinha vencido o Nacional de juniores (singulares e pares) e tornou-se no

mais jovem de sempre a vencer o Absoluto, que decorreu nos “courts” de terra batida do Open Village Sports, em Mesão Frio. João Domingues, que somou o primeiro ponto ATP na 19.ª edição da Solverde Tennis Cup (do calendário ITF Futures), em Espinho, venceu Gonçalo Falcão na final do Nacional Absoluto, depois de se ter desembaraçado de Frederico Silva, nas meiasfinais. João Domingues venceu dois torneios internacionais em 2011, na categoria de juniores: XVII Internacional Júnior de Leiria, no Centro Inter-

...

_______________________________________________________________________________________________________


7

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

... nacional de Leiria, e Taça Diogo Nápoles, no Lawn Tennis Clube da Foz. Referência também para João Sousa, que, em 2011, assinou uma das melhores temporadas da sua carreira, com quatro triunfos em torneios de categoria Futures (três em Espanha e um na Alemanha) e a segunda ronda de singulares no Estoril Open, depois de eliminar Gastão Elias. Em Junho, Sousa obteve a melhor posição de sempre (190.º) e terminou o ano dois lugares abaixo. O “tri” de Koehler Maria João Koehler averbou o terceiro título nacional absoluto consecutivo, depois de se ter imposto a Bárbara Luz (campeã de juniores em 2011), na final. Koehler, do Clube Ténis do Porto, terminou a temporada passada perto do “top” 200. Ficou em 227.ª e registou, a 31 de outubro, a melhor posição de sempre no “ranking” WTA — 215.ª. A portuense começou o ano com a conquista do título de vice-campeã em Rabat (Marrocos) e somou quatro presenças em meias-finais: Maiorca e Cáceres (Espanha), Casablanca (Marrocos) e Istambul (Turquia). Também por quatro vezes disputou os quartos-de-final de torneios do ITF Womens: Monzon, Corunha e Vigo (Espanha) e Barnstaple (Inglaterra). Um percurso notável de uma jovem que não descura a formação académica, tendo entrado na universidade.

KOEHLER ficou à porta do “top” 200” e Michelle logrou duas vitórias em torneios do circuito profissional

Michelle vence dois ITF Michelle Larcher de Brito teve um ano razoável. Longe dos cometimentos de 2009, em que atingiu a 76.ª posição no “ranking” WTA e, num feito único no ténis português, alcançou uma terceira ronda de uma prova do Grand Slam, em Roland Garros. A temporada foi preenchida maioritariamente com a participação em torneios do circuito ITF, no qual Michelle somou o primeiro título. Foi em finais de janeiro, nos Estados Unidos, no ITF Rancho Santa Fé, de 25.000 dólares. Depois de incursões não bem sucedidas no WTA Tour (em Memphis e em Miami, a portuguesa radicada nos Estados Unidos não passou da segunda ronda do “qualifying”), Michelle jogou a segunda final de um

ITF. No entanto, em Charlottesville, num torneio de 50.000 dólares, não conseguiu ultrapassar a canadiana Stephanie Dubois. Em Bayamon (Porto Rico), competição de 25.000 dólares, a portuguesa mais bem cotada de sempre, que atingiu as meias-finais em Clearwater e Nottingham, disputou a terceira final em torneios ITF e venceu categoricamente. Michelle Larcher de Brito, que completa 19 anos a 29 de janeiro, terminou o ano com a final do ITF de Phoenix (Estados Unidos), de 75.000 dólares, sagrando-se vice-campeã. Não averbou o terceiro título do ano no circuito profissional, mas o trajeto nos torneios ITF, depois de um 2010 marcado pela irregularidade, revelouse seguro e fundamental para o seu crescimento como tenista.

_______________________________________________________________________________________________________


8

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

O Grand Slam de Ramos ………………….. Retrospetiva

A segundafeira 12 de Setembro de 2011 fica registada na memória de Carlos Ramos: o árbitro de cadeira foi designado para o derradeiro encontro do Open dos Estados Unidos, em Flushing Meadows, entre o sérvio Novak Djokovic e o espanhol Rafael Nadal, e completou o Grand Slam. O português é o único “chair umpire” no Mundo a ter arbitrado as finais masculinas de Open da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e Open dos Estados Unidos. Se Novak Djokovic exultava de alegria pelo terceiro título em provas do Grand Slam em 2011, um ano extraordinário para o número um mundial, Carlos Ramos tinha também razões para estar feliz, pois atingiu uma marca ímpar na arbitragem mundial. O ano de 2011 terminou com Carlos Ramos em mais uma final da Taça Davis entre Espanha e Argentina (venceram os espanhóis), a terceira participação do árbitro português na decisão da importante competição entre nações, depois de ter estado em Barcelona, em Espanha, em 2009, e em Portland, nos Estados Unidos, em 2007. As capacidades de Carlos Ramos, radicado em França, já são sobejamente conhecidas e, em 2007, tornou -se no terceiro não inglês a arbitrar a final de Wimbledon, depois do português Jorge Dias (2001) e do australiano Wayne McKewen (2005).

2011

CARLOS RAMOS é o único árbitro do Mundo a ter arbitrado as finais masculinas das quatro provas do Grand Slam

Pertencente ao restrito grupo de 25 árbitros da ITF, Carlos Ramos, que atinge o nível mais alto da arbitragem em 1994, com o Gold Badge Chair Umpire, vai estar nos Jogos Olímpicos de Londres, acompanhado por outra referência da arbitragem portuguesa e mundial — Mariana Alves. A portuguesa, uma das seis árbitros no Mundo com Gold Badge, também pode recordar 2011 com o feito extraordinário de ter sido supervisora WTA em Miami, torneio da série Premier. A presença nos Jogos Olímpicos não é novidade para Mariana Alves e é, também, um reconhecimento do

seu valor e da sua competência, assente numa carreira verdadeiramente exemplar. Referência igualmente para Carlos Sanches, destacado oficial ATP há quase duas décadas. Carlos Sanches, supervisor ATP da última edição do Estoril Open, ganha pelo argentino Juan Martin del Potro (cedeu apenas um “set” em todo o torneio, para o português Pedro Sousa), acabou o ano com a supervisão do Masters ATP, em Londres, em que estiveram os oito mais cotados tenistas no final da temporada. Melhor era impossível!

_______________________________________________________________________________________________________


9

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

«Orgia» de portugueses na abertura das «hostilidades» «TIE-BREAK»

CARLOS FIGUEIREDO Jornalista

Houve coincidências mais importantes, como sejam as presenças inéditas de nada menos do que cinco portugueses no Open de abertura do Grand Slam. Além de Frederico Gil, Rui Machado, João Sousa e as donzelas Michelle Larcher de Brito e Maria João Koehler

O título que atribuí a esta crónica não foi premeditado. De há muito que embirrava com essa discrepância da falta de unanimidade no sistema de desempate em torneios do Grand Slam: por que é que nuns se recorre ao chamado “tie-break” em caso de igualdade 6-6 e noutros se exige como desempate uma diferença de dois jogos? Polémicas à parte, e deixando para os verdadeiros responsáveis uma matéria em que achamos que já era tempo de um acordo sensato, olhemos para as perspetivas deste cada vez mais popular desporto de raqueta. O ano de 2011, efetivamente, trouxe-nos um pequeno pulo, em termos de cometimentos dos nossos jogadores. Estão ainda bem frescas as proezas dos nossos melhores tenistas, para começarmos a imaginar o que acontecerá quando eles atingirem um peso muito ponderável na balança, correspondente ao que já desfrutamos em termos de, por exemplo, arbitragens ou outras funções muito responsáveis em que compatriotas surgem na ribalta. Entretanto, um pequenino episódio, em que só um “coca-bichinhos”, como o autor desta crónica, iria despejar o saco. Repararam, por acaso, que no Open da Austrália, no sempre desejado primeiro Slam da época,

quiseram as coincidências colocar a nossa Mariana Alves em cima do escadote para dirigir um confronto em que uma das oponentes era a norteamericana Serena Williams… Mas desiludam-se os mais entusiastas, se estavam à espera de um ajuste de contas em que Serena não seria nada serena… A verdade é que, provavelmente, mais ninguém reparou nisso. Em contrapartida, houve coincidências mais importantes, como sejam as presenças inéditas de nada menos do que cinco portugueses no Open de abertura do Grand Slam. Além de Frederico Gil, Rui Machado, João Sousa e as donzelas Michelle Larcher de Brito e Maria João Koehler. Independentemente disso, houve três representantes lusos a entrarem em quadros principais, Gil e Machado com entrada direta e Koehler após o “qualifying”, no qual Michelle e Sousa claudicaram na última ronda. A esses podemos acrescentar, embora já sem surpresa nenhuma, os ocupantes dos escadotes, em confrontos francamente de alto nível, a já citada e muito apreciada Mariana Alves e o sempre jovem Carlos Ramos. Todavia, uma justiça que há muito nos habitava: e ninguém fala no Carlos Sanches? Um abraço para todos!

_______________________________________________________________________________________________________


Associações Regionais AÇORES AVEIRO LEIRIA

ALGARVE

ALTO ALENTEJO

CASTELO BRANCO LISBOA

SETÚBAL

MADEIRA VILA REAL

COIMBRA PORTO VISEU


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.