Notícias do ténis EDIÇÃO MENSAL ONLINE
JUNHO 2013 D.R.
Frederico Silva (novamente ao lado do britânico Kyle Edmund) sagrou-se campeão no torneio júnior de Roland Garros e conquistou o segundo título em provas do “Grand Slam”, depois do triunfo no Open dos Estados Unidos, no ano passado. É o único português na galeria dos campeões em torneios “major”.
Esta newsletter foi escrita no âmbito do novo Acordo Ortográfico.
Rei em Paris
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FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
Renovadas esperanças Frederico Silva voltou a vencer um torneio júnior no “Grand Slam”. Outra vez com Kyle Edmund, o português juntou a vitória nos pares em Roland Garros ao título que conquistara no Open dos Estados Unidos, no ano passado. No ano de transição de júnior para sénior, Frederico Silva renovou as esperanças de um futuro risonho em intérpretes portugueses. O passado está recheado de êxitos lusos nos muitos “courts” internacionais e este título na terra batida do “major” francês comprova que o ténis português reúne potencial suficiente para acreditar que rejubilaremos mais vezes. Frederico Silva tem atravessado os vários escalões de formação com resultados importantes. Foi campeão europeu de pares em sub14, ao lado de Gonçalo Loureiro, e conquistou o título de sub-16 juntamente com Vasco Mensurado. No ano passado, em singulares, Frederico Silva foi vice-campeão no Campeonato da Europa de sub-18, em Moscovo.
Com 17 anos, Frederico Silva foi sexto no “ranking” júnior mundial em janeiro de 2012, igualando o registo de Gastão Elias, alcançado no mesmo mês, mas em 2008. Estas duas posições “ex aqueo” sucedem ao primeiro lugar no “ranking” mundial júnior atingido nos primeiros meses de 1985 por João Cunha e Silva, após uma brilhante campanha em torneios na América do Sul. A programação de Frederico Silva para este ano é preenchida com torneios no circuito profissional sénior e a participação em provas de “Grand Slam” apenas está reservada aos torneios de juniores. E numa sempre difícil adaptação ao circuito profissional sénior, o jovem treinado por Pedro Felner — que tem conduzido brilhantemente o crescimento de Frederico Silva desde os oito anos — já está a mostrar que também o sucesso está ao seu alcance, após a conquista do título de singulares num torneio de categoria “Futures” realizado em Portugal, em Monfortinho. Assim continue!
FERNANDO CORREIA
EDITORIAL
VASCO COSTA Presidente da Federação Portuguesa de Ténis
«No ano de transição de júnior para sénior, Frederico Silva renovou as esperanças de um futuro risonho em intérpretes portugueses»
EDIÇÃO ONLINE Direção: Vasco Costa. Coordenação: José Santos Costa
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Campeão em Paris D.R.
Frederico Silva e Kyle Edmund conquistaram o título de pares no torneio de juniores de Roland Garros, a segunda competição do “Grand Slam” do ano. É o segundo triunfo da dupla luso-britânica num “major”, depois da vitória no Open dos dos Estados Unidos, no ano passado. Se Frederico Silva não passou da segungunda eliminatória em singulares, o percurso do tenista português e do britânico em pares foi vitorioso em absoluto. Um total de cinco encontros a registar o êxito, dois dos quais com recurso ao “match tie-break”. Na primeira ronda, Frederico Silva e Kyle Edmund eliminaram os coreanos Chung e Lee, por 4-6, 6-4 e 13-11, enquanto o encontro da segunda eliminatória no pó de tijolo de Roland Garros, frente a Gomez e Nakagawa, encerrou com os parciais de 6-2 e 7-5 favoráveis ao par lusobritânico, que garantia a presença numa fase crucial do torneio júnior.
FREDERICO SILVA e KYLE EDMUND: de novo campeões
Nos quartos de final, Frederico Silva e Kyle Edmund afastaram o japonês Nishioka e o peruano Panta, por 7-5 e 6-4. O encontro das meias-finais voltou a ser decidido no “match tiebreak” e o triunfo sorriu ao português e ao britânico, por 6-3, 6-7 (5) e 10-3.
Na final, Frederico Silva e Kyle Edmund defrontaram uma dupla chilena, formada por Garin e Jarry. Um duplo 6-3 garantiu o triunfo do par constituído pelo português e pelo bri-
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tânico, que arrecadou o segundo troféu em torneios juniores do “Grand Slam”. Semanas depois, ainda em Inglaterra, Frederico Silva, desta feita com o chileno Nicolas Jarry como parceiro, venceu na relva natural do Aegon Junior International, torneio de preparação para Wimbledon, onde repete a dupla com Kyle Edmund, para tentar o terceiro título em eventos do “Grand Slam” do ano. Frederico Silva é, de resto, o único tenista português a figurar na galeria de vencedores de provas do “Grand Slam”. No último ano de júnior, Frederico Silva já compete no circuito profissional, no qual se estreou no ITF Futures Faro de 2010, alcançando então a terceira ronda da fase de qualificação do torneio algarvio, dotado de 10 mil dólares em prémios monetários. Em março desse ano, com Diogo Soares, Frederico Silva jogou a primeira final de pares em torneios de categoria “Future”, mas não logrou arrecadar o título de campeão em Albufeira. Por ter terminando 2012 entre os dez juniores mais bem cotados no Mundo, Frederico Silva foi integrado no “ITF Junior Exempt Project”, que possibilitou ao jovem português entrar diretamente no quadro principal de singulares de três torneios de categoria “Future”. Frederico Silva teve acesso direto à grelha principal de singulares em Faro e em dois torneios realizados no Egito, no Cairo e outro em Sharm El Sheikh. Contudo, não passou da primeira ronda nos três eventos.
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FREDERICO SILVA somou, no pó de tijolo de Roland Garros, o segundo triunfo em pares em provas do “Grand Slam”
O primeiro êxito de Frederico Silva no circuito ITF de seniores foi averbado em maio deste ano, com o triunfo em singulares em Monfortinho, após se ter imposto de forma categórica ao espanhol Ivan Arenas-Gualda (“top” 600 na altura). Uma vitória em solo português muito festejada. Antes, o pupilo de Pedro Felner logrou afastar o tenista francês Elie Rousset (503.º, na altura) no encontro das meias-finais e o italiano Riccardo Ghedi (306.º) no embate dos quartos de final.
Frederico Silva, operado a um joelho de janeiro, o que impossibilitou o tenista de atuar no Open da Austrália, entrou no torneio de Monfortinho em 1.184.º no “ranking” ATP e, com os 18 pontos averbados com a vitória na competição individual, deu um salto significativo, até se fixar na 740.ª posição. O melhor registo de Frederico Silva, treinado por Pedro Felner desde os oito anos de idade, é atual 723.º na tabela mundial, registo alcançado a 24 de junho deste ano.
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Pedro Felner: «Frederico Silva tem muitos anos para continuar a evoluir» D.R.
— Até onde pode chegar Frederico Silva, que, em pouco tempo, conquistou mais um título em “Grand Slam” e o primeiro título no circuito profissional? — O principal objectivo é entrar no “top” 100 o mais cedo possível. Sabemos que esse percurso é muito difícil e, cada vez mais, demorado. Depois de o atingir, novos desafios se abrem, sendo que, para todos os tenistas, o sonho é entrar no “top” 10, e o Frederico não é exceção. — O triunfo em Roland Garros é o corolário de trabalho e dedicação? — Sim, são muito anos de treino, torneios, viagens. Por todo o seu esforço, o Frederico merece mais este título. No entanto, já passou. Soube muito bem e tenho muito orgulho nesta conquista, mas estou certo que o melhor ainda está para vir. — Houve alguma preocupação na preparação para Roland Garros? — Sim, optámos por fazer uma semana de treino em terra batida,
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Pedro Felner é o treinador de Frederico Silva há mais de uma década. O técnico continua a acreditar no potencial de “Kiko”, “a todos os níveis”.
PEDRO FELNER
numa academia de Barcelona. Não conseguimos que o Frederico chegasse com o ritmo de jogos ideal a Roland Garros, mas, no entanto, acabou por ser uma excelente semana de treino. Tivemos a oportunidade de estar com o Galo Blanco toda a semana. É um excelente técnico, acredita muito no potencial do Frederico e foi muito proveitoso
trabalharmos com ele essa semana. — Frederico Silva, com quem trabalha desde os oito anos, ainda tem margem de progressão? — Sim, a todos os níveis. O Frederico ainda é júnior e tem muitos anos para continuar a evoluir o seu jogo. Mesmo os jogadores de “top” ainda o fazem. Por exemplo, veja-se a evolução que o Nadal tem feito no seu jogo, mesmo depois de estar dentro do ”top” 10. — Como está a analisar a transição de Frederico Silva de júnior para sénior? — É uma transição muito difícil. Muitas vezes mais difícil para os jogadores que conseguiram estar no “top” mundial júnior. Os torneios “Future” trazem novas dificuldades para estes jogadores, e o Frederico não é excepção. Aos poucos, vai-se adaptando à realidade do ténis profissional. As qualidades dele estão lá e mais cedo ou mais tarde vão-se reflectir no “ranking” ATP. Apesar de um início de ano um pouco atribulado, acabou por vencer, no mês passado, o seu primeiro título no circuito profissional e estou certo que ainda muitos virão.
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Formar é preciso D.R.
A necessidade de formar monitores foi uma das conclusões do I Encontro Nacional de Padel, promovido pela Federação Portuguesa de Ténis, no auditório do Comité Olímpico de Portugal (COP). Subordinado ao tema “Pensar Padel”, do encontro, que contou com mais de duas dezenas de participantes, entre praticantes e promotores, ressaltou a necessidade imediata da formação de técnicos, que João Rapazote, vice-presidente da Federação Portuguesa de Ténis com o pelouro do padel, considerou que deve ser diferente do ténis. “O padel e o ténis são desportos distintos. A formação deverá vir a ser distinta, pois cada desporto tem a sua formação. Neste momento, estamos a fazer um esforço de maior desenvolvimento do padel e a única maneira imediata é formar gente rapidamente”, sustentou João Rapazote. O presidente da Federação Portuguesa de Ténis, Vasco Costa, interveio no debate, realizado no segundo período do encontro, e referiu que a modalidade “pode evoluir” com certificação de treinadores e anunciou que a formação será uma das prioridades. “O padel é um desporto que está num ritmo de crescimento acelerado e temos de preparar a certificação independente do padel”, disse Vasco Costa, acrescentando que “o crescimento do padel, com o aumento do número de campos, vai ser exponencial”.
NO COP, o padel esteve em discussão, com a necessidade de certificar treinadores da modalidade a ressaltar como uma das conclusões
André Gomes da Costa, convidado pela Federação Portuguesa de Ténis em abril para coordenar e dinamizar o padel, também sublinhou que “a formação organizada vai fazer crescer o padel em Portugal”, reforçando que é indissociável o desenvolvimento sem formação. “Temos muita gente a jogar padel, que tem dinamizado a modalidade nos últimos dois a três anos. Para o
padel começar a crescer com alicerces em Portugal, tem de haver formação”, declarou. Vasco Costa acrescentou que a Federação Portuguesa de Ténis “tem de começar a preparar a certificação independente de padel, assumindo 2014 como ano de partida.
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“Vamos preparar um curso com valências de padel o mais rápido possível”, anunciou o presidente da Federação Portuguesa de Ténis. Questão fulcral Outra das participantes da mesa redonda, Filipa Figueiredo, que juntamente com João Pantier e Cordovil elaborou para a Federação Portuguesa de Ténis documento orientador sobre padel, referiu que é necessária “a formação de técnicos para o desenvolvimento da modalidade”. “Esta questão é muito importante para o futuro do padel, pois não há desenvolvimento sem uma formação adequada e sustentada”, afirmou Filipa Figueiredo. Também interveniente na mesa redonda, Juan Garcia Rico, vicepresidente da Federação Espanhola de Padel, ressalvou igualmente a importância da formação. “Se existe um bom monitor, devidamente credenciado, e uma boa estrutura, então o padel pode crescer e muito. Assim, pode-se ter a certeza de que o padel está bem alicerçado e que pode encarar o futuro com uma ideia de crescimento”, afirmou. João Rapazote reiterou que “a formação deverá ser distinta”, pois, acentuou, “cada desporto deve ter a sua formação”. André Gomes da Costa acrescentou que existe “muita gente a jogar padel, e que dinamizado a modalidade principalmente há dois ou três anos”, mas
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VÍTOR CABRAL apontou duas vias na formação de técnicos de padel
Duas opções na certificação A formação de técnicos foi abordada na parte da manhã do I Encontro Nacional de Padel na exposição de Vítor Cabral, diretor do Departamento de Desenvolvimento (DdD) da Federação Portuguesa de Ténis, em que apontou duas opções para o processo de certificação de técnicos de padel. Na primeira opção, Vítor Cabral assinalou que a cédula de treinador de grau 1 “implica a realização de um curso completo para obtenção da Cédula de Treinador de padel”. O Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) “obriga a fazer todo o percurso” (três graus) e também “à caracterização do percurso de alta competição”. Como problemas, Vítor Cabral aponta a inexistência de “referên-
cias de percurso de desenvolvimento do jogador no padel” e “de referências ou estudos nas áreas científicas (fisiologia, biomecânica, metodologia de treino, etc…), que permitam produzir referências ou conteúdos”. Na segunda opção, que o diretor do DdD disse que é “a preferida pelo IPDJ”, preconiza-se “a certificação com um curso curto (dois ou três dias”, promovendo a “polivalência dos treinadores dos clubes de ténis”. Esta via “abre caminho para posteriores especializações de ténis de praia e ténis em cadeira de rodas”, mas apresenta “o problema principal de obrigar a titularidade de uma Cédula de Treinador de Ténis para ter uma certificação de padel”.
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vincou que “não há crescimento sem uma formação de uma forma geral”. “Tem de ser um aspeto muito bem pensado e todos temos de nos juntar à Federação Portuguesa de Ténis. O que o padel vai ser amanhã depende da formação”, notou. Vítor Cabral também interveio na mesa redonda e reforçou a necessidade da formação, aludindo à situação atual do padel em Portugal. O diretor do DdD referiu-se ao factos de haver “clubes e técnicos a funcionar em situação legal duvidosa” e à “confusão generalizada com contra informação permanente”, além de “realização de cursos e formações sem validação do IPDJ”. Por isso, Vítor Cabral sublinhou que é necessário “avançar com os cursos de especialização de Treinador de Ténis em setembro”, em Lisboa, Faro e Porto, e “identificar os técnicos interessados em ter uma certificação de padel, que não sejam portadores de cédula de Ténis”. Após essa identificação, o responsável federativo preconizou “realizarse um curso de Grau 1 especial para estes técnicos, que confira uma Cédula de Treinador de Ténis com especialização em padel (estágio realizado em padel)”. Filipa Figueiredo alertou para a necessidade de “se estudar as especificidades do padel” e de “simplificar processos, para manter a pujança de crescimento”. Também aflorado na mesa redonda, muito participada, foi a competição, não só no que se refere às seleções
MAIS de duas dezenas de participantes realizaram uma profunda reflexão sobre a atualidade e o futuro do padel
nacionais, em que se anunciou estarem previstos encontros amigáveis com Espanha, como organização de campeonatos regionais e nacionais. “O padel é um desporto que está em formação. Estamos neste momento a dar os primeiros passos para que a modalidade possa crescer bem estruturada, com competições bem organizadas”, disse João Rapazote. Sustentado que é necessário “um crescimento “pensado e organizado” do padel, sob a égide da Federação Portuguesa de Ténis desde janeiro de 2011, João Rapazote advogou que é
preciso “gerar consensos”, para que a modalidade “nasça com todos os alicerces legais, com treinadores e árbitros qualificados e certificados pelo IPDJ, jogadores federados, com licenças e as inspeções médicas obrigatórias em dia e com seguro, e campeonatos”. Como vector de crescimento, o dirigente frisou que “não se pode esquecer que o padel é um desporto essencialmente social”.
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... Por essa razão, João Rapazote referiu que “o crescimento da modalidade depende do contacto diário dos praticantes com novos praticantes, seus amigos, muito apoiados por clubes e pelos treinadores”.
Filiação Na mesa redonda do “Pensar Padel”, a filiação foi outra das matérias abordadas, a que Filipa Figueiredo se referiu como “uma das medidas urgentes”, além de ter salientado ainda o padel feminino, a divulgação e promoção da modalidade e a necessidade de “criar sinergias e parceiros estratégicos”. “É que o padel é um negócio estratégico”, afirmou, enquanto Juan Garcia Rico aludiu a esse facto, observando que “Espanha está a registar aumento de praticantes [ver realidade espanhola na página seguinte] e Portugal tem todas as condições para também ter uma evolução muito grande no padel”. O vice-presidente da Federação Espanhola de Padel ressalvou que a modalidade “é uma oportunidade que deve ser aproveitada”, tanto “institucional como empresarialmente”. João Rapazote lembrou que “Portugal tem entre cinco a seis mil praticantes de padel”, frisando que “uma evolução depende também do aumento do número de campos e da sua distribuição a nível nacional”.
Convicto de que o “padel vai crescer muito rápido” em Portugal, João Rapazote disse que espera que, “daqui a dois anos, o número de praticantes seja de 25 mil”. “A Federação Portuguesa de Ténis quer que o padel se torne num gran-
de desporto”, concluiu, na mesa redonda do “Pensar Padel”, com muitas intervenções dos mais de vinte inscritos no encontro, quer contribuíram para uma reflexão profunda e encontrar caminhos para trilhar.
Contributo para a valorização social O I Encontro Nacional de Padel foi aberto por Margarida Dias Ferreira, vice-presidente do Comité Olímpico de Portugal, que sublinhou a importância da modalidade para “a valorização social do desporto”. “O padel preenche todos os requisitos e tem todas as componentes para a valorização social do desporto”, disse Margarida Dias
Ferreira, que representou o presidente do COP, José Manuel Constantino. Numa breve intervenção, Vasco Costa sublinhou que a Federação Portuguesa de Ténis, uma das fundadoras da federação europeia, “tudo vai fazer para que a modalidade possa ter desenvolvimento em Portugal”.
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O exemplo espanhol D.R.
Convidado pela Federação Portuguesa de Ténis para o “Pensar Padel”, Miguel Medina considerou a modalidade “um desporto muito social”, que, em Espanha, tem “42 mil filiados” na Federação Espanhola de Padel e um universo “entre dois e três milhões de praticantes”. “Em Espanha, se falarmos em número de licenças e de atividades desportivas de padel, esse número é muito superior a outras modalidades”, referiu o presidente da Federação Espanhola de Padel, salientando que, por ano, o número de filiados tem aumentado “vinte por cento”. Em 2000, a Federação Espanhola de Padel tinha “6.140 filiados e, desde então, esse número nunca mais parou de crescer”, pelo que Miguel Medina acredita que “até final do ano a barreira dos 43 mil possa ser ultrapassada”, Para alcançar um crescimento tão acentuado, Miguel Medina referiu que “se estabeleceu uma estrutura”, tomando como exemplo os erros cometidos na Argentina. “O padel teve uma explosão muito grande na Argentina, mas a estrutura praticamente não existia. Tinha jogadores maravilhosos, mas não tinha normas, regulamentos e organização sustentada”, lembrou o presidente da Federação Espanhola de Padel. Miguel Medina recordou que o trabalho realizado deu frutos e, no presente, a modalidade, “com características especiais”, é “um desporto
JOÃO RAPAZOTE, JUAN GARCIA RICO, MIGUEL MEDINA e VASCO COSTA
maravilhoso”, em que “o jogador se torna fiel às instalações e traz outro e outro ainda”. O caráter social da modalidade foi igualmente mencionado por Juan Garcia Rico, vice-presidente da Federação Espanhola de Padel. “O padel é um desporto social, que se pratica facilmente”, frisou o dirigente, manifestando a convicção de que “a modalidade em Portugal tem potencial para crescer muito, aglutinada numa estrutura como a Federação Portuguesa de Ténis”. Juan Garcia Rico assinalou que “o padel é um ‘boom’ que tem de ser aproveitado, não só do ponto
de vista institucional como empresarial”. No entanto, alertou para “os perigos do exemplo argentino”, a que aludiu Miguel Medina. “O padel deve institucionalizar-se numa estrutura muito sólida, que possa também aglutinar interesses e esforços privados do padel, para que a modalidade possa atrair cada vez mais praticantes e ter um crescimento muito grande. Mas, para isso, tudo tem de ser feito em bases muito bem fundadas”, referiu o vice-presidente da estrutura federativa espanhola, que participou na mesa redonda do I Encontro Nacional de Padel.
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Com a força do coração D.R.
Depois de uma operação ao coração, em dezembro do ano passado, e de dois meses sem praticar ténis, António Sabugueiro, que completa 16 anos no próximo 12 de julho, superou os medos, recuperou a forma física e, desde março, registou êxitos pessoais assinaláveis na sua carreira de tenista. No ITF Futures Monfortinho, António Sabugueiro venceu o russo Alexander Khalanskiy e averbou o primeiro ponto ATP. Antes, o jovem, treinado por Luís Ferreira, somou os primeiros pontos no ITF Junior, em singulares e pares, no Open Junior du Conseil General, em Guadalupe (Caraíbas). Também antes, ao lado de Salvador Bandeira, António Sabugueiro, conquistou o torneio de pares no Icelandic Easter Open, de sub-16, em Kópavogur, na Islândia. A esta vitória em eventos sob a égide da Tennis Europe sucedeu o título individual somado em Tirana, na Albânia. António Sabugueiro esteve parado sem poder fazer “qualquer esforço físico”, mas, admite o tenista, “o ténis era apenas uma preocupação menor”. “Quando a vida está em risco, somos obrigados a relativizar outras questões consideradas nesses momentos menos importantes”, acrescenta Sabugueiro, obrigado a intervenção cirúrgica, por causa de “um problema de arritmia”.
ANTÓNIO SABUGUEIRO e LUÍS FERREIRA em Tirana, na Albânia
Sabugueiro recorda que a arritmia foi-lhe diagnosticada “há dois anos”, mas apenas com 15 anos seria possível a operação ao coração. Esse período foi “difícil”, pois temiase que “ocorresse algum episódio de arritmia durante o esforço”. Em dezembro, num torneio em Carcavelos, esse receio surgiu, obrigando António Sabugueiro a parar “de imediato”, acabando por ser “agendada a cirurgia, com a brevidade necessária”. “O problema de que padecia tem o nome de síndrome de WolffParkinson-White (WPW) e a interven-
ção consistiu na ablação, que é um método que utiliza cateteres para neutralizar com energia de radiofrequência a via elétrica extra”, afirma António Sabugueiro. O “descanso forçado”, como lembra, “não soube nada bem”, porém “o retorno aos treinos foi feito de forma gradual quer em termos de tempo quer em termos de intensidade”. “Depois do médico que chefiou a operação (João de Sousa) ter dito
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... que estava tudo bem, aí voltou-se a falar de ténis e de um desejado regresso à modalidade”, frisou o jovem tenista.
Sem limitações físicas No presente, António Sabugueiro assume que não tem quaisquer limitações impostas pela intervenção cirúrgica ao coração. Contudo, continua a ser seguido em “mais avaliações e com intervalos de tempo menores”. “Já passaram alguns meses, tudo está a correr bem. Este ano em termos desportivos está a correr muito bem. Consegui os primeiros pontos ITF Junior e também o primeiro ponto ATP. Por si nada valem, mas são um excelente tónico motivacional para continuar a trabalhar e tentar harmonizar com grande esforço a vida desportiva e a vida escolar”, sublinha. No segundo semestre deste ano, António Sabugueiro vai apostar nos torneios ITF Júnior Em agosto, jogará “a sequência Leiria, Porto e Vila do Conde, em juniores.
ANTÓNIO SABUGUEIRO serve em encontro de pares, com Salvador Bandeira como parceiro
No circuito sénior da ITF, os planos não estão ainda definidos, mas o tenista encara a possibilidade de atuar “nos torneios de Espinho e Porto, no início de setembro”.
Em todas as provas em que participará, o objetivo será o mesmo: melhorar o “ranking” ITF Junior e, sobretudo, melhorar como jogador de ténis”.
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«Ténis é terreno para a vida» D.R.
Pessoal
& transmissível Em duas semanas consecutivas, Rita Vilaça disputou duas finais de pares. Ao lado da suíça Tess Sugnaux (na foto, à direita), Rita Vilaça ganhou no Amarante Ladies Open, mas não conseguiu somar o segundo título no ITF Women Guimarães. Em Amarante, Rita Vilaça conquistou o primeiro título no circuito profissional da ITF. Em abril, em Torrent (Espanha), já tinha disputado a final de pares, ao lado da brasileira Yasmine Guimarães. Rita Vilaça foi campeã nacional de sub-12 em 2004 e vice-campeã no ano seguinte. Neste ano, sagrou-se também vice-campeã em sub-14. O título nacional neste escalão acabou por ser conquistado em 2007. Em sub18, foi vice-campeã em 2010 e também em seniores, em 2012. Em pares, Rita Vilaça foi campeã em 2007 (sub-16, com Adriana Silva) e vice-campeã em 2005 (sub-12 e sub -14, com Mariana Salvador e Koehler, respetivamente) e 2011 (em seniores, com Adriana Silva).
Rita Vilaça 19 anos O ténis é... um fantástico terreno de treino para a vida, que desenvolve forças para ultrapassar os desafios do quotidiano. Jogo ténis… porque gosto e porque o ténis representa a condensação perfeita de todas as situações que um ser humano terá de enfrentar ao longo da vida, o chamado treino de competências de vida. O que mais gosto no ténis são... os desafios constantes e diferentes. Cada adversário é um desafio diferente, o qual tenho de identificar e tentar ultrapassar. O que mais detesto no ténis é… não conseguir ultrapassar desafios.
Depois de vencer um encontro… lembro-me de um parágrafo que li: “E, de repente, invade-te uma sensação. Não sabes de onde veio, só sabes que é agradável. (…) E, nesse momento especial, sabes que há muito mais nesta vida do que aquilo que consegues observar, do que aquilo que consegues atingir através do pensamento”. Até ao momento, a minha maior alegria no ténis foram... os títulos que alcancei até hoje.
E a maior tristeza no ténis... foi não ter ganho qualquer ronda no Estori Open, agora Portugal Open. Este ano, esteve perto, mas… O falhanço precede o sucesso. Se eu mandasse no ténis... teria de conhecer a realidade da federação para me poder pronunciar. Por vezes, se não fazem mais é porque não podem. Em Portugal, o ténis precisa de… estratégia a longo prazo. Um ou uma tenista português no "top" 10 seria... boa notícia e ajuda para a modalidade. Teremos boas notícias.
Para mim, treinar é... melhorar as habilidades relacionadas ao desempenho, apesar dos constrangimentos que, muitas vezes, podem ocorrer. Em Portugal, tornase difícil, devido ao número reduzido de jogadoras e, fora do país, às condicionantes financeiras.
Um bom treinador é... alguém que me explique o que “tenho de fazer” e “por que é que tenho de o fazer”. O bom treinador tem de ser alguém que interprete e reinterprete o meu sistema de jogo.
O sucesso significa… conseguir realizar os meus sonhos. Todos nós cometemos erros, mas é a nossa persistência que marca a diferença. O lema é: “Não importa as vezes que caio, interessa, sim, são as vezes que me levanto”.
O meu torneio preferido é… Roland Garros.
No ténis, quero atingir... o topo em todas as vertentes, incluindo as financeiras.
O meu ídolo no ténis é atualmente... Rafael Nadal.
A minha superfície preferida é… terra batida. No meu saco, não dispenso… o meu telemóvel, um ipod, um livro, uma muda de roupa e, claro, raquetas e sapatilhas.
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Um chileno que já não se usa «TIE-BREAK»
CARLOS FIGUEIREDO Jornalista
«De repente, Ulf Schimd saiu do seu canto e pediu licença para falar e, entre o espanto da enorme platelia, disse para o árbitro: — Desculpe, a bola é boa!
Na minha já longa vida de escrevinhador, seria inevitável que os factos que vou narrar passassem sem uma referência. Em finais dos anos 50, em que trabalhei na extinta Emissora Nacional, fui convidado para estada de dois meses em Estocolmo, para substituir uma funcionária brasileira nos serviços internacionais da Rádio Suécia dedicados à língua portuguesa. A Suécia era, para mim, um país particularmente atraente pelas histórias que, frequentemente, ouvia contar daquele povo que consegue ser feliz com temperaturas regularmente abaixo de zero, com variações climatéricas constantes. Nesses anos 50, ainda era um bocado aventureiro fazer uma viagem daqui para a Escandinávia. O avião era um luxo e o comboio, bem organizado na Europa, era a grande opção. Isto para explicar que tomei o comboio em Portugal. Como jornalista, independentemente dos instrumentos que toquei, era, e sou, também um apaixonado do ténis. Por sorte, um jornal de língua inglesa deu-me conta de que, nesse fim de semana em que chegaria a Estocolmo, as equipas da Suécia e do Chile se defrontavam em Estocolmo. Quase posso dizer que atirei com as malas para um canto no quarto e fui a correr para a redação da rádio, onde dispunha de jornais em várias línguas, que me esclareceriam melhor sobre essa informação do confronto
Suécia-Chile, da Taça Davis. As grandes vedetas das duas equipas eram, do lado sueco, um tal Ulf Schimd e, no Chile, Luís Ayala. Nos três dias sacramentais da eliminatória da prova rainha do ténis aconteceu um pouco de tudo. Primeiro, a tal chuva do inverno sueco, que obrigou a grandes paragens, talvez em beneficio do chileno, que despendia mais energias a gritar e a discutir do que a jogar. No segundo dia, pairou a ameaça de transferir a disputa para um ginásio, o que se verificaria no terceiro dia. Aconteceu que o cotado jogador chileno, famoso na época, já no ultimo e decisivo dia tanto praguejou que teve de ser admoestado pelo árbitro e isto porque, a certa altura, atacou uma bola com tanta fúria que mais parecia ter batido para lá das linhas: o árbitro assim entendeu, deu a vitória ao sueco, mas não conseguiu tapar a boca ao chileno. O diálogo era entre o árbitro e o chileno, com o sueco num canto. Tanto sarrabulho por causa de um ponto. De repente, Ulf Schimd saiu do seu canto e pediu licença para falar e, entre o espanto da enorme plateia, disse para o árbitro: — Desculpe, a bola foi boa! Um bom par de anos mais tarde, em Nova Iorque, encontrámos Schmid, envelhecido, mas sempre um “gentleman”. Aquando lhe recordei o episódio, muito modestamente, limitouse a dizer: — Ainda se lembra disso. Já foi há tanto a tempo!
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