NT - janeiro 2013

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Notícias do ténis EDIÇÃO MENSAL ONLINE

JANEIRO 2013 FERNANDO CORREIA

Nos primeiros dias de fevereiro, o ténis português estará envolvido em compromissos entre nações. Na Taça Davis, a seleção portuguesa recebe o Benim, num confronto inédito entre os dois países, referente à primeira eliminatória do Grupo II da Zona Europa/África. O confronto entre Portugal e a nação centro-africana terá como palco o “court” coberto do centenário CIF, já a partir de sexta-feira, 1 de fevereiro, e até domingo. Na Fed Cup, Portugal regressa a Eilat, cidade israelita onde a equipa de Pedro Cordeiro — que contará com a técnica-adjunta Ana Catarina Nogueira — alcançou o quinto lugar em 2102, a melhor posição de sempre. A seleção lusa já conhece as adversárias na fase de grupos: Grã-Bretanha, Bósnia e Herzegovina e Hungria.

Esta newsletter foi escrita no âmbito do novo Acordo Ortográfico.

À conquista do Mundo


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FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Estoril Open: quem chegará mais longe? D.R.

INQUÉRITO

A edição de 2013 do Estoril Open, o único torneio português no ATP World Tour e no WTA Tour, aproxima-se e a Notícias do Ténis pretende saber a sua opinião sobre a participação de tenistas portugueses: quem chegará mais longe? Quem poderá repetir o feito de Frederico Gil, que atingiu a final de singulares em 2009 no pó de tijolo do Jamor? Qual o/a tenista de Portugal que tem condições para conquistar um título inédito? Até 15 de fevereiro, através do endereço eletrónico escolhas@fptenis.pt, transmita-nos a sua opinião. Participe!

GIL, o primeiro português a jogar a final do Estoril Open

1 Qual o tenista português que chegará mais longe no quadro principal de singulares do Estoril Open?

2 Qual a tenista portuguesa que chegará mais longe no quadro principal de singulares do Estoril Open? 3 Qual o tenista português que poderá atingir a final de singulares do Estoril Open e repetir a proeza de Frederico Gil, que, em 2009, se sagrou vice-campeão, após embate com o espanhol Albert Montañes, em três partidas? 4 Qual a tenista portuguesa que poderá atingir a final de singulares do Estoril Open pela primeira vez?

EDIÇÃO ONLINE Direção: Vasco Costa. Coordenação: José Santos Costa

Federação Portuguesa de Ténis Rua Ator Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha Tel.: 214 151 356

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À conquista do Mundo

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Primeiro, a Taça Davis. Depois, a Fed Cup. O ténis português partirá à conquista do Mundo no início de Fevereiro. A seleção masculina trava um inédito confronto com o Benim, promovido ao Grupo II da Zona Europa/ África da Taça Davis pela primeira vez. O embate é na terra batida do CIF, com entrada gratuita. Começa a 1 e termina a 3 de Fevereiro o primeiro de três embates que a seleção de Cordeiro quer vencer para regressar ao Grupo I em2014. Em femininos, o quinto lugar alcançado no ano passado no torneio do Grupo I da Zona Europa/África da Taça Davis enche de expetativas o selecionado português. Portugal volta a Eilat, em Israel, de 6 a 9 de fevereiro, e voltará a ter como adversário a Grã-Bretanha, a única equipa que vencer as portuguesas em 2012.


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O início do trajeto FERNANDO CORREIA

Pela primeira vez na Taça Davis, a sele-

ção portuguesa defronta o Benim. É o primeiro confronto de um trajecto de três eliminatórias que o selecionador nacional pretende seja pleno de sucesso, possibilitando o regresso ao Grupo I no próximo ano. Portugal não joga o Grupo II desde 2010 e apresenta-se na terra batida do CIF ferido pelo desaire sofrido na Eslováquia, no ano passado, que ditou a despromoção da equipa de Pedro Cordeiro. “Na Eslováquia, apesar de termos jogado num piso desfavorável, quase surpreendíamos os eslovacos. Faltou-nos um pouco de sorte”, lembra Pedro Cordeiro, considerando que o coletivo luso apresenta-se frente ao Benim “com maior vontade para regressar ao Grupo I”. No entanto, o selecionador nacional admite dificuldades no percurso. É uma tarefa que “tem de ser conquistada passo a passo”. Se Portugal vencer na receção ao Benim, o próximo confronto, programado para 5 a 7 de Abril, será com o vencedor do embate

PEDRO CORDEIRO e Oussou Azo: o selecionador português vai cumprir a 20.ª eliminatória entre Lituânia e Chipre, nação que os portugueses venceu em 2010, por 50, no Porto, e cedeu em 2009, por 32, em Nicósia, capital cipriota, com Marcos Baghdatis, vice-campeão do Open da Austrália de 2006, como adversário. Nesta primeira eliminatória, o Benim apresenta-se pela primeira vez no Grupo II, depois de vencer quatro confrontos consecutivos na Tunísia. Uma diferença ressalta da promoção do Benim ao Grupo II: a estreia em eliminatórias disputadas à melhor de cinco partidas, quando os africanos jogaram o Grupo III à melhor de três “sets”.

Este fator poderá ser determinante na prestação da nação centroafricana em Lisboa, que acolhe a Taça Davis quase vinte anos depois da última eliminatória na capital. Portugal defrontou Israel e não conseguiu evitar que os israelitas triunfassem por 3-2, com vitórias nos três de quatro encontros de singulares. João Cunha e Silva e Nuno Marques venceram no embate de pares e este último ganhou também o seu compromisso individual. O “capitão” da seleção era José Santos

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... FLÁVIO SANTOS

Santos Costa, atual secretário-geral da Federação Portuguesa de Ténis e Diretor Técnico Nacional. Regresso de Machado Para este embate com Benim, Pedro Cordeiro chamou João Sousa, Pedro Sousa, Rui Machado e André Gaspar Murta, que se estreia numa convocatória para a Taça Davis. Rui Machado regressa à seleção depois de ter falhado o confronto com a Eslováquia, em setembro de 2012. Um lesão num joelho, sofrida logo após a participação na primeira ronda do quadro principal de singulares do Open dos Estados Unidos, remeteu o português mais bem cotado de sempre para um período muito longo de recuperação. Em finais do ano passado, Machado ainda jogou interclubes em Espanha e em França, mas o regresso à competição apenas fica marcado para a eliminatória com o Benim. João Sousa é o único português a figurar no “top” 100 na atualidade e apresenta-se nesta ronda da Taça Davis com uma inédita presença na segunda ronda do Open da Austrália. Pela primeira vez na sua carreira, o vimaranense venceu um encontro numa prova do Grand Slam e só foi travado pelo campeão olímpico, o escocês Andy Murray. — Pedro Cordeiro conta ainda com Pedro Sousa, que, depois de ter jogado frente à Dinamarca, em 2010, na Maia, participa no segundo encontro da Taça Davis em solo português. Curiosamente, quis o destino que

RUI MACHADO regressa à Taça Davis o segundo encontro do filho de Manuel Sousa fosse precisamente no seu clube de sempre, o CIF. Gastão Elias também estava nos planos de Pedro Cordeiro, mas optou por pedir dispensa para poder preparar o “qualifying” do ATP World Tour Viña del Mar, no Chile, torneio em que Frederico Gil (também ausente na Taça Davis) inicia a temporada e João Sousa é o único português com entrada direta no quadro principal de singulares. Para o lugar de Elias, Pedro Cordeiro promoveu a estreia na seleção da Taça Davis do algarvio André Gaspar Murta. É com esta equipa que Portugal tem

tentará ultrapassar o Benim, que tem dois jogadores radicados nos Estados Unidos, Alexis Klegou e Loic Didavi, enquanto Tunde Segodo e Theophile Segodo vivem no Benim, assim como o “capitão” Mathieu Oussou Azo. Alexis Klegou, que joga atualmente os campeonatos universitários nos Estados Unidos, figurou no “ranking” ATP pela última vez a 30 de julho de 2012. O tenista do Benim ocupou a 1.440.º posição. De resto Klegou e Loic Didavi são os mais experientes na Taça Davis, somando ambos oito eliminatórias,

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IVO LEAL

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Tunde Segodo, o mais novo dos quatro (completa 19 anos em novembro), tem cinco presenças e Theophile Segodo soma apenas três.

Cordeiro «vintage» Pedro Cordeiro cumpre com Benim a 20.ª eliminatória da Taça Davis. O selecionador estreou-se em 2005 em Talin, na Estónia, com um triunfo (41). Cordeiro está invencível em eliminatórias da Taça Davis realizadas em solo português. Ou seja, Portugal não conhece o sabor amargo do desaire desde a receção à Sérvia e Montenegro (5-0), no Complexo Municipal de Ténis da Maia, em julho de 2004, com Bernardo Mota, Rui Machado, Leonardo Tavares e Frederico Gil na equipa portuguesa, frente a uma equipa que integrava o então nono na hierarquia mundial, Janko Tipsarevic. Com Pedro Cordeiro como “capitão”, Portugal venceu a Argélia (3-2) e a Eslovénia (4-1), em 2005. Só em 2008 é que a formação portuguesa voltou a jogar em casa, tendo -se desembaraçado da Tunísia (4-1) e do Chipre (5-0). Em 2010, Portugal ganhou na receção à Dinamarca (4-1) e ao Chipre (50), confirmando com a Bósnia e Herzegovina a subida ao Grupo I, com desfecho de 3-2. O último confronto de Portugal em casa na Taça Davis data de março de 2011, com o Jamor a receber a Eslováquia. 4-1 foi o resultado favorável aos tenistas lusos, na primeira ronda, que antecedeu o desaire na Suíça, frente a Roger Federer e Stanislas Wawrinka.

LEONARDO TAVARES e FREDERICO GIL na Maia, em 2010: Portugal venceu Dinamarca, por 4-1

Ao todo, foram oito os triunfos lusitanos em eliminatórias em Portugal com Pedro Cordeiro como “capitão”. Nas últimas três eliminatórias, o selecionado português baqueou, por 5-0. Em março de 2011, com a permanência no Grupo I assegurada, Portugal cedeu ante a Suíça. No ano passado, a deslocação a Israel não foi bem sucedida (venceram os israelitas por 3-2) e a formação de Cordeiro foi obrigada a jogar o “play off” de permanência com a Eslováquia, em Bratislava, com os eslovacos a imporem-se aos portugueses, por 3-1. Nestes primeiros dias de fevereiro,

no CIF, Portugal prepara o regresso às vitórias e inicia o percurso para concretizar o objetivo assumido por Pedro Cordeiro de ascender ao Grupo I em 2014. Depois de Benim, Lituânia ou Chipre perfilam-se como adversários. Um triunfo frente a uma desta nações implicará jogar a terceira ronda, com Luxemburgo, Bósnia e Herzegovina, Moldávia ou Hungria. Apenas a equipa vencedora na derradeira eliminatória, em setembro, logrará garantir a promoção ao Grupo I no ano seguinte. Vontade para o ansiado regresso não falta.

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ITF distingue portugueses D.R.

João Cunha e Silva, Nuno Marques, Emanuel Couto, Leonardo Tavares e Rui Machado vão subir ao “court” da eliminatória entre Portugal e Benim, no CIF, para serem distinguidos com o ITF Commitment Award. A distinção será entregue pela ITF aos cinco portugueses por reunirem vinte ou mais presenças em eliminatórias da Taça Davis. Ao todo, serão distinguidos cerca de 300 jogadores nesta primeira ronda de uma das mais antigas competições entre nações do planeta. Cunha e Silva é o recordista de presenças entre os portugueses — tem um total de 30 — e é também o tenista português com o registo máximo de vitórias em singulares (25-28) e detentor do registo de mais vitórias (37-40). João Cunha e Silva é igualmente o tenista com mais anos jogados (16), enquanto Nuno Marques é o jogador mais novo a ser utilizado na Taça Davis, com 16 anos e 65 dias. Nuno Marques participou em 27 eliminatórias da Taça Davis e é o português que cumpriu mais jogos numa partida. Foi em julho de 1988que o portuense e Nenad Zimonjic jogaram 70 jogos no quinto “set”, que terminou 20-18 favorável ao português.

JOÃO CUNHA E SILVA é o português com mais eliminatórias na Taça Davis .Venceu Marques o encontro, por 36, 6-0, 2.6, 6-3 e 20-18. Com 20 presenças na Taça Davis estão Emanuel Couto (já retirado), Leonardo Tavares (a recuperar de uma operação a um pé) e Rui Machado (integra a seleção para o embate com o Benim). Os cinco tenistas portugueses vão receber o ITF Commitment Award, um troféu personalizado com o número de anos jogados, o nome do jogador distinguido e a inscrição Portugal. A ITF, a comemorar o seu cente-

nário neste ano, pretende com este prémio reconhecer os tenistas pelo contributo à nação que representaram ou representam e à Taça Davis. A atribuição do galardão ITF Commitment Award vai ocorrer em todo o Mundo. Em Portugal, os portugueses serão distinguidos antes do tradicional embate de pares da receção de Portugal ao Benim, da primeira ronda do Grupo II da Zona Europa/África da Taça Davis.

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De novo na Terra Santa no extremo sul de Israel, para disputar o torneio do Grupo I da Zona Europa/África da Fed Cup, com a memória do quinto lugar entre 16 nações alcançado no ano passado. A equipa lusa registou a melhor posição de sempre. Pedro Cordeiro volta a apostar em Maria João Koehler — agora a número um portuguesa —, Michelle Larcher de Brito, Bárbara Luz e Margarida Moura, para tentar repetir o quinto lugar de 2012 ou fazer melhor. A fase de grupos começa a 6 de fevereiro e a seleção portuguesa volta a medir forças com a Grã-Bretanha. No ano passado, Portugal apenas cedeu no confronto com as britânicas, por 3-0. Foi logo no primeiro compromisso da “poule” C e, nos dois seguintes, a equipa de Pedro Cordeiro não mais voltou a ceder. Primeiro, venceu a Isarel, por 2-1, depois superou Holanda, pelo mesmo resultado. No último dia, no “play-off”, Portugal venceu a Bulgária, por 2-0, terminando em quinto, juntamente com a Roménia. A melhor classificação lusa na Fed Cup tinha acontecido em 1998, com o segundo lugar no “round robin”.

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A seleção feminina de Portugal volta a Eilat, cida-

Este ano, nos pisos de Eilat, além da Grã-Bretanha, que volta a ter como selecionadora a mãe de Andy Murray, Portugal tem outro adversário de peso, a Bósnia e Herzegovina. A Bulgária completa a “poule”. O selecionador Pedro Cordeiro considera que o Grupo I da Fed Cup “é muito forte, uma vez que a divisão dos grupos é feita de forma diferente em relação à Taça Davis, ou seja, menos equipas no Grupo Mundial, o que faz com neste Grupo I estejam

Jogadoras muito bem classificadas no “ranking” WTA”. Por isso, o “capitão” de Portugal, que contará com Ana Catarina Nogueira como técnica-adjunta pela primeira vez, considera que os embates em Eilat “vão ser muito equilibrados”. Pedro Cordeiro sublinhou ainda que todos os adversários “são de conside-

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rar”, afirmando que não se pode subestimar quem quer que seja. “O que vai depender serão os pormenores do jogo”, salientou, acrescentando que Portugal vai apresentarse em Eilat “com um primeiro objetivo da manutenção no Grupo I”. Contudo, Pedro Cordeiro referiu que a seleção vai “agarrar com unhas e dentes” uma oportunidade de igualar o quinto lugar do ano passado ou realizar melhor, isto é, “ter hipóteses de ter acesso ao ’play-off’ do Grupo Mundial II. “Se assim acontecer, vamos dar tudo para conseguir, embora vai ser duro”, afirmou. Portugal apresenta-se com Maria João Koehler a retomar a competição, depois da inédita segunda ronda no quadro principal de singulares do Open da Austrália, o primeiro torneio da temporada da tetracampeã nacional absoluta, que jogou a qualificação do “major” australiano. Uma lesão obrigou-a à paragem, falhando a participação no Open de Paris. Desde então, Koehler dedicouse à recuperação da lesão e da forma física, para poder estar em condições ao serviço da seleção, em Eilat. Também Michelle Larcher de Brito ultrapassou a fase prévia do Open da Austrália, a primeira prova do “Grand Slam” do ano. Pela primeira vez na sua carreira, a portuguesa radicada nos Estados Unidos jogou a primeira ronda do quadro principal de singulares, mas não conseguiu avançar mais. Michelle Larcher de Brito foi a primeira portuguesa a viajar para Israel,

para participar num “Challenger” de 75 mil dólares. Todavia, a terceira cabeça de série não conseguiu alcançar a terceira ronda do quadro principal de singulares. Pedro Cordeiro voltou a chamar Bárbara Luz e Margarida Moura para juntarem-se a Maria João Koehler e Michelle Larcher de Brito.

Portugal, 32.º no “ranking” da Fed Cup, venceu os três últimos três confrontos (Bulgária, Holanda e Israel, no torneio do Grupo I em Eilat) e, nos últimos sete embates apenas não conseguiu ganhar frente à GrãBretanha, em 2012, em Eilat, onde volta este ano para defender o quinto lugar.

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Será desta? «TIE-BREAK»

CARLOS FIGUEIREDO Jornalista

«Ter duas jogadoras simultaneamente a ultrapassar o qualifying de uma prova do Grand Slam é, realmente, motivo para manifestações patrióticas»

Uma vez em conversa com outro apaixonado do desporto da raqueta, dizia-nos ele com uma certa crueldade: — Se vires um grupo de jogadoras no simples aquecimento, eu digo logo quais são as portuguesas, caso haja alguma no molho. De facto, até pela maneira de correr, sentíamos que havia uma certa diferença entre uma portuguesa e uma estrangeira, em termos de manifestações de técnica desportiva. Talvez fosse demasiado cruel essa afirmação, mas, com a nossa tendência de “enterras”, somos uma espécie de oito ou oitenta na apreciação do que é nosso. De modo que ter duas jogadoras simultaneamente a ultrapassar o qualifying de uma prova do Grand Slam, como sucedeu este ano com o Open da Austrália, é, realmente, motivo para manifestações patrióticas, mas justificadas. Estamos a referirmo-nos a Maria João Koehler e a Michelle Larcher de Brito. Portanto, surge malevolamente a “piadinha” do amigo da onça, que acrescenta logo: — Mas tanto a Maria João como a Michelle têm apelidos nitidamente estrangeiros. Será que, graças a isso, conseguem proezas por

enquanto inacessíveis para as jogadoras lusas. Fora isso, o momento é, realmente, de júbilo e promete continuar, embora o que fizeram até aqui, que as levou às 140 do Mundo, deixa-nos a esperança de prosseguir no bom sentido. Portanto, vamos arriscar uma opinião, talvez demasiado pretensiosa. Maria João e Michelle quiçá terminem este ano bastante mais perto do top 100, como todo o português intimamente deseja. A começar pela próxima prestação das duas na Fed Cup, em Israel, e sabe-se lá mais quê... Entretanto, há uma sensação de abundância no escalão masculino. Aí, meia dúzia de candidatos (sem esquecer os que estão na forja) dão uma sensação de fartura que nos faz pensar em voos mais altos na Taça Davis. Mas o melhor por agora é não é acompanhar realisticamente o “material” disponível. No CIF, antes da Fed Cup, Portugal inicia o regresso ao Grupo II da zona euro-africana da Taça com o Benin e reúne todas as condições para vencer, tanto mais que a equipa africana (por algum motivo foi promovida!) pertence a um continente cujo ténis não tem expressão, independentemente das influências do ténis europeu.

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