Notícias do ténis EDIÇÃO MENSAL ONLINE
OUTUBRO 2012 D.R.
O campeão
ELEIÇÕES FPT
Pela primeira vez, três listas submetem-se a sufrágio no sábado, 20 de outubro. Conheça os rostos dos candidatos a presidente da direção, as listas e os projetos para o próximo quadriénio.
Esta newsletter foi escrita no âmbito do novo Acordo Ortográfico.
Frederico Silva venceu o torneio júnior de pares do Open dos Estados Unidos. É o primeiro tenista português a triunfar numa competição do Grand Slam. Um triunfo num ano extraordinário: em janeiro, foi sexto no ranking júnior mundial e, em julho, sagrou-se vice-campeão europeu de singulares, no escalão de juniores. Feito a nível europeu que junta aos títulos de pares conquistados em 2010, em sub-16, ao lado de Vasco Mensurado, e em 2009, em sub-14, ao lado de Gonçalo Loureiro. Nesse último ano, foi vice-campeão do Mundo em equipas em sub-14, juntamente com Gonçalo Loureiro e Rodolfo Pereira. Este ano, Frederico Silva, treinado por Pedro Felner desde os oito anos de idade, entrou no circuito profissional sénior da ITF. «Ainda tenho muito para aprender e evoluir durante os próximos anos», admitiu «Kiko», na entrevista concedida a Notícias do Ténis, em que revela ter o sonho de atingir o top 10 do ranking ATP.
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FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
O Frederico Silva é nosso! EDITORIAL
Pela primeira vez na história, um português ganhou uma prova do Grand Slam de ténis: o Open dos Estados Unidos de 2012. É, de facto, um orgulho imenso para todos nós! Em tempos tão difíceis como os que atravessamos, feitos como este têm um significado ainda maior. É, em primeiro lugar, importante perceber que este resultado não aparece por acaso, nem tão-pouco se pode considerar uma surpresa. Só quem não acompanha o ténis é que poderia ficar surpreendido com esta notícia. Frederico Silva, um miúdo que conheço bem, tem, de facto, muitos dos predicados necessários para triunfar no mundo incrivelmente competitivo do ténis. Diz a frase: para se ser campeão são necessárias três coisas — trabalho, talento e sorte! Se faltar apenas uma delas podemos, de alguma maneira, triunfar, mas nunca seremos campeões! A estes requisitos, temos ainda, na minha opinião, de somar outros dois: capacidade de sofrimento (físico e mental) e humildade! Tanto quanto eu conheço do Frederico Silva, aparentemente apenas lhe posso desejar sorte. Tudo o resto está no seu ADN e, claro, no do seu treinador, o Pedro Felner. Se assim não fosse não poderia
Frederico Silva ter conseguido, entre muitos outros resultados, ter sido número seis do Mundo de juniores; campeão europeu de pares em sub-16, em 2010, ao lado de Vasco Mensurado; campeão europeu de pares de sub-14, em 2009, com Gonçalo Loureiro; vicecampeão do Mundo equipas sub-14, com Gonçalo Loureiro e Rodolfo Pereira; vice-campeão europeu de juniores em singulares, em 2012; e, claro, campeão júnior de pares no Open dos Estados Unidos, ao lado do britânico Kyle Edmund. Numa altura em que mais um português sobe ao top 100 ATP — João Sousa —, importa, pois, fazer todo o alarido possível, para ver se conseguimos trazer alguma notoriedade ao ténis, com o objectivo de conseguirmos recursos que suportem a continuidade no ténis de atletas de exceção, como é o caso de Frederico Silva. O Frederico Silva vai, em breve, atravessar uma nova fase: a via profissional do ténis! Um mundo cheio de desafios e obstáculos, que vão obrigar a um esforço e dedicação enormes. Temo que, sem os apoios financeiros necessários, todas estas alegrias a que o Frederico nos habituou possam estar em causa. A redefinição do modelo do Centro de Alto Rendimento — cujos principais eixos são a descentralização e apoio à entrada no circuito ATP de atletas de excepção — é, sem dúvida, o instrumento mais importante para conseguirmos substituir a prazo a geração ante-
rior, que muitas alegrias nos deu e tem para dar, e cujos principais embaixadores são os nossos muito queridos Frederico Gil e o Rui Machado. Esperemos que a FPT consiga, a todo o custo, reunir os recursos financeiros necessários para lançar o novo modelo do CAR Ténis, em 2013. Se não acautelarmos desde já o futuro, temo que, de repente, se torne tarde demais. É por tudo isto que digo: o Frederico Silva é nosso! Sim, é nosso: é português, é um miúdo de quem nos podemos orgulhar, e é nossa a responsabilidade de o apoiar, dando todas as oportunidades possíveis porque ele, de facto, as merece. Por último, mas não em último, uma palavra aos pais do Frederico Silva. Só quem não tem filhos no alto rendimento é que não sabe o que custa coordenar toda a vida de um miúdo desde a mais tenra idade. Só uma relação de exceção, de entrega e sacrifício entre pais, filhos e treinadores, é que permite atingir resultados como os do Frederico Silva. Parabéns e obrigado a todos os que, de uma maneira ou de outra, contribuem para o desenvolvimento do ténis em Portugal. RODRIGO MENSURADO Vice Presidente da direção da Federação Portuguesa de Ténis
EDIÇÃO ONLINE Direção: José Corrêa de Sampaio. Coordenação: José Santos Costa
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«Tenho o sonho de chegar ao top 10» D.R.
Frederico Silva entrou na história do ténis português com o triunfo em pares no torneio júnior do Open dos Estados Unidos. É o primeiro tenista português a vencer uma prova do Grand Slam. O título, conquistado ao lado do britânico Kyle Edmund, foi um dos êxitos averbados num ano extraordinário, em que “Kiko” sagrou-se vicecampeão europeu em singulares no escalão de juniores. Feito a nível europeu que junta aos títulos de pares de sub-14, em 2009, ao lado de Gonçalo Loureiro, e de sub -16, em 2010, com Vasco Mensurado. Foi, também, vice-campeão mundial de pares em equipas no escalão de sub-14, em 2009, juntamente com Rodolfo Pereira e Gonçalo Loureiro, em seleção capitaneada por Pedro Felner. No ranking júnior mundial — João Cunha e Silva foi número um em 1989 - atingiu a sexta posição. “Kiko” foi “sparring-trainer” de Rafael Nadal, em Espanha, e de Roger Federer, na Austrália. Atualmente, o tenista das Caldas da Rainha compete, em provas de categoria Future, com o sonho de atingir o top 10 no futuro.
FREDERICO SILVA
— É o primeiro português a vencer um torneio do Grand Slam. Que sentimento despertou em si? FREDERICO SILVA — Fiquei muito feliz. É uma ótima sensação vencer uma prova como o US Open. — De que modo o triunfo no Open dos Estados Unidos em pares é importante para o ténis português? — Penso que ajuda a dar mais visibilidade ao ténis e poderá ser também um estímulo para os mais jovens. — O que acha que pode mudar
sua carreira com a vitória no Open dos Estados Unidos? — Esta vitória acabou por me dar mais visibilidade e pode ajudar a conseguir mais apoios que necessito para o futuro da minha carreira. — Foi o momento mais marcante na sua carreira? — Sim, foi um dos momentos mais marcantes da minha carreira,
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por ter sido um torneio do Grand Slam. — A sua família desempenha um papel muito importante na sua carreira? — Sem dúvida que a minha família é um dos meus principais apoios. São eles que me dão a estabilidade necessária para poder continuar a evoluir e a competir. — Das quatro provas do Grand Slam em que participou, qual a que a fascina mais? — Wimbledon é o torneio que mais me impressiona. Talvez seja por ter sido o primeiro torneio do Grand Slam em que participei, mas o facto de ser em relva também contribui para o tornar mais especial. — Considera que está ainda num percurso de aprendizagem, que tem muito para aprender, agora que já compete em ITF Futures? — Sim, ainda sou júnior e, sendo o meu objetivo chegar ao topo do ténis profissional, ainda tenho muito para aprender e evoluir durante os próximos anos. — Foi vice-campeão europeu individual em juniores este ano e já tinha sido campeão da Europa em pares em 2010, juntamente com Vasco Mensurado. Sente que é uma esperança do ténis português? — Sim, sinto que eu e outros jogadores portugueses estamos num bom caminho para trazer bons
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«KIKO», GONÇALO LOUREIRO, RODOLFO PEREIRA e o “capitão” PEDRO FELNER: em Prostenov, na República Checa, Portugal sagrou-se vice-campeão em equipas, em 2009
resultados para o ténis português no futuro. — Não teme que possam depositar em si muitas esperanças e exijam de si, até porque agora venceu um torneio do Grand Slam? — Sim, tenho consciência que as pessoas depositam em mim essa esperança, mas eu tento estar focado no meu percurso e não sinto grande pressão por isso. — Os resultados de Frederico Gil e Rui Machado escasseiam e João Sousa é o novo número
um português. Acha que está a emergir uma nova geração no ténis português? — O Frederico e o Rui já alcançaram grandes feitos para o ténis português e acredito que irão continuar a dar-nos alegrias durante os próximos anos. Felizmente temos em Portugal jogadores mais novos que poderão dar continuidade aos resultados. — João Sousa está numa academia em Barcelona e Rui Machado
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já esteve também em Espanha. Nunca equacionou a hipótese de poder ingressar igualmente numa academia de ténis no estrangeiro? — Não, nunca equacionei essa possibilidade. A nossa preocupação tem sido criar em Portugal as condições de que necessito para a minha carreira. — Este ano, tem competido em ITF Futures na maioria das semanas, um circuito em que a experiência dos jogadores e a idade é diferente. É diferente competir no circuito de seniores em vez do ITF Junior? — É, obviamente, diferente jogar em torneios ITF Futures. Consigo notar bem a diferença entre estes dois escalões, uma vez que nos Futures os jogadores são mais velhos e mais experientes que eu. Por isso , estou a tentar entrar no circuito de seniores o mais rápido possível, para poder fazer uma transição rápida. — Já jogou o Estoril Open, prova de categoria 250 do circuito ATP. Para quando perspetiva jogar outros torneios deste circuito? — Gostaria de competir nos torneios do ATP Challenger Tour
«Estou a tentar entrar no circuito de seniores o mais rápido possível»
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... e do ATP World Tour daqui a dois ou três anos. — Foi sexto no ranking júnior a 6 de janeiro deste ano. Ocupava o 44.º posto a 26 de dezembro, antes de competir no continente americano, em torneios ITF Junior. Esperava uma subida tão acentuada em tão pouco tempo? — Em Dezembro, joguei um torneio de Grupo A no México, que me correu bem. Venci em pares e deu-me bastantes pontos para o ranking ITF Junior e p e r m i ti u - m e esta subida mais rápida do que tínhamos previsto.
«Ténis português está no bom caminho»
— Agora que começou a competir em torneios do circuito ITF de categoria Futures, que objetivos tem definidos a curto prazo na sua carreira? — O objetivo que tenho é começar a competir de forma sistemática no circuito Future da ITF, provas que pontuam para o ranking ATP. Quero somar o maior número de pontos possível neste mesmo ranking e alcançar bons resultados nos torneios do Grand Slam júnior.
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Rafael Nadal
Estoril Open
— É um dos meus ídolos. Depois de ter tido a oportunidade de o conhecer pessoalmente fiquei impressionado pela positiva com a sua forma de ser. É muito trabalhador e concentrado enquanto treina e muito simples e simpático fora do campo.
— É o meu torneio preferido em Portugal. Um torneio em que eu conto jogar no próximo ano e sonho um dia poder vencê-lo.
Ténis em Portugal — Acho que o ténis em Portugal tem vindo a evoluir progressivamente e está num bom caminho para vir a ter mais triunfos internacionais. Cada vez mais se vêem melhores resultados dos jogadores portugueses em todos os escalões, desde os sub12 aos jogadores profissionais como o Rui Machado ou o Frederico Gil.
Pedro Felner — É o meu treinador principal desde os meus 8 anos de idade. É um ótimo treinador e uma excelente pessoa. Sempre me apoiou e confiou muitas nas minhas capacidades como jogador. Tem sido crucial na minha evolução.
CAR Jamor — Penso que é um projeto importante para o ténis português, mas que, até ao momento, ainda não trouxe os resultados que desejávamos.
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— E a longo prazo? — Entrar no top 100 o mais rápido possível e tenho o sonho de um dia chegar ao top 10. — Há quanto tempo está a trabalhar com Pedro Felner? — Trabalho com o Pedro desde muito novo. Desde os 8 anos de idade que trabalho com ele. — Como arranja tempo para conciliar o ténis (com viagens ao estrangeiro) e a escola? — Tento ser organizado e aproveitar o tempo da melhor forma possível. Quando eu estou a jogar torneios no estrangeiro , mantenho-me a par das matérias que os meus cole-
«O meu objetivo é completar o 12.º Ano»
gas estão a dar nas aulas, para quando chegar a Portugal estar preparado para fazer os testes. Com o apoio dos meus professores no Colégio Rainha Dona Leonor, tenho conseguido conciliar o ténis e a escola de forma a continuar a ter também bons resultados na escola. — Admite deixar de estudar para abraçar a carreira profissional no ténis? — Neste momento, o meu objetivo é completar o 12.º Ano e matricular-me numa universidade.
FREDERICO SILVA compete presentemente no circuito profissional da ITF, na procura de pontos para o ranking ATP (é o atual 1.112.º)
A partir daí, concentrar-me-ei a cem por cento no ténis, enquanto tiver a minha matrícula congelada na universidade, através do estatuto de alta competição. — Se terminar o 12.º Ano e decidir entrar na universidade, que curso desejava cursar? — A área que estou a seguir e com que mais me identifico é Eco-
nomia, pelo que na universidade irei seguir Economia ou Gestão. — A sua carreira está a ser gerida pela IMG. Como é que esta empresa tem sido importante na sua carreira? — A IMG proporciona-me algumas condições de treino e tem um papel importante na negociação dos meus contratos.
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Decisão a três D.R.
No próxi mo sábado, 20 de outubro, no Hotel Real Oeiras, a assemELEIÇÕES FPT bleia geral da Federação Portuguesa de Ténis (FPT) reúne em sessão ordinária, para a eleição dos novos corpos sociais para o próximo quadriénio. Pela primeira vez, três listas candidatas submetemse a sufrágio, que permite o acerto com o ciclo olímpico. A lista A é liderada por Manuel Valle Domingues, presidente da direção da FPT de 2003 a 2005. Atualmente, o engenheiro químico-industrial, de 68 anos, é o presidente da mesa da assembleia geral do CETO. Vasco Costa é o candidato da Lista B à sucessão de José Corrêa de Sampaio na presidência da direção da FPT. Presidente do CT Porto desde 2004, é licenciado em Administração e Gestão de Empresas e tem 43 anos. A lista C é encabeçada por José de Melo Bandeira, licenciado em engenharia. Com 46 anos, é gestor de empresas. As associações regionais, num total de 13, e as três estruturas representativas de classe vão escolher um dos candidatos para suceder a Côrrea de Sampaio, que cessa funções após um mandato de dois anos (também presidiu à FPT de 2005 a 2008).
JOSÉ CORRÊA DE SAMPAIO (na foto, com Vicente de Moura, presidente do Comité Olímpico de Portugal) despede-se da presidência da FPT
Pela primeira vez, as associações regionais de ténis apresentam uma lista ao conselho de arbitragem, com as candidaturas de Rogério Santos a presidente e de Gonçalo Lima e Francisco Castro a vice-presidentes. Esta será a única lista candidata ao conselho de arbitragem que será votada no sábado, tendo as listas A, B e C abdicado de apresentar candidatura a este órgão. As associações regionais de ténis apresentam ainda uma candidatura à mesa da assembleia geral. Uma candidatura inédita e independente das listas A e C (B não apresenta), com Abílio dos Reis candidato a presi-
dente e Rui Alberto Bastos e Nuno Miguel Ferreira a vice-presidentes. O universo de votos é de 38, sendo expressos apenas os dos delegados presentes na sessão magna. As associações regionais de ténis de Açores, Algarve, Alto Alentejo, Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Lisboa, Madeira, Porto, Setúbal, Vila Real e Viseu têm dois delegados/ dois votos cada. O total é de 26 votos. A Associação de Árbitros de Ténis e a Associação Portuguesa de Treinadores de Ténis dispõe de três delegados/três votos, enquanto a Associação de Jogadores de Ténis de Portugal têm seis delegados/seis votos.
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Lista A — Valle Domingues
ELEIÇÕES FPT
Manuel Valle Domingues é o candidato a presidente da direção na Lista A, cujo lema é “Unir para Crescer”. Com percurso no dirigismo desportivo, pretende terminar com o que entende de “algumas clivagens inter-associações” e deseja modernizar o setor da arbitragem. Na vertente económica-financeira, a diminuição da transferência de verbas do Estado — que representa pouco mais de 70 por cento do orçamento da FPT — é “um dado adquirido”. “Só se pode trabalhar com o que se tem”, sublinha.
MANUEL VALLE DOMINGUES 68 anos Aposentado Natural de Lisboa
Órgãos sociais Mesa da assembleia geral. Presidente: Pedro Coelho, vice-presidente: David Mendes Pinto, secretário: Alfredo Silva Appleton. Direção. Presidente: Manuel Valle Domingues. Conselho fiscal. Presidente: Luís Esteves Afonso, vice-presidente: Mário Abreu, secretário: Albino Felgueiras. Conselho de justiça. Presidente: Luís Filipe Tamegão, vice-presidentes: Pedro Saldanha e Carla Maria de Lima. Conselho disciplinar. Presidente: Vítor Correia de Pinho, vicepresidentes: Emílio Silva Corrêa e Ana Catarina Furtado.
— Principais linhas mestras da Lista A para o mandato de quatro anos?
— O que se preconiza para atenuar quebra nas dotações do Estado e a escassez de patrocinadores?
- Ter uma equipa homogénea, com pessoas que se conhecem bem e que gostam de trabalhar em conjunto, que são praticantes de ténis e que têm larga experiência profissional, em vários domínios. - Acabar com algumas clivagens existentes inter-associações, para conseguir uma boa integração entre os vários agentes do ténis, para que a modalidade possa crescer. Assim se justifica o lema escolhido. - Conhecer os problemas que o Fórum das Associações tem vindo a debater. - Analisar a situação da FPT quanto à área financeira e aos projetos em curso, no binómio custos/resultados, CAR, PNDT, Smashtour, Play+Stay, tal como as áreas de fomento e formação. - Modernizar o setor da arbitragem, com a instalação do sistema informático que permita simplificar a análise dos dados recebidos. - Revitalizar o Conselho Técnico e passar a usá-lo sempre que se justifique. - Prosseguir o trabalho em curso quanto ao desenvolvimento do Beach Tennis, Ténis em Cadeira de Rodas e Padel. Avaliar a introdução do Ténis Classic.
A diminuição das receitas do Estado é um dado adquirido e não há volta a dar -lhe. Só se pode trabalhar com o que se tem. Haverá, por um lado, que ser criativo e ver o que se pode encontrar como alternativas, não partindo do princípio negativista de que não há patrocinadores. Por outro lado, as iniciativas da FPT têm de ser adaptadas às receitas que existem, não se vai prosseguir com nenhuma iniciativa, só com a justificação de que sempre se fez. Se for preciso cortar em áreas fundamentais, a situação será devidamente ponderada e tomada a decisão adequada. O plano de atividades, que se pretende tão atraente e imaginativo quanto possível, terá de ser adaptado aos recursos efetivamente existentes.
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Lista B — Vasco Costa
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Membro da direção do CT Porto desde 1992, Vasco Costa aposta na promoção do diálogo entre todos os agentes do ténis, para que a modalidade se desenvolva no anos vindouros. O atual presidente da direção do CT Porto defende a redução de custos e o aumento de receitas. O objetivo é o de “dotar a FPT de uma situação económica e financeira equilibrada”. Dinamizar a filiação de atletas, para possibilitar “uma receita significativa”, e instituir “Plano de Marketing”, para captar patrocínios, são ideias do candidato da Lista B à sucessão de Côrrea de Sampaio.
VASCO COSTA 43 anos Administrador de empresas Natural do Porto
Órgãos sociais Direção. Presidente: Vasco Costa. Conselho fiscal. Presidente: Nuno Barroca, vice-presidente: António Correia, secretária: Filipa Correia. Conselho de justiça. Presidente: Paulo Cutileiro, vice-presidente: Filipe Avides Moreira, secretária: Maria João Santos. Conselho disciplinar. Presidente: Pedro Iria, vice-presidentes: António Herdeiro e Rui Gama.
— Principais linhas mestras da Lista B para o mandato de quatro anos?
— O que se preconiza para atenuar quebra nas dotações do Estado e a escassez de patrocinadores?
Em primeiro lugar, promover o diálogo entre os vários intervenientes do ténis, ou seja, FPT, Associações Regionais, Treinadores, Jogadores e Árbitros. Este penso ser um fator determinante para a criação das bases para o desenvolvimento do ténis nacional nos próximos anos e foi uma das grandes motivações para a minha candidatura. Para alcançar este objetivo, conto com uma equipa diretiva com grande experiência de gestão na modalidade e que vive o ténis no seu dia a dia. A elaboração de um plano nacional para o fomento do ténis, através da descentralização da atividade pelas Associações Regionais com o apoio da FPT é um pilar fundamental para aumentar o número de praticantes nos escalões mais jovens. A criação de uma Direção Técnica Nacional que trabalhe em articulação com os DT Regionais, de um Centro Nacional de Treino com uma estrutura forte e capaz de servir os nossos jogadores e uma bolsa de apoio aos melhores e mais promissores atletas, são outros projetos que quero realizar no próximo mandato.
Atendendo à conjuntura económica torna-se necessário efetuar uma redução dos custos e aumentar as receitas através de formas alternativas, com a finalidade de dotar a Federação Portuguesa de Ténis de uma situação económica e financeira equilibrada. A dinamização da filiação de atletas praticantes, através de uma maior divulgação do cartão de federado e a associação ao mesmo de novas vantagens, pode vir a ser uma fonte de receita significativa. Assim, é fundamental promover ações de Marketing pela FPT em conjunto com as Associações Regionais junto dos clubes. Com a criação de um Plano de Marketing estruturado e através da dinamização da marca ténis, tenho a convicção que vai ser possível aumentar o número e o montante de patrocínios da FPT.
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Lista C — José Melo Bandeira
ELEIÇÕES FPT
Consciente do “desafio enorme” numa conjuntura difícil — a dotação estatal para a FPT tem vindo a decrescer nos últimos anos (12 por cento em 2011 e cinco por cento este ano), José Melo Bandeira, que advoga a criação de “uma estrutura liderante” para “fazer crescer o ténis”, vinca a necessidade de atrair “a confiança de todos os stakeholders, com vista a maximizar os recursos existentes e a garantir resultados”. Por isso, entende que deve haver “compromisso e empenhamento de todos os intervenientes”, numa “abordagem estruturada e alinhada”.
JOSÉ MELO BANDEIRA 46 anos Gestor de empresas Natural de Moçambique
Órgãos sociais Mesa da assembleia geral. Presidente: Luís Miguel Sequeira, vicepresidente: Pedro Costa Macedo, secretária: Patrícia Silva Lopes Direção. Presidente: José Melo Bandeira.
— Principais linhas mestras da Lista C para o mandato de quatro anos?
— O que se preconiza para atenuar quebra nas dotações do Estado e a escassez de patrocinadores?
O sonho é o de ver o ténis de Portugal reconhecido internacionalmente e com estrutura de desenvolvimento sustentável e profissionalizada. A nossa aposta é ter cada vez mais gente a praticá-lo e de forma organizada. Para tal, é necessário ter estrutura liderante ao nível nacional, mas totalmente integrada com associações regionais e clubes; a abordagem passará por conseguir uma operação capaz de financiar as necessidades atuais, mas, sobretudo, capaz de criar e assegurar formas de financiar a ambição de futuro. A missão é aproveitar tudo o que de bom o ténis nacional tem e potenciar o seu desenvolvimento. A aposta é no trabalho estruturado e conjunto, para sermos dos melhores, dos treinadores aos jogadores, dos árbitros à organização dos eventos, dos dirigentes aos responsáveis autárquicos e tutela, das escolas à família. O projeto é o de fazer crescer o ténis, dignificando todos os intervenientes e promovê-lo como fator de integração e coesão social, num ambiente em que todos participem e pratiquem, com elevada competitividade e exigência, que permita construir vitórias e sucessos, gerando referências e assim sustentar um processo de melhoria contínua.
O desafio que temos é enorme, mas enorme é a nossa ambição e compromisso, para que os nossos treinadores e jogadores possam atingir o sucesso nacional e internacional, para que os jogadores talentosos possam aparecer e crescer. É preciso uma abordagem estruturada e alinhada, dos clubes, das associações até à Federação. É preciso que o caminho a seguir seja claro para todos, e o compromisso e empenhamento de todos os intervenientes seja inequívoco. O nosso objetivo é o de definir um programa, que tenha a confiança de todos os stakeholders, com vista a maximizar os recursos existentes e a garantir resultados, capitalizando os ativos existentes de forma a apresentar produtos tenísticos interessantes, e, desta forma, atrair agentes económicos, que se identifiquem com este processo e os valores que representa, gerando um interesse crescente dos media, garantindo cobertura que valorize e dignifique os participantes. Só assim se poderá desenvolver uma verdadeira e sustentada “indústria” do ténis em Portugal.
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Brincar ao teatro e ao ténis D.R.
A umbigo – companhia de teatro, uma estrutura profissional de artes cénicas criana em junho de 2007, em Vila do Conde, estreia a 25 deste mês, no Centro Cultural de Carnide, a peça “Break Point”, apresentada como “um dos mais parvos espetáculos de pantomina já criados”. Com o apoio da Federação Portuguesa de Ténis, durante uma hora, três atores “brincam com o teatro e com o ténis”, como refere o encenador Rogério Paulo, que contracena também com André Imenso Cruz e Ricardo Barceló, num “trabalho essencialmente de teatro físico, gestual, de pantomima e clownesco”. “São criadas situações peculiares no desenrolar de um jogo de ténis, onde três palhaços que assistem ao jogo passam pelas mais surreais e absurdas circunstâncias, sempre com o jogo a decorrer, sempre com o ténis presente, mas criando ações imaginárias alimentadas pelo ridículo clownesco”, revela Rogério Paulo, acrescentando que se convida” o público a fazer parte dessa imaginação ao longo da peça, obrigando-o a estar sempre em constante criação” com os atores. Rogério Paulo sublinha que o desafio “foi criar um jogo de ténis sem jogo de ténis, mas mostrando um jogo de ténis a ser visto”. “Se acham que pode parecer confuso, piora então quando tudo isto é representado por três palhaços”, frisa, aduzindo: “Tal como nós, também terão de imaginar para ver este jogo, que é apenas sugestionado e representado por três atores palhaços, apenas com recursos à gestualidade e à intenção. O ténis, pela expressão que nos dava neste propósito de procura e criação de jogo humorístico e surreal, ofereceu-nos muito para desenvolver este trabalho da forma que pretendíamos. Brincar com o teatro e o ténis, usando
Oferta de bilhetes para a estreia A umbigo – companhia de teatro e a Federação Portuguesa de Ténis vão oferecer bilhetes para a estreia da peça “Break Point”, a 25 deste mês, no Centro Cultural de Carnide, às 21.30 horas. Na próxima semana, de 23 (terça-feira) a 24 (quarta-feira), esteja atento à página oficial da FPT na internet (www.tenis.pt).
como mínimo possível, mas criando o máximo possível, o jogo constante entre todos”, refere o encenador e ator. A umbigo– companhia de teatro está em Lisboa desde 2010, para dar “con-
tinuidade aos seus objetivos” de “ser um espaço para a investigação, formação, experimentação e produção de espetáculos teatrais”.
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«Faltam apoios em Portugal» Inês Murta completou 15 anos a 31 de maio. Treinada por Pedro Pereira e João Blaize, no Tavira Racket Club, a irmã de André Gaspar Murta é campeã nacional de sub-16 em singulares — o primeiro título nacional da sua carreia — e também em pares mistos (com João Claro, também atleta do clube algarvio) no mesmo escalão. Este ano, juntamente com o irmão, André Gaspar Murta, sagrou-se campeã nacional em pares mistos em sub-18. Em 2011, foi vice-campeã nacional em pares mistos (com João Claro) e femininos (com Daniela Baptista). Recentemente, foi finalista vencida em singulares no torneio internacional Beloura Junior Open (sub-16), cedendo para Beatriz Rodrigues Bento. No circuito da Tennis Europe, em junho de 2011, averbou o primeiro título em singulares no Portimão International Tournament Sub-14, prova que Venceu igualmente em pares, ao lado de Daniela Baptista. Também no Algarve, nos mesmos ano e mês, venceu o torneio de pares do Albufeira International Sub-14, formando dupla com Sofia Sualehé. Inês Murta tem como melhor alegria no ténis a participação na Helvetie Cup (o Campeonato de Europa Equipas sub-16), em agosto deste ano.
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Pessoal
& transmissível
Inês Murta 15 anos O ténis é... bastante importante para mim. Jogo ténis porque... gosto. O que mais gosto no ténis é... o
facto de nos superarmos nos treinos e ter esses resultados nos torneios. O que mais detesto no ténis é... a pressão. Para mim, treinar é... superar-nos e dar cem por cento em todos os treinos. O sucesso significa… o resultado do nosso trabalho. No ténis, quero atingir... o topo. Depois de vencer um encontro... tenho ainda mais vontade de trabalhar mais duro. Quando sou eliminada num torneio, fico... triste.
Até ao momento, a minha maior alegria no ténis foi... quando fui ao Campeonato da Europa de equipas. E a maior tristeza no ténis foi... perder jogo, tendo três “matchpoints”. Em Portugal, o ténis precisa de... apoios, para seguir uma carreira profissional. Um ou uma tenista português no "top" 10 seria... Maria João Koehler. Um bom treinador é... simpático, sábio e disciplinador. O meu ídolo no ténis é... Maria Sharapova. O meu torneio preferido é... Wimbledon. A minha superfície preferida é... terra batida. No meu saco, não dispenso... raquetas.
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FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS
«So funny!...» «TIE-BREAK»
CARLOS FIGUEIREDO Jornalista
«Você vai ali à Estátua da Liberdade, apanha um barquinho e vai sempre em frente, na direção da Europa»
Este episódio aconteceu-me em finais da década de 80, em Nova Iorque. No Open dos Estados Unidos como em qualquer lugar da Terra, há sempre um grupo de jovens que se inscreve com muita antecedência, para conseguir um lugar efetivo como auxiliar na competição. Na sala de imprensa sobranceira ao “court” central do Open dos Estados Unidos havia (e acho que continua a haver) um enorme elevador, do tempo da outra senhora, mas que funcionava perfeitamente. Àquela hora morta, de manhã cedo, não tinha grande movimento e calhou-me entrar no elevador, onde havia apenas, além da minha pessoa, uma funcionária. Durante a marcha lenta de três andares, notei que a rapariga olhava muito para mim, como quem aguardava uma explicação: “De que terra será este?” A curiosidade foi mais forte do que todas as outras atitudes e, avançando para mim a apontar o dedo à minha credencial, perguntou:
— Portugal? Onde fica isso? Isto numa estudante universitária, como depois vim a saber, só não é mais grave tratando-se numa funcionária eleita para o torneio de ténis. Então, respondi-lhe, levando a coisa para a brincadeira: — Portugal? É muito longe daqui. A candura da rapariga, possivelmente uma senhora doutora, desarmou-me completamente, quando ela insistiu: — Como é que se vai para lá? Eu retorqui: — Muito simplesmente: você vai ali à Estátua da Liberdade, apanha um barquinho e vai sempre em frente, na direção da Europa, tendo apenas o cuidado de não tropeçar numas ilhotas próximas de um sítio chamado Açores. Ela limitou-se a responder, meio incrédula: — Que engraçado! Não é novidade para ninguém a falsa sensação de cultura num país de tantos milhões de habitantes e que, forçosamente, não é por deixarem de dar pontapés na gramática que os jovens universitários acabam sempre em dar em grandes profissionais.
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